Edição 54 do Brasil de Fato MG

16 ESPORTES

Reprodução

13 CULTURA

Divulgação

Brasil vai bem na quadra

“Mulheres Sempre Vivas”

Em sua estreia no campeonato mundial de vôlei, o Brasil arrasou a seleção alemã por 3x0. O time de Bernardinho enfrenta a poderosa Cuba dia 7 de setembro

Livro traz fotos e depoimentos de moradoras da Serra do Espinhaço e apresenta histórias de dificuldades e superações. Idosas representam memória da região

Minas Gerais

4 a 10 de setembro de 2014 • edição 54 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

7 MINAS

Votação por reforma política vai até domingo

9 ENTREVISTA

Reprodução

Rogerio Sarmento/Ag Eficaz

A educação pela visão de uma professora Salários baixos, precarização da carreira e um milhão de adolescentes sem vagas no ensino médio. Beatriz Cerqueira faz um raio-x da educação mineira

5 MINAS

Guia do eleitor cidadão Edição desta semana explica como funciona o financiamento das campanhas Duas iniciativas da sociedade civil - um plebiscito popular e um projeto de lei - consultam a população nesta semana sobre mudanças no sistema político. Entenda as principais propostas

4 CIDADES

Maternidade pode fechar

3 CIDADES

Visibilidade lésbica em BH

11 MUNDO

Cuba no topo da educação

10 BRASIL

Iniciativa para melhorar mídia Movimentos esperam recolher 1, 5 milhões de assinaturas para projeto de lei que democratiza a comunicação

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

editorial | Minas Gerais

conquistar a verdadeira democracia é a maior ameaça para a classe dominante.

Quando não conseguem omitir, os grandes meios de comunicação tentam vincular a campanha ao PT e às eleições. Nunca esclarecem que vários outros partidos e organizações estão nessa mobilização.

A mesma mídia alardeia o risco de uma possível redução de direitos. Não é verdade que corremos o risco de perder direitos numa Constituinte. Uma Assembleia Constituinte pode ser originária, quando se elabora um Texto Constitucional completamente novo. Ou pode ser derivada, quando a Constituição prevê e autoriza que mudanças sejam feitas a partir dela.

Nossa Constituição Federal permite mudanças derivadas. São as emendas constitucionais. Elas po-

Pimenta da Veiga e Aécio vão mal em MG Em Minas, antes do início da campanha eleitoral, Aécio e seus correligionários do PSDB prometiam angariar muitos milhões de votos a mais que Dilma. E é verdade que as primeiras pesquisas assim indicavam. Mas já são águas passadas. Pelos últimos números divulgados, Aécio e Dilma empatam em Minas. Derrota para o PSDB, que, por um lado, vê seu candidato a presidente afundar nas pesquisas, e, por outro, assiste a seu candidato ao governo do estado, Pimenta da Veiga, empacar na casa dos 19% das intenções de voto.

Há reais possibilidades de vitória de Fernando Pimentel do PT ainda no primeiro turno. Ele teria 37% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope. O mesmo instituto aponta que a presidenta Dilma Roussef possui mais apoio entre as pessoas que ganham até um salário mínimo. Nessa faixa de renda, Dilma tem 46% das intenções de voto, contra 23% de Marina e 11% de Aécio Neves. Os pobres sabem de que lado estão.

Ipobe afirma que 46% dos que ganham até um salário mínimo pretendem votar em Dilma, 23% em Marina e 11% em Aécio. Os pobres sabem de que lado estão Já os que ganham mais de cinco salários mínimos dão vitória para Aécio Neves. As intenções de voto nessa faixa são de 32% para Aécio, 28% para Marina e 26% para Dilma. Os ricos preferem Aécio e Marina a Dilma.

As intenções de voto por escolaridade também demonstram divisão na sociedade. Entre os que têm até 4ª série, Dilma ganha com grande margem, com 47% das intenções, contra 19% de Marina e 12% de Aécio. Dilma também ganha entre os que estão en-

tre a 5ª e 8ª série. Já entre os que têm ensino médio, Marina tem 33%, Dilma 29%, e Aécio mais uma vez na rabeira com 20%. Na faixa dos que têm curso superior, Marina ganha com os mesmos 33%, Aécio fica em segundo com 27%, e Dilma fica com 24% das intenções de voto. É igualmente interessante perceber que Dilma ganha nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Por um lado, os mais pobres e menos escolarizados beneficiados com os programas sociais dos últimos 12 anos do governo federal apostam na continuidade das mudanças. Por outro, a classe média alta e os ricos desenvolveram, através da campanha incessante da mídia, grande resistência a Dilma e ao PT. Votam em qualquer um, independente de projeto, apenas para tirar o PT. Como declarou esta semana Leonardo Boff, essa é uma atitude que demonstra muito pouca maturidade política.

Para os que querem mais direitos, mais qualidade de vida, e, portanto, menos presença das forças mais conservadoras no poder, a derrota de Pimenta da Veiga e Aécio Neves é uma boa notícia.

editorial | Brasil

A semana que vai mudar o destino do Brasil São mais de 1.800 comitês, milhares de ativistas em todo o país, mais de 450 das principais entidades, movimentos e organizações sociais. É a mais unitária campanha política, desde a luta contra a ALCA e as “Diretas Já”.

Na Semana da Reforma Política Democrática, duas importantes iniciativas se somam. O Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei da Reforma Política, promovido pela Coalizão Democrática, que conta com a participação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Apesar de termos urnas que se multiplicam nas principais praças e ruas, votações nas fábricas, escolas, sindicatos, assentamentos, paróquias, a grande mídia se esforça para obscurecer ou desqualificar a campanha. Não é para estranhar:

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Nosso sistema político, herança da ditadura, é o fator que impede avanços sociais dem ocorrer desde que não atinjam as chamadas Cláusulas Pétreas (as regras de pedra). Os direitos sociais e individuais e outros itens como a forma democrática e republicana, são cláusulas pétreas. No caso dos direitos individuais e sociais, não podem ser suprimidos nem reduzidos, mas podem ser ampliados. Só temos a ganhar.

Nada impede que tenhamos a eleição de representantes exclusivos para a redação das mudanças.

Portanto, a resistência à campanha pela Constituinte é política e ideológica, não existe nenhuma impossibilidade jurídica. Até mesmo porque é a luta que faz a lei. Nosso sistema político, herança da ditadura, é o fator que impede avanços sociais.

Na luta pela obtenção da Constituinte, os setores populares ganharão força para obter conquistas na sua realização. Estamos diante de uma nova luta decisiva, que poderá abrir imensas possibilidades para um verdadeiro projeto popular.

REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatomg correio: redacaomg@brasildefato.com.br para anunciar: publicidademg@brasildefato.com.br / TELEFONE: (31) 3309 3304

conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Gonçalves. Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG).

Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Fotógrafa: Marina Lana/AgEficaz. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010.

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

CIDADES

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Lésbicas e bissexuais nas ruas de BH VISIBILIDADE “Amamos mulheres e isso não é crime, não é pecado e não é doença” Élida Rodrigues

Maíra Gomes Mais de 60 mulheres ocuparam o calçadão da Praça Sete, no Centro da capital, na tarde de sábado (30) para a realização da 10ª Caminhada das Lésbicas e Bissexuais de BH. As mulheres fizeram uma caminhada até a Praça Raul Soares, embaladas pela banda Feitiço Negro. A atividade marca o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, comemorado em todo 29 de agosto.

“Viemos para as ruas para mostrar que a gente existe, estamos resistindo e queremos um espaço para expressar nossa sexualidade livremente”, destaca Gisele Duarte Maia, lésbica, membro do Levante Popular da Juventude e do DCE UFMG. Ela reforça que a mulher homossexual é sempre invisibilizada e a questão da orientação sexual é tratada

como uma brincadeira ou uma fase, além de ser considerada uma fantasia sexual pelos homens.

Sara Azevedo, do Coletivo Juntos e da executiva do PSOL MG, lembra que a invisibilidade lésbica pode gerar uma série de violências. “As mulheres que têm uma estética masculina são cada vez mais colocadas à margem. A nós recaem trabalhos como telemarketing, porque não se vê o rosto da pessoa”, denuncia.

