Edição 143 do Brasil de Fato MG by Brasil de Fato MG

BRASIL

Marcelo Camargo / ABr

CULTURA

Divulgação Reprodução

Tchau, Protesto na Cunha Virada Presidente da Câmara renuncia ao cargo e oposição avalia que saída do político seria mais uma estratégia para salvar mandato

Minas Gerais

Evento oficial da PBH é criticado por proibir manifestações políticas. Paralelamente, Revirada Cultural promete 13 horas de programação

8 a 14 de julho de 2015 • edição 143 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

Oito meses de destruição O maior crime ambiental do Brasil completa oito meses. De lá para cá, o que mudou na vida das pessoas que foram atingidas pela lama da Samarco (Vale e BHP Billiton)? Sobrevivente de Bento Rodrigues conta o que passou e o que ainda sofre. Superior Tribunal de Justiça suspendeu acordo que não reconhecia o direito de participação das vítimas e ALMG recomenda restrições à instalação de barragens Lidyane Ponciano,

Isis Medeiros Isis Medeiros Isis Medeiros

ENTREVISTA 5 e 11

OPINIÃO

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Editorial | Brasil

O povo resiste e insiste

ESPAÇO dos Leitores

“Passamos um dia com moradores de Mariana, no estado de Minas Gerais, em uma comunidade que ainda está se recuperando de um derramamento de lama tóxica que aconteceu em 2015, considerado o pior desastre ambiental da história do Brasil. Foi um encontro muito emotivo, mas foi inspirador conhecer esses impressionantes companheiros na luta por justiça social. O encontro nos fez ainda mais envolvidos no apoio às lutas progressistas dos cidadãos brasileiros”. Escreveu o ator Danny Glover em seu facebook, comentando o post do Brasil de Fato MG sobre sua visita a Minas Gerais, em tradução livre.

“Ele deveria capinar na roça e cortar cana pelo menos 10 anos e depois se perguntar se aguenta trabalhar até os 70”. Amanda Ferrareis, comentando a matéria “Aposentadoria só aos 70 anos, defende Michel Temer”

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

Abrir os jornais ou assistir ao noticiário esses dias não anda fácil. É possível variar entre matérias que abordam a agressão contra as mulheres, o desrespeito à comunidade LGBT, os índices de extermínio de jovens na periferia, o aumento do desemprego e da população em situação de rua, a intolerância religiosa, a discriminação dos grupos vulneráveis da sociedade, como indígenas e quilombolas, a morte na impunidade de torturadores da ditadura militar, e muito mais. Além disso, nesta semana, completam-se dois anos do desabamento do Viaduto Guararapes, em

Dificuldades da vida crescem a cada dia em virtude do golpe BH, que causou a morte de duas pessoas, além de 23 feridas. Nas discussões entre a Prefeitura, a construtora Cowan e a projetista Consol, obviamente quem perdeu foi o povo da região Norte da cidade. Ao contrário do que vinha ocorrendo antes do golpe, a mídia tenta em vão criar fatos positivos para iludir a população, mas as contas se acumulando em cima da mesa e os altos índices de violência urbana cumprem o papel de trazer para a realidade os pés e os corações dos telespectadores. Mas se enganam aqueles que acham que o povo brasileiro está conformado com as dificuldades da vida, agora crescendo em virtude do golpe de Estado.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

O povo resiste e insiste. Adolescentes ocupam escolas municipais em vários lugares do país. Ciclistas fazem bicicletadas e se apropriam do espaço urbano. As ruas seguem ocupadas por manifestações femi-

É história da carochinha esse papo de que o povo brasileiro é acomodado nistas contra a cultura do estupro. Os indígenas também se mobilizam. A população LGBT está em intensa agenda de atividades, se preparando para a parada gay de BH, que ocorrerá no dia 17 de julho. Camponeses e militantes do Movimento Sem Terra de todo o estado aceleram os últimos toques do Festival de Arte e Cultura da Reforma Agrária, que acontece de 20 a 24 de julho, em BH. Até o STJ deu uma bola dentro, suspendendo o acordo firmado entre governos e a Samarco devido à ausência de participação dos atingidos por aquele crime. As mobilizações contra o golpe pedindo o “Fora, Temer” acontecem em todo canto. Em outras palavras, é história da carochinha esse papo de que o povo brasileiro é acomodado e não quer nada. Na verdade, um olhar atento pode capturar as muitas formas que o povo tem de dizer “não” a toda forma de opressão. O povo resiste e insiste em construir uma vida para melhor para cada um e para todos.

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Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Frase da Semana

Rótulos passam a indicar presença de alergênicos

GERAL

Lula MArques / AG PT

Marcelo Camargo / ABr

A partir de um certo momento nós começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares” Afirmou o presidente interino Michel Temer, na segundafeira (4/7), durante encontro internacional do agronegócio

VIROU LEI Embalagens de alimentos deverão, a partir de 3 de julho, trazer informações sobre substâncias que normalmente causam alergias. A regra, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem o objetivo de facilitar a identificação das substâncias, principalmente para o consumo infantil. No Brasil, estima-se que 7% das crianças com menos de 6 anos sofram ou irão sofrer algum tipo de alergia alimentar.

BombouNaRede

Divulgação

PERGUNTA DA SEMANA As crianças e adolescentes de todo o país são protegidos por uma série de leis que, após mobilizações, começaram a integrar de forma oficial um estatuto, chamado hoje de Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Neste mês, o ECA completa 26 anos. E hoje, você acha que os direitos dos jovens e adolescentes é respeitado no Brasil?

Você acha que as crianças e adolescentes são respeitados no Brasil? Reprodução

“Às vezes sim, às vezes não. Mas poucos têm os direitos assegurados. Muitos são deixados de lado, e são os que moram nas periferias”.

Lucas Almeida Lima, 16 anos, estudante

Reprodução

“As crianças e adolescentes têm muitos direitos que devem ser respeitados, mas muitos não cobram, muitas vezes por falta de educação de qualidade. E eles também não têm voz na mídia”. Lucas de Azevedo, 15 anos, estudante

Virada Cultural proíbe manifestação de artistas Os shows da Virada Cultural acontecem nos dias 9 e 10 de julho em BH, prometendo 24 horas de programação artística. Porém, uma restrição estranha chamou atenção. A cláusula 8 do contrato assinado pelos artistas proíbe qualquer manifestação de “cunho político” nos palcos. Os grandes artistas presentes - Elza Soares, Criolo, Flavio Renegado, Chico César e Lenine - se posicionam contra o governo de Michel Temer, nos seus shows e nas redes sociais. Será que essa é a preocupação da prefeitura? Calar, mais uma vez, o movimento “Fora Temer”?

A atividade de mineração é a mais letal para trabalhadores no Brasil. Os principais estados mineradores – Goiás, Minas Gerais e Pará – tornaram-se os mais perigosos para acidentes fatais no trabalho. Leia as reportagens especiais do “Suor de Ferro”, sobre as condições trabalhistas em mineradoras em tinyurl.com/gqcrorf.

