Edição 127 do Brasil de Fato Minas Gerais

ESPECIAL 5 MINAS

Reprodução

Minas Gerais

Reprodução

Artistas contra o golpe

Adoção é saída

“Queremos o combate da corrupção, mas com democracia”, diz a cartunista Laerte Coutinho.

Ela participou de vídeo com personalidades da cultura que convoca para ato dia 18

Defensores dos animais revelam como comércio prejudica a saúde dos bichos e favorecem o abandono.

Adoção seria melhor forma de conseguir um novo amigo

18 a 24 de março de 2016 • edição 127 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

Com democracia em risco, população reage

Lidyane Ponciano

ESPECIAL Nesta sexta-feira (18), movimentos saem às ruas para protestar contra golpe. Durante a semana, fascistas atacaram sedes de sindicatos, partidos e da União Nacional dos Estudantes. Você não está entendendo a guerra política que paralisou o país? Em edição especial, Brasil de Fato explica os interesses que estão por trás da disputa.

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Programa feminista na Rede Minas

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Lula assume Casa Civil

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Aécio é citado na Lava Jato pela 5ª vez

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Editorial | Brasil

Direita não é capaz de oferecer alternativa ao povo

ESPAÇO dos Leitores “Vai se tornar prática comum enterrar principalmente os que não são ricos como indigentes. Estão tirando mesmo o trem dos trilhos, para não dizer: o trem tá feio!”

Adenildes Souza comentando a matéria “Cemitérios podem cair nas mãos dos empresários”

“É inacreditável! É preciso realizar uma investigação urgente para saber quem autorizou essa atividade criminosa!”

O leitor Jorge Dergam fala sobre a matéria “Caravana tóxica” com destino a Sarzedo

“Concordo. O agronegócio não produz alimentos e ainda enche a água, o ar e a terra de veneno.”

Escreve a leitora Zelina Silvano sobre a entrevista com Bela Gil, “Reforma Agrária é caminho para a alimentação saudável”

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

Vimos pela TV no dia 13 de março mais uma grande manifestação organizada por setores da direita brasileira. Divulgada insistentemente pelos grandes meios de comunicação, vimos claramente o perfil de quem estava participando desse “protesto”: pessoas brancas, de classe média alta, bem de vida.

Mas o que essas pessoas estavam propondo para mudar de fato o Brasil? Prisão para políticos do PT e a saída da presidenta, para a entrada de políticos da direita que, sabemos, não têm nada de novo para oferecer ao Brasil.

guntar: e o povo? O que nós queremos que mude hoje no Brasil?

E o que podemos fazer? Como lidar com contexto de crise e aproveitar para fazer mudanças e diminuir as injustiças? Um ótimo caminho seria distribuir melhor a riqueza: quem é mais rico, paga mais imposto. Taxar as grandes fortunas. Impedir remessas bilionárias de lucros para fora e por aí vai.

Outro bom caminho é construir pontes entre quem está descontente. Há uma bela iniciativa sendo construída em todo o país desde o ano passado: a Frente Brasil Popular, espaço coletivo que une muitas organizações Crise econômica sociais e está disposta a construir Sabemos bem que a situação uma saída que resolva os probledo nosso país não anda lá essas mas do povo brasileiro. coisas. ViveA Frente mos uma critem a noção se econômi- “Vamos voltar a ocupar as ruas de que o goca que afe- para fazer um país melhor pra verno que teta principalmos foi eleinós, o povo” mente a nós, to pelo vopovo trabato da maioria. lhador.

AuTentar tirá-lo mento do desemprego, perda de agora seria dar um golpe na nosdireitos, corte de investimentos sa democracia. Também tem a em educação, saúde, programas coragem de se posicionar contra sociais, etc. E uma crise política, a atual política econômica, exicom muitas denúncias de cor- gindo mudanças que favoreçam rupção, um governo paralisado, o povo, além de levar pra rua um entregando tudo que pode à opo- programa que proponha melhosição pra não perder seu posto. E rias que tornem nosso país mais um sistema político que não re- democrático, que permita ao popresenta de fato as necessidades vo participar das decisões polítida maioria da população. cas, que priorize os investimenO governo federal do PT pa- tos em saúde e educação públirece que ficou muito paralisa- ca. Que de fato seja um governo do por esse contexto de crise. E, popular. ao invés de se apoiar na base social que o elegeu, preferiu agra- Povo na rua dar a oposição para tentar conseAs ruas sempre foram o nosso guir governar. Mas parece que essa tática não deu muito certo. E lugar, o lugar do povo. Nunca foi o pior é que o cenário anda ruim um espaço frequentado pelos enem outros países do mundo tam- dinheirados de domingo. É nosbém. A tal crise econômica veio sa responsabilidade voltar a ocupá-la, para fazer um país melhor pra ficar.