Uma participante da marcha que preferiu não se identificar conta que uma das primeiras violências sofridas pelas lésbicas acontece dentro do núcleo familiar, considerada uma das mais duras. “Você precisa daquele ambiente como um porto seguro, mas sofre múltiplas violências lá dentro, como violações e violência psicológicas. Algu-

mas pessoas são até expulsas de casa”, diz. Ela lembra que os estupros corretivos são também recorrentes, mas afirma que não existe correção para o amor entre duas mulheres. “Amamos mulheres e isso não é crime, não é pecado e não é doença”, desabafa.

Foram dois meses de construção da caminhada, com mais de 15 organizações envolvidas. Dentre elas está a Associação de Mulheres Negras Ativas, coletivo que trabalha com o empoderamento da mulher negra na sociedade há 11 anos.

“Entendemos que a visibilidade da negra lésbica é muito mais árdua. Primeiro por ser mulher, segundo por ser negra e terceiro por ser lésbica. Vivenciamos uma tripartite de violência e violações”, declara Joseli Rosa de Souza, militante da Negras Ativas.

Reajuste dos servidores de BH é aprovado pela Câmara

Bráulio Siffert

Bráulio Siffert Mais uma vez foi necessário que os servidores públicos municipais de Belo Horizonte comparecessem à Câmara Municipal para pressionar os vereadores para votarem e aprovarem o Projeto de Lei (PL) que garante o reajuste salarial conquistado pela categoria durante a greve. Com três meses de atraso, o PL 1256/2014 garantirá, assim que sancionado pelo prefeito, reajuste salarial de 7% para os servidores, sendo 3,5% retroativo a julho de 2014 e 3,5% a partir de novembro, além do aumento do vale-refeição para R$ 18,50 também a partir de novembro, um abono em parcela única em dezembro para todos servidores que recebem até R$ 5.500, variando de R$ 200 a R$ 600, dependendo da remuneração.

Para o presidente do Sindibel, Israel Arimar, todos os

Servidores tiveram que pressionar Câmara para que reajuste fosse efetivado

Cerca de 60 lésbicas e bissexuais fizeram marcha por direitos

PERGUNTA DA SEMANA Em época de campanhas eleitorais é hora de analisar as propostas de candidatos e escolher pelo que mais nos representa. Mas, como fica a credibilidade de uma pessoa que voltou atrás em suas propostas?

A candidata à presidência Marina Silva (PSB) retirou do seu programa, no último sábado (30), proposta que defendia direitos para homossexuais. A retirada aconteceu depois de declarações de Silas Malafaia, pastor da igreja Assembleia de Deus, via twitter. O evangélico prometeu criticar duramente a candidata caso o seu programa não fosse modificado.

O Brasil de Fato MG pergunta:

Você confia em uma candidata que muda suas propostas?

anos há um desgaste desnecessário entre o acordo firmado ao fim da greve e a aprovação do projeto de lei.

“A luta por uma data-base, garantindo reajuste e correção salarial no mês de maio como previsto na Lei Orgânica, tem que ser retomada por todas as entidades representativas dos servidores para garantir um processo mais ágil e menos desgastante para todas as partes”, avalia.

Demora A greve da maior parte da

categoria foi encerrada no dia 30 de maio, mas o projeto, além de ter demorado a chegar à Câmara, foi colocado em votação nas mesmas reuniões e no final da fila de dois projetos polêmicos e que geraram impasse entre as bancadas de governo e de oposição: o PL 1108/14, que perdoa parte das dívidas de grandes empresas com o município e o PL 1130/14, que na prática, passa para a iniciativa privada a gestão do Hospital do Barreiro, a ser inaugurado em 2015.

Não consigo confiar nela e não é só por isso. Fica difícil eu votar em uma pessoa que eu nunca vi caminhar ao lado do povo e na defesa dos direitos. Muito menos dá pra confiar que ela vá defender os direitos de uma nação.

Não dá pra confiar porque ela é muito contraditória. Em um dos do debates ela afirmou que ia fazer várias coisas, e a Dilma perguntou: você vai tirar o dinheiro de onde? Quer dizer que não basta prometer.

Tem que saber o que está falando.

Everi Lopes da Silva, educadora

Wellington Santos, cabeleireiro

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CIDADES

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Maternidade e pediatria de hospital correm risco de fechamento REGIÃO CENTRAL Mais de 75 mil pessoas podem ficar sem serviço Reprodução

Regiane Ferreira O único hospital do município de João Monlevade, município com pouco mais de 75 mil habitantes, poderá ter a maternidade e a pediatria fechadas. Em nota divulgada na imprensa, a direção do Hospital Margarida explica que possui um déficit de arrecadação de R$ 8,7 milhões. E, para garantir atendimento às gestantes e crianças até dezembro, pediu um empréstimo à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 2,5 milhões.

Apesar de o hospital atender moradores de diversas cidades vizinhas, nenhuma prefeitura da região repassa recursos financeiros para sua ma-

nutenção. Somente a prefeitura de João Monlevade garante ao Hospital Margarida mensalmente R$230 mil.

Ainda em nota divulgada, o hospital garante que

Alternativa é união de esforços dos municípios atentidos

A direção do Hospital Margarida Alves temum déficit de arrecadação de R$ 8,7milhões soluções estão sendo buscadas para a manutenção dos serviços. Uma das alternativas é a união de esforços dos municípios. Está prevista uma reunião para tratar do tema nos próximos dias.

“Palanque político” “O problema aqui é política. Usam o hospital como palanque”. Assim desabafa um enfermeiro que trabalha no hospital há mais de 15 anos. Por medo

de represálias, ele prefere não ser identificado, mas afirma que não é coincidência que as soluções apareçam agora, em período eleitoral.

Ele conta que já foram

demitidas 30 pessoas e a meta é mais 70. “Não temos sindicato da categoria atuante e, por essa dívida, quem será prejudicado somos nós”, lamenta.

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Empresa desiste das obras de Confins Diversão e Plebiscito na O Consórcio Marquise/ causados por atrasos na en- penalidade de impedimenNormatel, responsável pelas trega dos projetos e na libe- to em licitar com a Infraero”, PPL obras de reforma e amplia- ração das frentes de traba- diz o texto. Cerca de 51% das lho, além da suspensão da reforma durante a Copa.

Segundo a Infraero, a situação será avaliada com a concessionária do aeroporto, a BH Airport. “Essa atitude por parte do consórcio prevê a possibilidade de rescisão unilateral do contrato, com aplicação de multa e até fotospublicas.com

obras foram entregues.

O contrato para a reforma em Confins foi prorrogado duas vezes com novas datas e valores. O prazo inicial para a entrega era 30 de dezembro de 2013. A vigência do contrato vai até novembro deste ano. (Agência Brasil) Implosão da alça norte do Viaduto Guararapes, na região da Pampulha, em Belo Horizonte deve acontecer no dia 14 de setembro.

As famílias que vivem no entorno do elevado ficarão hospedadas em um hotel custeado pela Cowan até a conclusão dos trabalhos.

Após a demolição, a previsão é de que a remoção dos escombros seja concluída até o dia 21 de setembro e, após a conclusão dos trabalhos, a Defesa Civil fará uma vistoria na estrutura de todos os prédios antes de autorizar o retorno das famílias às suas residências. O trânsito na avenida Pedro 1º, completamente interditado desde o acidente, também deve voltar a ser liberado.

EDUCAÇÃO SERVIÇOS PÚBLICOS AGRICULTURA FAMILIAR MOVIMENTOS SOCIAIS

Coligação Minas Para Todos (PT, Pros, PMDB e PRB) CNPJ: 20.576.597/0001-24

No sábado (6), a Pedreira Prado Lopes, na região Noroeste de BH, vai receber uma Ocupação Cultural. As Minas Rima, rap feito por mulheres, vai animar a comunidade. Apresentação de teatro, grafite, dança hip hop e até uma oficina de pipas fazem parte da programação. A Ocupação Cultural será realizada das 14h às 20h, na Rua Araribá, em frente ao Posto de Saúde da Pedreira. É realizada pela Associação de Moradores da PPL, o MTD e o Levante Popular da Juventude, coletivo que está na comunidade desde 2012, onde trabalha com arte e cultura nas escolas, promove um futebol feminino aos domingos e cinema na rua uma vez por mês. A atividade faz parte da programação do Plebiscito Popular pela Constituinte, realizado em todo o país de 1 a 7 de setembro.

ção do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) para a Copa, notificou à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que não renovará a contratação do serviço.