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CIDADES

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Uma oficina para refletir e mudar a vida DEMOCRATIZAÇÃO Oficina de Imagens existe há 18 anos e promove ações que discutem os direitos dos jovens Raíssa Lopes

esenvolver projetos que articulassem as áreas de comunicação e educação: esse foi o ponto de partida para a criação da Oficina de Imagens, ONG mineira que atua para a manutenção dos direitos dos jovens e adolescentes desde 1998 e completou 18 anos na última terça (5). “Pensamos em quais são as informações de massa difundidas para os nossos jovens e como melhorar a qualidade dessas informações. Mas, além disso, pensamos em como fazer com que essa parcela da população tenha voz a partir

da mídia”, explica o Coordenador Executivo da entidade, Bernardo Brant. São desenvolvidas várias atividades que focam na conscientização dos direitos humanos, como oficinas de intervenção urbana, fotografia, audiovisual, e outras. O Cineclube Sabotagem, por exemplo, realiza sessões de cinema comentadas em escolas públicas municipais de Belo Horizonte. “Nascemos inspirados na pauta de democratização da comunicação e buscamos atividades que sejam comunitárias e que instiguem a formação crítica das pessoas”, explica Bernardo.

Reprodução Oficina de Imagens

Buscamos atividades que sejam comunitárias e que instiguem a formação crítica das pessoas Revista Rolimã Também na terça-feira (5), a nova edição de outro projeto da Oficina de Imagem ganhou forma. É a Re-

Anúncio O aniversário da ONG e o lançamento da revista foram comemorados em festa na rua, com teatro, música e pipoca

ACESSE AQUI

Revista de gênero do Sinpro Minas www.sinprominas.org.br

vista Rolimã, publicação trimestral sobre questões que envolvem a infância, que desta vez não só ouviu jovens, como foi inteiramente produzida por eles. Assuntos que fazem parte do universo infanto-juvenil como sexualidade, empregabilidade e racismo foram abordados a partir da ótica de quem convivem diariamente com essa realidade. É o caso de Larissa Campos, de 25 anos, que produziu a reportagem “Muito além dos castigos físicos”. A matéria chama a atenção para os tipos de violações cometidas contra as crianças, além da violência física. “Pude conhecer as pessoas a fundo, compartilhar e me envolver com cada relato. Eu e a Talita, que escreveu comigo, falamos sobre a negligência, o abuso de autoridade, aquele tipo de castigo que acontece só no olhar... Violências que

são comuns e não são percebidas no dia a dia”, conta. “Esses sofrimentos influenciam diretamente o convívio de meninos e meninas na escola, com os amigos, professores, rua e as pessoas não questionam porque não as consideram violência”, ressalta . Com a experiência, ela decidiu que quer ser jornalista. “Acho que era uma vontade que estava bem guardada em mim e eu não olhava, mas tomei muito gosto dela coisa. Temos que ser multiplicadores da mudança”, acredita. Participaram também do lançamento a ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Nilma Lino e o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Thiago Herdy. Para ler as edições anteriores da publicação, acesse: www.issuu.com/oficinadeimagens4

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

MINAS

Comissão das Barragens aprova relatório sobre crime da Samarco e mineração no estado MARIANA Acordo entre empresa e governos foi suspenso pelo STJ Flávia Bernardo/ALMG

Wallace Oliveira

a semana em que o maior crime ambiental do Brasil completa oito meses, a Comissão das Barragens da Assembleia Legislativa aprovou seu relatório final. A votação ocorreu na quinta (7) e contou com a presença de atingidos pelo crime da Samarco (Vale e BHP Billiton) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O relatório aponta que, ao lado da responsabilidade administrativa e civil da empresa, houve responsabilidade criminal. Também são feitas indicações para que novos desastres não

aconteçam e é recomendada a aprovação de uma lei, ainda em discussão, que institui a Política Estadual dos atingidos por barragens e outros empreendimentos.

Na decisão de suspender o acordo, a ministra do STF Diva Malerbi ressaltou que falta indicativo de participação dos municípios atingidos e do Ministério Público.

Acordo com Samarco No dia 1, o Superior Tribunal de Justiça publicou a suspensão, em caráter provisório, do acordo assinado entre representantes dos poderes públicos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo com a mineradora. “As principais vítimas da tragédia foram totalmente excluídas desse acordo e não teriam oportunidade de opinar sobre a reconstrução de suas próprias vidas”, critica Mateus Vaz, do MAB.

ONU elogia Em nota, a Organização das Nações Unidas elogiou a decisão do STJ: “O acordo ignorava os direitos das vítimas, e sua suspensão eé uma oportunidade perfeita para realizar uma completa revisão baseada em direitos humanos das devidas reparações e compensações para as vítimas, com transparência e participação pública”. Uma das propostas da Comissão das Barragens é criação de uma Política Estadual para os atingidos

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MINAS

Belo Horizonte, 08 11 a 14 17 de julho marçode de2016 2016

Opinião

Em favor do conflito João Paulo Cunha

e uns tempos para cá, virou quase um D mantra compassivo lamentar a divisão da sociedade, o conflito entre amigos e familiares,

o divórcio de visões de mundo, as separações. Curiosamente, o mesmo ambiente moral que se incomoda tanto com o conflito oferece como solução a ausência de política, o esvaziamento do debate, o silêncio sobre a luta de classes. Se há algo de bom no atual momento político se deve exatamente à exacerbação do conflito. Sem ele não há democracia, e sim, falso consenso assentado em bases de violência simbólica, domínio dos meios de comunicação e políticas que expulsam a participação popular do horizonte. O momento atual, de golpe de Estado em andamento, não é de conciliação, mas de aspereza. Não é um acaso que todas as propostas do governo usurpador se encaminhem para negação da política e para o esvaziamento da dimensão pública das políticas sociais. E isso se observa até mesmo nos setores mais carnalmente marcados pela presença da dimensão universal, como a saúde e a educação.

Na área da saúde, questiona-se o SUS e entra em discussão um projeto de planos de saúde para pobre, entre outras estratégias de desmonte. O que há por trás disso é claro. Um projeto regressivo de retirada da garantia de acesso universal, das diretrizes coletivas de interesse público das práticas

Governo golpista tenta despolitizar a política e privatizar o público do setor e de seu poder regulador – saúde como um direito –, para a entronização da saúde como mercadoria. Sai a saúde pública, entra o negócio. É preciso saúde para brigar. Saúde política, coletiva e fundamentada no melhor conhecimento e práticas sociais. O contrário disso é esmorecimento, entrega, lassidão. O golpe, em todos os aspectos, é uma doença no corpo e na alma de um país democrático. Na área da educação, entre descaminhos que beiram o nojo, como a recepção cordial a um ator pornográfico e de

um revoltado on-line nos primeiros dias (antes de qualquer professor ou aluno), os usurpadores já apontaram sua mira destrutiva. Questionaram o mandato legítimo dos integrantes do Conselho Federal de Educação, desprestigiaram o Fies e agora apontam com a inacreditável bandeira da escola sem partido. Além de retirar a democracia e a expansão de oportunidades, atacam agora o coração do processo educacional: a dimensão crítica. A proposta não é nova, mas volta agora pela porta da frente, amparada por projeto que elide não apenas o saudável debate político, mas extirpa informações sobre direitos humanos, gênero, violência contra minorias, entre outros temas. O aluno é considerado incapaz e o professor é colocado sob suspeita. Um caldo de cultura tipicamente fascista. Em vez da palavra, o silêncio; no lugar do respeito, a ameaça. É preciso educação para disputar. A educação pública, que tem como princípio gerador a expansão da consciência, não pode deixar de fazer a lição de casa e ampliar seu poder de transformação pessoal e coletivo. O golpe, além de ilegítimo, é uma burrice que ameaça o futuro. Saúde para todos. Educação como prática de liberdade. Para começar, fora Temer.

