Edição 21 do BF MG

minas | pág. 6 e 7

Aplicativos perigosos

Está chegando a hora

Aplicativos de smartphones, como Lulu e Tubby, que permitem avaliação das pessoas, banalizam relações e provocam problemas psicológicos, diz especialista

Em outubro deste ano teremos eleições para presidente, governador, deputados e senador. Nesta edição conheça o perfil dos pré-candidatos ao governo do estado

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Edição

brasil | pág. 10

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2014 | ano 1 | edição 21 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg

cidades | pág. 4

Passageiros terão que pegar mais condução com BRT Mídia Ninja

cultura | pág. 14

Nereu JR

Luiz Estrela na espera Ativistas ganharam o direito de uso do casarão onde funciona o centro cultural, mas governo não limpou área prometida. Depois de reforma, espaço será aberto a todos Mídia Ninja

A implantação do novo sistema de transporte público Move, conhecido como BRT, irá provocar ainda mais mudanças que as sentidas pela população até agora. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, 800 linhas de ônibus serão canceladas e 1.600 empregos podem acabar. Além disso, foi votado projeto de lei na Câmara dos Vereadores que permite que os ônibus circulem sem cobradores aos domingos e feriados, o que geraria mais desemprego

entrevista | pág. 9

minas | pág. 5

Quilombolas exigem a posse das terras que lhes pertencem segundo a lei, mas prefeito parte para a agressão e intimida os moradores do Brejo dos Crioulos

IPVA em Minas é dos maiores do país. O valor arrecadado não é direcionado para melhoria de vias públicas e estradas. Confira tabela de pagamento

02 | opinião

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

editorial | Minas Gerais

editorial | Brasil

Do silêncio oficial ao barulho criativo

Maranhão: desigualdades sociais e suas consequências

Belo Horizonte parece estar mais viva que nunca. Se de um lado a Prefeitura segue não ouvindo as vozes da rua, a outra face da ausência de diálogo é a reação que ela provoca.

A ocupação do espaço público tem sido uma constante: das inúmeras lutas por moradia ao renascimento com força e crítica dos blocos de carnaval.

Logo nas suas primeiras edições, o Brasil de Fato Minas Gerais publicou uma série de matérias sobre as vidas das milhares de pessoas que vivem nas comunidades Dandara, Camilo Torres, Eliana Silva e outras.

Como resposta à falta de moradias na cidade, trabalhadores e trabalhadoras precisam montar suas vidas em barracos e pressionar constantemente para terem seus direitos

Talvez a falta de espaços públicos estimule a criatividade. Mas certamente a liberdade ensina mais garantidos. E mesmo assim, enfrentam inúmeras tentativas de despejo.

Noticiamos o começo da ocupação de um casarão abandonado que virou o Espaço Comum Luiz Estrela. Nesta edição, voltamos ao local e mostramos como os ativistas pretendem construir um centro cultural aberto, participativo e diversificado. Apesar de o imóvel ter sido cedido aos manifestantes no fim do ano passado, o governo não cumpriu o acordo de limpar a área ao lado para que as atividades fossem realizadas. E também não vai se responsabilizar pela reforma permanente do imóvel.

Esse não é o único exemplo na área cultural. Não é à toa que toda semana temos uma atividade a cobrir: quarteirão do soul, Duelo de MC’s, Samba da meia noite, blocos de carnaval, Praia da Estação, que completou quatro anos no último sábado.

Talvez a falta de espaços públicos estimule a criatividade. Mas certa-

mente a liberdade ensina mais. Por isso parece que os manifestantes aprenderam tanto. Mudam os formatos, mudam os slogans, invertem as opressões e fazem barulho do silêncio oficial.

Que as ruas têm muito a dizer, já se sabe. Que os gritos são variados, múltiplos, também. É plenamente saudável para nossa democracia que essas expressões se deem no espaço público. Mas é preciso também cobrar que sejam levadas em conta nos planejamentos nacional, estaduais e municipais, que apareçam nos meios de comunicação. É preciso ficar atento para o que essa febre dos ‘rolezinhos’ quer dizer. Os jovens pretos e pobres, das periferias e do centro, também querem o direito de aparecer, se reunir e se expressar. Agora querem ocupar os centros de compras, espaço de ostentação e incentivo ao consumo.

Torcemos para que queiram - e ocupem - as praças, ruas, prefeituras e centros de governo. E para que todas as demandas para melhorar e democratizar nossa vida pública sejam efetivadas.

Nos últimos dias, o Brasil tem assistido a várias cenas de barbárie.

Mas os fatos mais vergonhosos foram revelados no Maranhão. Lá uma oligarquia familiar domina o estado, o poder econômico, as terras, o Judiciário, o Legislativo e o governo estadual desde 1964!

Pasmos, assistimos às notícias de que foram assassinadas 63 pessoas dentro dos presídios. De que os bandidos por vingança atearam fogo a ônibus da população fazendo mais vítimas. Viu-se que uma das causas da revolta é a qualidade da comida, embora as marmitas tenham sido cobradas a um preço 142% acima da média, e o proprietário da empresa fornecedora seja sócio do marido da governadora, Roseana Sarney.

Roseana teve o ato falho de ir à televisão dizer que “a causa de tanta violência em seu estado é porque o Maranhão está mais rico (sic)”.

Claro, como ela confunde o Maranhão com sua família, está certa. A causa é essa mesma. A concentração da riqueza e a desigualdade so-

Falando Nilson

cial decorrente.

Não por acaso, o índice de analfabetismo no Maranhão é o pior do Brasil e um dos piores do mundo. É também o estado que tem o maior índice de concentração da propriedade da terra, nas mãos de meia dúzia de fazendeiros, em contraposição a mais de 300 mil famílias de sem-terra.

Sem falar que pelo Maranhão são exportados, por ano, 100 milhões de toneladas de minério de ferro, pela empresa privatizada Vale. E essa riqueza não paga um centavo sequer de imposto de exportação, ou ICMS, ao povo maranhense, depois que o Governo FHC isentou de impostos, pela lei Kandir, todas as exportações de matérias primas. E o governo atual não teve co-

Viu-se que uma das causas da revolta é a qualidade da comida, embora as marmitas tenham sido cobradas a um preço 142% acima da média ragem de revogá-la. Não é por nada que o ministro de Minas e Energias, Edison Lobão, é do Maranhão e imposto pela oligarquia nas alianças com o governo Dilma.

Naquele estado, há também um verdadeiro monopólio de comunicação: todas as grandes redes de comunicação são propriedade privada, das duas famílias da oligarquia local. Outro fato: foi lá onde o Judiciário destituiu o ex-governador Jackson Lago, eleito pelo povo, alegando que tinha participação de um comício no mês de março do ano eleitoral. Já o processo de destituição da atual governadora dorme nas gavetas empoeiradas dos tribunais.

Essas mazelas, provocadas por um Estado controlado pelo poder econômico e por uma classe dominante estúpida, somente poderão ser combatidas se tivermos uma reforma política que altere a forma de eleger nossos representantes.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado. conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristiano Carvalho, Cristina Bezerra, Daniel Moura, Dom Hugo, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Lindolfo Fernandes de Castro, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Brigida Barbosa, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Administração: Valdinei Siqueira e Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Santos Gonçalves Editor-chefe: Nilton Viana (Mtb 28.466).

Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010.

Contato: redacaomg@brasildefato.com.br/ (31) 3309-3314

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Aberta a temporada de Praia em Belo Horizonte REFRESCO Em resposta a decreto da PBH, cidadãos buscam Praça da Estação para diversão Mídia Ninja

Rodrigo Freitas De Belo Horizonte

Começou a temporada de praia em Belo Horizonte. Pelo quarto ano seguido, a Praça da Estação, no coração da cidade, se transformou, no último sábado (11), na Praia da Estação. Banhistas da capital e da região metropolitana ocuparam o local para aproveitar o sol e também o “mar” - dois caminhões-pipa refrescaram os presentes.

A Praia da Estação surgiu em 2010 como resposta a um decreto do prefeito, que restringia o uso das praças, especialmente a Praça da Estação. Para o publicitário Fidélis Alcântara, que participa do movimento desde o começo, a Praia surgiu como uma manifestação política espontânea e foi “de alguma maneira” o embrião para vários movimentos que surgiram desde então.

Ele cita o Fora Lacerda, o ressurgimento do Carnaval na capital como descendentes diretos da Praia.

“A Praia da Estação é a prima tilelê dos atuais Rolezinhos”, brinca Fidélis, fazendo uma associação com as ocupações que jovens da periferia vêm realizando em shoppings pelo Brasil afora.

Como vários movimentos de resistência que surgiram na capital neste século, a Praia é uma organização horizontal, em que não há líderes ou porta-vozes. “A praia é a abertura das movimentações sociais da cidade no ano. Nela começa a agenda de encontros e articulações”, aponta Fidélis.

Outro aspecto que destaca a

cidades | 03

Pergunta da semana Estreou no dia 14 de janeiro, na Rede Globo, a 14ª edição do Big Brother Brasil. Nessa edição, dos 20 participantes, um tem mais de 35 anos e apenas um é negro.

Quem ficar na casa até o final ganha R$ 1,5 milhão. Além dos votos dos próprios participantes, precisam da simpatia popular, pois os telespectadores também decidem quem sai e quem fica.

Com essas informações, fomos à rua perguntar:

O que você está achando do BBB 14?

No último sábado, evento completou quatro anos de irreverência

abrangência do movimento é o público que frequenta o local. “A Praia é um encontro marcado pela diversidade”, enfatiza Fidélis. O dinheiro para contratar o caminhão pipa, que refresca os banhistas, é recolhido na hora. O dinheiro arrecado esse fim de semana, por exemplo, possibilitou a contratação de dois caminhões-pipa.

Mudança de comportamento Se nos anos anteriores a Praia contava com a presença constante da Polícia Militar e da Guarda Municipal, dessa vez foi diferente. As forças de segurança se postaram à frente do Museu de Artes e Ofícios e ficaram apenas observando os

praieiros se divertindo ao sol.

Outro ponto notado pelos frequentadores foi o não funcionamento dos dois conjuntos de fontes da praça. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, as fontes estão em manutenção e não há previsão para conclusão das obras.

A temporada da Praia da Estação vai até o carnaval, sempre convocada pelas redes sociais e aberta para todos que desejarem se refrescar.

