Edição 49 do Brasil de Fato Minas Gerais

9 ENTREVISTA

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MINAS

“Os tucanos cercaram Minas”

Mulheres cobram trabalho justo

Dinheiro do Estado para aeroporto de uso particular. Verba publicitária para rádio privada. Deputado critica o uso da máquina pública por Aécio Neves

Número de mulheres no mercado de trabalho ainda é 20% menor do que de homens e elas ainda ganham menos pela mesma função.

Falta de creche também é problema

Minas Gerais

6 e 11

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ESPORTES

Banco de imagens sxc.hu

Sobre duas rodas

Meio de transporte, cuidado com o corpo, prática esportiva e convivência. Tudo isso é ciclismo. Roteiro esportivo do BFMG apresenta opções para quem anda de bicicleta

01 a 07 de agosto de 2014 • edição 49 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

3 CIDADES

MUNDO

Palestina recebe solidariedade latina

Ag Eficaz

Midia Ninja

Sociedade fiscaliza obra Após meses de promessas, Prefeitura de BH confirma início do trabalho da comissão para acompanhar reforma no Viaduto Santa Tereza até o fim da semana. Movimentos seguem cobrando Embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al Zeben vem a Belo Horizonte a convite do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino. Países do Mercosul se declaram contra ataques de Israel ao país

3 CIDADES

10 BRASIL

Cresce luta por Reforma Política

Reprodução

4 CIDADES

Novo estatuto da Abaixo-assinado Guarda Municipal para bares Estatuto nacional pode militarizar as guardas municipais.

Proposta pode ser sancionada pela presidenta Dilma Roussef, mas tem sido alvo de muitas críticas

Lei pode exigir abaixo-assinado de moradores para instalação de bares e outros estabelecimentos em bairros residenciais em BH. Tema provoca controvérsias entre cidadãos

Plebiscito pela Constituinte ganha força ao se aliar a 95 entidades da Coalizão pela Reforma Política. Votação acontecerá de 1 a 7 de setembro

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OPINIÃO

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

editorial | Minas Gerais

editorial | Brasil

É preciso mais mulheres no poder

Eleições presidenciais e reformas estruturais

Quando chega o ano eleitoral, principalmente agora, quando o debate da reforma política ganha as ruas, antigas questões reaparecem: por que há tão poucas mulheres nos espaços de decisão do nosso país, estado e cidades, mesmo elas sendo maioria do eleitorado (52,13%)? Isso acontece porque temos um sistema eleitoral excludente, construído em uma perspectiva conservadora, que se alimenta da ideia de que os homens representam um interesse universal. Ou seja, não precisam de mulheres nestes espaços, elas seriam “naturalmente” representadas pelos homens.

Apesar de inúmeras lutas realizadas pelas mulheres para ampliarem sua participação nos es-

Por que há tão poucas mulheres nos espaços de decisão do nosso país, estado e cidades, mesmo elas sendo maioria do eleitorado?

rior Eleitoral divulgou na semana passada são animadores: houve um aumento de 46,5% na participação das mulheres no pleito eleitoral de 2014 em todo o Brasil. Em Minas Gerais, 31,05% das candidaturas são de mulheres.

No entanto, sabemos que uma maior participação no pleito não significa um maior número de eleitas, porque, no atual sistema eleitoral, é eleito quem consegue mais recursos. E, na maioria das vezes, as candidaturas de mulheres são colocadas em segundo plano ou apenas para cumprirem a cota, sem que as candidatas tenham real viabilidade eleitoral.

Não podemos mais tolerar esta situação. É necessário promover uma profunda reforma, democratizar o sistema político, ampliando a participação das mulheres.

Precisamos ir às ruas, de 01 a 07 de setembro, e votarmos “sim” no plebiscito popular pela constituinte exclusiva do sistema político, como forma de pressionar o Congresso para convocar uma Assembleia Constituinte.

As manifestações de junho de 2013 transforma­ram as eleições de 2014 numa bata­lha decisiva. Para responder aos anseios po­pulares, é necessário colocar as re­formas estruturais na agenda políti­ca brasileira. Não por acaso, a pre­sidenta Dilma, no lançamento de sua candidatura à reeleição, pautou o Plano de Transformação Nacional como uma diretriz fundamental de seu programa de governo. Trata-se do compromisso com quatro refor­mas: a política, a federativa, a urba­na e dos serviços públicos.

Para a reforma política, Dilma concorda com a necessida­de de um plebiscito oficial que con­ sulte o povo brasileiro sobre a ne­cessidade de convocar uma Assem­ bleia Constituinte exclusiva para mudar o sistema político. Por trás da reforma federativa está uma reforma tributária pa­ ra corrigir as distorções que penali­ zam a renda da classe trabalhadora e que prejudicam os setores produ­ tivos da economia. A re­forma urbana se pautará no combate ao déficit habita­cional, na melhoria da mobili-

paços públicos e de poder, ainda temos na Câmara Federal apenas 9% de mulheres e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 10% (8 deputadas e 69 deputados). Na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte há apenas uma mulher e, na de Contagem, três.

Algumas iniciativas para mudar essa realidade vêm sendo tomadas. Em 1997, a Lei das Eleições (Lei n° 9.504/1997) passou a prever a reserva de vagas para a participação feminina nos cargos proporcionais – deputada federal, estadual e distrital e vereadora. Em 2009, com a sanção da Lei n° 12.034 (a primeira minireforma eleitoral), essa participação passou a ser obrigatória. O novo texto, que consta do parágrafo 3º do art. 10 da Lei 9.504, estipula que sejam preenchidas (e não apenas reservadas) “as candidaturas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo”.

Os dados que o Tribunal Supe-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

dade urbana, no avanço de um programa de saneamento básico e de segurança pú­blica.

O compromisso da candidatura Dilma com essas quatro reformas é a gran­ de novidade das eleições presiden­ciais. Entretanto, existem al­ gumas pedras no meio do caminho.

A primeira é o caráter conservador de

Não é possível colocar as reformas estruturais na agenda sem combinar luta de massas com a luta pela cons­tituinte exclusiva do sistema políti­co sua coali­zão eleitoral, especialmente o PM­DB. Mesmo que a presidenta consiga propagan­dear essas propostas e seja reeleita compromissada com elas, encontra­rá dificuldades de aceitação no Con­gresso Nacional, hegemonizado por empresários, ruralistas e por todo tipo de pensamento conservador. Ou seja, encontrará obstáculos num siste­ma político pautado pelo poder eco­nômico.

Não é possível colocar as reformas estruturais na agenda sem combinar luta de massas com a luta pela cons­ tituinte exclusiva do sistema políti­co.

Para viabilizar essa agenda, é urgente a construção de uma força social de mas­sas, formada fundamentalmente pela jovem classe trabalhadora.

Se Dilma não pautar as reformas estruturais, não conse­guirá dar respostas às demandas de junho de 2013. Mas não somente isso. Poderá perder as eleições e abrir espaço para uma pos­sível restauração neoliberal no Brasil, com consequências para toda a Amé­rica Latina.

Pautar estas quatro reformas é um bom ponto de partida para rom­per com a pobreza de debate pro­gramático tão comum nas eleições. Além disso, também pode ser o primei­ ro passo para pautar outras refor­mas fundamentais, como a agrária, solenemente ignorada nos últi­mos 12 anos.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Wallace Oliveira. Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG).

Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Fotógrafa: Marina Lana/AgEficaz. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010.

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

CIDADES

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Porte de arma é polêmica em Estatuto da Guarda Municipal UNIDADE Projeto de lei é enviado para sanção de Dilma Rousseff Thaíne Belissa Portal Minas Livre Enviado para a sanção da presidenta Dilma Rousseff no final de julho, o Projeto de Lei 1332/03, que cria um estatuto nacional para a Guarda Municipal, tem sido elogiado por sua iniciativa de unificar a corporação. Mas a proposta também é motivo de polêmica, uma vez que garante o porte de arma aos guardas. Outro ponto de discórdia é a possibilidade de uma emenda que dá poder de polícia à corporação, o que a tornaria semelhante à Polícia Militar.

O projeto de lei é do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e regulamenta a criação e o funcionamento da Guarda Muni-

cipal em todo o país. De acordo com o texto, os guardas deverão ter equipamentos e uniformes padronizados. O porte de arma será liberado durante o horário de serviço, nas capitais, nos municípios com mais de 500 mil habitantes e nas demais cidades com pelo menos 50 mil habitantes.

O texto prevê que o guarda municipal poderá agir em situação de flagrante delito, encaminhando o autor da infração ao delegado competente. Cria, ainda, a exigência de capacitação específica para os guardas municipais, além de órgãos de controle da corporação. Com esse estatuto, a Guarda Municipal passa a ter uma linha telefônica (153) e faixa exclu-

siva de frequência de rádio.

O autor do projeto, que já comandou a Guarda Municipal de São Paulo, acredita que o estatuto vai garantir a formação dos guardas de maneira unificada, impedindo que cada cidade aja da forma que quer. “A partir de linha única, as Guardas Municipais poderão ser usadas como força de segurança do governo federal”, afirma.