200 toneladas de produtos da reforma agrária serão vendidos em BH FESTIVAL Praça da Estação e Serraria Souza Pinto recebem atividades culturais e feira Entre os dias 20 e 24 de julho, Belo Horizonte recebe iguarias de todos os cantos do país. Caminhões carregados com a cozinha e produtos da reforma agrária, vindos de diversos assentamentos, trarão a produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) . A feira, que acontece na Serraria Souza Pinto, é parte da programação do Festival da Reforma Agrária e trará mais de 200 toneladas de alimentos para comercialização, dentre eles, produtos agroecológicos, orgânicos, artesanatos e in natura.

Midia NINJA

Produtos especiais Produtores de 25 estados, distribuídos em mais de 100 cooperativas, 96 agroindústrias e 2 mil associações, trarão pratos típicos de cinco regiões do país para a Feira Gastronômica do MST. Quem passar pelo local poderá provar Pato no Tucupi, Churrasco de Bode, Tapioca, Frango com Pequi, Acarajé, Arroz Carreteiro, o famoso tropeiro mineiro e outras iguarias dos assentamentos. O Festival conta ainda com extensa programação cultural, que pode ser acessada no site: www.mst.org.br

Entidades pedem afastamento de Lacerda Diversas entidades de trabalhadores públicos de Belo Horizonte entregaram denúncia ao Ministério Público. Elas acusam o prefeito de crime de responsabilidade, infração político-administrativa e responsabilidade fiscal. Se aceita a denúncia, Lacerda pode ser afastado do cargo. Segundo os sindicatos, Lacerda atrasou pagamentos, além de não ter pagado o piso salarial de agentes de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate a endemias, entre outras ilegalidades.

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Acompanhando Na edição 131...

Foto da semana

OPINIÃO

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Lula Marques

Trabalhadores da Cemig cobram fim da terceirização e conquistas ...E agora Cemig demite porteiros e deixa funcionários em risco A empresa de conservação e limpeza Equipe, que atua no Centro Integrado da Cemig em Sete Lagoas, demitiu dois porteiros na última semana e anunciou a demissão dos outros dois. Segundo o Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro/MG), a medida deixa desprotegidos os 70 funcionários que trabalham no local, que possui alto índice de violência.

Na edição 141... Reforma administrativa deve extinguir três secretarias ...E agora Aprovada, reforma acaba com 18 mil cargos Deputados estaduais de Minas aprovaram em turno único o Projeto de Lei 3.503/16, a chamada Reforma Administrativa proposta pelo governador Fernando Pimentel (PT). A medida dispõe sobre a estrutura da administração pública, com vistas à sua otimização, segundo o governo. Dentre as mudanças, estão a extinção de 18 mil cargos públicos, a perda da autonomia da sociedade civil perante a escolha dos Ouvidores do estado e reorganização de funções de seis secretarias. Prevê também novos mecanismos de relação entre população e governo, como fóruns, mesas de diálogo, conselhos e consulta pública.

POVOS DA FLORESTA Indígenas protestam em Brasília contra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e do Incra. Segundo os manifestantes, a investigação coloca em risco as poucas demarcações de terras ocorridas nos últimos anos. No mesmo dia (6), indígenas protestaram tambén no Acre contra a nomeação de Roberto Peternelli para a presidência do Incra e, no Mato Grosso do Sul, famílias Guarani Kaiowá foram despejadas sem ordem judicial.

Aline Ruas

Fernanda Vieira

Descaso com os Atingidos pela UHE Itapebi

Ilegalidades consentidas pelo Judiciário mineiro

Há quase 20 anos a Neoenergia começou a operar na região de Salto da Divisa, no Vale do Mucuri. Desde o início das obras, em 1999, a empresa vem violando sistematicamente os direitos dos atingidos. Os pescadores, lavadeiras, pedreiros, garimpeiros, extratores de pedras e areias, além de representantes da luta por moradia têm feito mobilizações constantes para garantir seus direitos. No dia 28 de junho, a mesa de mediação de conflitos do Governo de MG esteve em reunião na Câmara de Vereadores em Salto da Divisa. Participaram mais de 100 atingidos, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, o prefeito e Ibama. A Neoenergia não enviou nenhum representante, comprovando seu descaso. Foram denunciadas inúmeras violações, como falta Todo o município de de informação e participaSalto da Divisa é atingido ção, perda de trabalho, propela barragem blemas com esgoto, rachaduras nas casas próximas e mais distantes do barramento construído em Salto da Divisa. A empresa não propôs até hoje, um plano sério de reassentamento das famílias. Hoje, todo município de Salto da Divisa é atingido pela UHE Itapebi. No dia 29 de junho, o Ibama fez vistorias em algumas casas e no esgoto, em conjunto com os atingidos, que têm a esperança de abertura no diálogo. Foi agendada uma reunião do órgão federal em Brasília, para o dia 13 de julho. É urgente a aprovação da Política Estadual de Direito dos Atingidos por Barragens, para evitar violação e desrespeito aos atingidos. É preciso ainda que se construa o Plano de Desenvolvimento Regional junto com o povo atingido. Aline Ruas é da Coordenação Regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

