Brasil de Fato PR | Edição 54

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Assessoria CBF

Esportes | p. 12

Paraná | p. 6

Fantasma na dianteira

Agricultura ecológica

Operário é o primeiro clube do Sul a levantar a taça do Brasileirão da Série D

Lapa recebe 16ª edição da Jornada de Agroecologia na próxima semana

MST

Ano 02 | Edição 54

PARANÁ Geral | p. 3

Mais privatização Direção da Petrobras anuncia venda de setor de fertilizantes

14 a 20 de setembro a de 2017

distribuição gratuita

“QUERO QUE A LAVA JATO TENHA A CORAGEM DE DIZER: NÃO TEMOS PROVAS E MENTIMOS”, DIZ LULA Ricardo Stuckert

Cultura | p. 11

Voando baixo Curitiba recebe Circuito Paranaense de Skate Amador neste fim de semana Divulgação

Opinião | p. 2

Será que escapa? Alvo de delações e provas, Temer pode não se livrar de nova denúncia de Janot

O ex-presidente Lula (PT) veio a Curitiba nesta quarta-feira (13) para prestar o segundo depoimento como réu na operação Lava Jato. Mais uma vez, o que poderia ser um dia triste na carreira do petista se transformou em um momento de participação popular e apoio Lava Jato | p. 7, 8 e 9


2 | Opinião

Reforma da Previdência, o retorno

EDITORIAL

V

oltou à agenda política nacional, nesta semana, a votação da reforma da Previdência. Segundo Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, o Governo espera que a proposta seja votada na Câmara dos Deputados em outubro. A proposta estava parada desde maio, mês em que Temer foi delatado por receber pagamento de milhões em propina e caixa dois. Com o escândalo, abriu-se a possibilidade de afastamento do presiden-

OPINIÃO

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te golpista. O governo – que, antes disso, já tinha mais de 90% de rejeição entre os brasileiros – acabou perdendo também o apoio parlamentar necessário para a tramitação da reforma. Agora, com a poeira mais baixa, Temer volta a insistir na Reforma da Previdência. O povo trabalhador precisa deixar claro que as decisões sobre as condições de trabalho e aposentadoria não podem seguir esta lógi-

As mobilizações de rua nos chamam para resistir à reforma da Previdência e aos outros ataques deste governo

ca dos interesses privados dos que têm poder político e econômico. Além de estar até o pescoço em esquemas de corrupção, Temer está colocando o Brasil à venda com sua agenda de privatização e retirada de direitos sociais. As mobilizações de rua nos chamam para resistir à Reforma da Previdência e aos outros ataques deste governo. É lá que poderemos mostrar a nossa força e o nosso desejo de um projeto popular para o Brasil.

O presidente mais corrupto da história

Por Manoel Ramires, jornalista e editor do site Porém.net

C

ada dia fica mais claro quem é o presidente mais corrupto da história. Ele se chama Michel Temer. As delações de Joesley Batista e do corretor Lúcio Funaro

Temer dificilmente escapa de uma segunda denúncia promovida pelo procurador-geral Rodrigo Janot

seguidas de provas demonstram que o Brasil está sendo governado por uma quadrilha que tomou o poder para continuar na impunidade. As revelações do operador do PMDB, Lúcio Funaro, homologadas pelo STF, deixam claro que foi dado um golpe parlamentar para estancar a sangria. O delator disse que Eduardo Cunha tramou diariamente com Michel Temer a queda de Dilma Rousseff. “Na época do impeachment, eles confabulavam diariamente, tramando a aprovação do impeachment e, consequentemente, a assunção de Temer como presidente”, admitiu, em trecho do seu depoimento. Mais do que isso, Funaro apontou as propinas recebidas da Odebrecht. Cerca de

Agência Brasil

R$ 1 milhão pagos em espécie no escritório do advogado e ex-deputado José Yunes, amigo de Temer. Se não bastasse tudo isso, há também a maracutaia no porto

de Santos, em que o ministro Luís Roberto Barroso já autorizou investigação. Nela, há suspeitas de recebimento de vantagens indevidas dos envolvidos a partir da edição do

Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017). Temer dificilmente escapa de uma segunda denúncia promovida pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Ao seu lado, porém, o presidente mais corrupto da história conta com a conivência da corrupção moral do próprio STF, que há um ano, segura pedido de Dilma. Também conta com a mídia, que apoiou o golpe mesmo sabendo quem viria, e do mercado, que patrocinou os sicários que estão no poder em nome das reformas. Temer é presidente de uma turma que não protesta mais porque atingiu seu objetivo: crucificar seu próprio povo em nome do ódio que sente por um partido político e pela figura do ex-presidente Lula.

EXPEDIENTE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará e Paraná. Esta é a edição nº 54 do Brasil de Fato PR, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 EDIÇÃO Ednubia Ghisi e Pedro Carrano REPORTAGEM Daniel Giovanaz, Franciele Petry Schramm e Carolina Goetten COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Davi Macedo, Manoel Ramires, Gabriel Ruiz e Julia Dolce ARTICULISTAS Roger Pereira, Marcio Mittelbach, Cesar Caldas REVISÃO Maurini Souza e Priscila Murr FOTOGRAFIA Leandro Taques, Joka Madruga, Jaqueline Vieira e Mídia Ninja ADMINISTRAÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Gustavo Erwin Kuss, Daniel Mittelbach, Luiz Fernando Rodrigues, Fernando Marcelino, Naiara Bittencourt e Robson Sebastian TIRAGEM SEMANAL 20 mil exemplares REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr


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Assessoria

Richa blindado Ratinho Jr. (PSD) reassumiu sua vaga na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), após deixar a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu), no dia 12. De volta à Alep, ele anunciou ser contra a instauração de uma (CPI) sobre denúncias apontadas pela Operação Quadro Negro – investigação de corrupção de R$ 20 milhões em obras de escolas públicas. O esquema bancou a reeleição de Beto Richa (PSDB). Agora Ratinho é mais um na bancada governista para blindar Richa. Jornalistas Livres

Representa quem? Um levantamento do De Olho nos Ruralistas mostra que há pelo menos 25 Projetos de Lei tramitando no Congresso que ameaçam aos direitos dos povos indígenas e quilombolas. A maioria dos projetos foi sintetizada em projetos guarda-chuva, como a PEC 215, que pretende transferir para o Congresso a demarcação de terras tradicionais.

3 | Geral

FRASE DA SEMANA

R A DA R DA LUTA

“Ninguém tem que ser agressivo por conta de religião, gênero ou raça. Estamos em 2017, esse tipo de preconceito tem que acabar”,

Pedro Carrano

Solidariedade aos mexicanos O Sindicato de professores do estado de Oaxaca, no México, convocou os 37 setores da entidade, de sete regiões do estado, para coordenar brigadas de solidariedade ao impactado pelo terremoto de 8.4 graus que atingiu o país. Mais de dois milhões de pessoas foram afetadas neste e no estado vizinho de Chiapas..

Disse a atriz Carol Duarte em entrevista para a revista ‘Quem’. Ela interpreta Ivan, um personagem transexual na novela ‘A força do Querer’. Divulgação

Setor de fertilizantes da Petrobras pode ser privatizado Entrega à iniciativa privada deve aumentar déficit na produção Davi Macedo | Curitiba (PR) A direção da Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (11), que iniciou o processo de privatização de suas unidades de produção de fertilizantes nitrogenados. Foram colocadas à venda a Araucária Nitrogenados S.A, instalada na cidade de Araucária (PR), região metropolitana de Curitiba, e a Unidade de Fertilizantes III (UFN-III), de Três Lagoas (MS). Segundo a nota divulgada pela estatal, trata-se de uma “oportunidade de desinvestimento alinhada ao objetivo estratégico de saída de segmento de fertilizantes”. Por outro lado, a privatização dessas unidades vai deixar o país dependente das multinacionais do setor. O Brasil possui déficit na produção de fertilizantes, uma área estratégica para a produção de alimentos e para a exportação de grãos como soja e milho, um mercado importante para a economia na-

cional. “Produzimos cerca de 24% dos fertilizantes que consumimos. Os outros 76% vêm de importação de multinacionais. Entendemos que as fábricas de fertilizantes devem ser mantidas nas mãos da Petrobrás, porque é uma questão de soberania nacional”, aponta Gerson Castellano, trabalhador da Araucária Nitrogenados e dirigente do Sindicato dos Petroquímicos do Paraná (Sindiquímica) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Produção A Araucária Nitrogenados utiliza resíduo

asfáltico da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) para produzir, por dia, até 1.303 toneladas de amônia, 1.975 t de ureia, 200 t de gás carbônico, 75 t de carbono peletizado, além de 450 m³ do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32). Cerca de 800 pessoas trabalham na empresa atualmente. Já a UFN-III sequer entrou em operação. A construção foi paralisada em dezembro de 2014, quando estava com cerca de 80% do projeto concluído, por conta da crise gerada pelas denúncias de corrupção na Petrobras. Sindiquimica

Anulação da reforma trabalhista Dia 14, quinta-feira, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) fará o “Dia Nacional de Lutas para Anulação da Reforma Trabalhista”, com o objetivo de coletar mais de 1,3 de assinaturas para apresentar ao Congresso um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip). A ideia é anular, com isso, a reforma trabalhista (PLC 38/2017), aprovada no Senado em 13 de julho.

Dia para defender os serviços públicos Ainda no dia 14, organizações do serviço público federal chamam um dia de mobilização. Em Curitiba, a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR) convoca o “Dia de Lutas e Paralisação em Defesa dos Serviços Públicos”, a partir das 9h, no pátio da Reitoria da UFPR, centro da cidade.


4 | Cidades

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Após assassinato de motorista, categoria cobra segurança nos ônibus

Ex-BBB é condenado a 12 anos de prisão por estupro

Edmilton José de Melo foi assassinado em um arrastão na madrugada de 23 de julho

Laércio de Moura, ex-BBB e morador de Curitiba, foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável e armazenamento de material (foto ou vídeo) com cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança ou adolescente. O ex-brother está preso desde maio de 2016, acusado de estupro de vulnerável e de fornecer bebidas alcoólicas a menores de idade. A decisão da Justiça foi divulgada nesta terça-feira (12)

Priscila Murr

Carolina Goetten, Curitiba (PR) Motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba denunciam uma realidade de precarização e insegurança. Para chamar atenção da sociedade e do governo municipal, a categoria realizou uma série de paralisações de uma hora na última semana. A ação ocorreu em diferentes terminais da cidade, como no Campo Comprido, Campina do Siqueira, Santa Felicidade, Caiuá e Fazendinha, e também na região central. “Nossa maior dificuldade é que todas essas horas são descontadas e há constantes ameaças de demissão, e isso prejudica a adesão da categoria”, explica o motorista Jarbas Maranhão, que dirige há oito anos a linha São Braz. “E, ao mesmo tempo, os usuários se voltam contra nós quando paralisamos nosso trabalho para chamar a atenção das autoridades”. As ações de protesto por mais segurança se intensificaram depois da morte do motorista Edmilton José de Melo. Ele foi assassinado em um arrastão durante a madrugada de 23 de julho, enquanto dirigia a linha Curitiba/Jardim Paulista. Enquanto esses profissionais conduzem trabalhadores de toda a capital e região metropolitana entre pontos de origem e de destino, a sensação coletiva é de vulnerabilidade: segundo boletim interno da Urbanização de Curitiba S/A