Porte de arma é polêmica O vereador de Belo Horizonte Coronel Piccinini (PSB) é a favor do uso de armas na Guarda Municipal. Ele destaca, entretanto, que o servidor tem que ser devidamente capacitado, conforme exige o texto do projeto de lei.

Sociedade cobra acompanhamento de obras no Viaduto Santa Tereza Joanna Ladeira

Maíra Gomes A Prefeitura de BH, por meio da Coordenaria de Juventude, faz mais uma promessa sobre o Viaduto Santa Tereza: a Comissão de Acompanhamento deve iniciar seus trabalhos até semana que vem. A Comissão é demanda do movimento Viaduto Ocupado, criado em fevereiro, quando grupos culturais e organizações se mobilizaram no local por mais de uma semana.

Após ter prometido a criação da comissão outras duas vezes - na época da ocupação e durante uma audiência pública em maio - finalmente a PBH publicou no Diário Oficial, no dia 5 de julho, o chamamento para a composição da Comissão. O movimento Viaduto Ocupado denunciou que os atrasos foram manobras para desmobilizar o grupo.

“Se pensar que era algum protocolo para cumprir, en-

Marina Lana

Guardas terão equipamento e uniformes padronizados

Já o deputado João Leite, presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia de Minas Gerais, defende o estatuto como um importante documento para evitar conflito de competência com as demais polícias. Entretanto, não concorda com a liberação de arma de fo-

go para os guardas municipais. “Sou contra que eles façam uso de arma letal, mas defendo que possam portar os chamados teaser e outros dispositivos que lhes deem maior segurança para o exercício do cumprimento dos deveres constitucionais”, afirma.

PERGUNTA DA SEMANA Oficialmente, estamos vivendo o inverno desde o dia 21 de junho, mas o frio foi apertando mesmo no meio de julho, e ainda mais esta semana. Na madrugada de quarta (30), a capital mineira alcançou mínima de 9,8º C, menor índice registrado durante o ano. Apesar da sensação congelante, muitos gostam do frio e veem nele uma oportunidade para fazer coisas diferentes.

E você, acha que o frio traz coisa boa, tem um lado bom?

tenderíamos os atrasos, mas não é. Uma série de comissões são criadas o tempo todo na prefeitura. Entendemos que foi uma forma de desmobilizar e deslegitimar o movimento”, declara Pedro Valentim, militante do movimento e integrante do grupo Família de Rua. Ele denuncia que, no edital de chamamento, foi exigida uma série de documentações dos grupos interessados na comissão, dificultando a participação.

Segundo a Coordenadoria de Juventude, os nomes devem ser publicados oficialmente e assim será mar-

cada a primeira reunião da Comissão para planejar os trabalhos. Pedro aponta que, apesar de a obra já estar em seu sétimo mês, ainda há tempo para garantir que ela seja entregue da melhor maneira possível. “Alguns detalhes técnicos, como um tipo de pedra que será usado na área de skate, ainda podemos prestar atenção”, conta.

Pedro conta que a Comissão deverá acompanhar diariamente a obra e produzir relatórios para que a sociedade possa saber o que está acontecendo no viaduto.

Eu gosto de frio, vestir blusa, ficar quentinha. Na hora de dormir é bom também.

No calor ninguém consegue ficar perto e no frio as pessoas ficam mais juntinhas.

Layslaine Stanislaw, 18

Tem lado bom, sim. Porque nem só de calor a gente pode viver, faz parte da vida na Terra, do meio ambiente. E eu gosto do frio, é mais fácil pra dormir e pra se alimentar.

Emílio Ângelo, 75

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CIDADES

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

Consulta a moradores será obrigação de empreendimentos PROJETO DE LEI Comércio vai precisar consultar população do bairro antes de ter alvará www.sxc.hu

Rafaella Dotta Moradores poderão dar sua opinião sobre empreendimentos instalados perto de suas casas. A proposta é do vereador Pelé do Vôlei (PTdoB) e exige aprovação da população para instalação de estabelecimentos comerciais em áreas predominantemente residenciais.

Proposta vai a votação nos próximos meses, na Câmara de Belo Horizonte.

O Projeto de Lei 884 estabelece que todos os empreendimentos industriais, comerciais e de prestação de serviço precisarão organizar um abaixo-assinado com as pessoas que moram a 500 metros do local. A aprovação será exigida como parte dos documentos de liberação de alvará. Se a maioria da população responder negativamente, o estabelecimento não poderá se instalar.

De acordo com a justificativa de Pelé do Vôlei, muitos moradores têm procurado a Câmara para realizar reclamações. “Principalmente os bairros tradicionais que, de um dia para o outro, perderam aquela tranquilidade e sossego em função dos estabelecimentos comerciais que ali se instalaram”, diz, citando o São Pedro, Santo Antônio, Lourdes, na zona Sul e Floresta, na Leste.

“Recebemos muitas reclamações, principalmente sobre o projeto que au-

Quem mora a 500 metros terá que aceitar a instalação de novos empreendimentos menta os decibéis”, diz o vereador sobre o PL 751, também em tramitação na Câmara, que pretende aumentar o volume de som permitido em lei de 60 para 80 decibéis.

Prós e contras Lúcia Pinheiro Rocha, presidente da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Pró-Lourdes), há três anos reivindica garantia da qualidade de vida para o seu bairro. Ela concorda

“Faca de duas lâminas” Para o vereador Adriano Ventura (PT) este projeto é uma “faca de duas lâminas”.

“Ao mesmo tempo que você dá para a população a condição de opinar, você também corre um risco. Existe uma prática de dar benefícios ou pagar por assinaturas”, afirma. Adriano Ventura também citou uma recente audiência pública, em que uma empresa mineradora conquistou a simpatia de mo-

radores com a construção de uma praça.

Ele argumenta que os atuais meios de participação popular, como os abaixo-assinados e audiências, estão “viciados”. “Infelizmente a política não conseguiu encontrar instâncias claras que deem ao cidadão condições de opinar”, diz. Para ele, é preciso adequar essas ferramentas à realidade de cada local.

com a exigência do abaixo -assinado. “É uma boa medida. O que os moradores mais reclamam é que acordam de manhã e tem um bar funcionando embaixo da casa deles, sem que tivessem sido avisados”, diz.

dos em regiões residenciais.

“Depois da Lei Seca muitas pessoas saem sem carro e estão escolhendo bares próximos, que ficam a dois quarteirões de casa, por exemplo. O abaixo-assinado pode tirar essa opção do ci-

Em processo de aprovação Proposto em setembro do ano passado, o PL 884 foi aprovado pelas duas comissões em que foi analisado: a de Administração Pública e de Legislação e Justiça. Agora, parte para votação em plenário, ou seja, será apreciado por todos os vereadores conjuntamente. Para virar lei, necessita do voto favorável de

dois terços dos vereadores, em 1º e 2º turnos.

De acordo Pelé do Vôlei (PTdoB), autor do Projeto de Lei, a proposta ainda receberá alterações propostas pela Câmara. Até o momento, o PL não especifica como será realizada a coleta de assinaturas e não inclui ou exclui a realização de eventos.

O proprietário do bar Assacabrasa, também no bairro do Lourdes, acredita que a medida pode ser positiva para aproximar empreendimentos e consumidores.

“Se você vai abrir um negócio em um bairro, ele tem que ser a favor dos moradores, pois será para atender aquelas pessoas. Se elas forem contra, não tem porque abrir”, afirma José da Costa.

Ao mesmo tempo, o proprietário defende os pontos positivos dos bares instala-

dadão”, diz.

Para o vereador Gilson Reis, a proposta pode comprometer os pequenos negócios e favorecer os grandes. “Isso pode criar uma burocratização do processo de instalação. Uma grande empresa acaba criando as suas condições independente dos impactos”, diz. Para Gilson, este é um problema a ser tratado no Plano Diretor e na Lei de Ocupação de Solo do Município, de forma coordenada.

FATOS EM FOCO Polícia Civil investiga motivo da queda do viaduto A construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto Guararapes, divulgou laudo que mostra que o projeto executivo não previu uso de aço suficiente para aguentar o peso demandado, contendo apenas um décimo de ferragem necessária. A empresa recomenda o isolamento total da avenida Pedro I, na altura do bairro São João Batista, por conta da alça norte da estrutura, feita com base no mesmo projeto executivo que apresentou falhas. Mesmo sem data prevista para acontecer, autoridades apontam a possibilidade de demolição da alça. O isolamento exige também a retirada de famílias que moram no entorno do viaduto, que serão levadas para hotéis de responsabilidade da Cowan. O cadastramento das 186 famílias já está sendo realizado e a desocupação é optativa. Muitos moradores afirmam que não vão sair e realizaram manifestação no sábado (26).

A PBH se limitou a dizer que está analisando o parecer entregue pela Cowan e afirma que ainda não definiu se ocorrerá de fato a retirada das famílias ou demolição da alça norte do viaduto.

A Polícia Civil segue com as investigações para entregar o laudo oficial sobre a causa da tragédia.

A previsão é que o estudo esteja pronto dentro de 30 dias, a partir do início das escavações no entorno do pilar da parte do viaduto que caiu, que deve começar até a próxima semana. A investigação se baseia em depoimentos das testemunhas, além de documentos e projetos das empresas responsáveis pela obra. Mais de 50 pessoas foram ouvidas até agora.