Contudo, Fidélis faz um alerta para quem deseja participar: “é importante passar filtro solar, hidratar-se bem, levar, se quiser, o lanche coletivo e a canga ou toalha, para não sentar no cimento quente”.

Eu acho que está pior um pouquinho. Só coloca pessoas que já têm grana, aí não está tendo mais graça. Antes tinha um pessoal que ficava mais na simplicidade. Hoje o pessoal está mais no egoísmo um com o outro, aí está difícil de ver.

Benedito Rafael Júnior, mecânico

Passeio em shopping vira motivo para agressão Rafaella Dotta* De Belo Horizonte

Os “rolezinhos” em shoppings, que estão sendo realizados em diversos estados do país, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, chegaram a Belo Horizonte. São eventos marcados por jovens, na maioria das vezes menores de idade, com o objetivo de se divertir e paquerar. Porém, as ações estão recebendo tratamento agressivo e shoppings de BH afirmam que tomarão as medidas que “considerarem necessárias”.

Através do Facebook, adolescentes estão organizando dois “rolezinhos”em BH neste final de semana.

O “Rolézinho no Minas Shopping –

Apartheid as avessas”, que será no sábado (18), às 15h. E o “Rolezaum no Paty Savassi (ou praia do Shopping Estação?)”, que será no domingo (19), às 16h. Centenas de jovens confirmaram presença.

O Minas Shopping, Estação BH, Shopping Cidade e Pátio Savassi afirmaram, em nota, que tomarão as medidas cabíveis para que lojas, clientes e colaboradores se mantenham em segurança”. O Minas Shopping, onde está marcado um “rolezinho” no sábado, afirmou que reforçou seu quadro de seguranças e tem se reunido com a PM. Violência contra adolescentes Jovens que compareceram ao “rolezinho” do Metrô Itaquera, em

São Paulo, afirmaram que tiveram tratamento exageradamente agressivo. A PM utilizou balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta para expulsar os adolescentes. Shoppings das capitais começaram a exigir a apresentação do documento na entrada do estabelecimento.

Para Jorge Souto, professor de direito da USP e juiz do trabalho, essa tentativa é preconceituosa. “Não é a quantidade de pessoas que gera o incômodo, mas o fato de serem pessoas da periferia”, afirmou. Ele ainda destacou que, para os shoppings a lei é usada, mas quando é para garantir os direitos da periferia, a lei não tem o mesmo valor. (*Com informações do Brasil de Fato SP)

Olha, eu gostei do primeiro ao terceiro. Depois começaram a colocar pessoas muito “aparecidas”, que já têm dinheiro suficiente. Se fosse eu, colocaria pessoas humildes. Aquele da Cida e o outro do Jean, eu adorei. Mas nesse entraram dois primos no Big Brother. Tem necessidade?

Jucélia Francisca Nunes, cozinheira

04 | cidades

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Move pode acabar com 1600 empregos BRT 800 linhas de ônibus serão canceladas e usuário terá que pegar mais conduções Mídia Ninja

Maíra Gomes De Belo Horizonte O novo sistema de transporte público Move, conhecido como BRT (transporte rápido sobre trilhos), está prestes a entrar em vigor, com um ano de atraso. Após dois anos de obras por toda a cidade e orçamento de mais de R$ 858 milhões, subsidiados pelo governo federal e pequena contrapartida da Prefeitura de BH, a primeira estação do Move a entrar em ação será a São Gabriel, inaugurando o corredor da Cristiano Machado, no dia 15 de fevereiro. Segundo a BHTrans, o sistema estará em pleno funcionamento até o mês de março.

Com tal proximidade, a BHTrans está aplicando uma série de mudanças no trânsito. Ao poucos ruas estão sendo fechadas, outras abertas, retornos sendo implantados e linhas de ônibus tendo seu itinerário alterado. Na terça-feira,(14), foi a vez da Praça Hugo Werneck, no bairro Santa Efigênia, onde o acesso às vias periféricas sofreu modificações, assim como linhas que passam pelo local.

Na ocasião, o diretor de Ação Regional e Operações da BHTrans Ed-

Usuário terá que pegar condução até estação do BRT e depois outra até seu destino

son Amorim de Paula informou que todo o sistema viário e de transporte da cidade será modificado com o BRT. No entanto, declarou que as modificações não serão informadas com antecedência. “Toda a divulgação já está pensada, e cada coisa tem que acontecer a seu tempo. Não é conveniente falar de uma etapa que está por vir, senão confunde mais”, aponta o diretor.

Apesar de a prefeitura negar informações à imprensa e à popula-

Tarifa Zero ainda é possibilidade para BH Desde as manifestações de junho de 2013, Belo Horizonte ganhou uma pauta que pode mudar a vida da população, a luta pela Tarifa Zero. De acordo com Roberto Andrés, a implantação do serviço é plenamente possível, já que seria subsidiada por recurso público.

“Ao invés de o cidadão pagar, o governo pagaria o serviço com recurso público. É uma mudança simples, uma inversão de prioridade”, explica. De acordo com ele, a prefeitura tem preferido investir em obras nas vias, atendendo apenas aos automóveis, o que não resolve a vida dos que utilizam o transporte público. “Se houver essa inversão na prioridade, mais pessoas vão usar os ônibus e teremos uma redução efetiva no trânsito. O transporte será tratado de fato como direito so-

cial”, declara Roberto.

O grupo denunciou irregularidades nos contratos e pagamentos às empresas de transporte prestadoras de serviço em BH. Foi exigida a realização de uma auditoria pública para averiguar o caso, o que até hoje não foi feito. “As planilhas de custos do serviço não foram publicadas.

Ninguém sabe se o preço da passagem corresponde à realidade do custo das empresas. Estamos aguardando a resposta”, diz Roberto.

Roberto destaca uma importante conquista do ano passado: a manutenção do preço das passagens de ônibus, que costumam aumentar todo final de ano. Após uma série de manifestações, a PBH se comprometeu a não fazer a revisão no valor até que seja realizada a auditoria pública dos transportes.

ção sobre o BRT/Move, não teve como passar muito tempo ignorando as exigências do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região (STTRBH). Isso porque a categoria será diretamente atingida com a implantação do novo sistema. Segundo o sindicato, a BHTrans afirma que cerca de 800 linhas de ônibus serão canceladas após o início das atividades do Move.

No lugar das linhas canceladas, o sistema irá incluir os chamados alimentadores, ônibus que levarão o usuário de seu bairro até o corredor do BRT mais próximo, que o levará para o Centro. Caso necessário, o cidadão deverá pegar um novo alimentador. Por exemplo: hoje, alguém que precisa ir do bairro Tupi para o Coração Eucarístico pega apenas uma condução. Após o Move, terá que pegar três.

A população está apreensiva em relação aos serviços de transporte após o início do BRT. “Eu não sabia que ia ter mudanças em linhas de ônibus. Fico preocupado sobre quais vão ser, porque preciso me programar”, diz o ajudante de pedreiro Carlos Cavalcanti. Ele mora no bairro Ouro Minas e se preocupa com o tempo de viagem que terá que fazer até o trabalho, no Centro, e seu outro emprego, no Belvedere.

E os trabalhadores?

O Sindicato dos Rodoviários denuncia que os cancelamentos poderão acarretar em mais de 1600 demissões, de motoristas e cobradores. Os ônibus articulados que circularão dentro dos corredores

do Move não irão trabalhar com cobradores, já que as passagens serão cobradas nas estações. Outra diferença será para os motoristas, que deverão ter carteira de categoria E, e não apenas a categoria D, necessária para um ônibus comum.

O diretor do Sindicato dos Rodoviários Carlos Henrique explica que cada empresa de transporte público que presta serviço para a PBH tem um déficit de 20% de trabalhadores. Assim, realocando os motoristas das linhas canceladas para a cobertura deste déficit e garantindo aos cobradores a possibilidade de trabalho nas bilheterias do Move, deve-se abaixar o número de demitidos. “Estamos discutindo isso tanto com as empresas quanto com a prefeitura, por que é uma responsabilidade dela também. Mas a BHTrans quer é implantar o BRT, não tem preocupação ou posicionamento sobre a questão do trabalho”, denuncia.

Para além do BRT, os rodoviários têm sofrido outra ameaça desde o fim de 2013. Foi votado na Câmara dos Vereadores um projeto de lei que permite que os ônibus circulem na cidade aos domingos e feriados sem os cobradores, o que geraria um alto índice de desempregados. No dia 26 de dezembro, o projeto foi votado em primeiro turno favorável à categoria.

No entanto, no dia 29 foi realizada segunda votação, pelo fim dos cobradores. “Se houver essa retirada, vamos fazer uma grande paralisação do serviço no dia da implantação do BRT”, declara Carlos Henrique.

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

De novo, o IPVA

fatos em foco Dois acidentes graves

IMPOSTO Taxa cobrada não é revertida necessariamente para melhorias das vias Da redação Todo início de ano é preocupante para os motoristas brasileiros pois é quando deve ser pago o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor, IPVA. A tarifa é definida pelo governo estadual, e varia de acordo com o tipo e uso do veículo (Veja tabela). O estado de Minas Gerais, junto com São Paulo e Rio de Janeiro, cobram a maior alíquota para automóveis comuns, de 4% sobre o valor de tabela do veículo.

O valor total arrecadado é dividido entre governo estadual e município, com 40% cada. Os 20% restantes são enviados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), desde 2007, conforme Lei nº 11.494/07.

A economista Eulália Alvarenga explica que, contrário do que a população imagina, a arrecadação do IPVA não é direcionada à melhoria de vias públicas e estradas, e sim integrada ao montante geral dos cofres públicos. “A tarifa é um imposto, então é de caráter geral, assim como o IPTU, que não é usado unicamente para as melhorias na estrutura da cidade”.

A arrecadação com o imposto é usada pelos governos da forma que cada administração achar conveniente, de acordo com seu planejamento. Para garantir que as vias e estradas estejam em bom estado, Eulália dá apenas uma dica: “A população deve cobrar da administração, se mobilizar. Caso contrário, não há nenhuma obrigação legal para que ela faça isso”.