Para exigir soluções, a categoria realizou uma série de paralisações de uma hora

(Urbs), entre janeiro e abril deste ano, a média de assaltos por dia ao transporte público chegou à marca de 5,7. Reivindicações Segundo Maranhão, as principais reivindicações são o monitoramento online, 24 horas por dia, no interior dos veículos; e uma atenção maior quanto à iluminação das ruas por onde passam ônibus, sobretudo nas ruas mais escuras. “Outra solução seria mover pontos de parada instalados em locais

Entre janeiro e abril deste ano, a Urbs registrou em média 5,7 assaltos por dia ao transporte público

de risco e levá-los a lugares movimentados, como em frente a comércios”, sugere o motorista. De acordo com Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), a categoria também reivindica a criação de uma delegacia especializada em crimes no transporte coletivo e mais viaturas da guarda municipal, dedicadas exclusivamente ao patrulhamento do transporte coletivo. Para fortalecer as mobilizações, o Sindimoc busca o diálogo com os trabalhadores nas garagens e convida a população a se somar num ato maior, em 20 de setembro. A concentração será na praça Rui Barbosa, a partir das 15h. Na tarde de terça-feira (12), o sindicato informou a suspensão das paralisações do transporte coletivo, diante da “coação das empresas, ameaças de descontos nos salários e de demissões”.

Redação | Curitiba (PR)

pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), mas já havia sido tomada no final de agosto. O processo corre em segredo de Justiça. A posição do MP-PR leva em conta o artigo do Código Penal que define como estupro de vulnerável qualquer tipo de contato sexual com alguém menor de 14 anos, ou sem discernimento para oferecer resistência. Um dos testemunhos contra Laércio é de uma jovem de 17 anos, que entregou à polícia o registro de conversas entre eles, entre 2012 e 2013.


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5 | Cidades

UTFPR criminaliza estudantes e professores por ocupação de campus Entre os nomes investigados, o consenso é de que o processo ocorre por perseguição política Ednubia Ghisi

Carolina Goetten Curitiba (PR)

N

o ano passado, em 19 estados do país, milhares de estudantes ocuparam suas escolas e universidades contra medidas impostas pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB). No Paraná, mais de mil instituições de ensino foram ocupadas em reação às novas políticas, marcadas por um grave impacto sobre a educação – dentre elas, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Neste mês, porém, professores e alunos do campus Curitiba da UTFPR foram notificados pela direção sobre um processo de sindicância, aberto com o propósito de criminalizar os envolvidos na luta contra o desmonte das escolas públicas. Entre os 50 nomes investigados, que incluem professores e estudantes, o consenso é de que o processo foi motivado por perseguição política. Conforme a estudante Wanessa*, que participou da ação em 2016, a ocupação da UTFPR foi bastante turbulenta em relação às demais: houve um forte movimento de desocupação encabeçado por estudantes e professores contrários à luta coletiva. “Foi necessário construir uma mobilização fechada para resistir à violência de quem estava fora, nos portões, forçando a nossa saída”, relata a estudante. Sem direito de resposta A direção do campus Curitiba bloqueou o acesso de Wanessa e dos quase 40 alunos criminalizados na sindicância ao sistema da Universidade, antes mesmo de escutar seus depoimentos. “Só foram ouvidas as testemunhas do lado de fora e já nos con-

Ocupação do campus central da UTFPR de Curitiba durou sete dias, no final de novembro de 2016

denaram. A impressão é que o diretor mal sabe o que está fazendo e quer apenas nos punir, como se fôssemos criminosos”, avalia Wanessa. Com o sistema bloqueado, os estudantes não podem colar grau, realizar ou cancelar matrículas. O processo os sujeita à suspensão de até 90 dias e até mesmo à expulsão da universidade.

Criminalização docente Diante do conflito, na ocasião, muitos docentes interferiram para garantir que ninguém se machucasse. A professora Yara*, que também pediu para não ser identificada, destaca que 300 educadores da UTFPR chegaram a formar um cordão de segurança para evitar ataques de bombas e as agressões do movimento que vi“Nenhuma das nha do lado de fora. “Um grupo de prouniversidades fessores – e eu estava ocupadas no entre eles – permaneceu na Univerpaís adotou esse sidade pelo maior procedimento”, tempo possível para diz professora proteger a integridade dos alunos, dos dois lados, e acalmar

os ânimos de todos”, recorda-se. Yara é um dos nomes intimados no processo de sindicância, que também fechou relatórios sem chamar os acusados. Ela assinala a perseguição política da iniciativa: dentre 13 docentes indicados para prestar depoimento, pelo menos metade tem ligação direta com o Sindutf-PR, sindicato que representa os professores da UTFPR. “Todos os que integravam a direção sindical foram intimados pela sindicância”, diz Yara.