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MINAS

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A mulher e o trabalho em Minas ELEIÇÕES Série do Brasil de Fato MG trata das demandas das mulheres Reprodução

Maíra Gomes Já faz mais de 30 anos que as mulheres queimavam sutiãs em praças das grandes cidades do Brasil, dado visibilidade à luta por seus direitos. De lá pra cá, pode-se dizer que muita coisa mudou, mas ainda não se alcançou o necessário.

Mesmo sendo maioria no estado de Minas Gerais, elas sofrem diariamente com uma série de problemas, simplesmente por serem mulheres. Uma pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro, em 2011, abordou as diferenças entre homens e mulheres no âmbito das atividades produtivas. Os resultados demonstram que enquanto 64,6% dos homens acima de 10 anos estavam inseridos no mercado de trabalho, o percentual de mulheres era de 39,9%.

Mães desistem dos estudos por falta de creches, afetando toda a sua vida profissional “Elas recebem salários menores que os homens pela mesma atividade e são a maioria da população inserida em trabalhos precários e informais”, denuncia Isabela Silva, militante da Marcha Mundial das Mulheres.

Ela afirma ainda que algumas funções, como o trabalho doméstico e de cuidados a crianças, enfermos e idosos, são responsabilidade exclusiva das mulheres.

Rosane Pires, conselheira municipal de Promoção da Igualdade Racial, reforça que, se as mulheres bran-

Burocracia para acesso ao Pronaf Mulher impede que trabalhadoras conquistem sua autonomia

64,6% dos homens estavam no mercado de trabalho em 2011.

Apenas 39,9% das mulheres cas ganham pouco, as mulheres negras ganham ainda menos, chegando a receber pouco mais que a metade do valor em uma mesma função.

As dificuldades de inserção de mulheres no mercado de trabalho, segundo Emanuelle Lopes Perpétuo, militante do Levante Popular da Juventude, levam, muitas vezes, as jovens a ingressarem na prostituição. “Elas são aliciadas e encontram na prostituição uma saída. Apesar de, por vezes, oferecer às mulheres uma chance de obterem salário melhor do que trabalhos formais e informais, as prostitutas são frequentemente violentadas e exploradas”, denuncia.

Trabalhadoras rurais pedem menos burocracia No campo, as mulheres também sofrem com as difi-

culdades de trabalho. Junto com sua família na agricultura, a mulher acaba dependendo daquele espaço e forma de produção, tendo dificuldades de exercer sua autonomia financeira. “Quando o homem acessa programas de incentivo no campo, dificilmente vai passar o re-

curso para a mulher, ele é quem toma as decisões”, explica Maria de Lourdes Souza Nascimento, presidente da Associação Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas (ACNOM).

Ela explica que, se quiser sair de casa ou simplesmente realizar seus sonhos,

a mulher precisa conquistar programas de financiamento e, para isso, foi criado o Pronaf Mulher. Mas Maria de Lourdes conta que a burocracia ainda é muito grande e poucas conseguiram o acesso para uma cooperativa ou venda de produtos artesanais.

Educação e famílias Para conseguir um bom lugar no mercado de trabalho, a educação é fundamental. No entanto, a mulher tem grandes dificuldades em continuar e até iniciar os estudos. “A maioria das mães tiveram seu primeiro filho na juventude. Em Minas, a construção de creches e a gestão da educação

infantil são deveres delegados somente aos municípios, e a jovem mãe muitas vezes desiste dos estudos, aumenta a jornada de trabalho e educa a criança sem ajuda do pai e sem uma estrutura pública, afetando toda sua vida profissional”, reflete Emanuelle.

Quando consegue ingressar na universidade, a mu-

lher sofre com uma assistência estudantil incipiente, resultando no grande número de evasão. Algumas particularidades do universo feminino devem ser consideradas, como atendimento ginecológico, bolsas-auxílio, creche, incentivos de pesquisa e de extensão, entre outras.

DEMANDAS - Desenvolver ações para a permanência das mulheres no mercado de trabalho e para garantir a equiparação salarial entre homens e mulheres - Criar políticas que incentivem a formalização do trabalho, garantindo o acesso das mulheres a direitos - Ampliar a construção e o financiamento de creches e pré-escolas públicas, nos meios urbano e rural, priorizando a educação de qualidade em tempo integral - Construção de equipamentos sociais como lavanderias públicas, restaurantes populares, bancos de alimentos, cozinhas comunitárias, etc - Cumprir a determinação constitucional de investimento em educação - Melhorar os programas profissionalizantes direcionados a jovens - Implementar um Plano de Assistência Estudantil nas Universidades Estaduais -Maior fiscalização e garantia de uso de equipamento de proteção por mulheres - Aprovação da jornada de 30 horas para as trabalhadoras de saúde.

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MINAS

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

Apoio à Palestina é organizado em Minas Gerais

FATOS EM FOCO

PEC 68: pressão dos dois lados

INTERNACIONALISMO Belorizontinos se reúnem em solidariedade ao país, que teve 1330 mortos desde o início dos ataques de Israel Ag Eficaz

Rafaella Dotta vos é o extermínio de civis, como o ataque de terça-feiPara fortalecer a ajuda que ra (29) a uma escola de desabrasileiros estão organizan- brigados, em que 19 pessoas do à Palestina, o embaixa- morreram. dor palestino Ibrahim Al ZeNa criação do Estado de ben concedeu entrevista co- Israel, em 1948, 88% dos paletiva na quarta-feira (30) no lestinos foram expulsos de Sindicato dos Jornalistas, em seu território e houve uma Belo Horizonte. A atividade progressiva investida israfaz parte das ações do Comi- elense contra territórios ofitê Mineiro de Solidariedade cialmente palestinos. Esse ao Povo Palestino, composto é o ponto fundamental papor mais de 60 organizações. ra entender o atual conflito, “É preciso visitar a Pales- segundo o embaixador. Sotina para se conhecer um lu- bre a solução para o conflito, gar que é cercado por todos Ibrahim agradeceu ao apoio os lados. E só conhecendo internacional, com destapara entendê-lo”, disse o em- que para o governo brasileibaixador, denunciando que ro, e afirmou que “a solução o seu país está cercado pelas não é pela guerra”. “Estamos fronteiras com Israel. Para sangrando, mas dispostos a ele, o governo israelense se- encontrar uma solução”, disgue com a missão de tornar se. a vida do palestino impossível naquele território.

Comitê de Solidariedade Por muitas vezes Ibrahim Com o objetivo de trazer Al Zeben repetiu que a ma- um contraponto às infortança de crianças, estima- mações da mídia, foi criadas em 40% das mortes, não do o Comitê Mineiro de Sose caracteriza como aciden- lidariedade ao Povo Paleste. Para o embaixador, Isra- tino, em 2009. Marco Eliel, el quer uma “Palestina sem integrante do Sindicato dos palestinos”, e um dos objeti- Professores de Minas Gerais

O embaixador palestino Ibrahim Al Zeben (centro) concede coletiva

(Sinpro) e um dos organizadores do Comitê, afirma que “divulgar ao máximo o sofrimento do povo palestino e a sua luta pela sua nação” é o principal objetivo.

“Como o embaixador nos mostrou hoje, o que o povo palestino faz é resistir bravamente, não só contra a violência física, moral, material, mas principalmente a violência contra a verda-

de. O que é propagado pelos jornais é que Israel é uma nação soberana ali, e não é.

Quem foi invadido todo esse tempo foi o povo palestino”, afirma o professor.

A próxima atividade do Comitê está marcada para a próxima quarta-feira (6), com uma caminhada na Praça Sete e a coleta de assinaturas em prol da Palestina e donativos.

Minas contabiliza 32 mortes por dengue desde o início do ano Thaís Mota Minas Livre Desde o início do ano, 32 pessoas morreram com dengue em Minas Gerais.

Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o maior número de óbitos foi registrado no município de Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado, com seis mortes. Em seguida, está a cidade de Passos, no Sul de Minas, com cinco vítimas fatais.

Outros 35.900 casos da doença foram contabilizados entre janeiro e julho de

2014. Apesar de expressivo, o número é dez vezes menor do que o registrado em todo o ano passado, quando Minas teve sua pior epidemia de dengue. Ao todo, foram 368.387 casos da doença e 117 mortes.

Além disso, dados da SES revelam que os números tendem a cair durante o inverno. No ano passado, o ápice de contaminação aconteceu em abril.

Depois, os registros foram diminuindo até setembro e houve até um leve crescimento a partir de outubro, no início do período chuvoso.

A mesma tendência tem sido verificada este ano, com 10.686 casos confirmados em abril e 150 em julho. Isso acontece porque o mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti, se reproduz em água limpa e parada, que fica mais rara no período da estiagem. “Entre os meses de novembro e maio, historicamente observa-se maior concentração no número de casos de dengue notificados em função das condições climáticas favoráveis”, pontua a SES. Ainda conforme a Secretaria, a participação da

população é fundamental no controle da dengue. “As pesquisas mais recentes apontam que mais de 80% dos focos de Aedes aegypti encontram-se dentro dos domicílios”, informou.