Cobrado apenas de proprietário de veículos automotores, o imposto é questionável. “Se alguém tem ou-

DATAS DE PAGAMENTO Finais de Placa

Cota única/

2° Parcela

3° Parcela

1° Parcela Janeiro

Fevereiro

Março

15 16 17 20 21 22 23 24 27 28

17 18 19 20 21 24 25 26 27 28

17 18 19 20 21 24 25 26 27 28

1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

tros veículos, como helicóptero ou avião, não tem imposto algum para pagar. O sistema tributário é perverso, pois quem ganha menos paga mais. Quem tem um Fiat Uno paga, e quem tem uma lancha, por exemplo, não vai pagar”, aponta.

Para pagar o IPVA

Valor do IPVA para cada tipo/uso do automóvel 4,0%

Automóveis, veículos de uso misto e utilitários.

3,0%

Caminhonetes de carga (pick-ups) e furgão.

2,0%

Automóveis, veículos de uso misto e utilitários com autorização para transporte público (ex: táxi, escolar) comprovada mediante registro no órgão de trânsito na categoria aluguel.

2,0%

Motocicletas e similares.

1,0%

Veículos de locadoras (pessoa jurídica).

1,0%

Ônibus, micro-ônibus, caminhão, caminhão trator.

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O pagamento deve ser feito no mês de janeiro e o vencimento da parcela varia de acordo com a placa do veículo. Se optar por pagar em uma única parcela, o proprietário recebe desconto de 3% no valor.

Para efetuar o pagamento, o proprietário pode retirar a guia de pagamento (GRD) através do site da Fazenda (www.fazenda.mg.gov.br) ou retirá-lo em uma agência bancária, com o número do Renavam do veículo. Estão autorizados os bancos: Banco do Brasil, Mais BB, Banco Postal, Bradesco, Itaú, Bancoob, Mercantil do Brasil, HSBC, Caixa Econômica Federal, Casas Lotéricas e Santander. Dúvidas são esclarecidas pelo telefone 155.

Licenciamento O estado de Minas cobra também a Taxa de Renovação do Licenciamento Anual de Veículo (TRLAV), que deve ser paga até o dia 31 de março. O valor da taxa é único, de R$75,19. O procedimento para o pagamento é o mesmo do IPVA.

Em 2014 já ocorreram dois acidentes graves envolvendo servidores públicos. No último sábado (11), o trabalhador da Copasa Mizael Ávila Nascimento morreu soterrado em uma vala para manutenção de rede de esgotos, em Três Corações. De acordo com seus companheiros de trabalho, o trauma poderia ser evitado caso houvesse mais investimentos em segurança. Na quinta-feira (9), o eletricista de manutenção de usinas da Cemig Dennis Ricardo Nogueira de Sá se deslocava da Usina de Irapé para Montes Claros quando perdeu o controle da moto ao trafegar pela MG 307 e caiu, sofrendo politraumatismo. Dennis foi submetido a uma cirurgia e se encontra em coma induzido. Os trabalhadores pedem que a Cemig encare com mais rigor o Pacto pela Saúde e Segurança. Em 2013, cinco trabalhadores faleceram a serviço da empresa.

Mais uma PPP em MG Em aproximadamente três meses, será lançado o edital para transformar a gestão do Parque de Exposições da Gameleira e do Expominas, na região Oeste de Belo Horizonte, em uma parceria público privada (PPP). A gestão compartilhada será possível devido à Lei 10.703, que altera os coeficientes de aproveitamento do solo nos locais. A legislação anterior inviabilizava a construção de uma estrutura verticalizada no local. A nova, no entanto, permite que uma grande estrutura seja erguida no local. A escolha do empreendimento, de acordo com o empreendedor público da Unidade de PPP do governo mineiro, Eloy Oliveira, pode ser de um hotel ou um shopping center.

Melhor amigo do homem Um vira-lata acompanhou e vigiou, durante 12 horas, uma criança de 2 anos que ficou perdida em mata na zona rural de Bom Jesus do Amparo, região central do estado. O menino desapareceu de sua casa por volta das 18h de segunda-feira (13) e só foi encontrado às 6h do dia seguinte, sem qualquer ferimento e dormindo tranquilamente numa moita em companhia de seu cachorro “Oreia”, que o seguiu. O sargento responsável pelas buscas afirmou que o resultado positivo foi uma grande vitória, já que a topografia da área é bastante acidentada e possui animais peçonhentos.

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Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Em quem você vai votar?

PERFIS Eleições deste ano vão decidir governantes para o estado e para o país Neste ano você vai votar em:

Rafaella Dotta De Belo Horizonte Em 5 de outubro deste ano, os cidadãos brasileiros votarão nos cargos de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. E você, em quem vai votar? Os partidos estão se movimentando e já apresentam seus candidatos.

Nas eleições estaduais há uma característica importante: os candidatos a presidente influenciam os candidatos ao governo do estado. Assim, Dilma Rouseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), que serão candidatos à presidência do país, estão acompanhando de perto a escolha dos candidatos ao governo de Minas.

Presidente: executa as leis aprovadas pelo Congresso Nacional e é a autoridade máxima da nação.

Governador: executa as leis aprovadas pela Assembleia Legislativa Estadual e é a autoridade máxima do estado.

Senador: zela pelos direitos constitucionais, julga o Presidente da República e vota leis. (Minas elege três senadores)

Deputado Estadual: cria e reformula leis para o estado de Minas Gerais e fiscaliza o governo estadual. (Minas Gerais elege 77 deputados estaduais)

Deputado Federal: cria e reformula leis para o Brasil e fiscaliza o governo federal. (Minas Gerais elege 53 deputados federais)

PT e aliados

PSDB e aliados

O Partido dos Trabalhadores (PT), que nunca governou Minas Gerais e não lançou candidato ao governo de Minas nas eleições de 2010, desta vez já decidiu seu candidato. Será Fernando Pimentel, atual ministro do governo Dilma e ex-prefeito de Belo Horizonte. Pimentel terá apoio de diversos partidos, mas ainda não está certo como será a composição com dois de seus aliados em nível nacional: PCdoB e PMDB. Esses partidos também lançaram seus pré-candidatos em Minas: Jô Moraes (PCdoB) e Clésio Andrade (PMDB). No entanto, analistas apontam essa estratégia como “candidaturas de simulação”. Segundo eles, os partidos “fingem” lançar um candidato para ter mais vantagens com o aliado. Mesmo no caso de manterem candidaturas próprias, a prioridade desses partidos é impedir que um candidato do PSDB ganhe a eleição.

Após divergências entre as principais lideranças do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a sigla do senador Aécio Neves finalmente parece ter decidido seu candidato. Será Pimenta da Veiga, que também é ex-prefeito de Belo Horizonte. O candidato já concorreu ao governo de Minas em 1990, quando terminou a eleição em terceiro lugar.

O PSDB poderá ter dificuldades para dar visibilidade a seu candidato.

Pimenta da Veiga se afastou da vida pública em 2003 e é desconhecido do atual eleitorado. A vantagem do PSDB mineiro é o apoio de Partidos médios, como DEM (4), PPS (3), PSD, PV(6), PRP, e de partidos pequenos, como o PP, PR, PRP, PTdoB, PTC. Além de lançar Aécio Neves para a presidência e Pimenta da Veiga para o governo do estado, o PSDB contará com a candidatura de Antonio Anastasia para senador. O atual governador de Minas deve renunciar no dia 31 de março para seguir o mesmo caminho de Aécio em 2012. Os tucanos acreditam que quanto mais o partido “aparecer” em campanhas, mais votos podem ganhar para Aécio.

A (in)decisão do PSB

Ligeirinhas: frases de candidatos “Nosso compromisso é com o emprego e a renda dos O Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Eduardo Campos e a recém filiada Marina Silva, têm em Marcio Lacerda, atual prefeito de Belo Horizonte, seu principal nome em Minas Gerais. Mas ainda não sabe o que fazer com ele.

O PSB era aliado do PT até setembro de 2013, quando decidiu romper. Agora busca se aproximar do PSDB, tanto em Minas Gerais quanto em outros estados. O antigo aliado de Dilma declara que a principal semelhança entre PSB e PSDB

é ser oposição ao governo e que o principal objetivo é derrotar o PT. Apesar da recente afinidade com os tucanos, o PSB ainda não decidiu se apoiará a candidatura de Pimenta da Veiga (PSDB) ou se lançará um candidato próprio, o que poderia ajudar na campanha de Eduardo Campos para a presidência.

Em uma terceira opção, o Partido Pátria Livre (PPL) já mostrou interesse em soltar um candidato com o objetivo de “dar palanque” ao PSB em Minas Gerais.

brasileiros.” Fernando Pimentel (PT) “Vamos sair da polarização PT-PSDB que inibe o debate dos diferentes projetos políticos.” Jô Moraes (PCdoB) “Óbvio que o esforço vai ser todo para liquidar [a eleição] no primeiro turno.” Pimenta da Veiga (PSDB) “Aécio Neves sempre controlou o PSB em Minas” Marcio Lacerda (PSB)

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

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Disputa já começou em Minas Juarez Guimarães, professor do Departamento de Ciência Política da UFMG, afirma que a disputa em Minas Gerais vai ser grande. Segundo ele, “faz parte dos cálculos dos partidos terem muitos votos em Minas, porque aqui é o segundo estado em número de eleitores”.

Juarez acredita que o PSDB está decaindo e lutará para se manter no poder em Minas. Segundo o estudioso, o partido era formado por grupos de três estados: São Paulo, Minas Gerais e Ceará, e o grupo do Ceará acabou morrendo. Por isso, manter os governos de São Paulo e de Minas Gerais significa man-

ter o partido respirando. Já o PT, que cresceu sua aceitação entre os mineiros nas últimas eleições para prefeitos, aposta todas as suas fichas num primeiro mandato à frente de Minas Gerais.

A pesquisa de opinião feita em outubro de 2013 pelo EM Data, UFLA e MDA, indicou a vitória de Fernando Pimentel (PT), com 39,7%. Atrás dele vem Pimenta da Veiga (PSDB), com 12,7%. E, em terceiro lugar, Clésio Andrade (PMDB), com 8,3%. Dos eleitores pesquisados, 17,5% votaram branco ou nulo, e 21,9% não quiseram responder.

Mais candidatos no horizonte Os partidos PSOL, PSTU e PCB também estão articulando um nome para o governo do estado. De acordo com o membro da Executiva Estadual do PCB, Magela Medeiros, esses partidos querem lançar uma chapa conjunta, com candidatos a senador, deputados e governador. Porém, o acordo ainda não foi fechado. “Cada partido está indo para seus congressos e, a partir disso, poderemos fechar essa aliança e os nomes”, afirmou Magela.