Até o fechamento desta reportagem, dois educadores já prestaram depoimento na última segunda-feira (11) e quatro depuseram na quarta (13). “Nenhum outro campus da UTFPR abriu sindicância contra seus alunos e professores. Aliás, nenhuma das universidades ocupadas no país adotou esse procedimento”, informa a professora. *As entrevistadas preferem não se identificar, por receio de novas represálias

MOVIMENTO EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA NO PARANÁ No dia 25 de setembro, será lançado o Movimento Educação Democrática no Paraná, com a intenção de organizar a luta pela qualidade do ensino e pela educação livre. Na programação, o evento conta com palestra do professor Fernando Penna, da Universidade Federal Fluminense, e a participação de estudantes e professores da rede pública do estado como debatedores. A atividade será no edifício Dom Pedro I, da Reitoria da Universidade Federal do Pa-

raná, no Centro de Curitiba. Ainda em apoio e defesa da escola pública e dos estudantes e professores criminalizados da UTFPR, foi lançado um manifesto coletivo sob a forma de um abaixo assinado. A moção denuncia a perseguição política contra servidores que mediaram conflitos durante a ocupação da universidade, além dos 35 estudantes submetidos ao processo administrativo disciplinar.


6 | Paraná

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Lapa recebe, neste mês, 16ª edição da Jornada de Agroecologia Evento homenageia Keno, trabalhador sem-terra assassinado há dez anos pela Syngenta Joka Madruga

Momento da partilha de mudas e sementes, que acontece sempre no último dia da Jornada de Agroecologia

Carolina Goetten, Curitiba (PR) Entre 20 e 23 de setembro, um dos maiores eventos nacionais de incentivo à agroecologia e ao plantio sem veneno acontece no município da Lapa, região sul do Paraná. A 16ª edição da Jornada de Agroecologia espera receber três mil pessoas durante os quatro dias de atividades, todas gratuitas e abertas ao público. Neste ano, a Jornada homenageia o trabalhador rural sem-terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, assassinado há dez anos. Ele foi morto em 21 de outubro de 2007 por uma milícia armada, em um esquema organizado pela transnacional Syngenta Seeds e outros grupos ligados ao agronegócio. “O Keno é um companheiro que tombou na luta direta contra os grandes latifundiários”, explica Ceres Hadich, da coordenação do evento. Promovida por organizações e movimentos sociais do meio rural e urbano, além de técnicos, pesqui-

sadores, estudantes e professores, a jornada tem o objetivo de dar vida e força a outros modelos de plantio, na contramão do agronegócio. “A jornada é um espaço amplo de relações entre quem produz agroecologia e quem defende e quer construir esse projeto para a agricultura”, explica a coordenadora. “Os quatro dias juntos garantem aos participantes uma ampla troca de experiências e de conhecimento”. Programação Entre as atividades, os seminários temáticos da tarde de sexta-feira, 22, trazem o debate das sementes agroecológicas, economia solidária, educação do campo, dentre outros. Na quinta-feira, o dia todo é voltado ao intercâmbio e a oficinas nas comunidades da região, conhecidas pelas experiências na agroecologia. Ao longo dos quatro dias, uma feira vai expor a produção agroecológica e artesanato. Todas as noites, uma programação de atividades culturais promete movimentar o evento. Na sexta, o destaque é o bailão camponês.

Ocupação em Londrina conquista transporte público to. “Por isso que o ônibus pra nós foi uma grande vitória”, comemora. O transporte, porém, não funciona aos finais de semana e feriados. Nos dias úteis, o último ônibus sai Moradores e moradoras da em direção ao bairro até às 19h45, e Ocupação Flores do Campo, do bairro para o terminal às 20h05. localizada em Londrina, no norte do Eliane, que trabalha no preparo de Paraná, não precisam mais encardir salgados e bolos, acredita na impleos pés de barro para sair de casa em mentação do transporte como o inídireção a outras áreas da cidade. cio de bons frutos Desde o dia 30 de agosto, para a Ocupaa linha de ônibus 430 ção. “Como por Flores do Campo passou exemplo, um a circular no bairro. O acordo [com o destino é o terminal Linha de ônibus poder público] Gavetti, que dá acesso a pra gente estar outras linhas que levam em bairro é regularizado na ao Centro. conquista de moradia”, comOs moradores, que escomunidade pleta. tão no local há quase um ano, contam que era pre- ameaçada de Ocupação ciso andar cerca de quatro despejo A circulação quilômetros para chegar de uma linha até alguns pontos. Em dias de ônibus no bairro foi uma das de chuva, a situação das pessoas fireivindicações trazidas pelos cava ainda pior - as ruas, que não moradores durante a audiência são pavimentadas, ficavam cheias pública realizada na Ocupação, de lama. “Para ir atrás de um emno dia 25 de agosto. A atividade foi prego, de um médico, escola, você realizada após os moradores terem tinha que amarrar várias sacolas nos sido surpreendidos com a notícia de tênis, dar um passo e escorregar dois uma suposta reintegração de posse. e ir patinando até chegar no asfalto”, Os habitantes da Flores do Campo conta Eliane Marques dos Santos, também exigiram respostas em moradora da ocupação. Ela recorrelação à possibilidade de despejo. da que se sentia constrangida, pois, Cerca de 400 famílias - ou 3 mil mesmo usando sacolas de plástico, pessoas - vivem no local. “Não estaos calçados e roupas sujavam muimos pedindo nada demais. Só queremos saber para onde Jaqueline Vieira nossas famílias vão ser levadas se forem nos tirar daqui”, questiona a cabeleireira Geise da Cruz Botelho Marques. Antes de ser ocupada no dia 1 de outubro de 2016, a ocupação Flores do Campo era a área canteiro de obras parado há cerca de seis meses. Ali seriam construídas 1.218 unidades habitacionais, de 39 a 41 metros quadrados, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), do Governo Federal. A construção foi interrompida após a falência da empreiteira Fórmula Empreendimentos Imobiliários, responsável pela obra. Gabriel Pansardi Ruiz, Londrina (PR)