Belo Horizonte Na capital mineira, mais de 2.243 casos de dengue foram confirmados desde o início do ano, mas não houve registro de nenhuma morte. A região com maior número de casos é a Oeste, com 568 confirmações, seguida pelas regionais Noroeste (420) e Leste (249).

Enquanto a empresa espanhola Fenosa e parlamentares da situação na Assembleia Legislativa pressionam para a aprovação da PEC 68, sindicatos e movimentos da sociedade civil pressionam de outro pelo arquivamento da emenda. A imprensa tem divulgado a necessidade da aprovação para possibilitar a privatização da Gasmig que só assim teria recurso para a construção de um gasoduto que deve levar gás até a cidade de Uberaba, para a instalação de uma fábrica de amônia. A estatal já tem comprador, a própria Fenosa. O que os jornais deixam de falar é que a PEC vai liberar a privatização de outras empresas, retirando do povo mineiro o referendo que hoje é obrigatório.

Junto com parlamentares contrários ao projeto, o sindicato dos eletricitários denuncia que não é necessária a privatização da empresa para a construção do gasoduto, já que em apenas cinco anos a Cemig, proprietária majoritária da Gasmig, obteve um lucro de mais de R$ 15 bilhões. “Com 10% deste valor já teria dinheiro suficiente para fazer a obra. O que falta é vontade política, e tem um interesse aí que não conseguimos entender. Colocar esse projeto em ano eleitoral e fazer essa pressão toda pela aprovação”, questiona Jairo Nogueira, coordenador geral do sindicato.

No dia 5 de agosto, o Sindicato dos Eletricitários e outros movimentos farão uma ato em frente à Assembleia exigindo o arquivamento da PEC 68.

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Doutora Sem Terra EDUCAÇÃO Trabalhadora rural recebe título de doutora da UFMG Cristiene/Lecampo

Joana Tavares A mesa tinha flores, frutas, bandeiras. O hino nacional foi tocado na viola.

A sala estava cheia, e não só de estudantes. Assim começou a defesa de tese de doutorado de Sonia Roseno na Faculdade de Educação da UFMG, na última semana. Soninha, como é conhecida, é a primeira sem-terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a ter o título de doutora em Minas Gerais. Em todo o Brasil, são mais de 500 mestres e doutores do MST. Sonia aponta que a trajetória de educação está presente no movimento desde sua constituição como organização nacio-

nal, em 1984. “A luta pela escola se dá dentro do acampamento, quando começa a luta pela terra.

E o movimento vai dando continuidade a essa luta em outros espaços, que

MST tem parceria com 60 universidades é o que a gente chama de sair pra fora. Aí se incluem as universidades. Hoje temos parceria com 60 universidades do Brasil, que buscam dar essa ampliação na formação dos educadores que estarão trabalhando nas escolas”, conta.

Superação e reflexão Filha de trabalhadores rurais, Sonia nasceu em

Alpercata, no Vale do Rio Doce. Entrou para o MST em 1997 e se formou pedagoga em uma parceria do movimento com a Unijuí. Em 2010, se tornou mestre em Educação pela UFMG. E, agora, é doutora. “Esse momento é histórico, porque não é individual, é conquista da classe trabalhadora”, diz.

Na mesma manhã, outro militante do MST defendeu seu mestrado na mesma faculdade. Antoniel Assis de Oliveira pesquisou duas áreas de assentamento em Minas, buscando analisar como a formação e o trabalho qualificam a resistência dos sujeitos no campo.

Sua orientadora, Fátima Almeida Martins, coorde-

Sonia Roseno é militante do MST desde 1997

nadora do curso de licenciatura e também de especialização em educação do campo, destaca que a reflexão sobre o MST é importante não só para a academia, mas para que o próprio movimento entenda suas contradições.

“A universidade trabalha na perspectiva de, no di-

álogo, conhecer um outro conhecimento, que pode levar a outro projeto de sociedade”, defende.

Três turmas de licenciatura já passaram pela FAE. Na primeira, se formaram 54 pessoas; na segunda, 63. Na terceira, já como curso regular, se formaram 11.

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 01 a 07 de agosto de 2014

Foto da semana

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar?

Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Acompanhando Reprodução

Na edição 31...

Lei sancionada por Aécio prejudica 70 mil ...E agora

Os bancos usam as economias de uns para emprestar a outros. Mas o que eles ganham com isso? Àquele que guarda, o banco paga um pequeno rendimento. Ao outro que pega emprestado, exige juros, muito maiores que o rendimento que dá ao primeiro. Assim, esse se torna o negócio mais lucrativo do mundo. Por essas e outras já questionava Bertolt Brecht: “O que é roubar um banco comparado a fundar um?”. Sugestão da leitora Márcia Lopes

Orlando Guilhon

Jairo Nogueira Filho

Canal da Cidadania

A Constituição Estadual não pode virar pó

O Canal da Cidadania é fruto da regulamentação da TV Digital, em 2006, que prevê a existência de um canal da TV digital aberta em cada município, voltado para a cidadania, com multiprogramação. São quatro faixas de programações diferenciadas, uma sob gestão da Prefeitura, outra do governo do estado e duas da sociedade civil constituídas em associações. É, portanto, uma oportunidade ímpar para termos duas faixas de conteúdo de programações de TV aberta, com produções próprias, comunitárias, alternativas, independentes, populares, públicas, sindicais. Se efetivamente implementado, poderá ser um passo importante na luta pela democratização da comunicação em nosso país.

A portaria 489/2012 do Ministério das Comunicações regulamentou os procedimentos, exigências e prazos para a concessão e a implementação desse canal. A portaria deixa claro que uma das exigências para que o canal seja implantado é a constituição de um Conselho Municipal de Comunicação, que, se bem organizado, pode ser outro espaço de democratização das políticas de comunicação locais. Em muitos municípios, a pressão da sociedade civil tem feito com que os poderes executivos locais encaminhem a demanda do Canal da Cidadania ao MiniCom. Cartilhas foram elaboradas pelo Senado e pela Associação de Comunicação. Educativa Roquette-Pinto (ACERP), orientando o passo a passo para conquistar esse direito. O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) tem organizando seminários, visitas às prefeituras e autoridades, estimulando as TV’s Comunitárias locais a disputarem uma dessas faixas de programação, constituindo grupos para debater e elaborar propostas. Venha participar você também desta luta!

Orlando Guilhon é da Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Num momento em que temos acompanhado graves denúncias de mau uso de recursos públicos para fins privados pelo Executivo mineiro, somos também surpreendidos com uma proposta de Emenda à Constituição Mineira, a PEC 68, que pretende suprimir do povo o direito de participar em decisões políticas que envolvem a venda do patrimônio público: Cemig, Copasa, Gasmig e outras empresas públicas. Se aprovada, a PEC vai permitir a venda de empresas subsidiárias do Estado para a iniciativa privada, o que abre caminho para a venda de todas as outras.

O patrimônio público de Minas não pode ser objeto de especulação financeira, tampouco servir para alimentar a ganância de homens que, em vez de agirem no interesse público, estão traindo àqueles que um dia depositaram sua confiança nas urnas. A luta pela redemocratização e ampliação dos direitos do povo não pode ser frustrada por políticos que não consideram a importância da participação popular e que pouco caso fazem do patrimônio público mineiro.

Quem não reflete seriamente sobre o assunto evidencia uma indiferença condenável pela conservação ou perda daquilo que mais se deveria prezar: a democracia!

Não se deve agir assim, de forma tão dissimulada, subestimando o poder do povo e reduzindo suas possibilidades de participação política. Os nossos políticos precisam ser mais responsivos e responsáveis aos interesses populares durante seus mandatos, pois, caso contrário, a conta será cobrada nas urnas. E será breve, uma vez que as eleições já se aproximam.

Sinceramente, esperamos que a PEC 68 não decole na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e que o direito à participação popular não vire pó.

Jairo Nogueira Filho é coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais

O governo do Estado anunciou, na quarta (28), medidas relativas à situação dos servidores atingidos pela Lei 100 (2007). Desde o dia 1º de abril, pedidos de afastamento do trabalho, auxílio-doença, aposentadoria e pensões destinadas aos servidores atingidos pela decisão do STF passam a ser geridos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, estão segurados pelo INSS, e não mais pelo regime próprio de previdência do Estado. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação declara que anúncios são insuficientes, pois não respondem algumas questões básicas, como o ajustamento funcional.

Na edição 48...

Trabalhadores pedem acesso à energia ...E agora A ocupação das sedes da Cemig em três cidades do interior de Minas Gerais pelo Movimento Sem Terra (MST), na quinta (24), terminou no final da tarde, depois que o governo de Minas Gerais se comprometeu a disponibilizar energia elétrica às famílias que moram em assentamentos da zona rural. A ocupação de sedes da Cemig aconteceu em Juiz de Fora, Montes Claros e Varginha. O MST afirmou que vai acompanhar a promessa para que seja de fato cumprida.

