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Trajetória de vida, acadêmica e profissional

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Mariko Hanashiro

Sou originária do interior de Okinawa

Um simples lírio branco

Que aqui no Brasil floresceu

Yoshiko Hanashiro

Quem eu sou:

Sou caleidoscópio, feita por multiplas pedrinhas que dançam e formas diversas imagens quando se movimentam. Sou fruto das histórias que ouvi, dos caminhos que percorri e da estrada dos que vieram antes de mim. Sou encontros e desencontros.

Nasci, parida em casa, no bairro da liberdade por Dona Mieko. As primeiras mãos que conheci foram as mãos do meu pai Walter E logo mais conheceria minha irmã Erika

Ainda havia, minha outra irmã Maíra, filha do primeiro casamento de meu pai com Vera Viana.

Mariko: filha de Walter e Mieko, neta de Seian, Yoshiko, Kesako e Minoru, meus "Odiisans (avôs) " e "Obatians (avós)" , Mariko, neta do projeto de imigração do século XX, pós "fim" do uso da mão de obra escravizada africana. Mariko, neta do projeto de "embranquecimento" da população brasileira. Mariko, neta do projeto de colonização e dominação do Reino de Ryukuu (Okinawa) por parte do "Japão", da Inglaterra e posteriomente dos Estados Unidos. Mariko, a miscigenação da etnia Yamatunchu com a etnia Uchinanchu.

Olhar para minha história (e consequentemente a história da minha família) é constatar a complexidade da vida com suas contradições, mediações e significados. É compreender que as relações sociais são complexas como novelos cheios de nós.

Eu cresci com uma trilha sonora diversa:

Musicas de pessoas que resistiram a ditadura militar sempre ecoaram na vitrola de casa. Não me lembro quando foi a primeira vez que escutei sobre os horrores da ditadura, mas acredito que tenha sido enquanto escutávamos essas músicas. Em minha família há as marcas e as dores de resistência à ditadura. Enquanto meu tio compôs a lista de foragidos condenados por infringir a Lei de Segurança Nacional enquanto estava exilado no Chile, meu pai e meu "tio" Turquinho vivenciaram os horrores da repressão UnB e em Brasília.

Meu pai, estudante da UnB durante o período da ditadura militar, participou de atividades e foi vítima de repressões. Chegou a ser preso uma vez. Acolheu em sua casa pessoas perseguidas. Ele foi perseguido político. Junto da primeira esposa, mudaram-se para Argélia. Moraram em Argélia e na França, mas nas palavras dela estavam de passagem. Uma das minhas grandes memórias, é meu pai com "Turquinho", na UnB, olhando o memorial de alunos e alunas assassinados durante o período da ditadura militar, rememorando suas vivências e de outros alunos da universidade, dentre deles

Honestino

Ao mesmo tempo, no tocador de fitas, ecoava-se também músicas japonesas e uchinaguchis (Uchina outra forma de se referir a Região de Okinawa, antigo Reino de Ryukuu):

“Não importa quão profunda seja a exceção específica, não importa o quanto um único oriental possa escapar das cercas colocadas ao seu redor, ele é primeiro um oriental, segundo um ser humano e por último mais uma vez um oriental (SAID Edward, 2003, p 141)

O texto abaixo, escrito em 2017 sintetiza parte do meu processo de compreensão de quem eu sou enquanto brasileira amarela. Estar em contato com reflexões feitas por canais como Yo Ban Boo, sites como Okinawando e Outra Coluna , pesquisadores como Edward Said, Lais Miwa Higa e Poroiwak, Victor Hugo Kebbe, artistas como Viviane Sakahara (Figura 1 e 2), Lais Ezawa (Figura 3), Papoulas Douradas (Figura 4), Ingrid Lee, Monge Han, Leo Hwan, Lian Tai e Hiromi que traz um importante resgate de Hajichis (tatuagens feita em mulheres Uchinas - Figura 5), me fizeram e me fazem refletir quem eu sou e o espaço que ocupo nesse país, entre privilégios e opressões, subjugada por uma branquitude que tenta nos embranquecer e utilizar como minoria modelo para oprimir outras minorias e grupos étnicos, nos oprime, rouba e esconde nossa história, utiliza-nos como alívio cômico, fetichiza os corpos femininos e desmasculiniza corpos masculino e nos trata como "perigo amarelo" quando convém, ao mesmo tempo, reconhecendo nossos privilégios em relação a outros grupos como indígenas e pessoas negras (Figura 6 e 7)