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7 | Lava Jato

Lula reafirma inocência e sai fortalecido de Curitiba ra do petista se transformou em um momento de festa e manifestação de carinho. Mais de sete mil pessoas, a maior parte de movimentos populares do interior do Paraná, demonstraram que confiam na inocência de Lula e apostam na volta dele à Presidência da República em 2018. A voz rasgada do ex-presidente, legado dos 20 dias de caravana pelo Nordeste, não impediu que

Daniel Giovanaz, Carolina Goetten e Franciele Petry Schramm, de Curitiba

O

ex-presidente Lula (PT) veio a Curitiba nesta quarta-feira (13) para prestar o segundo depoimento como réu na operação Lava Jato. Mais uma vez, o que poderia ser um dia triste na carrei-

ele arrancasse os aplausos do público de Curitiba. Pela segunda vez em menos de quatro meses, a cidade, que já foi propagada como símbolo da Lava Jato, se tornou palco de um momento-chave para a reafirmação da candidatura de Lula. Como no dia 10 de maio, o que se viu foi um tiro no pé daqueles que usam a Justiça e a mídia para tentar destruir reputações e suprimir o direito de defesa.

Midia Ninja

Leandro Taques

Midia Ninja

Leia a seguir

→ Os argumentos da defesa → As consequências políticas

Midia Ninja

Midia Ninja

→ As fragilidades da acusação


8 | Lava Jato

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Paraná, 14 a 20 de setembro de 2017

O cordão de isolamento formado nas proximidades do prédio da Justiça Federal para receber Lula representa a diversidade de pessoas que esteve em Curitiba neste dia 13. Jovens, negros, mulheres e idosos deram as mãos e abriram alas para a passagem do ex-presidente às 13h40, vinte minutos antes do horário marcado para o depoimento. Um dos fundadores do PT no Paraná, Jairo Graminho, de 89 anos, não mediu esforços para ver Lula de perto por alguns segundos. Mesmo de cadeira de rodas e com um dreno implantado no abdômen, ele pediu aos filhos que o levassem ao bairro Ahú debaixo de sol. Quando o ex-presidente desembarcou do carro, se deparou com quase 800 apoiadores vestidos em duas cores. O vermelho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e o laranja dos trabalhadores petroleiros, uma das categorias mais afetadas pelo golpe de 2016. Se do lado de fora do prédio o rosto de Lula expressava gratidão e serenidade, a postura assumida durante o depoimento mostrou a indignação acumulada desde a sentença condenatória sem provas no “caso triplex”. Diante do juiz de primeira instância Sérgio Moro, o petista reafirmou que discorda da maneira como

CUT

“Por que Lula está aqui prestando depoimento, sendo que não cometeu nenhum crime? Eleição sem Lula é fraude”, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores

a Lava Jato usa as delações premiadas para, segundo ele, exercer pressão sobre os investigados. Ao citar o depoimento recente do ex-ministro Antonio Palocci (PT), Lula foi taxativo: “Ele está preso há mais de um ano. Ele tem direito a querer ser livre. Mas se você não quer assumir a sua responsabilidade pelos atos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros. O Ministério Público, ligado à Lava Jato, Carol Goetten

“Não é só a defesa de um homem, mas a defesa da democracia e de um projeto de país”, Ana Julia Ribeiro, estudante secundarista

enveredou por um caminho que vocês estão com dificuldade de sair. O objetivo é encontrar alguém para me criminalizar”. Quanto ao objeto da ação penal, os vídeos demonstram que Lula não foi colocado diante de nenhuma evidência do suposto crime e apenas reafirmou sua inocência no caso. Por isso mesmo, o depoimento foi mais curto que o do dia 10 de maio. O pe-

tista acabou liberado pela Justiça Federal após duas horas de interrogatório, e ainda teve tempo para passar no hotel e “recarregar as baterias” antes de discursar em agradecimento aos militantes de várias partes do país. Entenda o caso O Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex -presidente Lula de receber dois imóveis da empreiteira Odebrecht em troca de benefícios em contratos com a Petrobras. A suposta propina teria sido paga com um apartamento em São Bernardo do Campo e um terreno em São Paulo, para construção de uma nova sede para o Instituto Lula. Mais uma vez, o que pesa contra Lula não são provas documentais, mas sim, depoimentos concedidos sob pressão, em troca de uma redução de pena – as chamadas delações premiadas. A defesa do ex-presidente pediu o adiamento dos prazos do processo até que fosse liberado o acesso aos documentos do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – onde a empreiteira costumava negociar pagamentos de propinas, segundo a Justiça. Além de consulta aos dados da empresa, os advogados de Lula também pediam acesso integral ao acordo de leniência firmado pela Ode-

Jefferson Rudy | Agência Senado

“Dão um golpe, derrubam uma presidenta e colocam um projeto que chamam de ‘ponte para o futuro’. A grande questão não é o que estão fazendo com o Lula, mas o que fazem por trás desse biombo de perseguição política” Roberto Requião, senador do Paraná (PMDB)