De acordo com nota do consórcio, os danos foram

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

MINAS

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Fatos em Foco

GUIA DO ELEITOR CIDADÃO

Projeto leva cultura afro para escolas de Uberlândia Reprodução

O Brasil de Fato MG continua a série“Guia do Eleitor Cidadão”explicando o financiamento de campanha, as regras e sua influência na gestão pública.

Financiamento das campanhas A campanha eleitoral, embora dure um curto período, é um processo que demanda grande volume de recursos. Os partidos e os candidatos custeiam o período eleitoral através de financiamento.

Os gastos mais co-

muns durante a campanha são com confecção de material impresso; organização e funcionamento de comitês e serviços necessários às eleições; remuneração às pessoas e empresas que prestem serviço às candidaturas ou aos comitês eleitorais; realização de

pesquisas; produção de jingles, vinhetas e slogans.

Apenas a produção de programas de rádio e televisão costumam custar 40% dos orçamentos.

Todos os candidatos devem, antes da eleição, declarar à Justiça Eleitoral o valor que pretendem

gastar durante a campanha. E devem prestar contas mensalmente de suas arrecadações e gastos. Informações incorretas ou omissão de doadores e valores podem levar à reprovação das contas e até mesmo à cassação do mandato do candidato, caso seja eleito.

De onde vem o dinheiro?

Os recursos para as campanhas eleitorais podem vir dos próprios candidatos ou partidos; da comercialização de bens e serviços ou da promoção de eventos; de doações de pessoas físicas, limitadas a 10% dos rendimentos brutos do doador no ano; e doações de pessoas jurídicas, limitadas a 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, entre outros.

Como a campanha eleitoral exige um grande volume de recursos, acabam se beneficiando aqueles candidatos que têm maior capacidade de arrecadação.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral apontam que, das 500 candidaturas mais caras a deputado federal em 2010, 389 foram eleitas.

O custo médio para eleger um deputado na última eleição foi de R$ 15 milhões.

Apesar de ser possível conseguir dinheiro por outras formas, as doações de empresas costumam ser as principais fontes de recursos. Em 2008, 86% do gasto total na campanha eleitoral veio de empresas. Em 2010, 91%, e em 2012 o percentual chegou 95%.

Ou seja, os candidatos que têm melhores condição de articular empresas em busca de recursos são os que mais têm chance de se eleger, pois serão mais vistos.

Já para as empresas, a doação de campanha pode ser vista como um investimento. Após a vitória dos candidatos, as doadoras esperam receber de volta o investimento realizado e, para isso, muitas decisões políticas, como a escolha de uma construtora para realizar uma obra pública, por exemplo, podem se dar em benefício dos financiadores das campanhas.

Fundo partidário Fundo partidário é um recurso público que todos os partidos registrados no TSE recebem anualmente para sua manutenção. O valor recebido varia de acordo com o número de votos válidos recebido na última eleição. Durante a campanha eleitoral, esse valor não sofre modificação.

Começa na sexta-feira (5), o projeto TerraCotta “Dançando a Nossa Cor”, que vai levar atividades artísticas a 30 mil alunos de Uberlândia. A iniciativa, realizada pelo grupo de dança contemporânea TerraCotta, tem o objetivo de incluir assuntos ligados à cultura e história afrodescendente a aulas de redes públicas, em acordo com a Lei Federal 10.639/03.

Neste mês, as apresentações acontecem em três escolas públicas e prevê a realização de palestras com professores. Nos últimos dois anos o projeto atendeu 53 escolas públicas e 28 particulares, além de universidades e institutos.

Para acompanhar Todo cidadão pode e deve acompanhar as contas das candidaturas e denunciar caso encontre irregularidades.

Os candidatos devem declarar quais empresas e pessoas fizeram doações para campanha e o valor exato recebido.

Todo material do candidato deve ter o CNPJ do seu comitê de campanha para que qualquer cidadão possa pesquisar suas informações financeiras.

São proibidas doações de empresas públicas a candidatos ou partidos.

O candidato deve discriminar na prestação de contas em que foi gasto o valor arrecadado.

As prestações de contas das campanhas estão disponíveis nos sites do Tribunal Regional e Superior Eleitoral. A prestação de contas final é publicada até 30 dias depois do término das eleições.

Trabalhadores contra assédio moral Entendido como uma forma de violência psicológica contra o funcionário em seu ambiente de serviço, o assédio moral será tema de seminário promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no dia 13 de setembro. A professora da PUC de São Paulo Margarida Barreto, considerada uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, será uma das palestrantes do evento. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail cutmg@cutmg.org.br .

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MINAS

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Tremores de terra são estudados por pesquisadores Codevasf

MONTES CLAROS 41 abalos foram registrados desde 1995 Em todo o estado de Minas Gerais, seis municípios registraram abalos sísmicos nas últimas décadas. Mas Montes Claros destaca-se pela frequência do fenômeno. Desde 1995, já foram registrados 41 abalos até agora, segundo estudo do Observatório Sismológico da UnB (SIS-UnB) e o Centro de Sismologia da USP (IAG-USP), que mostram que os tremores têm aumentado sua frequência e intensidade.

Desde maio de 2012, nove estações sismográficas instaladas na cidade têm observado o comportamento sísmico local e

buscam identificar as possíveis causas. Segundo Expedito José Ferreira, professor da Universidade Es-

Desde maio de 2012, nove estações sismográficas foram instaladas na cidade para identificar as possíveis causas dos abalos tadual de Montes Claros e um dos coordenadores da pesquisa, os estudos realizados de junho a novembro de 2012 demonstra-

ram que os tremores mais fortes ocorrem numa falha geológica próxima ao Bairro Atlântida.

Como tremores de magnitude 4,0 ou mais ocorrem, em média, duas vezes por ano no Brasil, pesquisadores apontam que a atividade sísmica em Montes Claros não é incomum. Ainda sem definição, os estudiosos apontam que a probabilidade de ocorrer outro tremor maior que 3,0 é de 1%. Ainda assim, os estudos recomendam o reforço das casas frágeis próximas à área epicentral.

(Da redação)

Tremores de terra em MOC são estudados por pesquisadores

Professores recebem candidatos a governo do estado EDUCAÇÃO Propostas incluem piso salarial, carreira e reformulação do ensino Lidyane Ponciano

Rafaella Dotta Cerca de 2 mil trabalhadores da educação reuniram-se em Contagem, na VII Conferência Estadual de Educação, nos dias 30 e 31 de agosto. O evento, que teve como tema “Uma outra educação para Minas é possível”, acontece a cada três anos e é organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindiUTE).

Em acordo com a legislação eleitoral, o SindiUTE convidou todos os candidatos ao governo estadual para apresentar suas propostas e ouvir as reivindicações dos professores por 20 minutos. Pimenta da Veiga (PSDB) não respondeu e Tarcísio Delgado (PSB) justificou ausência. Compareceram os candidatos Fer-

nando Pimentel (PT), Túlio Lopes (PCB), Fidélis Alcântara (PSOL) e Eduardo Ferreira (PSDC).

Pimentel, o primeiro a se apresentar, afirmou que irá atender as principais reivindicações da categoria.

Prometeu o pagamento do

Pimentel, Túlio Lopes e Fidélis Alcântara assinaram carta compromisso piso salarial nacional, remontar o plano de carreira e elaborar um novo projeto para a educação. “Negociando com os trabalhadores do ensino nós vamos fazer uma remodelagem e reequipagem da educação”, afirmou o candidato.

O candidato também recebeu as reivindicações da

Cerca de 2 mil trabalhadores da educação participaram da Conferência

articulação política “Quem Luta Educa”, formada por movimentos e sindicatos mineiros. Segundo Silvio Netto, liderança estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as organizações sociais construíram conjunta-

mente de propostas ao governo estadual, que vão de desde o trabalho até políticas para o campo.

Túlio Lopes, Fidélis Alcântara e Fernando Pimentel assinaram uma carta compromisso com os trabalhadores da educação, que

traz os principais pontos levantados pelo SindiUTE, como a aplicação de 25% do orçamento estadual no setor, propostas de solução para professores atingidos pela Lei 100, cumprimento do piso salarial e reestruturação da carreira.

MINAS

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Votos e assinaturas até domingo DEMOCRACIA Projeto de lei e Plebiscito consultam população sobre sistema político Rogerio Sarmento/Ag Eficaz

O que pode mudar com uma reforma política?

