Informativo do Cabanga Iate Clube de Pernambuco - Gaivotas OnLine nº 30 - Nov/2014

Informativo do Cabanga Iate Clube de Pernambuco Nº 30 - ANO 3 - NOV/2014

TIAGO MONTEIRO É BICAMPEÃO PERNAMBUCANO DE OPTIMIST VELEJADOR DO CABANGA IATE CLUBE DE PERNAMBUCO CONQUISTOU ESTADUAL 2014 (PÁG 5)

Cabanga acerta últimos ajustes antes da tradicional regata Benedito Cesar (Pág 2) Velejador do Cabanga integra Comissão de Vela na Confederação do Esporte (Pág 4) Repórter do Cabanga participou da Refeno a bordo de um veleiro Oceano.

Confira o relato desse "Marinheiro de Primeira Viagem" Pág 6 à 8

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CABANGA ACERTA ÚLTIMOS AJUSTES ANTES DA BENEDITO CESAR

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stá mais que confirmada a 62ª Regata Benedito César - Ponta de Pedras/Recife, cuja largada está marcada para o dia 07 de dezembro. No último dia 13 de novembro, o departamento de vela do Cabanga Iate Clube, através da secretária Sueli Cavalcanti e do professor Edival Júnior, se reuniu com Anita César, esposa do já falecido criador do evento, para definir os últimos detalhes da regata mais tradicional do Estado.

“Todos os anos nós fazemos essa visita à família de Benedito e, mais uma vez, fomos muito bem recebidos. O encontro é de extrema importância, para saber se eles ainda têm condições de continuarem sendo anfitriões dessa regata tão tradicional. Confirmamos os últimos ajustes e

eles estão cada vez mais interessados em continuar com o evento”, declarou Edival Júnior.

A regata inclui várias categorias da vela, como Optimist, Laser, Snipe, Hobie Cat 14/16, Dingue, Day Sailer, Oceano entre outras.

Velejadores de Pernambuco e outros estados do Nordeste sempre marcam presença. A expectativa é que 100 barcos sejam inscritos na competição, com cerca de 200 velejadores. Em breve será divulgado o aviso de regata.

No ano passado, o troféu Fita Azul ficou nas mãos do velejador Eliseu Vieira, então com 53 anos. Foi a oitava vez - em 16 participações - que

Edival Júnior em visita a Dona Anita César, esposa do Benedito César.

Eliseu ficou com o prêmio. Ele completou as 27 milhas que separam o ponto de partida (Pontas de Pedra) do Marco Zero (Recife) em 2h29min.

CONFRATERNIZAÇÃO Está confirmada, também, a tradicional festa que antecede a regata, realizada sempre na véspera da largada, no casarão da família, em Ponta de Pedras.

EMBARCAÇÃO QUE CAPOTOU NA REFENO É ENCONTRADA

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m mês e meio. Foi esse o tempo em que o barco Nativo ficou à deriva, sem sequer um tripulante e em alto mar. No último dia 11 de novembro, a embarcação que

virou horas depois da largada da 26ª edição da Regata Recife/Fernando de Noronha (Refeno), na noite do dia 27 de setembro, foi encontrada por pescadores depois de encalhar após uma maré de cinco metros na Ilha de Canelas, na Baía de Maiaú, em Bragança, no Pará.

O responsável por identificar o barco foi um professor do Instituto Federal do Pará (IFPA), Cristovam Diniz. Ele foi avisado por pescadores que um avião havia caído no local. Ao notar que se tratava de um barco, Cristovam investigou e encontrou um cartão com o telefone do irmão do comandante da embarcação, Jorge Neves.

