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NOTÍCIAS

Uma publicação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari | nº 117 | Setembro 2021

Supram e Urga Alto Paranaíba vão atender a 21 municípios da região CBH Araguari realiza o cadastramento de rede

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Crise hídrica é um problema de todos

A seca histórica deste ano já faz pelo menos 53 municípios de cinco estados racionarem água, afeta a navegação e ainda contribui para o desequilíbrio do ecossistema nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Na lista de cidades com rodízio no abastecimento já aparecem até grandes centros urbanos, como Curitiba e a região metropolitana.

As bacias dos Rios Paraná, Paranaíba, Grande, Paranapanema e Paraguai – que banham São Paulo, Paraná, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – estão sob os efeitos da estiagem severa.

O pior é que a previsão de futuro não é nada otimista. As chuvas devem começar na segunda quinzena de outubro. No entanto, especialistas acreditam que os índices pluviométricos não serão suficientes para reverter a tendência de perda de água nos mananciais e reservatórios.

A partir destes indicadores, fica evidente que os estresses climáticos e a interferência do homem no meio ambiente, juntam-se para formar um quadro de extrema gravidade. Em vista disso, lança-se o alerta: é crucial que o poder público e a sociedade em geral atentem para a necessidade de cudar da água, em sentido amplo. A repetição de períodos de seca em espaços de tempo cada vez mais estreitos, sugere que as estiagens perderam o caráter de fenômenos tópicos para se tornar um fantasma cada vez mais presente.

As mudanças climáticas impactam os recursos hídricos e têm reflexo no ciclo da água causando danos à economia, sociedade e meio ambiente. A água tem uma relação direta com diversos setores, desde a energia à agricultura até o desenvolvimento urbano. Assim, à medida que o mundo se torna mais quente devido às mudanças climáticas, a segurança da água se tornou uma prioridade global.

Para evitar uma catástrofe é preciso fazer algo agora, é preciso ter gestão e gerenciamento eficientes e profissionais qualificados. Além disso, é necessário criar políticas inteligentes de água, desenvolver planos de bacias hidrográficas e investir em infraestrutura hídrica resiliente. A gestão da água é fundamental para a adaptação ao clima, garantindo alocações de água eficientes e flexíveis, fechando a lacuna entre a oferta e a demanda de água e garantindo a sustentabilidade ambiental. E acreditem: o melhor caminho é preservar o meio ambiente para produzirmos água!

Bruno Gonçalves dos Santos Presidente do CBH Araguari

Seca mais intensa

Chuvas abaixo da média acendem alerta nos reservatórios

Os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste operam com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios apresentam os níveis mais baixos dos últimos 91 anos. Os dados são do último boletim divulgado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). O volume útil da usina de Nova Ponte, localizada às margens do Rio Araguari é de 12,2%.

Na comparação com o boletim anterior, o nível de armazenamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste recuou 0,2 ponto percentual. A maior queda no nível de armazenamento foi registrada pela Região Sul, de 1 ponto percentual. O subsistema está operando com 30,7% de sua capacidade. Os reservatórios do Nordeste operam com 50,4% da capacidade de armazenamento. O volume útil do reservatório da hidrelétrica de Sobradinho está em 49,14%. Já as usinas da região Norte operam com 72,8% da capacidade. E a hidrelétrica de Tucuruí segue com 89,84%. De acordo com o relatório do ONS, os reservatórios do Norte devem terminar o mês de agosto com 72,4%, da capacidade de armazenamento seguido do Nordeste com 49%, do Sul com 26,8% e do subsistema Sudeste/Centro-Oeste com 21,7%. Segundo o operador, as afluências continuam abaixo da média histórica.

Na pior crise hídrica de 91 anos, cursos d’água minguam em todo o Brasil

Cadastro de rede

CBH Araguari realiza o cadastramento de redes de abastecimento de água, esgoto e de drenagem de águas pluviais

Seis municípios da bacia hidrográfica do Rio Araguari receberão o cadastramento dos elementos que compõem os sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem pluvial. O projeto piloto é realizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (CBH Araguari) e tem a previsão de ser finalizado até o final do ano de 2021.

O objetivo do projeto é cadastrar os sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem de águas pluviais com informações relativas a toda infraestrutura. O projeto é previsto nas ações do Plano Plurianual de Aplicação (PPA) 2020-2023 no Programa de Qualidade da Água. Os cadastros dos municípios de Pratinha, Tapira e Pedrinópolis foram finalizados. O trabalho de campo de Santa Juliana já foi realizado e a equipe técnica encontra-se em Campos Altos. Por fim, o cadastramento será executado em Serra do Salitre.

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Campos Altos, Carlos Alexandre Mendonça, acompanhou a realização do projeto. “O saneamento básico é de suma importância para o município. A partir do diagnósti-

O cadastramento vai auxiliar o CBH Araguari a projetar açoes necessárias para a melhoria do saneamento básico

co realizado pelo CBH Araguari vamos buscar recursos e projetos para melhorias no abastecimento de água, tratamento de esgoto e drenagem pluvial”, destacou.

O coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Controle (CTPlan) do CBH Araguari, Sylvio Luiz Andreozzi, esclareceu sobre a importância do projeto. “Muitos municípios, principalmente os pequenos, não possuem esse mapeamento por falta de recurso e equipe especializada. O CBH Araguari tem a meta de que os 20 municípios da bacia tenham abastecimento de água potável, bem como 100% do esgoto tratado e de recolhimento adequado das águas pluviais. Esse projeto é o caminho para alcançarmos essa meta”, disse.

Sylvio Andreozzi explicou ainda que com o cadastramento das redes finalizado o CBH Araguari vai projetar as ações necessárias a serem executadas na área de saneamento básico desses municípios. “Paralelamente, o Comitê vai elaborar projetos básicos e executivos dos sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem pluvial nos municípios da bacia hidrográfica do rio Araguari, selecionados em edital específico para tal finalidade”, finalizou.

Incêndios florestais avançam em Minas

O mês que mais nos preocupa é setembro, que historicamente é responsável por quase 40% dos incêndios no ano. Por causa disso, já iniciamos operações preventivas, buscando a conscientização das pessoas que moram no entorno desses locais, também estabelecemos medidas protetivas como aceiros e treinamento de brigadas “

Pedro Aihara,

tenente do Corpo de Bombeiros de MG

Focos de queimadas aumentam 108,7% em agosto no território mineiro. Áreas de vegetação são consumidas pelas chamas, em drama que se repete todos os anos no estado

Disparadas no número de ocorrências, seca extrema e vegetações extensas destruídas. O panorama do número de incêndios em Minas Gerais nos períodos sem chuva é devastador e deixa autoridades e toda a sociedade em geral em estado de emergência. Agosto e setembro costumam ser os meses em que as demandas do Corpo de Bombeiros crescem fortemente por causa da expansão das queimadas, sejam elas clandestinas ou involuntárias.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado teve 1.537 focos de incêndio nos primeiros 24 dias de agosto. O número representa um crescimento de 108,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 737 focos. Também já ultrapassa o total de todo o mês em 2020 – nos 31 dias de agosto do último ano, foram 1.155 focos. Os dados são coletados via satélite pelos pesquisadores do Inpe e muitas vezes divergem do balanço oficial do Corpo de Bombeiros.

Com 58,9% de área atingida, o Cerrado foi o bioma mais afetado pelas queimadas neste mês. Em Minas, a área dessa vegetação é composta pelas regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste, que estão sob estado de alerta devido à escassez de chuvas. São mais de 130 dias sem precipitações. Até o momento, o Inpe mostra que Uberlândia, no Triângulo Mineiro, lidera a lista de cidades com os maiores focos de incêndio em agosto, um total de 42.

O tenente porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, explica que se agosto já é considerado de grande risco para a fauna e a flora, o próximo mês pode ser ainda mais aterrorizante diante do agravamento da seca. “O mês que mais nos preocupa é setembro, que historicamente é responsável por quase 40% dos incêndios no ano. Por causa disso, já iniciamos operações preventivas, buscando a conscientização das pessoas que moram no entorno desses locais, também estabelecemos medidas protetivas como aceiros e treinamento de brigadas”, contou.

O crescimento dos incêndios em Minas Gerais é explicado pela baixa frequência de chuvas desde o ano passado. Historicamente, a estação chuvosa termina em abril, mas o último período chuvoso foi abaixo da média.

Alto Paranaíba tem novas unidades regionais da SEMAD e IGAM

O Governo de Minas inaugurou unidades regionais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) na região do Alto Paranaíba, em agosto. A nova Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram) e a Unidade Regional de Gestão das Águas (Urga) ficam localizadas na cidade de Patos de Minas e vão permitir melhor acesso da população, empreendedores e empresários locais aos serviços ambientais do Estado. A Supram e Urga do Alto Paranaíba atenderá 21 municípios da região e dentre eles 10 pertencem à bacia do Rio Araguari. São eles: Araxá, Campos Altos, Ibiá, Patrocínio, Perdizes, Pratinha, Rio Paranaíba, Sacramento, Serra do Salitre e Tapira. Os outros municípios atendidos são Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagoa Formosa, Matutina, Presidente Olegário, Santa Rosa da Serra, São Gotardo e Tiros. A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo, explica que as novas sedes regionais ampliam as possibilidades de avaliação dos impactos causados pela atividade produtiva na região. “A partir da implementação dessa Supram, bem como da unidade regional do Igam, no Alto Paranaíba, o Sisema se faz ainda mais presente em uma região muito promissora do ponto de vista de desenvolvimento agrícola em nosso estado. O crescimento da região vem gerando uma demanda crescente de processos de regularização ambiental e outorga pelo uso da água junto aos órgãos ambientais, que poderão estar mais próximos do cidadão, promovendo análises cada vez mais assertivas e céleres”, avaliou. Dentre os serviços que a população e os empresários da região poderão utilizar na nova unidade da Supram estão a regularização, a fiscalização e o controle ambiental. A Supram Alto Paranaíba irá processar licenciamentos na modalidade simplificada, ou seja, aqueles feitos em uma única fase, por meio de cadastro (LAS/Cadastro) ou da apresentação, pelo empreendedor, do Relatório Ambiental Simplificado (LAS/RAS).