Mais 100 organizações integram a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A Coalizão está recolhendo assinaturas para um Projeto de Iniciativa Popular, nos moldes que foi feito com o projeto Ficha Limpa, que também contou com o apoio da CNBB e da OAB. Entenda os principais pontos propostos pelo projeto:

Rafaella Dotta Duas iniciativas da sociedade civil pretendem consultar a população brasileira a respeito do sistema político. Ambas recolhem votos e assinaturas desde a segunda-feira (1), até domingo (7) e esperam envolver mais de 10 milhões de pessoas.

A Coalizão pela Reforma Política e Democrática e Eleições Limpas, formada por mais de cem entidades nacionais, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), União Nacional dos Estudantes (UNE), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), está organizando um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para entregar ao Congresso Nacional, como foi o Projeto da Ficha Limpa.

De acordo com Irmã Idalina Barion, de Belo Horizonte, a coleta de assinaturas para o PL foi bem expressiva até o momento. Estima-se que 600 mil votos tenham sido recolhidos em todo Brasil. A votação, que precisa chegar a 1% dos eleitores, ou seja, a pelo menos 1, 5 milhão de pessoas, segue até o final do ano.

Consulta Já o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que reúne 400 entidades nacionais e estaduais, não pretende apresentar proposta ao Congresso, mas sim pressionar pela eleição de uma Assembleia Constituinte, que possa atuar especificamente na formulação de uma reforma do sistema política. No caso dessa consulta à população sobre seu posicionamento frente à convocação dessa Constituinte, não é necessário título de eleitor, ape-

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01 nas assinatura e documento de identificação.

O Plebiscito Popular já recebeu apoio de personalidades como Tom Zé, deputada Luiza Erundina, os cantores Belo e Leoni, blogueiro Altamiro Borges e as candidatas à presidência Luciana Genro (PSOL) e Dilma Rousseff (PT). “A campanha está muito contagiante. Estamos cumprindo a nossa expectativa de mobilização nas ruas e agitação nas redes”, afirma Rodrigo César, um dos organizadores nacionais do Plebiscito Popular.

Minas Gerais Em Minas Gerais ainda não há contagem dos votos coletados nos primeiros dias do Plebiscito Popular. Carolina Garcia, da secretaria estadual, afirma que a quantidade de urnas abertas e de cédulas somente são contabilizadas ao final, quando todo o material é enviado à capital do estado para a apuração.

Na região metropolitana de Belo Horizonte estima-se que existem mais de 70 urnas fixas e móveis, arrecadando votos em escolas, universidades, praças, igrejas, comércios e demais locais públicos.

COMO VOTAR ONLINE Link: plebiscitoconstituinte.org.br Ou procure em: facebook/Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva

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Proibição do financiamento de campanha por empresas. Instauração do financiamento democrático de campanha, dividido entre o financiamento público e a contribuição de pessoas físicas, que fica limitada a R$ 700 por indivíduo. O total desta contribuição não poderá ultrapassar o limite de 40% dos recursos públicos destinados às eleições recebidos pelo partido.

Adoção do sistema eleitoral do voto em listas pré-ordenadas, democraticamente formadas pelos partidos com a participação dos filiados e não só dos dirigentes, e submetidas a dois turnos de votação, em que o eleitor inicialmente vota no partido e depois escolhe um dos nomes da lista.

Modificação da legislação para fortalecer os partidos e democratizar suas instâncias decisórias, especialmente na formação das listas préordenadas

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Alternância de gênero nas listas mencionadas no item anterior (Exemplo: se a lista começa com um homem, o segundo nome deverá ser de uma mulher, e assim sucessivamente).

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Criação de instrumentos para estimular a maior participação nas instâncias políticas e partidárias dos segmentos subrepresentados da populaação, como os negros e indígenas

Saiba Mais reformapoliticademocratica.org.br

Regulamentação dos instrumentos da Democracia Participativa e Direta, previstos na Constituição, com menos exigências para a sua realização e com ampliação dos órgãos legitimados para sua convocação.

Previsão de mecanismos para assegurar o amplo acesso aos meios de comunicação e impedir que propaganda eleitoral ilegal interfira no equilíbrio da disputa, bem como garantias do pleno direito de resposta e acesso às redes sociais.

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Foto da semana

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar?

Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Acompanhando Mídia Ninja

Na edição 1...

“Justiça não reconhece morte de Amarildo” ...E agora

6˚ Queimão Fotográfico na Virada Cultural de BH. A edição aconteceu no sábado (30) em apoio à luta por moradia das ocupações da Mata do Isidoro, de Belo Horizonte. Na imagem, Christian Braga apresenta a sua fotografia. Todos os autores doaram o valor da venda das fotos, arrecadando R$1.765 para as ocupações Esperança, Rosa Leão e Vitória.

Maria Júlia Montero

Marcelino Rocha

Estado laico para garantir os direitos das mulheres

Vamos falar sobre os lucros das montadoras?

Nos últimos anos, temos nos deparado com um grande aumento do conservadorismo no Brasil. Um discurso mais escancaradamente conservador vem ganhando cada vez mais adeptos e influenciado cada vez mais a política.

São vários os casos, como o recuo à aprovação da portaria sobre o aborto no SUS em caso de violência, e a não inclusão da questão gênero no Plano Nacional de Educação (PNE). Tudo isso por conta da pressão exercida por grupos fundamentalistas religiosos.

A entrada de evangélicos na política, na Constituinte em 86, é mais recente que a dos católicos. Foi aí que eles começaram a se organizar e eleger seus representantes. Durante o processo, em troca do apoio à emenda que estendia o mandato do então presidente Sarney, distribuíramse concessões de rádio e TV, e parlamentares evangélicos estavam entre os beneficiados. São, portanto, grupos com grande poder midiático.

O Congresso é um espaço dominado pelo poder econômico, então não é coincidência que o número de grupos religiosos lá dentro tenha aumentado. É preciso lembrar que o número de candidatos pastores cresceu 70% nas eleições.

Nossa Constituição prevê o Estado laico, mas, na prática, ocorre justamente o contrário. Como é possível que projetos como o Estatuto do Nascituro possam existir num Estado laico? Como é possível haver candidatos com propostas como a do “kit macho” e “kit fêmea”? É por isso que, de 01 a 07 de setembro, participaremos do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Ao invés de sempre ficarmos na defensiva contra projetos conservadores, vamos impedir que a política seja dominada por esses grupos. Só mudando o sistema político é que conseguiremos garantir o direito das mulheres à autonomia sobre seu próprio corpo.

Milhares de trabalhadores vêm sendo demitidos por montadoras de veículos e pela cadeia produtiva envolvida nesse processo em todo o país. As empresas estão muito bem articuladas e com o discurso afinado. Falam em profunda crise, economia em recessão, vendas aquém do esperado e estoques gigantes nos pátios, especulam a necessidade de reestruturar suas linhas de produção e exigem que o governo tome medidas para contornar esse cenário. Mas e os lucros vultuosos que essas mesmas empresas obtêm no Brasil?

A manutenção da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi garantida pelo governo até o final deste ano, após intensa pressão dos empresários. Apesar disso, as montadoras não deixaram de colocar milhares de trabalhadores e trabalhadoras em férias coletivas em diversas regiões do país. Cresce também o número de demitidos.

Essa desoneração resultará em uma arrecadação menor para as contas públicas de cerca de R$ 1,6 bilhão até o final do ano. O que a sociedade ganha com essa perda, se as empresas não se veem obrigadas a se comprometer com quaisquer contrapartidas sociais? Dados do Banco Central mostram que, somente no ano de 2013, as montadoras multinacionais enviaram para suas matrizes US$ 3,3 bilhões, valor 35% superior ao de 2012. No período entre 2010 e 2013, o montante chegou a US$ 15,4 bilhões.

A comparação com outras regiões do planeta é gritante: no Brasil, a média da margem de lucro da venda de um automóvel é de cerca de 10% do valor pago pelo consumidor final, enquanto nos Estados Unidos é de cerca de 2% e, na média mundial, 5%. Em 2012, a presidenta Dilma Rousseff chegou a colocar na mesa de negociações com as montadoras a questão de seus lucros, mas em nenhum momento essas reivindicações foram levadas em conta pelas empresas.

Maria Júlia Montero é integrante da Marcha Mundial de Mulheres

Marcelino Rocha é presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) e presidente da CTB-MG.