Perfis dos pré-candidatos Fernando Damata Pimentel Maria do Socorro Jô Moraes Partido dos Trabalhadores (PT)

Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

62 anos

67 anos

Economista e Mestre em Ciência Política pela UFMG

Vereadora de Belo Horizonte (1996/2002)

Vice-prefeito de Belo Horizonte (2000/2003)

Deputada Estadual (2002/2006)

Prefeito de Belo Horizonte (2005/2008) Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2011/2014) do governo Dilma

José Pimenta da Veiga Filho

Deputada Federal (2006/2010) Candidata à prefeitura de Belo Horizonte em 2008, em que teve 8% dos votos e ficou em 3º lugar Deputada Federal (2010/2014)

Clésio Soares de Andrade

Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)

Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB)

66 anos

61 anos

Advogado

Empresário Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (1983/1988)

Deputado Federal (1978/1988) Prefeito de Belo Horizonte (1988/1990) Candidato ao governo do estado de Minas Gerais em 1990, em que ficou em 3º lugar Deputado Federal (1994/1998) Ministro das Comunicações (1998/2003) do governo FHC

Presidente da Confederação Nacional do Transporte (1993/2014) Vice-governador de Minas Gerais (2003/2006) Senador por Minas Gerais (2011/2014)

08 | opinião

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Acompanhando

Foto da semana

Mídia NInja

Participe Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Lembre-se de mandar o endereço onde foi registrado o fato e seu contato

Na edição 20 ...

PBH cobra taxa de lixo abusiva e precariza trabalho de varredores...

E AGORA

Na manhã de quinta-feira (16) moradores de rua que viviam embaixo do viaduto da Av. Francisco Sales tiveram seus pertences recolhidos por agentes da Prefeitura. Com operação que envolveu guardas municipais e polícia militar, colchões, móveis, panelas uma televisão foram retirados do espaço onde viviam cerca de 30 pessoas. Segundo um dos moradores, eles ocupam este local desde 1989, onde já viveram centenas de pessoas no decorrer dos anos.

Laísa Campos

Bruno Diogo e Jorge Ferreira

40 anos construindo a Civilização Aumenta exploração dos empregados rurais do Amor No ano de 2013 a juventude foi pauta principal em diversos espaços sociais. Quando falamos sobre a evangelização e a ação social, entre tantas organizações que contribuem de forma significativa, destacase a Pastoral da Juventude (PJ).

São 40 anos desde suas primeiras articulações no Brasil. Uma história marcada pela presença junto aos mais pobres, pela luta por vida digna para as juventudes e pela resistência e continuidade na formação de tantos e tantas jovens protagonistas no país. Uma pastoral nascida e vivida na opção preferencial pelos pobres, por acreditar que é por aí que as verdadeiras mudanças ocorrem.

A celebração dos 40 anos da PJ tem como objetivo fortalecer a evangelização das juventudes, que tem como base os grupos de jovens organizados em todo o Brasil. Também retomar e potencializar processos construídos pela PJ ao longo da história, ressignificando-os a partir do contexto atual, e fortalecer a sua identidade e a caminhada.

Acontecerá no dia 19 de janeiro, no Hall das Bandeiras da Assembleia Legislativa em Belo Horizonte, a partir das 14 horas, o momento nacional que marca os 40 anos da PJ, com músicas, apresentações, oficinas interativas e intervenções artísticas. Caravanas de várias regiões de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro estão confirmadas. A celebração marca também a abertura da Ampliada Nacional da PJ, espaço maior de organização da PJ Nacional, que tem como Iluminação Bíblica o trecho dos Atos dos Apóstolos: “Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4,20) e como tema “Somos Igreja Jovem: 40 anos construindo a Civilização do Amor”.

Laísa Campos é militante da Pastoral da Juventude de Belo Horizonte

É uma grande mentira a afirmação de que o agronegócio brasileiro se sustenta economicamente. Para gerar um PIB agrícola de R$ 150 bilhões por ano, o agronegócio necessita de crédito rural adiantado no valor de R$ 120 bilhões. Quase 20% das usinas de etanol e açúcar da região Centro-Sul do país entraram em processo de falência ou recuperação judicial. O valor da saca do café não cobre os custos. Esses fatores levam a aumentos da exploração sobre os empregados rurais.

Segundo o PNAD de 2009, existem no Brasil 3.102.000 empregados rurais sem carteira assinada. Em Minas Gerais, a história se assemelha: 491.997 empregados não possuem carteira assinada. Eles trabalham sem registro, principalmente, nas lavouras de frutas, verduras, cana de açúcar, café e nos retiros de leite.

Não bastassem os números da informalidade, avança uma iniciativa da bancada ruralista do Congresso Nacional para acabar também com a Norma Regulamentadora 31 - NR31, que garante condições de saúde e segurança. Querem, ainda, acabar com a lei 5.589 que garante outros direitos.

O trabalho escravo é necessário aos patrões para aumentar as taxas de lucro. No final de 2013, a PEC do Trabalho Escravo foi aprovada no Senado com modificações que protegem o latifúndio de desapropriações para reforma agrária e beneficia os fazendeirosw.

A Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais (Adere) busca organizar os sindicatos nos municípios. Como nunca, será imprescindível para o próximo período defender os direitos dos empregados rurais, articulando com outros movimentos sociais para fazer a luta política contra a retirada de direitos.

Bruno Diogo e Jorge Ferreira são coordenadores da Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais – ADERE MG.

Desde a divulgação no aumento em 45% da taxa de lixo de BH, foram protocoladas diversas ações na Justiça. O vereador Gilson Reis (PCdoB) entrou com ação popular com pedido de suspensão da cobrança para todos os cidadãos da capital e uma investigação sobre o aumento. Ele afirma que os critérios utilizados para mensurar o reajuste não são suficientes para o alto valor. A ação foi protocolada na Vara da Fazenda Estadual e aguarda decisão.

O mesmo pedido foi feito pelo deputado estadual Fred Costa (PEN). O Ministério Público também investiga o aumento da taxa. Na quinta-feira (16), o prefeito anunciou que vai devolver parte do dinheiro da coleta, se não for usado. Segundo a PBH, o valor pode ser devolvido em forma de desconto no IPTU de 2015.

Na edição 11...

Idosos são desrespeitados nos ônibus de BH

... e agora O governo do estado de Minas promulgou na quarta-feira (15) a lei que cria o Fundo Estadual dos Direitos do Idoso. O Fundo busca assegurar a captação de recursos para financiar políticas públicas de apoio à população com mais de 60 anos.

Os investimentos serão aplicados em programas vinculados às linhas de ação da Política de Atendimento ao Idoso e na garantia dos direitos previstos no Estatuto do Idoso. Os recursos serão provenientes de dotações do orçamento estadual, de transferências e repasses da União, além de doações e contribuições de pessoas físicas e jurídicas.

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

entrevista | 09

Prefeito tenta matar liderança quilombola no Norte de Minas TERRA Segundo presidente da associação do Brejo dos Crioulos, fazendeiros não aceitam direitos dos negros Joana Tavares De Belo Horizonte Centenas de famílias, há mais de 300 anos, se estabeleceram numa região no Norte de Minas para fugir da violência da escravidão. Entroncado entre São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, o quilombo Brejo dos Crioulos ainda enfrenta os donos da terra e do poder. Na última semana, José Carlos de Oliveira Neto, o Véio, passou perto de ser assassinado. Conseguiu correr e fugir das balas. Ele conta que os pistoleiros não atiravam sozinhos: com eles estava o prefeito de Varzelândia, Felisberto Rodrigues Neto, que não parou de ameaçá-lo. “Ele estava inclusive com uma caminhonete da prefeitura, cheia de armas”, lembra Véio, que conseguiu fotografar seus agressores.

Véio registrou Boletim de Ocorrência, acionou o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e está em um programa de proteção do governo. Teve que vir para Belo Horizonte, onde apresentou o caso para mais autoridades.

Mas não é aqui que quer ficar. Véio, que é presidente da associação quilombola do Brejo, tem certeza que a saída para o fim da violência na região é a entrega definitiva das terras

a seus donos, os quilombolas.

Há 13 anos a comunidade busca a titularização de seu território.

Após inúmeras ações - eles chegaram a se acorrentar em frente ao Palácio do Planalto - conquistaram em 2011 o decreto de desapropriação.

Em outubro de 2013, cinco grandes fazendas tiveram imissão de posse reconhecida, mas ainda são necessários outros processos até a titulação coletiva da comunidade.

Enquanto isso, os fazendeiros insatisfeitos com a presença dos trabalhadores apelam para as margens da lei. Inúmeros conflitos já foram registrados na região. Dois quilombolas foram assassinados, cinco estão presos e os jagunços soltos. O Ministério Público chegou a pedir a prisão de 13 pistoleiros, mas o juiz

“Porque isso tudo era nosso, a gente está pegando de volta. Todas essas coisas que estão acontecendo é por causa da luta pela terra” local negou.

“Quero que a lei resolva logo isso.

Se a lei assinou o papel, tem que dar o direito. Tem que tirar logo os fazendeiros de lá”, defende Véio.

Joana Tavares

José Carlos de Oliveira Neto, o Véio, presidente da associação quilombola

Brasil de Fato - Como você chegou no Brejo dos Crioulos?

José Carlos - A comunidade tem uma história, é uma comunidade que foi escravizada. O pessoal veio da África e foi parar na região de Gurutuba. De lá, a gente veio fugido e parou nessa comunidade onde eu resido hoje, o Brejo dos Crioulos. Aí aquelas pessoas ficaram lá, há 300 anos, não tinha ninguém morando lá. Depois teve a divisão da terra e o povo quilombola não tinha o dinheiro para fazer a demarcação.

Aquilo tudo era nosso. Não tinha cerca, não tinha nada, toda a área era comum. Ficamos refugiados ali, sem fazendeiro nenhum. Quem ficava lá eram os pretos.

Como foi o processo de regularização para a área ser reconhecida como quilombola?

Chegou um pesquisador uns anos atrás e fez um estudo. Ele falou que aquilo era uma área quilombola, que a gente precisava fazer um autorreconhecimento na Fundação Palmares. Aí a gente fez, com as primeiras pessoas que moraram lá. Lá pra 2001, criamos a associação quilombola pra fazer o trabalho que a gente está fazendo. Em 2004, já estava tudo comprovado. Com organização interna, começamos a entrar nas fazendas que a gente tinha perdido, para pegar de volta. Em 2011, saiu a desapropriação, mas alguns fazendeiros ainda estão lá. Por isso que hoje tudo está parando nesse conflito. Porque isso tudo era nosso, a gente está pegando de volta. Todas essas coisas que estão acontecendo é por causa da luta pela terra.