Documentários como Okinawa- Santos de 2022, o filme Corações Sujos, a Série feita pela Pietá Filmes: Nipobrasileiros tem feito o resgate de memórias invisibilizadas e silenciadas, em diversas vezes inclusive como forma de sobrevivência. Estar em contato com essas discussões me fez além de compreender que diversas vivências não são individuais mas coletivas, aprender a nomear agressões e microagressões vividas, além de conhecer mais acerca da minha história, como questionar a partir de outros conteudos se minhas hibatchans (bisavós) tinham hajichis (tatuagens do povo Uchina) e descobrir que sim. Assim, a partir da memória coletiva, descubro mais sobre minha memória ancestral.

Mas que absurdo, Talvez você seja surdo

E eu tenha que mais uma vez gritar

Que não, Eu não sou obrigada a te responder

Quando você me perguntar o tamanho de um pinto de japonês

Não, Eu não sou obrigada a te explicar

Que não é do Japão o famoso pastel ou frango xadrez.

E não preciso te dizer

Que Japão, China, Coréia, Não é tudo o mesmo lugar.

Quando você me pergunta de onde eu sou

Você tira de mim

Minhas raízes, Minha identidade

E meu lugar.

Quanto você diz, Que é só matar um japonês por dia, Que você entra na faculdade, Você desrespeita minha história Que com mãos na enxada

E suor no rosto

Ajudaram a construir

Esse SEU Brasil.

Talvez você ignore, Que nessa história do Brasil

Fizeram questão de nos usar

E de nos silenciar

Diversas vezes

Como por exemplo

Durante as guerras

Tiraram dos meus avós

Aquela língua

Que era a língua deles.

Forçaram eles a aprenderem

Esse belo português

E quiseram apagar

O japonês

Talvez isso não te contaram. Que durante as guerras

Se você falasse japonês

Você era perseguido, punido. Afinal, era a língua do inimigo.

Tentaram tirar a língua, Tentaram tirar a cultura, Usaram essa mão de obra

Pra fazer andar

A locomotiva desse país.

Essa pátria amada

Que a todo momento

Você faz o favor de lembrar

Que é SUA pátria, E não a minha.

Todas as vezes que me pergunta:

-E você, da onde você é?

-Não, não aqui do Brasil, mas daonde você veio?

Talvez eu precise te lembrar, De uma coisa que eu espero que você já saiba

Que tudo isso tem nome, Que isso é racismo.

Por mais que na minha cabeça, Ainda esteja tudo muito confuso

Eu preciso dizer, eu preciso

GRITAR

Pra que você pare de me silenciar

Pra que talvez eu e você entenda

Que eu sou brasileira.

Que esse país, Meus ascendentes ajudaram a construir

Era Vargas – PRESENTE

Segunda Guerra Mundial – PRESENTE

Combate a Ditadura – PRESENTE

Exílio - PRESENTE

Diretas Já – PRESENTE

Luta pela democracia – PRESENTE

Então olhe bem nos meus olhos, Ou melhor, Olhe bem para além dos meus olhos

Antes de duvidar se eu sou “daqui”

Talvez me falte respeito, Ou não,

Eu bato mesmo no peito

E digo que tenho NOME, SOBRENOME, HISTÓRIA, IDENTIDADE

E dessa luta não me retiro.