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Brasil de Fato PR brecht, para que pudessem cruzar dados e comprovar a inocência do petista. Ambos os pedidos foram negados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O relator da decisão foi o desembargador João Pedro Gebran Neto, amigo de Sérgio Moro – em livro publicado em 2008, Gebran Neto admitiu “amizade crescente” com o “culto e perspicaz” juiz de Curitiba. Em 2016, a defesa de Lula entrou com um pedido de suspeição, dada a amizade entre os juízes de primeiro e segundo grau, mas Gebran Neto se recusou a dar qualquer explicação sobre suas relações com Sérgio Moro. Próximos passos Após o depoimento dos réus, encerra-se a fase instrutória do processo, quando são produzidas as provas. Ambas as partes (acusação e defesa) serão chamadas a apresentar as alegações finais sobre o caso. Depois, os voltam às mãos do juiz Sérgio Moro, responsável pela sentença em primeiro grau. Mesmo após a sentença de Moro, cabe recurso, e o caso deve ser encaminhado para julgamento em segunda instância no TRF-4, onde está Gebran Neto. O clima na praça Os atos políticos desta quarta-feira foram convocados pela Frente Brasil Popular, que chamou o evento de 2ª Jornada de Lutas pela Democracia - para reforçar a ideia de continuidade em relação à 1ª Jornada, que reuniu 20 mil pessoas em Curitiba por ocasião do primeiro depoimento de Lula. A praça Generoso Marques, na região central de Curitiba, foi tomada pelos manifestantes desde o final da manhã. Além de trabalhadores semterra, estudantes e pessoas que vieram de todas as regiões do país de maneira autônoma para se solidarizar com Lula, havia juristas, pesquisadores, artistas populares e lideranças políticas nacionais. O sociólogo Emir Sader e o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, deram uma espécie de aula pública sobre os danos causados pelo desvirtuamento do Poder Judiciário no Brasil. Além do presidente da CUT, Vagner Freitas, da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do vice-presidente Alexandre Padilha e de vários senadores e deputados estaduais petistas, havia representantes de outros partidos, que também expressaram solidariedade a

Paraná, 14 a 20 de setembro de 2017 Une

“Toda mulher, todo LGBT e todo jovem negro que entrou na faculdade através de cotas, do Prouni, ou do Fies, não vai arredar o pé pra defender a Democracia. E defender a democracia é defender Lula” Jessy Dayane, vicepresidenta da União Nacional dos Estudantes

Lula. O ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que pertence ao mesmo partido de Michel Temer (PMDB), desvelou a estratégia dos golpistas: “Dão um golpe, derrubam uma presidenta e colocam um projeto que chamam de ‘ponte para o futuro’. A grande questão não é o que estão fazendo com o Lula, mas o que fazem por trás desse biombo de perseguição política”, disse. Ana Julia Ribeiro, estudante secundarista que ganhou notoriedade ao

discursar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em defesa das ocupações de escolas em 2016, foi além: “Não é só a defesa de um homem, mas a defesa da democracia e de um projeto de país”. Antes que o ex-presidente subisse ao palco, houve uma série de apresentações musicais e uma breve cerimônia de lançamento do livro “Comentários a uma sentença anunciada”, que reúne artigos de dezenas de juristas sobre as fragilidades da sentença condenatória em primeira instância no

9 | Lava 9 Jato

chamado “caso triplex”. O ex-presidente Lula chegou à praça às 18h40. Estava com a voz rouca, desgastada pelos inúmeros discursos inflamados que proferiu durante a caravana de 20 dias pelo Nordeste brasileiro. Mesmo assim, o recado para a multidão foi claro. O pronunciamento Antes de criticar os métodos da Lava Jato, Lula ressaltou que virá a Curitiba prestar “quantos depoimentos forem necessários”. O ex-presidente acrescentou que respeita o Poder Judiciário, mas pediu aos juristas a dignidade de pedir desculpas, quando o réu é inocente e sofre perseguição. “Ao invés de ficar nervoso, eu fico orgulhoso, porque depois de mais de dois anos investigando minha vida, gravando meus telefonemas, invadindo minha casa, ainda não encontraram uma única prova”, declarou. “Cometi um erro imperdoável para a elite: fiz com que durante 12 anos o salário mínimo aumentasse 84%”, disse. O discurso emocionado terminou em tom de convocatória: “O Lula incomoda muita gente, mas milhões de Lulas incomodam muito mais, e vão transformar esse país”, concluiu, ovacionado. Se alguém imaginava que a Lava Jato iria “vencer pelo cansaço” e poderia destruir a carreira política do ex-presidente, o dia 13 de setembro de 2017 mostrou que a tarefa não é tão fácil quanto parece. Marcello Casal Jr | Agência Brasil

“Esse processo [a Lava Jato] visa um retrocesso político institucional no país: já ficou claro o retrocesso nefasto desse processo sobre os nossos empregos, sobre nossa soberania. E esses juízes e promotores, que vivem em sua redoma social, não sabem o que causaram a milhares de brasileiros. Esse processo é para voltarmos à década de 1970”, Eugênio Aragão, jurista e ex-ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff


10 10 | Cultura

Paraná, 14 a 20 de setembro de 2017

“É importante que todo mundo tome posição”, diz escritor Autor de clássicos como ‘Olga’, Morais defende participação de artistas na resistência ao golpe Pedro Carrano, Curitiba (PR)

F

ernando Morais, jornalista, escritor e biógrafo, autor de sucessos editoriais, conversa com o Brasil de Fato Paraná sobre a participação de artistas e escritores na luta política, em especial após o golpe de Estado contra a ex-presidenta Dil-