Não é só na comunidade nossa que é assim, em todo o estado, em todo o Brasil, tem quilombola.

Quantas famílias moram no Brejo hoje? Como é a vida lá?

O Incra em 2005 cadastrou 503 famílias, mas hoje mais de 3 mil pessoas moram lá. A gente luta para arrecadar as terras de volta para manter as nossas famílias no trabalho no campo. O trabalhador rural depende da terra para produzir. Não adianta vir para a cidade. E quem sustenta a cidade são os trabalhadores rurais. Quem produz somos nós.

O povo da cidade - não é discriminando - depende dos trabalhadores da roça pra comer. Estou aqui em Belo Horizonte no sistema de proteção, mas não tenho nem possibi-

lidade de conviver aqui. Só vejo asfalto. Lá, quando amanhece o dia, a gente vai pra roça plantar um milho, feijão, uma horta. Cria um porco, um cavalo, uma galinha. Não tenho estudo para conviver aqui, não sou alinhado com o prefeito. Quero viver é na roça. Preciso de proteção é lá na minha área, não só pra mim, mas pra todo mundo.

Como o prefeito te agrediu?

Foi um conflito da luta pela terra.

Nós temos tudo comprovando que o direito é nosso, que a terra é nossa. Ele [Felisberto Rodrigues Neto, prefeito de Varzelândia] está partindo pra agressão porque está vendo que está perdendo e quer recuperar uma coisa que não é dele. Quando foi no dia 9, por volta das 10h, recebo um telefonema me explicando que ele estava na área. Fui lá e ele partiu pra ignorância, disparando e tudo. Estava com o carro da prefeitura, um carro que podia estar cumprindo outro papel. Ele tinha arma dentro dessa caminhonete. A Jus-

“Estou aqui em Belo Horizonte no sistema de proteção, mas não tenho nem possibilidade de conviver aqui. Só vejo asfalto. Lá, quando amanhece o dia, a gente vai pra roça plantar um milho, feijão, uma horta” tiça tinha era que punir um prefeito desse. Ele tinha que estar fazendo outras coisas pra nós, pra cidade.

Lá não tem saúde, não tem estrada.

As escolas deixam a gente sem graça, fica tudo abandonado. É uma vergonha o Estado não resolver essas coisas. O dinheiro é público, é do povo.

Ele tentou atirar contra o senhor?

Tentou. Tentou e atirou. O problema é o mando da terra. E ele pôs gado ainda na lavoura do povo. Tirou o sustento do povo. Se o Estado der terra pra nós, nós vamos produzir. Quero que a lei resolva logo isso.

Se a lei assinou o papel, tem que dar o direito. Tirar os caras de lá, os pistoleiros, os outros fazendeiros. Ele vai querer agredir de novo. Não vou ficar aqui não. A área minha é lá.

10 | brasil

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Aplicativos viram febre e geram polêmicas

fatos em foco Selic fica em 10,5%

INTERNET Telefones nem tão inteligentes assim podem gerar abalos psicológicos Reprodução

Raíssa Lopes De Belo Horizonte Whatsapp, Lulu, Snapchat, Viber, Clube do Bolinha. As novas tecnologias têm proporcionado aos donos de smartphones - na tradução do inglês, “telefones inteligentes”experiências singulares. Com os aplicativos, os internautas ganharam a possibilidade de conversar com seus contatos em tempo real, de julgá-los publicamente em relação à beleza e desempenho sexual ou mesmo compartilhar imagens que, teoricamente, serão excluídas dos dispositivos de maneira automática.

Recentemente, o mercado de aplicativos ganhou ampla repercussão com o lançamento do Lulu.

Disponível para maiores de 17 anos nas plataformas Android e iOS, o dispositivo é exclusivo para as mulheres e permite que elas avaliem seus contatos no Facebook, sejam eles apenas amigos, namorados ou protagonistas de qualquer outra relação. A “brincadeira” possibilita, por meio de hashtags - ferramenta da rede que reúne postagens sobre o mesmo tema a partir de algumas palavras - julgamentos como “Ai se eu te pego”, “Filhinho da mamãe”, “Mais pop que o papa”, dentre outros.

A “diversão” ganhou uma série de desdobramentos com o passar dos meses. Classificado como “mais barato do que pão com manteiga” e “bafo da morte”, um jovem de 26 anos, estudante de direito, contestou na Justiça a legalidade

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou, na quarta-feira (15), a taxa básica de juros (Selic) de 10% para 10,50% ao ano. Este foi o sétimo aumento seguido desde abril de 2013 e, durante esse tempo, a Selic cresceu 3,25 pontos percentuais. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cada ponto percentual de subida na Selic equivale ao acréscimo aproximado de R$ 6 bilhões/ano na dívida pública do Brasil.

Estudantes protestam contra descredenciamento

do aplicativo. Em resposta, o lançamento do Tubby - programa que seria utilizado para classificar sexualmente mulheres e mais tarde anunciado como “piada” dos criadores do site Não Salvo - foi divulgado na rede e se tornou alvo de críticas de grupos feministas por todo o país.

Alerta de psicólogas: relações virtuais, perfeitas e fluidas

Para a psicóloga e mestra em avaliação psicológica Flávia Lopes, além dos problemas jurídicos, aplicativos como esses podem provocar consequências graves e alterações psicológicas. “A vida passou a ser resolvida, ou assim pensam as pessoas, no mundo virtual. A vida virtual tornou-se mais interessante, teoricamente menos estressan-

te e com pessoas felizes e fazendo sempre coisas muito fantásticas, ou seja, um mundo perfeito”, afirma a pesquisadora.

Susana Veloso, psicóloga especialista em psicomotricidade e infância, chama a atenção para o que classifica como principal consequência do fenômeno das redes sociais: a restrição da possibilidade da criação de laços sólidos e relações duradouras. “Os relacionamentos se tornam fluídos, líquidos, criamos uma falsa noção de liberdade que faz com que nos sintamos seguros ao expor toda nossa vida privada”, comenta.

Sobre os aplicativos como o Lulu, Susana declara que a sociedade está tomando caráter de perversidade.

“Isso abrange o narcisismo, a necessidade de se mostrar, aparecer, competir. Os aplicativos permitem que as pessoas, de forma sádica, exponham parceiros e exterminem qualquer tipo de privacidade, intimidade e autoestima que possam vir a ter”.

Aplicativos

Anúncios de aplicativos Lulu e Tubby incentivam exposição e banalização da intimidade

Além do Lulu, outros aplicativos de trocas de mensagens instantâneas e compartilhamento de imagens se tornaram febre entre os donos de smartphones. A “pornografia de revanche”, crime popularizado com a potencialização dos apps, teve aumento no índice de ocorrências, por exemplo, com a utilização massiva do Whatsapp.

O Snapchat, por sua vez, permite ao usuário que envie uma foto ao celular de outro contato com a certeza de que a imagem será excluída em alguns segundos, mas métodos criados permitem que a foto seja capturada em definitivo.

Os estudantes da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) realizaram manifestação na quarta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro, contra decisão do Ministério da Educação (MEC) que prevê o descredenciamento das instituições. Segundo informações da Polícia Militar, a passeata reuniu cerca de mil pessoas, que pediram pela federalização dos centros universitários. Os alunos refutaram o argumento do MEC de que a qualidade do ensino oferecida pelas Universidades é ruim, e defenderam que o problema sempre foi o Grupo Galileu, corporação que as administra. O MEC, por sua vez, afirmou que não existe possibilidade de federalização da UGF e UniverCidade e que, após todas as tentativas de resolução das dificuldades, o descredenciamento foi a última opção. Na quintafeira (16) os estudantes, em ato realizado em frente ao Ministério Público Federal, exigiram a intervenção do órgão no caso.

Centrais farão ato unitário em abril Na primeira reunião de 2014, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais decidiram realizar ato unificado no dia 9 de abril, sobre a pauta entregue à presidente Dilma Rousseff em 2013, que não avançou. As reivindicações abordarão a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário e a regulamentação da negociação com os servidores públicos.

Para o Secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre, estas ações colocam em discussão as expectativas dos trabalhadores em relação ao próximo governo. O dirigente afirmou ainda que em relação às eleições, as centrais construirão uma agenda unitária para entregar aos candidatos, independente de quais apoiarem.

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

brasil | 11

Governo superestima efeitos da Copa, diz comitê popular MUNDIAL Comitês Populares estimam que 250 mil pessoas serão removidas de suas casas Gabriela Moncau

Guilherme Almeida De São Paulo

Desde 2007, quando o Brasil foi anunciado como anfitrião da Copa do Mundo de 2014, muito se falou sobre a necessidade e a capacidade do país em receber esse megaevento. Infraestrutura, logística, turismo e exposição no cenário internacional são os temas mais comentados pelo governo como justificativa.

A BBC Brasil publicou recentemente entrevista com especialistas britânicos que dizem que o evento pode ser mais negativo do que positivo ao Brasil. Simon Kuper e Stefan Szymanski são autores do livro “Soccernomics”, uma pesquisa sobre o impacto da Copa na economia dos países que a receberam.

“Sediar uma Copa do Mundo não traz nenhum legado econômico. Se você quer impulsionar a economia com o dinheiro do povo, que paga impostos, é melhor investir em escolas e hospitais”, disse Kuper à reportagem.

No Brasil, movimentos sociais se organizam para expor como a realização desse megaevento traz malefícios à população. “O primeiro legado da Copa são as remoções forçadas. A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa estima em 250 mil o número de pessoas removidas ou ameaçadas nas doze cidades sede”, afirma Juliana Machado, integrante do Comitê Popular de São Paulo.

Comitê Popular da Copa questiona investimentos do governo com o mundial

Planilha de gastos

Representantes do governo brasileiro, como o Ministro do Esporte Aldo Rebelo (PCdoB), falam em números expressivos de avanço econômico relacionados ao evento. Por exemplo, geração de 720 mil empregos, atração de 600 mil turistas estrangeiros e ganhos econômicos de até R$ 142 bilhões. Os dados são fruto de estudos de consultorias contratadas em 2010, como a Ernst & Young e a Value Partners.