Ligou e deu a notícia. “O Nativo está completamente estragado, possuindo apenas com o casco

central, que está furado”, explicou Jorge. Nele, foram encontrados um pen-drive e uma estação de vento. Jorge Neves avisou que em breve deve ir ao Pará. Última vez que embarcação foi vista ela estava em Fortaleza

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BRASIL GARANTE VAGA NO PAN 2015 DE HOBIE CAT 16

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Brasil garantiu, no último dia 9 de novembro, vaga nos Jogos PanAmericanos 2015 na classe Hobie Cat 16. O responsável por carimbar o passaporte nacional foi a dupla André Montenegro Henriques e Isabelle Crispim, da Paraíba, que terminou o Campeonato Sul-Americano de Hobie Cat 16, realizado no Cabanga Iate Clube de Pernambuco, na sub-sede de Maria Farinha, Litoral Norte do Estado, na segunda colocação

geral. A dupla mexicana Armando Noriega e Andrea Dutton ficaram com o título.

A competição definiu os três últimos países classificados para o Pan de 2015.

México, Brasil e Venezuela ficaram com as vagas. Além desses três países, estavam na luta pelas vagas Argentina e Cuba, cada um com uma dupla representante. Canadá, Porto Rico, Guatemala e Estados Unidos já haviam garantido vaga nos Jogos PanAmericano na classe Hobie Cat 16.

PERNAMBUCO Outro importante resultado foi a colocação dos pernambucanos Guilherme Araújo e Tiago Monteiro. Os dois terminaram a competição em 10º lugar. "Não treinamos e tivemos um excelente resultado. Foi muito boa nossa colocação", comentou Tiago Monteiro. A também pernambucana Geisa Lira, que mora em São Paulo e forma dupla com o paulista Felipe Frey, ficou em 12º.

(30), a partir das 8h, será realizado o II Passeio Ciclístico pelas Ciclofaixas do Recife. O evento foi solicitado pelos próprios associados do clube.

Após a pedalada, uma

deliciosa mesa de frutas estará à disposição dos participantes. Vale lembrar que o passeio é gratuito, aberto para sócios e convidados. Não deixe de participar!

Dupla da Paraíba terminou competição continental na segunda colocação geral

PASSEIO

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stá cada vez mais próximo o dia em que os sócios do Cabanga Iate Clube de Pernambuco trocarão as águas e o vento por asfalto e pedais. No próximo domingo

Próximo dia 30 os sócios do Cabanga Iate Clube trocarão as águas pelos pedais.

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VELEJADOR PERNAMBUCANO É O MAIS NOVO INTEGRANTE DO CONSELHO TÉCNICO DE VELA

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ernambuco está ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional da vela. O pernambucano Ted Monteiro, famoso pelos títulos conquistados nas águas, é o mais novo membro do Conselho Técnico de Vela (CTV), criado há um ano e meio pela da Confederação Brasileira de Vela (CBVela). O grupo trabalha para buscar melhorias técnicas nos campeonatos nacionais e internacionais do esporte.

“Ficou decidido que cada região terá, pelo menos, um representante. É um passo muito importante para a vela pernambucana, pois estamos envolvidos e sabendo de tudo o que acontece lá dentro. Temos uma reunião a cada dois meses. Já participei de quatro encontros. Agora, não só Pernambuco, mas também o Nordeste tem alguém para ser a sua voz”, comemorou Ted. O foco do CTV está centralizado no classificatório para as Olimpíadas. Antes, as vagas eram decididas numa

O velejador campeão pelo Cabanga Iate Clube, Ted Monteiro, ganha espaço no Conselho Técnico de Vela

disputa pré-olímpica, o que causava freqüentes injustiças. “Às vezes, acontecia de um velejador estar indo muito bem durante todo o ano, mas ir mal no pré-olímpico e ficar sem a vaga. Por isso, resolveram criar esse conselho técnico, que vem avaliando todos os velejadores olímpicos do Brasil desde o início do ano”, explicou Ted. O CTV tem um prazo de quatro anos de existência, podendo ser renovado

posteriormente. “O nosso objetivo principal é identificar nomes que possam aos poucos integrar a delegação brasileira que disputará os Jogos do Rio em 2016 e outras competições internacionais.

Tudo será na base da avaliação técnica, tendo como base várias edições de campeonatos. Isso é muito bom para descobrirmos novatos que possam se destacar”, encerrou Ted.

PRÊMIO

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ue a dupla Martine Grael e Kahena Kunze é a melhor do mundo, ninguém duvidava. Desde que começaram a velejar na classe 49er FX as duas tem conquistados diversos títulos internacionais.