Nessas horas, precisamos per- pra nós.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Acsa Brena, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, João Paulo, Léo Calixto, Marcos Assis, Olivia Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Coletivo Henfil. Fotografia: Larissa Costa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Diagramação: Bruno Dayrell.

Tiragem: 25 mil exemplares.

GERAL

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Mandou bem Reprodução de vídeo

Frase da Semana

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Divulgação

“Quando comecei, era um trabalho duplo, tinha quase que provar que não era puta, que tinha um trabalho sério. Se uma mulher fosse cantora, talentosa e bonita, era suspeita. Agora mudou. O que pude fazer para que isso mudasse, eu fiz” Marina Lima, sobre o início de sua carreira, nos anos 70 Em seu programa de TV “Tá no Ar”, Marcelo Adnet arrasou e levou recorde de audiência com paródias de Chico Buarque. Interpretado pelo artista, o cantor “Chico Buarque de Orlando” aparece cantando “música popular de direita”, com letras que ironizam a classe alta brasileira e seus “dramas vividos na Flórida”. “Fui protestar na Paulista, alguém interveio e falou para ir em Orlando morar, porque o Brasil acabou” e “montanha russa, roda gigante, tudo com fila até o Rei Leão. A Disney não é a mesma de antes, agora tá muito povão”, dizem trechos das letras.

PERGUNTA DA SEMANA Nos últimos dias, a parcialidade de setores do Poder Judiciário tem ficado evidente em diversas ações de juízes, promotores e procuradores. Embora isto não seja devidamente abordado na maioria dos meios de comunicação, há um sentimento de desconfiança nas instituições jurídicas.

Você confia no Poder Judiciário?

Meio Passe

Inscrição para benefício termina no final deste mês Breno Pataro

Até 31 de março, estudantes do ensino médio e do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Belo Horizonte poderão se inscrever para adquirir o Auxílio Transporte Escolar, ou o meio passe estudantil. Com esse serviço, o valor das tarifas pagas, no percurso de ida e volta entre a residência e a escola, é reduzido pela metade. Para ser beneficiário, os alunos devem estar matriculados, frequentes e morarem a

uma distância igual ou superior a um quilômetro da escola. Para informações sobre docu-

#BombouNaRede

A Justiça do país está corrompida. Ao invés de tratar todo mundo igual, independente da classe social, as leis funcionam para uns, mas outros voltam para casa de cabeça baixa. A gente recorre à Justiça e, às vezes, não vale nada.

Terezinha de Assis Silva, pipoqueira

Eu não confio porque a corrupção e os interesses de classe interferem no Judiciário. O que vemos hoje é o Judiciário com mais poder do que os outros poderes juntos e isso é muito perigoso para a democracia, não inspira confiança.

Andrea Roseno, cantora

mentação e critérios para ordem de preferência, acesse meiopasse.pbh. gov.br.

Reprodução

Nos últimos dias, diversos memes “viralizaram” na internet sobre a citação do senador Aécio Neves (PSDB) na operação Lava Jato. Pela quinta vez e por cinco pessoas diferentes, o senador foi apontado como parte de esquemas de corrupção. Diante do vazamento seletivo de informações e do circo criado pela grande mídia, internautas lembraram, de forma bem-humorada, de outros membros do PSDB, que apesar de terem sido acusados de corrupção, nunca foram investigados até o fim.

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MINAS

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Aécio Neves é acusado de receber propina e pode ser investigado na Lava Jato LISTA DE FURNAS Senador é acusado por Delcídio de ter recebido dinheiro desviado Marcos Oliveira / Agência Senado

Da redação O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou, em delação premiada, que o presidente do PSDB e senador Aécio Neves recebeu propina no esquema de corrupção de Furnas, subsidiária da Eletrobras. Amaral ainda disse que o tucano tentou esconder dados bancários comprometedores na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. A delação foi tornada pública na terça-feira (15), pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Citado por Delcídio, Dimas Toledo é ex-presidente de Furnas, que segundo o delator, “possui Segundo delação, Aécio tem “vínculo muito forte” com Dimas Toledo, exvínculo muito forte” com presidente de Furnas Aécio, que junto ao PP, o indicaram para a presidência sio Andrade, a Assembleia cia foi arquivada para rebada empresa, durante o go- Legislativa de Minas Gerais ter a acusação de que ele recebeu propina de Furnas. verno Fernando Henrique e Marcos Valério.