Belo Horizonte, 01 a 07 de agosto de 2014

ENTREVISTA

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“O senador Aécio Neves é um neocoronel” DENÚNCIAS Para deputado, caso de Cláudio apenas evidencia forma de tucano lidar com o patrimônio público Ana Carolina Vitorino

Joana Tavares Os deputados de oposição de Minas Gerais, reunidos no bloco Minas Sem Censura, tentam aprovar um pedido de CPI para apurar a construção do aeroporto de Cláudio, que custou R$ 13,9 milhões e não tem uso público. Nesta entrevista, o vice-líder do bloco, deputado Rogério Correia (PT), relata que há outros casos envolvendo a gestão tucana no estado que precisam ser investigados.

Brasil de Fato - Em que pé está a investigação do Ministério Público sobre o aeroporto de Claudio? Há novidades sobre o processo de desapropriação?

Rogério Correia - Desde que nós fomos ao Ministério Público [dia 22 de julho], apareceram novidades que agravaram ainda mais a situação, que reforçam a necessidade de uma CPI. O governo disponibilizou, na lei orçamentária, mais de R$ 20 milhões para a desapropriação do terreno onde fica o aeroporto, sendo que o valor da desapropriação estava calculado em R$ 1 milhão. Isso precisa ser averiguado, ver se não é um superfaturamento de desapropriação, em uma terra do tio do ex-governador. E, além disso, o que ele fez pra família da mãe em Claudio, ele fez pra família do pai em Montezuma. Fez um asfaltamento lá por R$ 300 mil, numa pista que também fica fechada. Fica cada vez mais clara a utilização do recurso público pra fins privados. É uma característica, infelizmente, comum no governo Aécio Neves. Estamos enviando nesta semana a documentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e o caso de Montezuma para o mesmo promotor do MP, para agregar à investigação. E

aí esperamos que ele tome uma decisão e entre com uma ação de improbidade administrativa, não só contra o Aécio, mas também contra o atual governador, que permitiu esse orçamento para a desapropriação.

“O governo disponibilizou, na lei orçamentária, mais de R$ 20 milhões para a desapropriação do terreno em Cláudio. Isso precisa ser averiguado, ver se não é um superfaturamento de desapropriação, em uma terra do tio do ex-governador” Há também uma investigação envolvendo a rádio Arco-Íris, de propriedade de Aécio. De que se trata esse caso?

O então governador Aécio Neves passava recursos, pelas mãos de sua irmã Andrea Neves, que era coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social do governo, e fazia o repasse publicitário para a rádio deles, a Arco-Íris, que funciona em Betim.

O Ministério Público chegou a abrir inquérito para investigar os repasses feitos pelo governo à rádio, entre 2003 e 2010. O Aécio ganhou essa rádio do Sarney e do Antonio Carlos Magalhães, que era ministro de comunicação. E ele já tinha outras rádios, passando a ser dono de uma rede. Quer dizer, essa relação promíscua entre o público e o privado na gestão de Aécio é uma denúncia antiga, que só agora começa a vir a público.

Deputado critica dificuldade de emplacar CPIs em Minas

Por que só agora? Por que há pouca repercussão de casos envolvendo o senador em Minas?

Ele trata Minas Gerais como uma espécie de curral. O senador Aécio Neves é um neocoronel, digamos assim. O controle da imprensa é um exemplo. O controle é tão absoluto que virou motivo de deboche internacional. Tem também controle do Ministério Público, não dos promotores ou da instituição, mas da nomeação do procurador do Estado. Tanto é que o ex-procurador, doutor Alceu José Torres, quando saiu do

“A Assembleia Legislativa de Minas teve menos CPI durante o governo tucano do que durante o regime militar”

MP por dois biênios, de 2008 a 2012, e foi nomeado Secretário Estadual de Meio Ambiente em abril de 2014] . A denúncia da rádio Arco-Íris foi arquivada por ele, que tomou pra si a ação da promotora Josely, sobre o desvio de dinheiro da saúde, e também arquivou, quando era procurador-geral. Então, Aécio tem um controle da Justiça, via Ministério Público, e da imprensa. E também no Tribunal de Contas. Um exemplo disso é o Termo de Ajustamento de Gestão, que permite um escalonamento no cumprimento da Constituição em relação ao investimento em saúde e educação.

E como é a relação do governo com a Assembleia Legislativa?

Outro controle. Aqui não conseguimos fazer CPI. Tentamos fazer da rádio, tentamos fazer do Mineirão - que foi doado pra Minas Arena -, estaMP foi virar secretário de mos tentando do aeroporgoverno do PSDB [Alceu to... E olha que o Aécio fala foi procurador-geral do que “quem não assina CPI

“Eles utilizam esse controle todo para transformar Minas Gerais numa espécie de capitania hereditária dos Neves” é porque tem rabo preso”, então vamos ver se agora os deputados favoráveis a ele aceitam a investigação.

A Assembleia Legislativa de Minas teve menos CPI durante o governo tucano do que durante o regime militar. Eles utilizam esse controle todo para transformar Minas Gerais numa espécie de capitania hereditária dos Neves. Os tucanos cercaram Minas Gerais com uma cerca elétrica e que dá choque.

Leia entrevista com a promotora Josely Pontes Ramos, autora da ação sobre o desvio de R$ 3,5 bilhões da área da saúde, entre 2003 e 2008: b r a s i l d e f a t o. c o m . b r / n o de/27619

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BRASIL

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

Aumenta pressão pela reforma política MUDANÇA Sociedade civil prepara mobilização por assembleia constituinte e projeto de lei popular Pablo Vergara

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

Antes das eleições para presidente, governadores e parlamentares, em outubro, outra consulta popular deve recolher mais de 10 milhões de votos, mas não para cargos eletivos e sim em favor da reforma política. Na última semana, foi anunciada a aliança entre as duas principais iniciativas em curso no país para transformar o atual sistema político. O objetivo é realizar a Semana Nacional de Luta pela Reforma Política Democrática, de 1 a 7 de setembro.

Uma delas é a Coalizão pela Reforma Política e Eleições Limpas, que conta com apoio de 95 entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Oriundo do mesmo grupo que levou adiante o projeto de lei da Ficha Limpa, em 2010, agora eles propõem outra lei para estabelecer o financiamento democrático das campanhas eleitorais, paridade de gênero nas listas de candidatos, eleições proporcionais em dois turnos e fortalecimento dos me-

canismos de participação popular, como referendos e plebiscitos. Para que possa ser apresentada ao Congresso Nacional, a iniciativa popular precisa recolher 1,5 milhão de assinaturas de eleitores.

A outra é o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político. Com adesão de 348 organizações e movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), a proposta é convocar uma assembleia nacional constituinte para fazer a reforma política que os atuais deputados e senadores não têm interesse sequer em discutir.

Votação

Na primeira semana de setembro, em milhares de centros de votação espalhados pelo país, os organizadores da campanha vão recolher votos em cédula com uma única pergunta: “você é a favor da convocação de uma Constituinte Exclusiva e soberana do Sistema Político?”.

Para o Plebiscito Popular, a pauta de uma reforma política também deve incluir o financiamen-

Coalização pela Reforma Política se juntou ao Plebiscito Popular

Organizadores esperam recolher 10 milhões de votos por em plebiscito popular, em setembro to público de eleições, para barrar o poder econômico, a criação de mecanismos de maior participação social na política e mais representatividade para trabalhadores, mulheres e populações excluídas dos espaços de poder.

A expectativa é contabilizar mais de 10 milhões de votos.

Com as duas campanhas unidas e nas ruas ao mesmo tempo, a pressão

pela reforma deve aumentar muito, avaliam as entidades envolvidas. “O efeito da mobilização vai ser bastante significativo. Temos amplas bases sociais que vão dialogar com a po-

pulação sobre essas iniciativas”, argumenta José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, entidade que participa das duas iniciativas.

Eleições Mesmo sem ter vínculos com as candidaturas presidenciais, as campanhas de reforma política podem forçar o tema na agenda eleitoral. “Os candidatos a presidente não estão comprometidos exatamente com essa pauta, mas vemos que já se começa a fa-

lar mais seriamente no assunto. A presidenta Dilma mencionou a necessidade de reforma política. Se os demais candidatos começarem a falar disso na campanha, aí o tema será debatido e a população poderá se envolver mais”, acredita Moroni, do Inesc.

A Copa dos Refugiados também é aqui Caritas SP

Da Redação

O Brasil abriga mais de 5.200 estrangeiros que tiveram que deixar seus países de origem por serem vítimas de guerra ou perseguições políticas, étnicas ou religiosas. São oriundos de 80 países, como Síria, Colômbia, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Filipinas, Bangladesh.

Apesar da tristeza e do drama, alguns deles terão

no futebol um momento de solidariedade. Em São Paulo, será realizada a Copa dos Refugiados, nos próximos dia 2 e 3 de agosto. Organizado pelos próprios estrangeiros, com apoio da entidade católica Cáritas SP e a ACNUR, Agência das Nações Unidas para refugiados, o campeonato complementa as ações de integração, assistência social e em saúde prestada a essas pessoas.

O Brasil é reconhecido por ter uma política exemplar em matéria de reassentamento de refugiados.

Um site foi criado para receber doações e apoio para essa Copa mais que solidária: migre.me/kJnMH “A melhor coisa do mundo é uma Copa. Não queríamos ficar fora disso”, afirma o marfinense João Desirée, que teve que fugir do seu país de origem após perseguição política.