E para comprovar o alto nível, as meninas receberam no último dia 4 de novembro o prêmio Isaf Rolex Melhor Velejador do Mundo. O prêmio foi entregue pela Federação Internacional (Isaf), que reconheceu todo o esforço delas neste último ano. Martine e Kahena são líderes do ranking mundial desde novembro do ano passado e só em 2014 conquistaram nada menos que seis títulos internacionais, sendo o último o Mundial, disputado na Espanha. Esta é a quarta vez que um brasileiro é eleito melhor velejador do mundo desde 1994, quando foi entregue pela primeira vez. Antes da dupla, Robert Scheidt havia vencido em 2001 e 2004 e Torben Grael, pai de Martine, em 2009.

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TIAGO MONTEIRO É CAMPEÃO DO CAMPEONATO PERNAMBUCANO DE OPTIMIST 2014 campeonato Pernambucano 2014 de Optimist chegou ao fim.

No último fim de semana, a flotilha entrou na água para disputar as últimas regatas da competição estadual. E, mais uma vez, o velejador Tiago Monteiro confirmou o favoritismo, assegurando a liderança e, consequentemente, o título do Pernambucano. Ele terminou o campeonato com nove pontos.

Ao todo, foram disputadas 12 regatas durante todo o ano, das quais 10 foram lideradas por Tiago. É importante lembrar que o velejador foi um dos representantes do Brasil no Mundial de Optimist, realizado recentemente, na Argentina. Na ocasião, Tiago Monteiro terminou em 18º no Grupo Prata.

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Quem também se destacou no Pernambucano de Optimist 2014 foi Marina Hutzler, que terminou na vice-liderança, com 24 pontos.

Completando o pódio, Tiago Soares foi o terceiro colocado final, com 28 pontos somados.

No Brasileiro 2015 da classe, Pernambuco contará com nove representantes (na classe masculina). Na feminina, não há limitações para as vagas. Portanto, o Cabanga Iate Clube de Pernambuco poderá levar quantas

Tiago Monteiro é campeão do Pernambucano de Optimist 2014

velejadoras quiser.

Os pontos do Campeonato Pernambucano serão somados com os do Ranking Optimist, que também acabou nesse segundo semestre. A partir dessa junção que são definidos os classificados para o campeonato nacional da classe.

O LEGADO DO MUNDIAL DE OP PARA TIAGO MONTEIRO

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articipar do Campeonato Mundial de Optimist foi uma experiência sem tamanho para o velejador Tiago Monteiro, de 13 anos. Com a 87ª posição no ranking geral, o pernambucano conseguiu atingir sua meta pessoal (ficar entre os 100 melhores) e de quebra teve a oportunidade de conhecer de perto o nível dos velejadores de diferentes lugares do mundo. A competição, sediado em San

Velejador do Cabanga conheceu de perto nível técnico de diferentes lugares do mundo

Isidro/Argentina, contou com 210 participantes, de 51 países.

Só o fato de ter garantido vaga no Mundial já foi motivo de orgulho para a família. “Dificilmente Pernambuco consegue ter um representante num torneio desse nível. Agora, mais do que nunca, ele (Tiago) tem consciência da concorrência altíssima o Optimist oferece.

Foi uma experiência fantástica, algo que vai ficar registrado para o resto da vida dele”, disse o pai do garoto, Ted Monteiro, também velejador.

Durante o Mundial, nove regatas foram disputadas em águas argentinas. O melhor desempenho de Tiago veio na última regata, quando ele

conquistou o segundo lugar no Grupo Prata, que contou com 70 velejadores. O resultado fez o pernambucano saltar da 31ª para a 18ª posição no ranking do grupo.

Para não fazer feio em sua estreia, Tiago Monteiro seguiu um rígido cronograma de treinamentos, que incluía atividades na academia e acompanhamento psicológico.

Foram duas grandes novidades para o velejador de 13 anos, que respondeu positivamente aos novos métodos de treino.