No dia 5 de abril, um detento de 30 anos, que estava no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora, morreu, vítima de agressão sexual. Na cela, destinada a seis presos, estavam 21. Ainda em 2014 diversas organizações denunciavam que o Ceresp possuía 287% presos além do permitido. O Ceresp é uma unidade de presos provisórios, muitos ali nem precisariam responder ao processo presos. Apesar da lei, a magistratura criminal de Minas Gerais parece não ter compreendido que a superlotação é um problema de justiça e de graves contornos sociais. De forma irresponsá- Marcelo está preso vel, são mantidos presos detentos que cometem crimes pelo furto de R$ 211 pequenos. Este é o caso de Marcelo Borges, que, aos 20 anos, cometeu seu único delito: o furto de R$ 211. Já se passaram 11 anos e Marcelo encontrou na luta pela terra seu destino. Ele vinha de uma família de lavradores e se reconheceu no Movimento Sem Terra. Desde então, tem uma atuação reconhecida por diversas famílias que o veem como uma pessoa solícita, um vizinho sempre pronto a ajudar. Nesses 11 anos, Marcelo se integrou à sociedade, mas em 2014 o juiz de Itambacuri determinou a expedição do mandado de prisão preventiva contra ele, que se cumpriu agora, em junho de 2016. O pedido de liberdade provisória foi negado e Marcelo permanece numa unidade prisional superlotada, tendo negado seu direito constitucional à dignidade e à liberdade porque em sua juventude furtou R$ 211, crime que pelo tempo e por ser réu primário não levaria à pena de prisão. Se há um responsável pelos massacres nas unidades prisionais é o Poder Judiciário, que acaba sedimentando as ilegalidades dentro dessas unidades: vergonha! Fernanda Vieira é professora da Faculdade de Direito da UFJF

BRASIL

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Cunha renuncia à presidência da Câmara MANOBRA Peemedebista justificou sua posição afirmando que trabalhos legislativos estavam prejudicados Marcelo Camargo / ABr

Da redação

marco da minha gestão e que jamais será esquecido”.

deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, renunciou ao cargo na tarde de quinta (7). O parlamentar afirmou que tomou a decisão para não prejudicar os trabalhos legislativos. No meio político, entretanto, a saída é avaliada como uma maneira de salvar seu mandato. Em sua declaração, Cunha lembrou algumas das votações ocorridas durante sua gestão, como maioridade penal e terceirização. Ele caracterizou a situação política que enfrenta como perseguição por conta da “autorização da abertura do processo de impeachment,

Caso Cunha é alvo de inquéritos e denúncias no Supremo Tribunal Federal por envolvimentos em escândalos de corrupção ligados a desvios de recurso da Petrobras, tendo sido afastado judicialmente do cargo. A Corte considerou que o parlamentar se utilizava de sua posição para interferir nos processos de investigação. Além disso, Cunha é acusado de ter mentido durante uma sessão da CPI da Petrobras, quando afirmou não ter contas bancárias no exterior. O Ministério Público da Suíça encontrou contas em seu nome.

Cunha é alvo de inquéritos e de denúncias no STF por ligação com corrupção

sável é Michel Temer”. “A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe”, afir-

ma Lindbergh. Novo presidente A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados será realizada na próxima quinta-feira (14), às 16 horas.

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NOVOS ENCONTROS O GOVERNO DE MINAS GERAIS ABRE CAMINHOS PARA LEVAR A CIDADANIA PARA O CAMPO. O Governo de Minas Gerais está plantando sementes para promover a cidadania, a participação social e o desenvolvimento territorial sustentável em regiões do campo que se encontram em situação de alta vulnerabilidade social. É o Novos Encontros. Um conjunto articulado de programas, ações e projetos voltados para valorizar a diversidade do campo, ampliar e qualiﬁcar o acesso aos serviços públicos, gerar renda e melhorar a infraestrutura rural com foco na elevação das condições de vida e de produção. Novos Encontros. Um importante passo do Governo de Minas Gerais para promover a inclusão social e produtiva, levando mais oportunidades para milhares de famílias que vivem no campo.

OS AN

� 14 ENTIDADES E ÓRGÃOS PÚBLICOS ENVOLVIDOS

CID

� 797 MUNICÍPIOS BENEFICIADOS

ENCON T OS

S RO

� PREVISÃO DE R$ 1,3 BILHÃO INVESTIDOS ATÉ 2018

NO V

Oposição O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) classificou a decisão como “uma grande vitória para a população brasileira”. De acordo com ele, a renúncia não vai parar o processo de cassação contra Cunha. Outros deputados que têm trabalhado pela cassação do mandato do agora ex-presidente da Câmara avaliam que a renúncia obedeceu a uma estratégia de tentar salvar seu mandato e se relaciona com interesses do presidente interino, Michel Temer. Essa, por exemplo, é a avaliação do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Para ele, “a renúncia de Cunha tem cheiro de pizza e o cozinheiro respon-

IA PA RA

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

BRASIL

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Às multinacionais, com carinho GOVERNO TEMER Congresso avança no projeto que retira participação obrigatória da Petrobras nas maiores reservas de petróleo do país Divulgação

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF) Está prestes a ser aprovado, pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei 4567/16, de autoria do atual ministro interino das Relações Exteriores, José Serra. A medida já passou pelo Senado e, se for confirmada na Câmara, vai eliminar a obrigação da Petrobras de atuar em todos os consórcios do pré-sal com pelo menos 30% de investimento e como operadora única. Na última quinta-feira (7), uma comissão especial de deputados aprovou, por 22 votos a favor e 5 contra, a continuidade do projeto, que agora depende de aprovação por maioria simples do plenário.

Será que a petroleira Chevron é que vai arcar com os recursos da educação do Brasil?” “Se nós aprovarmos esse projeto, vamos abrir mão desse recurso [petróleo] e

deixar que as empresas multinacionais levem esse recurso para fora do país”, argumentou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Estima-se que, na camada do pré-sal, existam entre 200 e 300 bilhões de barris de petróleo, uma das maiores reservas do planeta, com altíssima lucratividade, pois já há tecnologia de extração desenvolvida pela Petrobras. Pela legislação atual, aprovada em 2010, durante o governo Lula, as áreas do présal seguiriam o chamado modelo de partilha, em que

Fatos em foco Temer autoriza lançar veneno na cidade O interino Michel Temer sancionou uma lei que autoriza a pulverização aérea de agrotóxicos em regiões urbanas. O objetivo seria combater o mosquito Aedes aegypti. Mas agências de saúde têm mostrado que o procedimento é prejudicial à saúde humana. Até o Ministério da Saúde de Temer é contra a medida.

a Petrobras seria operadora única dos consórcios montados para exploração, além da constituição de um Fundo Social com os recursos obtidos para serem destinados às futuras gerações. Essa medida tem como objetivo controlar o ritmo da exploração de acordo com os interesses nacionais de longo prazo e garantir a contratação de serviços no país, como a construção de plataformas e compra de equipamentos. Interesses do país Para o deputado Henrique

Fontana (PT-RS), o problema não é a participação das empresas multinacionais, desde que os interesses do país sejam preservados. “O capital internacional pode vir fazer investimento no Brasil, mas tem que vir pra gerar emprego aqui, para construir a plataforma aqui. Com a retirada da Petrobras como operadora, as petroleiras vão contratar as plataformas e os funcionários nos seus países e não no Brasil”, projetou. Paulo Metri, que é conselheiro do Clube de Engenharia e um dos maiores es-

pecialistas no setor, lembra que, desde que foi quebrado o monopólio do petróleo pela Petrobras, em 1997, nenhuma empresa estrangeira comprou uma plataforma no país, que é o item mais caro do investimento. “A verdade é que quem compra no país é a Petrobras”, garante. Menos recursos para a educação Durante um dos debates na Câmara, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) salientou que o Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que sejam aplicados 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para educação e que parte desses recursos viriam dos royalties do petróleo, agora sob ameaça com a provável retirada da Petrobras dos consórcios. “Será que a petroleira Chevron é que vai arcar com os recursos da educação do Brasil?”, ironizou Braga. Segundo Paulo Metri, se as multinacionais estrangeiras forem operadoras das reservas de pré-sal, será muito difícil calcular o custo de produção, o que pode representar perda considerável na arrecadação dos royalties para o Estado e para o Fundo Social.