Para Juliana Machado, os núme-

ros usados pelo governo são superestimados, apesar de concordar que haverá um crescimento do setor de turismo nesse período. “A gente sabe que na África do Sul, na Copa de 2010, a expectativa de crescimento do turismo não correspondeu à estimativa do governo de lá”, diz.

De acordo com artigo de Marcelo Proni e Leonardo Oliveira da Silva, do Instituto de Economia da Unicamp, “estudos [usados pelo governo] introduzem hipóteses que sim-

plificam demais as projeções e ignoram preceitos econômicos”. Para eles, a intenção do governo é de “alimentar altas expectativas em relação aos efeitos positivos da Copa”.

Segundo os pesquisadores, essa projeção “demasiadamente otimista” serve para justificar os investimentos públicos no projeto. Aproximadamente 85% dos R$ 25,5 bilhões que a Copa custará serão arcados pelo poder público ou através de financiamentos de bancos estatais.

Lei da Copa prevê restrições durante os jogos Apesar de a Copa do Mundo ser um produto de uma entidade privada, a FIFA (Federação Internacional de Futebol), quando um país se candidata a receber o evento, ele tem que assegurar uma série de garantias, que vêm na forma de leis.

Os pontos regulados pela nova legislação vão da concessão de vistos de entrada no país, direitos comercias de imagem e controle do am-

biente interno e externo aos estádios.

No Brasil, a Lei Geral da Copa, em vigor desde 5 de junho de 2012, muda em caráter excepcional a legislação durante o período do campeonato.

A integrante do Comitê Popular de Copa de São Paulo Juliana Machado destaca um exemplo de como essa norma irá interferir na cul-

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(31) 3309-3304

tura do futebol brasileiro. “São Paulo tem mais de 138 mil trabalhadores ambulantes, que já têm suas condições complicadas há alguns anos pela prefeitura. Com a Copa, eles não poderão trabalhar nos estádios e nem nas exibições públicas dos jogos”, afirma.

O comércio ambulante no raio de dois quilômetros, assim como a publicidade de marcas que não se-

Todas as semanas na ruas BH

jam patrocinadoras da Copa, passam a ser crimes, com detenção de três meses a um ano ou multa.

“A Copa das Confederações foi um resumo do que a gente vai ver esse ano: o espaço público privatizado, cercado, militarizado pra impedir a presença de pessoas indesejadas, assim como a gente vê com os rolêzinhos nos shoppings”, analisa. (GA)

Crédito: Reprodução

12 | mundo

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Prefeito de Londres quer usar canhões de água contra protestos Wikicommons

EUROPA Prefeito pretende convencer governo britânico a comprar três dessas armas Para conter os futuros protestos em Londres, o prefeito Boris Johnson (partido Conservador) pretende adotar uma medida que não é permitida legalmente no Reino Unido. Ele quer equipar com três canhões de água a Metropolitan Police (polícia local).

Em carta à ministra do Interior, Theresa May, do mesmo partido, Johnson diz estar “extremamente convencido” da importância de usar a arma não-letal em protestos considerados violentos, mas anunciou que irá consultar a população londrina sobre a utilização do equipamento em “circunstâncias extremas”.

Embora seja do mesmo partido de Johnson (e do primeiro-ministro britânico David Cameron),

May – por quem passará o pedido do prefeito - já se declarou contrária ao uso das armas em protestos estudantis. Entretanto, nos bastidores, a maioria dos conservadores tem demonstrado simpatia pela polêmica medida.

Mesmo sendo considerada uma arma “não-letal”, a compra dos canhões de água causa controvérsia, pois o equipamento pode provocar ferimentos graves. Em 2010, um manifestante ficou cego durante um protesto na Alemanha ao ser atingido por um jato d’água.

Não é de hoje que medidas tomadas pelo prefeito Boris Johnson para equipar a polícia têm gerado polêmica. No ano passado, a prefeitura não consultou a população sobre a compra de centenas de ar-

Protestos têm se intensificado em Londres desde 2011

mas de choques elétricos. O equipamento é o mesmo que provocou a morte do estudante brasileiro Roberto Laudísio Curti, 21 anos,

em Sydney, na Austrália, em 2012.

(Marina Novaes, Londres, do Opera Mundi)

Morre Juan Gelman, Pacto nuclear representa poeta argentino que lutou “rendição” de potências, pela justiça e memória diz Irã Morreu na terça-feira (14), no México, o poeta argentino Juan Gelman, cuja obra – apontada como uma das mais importantes da poesia latino-americana – sempre esteve marcada pelo amor, apesar de episódios muito dolorosos de sua trajetória. Gelman, que morreu aos 83 anos rodeado de familiares, sofria de uma disfunção ligada à medula óssea.

Na ditadura militar argentina, seu filho Marcelo Ariel e a esposa, María Claudia Iruretagoyena, foram sequestrados. Os restos de Marcelo foram identificados em 1990, num rio, dentro de um tonel de ferro cheio de cimento. Ficou comprovado que ele havia sido assassinado com um tiro na nuca.

Em 1998, Gelman descobriu que a nora foi levada ao Uruguai e que a haviam mantido viva até dar à luz uma menina no Hospital Militar de Montevidéu. A neta de Gelman, Macarena, foi criada pela família de um policial uruguaio, que escondeu dela sua verdadeira iden-

tidade. Em 2000, ela foi encontrada e avô e neta se conheceram.

Nos anos 1960, Gelman, que também era jornalista, foi militante político de organizações como os Montoneros, na Argentina. Em 1975, o poeta foi obrigado a se exilar na Itália, França e México.

Estão entre suas obras mais populares “El Juego en que andamos”, “Velorio del solo”, “Cólera” e “Violín y otras cuestiones”. Gelman é ganhador de vários prêmios, como o Cervantes, o mais importante das letras espanholas, o Neruda e o Rainha Sofia de Poesia Latino-americana. (Opera Mundi) Reprodução

O poeta Gelman foi defensor dos direitos humanos e lutou contra a ditadura militar argentina

CONFLITO Acordo com EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha inicia este mês O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse na terça-feira (14) que o pacto nuclear de Genebra representa a “rendição” das potências do mundo ocidental perante o Irã. As medidas previstas nas negociações de novembro com EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha devem entrar em vigor na próxima segunda-feira (20).

“Significa que as grandes potências aceitaram o direito nuclear do povo do Irã e a ruptura das tirânicas sanções impostas de forma injusta ao pacífico povo iraniano”, anunciou em discurso público, segundo informou a agência de notícias local Irna.

As declarações do presidente iraniano representam seu esforço em acalmar os críticos locais do pacto. Para eles, o acordo de Genebra representaria uma ameaça ao direito iraniano de enriquecer urânio para fins pacíficos. (Opera Mundi)

FRASE DA SEMANA “Assuntos particulares devem ser resolvidos em privado”, declarou o presidente francês, François Hollande, a respeito da crise em seu casamento e suposto caso extraconjugal. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa sobre política econômica, na terçafeira (14).

Wikipedia

ÍCONE A obra de Gelman é considerada uma das mais importantes da poesia latino-americana

Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

A novela Como ela é

PALAVRAS DIRETAS PALAVRAS CRUZADAS CRUZADAS DIRETAS Número de registro em Número de registro softwares (Inform.)em softwares (Inform.) (?) de adão, proeminência (?) adão, proeminência node pescoço de homens no pescoço de homens

Pequena fruta coPequena nhecida porfruta seu coalto nhecida porteor seu de alto teor deC O mais vitamina vitamina C O mais movimenmovimentado do tado Brasildo éBrasil o de é o de Guarulhos Guarulhos

Argila coArgilapelo colorida lorida óxido pelo de óxido ferrode ferro Trabalha Trabalha duro duro (gíria) (gíria)

Graduação Graduação do profesdosor profesde sor de português português

Unidade Assalto à deUnidade medida Assalto mão à de medida de telas mão de telas armada armada de TV de TV Que Queééenraienraizado zado nas nas tradições tradições de deum umlugar lugar (?) (?) Silva, Silva, Partidário apresenapresen- Partidário de uma uma tador tador da da de causa causa Globo Globo

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É, geralmente, É, geralmente, decorada com ímãs decorada com ímãs e lembretes e lembretes Retomada (a relação) Retomada (a relação)

Moraes (?), Moraes cantor(?), cantor Charco; Charco; pântano pântano

Démodé Démodé Fator Fator distintivo distintivo de de perfumes perfumes

Grupo de Grupocom de ilhas ilhasfauna com rica rica fauna marinha marinha

Avivado Avivado (o fogo) (o fogo) Autor Autor (abrev.) (abrev.)

Ordem judiOrdem judicial fixada cial emfixada local em local público público

Acúmulo Acúmulo de líquidos de líquidos no no corpo corpo Faz sair sair Faz com com ímpeto ímpeto Base Base (fig.) (fig.)

EmboscaEmboscada da (bras.) (bras.)

Tonalidade Tonalidade de de azul azul Macho Macho da da cabra cabra

Entrar Entrar em em combate combate Encher Encher aa boia boia

Início da da Início viagem viagem Rio de PerRio de Pernambuco nambuco

Julia (?), (?), Julia apresentaapresentadora do do dora GNT GNT Significado Significado do "S" "S" de de do MST MST Courteney Courteney (?), atriz atriz (?), de de "Friends" "Friends"

Utensílio Utensílio da manicure "Let (?)

Be", sucesso dos Beatles

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BANCO BANCO

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variedades | 13

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Solução

Uma paquera que dá gosto de ver “Amor à Vida” já deu o que tinha de dar. Há muito tempo. Foi tanta encheção de linguiça que a impressão que me dá é a de que as histórias já encerraram e o que falta é a revelação. Estamos apenas esperando ver a derrocada de Aline e a autoconstatação da idiotice de César, Rafael ser solto e poder viver seu amor por Linda, Valdirene ficar famosa e voltar para os braços de Palhaço e Amarilys desistir de vez de ficar com Fabrício.

Mas uma história ainda vem valendo a pena acompanhar nestas últimas semanas da novela das 21h: o flerte de Niko e Félix. Está bem divertido. E bonitinho. Nenhum dos dois ainda conseguiu reconhecer que está apaixonado. Dizem que são amigos, e só. Mas inventam, o tempo todo, desculpas para se encontrarem. Brigam para recalcar o desejo que sentem um pelo outro. Mas já está na cara que querem ficar juntos. Todo mundo vê. E torce pelos dois.