Mais de 5.200 estrangeiros vivem no Brasil

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

MUNDO

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Argentina irá recorrer a Tribunal de Haia DÍVIDA “Fundos abutre” rejeitam proposta de renegociação No prazo final para evitar um calote técnico, a Argentina não entrou em acordo, na quarta-feira (30), com os denominados “fundos abutre”, detentores de bônus da dívida do país sul-americano. O anúncio foi feito pelo ministro de Economia, Axel Kicillof. “Oferecemos 300% de lucro. Não aceitaram”, afirmou.

O chefe de Gabinete da presidenta Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, afirmou que o país pode apelar à Corte de Haia e às Nações Unidas para intervir na crise da dívida.

“A Argentina é um país soberano. O que os fundos

abutre pedem é impossível.

Queremos um diálogo que não viole nossas leis e contratos”, disse. Kicillof tam-

Segundo dados do governo argentino, os bônus da dívida foram comprados por US$ 48,7 milhões, enquanto a Justiça obriga o país a pagar US$ 1,5 bilhão bém afirmou que a obrigação dos funcionários é defender o direito dos argentinos, por isso “não podem

assinar qualquer coisa” que possa gerar um incremento extraordinário da dívida.

Desde 2012, a Argentina tentava uma revisão da sentença do juiz nova-iorquino Thomas Griesa, que determinou que o país deveria pagar integralmente a dívida com os fundos Aurelius Management e NML Capital, do bilionário Paul Singer.

Os “fundos abutres” ganharam esse nome porque, em 2008, compraram bônus da dívida argentina – em moratória desde 2001 – no mercado secundário, a um valor nominal muito inferior ao que ganharam o direito de receber na jus-

Reuters

tiça norte-americana. Segundo dados do governo argentino, os bônus da dívida foram comprados por

US$ 48,7 milhões, enquanto a Justiça obriga o país a pagar US$ 1,5 bilhão. (Com Opera Mundi)

Mercosul exige cessar-fogo Pesquisa: Evo Morales é aprovado por na Faixa de Gaza 79,7% dos bolivianos The Israel Defense Forces Divulgação

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou que os presidentes dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) propuseram em reunião privada durante a 46ª cúpula do bloco, a divulgação de um comunicado expressando posição contra os ataques de Israel à população palestina e exigindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Maduro destacou que há um profundo sentimento de solidariedade com o povo palestino e que há consenso quanto à necessidade de um cessar-fogo imediato na região e de retomada das conversações de paz.

O presidente venezuelano fez as declarações antes

de começaram as deliberações da Cúpula do Mercosul, aberta nesta terça-feira (29) na Casa Amarela, sede da Chancelaria venezuelana.

Além de Maduro, participam do encontro de Caracas os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, do Brasil; Dilma Rousseff, do Uruguai; José Mujica, do Paraguai; Horacio Cartes, e da Bolivia, Evo Morales.

Segundo o primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, o objetivo da ofensiva israelense, que teve início há cerca de 20 dias, é destruir os túneis da fronteira supostamente usados pelo movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. (Agência Brasil)

A gestão do presidente da Bolívia, Evo Morales, é aprovada por 79,7% da população, apontou pesquisa realizada pelo jornal Página Sete. Às vésperas de pleito eleitoral para tentar reeleição, o atual mandatário boliviano tem números expressivos: 37,6% dos eleitores consideram a administração de Morales ótima e 42,1% boa, totalizando 79,7%.

A pesquisa - que tem 95%

de precisão - foi realizada em “zonas urbanas e cidades intermediárias”. O diário Página Sete assume posição opositora a Evo Morales.

Segundo a última pesquisa de intenção de votos no mês de abril, o atual presidente, que tentará sua segunda reeleição em novembro, tem uma vantagem de 24 pontos sobre o candidato opositor, o empresário Samuel Doria Medina. (Opera Mundi)

Pesquisa foi encomendada por jornal opositor a Evo Morales

Papa Francisco pede paz Haim Zach

O papa Francisco pediu, neste domingo (27), que as autoridades do Oriente Médio, do Iraque e da Ucrânia busquem o caminho da paz, o bem comum e o respeito Se você é trabalhador da área de telecomunicações e necessita de esclarecimento ou serviços jurídicos, faça uma consulta com um de nossos advogados.

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CULTURA

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

AGENDA DO FIM DE SEMANA LITERATURA MÚSICA

Lançamento do livro “Ruas e Redes: Dinâmicas dos protestosBR”, que analisa as manifestações de junho de 2013. Entre as temáticas tratadas estão o agenciamento de acontecimentos pelo Facebook e a abordagem do vandalismo. A obra é composta por artigos de integrantes do Centro de Convergência de Novas Mídias (CCNM-UFMG). Sábado (2), às 10h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários).

Show de Wagner Tiso e o Som Imaginário. Sábado (2), às 19h30, na Praça Floriano Peixoto.

INFANTIL

Apresentação do musical “Branca de Neve e os Sete Anões”, com trilha sonora original. Domingo (3), às 16h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244, Centro).

FEIRA DA GRATIDÃO

Evento que promove a doação de objetos entre os participantes, levando o que não usam mais e pegando o que quiserem. Domingo (3), às 13h, na Praça da Liberdade.

Segunda a quinta-feira FOTOGRAFIA

A exposição “Diretas Já, 30 anos” apresenta 46 imagens.

Até 31/08, na Galeria de Arte do BDMG Cultural (Bernardo Guimarães 1600, Lourdes).

A boa da semana

CINEMA

POESIA

Mostra “Buster Keaton: o homem que nunca ri” com os clássicos do ator. De 5 a 28/08, às 19h, Centro Cultural UFMG ( Praça da Estação).

Com quatro livros publicados, a poetisa Bruna Beber vem a Belo Horizonte. Terça (5), às 20h, Sesc Palladium (Rio de Janeiro, 1046 ).

FOTOGRAFIA

Mostra “A capital em preto e branco” reúne imagens de Câncio Oliveira, que registram Belo Horizonte durante os anos 40 e 50. De 01 a 24/08. Terças, quartas e sextas das 10h às 17h30, quintas das 10h às 21h30 e domingo das 10h às 15h30, no Memorial Minas (Praça da Liberdade).

Festival de inverno Acontece até o dia 2 de agosto a 27ª edição do Inverno Cultural da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), um dos maiores festivais de artes integradas de Minas e do país. Esse ano, além da cidade-sede São João, os municípios de Divinópolis, Ouro Branco, Sete Lagoas, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, Barroso, Conselheiro Lafaiete, Caetanópolis e São Tiago também receberão as atrações.

Na programação estão grandes nomes da música nacional, teatro, lançamento de livros, contação de histórias, palestras, exposições, mostra de vídeos, performances e oficinas. As atividades disponibilizadas procuram proporcionar vivências culturais, capacitação e democratizar o acesso à produção de cultura no estado.

No último final de semana do festival, atrações musicais de peso irão animar a

cidade de Barroso. Na sexta-feira (1), quem toca é o músico Arnaldo Antunes, acompanhado de Vander Lee. Já no sábado (2), em São João, a vez é da banda de rock Raimundos.

O site do Inverno Cultural disponibiliza aos visitantes informações sobre todas as cidades participantes, inclusive indicações de onde comer e ficar.

Basta acessar o endereço: invernocultural.ufsj.edu.br.

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

O FETO cresceu

CULTURA

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#ficaadica

PALCO ESCOLA Festival Estudantil de Teatro terá sua 14ª edição em outubro Daniel Protzner

Da redação Há 16 anos, nascia o FETO – Festival Estudantil de Teatro. Encabeçado por Bárbara Bof e Bayron O’neill, até então alunos do colégio Marconi. O projeto surgiu como uma tentativa de criar um espaço de valorização para o teatro estudantil.

Hoje, já em sua 14ª edição, o festival cresceu e se tornou também um ambiente de reflexão sobre as questões que envolvem a 5ª arte, como debates sobre democratização da cultura e políticas públicas destinadas à área.

O Festival acontece apenas em Belo Horizonte, mas recebe inscrições de todo o país. Neste ano, o prazo para o cadastramento de espetáculos foi encerrado no dia 21 de julho, totalizando 104 grupos, de 16 estados e do Distrito Federal. No

momento, as apresentações passam por análise da curadoria, e a estimativa é que os nomes dos selecionados sejam divulgados na próxima semana.

O FETO trabalha com duas categorias: Escola de Teatro e Teatro na Escola. Na primeira, podem se inscrever estudantes vinculados a instituições reconhecidas pelo MEC e, na segunda, é aberto espaço para apresentação de alunos do ensino fundamental, médio, graduação e cursos livres.

Desde a criação, o festival já recebeu 723 inscrições de todas as regiões do Brasil e apresentou 231 espetáculos, entre produções selecionadas e convidadas. Aproximadamente 2.800 estudantes participaram do festival que contabiliza, ainda, um público de 58.340 espectadores. Desde 2001, o Festi-

104 grupos se inscreveram para a edição

Parque Lagoa Nado

val Estudantil de Teatro conta com a gestão e a realização da associação No Ato

Cultural. Em 2014, o FETO ocorrerá entre os dias 16 e 26 de outubro.