General não vai mais comandar Funai O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quarta-feira (6) que o general Roberto Sebastião Peternelli não irá mais assumir a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai). O militar, que foi indicado pelo Partido Social Cristão (PSC), teve o nome rejeitado por lideranças indígenas e movimentos sociais. Peternelli apoiou o golpe de 64 e não possuía envolvimento prévio com a causa indígena.

MUNDO

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Macri já levou mais de 4 milhões de argentinos à pobreza AMÉRICA LATINA Transporte, gás, água e combustíveis tiveram aumento de preço Da redação

e acordo com pesquisas divulgadas por agências de estatística da Argentina na última semana, desde dezembro de 2015, quando Mauricio Macri assumiu a presidência, o país registrou mais de 4 milhões de novos pobres. Também durante esse período foi observado um aumento da indigência, que na maioria dos estudos, como no realizado pelo Centro de

Economia Política Argentina (CEPA) junto com o Instituto de Economia Popular (INDEP), subiu de 5 para 7%, segundo relata a TeleSur. O relatório do CEPA e do INDEP destaca que a pobreza na cidade de Buenos Aires, desde o final do ano passado, subiu de 24,4 para 31,42% em março e, em seguida, para 33,25%. Isso, segundo os pesquisadores, significa um aumento de 1,7 milhão de pessoas em situação de pobreza na capital argentina.

Medidas capitalistas Desde que assumiu o governo, em dezembro do ano passado, o presidente da Argentina dobrou o valor do transporte público. Além disso, os serviços de gás e de água aumentaram mais de 500%. Já o preço dos combustíveis subiu quatro vezes este ano. A última delas foi no Dia do Trabalhador, em 1º de maio, com alta acumulada de mais de 28% no ano.

Turquia aceita colaborar com a Rússia contra Estado Islâmico

CONFLITOS Criticada por EUA e aliados, Rússia combatia grupos terroristas desde o ano passado Do OperaMundi

SPUTINIK

lvo de ataques terroristas no final de junho, a Turquia decidiu colaborar com as operações russas contra o Estado Islâmico em território sírio e na fronteira com a Turquia. A Rússia foi fortemente criticada pelos Estados Unidos e seus aliados, quando, no ano passado, decidiu combater os grupos terro-

PROTESTOS NA FRANÇA

Sindicatos realizaram novas manifestações na terça (5), em Paris e cidades do interior. Eles protestam contra uma reforma dos direitos trabalhistas, que retira benefícios. Uma das medidas é a facilitação das demissões, que passariam a ocorrer sem que a empresa pague indenizações.

Rússia atua com aviões caças na Síria no combate ao Estado Islâmico

Reprodução

Aumento da pobreza é visível nas ruas da capital Buenos Aires

ristas que atuam na Síria. Os EUA, assim como seu aliado, a Turquia, apoiaram grupos terroristas islâmicos que fazem oposição ao governo sírio de Bashar al Assad. “Dissemos que poderemos realizar uma colaboração com a Rússia na luta contra o Estado Islâmico”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu. As declarações do ministro sobre a colaboração com Moscou ocorreram após uma reunião com seu colega russo, Sergei Lavrov, no marco de uma sessão do Conselho de Cooperação Econômica do Mar Negro (CEMN). Blanc Force / Ouvrière

Almodóvar critica avanço da direita Divulgação

O famoso diretor de cinema Pedro Almodóvar, na semana passada, comentou a situação política brasileira. “Sou solidário com o que acontece no Brasil por estarmos enfrentando uma fase difícil parecida, de incertezas”, disse o cineasta de 66 anos. Em entrevista a uma revista brasileira de grande circulação, o famoso diretor falou de sua “decepção com o sistema democrático” e disse estar aterrorizado com o avanço da direita no mundo. “Não tenho filhos, mas, se tivesse, ficaria preocupado com o destino deles, por temer um futuro cruel para o mundo”, disse Almodóvar.

Belo Horizonte, 19 a 25 08 de afevereiro de 2016 Belo Horizonte, 14 de julho de 2016

ENTREVISTA

“A Samarco pode tentar comprar a gente, mas eu quero os assassinos atrás das grades” DIREITO Mulher de Bento Rodrigues atingida pela Samarco (Vale e BHP Billiton) ainda não tem uma casa para morar Arquivo pessoal

Wallace Oliveira

inco de novembro devia ser apenas o dia do aniversário de Priscila Monteiro Izabel, moradora de Bento Rodrigues. A data, porém, ficará marcada para sempre pelo rompimento da barragem de Fundão. Fruto da busca capitalista pelo lucro a qualquer custo, o maior crime ambiental da história do Brasil matou dezenas de seres humanos, uma enorme bacia hidrográfica e inúmeros projetos de vida. No meio da lama criminosa da Samarco (Vale e BHP Billiton), arrastada por quilômetros até ser salva pela solidariedade dos vizinhos,

Nós fomos arrastados por 4 km. Meu irmão perdeu a filha e ainda ficou muito machucado Priscila perdeu a sobrinha e sofreu um aborto. Perdeu também a casa, que até hoje não foi restituída pelos responsáveis pela tragédia. Na semana em que o desastre completa oito meses, ela conversou com o Brasil de Fato MG. Para Priscila, a Justiça brasileira ainda não cumpriu seu papel na reparação do crime. Desastre e perda do filho Eu estava grávida de três para quatro meses. No dia 5 de novembro, quando tudo aconteceu, era o meu aniversário. Eu tinha ido ao médico e ele disse que, de

Priscila Monteiro e seu filho foram arrastados pela lama da Samarco. Ela reclama de desrespeito e descaso da Samarco

presente, eu ia fazer o ultrassom na sexta-feira, dia 6, porque eu estava ansiosa para ver o meu bebê. Na quinta, a barragem estourou. Ninguém lá em Bento sabia de nada. A lama veio e pegou a gente. Eu estava com meu filho de dois anos, meu irmão, dois sobrinhos e a minha sobrinha pequena, que morreu na lama. Nós fomos arrastados por 4 km. Meu irmão perdeu a filha e ainda ficou muito machucado, com uma sequela na perna até hoje, tendo que usar uma chapa de ferro. O meu filho pequeno foi jogado longe, mas os moradores de Bento o salvaram. Com a força da lama, eu senti meu filho saindo da

