dossier sobre hidrogénio
Certificados de Origem do Hidrogénio facilitam desenvolvimento de energias renováveis e absorção de hidrogénio O hidrogénio tem um grande potencial para se tornar uma solução que responda a muitos dos objetivos de neutralidade de carbono da UE. Portugal está na vanguarda da criação de uma economia do hidrogénio e vê os Certificados de Origem como um importante facilitador do desenvolvimento das energias renováveis. Hydrogen Europe
O hidrogénio teve um desenvolvimento sem precedentes em 2020. De uma tecnologia de nicho inovadora, rapidamente se transformou num elemento sistémico nos esforços da União Europeia (UE) para fazer a transição para uma sociedade neutra para o clima em 2050. Isso foi provado pela publicação do European Hydrogen Strategy em 2020 e um conjunto de propostas legislativas apresentadas no Pacote Fit for 55 em 2021. O hidrogénio tem grande potencial para se tornar uma solução para muitos dos objetivos de neutralidade de carbono da UE: ele mostrou o potencial das energias renováveis, garante a eficiência do sistema de energia e permite um sistema de transporte neutro em carbono, tanto em terra como no mar. Além disso, a reforma dos mercados de carbono através da fixação progressiva de preços do carbono no Emissions Trading System (ETS) e Energy Taxation Directive (ETD) estabelece a base para o aumento do hidrogénio e a mudança para soluções mais limpas. O rápido desenvolvimento do hidrogénio não é importante apenas para cumprir os objetivos climáticos da UE, mas também para preservar e aumentar a competitividade industrial e económica da UE. Com projetos em França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Holanda, a UE está bem posicionada para se tornar o berço de uma economia global de hidrogénio denominada na moeda euro. Portugal está na vanguarda da criação de uma economia do hidrogénio: foi um dos primeiros países do mundo a definir uma meta de neutralidade do carbono até 2050. A Lei do Clima da UE, que consagrou na legislação o objetivo de neutralidade do clima para 2050, foi adotada durante a Presidência Portuguesa no 1.º semestre de 2021. A estratégia nacional de hidrogénio de Portugal prevê que, até 2030, Portugal desenvolva 2 a 2,5 GW de capacidade instalada de produção de hidrogénio, injete entre 10% e 15% de hidrogénio na rede de gás natural e construa até 100 postos de abastecimento de hidrogénio. Adicionalmente, a estratégia visa cobrir 1,5-2% da procura energética de Portugal até 2030 utilizando hidrogénio renovável, com utilização na indústria, transporte marítimo nacional, transporte rodoviário e para injeção na rede de gás natural e potencial exportação. 40
Esta abordagem ambiciosa seria sustentada pelo Fit for 55 proposto, se a ambição for mantida após a aprovação da legislação pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-Membros. A Galp Energia, membro da Hydrogen Europe, é uma das empresas portuguesas pioneiras nos esforços do país para a construção da economia do hidrogénio. Até 2025, a Galp Energia vai instalar um eletrolisador de 100 MW para alimentar a sua refinaria em Sines com hidrogénio verde. Este projeto pode ser expandido até 1 GW e pode valer a impressionante marca de € 1 bilhão. Portugal está bem localizado geograficamente para produzir energia, tanto eólica onshore como através de fotovoltaicos solares de grande escala. Essa energia renovável pode ser usada para produzir hidrogénio verde e, eventualmente, promover o desenvolvimento de uma economia de hidrogénio no país. A sua localização estratégica também permite a importação potencial de hidrogénio de terceiros países, tornando-se um pólo energético. A Hydrogen Europe congratula-se com o facto de Portugal considerar os Certificados de Origem – certificados digitais que informam os consumidores sobre os atributos de produção da energia consumida – como um