O próximo foco de Tiago será o Brasileiro 2015. “Agora é usufruir dessa experiência adquirida na Argentina para as competições futuras”, finalizou Ted.

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ec p Es REFENO 2014: “MARINHEIRO DE PRIMEIRA VIAGEM” Jornalista da Assessoria de Comunicação do Cabanga fez o trajeto entre Recife e Fernando de Noronha a bordo da embarcação paulista Taru Andé, um monocasco de aço. Ramon Andrade, que nunca tinha andado de barco na vida, conta, a seguir, os desafios e a experiência em alto mar

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ecife, 27 de setembro de 2014. Meio-dia. Os barcos formam uma fila e navegam vagarosamente às margens do Marco Zero, como se fossem modelos. Os tripulantes, empolgados com a aventura que está por vir posam para a foto oficial da 26ª Regata Recife/Fernando de Noronha, a maior competição oceânica do Brasil. Meia hora depois, a buzina ecoa fortemente e é dada a largada. O cenário de festa ganha um contraste quando uma nuvem carregada se aproxima da capital pernambucana, empurrada por uma forte e impiedosa ventania.

"Caça a vela! Caça a vela!", grita o comandante da embarcação paulista Taru Ande, Antônio Vieira, vendo uma das laterais do seu barco ser coberta pela água do mar. Enquanto isso, centenas de pessoas observam de longe e acenam em tom de despedida, como se aqui dentro estivesse tudo bem. Com uma câmera na mão e uma sensação de inutilidade, eu não consigo parar de me fazer a mesma pergunta: o que estou fazendo nesse veleiro?

O Taru Ande é um barco muito bonito. Com um mastro de 25 metros de altura, se diferencia dos demais devido ao seu design clássico e à sua estrutura toda de madeira. No mar, grande parte da sua beleza fica escondida debaixo d'água. Por conta da altura de sua vela, o monocasco navega bastante inclinado, prestes a virar. Capturando imagens, andando torto como um bêbado rumo à Fernando de Noronha e ouvindo termos desconhecidos para uma pessoa que nunca foi ao alto mar o proprietário do barco, Moacir Marte, avisa que ainda dar tempo de desistir: nem pensar, respondo.

Apesar da chuva, conseguimos fazer uma largada fantástica. Fizemos ultrapassagens e demos a volta na boia da praia de Boa Viagem, um novo trajeto que foi exigido pelos organizadores da regata.

As manobras causam um verdadeiro rebuliço na parte interna do barco, com portas batendo e gavetas caindo. "Me dá uma mãozinha aqui", diz Kleber Pereira, enquanto tentava ajustar a bagunça.

"Vai ser assim daqui até lá. Eu te avisei que o bagulho é louco", acrescentou. Na minha mente, dou início a uma contagem regressiva. A previsão do pessoal do Taru Ande é atracar em Noronha em cerca de 48 horas. Olho para trás e vejo meu Recife ficar cada vez mais distante. É hora de tomar o primeiro Dramin.

No fim da tarde, o rádio de contato entre as embarcações é acionado. Um tripulante de um determinado barco desistiu e agora solicita o resgate da Marinha. "Não quer aproveitar a carona deles?", me pergunta Wellington Ortega. Nem pensar, respondi novamente. Levanto para tomar água e comer uma barra de cereal, sempre me apoiando em alguma coisa. "Vai ser assim daqui até lá", penso comigo mesmo, olhando fixo para o mar. A essa altura, não consigo avistar terra firme e vejo água por todos os lados. A vida aqui requer certo cuidado. Para evitar enjoo, nada de comida pesada: barras de cereais, sanduíches naturais, frutas e água.

A noite caiu. E, com ela, o mar fica ainda mais misterioso. Não é possível ver muita coisa, e isso me deixou bastante angustiado. Estamos em um verdadeiro breu. Essa imensidão me faz refletir com mais calma: será que todo esse esforço vai valer a pena? O som das ondas não me ajuda a pensar numa resposta otimista.