Eu reclamo, mas eles não querem trocar, dizem que não tem casa padrão pra mim

minha barriga e sofri um aborto. Essa foi a única dor que eu senti, o meu filho saindo de mim. Nem pensei que estivesse machucada no meu corpo todo, mas a perda do meu bebê doeu naquela hora e dói até hoje. Gravidez e postura da Samarco Meu filho não era apenas um feto, era uma criança. Mas, quando a Samarco veio falar sobre indenização, disse que eu não tinha direito pelo meu filho, porque ele não era ‘nascido vivo’. Vivo ele estava, mas a Samarco o matou. Queriam provas de que eu estava grávida. Eu tinha exame de sangue, mas fui ao meu médico pedir um laudo porque a Samarco estava duvidando. Mas mesmo com o laudo eles disseram que eu não tinha direito. A Samarco desconsiderou a minha gravidez, chegou a dizer que era ‘psicológica’, tratou meu filho como se fosse lixo. Eu disse para eles:

‘Tenho dó da mãe de vocês, porque vocês só amam o dinheiro’. Se eles tivessem um pouco de amor ao ser humano, talvez eu tivesse meu filho nos braços. Um lar para viver com liberdade Na minha casa, em Bento, tinha terreiro, que era espaçoso, onde meu filho gostava de ficar. Ele brincava na rua, que era tranquila. Na casa que a Samarco alugou, em Mariana, não tem espaço e a gente não tem liberdade para nada. Meus parentes não podem ir lá, porque reclamam quando conversamos. Meu filho fica dentro de casa o tempo todo, não tem lugar para brincar. Antes, a gente foi para uma casa que tinha problemas com tráfico de drogas no local. Nós reclamamos e eles nos passaram para a casa onde estou morando. Quando trouxeram a gente para olhar, a casa tinha sido pintada e não dava pra ver as marcas de mofo. Agora, a casa é úmida e fria, está mofando e o mofo fede. Meu filho e eu temos rinite alérgica. À noite, é difícil até respirar. Eu reclamo, mas eles não querem trocar, dizem que não tem casa padrão pra mim e que vamos ficar em casa alugada até construir o novo Bento. Parece que o prazo é de três anos, mas já faz quase um ano e, até agora, não tem nada. Eu quero muito uma casa onde a gente tenha liberdade, com terreiro para o meu filho brincar. Não esquecer nunca, lutar por justiça Depois do desastre, fiquei uma semana no Hos-

pital João XXIII, em BH, e uma semana em Mariana. Nesse tempo, minha sogra levou meu filho pequeno à psicóloga, que atendia pela Samarco. A psicóloga falou que não tinha jeito de tratar o meu filho e que, com o tempo, ele ia esquecer o que aconteceu. Como assim esquecer? Eu não vou deixar meu filho esquecer isso nunca. Quando a lama o jogou longe, o pessoal do resgate ia deixá -lo morrer porque ‘não tinha jeito’. Foram os moradores de Bento que se arriscaram, fizeram uma corrente humana e o salvaram da lama. Isso não pode ser esquecido. E o meu filho que morreu não pode ser esquecido na história, não deixem ele ser esquecido! A Samarco pode

Eu sei que o dinheiro não vai trazer meu filho de volta, mas a Samarco vai ter que arcar com as consequências desse crime tentar comprar a gente, mas eu quero os assassinos atrás das grades. A obrigação da Justiça brasileira era já ter feito isso, desde quando aconteceu a tragédia. Eu sei que o dinheiro não vai trazer meu filho de volta, mas a Samarco vai ter que arcar com as consequências desse crime. E, se eu puder ajudar a fazer justiça com as minhas palavras, ficarei feliz em ver um por um dos responsáveis na cadeia.

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Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Meu voto seria do Bento!

Novela Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br Divulgação

Foi emocionante e carregada de conteúdo político a cena da sessão de votação do Plano Municipal de Saneamento Básico na Câmara de Vereadores de Grotas de São Francisco, na novela “Velho Chico”. Na vida real, os planos são obrigatórios e devem propor políticas públicas relacionadas aos quatro eixos do saneamento básico: abastecimento; esgotamento sanitário; manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais. Na novela, o vereador Bento (Irandhir Santos) joga na cara dos seus colegas parlamentares os reais motivos que adiam há anos a decisão de aprovar e implantar as ações planejadas: elas passam pelas terras da fazenda do Coronel Afrânio (Antônio Fagundes). O coronelismo e clientelismo, práticas

próprias de um modelo de Estado patrimonialista, que mistura questões públicas com interesses privados, ainda não foi vencido na cidade fictícia e nem em muitas partes Brasil afora. Mas mesmo assim, o Plano não foi votado. Os parlamentares foram embora e não houve quórum suficiente. Diante do silêncio da Câmara, que deveria representar e legislar pelo interesse dos cidadãos, Bento convoca a população pela rádio para cobrar

O coronelismo e clientelismo ainda circundam Grotas

respostas dos vereadores, mandando mensagens diretas a eles. O povo se sensibiliza e entra na luta com Bento. Em ano de eleições municipais, é fundamental conhecermos as obrigações de prefeitos e vereadores para escolhermos bem nossos candidatos e realizarmos o controle público do que eles vão fazer na cidade nos próximos quatro anos. Não é possível mais admitir que coronéis deixem seus interesses falarem mais alto do que os interesses da população. O Estado serve para atender à coletividade e não os desmandos de alguns. Se Bento fosse candidato nas eleições de minha cidade, meu voto já seria dele. É de representantes assim que nossas instituições políticas andam precisando. Fique de olho para votar consciente. Um abraço!

Amiga da Saúde Amiga da Saúde, ouvi dizer que os materiais que as manicures utilizam podem transmitir muitas doenças. Qual o melhor método de esterilização? Estou muito preocupada, pois frequento periodicamente a manicure.

Alexandra, 36 anos, garçonete. Cara Alexandra, os materiais utilizados pelas manicures podem sim transmitir doenças. As de mais fácil transmissão são as micoses, que se espalham pelo uso comum de alicates, lixas, toalhas, espátulas, bacias, etc. Pelo risco de exposição sanguínea, é possível contrair outras, principalmente hepatite e HIV. Para prevenir esses problemas, as manicures devem lavar os instrumentos

com água e sabão, com o auxílio de uma escova, secar e esterilizar em estufa, à temperatura de 170°C. Os objetos devem permanecer por uma hora sem abertura da estufa. Outra possibilidade é deixá-los por 30 minutos à temperatura de 180°C. Vale a pena ter seu material, de uso individual, para evitar tais doenças. Fique atenta e previna-se.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-Enf.