Temer fez “um processo de destruição” do Ministério da Cultura

duan Nassar, em defesa do ex-presidente Lula, são importantes? Raduan Nassar [autor do livro Lavoura Arcaica], para mim, é o maior escritor brasileiro vivo e as pessoas descobriram de uma Brasil de Fato Paraná – Ar- hora para outra que se trata tistas e intelectuais passam de um democrata radical. a se posicionar neste momento contra o golpe de es- Do ponto de vista dos movitado no Brasil e por Diretas? mentos populares, é importante valorizar mais a esFernando Morais É impor- crita e a arte? Em geral, os tante que todo mundo tome políticos tradicionais lemposição. Eu brinco dizendo bram-se dos chamados arque eu já não tenho mais elei- tistas e intelectuais em época tores há muito tempo, mas te- de eleição. E não fazem nada nho leitores. Então, cada um [pela cultura]. Você vê o que tenta conscientizar as pes- o Michel Temer fez com o Misoas que atinge. É claro que nistério da Cultura, um proum artista da (Rede) Globo, cesso de destruição. O [godigamos, tem uma força in- vernador] Geraldo Alckmin finitamente maior, mas cada (PSDB) a mesma coisa, destruindo oficinas culturais e um faz a sua parte. fechando pontos de baile em Posicionamentos recen- São Paulo. E a esquerda não tes como o do escritor Ra- pode cometer o pecado de

Biblioteca Pública do Paraná

ma Rousseff. Ele esteve em Curitiba para o Tribunal Popular da Lava Jato, dia 11 de agosto, quando apresentou opinião crítica às irregularidades da Operação.

recorrer aos artistas apenas para assinar manifestos. Você acompanha a política na América Latina. Há uma política em comum sendo aplicada no continente? Sim. O golpe de estado dado no Brasil já havia sido testado com sucesso em pelo menos dois casos: no Paraguai

ESPECIAL | Receitas da Agroecologia

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Doce de batata de festa

Ingredientes 2 xícaras de batata doce cozida e amassada

1 xícara de leite condensado ½ xícara de leite 1 colher de manteiga

Modo de fazer Misture a batata doce com leite condensado e o leite em uma tigela ou bata no liquidificador, até a massa ficar homogênea. Coloque a mistura em panela, junte a manteiga e leve ao fogo, mexendo sempre, por cerca de 10 minutos ou até que desgrude do fundo. Deixe amornar e coloque em um saco de confeitar com bico de sua preferência, colocando-as em forminhas de papel, ou faça bolinhas com as mãos. Cubra com açúcar cristal.

(2012) e em Honduras (2009). Donald Trump declarou que não descarta a possibilidade de uma ação militar contra a Venezuela. Eu acho uma irresponsabilidade porque a Venezuela vai reagir. As forças armadas são chavistas [referência ao ex-presidente Hugo Chávez], são bolivarianas e são armadas.

Fonte: Livro “Receitas da florestas que a gente planta”, organizado pelo projeto Flora, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST).


Brasil de Fato PR

Paraná, 14 a 20 de setembro de 2017

Curitiba recebe Circuito Paranaense de Skate Amador

Para ficar por dentro Onde: Praça Afonso Botelho, bairro Água Verde. Quando: 16 e 17 de setembro, sábado e domingo, das 10h às 19h30. Quanto: Entrada franca.

Os encontros começam neste sábado (26) Fundação Cultural de Curitiba

Redação | Curitiba (PR)

O

skate vai tomar o fim de semana em Curitiba, com a 4ª etapa regional do Circuito Paranaense de Skate Amador. O encontro será realizado na Praça Afonso Botelho, nos dias 16 e 17, das 10h às 19h 30, e as competições serão ao som de músicas tocadas por DJ. Ao todo, serão disputadas quatro categorias: Mirim (de 4 a 13 anos); Iniciante (masculino, acima de 14 anos); Amador I (masculino, idade e tempo livre) e Amador II (masculino,

11 | Cultura 11

Inscrições no evento: R$ 15 (mirim e iniciante). R$ 20 ( amador I e amador II)

idade livre, tempo na categoria até 60 meses). No sábado, disputam as categorias mirim e iniciante. Já no do-

mingo, a competição fica por conta das categorias Amador II e Amador I. Os três primeiros colocados de

cada grupo receberão troféus e kits esportivos. Dos quartos aos sextos colocados de cada categoria ganharão medalhas e kits esportivos. A ação é promovida pela Federação de Skate do Paraná, com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba.

AGENDA 0800

Mostra Emergente O quê: O Teatro Novelas Curitibanas recebe a Mostra Emergente, com apresentação de cinco produções artísticas contemporâneas de cinco jovens companhias de Curitiba durante cinco semanas. A Mostra também conta com outras ações, como teatro lambelambe, Diálogo Emergente com produtores e professores de teatro de Curitiba, residências artísticas com estudantes de teatro das graduações da cidade, festas e ações de formação de plateia. Quando: De 13/09 a 15/10 – Apresentações de quinta a domingo, 20h. Diálogos Emergentes todos os sábados, 16h Teatro Lambe Lambe todos os sábados, 18h Onde: Teatro Novelas Curitibanas – Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1.222. Quanto: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia www.mostraemergente.com. Fundação Cultural de Curitiba

Workshop sobre história do forró O quê: Aula sobre a história do Forró com o violeiro pernambucano Cacai Nunes, um dos maiores pesquisadores do assunto. Abordará este gênero Divulgação musical do Nordeste desde seus primórdios e falará, claro, dos principais artistas: Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca. A aula é aberta ao público em geral. Quando: Dia 25 de setembro, segunda-feira, às 19h. Onde: Conservatório de MPB, R. Mateus Leme, 66. Quanto: Gratuito.