Tento me distrair observando um aparelho eletrônico que indica todas

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as medidas do barco, mas acabo de descobrir que estamos a mais de 500 metros de profundidade. Muita calma nessa hora. É curioso o modo despreocupado que os tripulantes se mostram na hora de tirar um cochilo. Os lugares são os mais improváveis: do lado do sofá, embaixo da mesa da sala, entre outros. Deitam por ali mesmo e adormecem tão facilmente. Nos quartos, o clima não é dos mais agradáveis. A cama balança como um carrossel, enquanto a parede range como uma trilha sonora dos filmes de terror. O abafado complementa o ambiente enjoativo. O jeito é seguir os conselhos dos colegas e me aconchegar num canto seguro do sofá. O cansaço me ajuda a dormir pela primeira vez em alto mar.

Acordo desnorteado, tendo a certeza de que uma porta acaba de bater. Demoro dois ou três segundos para fazer o "check in" em minha mente. O que estou fazendo nesse veleiro? Ainda sem entender direito, levanto e vou até o lado de fora. O vento está forte, e faz a vela do barco emitir um som semelhante ao dos trovões. Mas a chuva já se foi e a madrugada está estrelada. Enquanto isso, os tripulantes estão em silêncio, observando o mar, que responde com um azul escuro e brilhoso. "É muito bonito, não é?", pergunta Vanilde Alves, mais conhecido como Alemão. Começo a enxergar os motivos que cativam esses caras. Realmente, apesar da escuridão, o cenário agora está encantador.

Entre um cochilo e outro, chegamos a um belo dia de sol. Agora, a única certeza que tenho é que nenhum barco está por perto. O relógio marca meio-dia, portanto faz 24 horas que partimos do Recife. Restam outras 24. É justamente nesse momento que somos surpreendidos por um grupo de golfinhos. Todos eles saltam ao mesmo tempo, como uma dança minuciosamente ensaiada. Ficam rodeando o barco por alguns minutos, até sumirem completamente. Ainda durante a tarde, observo de longe uma chuva que vai embora. É engraçado, porque aqui está sol. E lá, uma tempestade que nem se mexe, parecendo mais um quadro sem moldura. A nuvem roxa com traços finos apontados para baixo, como se estivessem congelados. Mais uma bela imagem que devo guardar para o resto da vida.

No primeiro dia, tudo era novidade. Mas, no segundo, a angústia era a minha maior inimiga. O semblante calmo dos tripulantes denuncia a paixão deles pelo mar. "Isso aqui é para quem gosta de verdade", diz Alemão. No rádio de contato, o comandante de uma embarcação avisa que nos vê de longe, com a ajuda de seu binóculo.

Horas depois testemunhei o último pôr do sol em alto mar. Conseguimos um bom fluxo de navegação, com o barco navegando numa média de nove nós (a previsão era uma média de seis ou sete nós). A possibilidade de vencer na classe "aço" deixa os meus colegas animados. "Só saio daqui quando chegar lá", brinca o comandante Antônio Vieira, enquanto mexe no leme do barco. Olho o aparelho eletrônico de medidas e vejo que agora estamos a mais de quatro mil metros de profundidade. Tomei mais um Dramin.

A última noite em alto mar pareceu ser mais longa. Não consegui pegar no sono.

Quando finalmente tirei um cochilo, acordei assustado com meus colegas conversando em voz alta, empolgados. Isso porque já é possível ver um clarão no fim do horizonte, o que confirma que estamos mais perto do que nunca. As luzes de Fernando de Noronha me fazem sentir um explorador português, junto com uma vontade imensa de gritar “terra à vista!”.

O sol nasceu. Parece estar mais bonito. O

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formato de Fernando de Noronha começa a se desenhar no fim do horizonte. Aos poucos, vai ficando cada vez maior. Terra à vista. O relógio marca 5h. A ilha parece estar tão perto que tenho a impressão de que vamos chegar em alguns minutos. “Vai levar mais duas horas, pelo menos”, avisa Antônio.

Solto um riso típico de um inexperiente com alto mar. É melhor eu continuar meu trabalho. Pego a câmera digital para fazer algumas imagens da nossa chegada ao arquipélago.