Nossos Direitos Rescisão indireta: você pode dar justa causa no patrão Assim como o empregador pode demitir o empregado que pratica qualquer falta grave, sem lhe pagar as verbas rescisórias, o trabalhador pode dar uma “justa causa” no patrão caso ele cometa falha grave e receber saldo de salário, férias vencidas acrescidas de 1/3 (se trabalhou mais de 1 ano), férias proporcionais, 13º proporcional, aviso prévio, saque do FGTS e multa de 40% sobre este e seguro desemprego, além de uma indenização específica pelo dano gerado. A CLT enumera algumas faltas do patrão (ou de seus funcionários) que geram a rescisão indireta: 1) exigência de serviços superiores às forças

do empregado, proibidos por lei ou diferentes do que foi previsto no contrato 2) tratamento com rigor excessivo 3) sujeitar o funcionário a mal considerável 4) descumprimento das obrigações do contrato 5) ato lesivo à honra e boa fama do empregado 6) lesões físicas, salvo em legítima defesa e 7) reduzir o trabalho do empregado, afetando ou não seu salário. Outras ocasiões podem também gerar a “justa causa”, como o assédio moral. Caso estas ocasiões ocorram, procure o seu sindicato ou um advogado de confiança! Danilo Uler é advogado e diretor do Sindicato dos Advogados de São Paulo

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www.malvados.com.br

por Alan Tygel

Dicas Mastigadas Feijão Tropeiro Receita enviada por José Carlos Santos e Gabriel, do MST-MG, da série Culinária da Terra. Maria Aparecida

Ingredientes • • • • • • • •

1/2kg de feijão carioca 250g de farinha de mandioca 1 pedaço de toucinho e bacon 1 calabresa 1 cebola 4 ovos cozidos 1 maço de couve 1 maço de cheiro verde

MODO DE PREPARO

Cozinhar o feijão, deixando o grão firme e inteiro. Refogar o bacon e a calabresa, e em seguida jogar o feijão sem água. Adicionar a couve picadinha, cheiro verde, alho, cebola, e sal. Depois de refogado, misturar com a farinha e enfeitar com o ovo em rodelas e o toucinho frito.

Comida das Massas

Durante o período colonial, o transporte de cargas pelo Brasil era feito por tropas de boi. Os guias destes animais eram chamados tropeiros, e durante as paradas, comiam o feijão com carnes salgadas, couve e farinha. Com isso, surgiu a tradição do feijão tropeiro, típico de Minas Gerais. Por seus ingredientes, é uma comida boa para ser feita em grandes quantidades, onde não há geladeira. Assim, o feijão tropeiro é o prato ideal para as manifestações, ocupações e acampamentos quem têm sido feitos pela saída do governo golpista de Michel Temer.

Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.

CULTURA

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

Revirada Cultural promete mais de 13h de programação

História de movimento operário no Brasil em peça Divulgação

MÚSICA Evento foi criado para questionar Virada Cultural que, segundo artistas, não contempla a diversidade cultural da cidade Reprodução

a madrugada de sexta até sábado acontece em BH a 4ª Edição da Revirada Cultural, movimento criado pelos artistas da capital para questionar as nomeações, contratos e regras da Virada Cultural. Treze atrações comandarão a noite, entre grupos de reggae, MC’s, bandas de rock e outros ritmos. O evento acontece na Rua Aarão Reis esquina com Rua Tupinambás, a partir das 18h do dia 9 de julho. Polly Honorato é produtora cultural, MC e atua desde a primeira edição da Revirada, que aconteceu em 2013. Ela conta que o evento se baseava em uma articulação para fazer frente à administração municipal que, segundo a cantora, não contempla os artistas periféricos e independentes da cidade. Hoje, o teor de protesto continua, mas a consolidação levou a Revirada a outros patamares. “O público percebe que somos uma ação de resistên-

cia e apoia. Desde a primeira edição temos essa particularidade, de nos mostrarmos como espaço para debate, e em 2016 são esperadas centenas de pessoas que vão para curtir os nossos shows”, diz. Eles já contam com equipe de produção completa, que trabalha de forma não remunerada. Relação tensa com PBH No entanto, os problemas com a Prefeitura de Belo Horizonte continuam, de acordo com Polly. Segundo ela,

a PBH já chegou a divulgar a Revirada como evento adjacente à Virada Cultural, apesar de serem eventos bem diferentes. “Trazemos equipamentos próprios, não podemos montar palcos porque precisam de alvarás e inclusive corremos risco de ter nossas coisas apreendidas”, critica. A Revirada Cultural de 2016 programa com mais de 13h de eventos e terá entre os intervalos dos shows espaços de debate e interação entre músicos e público.

Neste fim de semana, o grupo paulista Companhia do Latão apresenta seu mais novo espetáculo, “O Pão e a Pedra”, em Belo Horizonte. A temporada acontece até o dia 11 de julho no Centro Cultural Banco do Brasil, de quinta a segunda-feira. A peça retrata a história e as dificuldades enfrentadas pelo movimento operário no Brasil, com ênfase no encontro entre membros da Igreja e metalúrgicos do ABC durante a greve de 1979. Na montagem, o grupo também evidencia a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e denuncia a violência policial. Os ingressos custam RS 20 e R$ 10, meia-entrada. Serviço Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450) Quanto: Inteira R$ 20 e meia R$ 10 Quando: 07 a 11 de julho Censura: 16 anos

Semana da diversidade sexual

Cristino Martins / AG.Pará

Política proibida na Virada “CLÁUSULA OITO” da PBH impede artistas de se expressarem no evento cultural da cidade

Virada Cultural ainda não aconteceu, mas já tem gerado polêmica e revoltado os profissionais da Cultura na cidade. Isso porque uma das premissas do contrato entre artistas e prefeitura para a realização do evento, a chamada “cláusula oito”, proíbe “terminantemente” que os músicos se manifestem politicamente seja por meio de faixas, cartazes ou dizeres - durante os shows. Quem desrespeita a regra, segundo o documen-

to, pode ter a apresentação interrompida imediatamente e até mesmo não receber o cachê. Para o músico Artênius Daniel, do bloco “Então, Brilha”, uma das atrações confirmadas para o evento, a medida tem caráter de censura. Já a PBH afirma que a cláusula foi criada somente para não ferir a Lei Eleitoral que, em época de eleições municipais, impede manifestações a favor de candidatos à administração de Be-

lo Horizonte. “Mas o engraçado é que a regra não cita a Lei Eleitoral, pelo contrário, é bem mais ampla. Será medo de posições relacionadas ao mandato de Marcio Lacerda? Ele nem será candidato e criticá-lo não quer dizer que estou apoiando outro político”, questiona. Além disso, de acordo com Artênius, a proibição segue os moldes da Ditadura Militar, que perseguiu massivamente artistas que se posicionavam contra o governo.

ntre os dias 5 e 17 de julho, na Cidade Administrativa, acontece a I Semana da Diversidade Sexual e Cidadania LGBT de Minas Gerais. O evento, coordenado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), tem como objetivo dar visibilidade à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, na luta contra a LGBTfobia. A programação completa pode ser acessada pelo link: migre.me/uiFnq.

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016 Talles Reis

Futebol e política sempre andaram juntos. No Uruguai, por exemplo, grandes manifestações nos estádios ajudaram a derrubar a ditadura militar, nos anos 80. No Brasil, muitos atletas foram consagrados pelo seu talento, mas também pelos posicionamentos políticos corajosos, como no caso do corintiano Sócrates, do cruzeirense Tostão e do atleticano Reinaldo.