E exijo que não faça de mim

Instrumento pra reforçar o seu RACISMO

Não sou Arigato, Sayonara

Nem Sushi, nem Sashimi

E exijo que não faça de mim, Ou da minha história

Instrumento pra reforçar o seu MACHISMO.

E não me veja me usar

Como métrica de comparação

Da famosa minoria modelo

Para reforçar em outras minorias

Suas formas de OPRESSÃO.

Demorei anos, talvez quase duas décadas para me entender como brasileira. Realmente brasileira, não como a informação “nacionalidade” do RG. Eu, neta de imigrantes japoneses, nascida no Brasil, historicamente lida como estrangeira em minha própria pátria e permeada por olhares orientalistas. Entender minhas vivências como vivências legítimas brasileiras. Inclusive a vivência do estranhamento. Desde a minha infância, perguntas como “Da onde você é?” ou perguntas sobre a cultura japonesa perpassaram minhas relações. Pedir para eu falar “alguma coisa em japonês”, comentários sobre minha aparência, questionamentos sobre hábitos alimentares, expectativas e leituras sobre mim. Na minha infância, para além de questionamentos "curiosos" comida japonesa, ao contrário da moda que se tem hoje, era algo que desencadeava reações de nojo.

Compreender quem eu sou e meus movimentos, que ora tende querer resgatar minha trajetória nipo-brasileira e a memória diaspórica feita por esse povo, buscando relatos, me aproximando da cultura a partir de comidas, filmes, músicas, J-dramas e do contato linguístico e ora busca se afastar e reforçar vivências e elementos ditos "brasileiros"/ocidentalizados do país em meus pais e eu nascemos como o apreço a feijoada e café, ao MPB eao funk, ao meu livro favorito: "Meu pé de laranja lima" .

É nesse processo que descubro que o bairro da Liberdade, onde eu nasci e passei parte da minha infância, conhecido como "bairro oriental" ou bairro japonês, carrega em seu nome e nesse territória história de resistência negra Descobri a história de Chaguinhas, da capela dos aflitos e da Igreja Santa Cruz da Alma dos Enforcados. Assim, descobri que a igrejinha que ficava no fim de uma rua em que paravámos - eu, minha mãe e minha irmã- para beber água de coco quando voltávamos da escola era um dos últimos símbolos do cemitério de pessoas escravizadas e pessoas pobres que ali existiu. É nesse território que ouço pela primeira vez as histórias da minha família, de onde eu vim e quais as lutas meus ancestrais tiveram.

História essa que a cada dia descubro um elemento novo História que passa por uma família históricamente rica de Okinawa que por conta da crise que o Japão estava passando, abandona seu país de origem e cruza o globo terrestre, que passa pela produção de banana e sua exportação. (que passa também por uma leitura sócio-histórica de que se amarelos puderam plantar e ganhar terras é também porque negros e indígenas foram marginalizados e excluídos). Uma família divida pela II Guerra Mundial. Há na família por parte de pai, a história que meu avô foi denunciado por falar e ensinar japonês nesse período e que soltados tentaram leva-lo, enquanto minha avó afirmou que somente o levariam por cima de seu cadáver. Ao final, desistiram de leva-lo. A família que teve de lidar com a briga entre vitoriosos e derrotistas (Shindo Renmei). Uma família que viveu os horrores da ditadura militar e participou ativamente do processo de redemocratização. Uma família que não participou da história do Brasil de forma passiva, mas fomentou na organização entre trabalhadores, posteriormente a organização para trazer seus filhos de Okinawa e na criação de uma Associação e de outros espaços nipo brasileiros

Destaco aqui, a importância da pesquisa a partir da história oral. Por meio do arquivo virtual da história dos imigrantes da USP pude encontrar parte da história da minha família pouco contata devido a imensa dor que permeiam essa narrativa, podendo ser lido o relato do meu tio no link: http://www.historiasmigrantes.com.br/index.php/testemunhos/693tes-24-jorge-hanashiro