Já na nova Urga será possível solicitar a outorga de uso de recursos hídricos. A outorga deve ser solicitada antes da implantação de qualquer intervenção que venha a alterar o regime, a quantidade ou a qualidade de um corpo de água. Quando já estiver ocorrendo o uso do recurso hídrico, o processo de solicitação de outorga para a regularização da intervenção é o mesmo. Sem ele, o usuário está sujeito às sanções previstas em lei. O atendimento presencial da Supram e da Urga Alto Paranaíba será de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, no endereço Fazenda Canavial, Caixa Postal 240, Patos de Minas. Para mais informações sobre serviços, documentação, dentre outros, o cidadão pode entrar em contato pelo telefone: (34) 3822-3533 e pelos emails: supram. ap@meioambiente.mg.gov.br e bruno.avila@ meioambiente.mg.gov.br.

Comunicação

CBH Araguari tem nova equipe de comunicação

TantoExpresso, agência com vasta experiência em comunicação para comitês de bacia, executará o plano de comunicação do CBH Araguari

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (CBH Araguari), por meio da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas (ABHA), contratou uma nova empresa, por licitação, para prestar serviços de comunicação social. A TantoExpresso, desde o dia 9 de agosto, é a nova empresa responsável pela comunicação do CBH Araguari. Os trabalhos da TantoExpresso incluem a criação de material gráfico para eventos do CBH Araguari, produção de informativo mensal, roteiro para vídeo e pílulas de rádio, assessoria e relacionamento com a imprensa, produção de reportagens jornalísticas, gestão das redes sociais do Comitê, dentre outros. O diretor da empresa TantoExpresso, Paulo Vilela, falou sobre as expectativas. “Estamos motivados e preparados para fazer um trabalho de excelência para o CBH Araguari. Sabemos da responsabilidade e esperamos ir além, no sentido de atender aos objetivos e fortalecer a comunicação interna e externa do Comitê”, disse. A TantoExpresso atua com comunicação integrada e é especializada no desenvolvimento e execução de projetos de comunicação social e mobilização, sobretudo nas áreas de meio ambiente, responsabilidade social e cultura. Desde 2002, a empresa realiza a comunicação no segmento de recursos hídricos, mais especificamente nas bacias do Rio das Velhas e do Rio São Francisco, atuando diretamente com seus principais atores entre poder público, usuários de água e sociedade civil organizada.

23

anos

O Comitê do Rio Araguari é especial não só para o sistema de gestão de Recursos Hídricos, como também para ABHA Gestão de Águas. A história da ABHA está ligada a do Comitê do Rio Araguari, uma vez que fomentadores da criação do CBH, também lutaram pela criação da agência. Todos estão engajados pela mesma causa – as nossas águas. São 23 anos de pioneirismo, desafios, crescimento e amadurecimento para todos que passam por este Comitê. Tenho orgulho de ser parte dessa caminhada! Parabéns a todos que fazem parte desta história!

Thiago Alves do Nascimento

Diretor Presidente da Abha Gestão de Águas

“São 23 anos de história e luta em prol dos recursos hídricos do Rio Araguari! Temos muito a comemorar e agradecer a todos os membros do CBH Araguari: quanto empenho e dedicação. Temos avançado na aplicação dos recursos da cobrança pelo uso da água em melhorias ambientais para a bacia. No entanto, o caminho ainda é longo e muitas conquistas pela frente. Mas, com a gestão participativa, alcançaremos um futuro melhor para a nossa bacia!”. “

Bruno Gonçalves dos Santos Presidente do CBH Araguari

Presidente: Bruno Gonçalves dos Santos Vice-presidente: Antônio Geraldo de Oliveira Secretário: Maurício Marques Scalon

Secretária Adjunta:

Maria Eduarda Rodrigues Cunha

cbharaguari.org.br

@cbharaguari

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As bacias dos Rios Paraná, Paranaíba, Grande, Paranapanema e Paraguai – que banham São Paulo, Paraná, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – estão sob os efeitos da estiagem severa.

Os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste operam com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios apresentam os níveis mais baixos dos últimos 91 anos. Os dados são do último boletim divulgado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). O volume útil da usina de Nova Ponte, localizada às margens do Rio Araguari é de 12,2%.

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