Ele comenta que Aécio Cardoso (PSDB).

Ainda sobre o tucano, du- também seria beneficiário Outros nomes Em sua delação, o senarante a CPMI dos Correios, de uma fundação em um que investigou o mensalão, paraíso fiscal e que a insti- dor petista colocou na liAécio atrasou o envio de da- tuição estaria no nome da nha de fogo grandes nomes do PMDB, o que ele chama dos do Banco Rural, segun- mãe do senador.

Em nota, Aécio disse ser de “núcleo duro” do partido do cita, para ocultar informações comprometedo- “falsa” e “mentirosa” a de- no Senado, formado por Reras, como dados bancários lação de Delcídio. Ele usa o nan Calheiros (AL), Eunício que envolviam Aécio, Clé- argumento de que a denún- Oliveira (CE), Jader Barba-

lho (PA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Edison Lobão (RO).

De acordo com Delcídio, o núcleo “monopoliza as nomeações do governo federal”, incluindo as empresas estatais, agências reguladoras e ministérios. Ainda sobre o partido, Delcídio citou que Nestor Cerveró foi “apadrinhado” pelo PMDB, uma forma de compensação ao apoio dado na campanha eleitoral de Lula para o segundo mandato, em 2006.

Delcídio também informou que, estando as empreiteiras sendo investigadas pela Lava Jato, os planos de saúde e laboratórios se tornaram os principais alvos de propina para políticos e executivos do governo.

Outro caso envolvendo o PMDB, cita Delcídio, foi a construção da usina de Belo Monte, que gerou R$ 30 milhões em propinas. Segundo ele, o valor foi repartido entre o PT e o “Grupo Sarney”, que inclui os senadores peemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir Raupp e Jader Barbalho.

Fundador do PSDB, Pimenta da Veiga vira réu por lavagem de dinheiro JUSTIÇA FEDERAL Ele teria recebido recursos de origem não comprovada repassados por agências de publicidade do empresário Marcos Valério Agência Brasil A Justiça Federal aceitou denúncia por lavagem de dinheiro contra Pimenta da Veiga, um dos fundadores do PSDB em Minas. Em 2003, quando exercia mandato de deputado federal, ele teria recebido recursos de origem não comprovada repassados por agências de publicidade do empresário Marcos Valério. Se for condenado, a pena pode variar de 3 a 10 anos de prisão.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF). Ela foi

motivada por descobertas feitas durante as investigações que resultaram na Ação Penal 470, processo conhecido como “mensalão” e que foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como Pimenta da Veiga não tem foro privilegiado, o caso tramita agora na Justiça Federal em Minas Gerais.

Segundo o MPF, o então deputado federal recebeu R$ 300 mil das agências de publicidade SMP&B Comunicação Ltda e DNA Propaganda Ltda, das quais eram sócios Marcos Valério, Cris-

tiano Paz e Ramon Hollerbach. A denúncia considera que os recursos eram provenientes de empréstimos fraudulentos tomados junto aos bancos do Brasil, Rural e BMG, além de pagamentos efetuados pelo Banco Rural por serviços supostamente prestados pelas agências.

Advogado Durante depoimento em 2006, Pimenta da Veiga alegou que os recursos eram pagamentos por consultoria empresarial realizada para as empresas de Mar-

cos Valério. À época, ele afirmou não ter cópias dos pareceres escritos porque as consultorias eram verbais. Também não apresentou nenhum contrato formal sobre a prestação dos serviços.

Além de deputado federal, Pimenta da Veiga já foi prefeito de Belo Horizonte e ministro das Comunicações durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nas eleições de 2014, ele se candidatou ao governo de Minas Gerais pelo PSDB, mas acabou derrotado por Fernando Pimentel (PT).

FATOS EM FOCO

Negras continuam ganhando menos

Estudo mostra que mulheres negras são as que possuem menor média salarial dentro da hierarquia profissional.

A informação é do Ministério do Trabalho, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No perído de 2004 a 2014, a renda da mulher negra aumentou 77%, enquanto a renda do brasileiro em geral subiu 50%, mas ainda está longe de ser equilibrada. Em 2014, o homem branco recebeu em média R$ 2.393 por mês, enquanto a mulher negra recebeu R$ 946.