Eu não me lembro de uma paquera de um casal homossexual como a de Félix e Niko em outras novelas. Geralmente, a abordagem é coadjuvante, sem grandes dramalhões, como se casais gays fossem perfeitos. Isso quando não são “eliminados” no meio da história. Há cenas de Félix e Niko em que as briguinhas poderiam terminar com um beijo apaixonado. Infelizmente, não será desta vez que um beijo gay rolará na telinha. Mas já é um avanço que as pessoas vejam que dois homens se paqueram, se confundem quanto aos sentimentos um pelo outro, se acariciem e vivem questões afetivas como qualquer outro casal.

E o tom de romance no fim da novela ainda deve dar o que falar.

Eu quero muito que os dois fiquem juntos. E que os personagens tenham uma linda e feliz cena de desfecho, principalmente porque assumiram o namoro.

Até semana que vem!

FF AA EE DD EE PP TT CC OO AA OO CC EE RR PP OO LL AA

S S EE RR OO PP O RR EE M MO II LL OO AA LL AA LL EE GG AA TT OO RR RR AA II OO AA PP UU SS TTOO CC II OOBB BB AA NN AA TT II FF RR AA LL TT AA AA EE NN GG RR

PP O RR T A D E G E L A D E I R A

FF R T O E I R A A R A T EEA D O A E M D E M A A D O I D A U T A R N O R A P E S E M C A T E O I T X A T E

Por Joaquim Vela (quimvela@brasildefato.com.br) AMIGA DA saúde

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde

Querida amiga da saúde, já tem 2 meses que estou sofrendo com o intestino preso. Você sabe de alguma coisa que possa me ajudar?

Uso dentadura há um bom tempo e nunca tive problemas. Recentemente tive algumas inflamações na gengiva e o dentista disse que era por causa da má higienização. O que eu devo fazer para evitar esse tipo de coisa?

Amiga da Saúde, ouvi dizer que crianças com menos de um ano de idade não podem ingerir mel. Isso é verdade? Qual o problema?

Estefânia Luara, 28 anos, costureira

Jaqueline Aparecida, 38 anos, operadora de caixa

Maria Joana, 62 anos, aposentada

É verdade, Estefânia. É perigosa a ingestão de mel em crianças com menos de um ano por conta do risco de desenvolverem o botulismo. Essa doença é uma intoxicação causada pela bactéria Clostridium botulinum, que provoca paralisias musculares, podendo causar constipações intestinais, paralisias faciais, dificuldade respiratória etc. Esse germe está presente no solo, mas só se desenvolve em ambientes sem oxigênio, como conservas, alimentos processados, enlatados etc.

Cara Jaqueline, nosso intestino funciona bem através de três ingredientes fundamentais: 1) Água: beber muita água, cerca de 2 litros por dia. Se você bebe pouca água, suas fezes ficam secas e têm dificuldade de se locomover no intestino. 2) Exercícios físicos: praticar regularmente. Eles ajudam na movimentação do intestino e melhoram a circulação sanguínea. 3) Alimentação: ingerir alimentos ricos em fibra e evitar massas. As fibras absorvem água e por isso deixam as fezes mais moles, facilitando o transito intestinal. São alimentos ricos

Cara Joana, a dentadura (ou prótese dentária) precisa ser limpa todos os dias, assim como os dentes naturais. Escovar a prótese pelo menos duas vezes ao dia com escova e creme dental é o básico. Você pode também deixá-la de molho de 15 a 30 minutos em uma solução feita com um copo de água filtrada e uma colher de café de água sanitária. Durante a noite o melhor é não usar a prótese, pois isso pode provocar lesões na gengiva e

causar problemas de adaptação.

Lembre-se também de higienizar a gengiva e a língua usando escova e creme dental todos os dias. Caso apareça alguma ferida ou você sinta incômodo na adaptação da prótese, procure seu dentista para avaliar o que está acontecendo.

A doença é grave, apesar de ser rara. Para crianças dessa idade o risco aumenta porque elas ainda não possuem a flora intestinal (conjunto de micróbios que habitam o intestino) bem formada. Sem competição, a bactéria da doença fica mais livre para se reproduzir.

em fibras: verduras, frutas, legumes, castanhas e sementes. Tomar água ou alimentar-se assim que levantamos da cama pela manhã ajuda a potencializar a movimentação intestinal e costuma ser um bom estímulo. Mas nada disso é da noite pro dia. Persista na mudança de hábitos e terá bons resultados.

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Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

Espaço Comum Luiz Estrela aguarda limpeza de quadra para seguir CASA ABERTA Cedido aos manifestantes no fim do ano, casarão precisa de reformas emergenciais Raíssa Lopes De Belo Horizonte O Espaço Comum Luiz Estrela completou mais de dois meses de ocupação do casarão da Rua Manaus, no bairro Santa Efigênia, região Leste de BH, onde funcionou o antigo Hospital da Polícia Militar. Os participantes do coletivo que organiza as atividades do local receberam, em reunião realizada no dia 18 de dezembro de 2013, a cessão do imóvel, anteriormente de posse da Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma).

No acordo firmado com o Governo do Estado, ficou decidido que os manifestantes realizariam obras emergenciais no prédio que, por ter mais de cem anos, se encontra em perigoso estado de deterioração.

Enquanto isso, utilizariam temporariamente a quadra ao lado – também fornecida pelo Governo – para darem continuidade às suas atividades. De acordo os ocupantes do casarão, o poder público também se comprometeu a limpar a quadra. Promessa que, até então, não foi cumprida.

“O pátio está cheio de entulho.

Eles confirmaram em ata que até o dia 4 de janeiro tudo já estaria limpo. Começaram dia 8, num processo moroso e sem equipamentos adequados. Inicialmente, seriam duas caçambas por dia, e foram três caçambas em 10 dias”, comenta Fernando Falas, representante do Estrela. Por esse motivo, as atividades do Espaço estão comprometidas e acontecendo com menos intensidade.

Reformas emergenciais As obras emergenciais do imóvel estão previstas para o início da próxima semana, e contarão com a reforma do telhado, fachada da frente e retirada da laje interna, que vem prejudicando a edificação e escoramento do prédio. A arrecadação da verba para reforma inicial está sendo viabilizada pelo grupo. “Em breve iniciaremos o crowdfunding [uma espécie de ‘vaquinha’ online]. Esperamos ter, claro que com muito cuidado para que essa gestão seja realmente feita pela sociedade civil, apoio de alguns investidores e pessoas que colaboram com o movimento. Vamos organizar ações para juntar dinheiro, como festas e atividades culturais, em maioria realizadas fora do Espaço”, afirma Sílvia.

Sílvia declara também que, ao reformar o prédio, uma das grandes preocupações do grupo é não ferir a identidade do imóvel, construído em 1913. “Queremos manter a memória do lugar, a estética, não gentrificá-lo. Existem muitos centros culturais em que a população que se sente convidada a entrar é muito restrita, sem contar o valor elevado

Morre uma grande guerreira de Belo Horizonte Reprodução

Dona Valdete Cordeiro, fundadora do grupo Meninas de Sinhá, faleceu na última terça-feira (14). A líder cultural teve problemas circulatórios e estava internada desde o dia 3 de janeiro. Com a perda, muitos amigos deixaram mensagens na página do Facebook do grupo. A maioria delas destaca a felicidade e o carinho que Dona Valdete Cordeiro carregava.

Meninas de Sinhá O grupo foi criado há 20 anos na favela Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte. É composto por mulheres

Mídia Ninja

“Tínhamos uma grade intensa de programação, que agora está sujeita a essas imprevisibilidades.

Concluída a limpeza da quadra, a ideia é instalar uma tenda de circo e construir um espaço temporário bastante convidativo para receber a comunidade e continuar com o projeto”, diz Sílvia Rodrigues de Andrade, representante do Espaço desde o início.

Governo se comprometeu a limpar a quadra, mas até agora não o fez. Novo prazo é dia 25

das atividades. Queremos trabalhar com a população de rua, portanto almejamos um espaço em que as pessoas se sintam à vontade para frequentar”, explica.

Coletivo aberto Luiz Estrela As pautas de trabalho do coletivo visam à integração da população de rua, pacientes da saúde mental e valorização do patrimônio histórico e memória da cidade. Qualquer pessoa que se interesse pode participar das ações, discutir projetos e propor maneiras de atuação. Para isso, são realizadas reuniões semanais em que, a partir das propos-

Restauração completa O Governo de Minas informou que o recesso de final de ano prejudicou o andamento da limpeza da quadra ao lado do Luiz Estrela, mas garantiu que em um prazo de 10 dias, a partir do dia 15 de janeiro, o processo será concluído.

Quanto à restauração completa do imóvel, o Governo respondeu que também ficará a cargo dos ativistas. As obras para a restauração completa estão estimadas em R$ 2 milhões.

com dinheiro arrecadado de doações via internet e conta bancária.

As primeiras imagens do DVD, que tinha sido paralisado para esperar a recuperação de Dona Valdete, foram feitas no Hospital da Baleia, com crianças internadas. que cantam, dançam, tocam e mantêm vivas as cantigas de roda. O Meninas de Sinhá já gravou dois CDs, o “Tá caindo Fulô” e “Na roda da vida”, e está produzindo seu primeiro DVD,

tas, é definida a programação diária. “Isso é, talvez, a força do movimento e a grande dificuldade. Somos um grupo diverso, aqui existem pessoas de todos os lugares e nenhuma questão é fechada, nada é tratado dentro de uma cúpula, a fim de que tudo seja publicizado”, analisa Sílvia. Atualmente, o grupo pretende se tornar uma associação para também responder juridicamente pelo Espaço. Para quem deseja participar do coletivo, a próxima reunião acontecerá na segunda-feira (20), às 19h, no Espaço Comum Luiz Estrela (Rua Manaus, 348, Santa Efigênia).

Dona Valdete Em depoimento ao site Museu da Pessoa, Valdete conta: “Eu passava todo dia em frente o Centro de Saúde e as mulheres saíam com sa-

colas de antidepressivo. Eu achava aquilo um horror. Comecei a observar as mulheres e a parar para conversar com elas. ‘Por que você toma esse remédio?’ ‘Ah, porque eu sinto uma dor aqui dentro. Eu sinto uma angústia. Eu sinto tristeza...’ respondiam as mulheres. Então eu comecei a notar que as mulheres não eram doentes. Elas precisavam de auto-estima.” E foi por isso que Valdete resolveu criar o Meninas de Sinhá.