Meu relógio marca 6h. A ilha está tomando um formato mais nítido. O sol está bem em cima da bela paisagem e ilumina Fernando de Noronha como um holofote que indica o caminho para a felicidade. Meus últimos momentos dessa aventura foram reflexivos. Sentado perto da proa do barco, observo os meus colegas falando as estratégias para cruzar a linha de chegada. Avistamos uma boia.

Antônio apruma o barco no rumo certo. Restam poucos minutos para a glória.

Uma buzina parecida com a da largada anuncia a chegada do Taru Ande às 7h09. Foram 42h39min49 de navegação. Nesse momento, os tripulantes se abraçam num clima cordial. “Fomos demais, Toninho!”, comemora Moacir, chamando o comandante pelo apelido. Como a precisão era de 50 horas, nosso tempo de navegação foi realmente motivo de orgulho. Agora, o Taru Ande está devidamente ancorado. Estamos todos observando O jornalista Ramon Andrade, do Cabanga, os golfinhos de Fernando de Noronha. E eu não vejo embarcando numa incrível aventura a hora de pisar em terra firme.

Recife, 2 de outubro de 2013. Acabo de desembarcar no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre. Estou de volta à minha cidade – dessa vez de avião. Não paro de pensar na grande experiência que obtive nos últimos dias. Começo a arrumar as coisas no meu quarto. Entre as lembranças da Refeno, trouxe comigo o troféu conquistado pelo Taru Ande na classe “aço”. Um barco de miniatura que hoje enfeita a cabeceira da minha cama e vai me ajudar a relembrar dessa aventura pelo resto da minha vida.

Valeu, Taru!

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Capitania dos Portos

Coluna O Capitão*

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Capitania dos Portos de Pernambuco está se preparando para o início da Operação Verão 2014/2015, marcada para ocorrer de 13 de dezembro de 2014 a 15 de março de 2015. É neste período em que a Marinha do Brasil (MB) intensifica a fiscalização do tráfego aquaviário com o objetivo de garantir a segurança no mar, visto que no verão aumenta o número de banhistas e de embarcações em nosso litoral.

As equipes de inspeção naval são responsáveis em verificar vários aspectos relacionados à salvaguarda da vida humana no mar, a exemplo da habilitação dos condutores, da documentação da embarcação, do material de salvatagem (coletes e bóias), dos extintores de incêndio, das luzes de navegação, da lotação, do estado da embarcação e do cumprimento das normas de segurança por parte dos seus condutores.

O cidadão que identificar ou tomar conhecimento de qualquer tipo de irregularidade ou infração deve comunicar o fato à Capitania, por meio do telefone (81) 3424-7111 ou pelo e-mail: ouvidoria@cppe.mar.mil.br para averiguação e esclarecimentos dos fatos, bem como adoção das medidas cabíveis.

Colabore com a Capitania dos Portos de

Pernambuco a tornar o lazer no mar mais seguro e acompanhe abaixo os mandamentos da Segurança no Mar: 1 – Não esqueça a habilitação quando for navegar; 2 – Não esqueça os coletes salva-vidas e extintores de incêndio; 3 – Mantenha a distância segura das praias e dos banhistas; 4 – Respeite a lotação da embarcação; 5 – Se beber, passe o timão para alguém habilitado; 6 – Não polua o mar; 7 – Faça a manutenção correta de sua embarcação; 8 – Respeite a vida, seja solidário; 9 – Ao sair, informe o seu plano de navegação ao Iate Clube, Marina ou Condomínio; e 10 – Conduza a embarcação com prudência e em velocidade compatível para evitar acidentes.

Nas águas do Leão do Norte, segurança é o nosso forte! * Capitania dos Portos de Pernambuco

CABANGA IATE CLUBE Av. Engenheiro José Estelita, FONE: (81) 3428.4277 São José Recife/PE; 50.090040 www.cabanga.com.br

EXPEDIENTE: EDITOR EXECUTIVO Marcos Medeiros João Jungmann

JORNALISTA: Maurício Júnior Tatiane Cybelle Góes

ESTAGIÁRIO: Ramon Andrade