Você tem críticas, sugestões, perguntas a fazer?

Curto e Grosso

Hipocrisia e censura Wallace Oliveira Há dias, torcedores de todo o Brasil têm ido aos jogos do Brasileirão com faixas de protesto contra a Globo e o desgoverno de Michel Temer. Em BH, atleticanos, americanos e cruzeirenses também aderiram aos protestos no Mineirão e no Independência. Algumas pessoas relatam que, recentemente, as empresas que administram os estádios tentam impedi-las de entrarem com suas faixas. O objetivo seria inibir manifestações de cunho político nos estádios. Parte dos torcedores apoiou a restrição, alegando que não se deve misturar futebol com política. Ora, por trás dessa

Reprodução: Facebook

O que se busca com a restrição é atacar o direito de livre expressão

desculpa esfarrapada, o que se busca é atacar o direito de livre expressão das pessoas. Afinal, quando foi que o futebol andou separado da política neste país? Por outro lado, ninguém explicou por que não se reclama de rosto de político em bandeira de torcida organizada, de torcida controlada

por políticos mineiros ou de dirigentes que usam a imagem dos clubes para promover candidatos. Quem se esqueceu do jogo entre Cruzeiro e Grêmio, em 2013, ou da campanha para o governo do estado, em 2010? Hipocrisia e censura: a gente vê por aqui.

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SINDIBEL

na geral

Mundial de tiro esportivo

Graziella Batista/CPB/MPIX

A seleção brasileira de tiro esportivo concluiu a participação no Mundial de Fort Benning (EUA) com dois ouros, uma prata e três bronzes. Quem subiu ao ponto mais alto do pódio foi Débora Campos, competindo na classe P2 (Pistola de ar 10m-Feminino-SH1). Aos 12 anos, Débora teve a perna amputada, após um atropelamento. Hoje, é esperança brasileira nos Jogos Paralímpicos. (Com informações do CPB)

Jogos dos Povos Indígenas Gil Leonardi/Imprensa MG

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Servidor público municipal de Belo Horizonte, fortaleça o seu sindicato! Conheça os canais de comunicação do Sindibel:

Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte

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Campo Dr. Sócrates em campanha A Escola Nacional Florestan Fernandes resolveu homenagear o jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Sua área esportiva agora se chama Campo Dr. Sócrates. O equipamento está sendo construído com base em projeto do Laboratório de Habitação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e, além do campo de futebol, contará com uma quadra de vôlei e uma pista de corrida. Toda a obra é financiada com doações voluntárias, por meio da plataforma Catarse. Para saber mais, acesse o link: migre.me/uiGds.

VocêSabia?

ESPORTES

www.sindibel.com.br facebook.com/sindibel (31) 3272-9865

Terminou, no domingo (3), a quarta edição dos Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais, realizada na reserva Maxacali Aldeia Verde, em Ladainha. O evento contou com a participação de 600 atletas de 11 etnias. Destaque para os Xacriabá, que garantiram o primeiro lugar em cinco modalidades. (Com informações do Observatório do Esporte MG)

Belo Horizonte, 08 a 14 de julho de 2016

França despacha Alemanha na Eurocopa

ESPORTES

DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução

Reprodução de vídeo

O futebol brasileiro não parou no tempo, mas descansou sobre suas glórias, seus títulos. Se continuam achando que o treinador é o problema do Brasil, melhor para nós, que temos mais chances. Diego Lugano, jogador uruguaio que atua no São Paulo, em entrevista ao portal Lance!

a véspera do aniN versário dos 7 a 1, na quinta (7), a Alema-

nha encontrou uma parada torta na Eurocopa. A França, com dois gols de Griezmann, mandou para casa a atual campeã do mundo. Com a vitória,

os franceses quebraram domingo (10), às 16h (houm enorme tabu: desde rário de Brasília). a Copa 1958 não venciam a Alemanha em grandes Até o fechamento desta competições. O time de edição, ainda não havia Pogba, Griezmann e comterminado o jogo entre Fortaleza e América, pepanhia decidirá o título la Copa do Brasil. contra Portugal, de Cristiano Ronaldo. O jogo é

Gol de placa Fabiana Murer, do salto com vara, venceu o Troféu Brasil de Atletismo no último domingo (3), ao saltar a barra a 4,87m e estabelecer novo recorde sul -americano. Esse foi o melhor salto da carreira da atleta, a menos de um mês para as Olimpíadas. Decola, Murer!

Gol contra Roberto Capobianco, executivo do consórcio Minas Arena, que administra o Mineirão, foi preso pela Operação Lava-Jato. A gestora do estádio é acusada de alterar o balanço contábil para diminuir o repasse de verbas ao governo do estado, previsto no contrato de parceria público-privada.

Decacampeão Bráulio Siffert De derrota em derrota, a situação do América na primeira divisão fica cada vez mais delicada, mas ainda é possível escapar do rebaixamento. Seria necessário, por exemplo, vencer metade dos jogos que faltam, o que é plenamente possível diante do baixo nível de grande parte dos adversários, mas seria preciso superar as limitações técni-

É Galo doido! Rogério Hilário

cas com muita garra, paciência e capricho. Os erros de passe, de posicionamento na defesa e de finalização têm que ser minimizados urgentemente e as apostas e mudanças precisam ser feitas priorizando os garotos da base, como Roger, Messias, Makton, Mateuzinho e Xavier e não com os contratados no desespero, como Borges e Alan Mineiro.

Comentaristas de toda estirpe se referem ao Galo como favorito ao título brasileiro, seja pela qualidade do elenco mantido, seja pelos reforços contratados. Falta convencer os jogadores. Embora bem ensaiados no discurso, eles ainda compõem um grupo instável. Isso ficou evidente no empate com o Figueirense, após quatro vitórias seguidas. Ocor-

La Bestia Negra Leo Calixto

re, com frequência, um apagão, com ou sem Cazares, eleito fiel da balança. Para sair da fila, é preciso determinação e maior sintonia entre os setores. Robinho vive de lampejos e o meio-campo segue dependente do suor de Leandro Donizete, um cão de guarda incansável. É possível acreditar, mas é preciso regularidade e eficiência.

Foi com uma excelente vitória, sobre o Vitória, que o Cruzeiro confirmou sua fase de oscilação. Depois de uma atuação muito abaixo da média em casa, pelo Brasileirão, o time celeste se portou muito bem diante da equipe baiana, desta vez pela Copa do Brasil. Apesar das oscilações, é visível o crescimento da equipe sob o comando de Pau-

lo Bento. A chegada de Sóbis, Ábila, Rafinha (ex-Coritiba) e Edimar permitem mais variações táticas dentro das estratégias montadas por Paulo Bento. Feita a análise, dedico um tempo para tecer merecidos elogios a De Arrascaeta. Lucidez, força e precisão nos passes e finalizações são características presentes nesta nova fase do uruguaio.