O processo aberto pelo sumiço do pedreiro Amarildo de Souza considerou que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, no Rio de Janeiro, estariam envolvidos no crime. Um laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) sobre o caso conclui que o soldado Marlon Campos Reis se passou pelo traficante Catatau em uma ligação de celular. A ideia era atribuir ao tráfico a responsabilidade pelo desaparecimento do pedreiro, torturado e morto em 14 de julho de 2013. Segundo o MP do Rio de Janeiro, o processo do caso Amarildo ingressará na fase de alegações finais.

A denúncia do órgão contra 25 policiais, por tortura, foi encaminhada à Justiça em outubro de 2013.

Na edição 2...

“UEMG incorpora seis fundações de ensino e vai oferecer 112 cursos” ...E agora Aconteceu na terçafeira (2), cerimônia de incorporação da Fundação Educacional de Divinópolis (Funed) à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Além do campus Divinópolis, os alunos de Cláudio, Abaeté e Pitangui também são contemplados pela medida e deverão receber ensino gratuito. Os 420 funcionários da antiga Funed continuarão trabalhando na fundação até a realização de concursos públicos e a UEMG passa a ser a terceira maior universidade do estado, passando de 5.700 alunos para 18 mil.

Belo Horizonte,4 a 10 de setembro de 2014

ENTREVISTA

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“Até hoje o governo não paga o piso salarial aos professores” BALANÇO Coordenadora do sindicato dos trabalhadores da educação avalia políticas estaduais para o setor Ag Eficaz

Joana Tavares e Rafaella Dotta A partir desta semana, o Brasil de Fato MG inicia uma série de entrevistas para avaliar a gestão em áreas estratégicas para nosso estado: segurança pública, saúde, cultura, economia e, nesta edição, educação.

Confira abaixo a conversa com a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/ MG), Beatriz Cerqueira.

Brasil de Fato: Tem sido divulgado que Minas tem a melhor educação infantil do país, a partir da nota 6 conquistada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2011. O sindicato contesta que o indicador não reflete a realidade e afirma que há déficit de mais de um milhão de vagas no ensino médio. Afinal, a educação infantil e o ensino médio melhoraram no estado nos últimos anos?

Beatriz Cerqueira: Se o Aécio está dizendo que Minas tem a melhor educação do país, está mentindo. O Ideb é calculado a partir da prova feita pelo aluno e a par-

“Faltam um milhão de vagas em Minas Gerais para o ensino médio. Hoje, só há vaga para 35% das crianças, falando de rede privada, conveniada, creche e Umeis” tir do índice de aprovação da escola, e há problemas nas duas questões. Primeiro, o estado interfere no índice de aprovação da escola, proibindo o professor de reprovar o aluno. Isso interfere diretamente na nota do Ideb: quanto maior é a aprovação, maior é a no-

ta. Segundo, o Ideb é uma média que exclui os problemas. Qualquer um que se embasa somente neste índice está desconsiderando o principal problema que atinge a juventude, que é a exclusão ao ensino. Faltam um milhão de vagas em Minas Gerais para o ensino

“O que a coligação está tentando fazer com as ações contra o SindiUTE é nos impedir de dialogar com a população.

E é uma tentativa de mordaça, antidemocrática” médio. Hoje, só há vaga para 35% das crianças, falando de rede privada, conveniada, creche e Umeis. Nem 10% dos alunos que terminam o ensino médio têm nível recomendável em matemática, por exemplo.

Em 2013, o sindicato organizou uma campanha questionando a ausência de investimento constitucional de 25% do orçamento em educação, o que daria um rombo de R$ 8 bilhões no setor. Como está esse investimento atualmente?

Desde 2003 o estado não investe o mínimo constitucional, em alguns anos foram absurdos 18% de investimento. O que fazer? Precisamos de um poder Legislativo, um Tribunal de Contas, um Ministério Público desatrelado do governo.

Hoje, o Tribunal de Contas tem indicações chanceladas pelo governo, o chefe do Ministério Público está indicado pelo governo e as relações são promíscuas, como um “toma lá, dá cá”.

Existem seis representações no TRE da coligação

Beatriz Cerqueira: “Se o Aécio está dizendo que Minas tem a melhor educação do país, está mentindo”

“Todos por Minas”, encabeçada pelo PSDB, contra o sindicato, devido a anúncios publicados em jornais. Por que essas representações?

Recebi a oitava representação na segunda à tarde (1). O sindicato utiliza da publicidade paga há anos como um instrumento de visibilidade das nossas pautas, porque os meios de comunicação, em sua maioria, não trazem nossas denúncias. O que a coligação está tentando fazer com as ações contra o SindiUTE é nos impedir de dialogar com a população. E é uma tentativa de mordaça, anti-democrática. E o mais incrível é que eles não se incomodam com o conteúdo, não se incomodam em ter uma escola funcionando num posto de gasolina, funcionando num motel, ou de ter um milhão de jovens sem direito à educação. Acho lamentável a forma como o TRE tem se comportado, favorável à representação. Embora as nossas peças não citem no-

“O governo assinou o acordo de que pagaria o piso e dois meses depois rompeu o acordo, aprovando outra forma de remuneração” me de ninguém, não citem coligação, não citem sequer partido político.

Os professores realizaram a maior greve dos últimos anos em 2011, com mais de 100 dias de paralisação. A principal reivindicação era o pagamento do piso salarial. Como está hoje essa situação?

O problema do governo de Minas é que nós não podemos confiar nele. Fizemos uma das maiores greves do país em 2011, com 112 dias, com a reivindicação do piso salarial. O governo assinou o acordo de que pagaria o piso e dois meses depois rompeu o acordo, aprovando outra forma

de remuneração. Isso veio junto com o congelamento da carreira, que é uma coisa inimaginável, porque a carreira é um direito consagrado na LDB, na legislação estadual, na Constituição. Então é um governo que não cumpre aquilo que assina. Nós cumprimos a nossa parte, fizemos a reposição, e a secretaria de educação teve medidas perversas de punição. Abriu processos administrativos contra lideranças do interior e a categoria amargou quatro meses de cortes de salário. Até hoje o governo não paga o piso salarial nacional e destruiu a carreira dos professores. Mas a greve de 2011 teve um grande saldo positivo que foi o envolvimento da sociedade nas nossas pautas e teria sido vitoriosa na sua integralidade, não fosse o rompimento do acordo que o próprio governo assinou.

A entrevista completa está disponível no site brasildefato.com.br

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BRASIL

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Reforma política também nos meios de comunicação CAMPANHA DO PLEBISCITO Constituinte se une para coletar assinaturas para projeto de lei que pede o fim do monopólio da mídia no país

Com dezenas de políticos dominando canais de rádio e TV, mídia altamente concentrada e de pouca diversidade no conteúdo, movimentos sociais pedem uma reforma nos meios de comunicação. A campanha “Para Expressar a Liberdade”, que coleta assinaturas em favor de um projeto de lei de iniciativa popular sobre o sistema de comunicação, se juntou ao movimento do Plebiscito Constituinte da reforma política.

Alguns comitês que recolhem votos da consulta popular também estão coletando as assinaturas para o projeto de lei, que depende do apoio de cerca de 1,5 milhão de eleitores

para ser apresentado ao Congresso. Organizadores da campanha calculam já terem coletado entre 150 e 200 mil adesões desde o fim de 2012, quando foi lançada.

“Os donos dos meios de comunicação e uma parcela grande da classe po-

A família Marinho, proprietária do império midiático das Organizações Globo, por exemplo, soma a maior fortuna do país, com 29 bilhões de dólares lítica têm os mesmos interesses, que são os interesses de quem domina os setores econômicos. E

a mídia é parte desse setor econômico, que realiza a produção intelectual e ajuda a disseminar ideias”, aponta Ivan Moraes, do Centro de Cultura Luiz Freire, em Pernambuco, e ativista do direito à comunicação.

Monopólio No Brasil, cerca de sete famílias controlam 70% do mercado de mídia. São verdadeiros conglomerados empresariais com quase nenhum controle social, o que faz do setor um dos mais concentrados do sistema econômico. A família Marinho, proprietária do império midiático das Organizações Globo, por exemplo, soma a maior fortuna do país, com 29 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes, dos Estados Unidos.