Feira Afro de Moda No domingo (3 de agosto), Belo Horizonte recebe mais uma edição da Ébano - Feira Afro Mineira de Moda, Arte e Beleza. A iniciativa, que acontece periodicamente na capital, nasceu do desejo de divulgar o trabalho de afro-empreendedores da arte, moda e beleza do estado.

Entre os produtos e serviços disponibilizados estão comidas típicas, sapatos, bolsas, bonecas de pano, colares, brincos, entre muitos outros todos de identidade e cultura negra.

Marcas de vários lugares do Brasil já confirmaram presença, entre elas a Boutique de Krioula, de São Paulo, e Negrif, da Bahia. O evento também vai contar com cabeleireiras especializadas em cabelos afro para tratamentos estéticos e confecção de tranças.

SERVIÇO Ébano - Feira Afro Mineira de Moda, Arte e Beleza Endereço: Mercado Popular da Lagoinha – Av. Antônio Carlos, 821, bairro Lagoinha Domingo (3), das 10h às 19h. A entrada é gratuita

Localizado na região norte de Belo Horizonte, entre os bairros Planaldo e Itapoã, o Parque Ecológico Lagoa do Nago foi implantado em 1994 e possui uma área de aproximadamente 311 metros quadrados. Sua infraestrutura é composta por biblioteca, sala multimeios, teatro de bolso e arena, quadras poliesportivas, campo de futebol, pista para caminhadas e viveiro de mudas.

O parque também realiza diversas atividades culturais, além de ações voltadas para a educação ambiental e apoio ao esporte.

A lagoa da região, conhecida como Córrego do Nado, tem 22 mil metros e é formada pela união de 3 nascentes, que desaguam no Rio das Velhas. Lá existem também cerca de 130 espécies de árvores, 75% nativas.

Ao passear pelo lugar, é possível avistar animais que fazem parte da fauna da região, como corujas, anus, mico-estrelas, tatus e peixes, entre outros.

SERVIÇO Horário de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 8h às 17h.

Endereço: Rua Desembargador Lincoln Prates, 240, Bairro Itapoã.

Informações: 3277-7883 / 3277-7321 Entrada gratuita Como chegar

Você pode pegar as linhas 5106 mais S70, 104 mais 50 e 717, e metrô em direção à Estação Vilarinho, seguido do ônibus 6350.

14 VARIEDADES

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

Geração nem nem, a culpa é de quem?

Em Geração Brasil, novela das 19h da Rede Globo, um novo reality show iniciou na semana passada: o Programa ‘Geração Nem Nem’. A expressão faz referência aos jovens de 18 a 25 anos que nem trabalham nem

estudam. Pesquisas afirmam que uma a cada cinco pessoas dessa faixa de idade vivem a situação no Brasil.

A ideia de trazer o tema para o sofá de casa pode até ser interessante se considerarmos que o fenômeno é cada vez mais comum e o público cativo da novela é jovem. Ponho em questão, inspirado pelo meu amigo Tunin, a forma como a novela parece estar abordando esse desafio. A proposta do Programa é apresentar o caso de algum jovem nem nem da novela e reprogramar o seu cérebro

Novela

para abandonar a vida paralisada. Assim foi com Mathias e Lara, os dois primeiros participantes do reality. Mathias tem 23 anos e mora com os pais, não é nada ambicioso, se acha burro, incompetente e por isso acredita estar improdutivo. Lara, mãe aos 21 anos, deixou a escola e não entrou no mundo do trabalho para se dedicar exclusivamente ao filho.

Ora bolas, por mais que a trama se esforce em relacionar questões sociais com o fenômeno dos jovens encostados, a ideia de reprogramar o cére-

Amiga da Saúde

bro dos nem nem sugere que a responsabilidade pela improdutividade é deles mesmos. Ou seja, é nem nem quem quer. E quem não é, não o é por mérito.

Ah! Isso não é nada bom. É preciso deixar claro que os estudos sobre o fenômeno mostram a relação direta entre as insuficientes oportunidades de emprego e a baixa qualidade da educação e os jovens que desistem de procurar trabalho, por ausência de qualificação e que não voltam a estudar diante de escolas cada vez menos atrativas.

O desânimo estrutural que assola 20% dos jovens no Brasil não pode e não será resolvido a partir de uma reprogramação cerebral. É preciso dar condições para que eles saiam da inércia do sofá de suas casas e isso requer a melhoria dos serviços educacionais e dos programas de qualificação profissional. Estamos no caminho, mas muito ainda é preciso trilhar.

Até semana que vem!

Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Oi, Amiga da Saúde. Nos últimos dias, tenho sentido dores abaixo do umbigo e as mamas um pouco doloridas. Estranhei porque já passou o dia da menstruação chegar e ela veio, mas com pouco sangue e meio escuro. Preciso procurar um médico agora?

© Revistas COQUETEL

Cometem adultério Hormônio Sistema aplicado no da telefodiabético nia celular

Coordena o tráfego aéreo no aeroporto Início; princípio

Irmão uni- Aqueles para os quais é endereçado um vitelino e-mail Museu "O (?)", carioca filme com (Inform.)

Tom Hanks sobre um despatriado

Comunica

Vitória Lima, 22 anos, estudante Prazo do contrato temporário de trabalho Ave australiana Albert (?): recebeu o Nobel de Física

a menstruação ficar desregulada, procure, sim, um médico, para que seja investigado se há algum problema hormonal ou de outra ordem acontecendo.

Bom dia, amiga! Ultimamente minha boca e minhas mãos estão ficando com a pele toda trincadinha. Estou usando creme todo dia pela manhã, mas resolve só na hora. O que devo fazer?

Nacionalidade de Clarice Lispector O de Pinóquio crescia a cada mentira (Lit. inf.)

Gafe (gíria)

Bárbara, 18 anos, babá Aliança Os beneficiários do testamento

BANCO

Esposa de Jacó (Bíb.)

Interjeição de raiva

901, em algarismos romanos

Encanto (ing.)

Rato, em inglês

Relações Públicas (abrev.)

Participar da típica refeição natalina

"Paz e (?)", lema hippie (Hist.)

Dificuldade do preguiçoso Parte do navio oposta à popa Anselmo Duarte, cineasta brasileiro

Tritura; esmaga Habito; resido

Lantânio (símbolo) Ouro, em espanhol

3/gsm — mis — oro — rat. 4/fora. 5/gêmeo. 8/einstein. 9/ucraniana.

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Solução

I L

T R A E M

A S N E I R A

I G N S S M U

G E M M I T E S E R O C M T E I I A N R A Z L O A M O M O R I R O

D E S T I N A T A R I O S

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf.

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Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde

I N R A R A R P A G A R D

de ser ótima, mas precisa usar umas 3 vezes ao dia pelo menos. Cremes próprios e batons também ajudam.

Para as mãos, use creme hidratante várias vezes ao dia.

Carregue os hidratantes com você, pois o frio está só aumentando.

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Bom dia, Bárbara! Nos últimos dias, o clima está muito frio e isso agride mesmo a pele. Geralmente a região dos lábios sofre muito porque a pele é sensível e se você tem mania de passar a língua neles com frequência piora ainda mais. As mãos, também de pele sensível e que precisam ser lavadas com muita frequência, ressecam por perder o óleo natural que protege a pele. A dica é começar tomando muita água, pois com o frio muita gente esquece dela. Além disso, abuse da hidratação. Para os lábios, a antiga manteiga de cacau po-

Ação boba, geralmente impensada

T O T R T R E D E U C O N T F OR L H E

Querida Vitória, a dor abaixo do umbigo associada a aumento ou dor nas mamas sugere gravidez. Na gestação é comum haver um pequeno sangramento mais escurecido quando o ovinho está implantando na parede do útero. Esse sangue esquisito acaba confundindo as mulheres, que muitas vezes demoram mais pra descobrir a gravidez por causa dele.

Faça um teste o mais rápido possível.

Caso dê negativo, observe mais um pouco. Se a dor insistir, piorar, ou se

Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

na geral Refinanciamento das dívidas dos clubes

Segundo Paulo André, líder do Bom Senso FC, a principal falha do projeto é não prever penalidades aos dirigentes que não cumprem com as obrigações trabalhistas, como o pagamento de salários e direitos de imagem aos jogadores.

Para o jogador, se o projeto de lei for aprovado como está, perderemos uma oportunidade de “reformar e de modernizar o futebol brasileiro”.

A volta dos que deve- Botafogo à beira da riam ir mendicância

Mulher na NBA

Nas semanas que sucederam à Copa, criou-se uma expectativa de uma possível mudança na estrutura do futebol brasileiro. Mera ilusão. O que se viu, pelo menos até agora, foi a continuação do retrocesso por que passa o esporte bretão. Dunga assumiu novamente a Seleção Brasileira, Gilmar Rinaldi (ex-empresário e ex-jogador) assumiu como coordenador das seleções (principal e de base). Como se não bastasse, para completar o show de horrores no futebol nacional, o Flamengo trouxe Luxemburgo de volta, para tentar a salvação, e o Grêmio, após demitir o promissor Enderson Moreira, confirmou a contratação do comandante do maior vexame da história do futebol brasileiro, Felipão.