Por parte de mãe, a história descende de duas famílias que imigraram do Japão para o Brasil nos anos de 1930 ou 32. A familia da Obatian(Avó) veio (da região de)Yamanashi Ken e a família do Odisan(Avô) de Aichi Ken. Ambos vieram com suas famílias durante o final da adolescência por conta da pobreza e da fome que o Japão se encontrava e inicialmente vieram trabalhar na colheita de algodão. Inicialmente quando vieram, as famílias foram iludidas com a proposta de que trabalhariam por cinco anos, ganhariam muito dinheiro e retornariam ao Japão, porém, não foi isso que aconteceu. Casaram-se por meio do Miai (casamento arranjado) e tiveram cinco filhos.

Minha mãe, nascida em Pereira Barreto, morou ainda em Andradina, Itapuí e Atibaia antes da família chegar em na cidade de São Paulo. Esse trânsito se deu na busca de melhores condições de vida e de trabalho, buscando um trabalho que não precisasse trabalhar para outras pessoas. Em Andradina, o Odisan tentou ter uma padaria e em Itapuí trabalhou com hortalícias.

Desde muito nova, ainda criança, rememora vender hortalícias de porta em porta antes do horário de ir para a escola, ao mesmo tempo ela relembra seu empenho por esportes como corrida e tênis de mesa e a paixão do meu ditchan por violino, chogui (jogo de tabuleiro) e beisebol.

Meu avô vítima do uso do agrotóxico no plantio de tomate, faleceu por intoxicação na cidade de Itapuí, quando minha mãe ainda tinha 10 anos. Assim minhã mãe rememora a luta da minha avó (uma mulher imigrante sem falar praticamente português, mãe de 5 filhos) pela subsistência.

Assim como na família de meu pai, na família da minha mãe há também o fato do meu avô também ter sido denunciado por falar e ensinar japonês durante o período da segunda Guerra Mundial.

Pela narrativa da minha mãe, uma história marcada por acesso (como a educação pública), mas também por escasses e privações. Minha mãe rememora por exemplo, de um professor que diversas vezes pagava a ela o lanche, pois sabia que ela estava com fome.

Em outros momentos, minha mãe relembra vivências rurais alegres e afetivas com suas irmãs em pés de manga e em outras árvores frutíferas.

Ainda assim, parte da família acessa o ensino superior, fazendo parte então de uma minoria brasileira. Minha mãe cursou pedagogia em São Paulo e depois mudou-se para Curitiba em busca de uma melhor formação em "educação especial", sendo até hoje uma de suas paixões e ela rememora o tempo na educação de crianças com Sindrome de Down com muito carinho.

Em minha memória minha batian, ou como chamávamos em casa obatian do bosque (por morar na região do bosque da saúde em SP), ela era uma mulher reservada, que pouco saía. Na maior parte da minha memória, ela morava nessa casa, junto de minha tia Namie. Gostava de assistir NHk, canal japonês de televisão. Rememoro nessa casa, refeições como bacalhoada feita pela minha tia acompanhada de bentôs (marmitas jponesa) de rotiserias japonesas e chás que tomávamos ao final das refeições. Rememoro ainda na casa, lembraças totalmente nipobrasileiros como acender incenso para o Odisan no Butsudan (templo doméstico), oferencendo a ele a primeira porção da refeição e a parede de casa cheia de calendários. Essas memórias se misturam com itens guardados na casa e no porão que contam a história desses cinco irmãos, dentre eles, inúmeras revistas de receitas e de costura. A fonte era principalmente o meu tio mais velho, que possuia uma banca de jornal, mas reflete também pontos que uniam as três irmas: receitas, costura e tricô e croche. Na casa havia ainda inúmeros novelos de lã da minha tia Namie que rapidamente se tornavam cobertores, casacos, luvas e outros apetrechos para dar a seus sobrinhos.