“Trata-se de um monopólio a serviço de interesses privados. E o poder político se serve disso, usando sua influência para pautar o debate público por meio da mídia, em benefício próprio. A maioria do Congresso Na-

Divulgação

Banca de coleta do plebiscito e do projeto de lei da mídia, em Olinda (PE), na sede do Centro de Cultura Luiz Freire

cional e os grandes grupos de comunicação andam de mãos dadas, embora façam parecer que não. Isso tem trazido muitos prejuízos para os interesses da maioria da população”, analisa Bia Barbosa, integrante do Coletivo Intervozes e da coordenação executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

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Tô com Padre

para continuar avançando nas ações

Acesso à terra, à água, fortalecimento da Agricultura Familiar Camponesa e Desenvolvimento Sustentável.

Direito à Habitação Urbana e Rural

Coronéis da mídia e da política dão as cartas

Gênero-Mulher Igualdade Racial Juventude

CONTRATANTE: 205768400001-04 PADRE JOÃO VALOR: R$ 600,00

bunal Federal (STF), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A ação pede que o Supremo reconheça a flagrante violação constitucional no fato de políticos com mandato controlarem canais de rádio e TV. A proibição está no artigo 54 da Constituição Federal, que veda que detentores de mandato sejam concessionários de serviço público, como é o caso da radiodifusão. O relator do processo é o ministro Gilmar Mendes, que ainda não proferiu seu voto e o processo segue lento.

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Atualmente, no Congresso Nacional, 40 parlamentares (deputados e senadores) controlam diretamente emissoras de rádio e televisão. No país inteiro, mais de 270 prefeitos, vereadores, governadores e deputados estaduais são sócios ou diretores de emissoras de comunicação.

Para conter esse abuso, o Intervozes ajudou a construir uma Ação Direta de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), protocolada em 2011, no Supremo Tri-

Educação e Cultura

COLIGAÇÃO MINAS PRA VOCÊ PT, PCdoB, PMDB, PRB e Pros

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

DEPUTADO FEDERAL

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Padre João Este nos representa!

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

MUNDO

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Banco Mundial diz que Cuba tem o melhor sistema educativo da América Latina e do Caribe AMÉRICA LATINA Relatório critica situação do continente e destaca que Cuba é a“notável exceção” Reprodução

O Banco Mundial acaba de publicar um relatório sobre a problemática da educação na América Latina e no Caribe, em que destaca que “nenhum sistema escolar latino-americano, com a possível exceção de Cuba”, alcança parâmetros mundiais.

As conclusões do relatório são implacáveis. O Banco Mundial enfatiza “a baixa qualidade média dos professores da América Latina e do Caribe”, o que constitui o principal obstáculo para o avanço da educação no continente. Os conteúdos acadêmicos são inadequados e as práticas ineficientes. Pouco e mal formados, os pro-

fessores consagram apenas 65% do tempo de aula à instrução, “o que equivale a perder um dia completo de instrução por semana”. Por outro lado, o material didático disponível continua sendo pouco utilizado, particularmente as novas tecnologias de informação e comunicação. Além disso, os professores não conseguem impor sua autoridade, manter a atenção dos alunos e estimular a participação.

Notável exceção Apenas Cuba, onde a educação tem sido a principal prioridade desde 1959, dispõe de um sistema educativo eficiente

A ilha do Caribe é o país do mundo que dedica a parte mais elevada do seu orçamento para a educação

e com professores de alto nível. O país antilhano não tem nada para invejar

das nações mais desenvolvidas. A ilha é, além disso, a nação do mundo que

dedica a parte mais elevada do orçamento nacional (13%) para a educação.

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CULTURA

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

AGENDA DO FIM DE SEMANA BRUMADINHO

BELO HORIZONTE

Dia Instrumental apresenta shows das bandas Dibigode, Iconili, Maurício Ribeiro e Hamilton de Holanda Quinteto. Domingo (7), às 14h, na Praça Duque de Caxias (Santa Tereza).

UBÁ

SÃO JOÃO DEL REY

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais faz apresentação especial de seu repertório. Domingo (7), às 16h, no Instituto Inhotim (Rua B, 20, Zona Rural).

8º Festival de Literatura de São João Del Rey (FELIT) apresenta palestras, sessões de cinema e circuito gastronômico. De quinta (4) a sábado (6).

Locais e programação completa no site www.felit.com.br.

CONTAGEM

Segunda a quinta-feira CONGONHAS

230º edição da Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, maior festa religiosa de Minas Gerais. O evento conta com barraquinhas de comida, missas e apresentações musicais. De 07/09 a 14/09, no santuário do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos (Praça da Basílica).

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Vijazz & Blues Festival conta com participação do cantor e compositor Lenine e do músico angolano Nuno Mindeles, entre outras atrações. Sábado (6), a partir das 16h, no Horto Florestal (Rodovia Ubá, Juiz de Fora, KM 83).

A boa da semana

A Feira de Arte e Artesanato de Contagem disponibiliza diversos tipos de produtos, como roupas, acessórios e hortifruti. Sábado (6) e domingo (7), das 8h às 15h, na Av. João Cesar de Oliveira (próximo à Praça Iria Diniz).

Campanha Jurídico 2014 Em defesa do trabalhador O Sinttel-MG, cumprindo o papel de defensor dos interesses e direitos do trabalhador, mantém no Sindicato um Departamento Jurídico atuante, seja através de ações individuais ou coletivas. O departamento conta com uma equipe de advogados qualificados e com vasto conhecimento na área trabalhista e previdenciária, prontos para ajudar o trabalhador com necessidade de auxílio jurídico.

14ª edição do Festival Indie - Mostra de Cinema Mundial

Até dia 10 de setembro acontece em Belo Horizonte o Festival Indie 2014. Este ano, a mostra chega à sua 14ª edição e apresenta 63 produções cinematográficas de 20 países. A entrada é gratuita e as exibições ocorrerão no Cine Humberto Mauro, Belas Artes e Sesc Palladium.

O Indie dá destaque a diretores iniciantes que se sobressaem no cenário internacional. Desta vez, a capital recebe filmes inéditos como o aclamado “Ida”, do diretor Pawel Pawlikowski e o docu-

Precisa de ajuda?

(31) 3279-2003 ou juridico@sinttelmg.org.br

mentário “Nick Cave - 20.000 Dias na Terra”.

Na categoria Mostra Brasil, novos longas e clássicos considerados fundamentais para o cinema nacional estarão em cartaz. “O Bandido da Luz Vermelha”, do diretor paulista Rogério Sganzerla, é um dos destaques da programação.

Para conferir todas as produções que farão parte desta edição, basta acessar o site do projeto: www.indiefestival.com.br.

CULTURA

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

Mulheres Sempre Vivas

#ficaadica FITB volta a Belo Horizonte

PAISAGEM Livro registra e retrata histórias de senhoras da Serra do Espinhaço Divulgação

Raíssa Lopes “Sempre Vivas” é a expressão que dá nome a pequenas flores encontradas no topo da Serra do Espinhaço. E é também o título escolhido pela pesquisadora Marina Moss e pelo jornalista Thiago Almeida para dar vida ao “Mulheres Sempre Vivas”, projeto foto-documental que registra as histórias e memórias de senhoras idosas que vivem na Serra do Espinhaço.

O trabalho começou há um ano e utiliza, além da fotografia, estudos sobre paisagem e arte. “Muitos pesquisadores abordam a paisagem somente pelo viés ambiental, mas entendemos que aquelas mulheres também são parte do ambiente da Serra”, explica Thiago, que também é fotógrafo.

O jornalista acredita que, ao relatarem suas vidas, essas senhoras estão narrando a biografia de pessoas que não existem

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MAIS

É

reforma urbana A cidade para todos.

Pela democratização do espaço público.

Nilmário foi o relator da Proposta de Emenda Constitucional que dá ao transporte público a condição de direito social.

Coligação PT/Minas pra Você Contratante: CNPJ 20.576.392/0001-49 Valor: Nilmário Miranda / R$ 750,00

Coligação MINAS PRA VOCÊ

Coligação COM A FORÇA DO POVO

Coligação COM A FORÇA DO POVO

pela história oficial. “O lugar por excelência da mulher era o silêncio. A memória delas nos interessa muito, a vivência e a paisagem do corpo delas. Cada ruga, cada cicatriz é parte do processo de interação com aquele ecossistema, com aquelas rochas”, declara o artista.

Thiago cita Dona Preta, que trabalhou durante grande parte da vida quebrando cascalho e até hoje leva nas mãos as feridas provocadas pelas pedras.