Pela primeira vez na história, uma mulher presidirá o sindicato de atletas da NBA. A promotora de justiça Michele Roberts foi eleita diretora executiva da associação para o triênio de 2015 a 2017. A NBA é a mais popular liga de basquete do mundo, com 30 equipes inscritas. A liga feminina, no entanto, está longe de gozar da mesma popularidade que a masculina, fato que torna a eleição de Robert ainda mais significativa.

Além de ampliar a participação de mulheres, a promotora tem pela frente o desafio de reorganizar a entidade, que vive num momento delicado, desde que o atual presidente, Billy Hunter, foi afastado, após constatação de nepotismo e irregularidades.

É periclitante a situação financeira do Botafogo.

Com cerca de R$ 350 milhões de dívidas, três meses de salários e mais cinco meses de direitos de imagem atrasados, perto de 100% da receita do clube foi bloqueada na Justiça. O clube carioca agoniza a olhos vistos, sem uma aparente solução. Domingo, contra o Flamengo, entrou em campo com a seguinte faixa: “Estamos aqui porque somos profissionais e por vocês, torcedores”.

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ESPORTE

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Você Sabia

Marlene Matheus foi a primeira mulher a dirigir um grande clube de futebol profissional no Brasil, entre 1991 e 1993. Seu marido, Vicente Matheus, então presidente do Corinthians, lançou a candidatura da mulher sem consultá-la. Porém, uma vez eleita, Marlene realizou uma gestão que teve brilho próprio.

Sob seu comando, o clube passou a ter berçário, creche e departamento feminino.

Pratique esportes

Pedal dos Rôia O ciclismo pode ser uma alternativa aos cada vez mais numerosos automóveis que congestionam as ruas das cidades brasileiras. Além disso, andar de bicicleta é uma forma de cuidar do próprio corpo e viver bem. Para muitos, a prática também é uma modalidade esportiva, com grandes competições. A todos esses praticantes, uma boa fonte de informações é o blog “Até onde deu pra ir de bicicleta”, criado em 2009 pelo professor de educação física André Schetino. O blog apresenta dicas para pedalar, informes sobre ciclismo de estrada e pista, mountain bike, competições, roteiros de cicloturismo, discussões sobre mobilidade urbana, além de indicações de filmes e produções literárias e artísticas abordando a bicicleta.

Endereço na web: ateondedeuprairdebicicleta.com.br

Data: 03 de agosto Local: Avenida Andradas, nº 3000, em frente ao Boulevard Shopping (na pista fechada para carros, onde há os equipamentos de exercícios).

Horário: concentração a partir das 9h. Saída prevista para as 10h. Término previsto para o meio-dia.

Telefone: 9734-8991 (Javert) Informações: bhemciclo.org A palavra “rôia” é usada entre ciclistas para designar, de maneira carinhosa, as pessoas que estão começando a pedalar. O Pedal dos Rôia é uma atividade que acontece a cada dois meses, no primeiro domingo do mês, na ciclovia da Avenida dos Andradas, próximo ao Shopping

Futebol amador Data: 3 de agosto Jogo I: Inconfidência EC x Radiante FC Horário: 15h.

Local da partida: campo do Racing.

Endereço: Av. Bueno Siqueira, 116. Bairro Universitário.

Boulevard. Os participantes dão um rolé na cidade e compartilham seus conhecimentos sobre como se locomover de maneira segura e agradável. A atividade é aberta ao grande público. O passeio é fruto da iniciativa do Bike Anjo BH, um coletivo de ciclistas que propõe quebrar paradigmas do uso da bicicleta na cidade, gerar demanda por bike, combater a poluição do trânsito e promover a convivência entre ciclistas.

Obs.: O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que liguem nos telefones indicados para confirmar horário e local.

Jogo II: AA Popular x SE Nazaré Horário: 15h.

Local da partida: campo do Mineirinho EC. Endereço: Rua São Vicente, 701. Bairro Alto Vera Cruz.

Telefone: (31) 3071-7188

Informações: futebolbh. com.br No próximo domingo (3), serão disputadas as semifinais da primeira divisão do Campeonato Amador BH 2014. O campeonato, que chega à sua 39ª edição, é organizado pelo Departa-

mento de Futebol Amador da Capital, setor da Federação Mineira de Futebol responsável pelo futebol amador. Os 13 primeiros colocados já garantiram vaga na próxima edição da Copa Itatiaia e as 12 melhores equipes estão classificadas para o Torneio Corujão 2015. Agora, o objetivo dos semifinalistas é conquistar o título desta que é uma das principais competições de futebol não profissional de Belo Horizonte. O campeonato deste ano começou no mês de março, com 48 equipes na fase de grupos. Os jogos das semifinais acontecerão em campo neutro.

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Belo Horizonte, de 01 a 07 de agosto de 2014

OPINIÃO Atlético

Só tem tu, vai tu mesmo Bruno Cantini

Rogério Hilário Agora, definitivamente sem Ronaldinho Gaúcho, após um enlace de dois anos, o Atlético se vê na obrigação de encontrar um substituto à altura. Ao técnico Levir Culpi sobram cinco alternativas e todos os atleticanos as conhecem: Guilherme, Diego Tardelli, Dátolo, Maicosuel e, em caso de emergência, Marion.

Embora possam até atuar juntos, um deles teria que exercer a função de armador, de organizar o time e servir os finalizadores. E, na verdade, nenhum deles é, originalmente, da posição.

Nem mesmo Ronaldinho Gaúcho, cabe lembrar. Ele era meia-atacante, o mais ofensivo possível, e, com a maturidade, mudou a maneira de atuar. Outros jogadores foram bem-sucedidos com a nova atribuição. Júnior, hoje comentarista, foi, durante uma década, late-

ral-esquerdo do Flamengo e da Seleção Brasileira. Ao se transferir para o Torino, da Itália, se deslocou para o meio-de-campo, primeiro como volante, depois como armador. E, nesta posição, disputou a Copa do Mundo de 1986, no México, além de garantir longevidade: comandou o Flamengo campeão brasileiro de 1992 com 38 anos. Mazinho, ex-Vasco e Palmeiras, também ex -lateral e também paraiba-

no como Júnior, desbancou Raí e foi titular da armação do Brasil na conquista do tetracampeonato em 1994, nos Estados Unidos.

O certo é que o Atlético, ao que parece, só tem como alternativa se virar com o elenco atual. Contratar está muito difícil e, caso pretenda algo além da conquista da Recopa Sul-Americana na temporada, a equipe precisa reagir o quanto antes.

OPINIÃO América

Um meio campo que pode dar certo Reprodução

OPINIÃO Cruzeiro

Respeite o moço Whashington Alves

Wallace Oliveira No dia 26 de julho, o Cruzeiro adquiriu os direitos econômicos do atacante Willian Gomes de Siqueira por três milhões de euros. Esta foi a mais importante contratação do clube na temporada 2014, embora o jogador já fizesse parte da equipe, com base em contrato de empréstimo firmado há um ano.

Natural de Três Fronteiras/SP, o atacante tem 27 anos. Começou a carreira profissional no Guarani -SP (2004), depois passando por Atlético-PR (20062008), Vila Nova-GO (2009), Figueirense (2010), Corinthians (2011-2012) e Metalist-UCR (2012-2013), até chegar ao Cruzeiro.

Seus principais títulos foram a Libertadores 2012 e as edições do Brasileirão de 2011 e 2013. Em jogos oficiais, marcou 69 gols, 13 deles vestindo a camisa azul estrelada.

Bráulio Siffert Willian tem pouca habilidade, mas muita técnica e raça. Não dribla muito, não faz muitos gols bonitos. Por outro lado, marca, se movimenta, cria e ataca exemplarmente. E faz isto o tempo todo, sem parar. Pouco comentado na mídia nacional, ele foi um dos principais construtores das vitórias corintianas em 2011, mas a imprensa deu destaque a Adriano, o Imperador. No Cruzeiro,

é mais do que um reserva de luxo de Dagoberto.

O treinador tem nele um décimo segundo jogador, aquele que sempre entra no decurso da partida.

O moço do bigode grosso não jogará no sábado (2), contra o Botafogo. O Cruzeiro aguarda os documentos da transferência definitiva do jogador para registrá-lo na CBF. Enquanto isso, ele treina na Toca II com fome de bola.

Um dos grandes desastres táticos do futebol brasileiro é, como sempre lembra Tostão, a mania de dividir o meio-campo entre volantes que só marcam e meias que só atacam.

Craques recentes como Schweinsteiger , Kroos, Xavi e Iniesta demonstraram como se deve portar um autêntico meio de campo.

Dentro de suas limitações, o América pode ter um meio-campo relativamente consistente, com

volantes que também ataquem e meias que também marquem e comecem a construção dos ataques. E há peças para isso, como os volantes Andrei, Doriva, Júnior Lemos e Magrão, que têm bom toque de bola e bom chute a gol, e os meias Mancini, Tchô e Willians, que eventualmente podem recuar um pouco. Resta saber se o técnico Moacir Júnior estuda o futebol e quer fazer algo de diferente ou se, como Dunga, Felipão e Luxemburgo, não viu nada de novo na Copa do Mundo.