Nessa casa, ainda, morei por poucos meses, quando assumi meu concurso na prefeitura de São Bernardo do Campo, que será contado na minha trajetória profissional (que será abordado posteriormete). No momento que morei nem minha Obatian nem minha tia residiam mais lá. Após o falecimento da minha avó em 2010, meu tio passou a residir lá e foi com ele que residi durante alguns meses.

Enquanto escrevia a história da família da minha mãe, segurava em minhas mão a guia de nanã, guia que pertenceu a minha tia Namie, numa tentativa sagrada de tentar me conectar com ela e a ela pedir inspiração.

Ainda, para além da camada racial, minha história passa ainda por outra vivência que marca a trajetória da minha família e por consequência a minha. Meus pais dedicaram anos de sua vida na "Macrobiótica" ou "Escola de Autoeducação Vitalícia". Foi ali que dedicaram décadas de suas vidas, que se conheceram, que se casaram por meio de um Miai pelo líder dessa escola. É dele também que recebo meu nome. Passo os meus primeiros oito anos vivendo aquele espaço que tem centralidade na vida dos meus pais, seja no trabalho ou na sociabilidade. Aprofundar essa experiência complexa e minhas impressões sobre tal não é algo que pretendo fazer nesse memorial. O fato é que alguns privilégios me foram concedidos como: ter acesso a escola de japonês e ter minha mãe, uma pedadoga presente em tempo semi integral que me alfabetizou antes mesmo de eu acessar uma escola particular.

Após meus oito anos de idade, há uma ruptura com essa "Escola" e meus pais abrem um pequeno restaurante para servir refeições macrobióticas. Apesar de ser um objetivo idealizado por ambos, meu pai adoece em um quadro depressivo bastante grave e passa também a fazer uso abusivo de álcool, enquanto minha mãe assume toda a responsabilidade desse pequeno restaurante trabalhando jornadas exaustivas, cuidando de duas crianças e assumindo ainda a responsabilidade de cuidado pelo meu pai. Assim, grande parte do fim da minha infância, adolescência e início da vida adulta se passa com esse cenário de pano de fundo.

Nesse período de 10 a uns 15 anos, acompanhei meu pai em idas ao Hospital das Clínicas, internações em hospitais, casas terapêuticas e no CAPS.

Foi com a assistente social do CAPS que meu pai era atendido, que antes de eu prestar vestibular tive uma breve conversa sobre "ser assistente social".

Aproveito e resgato aqui, parte do meu agradecimento a eles no meu TCC de 2016:

"À minha mãe, meu exemplo de força e coragem, minha imensa gratidão por nunca medir esforços para que eu pudesse chegar até aqui. Por todo amor, paciência, trabalho intenso e noites de sono mal dormidas, meu “muito obrigada”! Obrigada por me deixar voar mesmo que isso significasse para você preocupações, sacrifícios lágrimas e saudades. Ao meu pai agradeço por me mostrar desde sempre que é possível lutar por um outro tipo de sociedade Muito obrigada por me inspirar com sua trajetória de luta contra a ditadura Muito obrigada também por ter me mostrado que o mundo e o ser humano é mais complexo do que parece. Mesmo não sendo sua intenção você me fez ver um mundo para além de mim que me fez mais forte. Talvez isso tenha um significado na minha vida e na minha escolha de profissão bem maior do que você imagina"

(HANASHIRO, 2016 p. 3)

Apesar de toda essa luta, ainda pude manter o privilégio de ser bolsista parcial e estudar em um colégio privado, o colégio Objetivo. Ali cursei o final do meu ensino fundamental e o ensino médio e posteriomente adentrei a uma Universidade Pública.

Hoje, meus pais vivem em uma chácara na cidade de Socorro, conhecidos como os japoneses da casa amarela, sendo um retorno da minha mãe ao contato com a terra assim como em sua infância podendo plantar suas flores, hortalíceas, leguminosas, frutas e tubérculos.