Exposição Palavras do Paraná O quê: Para apresentar um pouco do vasto e rico universo da literatura paranaense, a Biblioteca Pública do Paraná e a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) organizam a exposição “Palavras do Paraná”, que reúne 11 dentre os principais autores do Estado (como Helena Kolody e Dalton Trevisan). Kraw Penas A mostra integra o Mês da Literatura, no hall da SEEC. Quando: Até 29 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h. Onde: Hall da SEEC - Rua Ébano Pereira, 240, Centro de Curitiba. Quanto: Entrada franca.

Divulgação

A gente O quê: O longa-metragem brasileiro é a terceira parte da série de filmes do realizador sobre o cotidiano das prisões brasileiras, após os curtas A Fabrica (2011) e Pátio (2013). O filme documentar a rotina dos 28 homens e mulheres que integram a Equipe Alfa, agentes penitenciários responsáveis pela custódia de mais de mil detentos de uma penitenciária brasileira. O longa foi lançado em 2017 e tem direção de Aly Muritiba. Quando: Dias 14 e 15 e de 17 a 19 de setembro, 16h. Onde: Cinemateca Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco, Curitiba Quanto: R$ 10 | R$ 5 (meia).


12 | Esportes

Brasil de Fato PR

Paraná, 14 a 20 de setembro de 2017

O abecê do título do Operário na Série D

Assessoria CBF

Três fatores explicam a conquista inédita do Fantasma Daniel Giovanaz, Curitiba (PR)

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o último fim de semana, o Operário-PR tornou-se o primeiro clube do Sul do país a levantar a taça do Brasileirão da Série D. O título foi considerado uma zebra, mas não um golpe de sorte. Essa façanha pode ser explicada a partir de três escolhas decisivas: da diretoria, do treinador e da torcida de Ponta Grossa. A primeira bola dentro foi manter Gerson Gusmão como técnico e dar um voto de confiança aos principais jogadores do elenco após o rebaixamento no estadual de 2016. Mais da metade do time que iniciou a Série D está no clube desde o ano passado. A diretoria também acertou ao completar o plantel com jogadores experientes

em competições nacionais, como o meia Athos, de 36 anos. Embora sem o fôlego de outros momentos da carreira, ele assumiu a camisa 10 e se tornou referência no setor de criação. O maior mérito do treinador foi acertar a zaga nos treinos que antecederam o início da competição. Foram apenas três gols sofridos na primeira fase. No primeiro jogo da semifinal, contra o Atlético-AC, a organização defensiva também fez

Diretoria acertou ao apostar no entrosamento do elenco

Até o aniversário Por Cesar Caldas Nas próximas cinco rodadas, até a comemoração de seus 108 anos de fundação, o Coritiba terá a dura missão de se afastar ao máximo da Zona de Rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Somente assim haverá tranqüilidade para os últimos dias da gestão do presidente Rogério Bacellar e de sua chapa “Coxa Maior” à frente do clube. Apenas uma posição (e um ponto) acima da ZR, o time tem pela frente o Palmeiras, no Pacaembu, segunda-feira próxima, em jogo que evoca a inauguração do estádio em 1940, quando o alviverde paranaense marcou o primeiro gol da praça esportiva municipal paulistana. Em seguida, recebe no Couto Pereira o Botafogo (domingo, 24), vai a Salvador enfrentar o Bahia (sábado, 30) e a São Paulo encarar o ainda líder Corinthians, na véspera do feriado de 12 de outubro, aniversário coxa-branca. Superar o “inferno astral” é o desafio.

Operário levantou a taça diante da fanática torcida de Ponta Grossa

a diferença. Com dificuldades para finalizar a gol, Gusmão foi prudente ao recuar as linhas de marcação e segurar o empate em 0 a 0, para decidir a vaga em casa. O terceiro e último fator a ser levado em conta é o papel da torcida. O título estadual de 2015 foi uma injeção de ânimo tão grande na cidade que nem o rebaixamento no ano seguinte foi capaz de diminuir o entusiasmo dos ponta-gros-

A galope Por Marcio Mittelbach

Após a vitória fora de casa sobre o Goiás, o cavalinho tricolor começou o aquecimento para a Série A do Brasileirão 2018. Todos os caminhos levam pra Vila Capanema neste sábado (16)!

senses. Houve críticas e protestos em momentos pontuais, mas o torcedor escolheu apoiar, e isso se refletiu em números na Série D - dos oito jogos em casa, o time venceu sete. Para permanecer na Série C ou alçar voos maiores, a fórmula é a mesma: apostar na permanência dos líderes do grupo, “fechar a casinha” fora de casa e transformar o Germano Krüger em um caldeirão.

Fiasco da biomentria Por Roger Pereira Filas gigantescas, desinformação, falhas no sistema e muitas, mas muitas cadeiras vazias. O Atletiba que marcou a estreia do sistema de biometria para acesso de torcedores na Arena da Baixada foi um fiasco. As filas para entrar no estádio só terminaram aos 37 minutos de jogo. Muitos sócios atleticanos perderam, por incompetência do clube, mais de meia hora de um dos jogos mais atrativos do ano. Mas o pior foi o pequeno público para assistir ao maior clássico do estado. Só 17 mil pessoas, num estádio com capacidade para mais de 40 mil. Isso mostra o erro que foi a decisão de impedir que os sócios que não possam ir a eventuais jogos emprestem suas carteirinhas a parentes ou amigos. Muita gente que queria ir ao jogo ficou de fora, enquanto mais da metade do estádio ficou vazia. Para quem queria terminar o ano com 40 mil sócios, o Atlético vem dando vários passos para trás.


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