Era casada com um dependente alcoólico, e por isso ridicularizada como “viúva de marido vivo”. Já Dona Tereza, quando estava doente e ia se tratar em Ouro Preto, não podia ser transportada na frente do caminhão. Tinha que ir agarrada a um pau de arara, porque era considerada “feia”.

Livro para gerações futuras Hospedados nas casas dessas senhoras, a dupla decidiu reunir todas as entrevistas coletadas em um livro, que será distribuído gratuitamente em escolas públicas da região. “As crianças do Espinhaço vão passar uma situação complicada no futuro. São lugares com contexto grave de conflitos ambientais, problemas de demarcação

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de terras, exploração. Elas precisam conhecer essas histórias, e, além disso, se reconhecerem como parte delas”, diz a pesquisadora.

Além do livro, serão realizadas exposições itinerantes de fotografia e oficinas.

Sempre Vivas Marina explica que a sempre viva é uma flor que, mesmo depois de colhida, possui aparência de viva. Por ser uma espécie muito valorizada no exterior, as mulheres da Serra do Espinhaço sobreviveram durante muito tempo da colheita da planta.

“O trabalho para colher as flores é muito pesado, e o retorno financeiro muito pouco. A flor é quase um símbolo da Serra e, pra nós, ela representa a força das mulheres que estão naquele pedaço de chão.

Mulheres que fazem parte daquele bioma e que, espero, mesmo depois de colhidas – depois de encantadas – continuem vivas na memória cada um de nós”, conclui Marina.

O projeto “Mulheres Sempre Vivas” é realizado de maneira independente e, em breve, será criada uma plataforma de financiamento online para quem deseja contribuir com a causa.

Com 22 atrações de sete países, o 14º Festival Internacional de Teatro de Bonecos ocupa os palcos do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), até o dia 14 de setembro.

Após enfrentar dificuldades para captação de recursos no ano passado, em 2014 o FITB retoma os moldes dos grandiosos espetáculos que o consagraram. As companhias que se apresentarão trazem montagens da Argentina, Chile, Brasil, Bélgica, Itália, Espanha e França.

Uma das novidades da edição é a mostra dedicada somente ao Teatro de Caixas. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Horários e programação completa você encontra no site festivaldebonecos.com.br.

SERVIÇO FITB - Festival Internacional de Teatro de Bonecos Até 14 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade).

Ingressos a R$ 10 e R$ 5.

Reprodução

Como chegar

Você pode pegar as linhas 5106, SCO2A e 104.

14 VARIEDADES

Belo Horizonte, de 29 de agosto a 4 de setembro de 2014

Sempre vi novela

Amiga da Saúde Estou com anemia e o médico passou sulfato ferroso, mas prefiro melhorar minha alimentação pra ter mais saúde. Quais são os alimentos mais ricos em ferro?

Denise Luciara, 23 anos, estudante universitária

Novela Sempre vi novela, falei de novela, mudei meus compromissos por causa de novela, li revista de novela. Aliás, eu sempre brinquei de novela.

Criava os roteiros, os personagens, inventava nome. Essa foi uma fase muito boa da minha vida, eu me divertia nos “diálogos monólogos”. E tinha cenas de tudo: raiva, emoção, amor, sexo...

Eu me lembro, já adolescente, de uma vez em que estava na formatura dos colegas de escola e a festa era a última cena de uma de minhas novelas. Na festa, acontecia a cena em que o casal de protagonistas (eu era o protagonista) finalmente se acertava, se perdoava. Sem dizer uma só palavra, enquanto a música tema dos dois tocava, eles se procuravam pelo salão, certos de que se amavam. No último verso da can-

ção (“Ana Júlia”, de Los Hermanos) os dois se encontravam, paravam frente a frente, abriam um sorriso, a cena congelava e subia o letreiro “fim”. Eu realmente fiz isso na festa. Meu Deus, que garoto mais louco! Brincar de encenar com personagens imaginários, sozinho, falando, gritando e chorando, sorrindo pelos cantos!

Eu penso diferente. A novela sempre foi um instrumento que desperta a minha curiosidade pelas diferentes possibilidades de viver. De poder experimentar sensações e histórias que na vida real não dá. Claro que isso tem mais a ver com o teatro ou literatura do que com a novela. Mas eram elas que eu tinha todos os dias na TV e brincando com elas eu me divertia e exercitava minha curiosidade e imaginação.

Hoje me divirto e me exercito inventando tramas, “cupidando” casais, dramatizando as cenas da vida. A novela não saiu de mim.

Por isso, há um ano despertou Joaquim Vela. Ele sempre esteve dentro de mim como o autor e ator de novelas. Há um ano ele resolveu sair do armário e escrever. E com ele me divirto ao refletir sobre valores, ideologias, mudanças de comportamento que as novelas suscitam.

Ainda mais em um jornal que tem uma visão tão particular da sociedade e do mundo.

Obrigado Brasil de Fato MG por esse 1º aniversário de Joaquim Vela. E obrigado a você, leitor, por acompanhar, há um ano, minha imaginação por aqui.

Joaquim Vela (MAA) quimvela@brasildefato.com.br

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Querida Denise, a anemia por carência de ferro não deve ser tratada somente com melhora do padrão alimentar. O sulfato ferroso pode garantir um tratamento mais rápido e eficaz. Entretanto, melhorar a alimentação é importante para prevenir outros episódios, se o seu caso for de base alimentar. Para ter uma me-

lhor absorção do ferro dos alimentos, combine proteínas animais (carnes, ovos, fígado) com grãos e vegetais ricos em ferro (feijão, lentilha, grão-debico) e alimentos ricos em vitamina C (laranja, acerola, goiaba, pimentão, brócolis, couve-flor). A vitamina C é importante porque contribui com a absorção do ferro pelo nosso organismo.

Amiga da saúde, por que algumas pessoas têm muita ressaca com pouca bebida alcoólica e outras bebem muito e no outro dia estão bem?

Jaqueline, 35 anos, assistente social Cara Jaqueline, isso ocorre porque as pessoas são diferentes. Quanto mais tempo o álcool permanece circulando no sangue, mais efeitos irritativos ele provoca. Quem tem mais capacidade de metabolização do álcool costuma apresentar menos sintomas no dia seguinte. A quantidade vai interferir em outros efeitos como a desidratação, que também é responsável pelo mal estar. Se for ingerir bebida alcoólica, é melhor beber muita água antes, durante e depois.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Sofia Barbosa - Coren MG 159621-Enf.

ESPORTE

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

na geral Basquete masculino

Depois de perder para a anfitriã Espanha por 82 a 63, a Seleção Brasileira de Basquetebol venceu a Sérvia. O jogo foi emocionante. O Brasil chegou a abrir 18 pontos no primeiro quarto e sofrer a virada no terceiro. Ao fim, se recuperou e venceu por 81 a 73, classificando-se às oitavas de final. O destaque coube ao ala Marquinhos, que fez 21 pontos.

Jogos Olímpicos da Juventude Entre os dias 16 e 28 de agosto, foram realizados os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China. A competição, criada pelo Comitê Olímpico Internacional em 2007, reúne atletas de 14 a 18 anos, numa proposta que une esporte, cultura e educação em seu programa de atividades. Funciona, também, como laboratório para novas modalidades esportivas, a exemplo das disputas por equipes mistas (compostas por meninos e meninas) ou por equipes intercontinentais (compostas por atletas de vários países). O Brasil somou 15 medalhas na competição (seis ouros, oito pratas e um bronze), resultado que representa mais do que o dobro das medalhas conquistadas na edição de Cingapura, em 2010.

Vôlei Masculino

Apesar da ansiedade da estreia no campeonato mundial de vôlei, realizado na Polônia, o Brasil cravou 3x0 na Alemanha, com uma grande atuação do meio de rede Lucão.

No grupo de Brasil e Alemanha ainda estão Cuba, Tunísia, Coréia do Sul e Finlândia. Destes adversários, apenas a renovada seleção cubana tem chances de fazer um bom jogo contra o Brasil.

Fair Play Financeiro: para reorganizar as contas do futebol

Puniram a moça. E os moços?

Patrícia Moreira, torcedora do Grêmio, perdeu o emprego como auxiliar de dentista na Brigada Militar gaúcha, após ser flagrada pela TV chamando de “macaco” o goleiro Aranha, do Santos. A punição é justa.