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Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

AGENDA DO FIM DE SEMANA

é tudo de graça!

SARAU Evento “Em nome do amor”, com apresentações dos grupos Sarau Vira Lata (BH), Coletivoz Sarau de Poesia (BH), Menestréis Errantes (BH), Tertúlia (BH), o Apoema Sarau Livre (Contagem), Sarau dos Vagall (Nova Lima), Poesia dia a dia (Santa Luzia), Sarau no Ribeirão (Ribeirão Show com a banda Constantina, pelo Circuito das Neves), entre outros.

Aberto. Sábado (18), às 19h, na Praça da Liber- Domingo (19), às 18h, na dade.

Praça do Papa.

MÚSICA

INFANTIL

FOLIA

Oficina de dança para crianças. Sexta (17), às 15h, no Centro Cultural Vila Santa Rita (Rua Ana Rafael dos Santos, 149, Vila Santa Rita).

SAÚDE

Festa que escolherá o Rei, Rainha e Princesa do Carnaval de Belo Horizonte em 2014.

Sábado (18), às 20h, no Music Hall (Avenida do Contorno, 3239, Santa Efigênia).

Projeto Caminhar oferece palestras, aulas de alongamento e dicas de saúde com médicos, educadores físicos e enfermeiros.

Sábado (18), a partir das 8h, na Praça Floriano Peixoto (Santa Efigênia).

Segunda a quinta-feira EXPOSIÇÃO

LITERATURA

A mostra Atlas – Verão Arte Contemporânea 2014 tem a intenção de guiar o visitante através do descobrimento de diversas paisagens. Até 08/02. Todas as terças, quartas, quintas, sextas e sábados das 9h30 às 21h30 e domingos das 16h às 21h30, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro).

FÉRIAS

Férias nos parques de BH traz à população orientações sobre saúde, jogos e brincadeiras, oficinas de plantio, exposições, teatro, educação ambiental, trilhas ecológicas, rua de lazer, esporte e circo. Até 02/02, em diversos parques da capital.

Leitura dos livros “Pequeno Manual de Monstros Caseiros” e “Mais um Pequeno Manual de Monstros Caseiros”, de Stanislav Marijanovic. Criação de perfis de monstros a partir das narrativas lidas. Terça (21), às 14h, no Centro Cultural Salgado Filho (Rua Nova Ponte, 22, Salgado Filho).

MÚSICA

POESIA

Conversa com o poeta Rogério Salgado sobre conhecimentos poéticomusicais. De 21/01, todas as terças e quintas, até 28/01, no Centro Cultural Lagoa do Nado (Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã).

Show de lançamento do disco Registro, primeiro álbum do projeto Cabezas Flutuantes, idealizado pela artista audiovisual Carou Araújo. Quinta (23), às 20h, no Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade, Funcionários). esporte |

na geral Copa Brasil de Vôlei é a atração de janeiro...

A CBV retomou, após seis anos de paralisação, a Copa Brasil de Vôlei, competição que reúne as oito melhores equipes da Superliga de Vôlei. Neste ano, a competição é no sistema eliminatório simples, com as semifinais e final disputadas em Maringá, respectivamente, nos dias 23 e 25 (próximas quinta e sábado). Na competição masculinas as seminifinais já estão formadas. O Cruzeiro, que passou com facilidade pelo São Bernardo por 3x0 (21/14, 21/18 e 21/16), vai enfrentar o Campinas. Já o Sesi/SP, atual líder da Superliga, disputa a vaga na final contra o Canoas. O campeão do torneio tem vaga assegurada no Campeonato Sulamericano de Clubes.

O ranking da IFFHS Pelo ranking anual da Federa-

ção Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), divulgado este mês, a primeira colocação ficou com o Bayern de Munique, campeão da Liga dos Campeões, do Campeonato Alemão, da Copa da Alemanha e do Mundial de Clubes. Na lista, que se refere ao ano de 2013, o clube brasileiro melhor colocado é o Atlético Mineiro, campeão da Libertadores, na oitava posição.Na vice-liderança do ranking da IFFHS aparece o Real Madrid, seguido por Chelsea, Atlético de Madri e Barcelona. O segundo melhor brasileiro é o Grêmio de Porto Alegre, na 31ª posição.

… também na edição feminina Na competição feminina, que tem formato idêntico à masculina, os jogos foram realizados nesta quinta-feira (16), após o fechamento desta edição. Além do Minas e do Praia Clube (de Uberlândia), a competição tem a presença das equipes do Campinas, Pinheiros, Rio de Janeiro, Rio do Sul, Osasco e Sesi/SP. As semifi-

nais serão realizadas nesta sexta-feira (17), e a final no sábado (18). Todos os jogos das semifinais e a final serão realizados em Maringá, a exemplo da competição masculina.

Negado recurso do Procon O relator Heleno Ribeiro Pereira, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, negou o recurso do Procon que pedia a proibição do aumento dos valores dos ingressos e o bloqueio da renda líquida da partida decisiva da Copa do Brasil, entre Flamengo e Atlético Paranaense, na qual o time rubro-negro carioca sagrouse campeão ao vencer por 2 x 0. O jogo foi realizado no dia 27 de novembro de 2013. Para o juiz, não cabe ao Poder Judiciário regular preços de atividade privada.

Schumacher pode ficar em coma irreversível A falta de notícias mais precisas sobre a gravidade do acidente que envolveu o ex-piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, de-

vido ao silêncio dos médicos e da família, aumentou as especulações sobre o futuro do corredor, que é o maior campeão da história na categoria. Schumacher sofreu um acidente ao esquiar na estância de Grenoble, na França, o que provocou uma grave lesão cerebral, e por isso entrou em coma induzido pela equipe médica que o assiste. A imprensa alemã já considera a hipótese de o piloto não voltar deste coma. Alguns especialistas, entretanto, consideram que, caso saia do coma, Schumacher pode ter complicações como desordem na fala, paralisia unilateral ou mesmo mudanças de personalidade.

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Belo Horizonte, de 17 a 23 de janeiro de 2013

OPINIÃO Atlético

Rima pobre Reprodução

OPINIÃO Cruzeiro

Fênix alvinegro AFP

Rogério Hilário Aos poucos o Atlético vai se acertando para a temporada 2014. Além da renovação com o craque R10, repatriou Filipe Soutto e André, que estavam no Vasco. Isso acrescenta opções para o meio-campo e para o ataque, que ficou um pouco carente com a saída de Alecsandro. Opino desta forma, pois, a meu ver, o irmão do Richarlyson não é nenhuma Brastemp, para usar uma expressão antiga. André é mais versátil. Precisa de um pouco de juízo, já que muita responsabilidade não vai ter nunca. Mas se o Galo recuperou recentemente Jô e Tardelli, e, no passado, o centroavante Guilherme, qualquer pecador pode se redimir no alvinegro. Ainda mais com a massa dando todo o apoio, mas pegando no pé quando necessário.

Apesar da desconfiança da tor-

cida, acredito que o Paulo Autuori pode realizar um bom trabalho no Atlético. É um treinador teórico.

Nunca pôde jogar bola por ter contraído poliomielite na adolescência. Mas sempre foi um fã de futebol e um profundo pesquisador do assunto. E um treinador bem-sucedido, que conquistou duas Copas Libertadores (Cruzeiro, em 1997; e São Paulo, em 2005, onde também ganhou o Mundial Interclubes da Fifa). Andava meio decadente.

Mas quem não passa por uma fase dessas? Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, antes supervalorizados, estão em baixa. Tite, que levou o Corinthians ao título mundial, vive o ocaso. E ninguém pode ter certeza de que não darão a volta por cima. Haja visto o Felipão.

No maior baixo astral, virou técnico da Seleção. Eita rima pobre, meu Deus.

OPINIÃO América Dá-lhe coelhão!

Bráulio Siffert Ser perguntado se torcemos para o Atlético ou para o Cruzeiro e ver no noticiário esportivo - quando muito - apenas notinhas sobre o América são duas das muitas coisas que irritam os torcedores do Coelhão. E justamente diante disso é que eu, como jornalista e americano, resolvi reivindicar esse espaço para tratar do América Futebol Clube: o único time grande de Minas que possui estádio próprio, o único que nunca mudou de escudo, o único campeão dez vezes seguidas, o maior celeiro de craques de Minas e o dono da camisa mais bonita do Brasil.

E para 2014 aparentemente teremos muito o que comentar do América: as contratações estão nos enchendo de esperança. Basta uma boa administração para que o América, com seu grande patrimônio, sua torcida apaixonada e sua tradição, se firme de vez entre os maiores do Brasil.

Wallace Oliveira Em janeiro, os textos desta coluna são dedicados à Copa Libertadores, torneio que o Cruzeiro volta a disputar em 2014. Hoje, abordarei a presença dos representantes do México.

Há 16 anos os mexicanos têm jogado a Libertadores da América, organizada pela Confederación Sudamericana de Fútbol (CONMEBOL), embora eles integrem a Confederación de Fútbol Asociación de Norte, Centro América y el Caribe (CONCACAF), que possui uma competição própria, e seu acesso ao mundial de clubes se dê por esse torneio.

Isso começou em 1997, quando a federação venezuelana, em troca de dinheiro, aceitou submeter duas de suas vagas a uma disputa preliminar com times mexicanos, algo como uma “pré-Libertadores”. Cada país entrava com dois times e os dois primeiros colocados se classi-

ficavam para o torneio continental.

Esse sistema funcionou entre 1998 e 2004. Em 2005, com a ampliação do número de participantes, México e Venezuela ficaram com três vagas diretas cada um.

Essas mudanças contaram com a conivência dos clubes e o interesse das empresas envolvidas na competição, já que a incorporação do México traz consigo maior mercado consumidor de programação de rádio e TV, ingressos dos estádios e outras mercadorias.

O país de Jorge Campos já enviou 19 clubes para o torneio.

Os maiores participantes foram o América do México e o Chivas Guadalajara, cada qual com sete participações. Dois mexicanos já chegaram à final: Cruz Azul, em 2001, e Chivas, em 2010. Nenhum deles foi campeão. A edição de 2014 terá os três primeiros colocados da fase classificatória do Apertura 2013: Santos Laguna, León e Monarcas Morelia.