Contudo, outros torcedores foram vistos nas mesmas imagens praticando atos racistas. Até o momento, o máximo que lhes ocorreu foi a perda da carteirinha de sócios gremistas. O caso enseja a reflexão: os torcedores do sexo masculino e de cor branca ficaram impunes. Porém, a jovem mulher pobre da periferia de Porto Alegre já não pode nem voltar à sua casa, alvo de vandalismo dos próprios vizinhos. Deve-se lutar contra o racismo, mas nunca através de mais sexismo e preconceito de classe.

15

???

Você Sabia

Arthur Friedenreich foi o primeiro ídolo negro do futebol brasileiro.

Aprendeu futebol nas ruas, já que sua origem humilde não o permitia frequentar os clubes paulistas. Por ser descendente de alemães, conseguiu furar o bloqueio à participação de negros no esporte e foi o primeiro a frequentar clubes profissionais no país.

Pratique esportes

Ginástica

Yoga

RESPONSABILIDADE FINANCEIRA Grandes clubes precisam rever suas finanças Wallace Oliveira Cada vez mais endividados, embora mais ricos. De acordo a BDO Member Firm, entre 2008 a 2012, a receita bruta dos 24 principais clubes do futebol brasileiro variou de R$ 1,43 bilhões para mais de R$ 3,19 bilhões, crescendo 122%. Ao mesmo tempo, as dívidas subiram 74%, passando de R$ 2,73 bilhões em 2008 para R$ 4,75 bilhões em 2012. Mais de R$ 2,5 bilhões correspondem a dívidas com os cofres públicos.

Muitos clubes gastam mais do que arrecadam, o que gera endividamento e desequilíbrio entre equipes. No mercado, quem faz a oferta mais gorda costuma atrair os melhores atletas. Nem sempre se cumpre o combinado. É comum o não pagamento de salários e direitos de imagem aos jogadores, principalmente quando o contrato es-

tá próximo do fim.

Os dirigentes costumam pedir renegociações de dívidas e isenções tributárias, mas não querem saber das contrapartidas. O que deve o governo exigir para que um clube parcele o pagamento de seus compromissos? Que requisitos devem ser preenchidos para receber incentivos públicos? O Projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte trata do refinanciamento das dívidas, mas omite as obrigações dos devedores.

Para que esta situação mude, são necessárias regras de gestão transparente e responsável do futebol. Desde 2011, ao menos cinco ligas europeias adotaram o “Fair Play Financeiro”, conjunto de medidas que limitam os gastos com futebol, estimulam a prestação de contas e punem fraudes. Em apenas um ano,

o modelo reduziu em 36% o gasto com transferências de atletas, 237 clubes foram avaliados e três deles excluídos das competições da UEFA. As dívidas com funcionários, seguridade social e transferências caíram 47%.

No Brasil, o movimento Bom Senso FC defende um modelo semelhante ao europeu. Segundo os jogadores, os principais objetivos seriam garantir o pagamento dos salários, disciplinar as finanças futebolísticas, diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e equilibrar a competição no mercado da bola.

Para que se efetive, a proposta requer a adesão de governos e torcedores. O tema, porém, não parece ter grande popularidade, a julgar pelo fato de que, até agora, não recebeu destaque na campanha eleitoral.

Data: 9 de setembro Horário: 19h Local: Praça Nossa Senhora da Glória. Eldorado, Contagem Informações:contagem.mg. gov.br Contato: (31) 3352-5469 De segunda a sexta-feira, o programa Exercita Contagem oferece aulas gratuitas de ginástica em 14 diferentes locais da cidade. Os interessados devem comparecer a algum dos lugares onde acontece o programa e se cadastrar.

Data: 7 de setembro Horário: 9h Local: Parque Municipal.

Centro de Belo Horizonte Informações:amyoga.com. br Telefone: (31) 3277-5398 O projeto Yoga para Todos, é fruto da parceria da Associação Mineira de Yoga com a Fundação de Parques Municipais. Aulas gratuitas de yoga são oferecidas ao ar livre. Interessados devem levar um tapetinho ou canga e usar roupas confortáveis.

O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.

16 ESPORTES

Belo Horizonte, 4 a 10 de setembro de 2014

OPINIÃO Atlético

Rever conceitos Bruno Cantini

Rogério Hilário Diante dos últimos acontecimentos, convicções perdem a imortalidade. Preciso rever alguns conceitos.

Antes, considerava o elenco do Atlético completo, demonstrando minha aversão às contratações do zagueiro Tiago, do volante Rafael Carioca e do lateral Douglas Santos. Pelo visto, com tantas contusões, vai acabar faltando jogador. De uma só vez, foram para a enfermaria Maicosuel, Marion e Josué. Já estavam no estaleiro Réver, Pierre, Leandro Donizete, Guilherme e Marcos Rocha. Levir Culpi já está de olho nos juniores. E, quem sabe, até entre em campo também numa emergência.

A situação aumenta o risco de quem passar na porta da sede do Galo. Se entrar para admirar os troféus, o recrutamento compulsório é uma ameaça.

Todas as semanas nas ruas de

BH

Anuncie Atualmente, sem Ronaldinho Gaúcho, o grupo alvinegro se baseia mais no conjunto (quando dá as caras) e na disposição (mesmo com o excesso de passes e conclusões erradas). Talento, mesmo assim lampejos, somente Diego Tardelli e Dátolo. Talvez seja o suficiente numa Copa do Brasil, torneio propício a surpresas originárias dos mais remotos rincões brasileiros, haja

vista as eliminações de Vasco, Fluminense, Internacional... E por aí vai. Quanto ao Campeonato Brasileiro, tenho cá as minhas dúvidas, apesar da irregularidade rondar os competidores. Há uma alternância constante entre o segundo e o quarto lugares. Bem como lá na outra ponta. Por isso, o departamento médico precisa ser esvaziado urgentemente.

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3309-3304

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OPINIÃO América

Ameaçado pelo tapetão América Futebol Clube

OPINIÃO Cruzeiro

O que somos Reprodução

Wallace Oliveira O primeiro jogador negro na história do Cruzeiro foi o zagueiro Bento, que ingressou no Palestra Itália em 1928, sete anos após a fundação do clube. Na época de Bento, ouvir agressões raciais era um fato corriqueiro e amplamente aceito, dentro e fora dos estádios. A Ponte Preta recebeu o apelido de “Macaca” por admitir negros em seus quadros. Em 1914, o jogador do Fluminense Carlos Alberto cobriu o corpo com pó de arroz, a fim de parecer que era branco. Não só não disfarçou a negritude, como suscitou ataques mais virulentos das arquibancadas.

Hoje, por outro lado, manifestações veementes de racismo provocam a revolta das multidões, especialmente quando mostradas na TV. O problema, porém, está longe de desaparecer. Quem frequenta os estádios preste atenção. Fatalmente, ouvirá expressões semelhantes àquelas que alguns gremistas

Bráulio Siffert proferiram contra o goleiro Aranha, na semana passada.

Logo após o referido episódio, me surpreendi ao ler num famoso portal de notícias que os atletas brasileiros estariam acostumados com essas situações fora do país, mas que, no Brasil, isto seria novidade. Como sempre, faz parte do nosso “racismo cordial” esconder nossos problemas.

Muito cedo, aprendemos a parecer democráticos quan-

do convém, mas somos flagrados em nossa miséria quando as emoções transbordam o autocontrole. E é por isto que o futebol faz vir à tona tanto racismo, machismo, homofobia e preconceito de classe. Entre a vibração por um belo lance e a revolta por um gol mal anulado, sem querer, expomos nossa verdadeira face. Somos uma sociedade estruturalmente desigual, autoritária, violenta e preconceituosa.

O Joinville entrou com uma denúncia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), alegando que a escalação do ex-lateral do América Eduardo em quatro jogos, nessa Série B, foi irregular, em virtude de ele já ter jogado por mais de dois times em campeonatos organizados pela CBF. Então, o América teria que ser punido com a perda de 21 pontos, o que deixaria o time, que

está na zona de classificação, na lanterna.

O STJD recebeu a denúncia, mas ainda não se manifestou. A Diretoria e o Conselho Gestor do América declararam que “inexiste qualquer irregularidade nos registros dos atletas”, que o clube está tomando todas as providências para a possível defesa e que caso semelhante ocorrido no ano passado foi arquivado pelo STJD.