Funcionários da Copasa podem ser demitidos em massa

12.300 trabalhadores da Copasa, 86% do total da empresa, podem ser demitidos devido a ação judicial aceita pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Eles foram contratados por concurso público que, segundo o TJ, não se enquadra nas leis para a contratação em empresas mistas, ou seja, que são propriedade do Estado e de empresas. “Todos os concursos foram legais. Passaram pela seleção dentro do que foi exigido pela Constituição Federal”, garante Renato Rodrigues de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua). A Copasa informou que vai recorrer da decisão.

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

MINAS

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Bicho é para adotar, não comprar RESPONSABILIDADE ONGs e ativistas defendem que comércio transmite ideia de que animais são mercadoria e podem ser abandonados Reprodução

Raíssa Lopes Existem quase 40 mil cães e gatos vivendo nas ruas de Belo Horizonte, segundo dados do ano passado divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. O número é alarmante e, para os defensores dos animais, a grande quantidade de abandonos tem uma causa em particular: o comércio. É o que defende a ativista Mariana Liceia, presidente da ONG Projeto Proteger, organização que promove ações de proteção e direitos dos bichos. Ela explica que a comercialização não é apenas prejudicial por submeter os animais a condições precárias de sobrevivência, mas por reforçar na cabeça das pessoas que eles são objetos.

“Quando alguém que ganhou um cachorro cansar, vai deixá-lo de lado. O animal pode ser um presente no sentido de ser uma dádiva, mas desde que você esteja preparado para receber e consciente de que ele vai mudar a sua vida, vai habitar sua casa por muitos anos e que isso exige planejamen-

tar dos bichos. “No entanto, não há fiscalização, o que favorece que os abusos continuem ocorrendo”, contesta a presidente.

Adoção é saída Fernanda Garcia é professora e vive há seis anos com a Bella, uma vira-lata que vivia na rua. Ela é um dos três cães adotados pela docente e foi encontrada bastante ferida. “Tem que ter paciência. Geralmente, eles chegam traumatizados por serem maltratados pelos exdonos ou por serem largados. Você deve conquistá-lo a cada dia, mas vale a pena.

Na verdade, é o que fazemos to”, argumenta a protetora.

De acordo com Mariana, os maus tratos também são constantes quando o assunto é venda. “Muitos comerciantes desenvolvem um processo desumano, tratam os bichos como máquinas que têm de procriar para sustentá-los”, declara. Ela afirma ainda que é comum que famílias adquiram animais já doentes nesses locais - fato que favoreceria mais ainda o

abandono.

Abusos constantes na capital Em BH, denúncias rondam a Feira Hippie e o Mercado Central, que já se pronunciou publicamente atestando a legalidade do comércio realizado em suas imediações. De fato não existe na cidade uma legislação que proíba a venda, mas há a regulamentação que define regras para o bem-es-

Algumas entidades colaboram com as doações em BH. Para saber mais, acesse os sites: www.adoteumamigo.org.br www.animaliaong.com www.blogattos.blogspot.com www.brigadaplanetariabh.blogspot.com www.guiavegano.com.br www.oloboalfa.com.br www.protegerile.blogspot.com.br www.sosbichos.com.br www.facebook.com/adocaoanimaisbh

Lei propõe proteção a atingidos por barragens CONQUISTA Após pressão, governo estadual cria política para analisar impactos Marcelo Camargo / Agência Brasil

Rafaella Dotta Os deputados mineiros receberam, no dia 9 de março, o Projeto de Lei 3312, de autoria do governador Fernando Pimentel. A proposta cria regras para a reparação dos impactos causados por barragens e outras usinas em Minas Gerais. Segundo o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), a lei é o primeiro passo no reconhecimento de diversos problemas que atingem a população que vivia nos arredores de empreendimentos do tipo.

O PL institui a Política Estadual dos Atingidos por Barragens e outros Empreendimentos (PEABE) e trata dos impactos causados por barragens de água e de

que os atingidos terão uma lei com seus direitos. “Esse PL nos ajuda a definir uma política de tratamento aos atingidos, inclusive para o âmbito nacional.

Nós podemos ver hoje o crime que continua acontecendo em Mariana, em que as empresas não fazem reparação”, diz. “Isso ajuda a normatizar os próximos empreendimentos”, complementa.

Em dois meses, no máximo, PL será votado na ALMG

rejeitos, assim como atividades de mineração, de indústria ou de agronegócio que sejam “potencialmente causadoras de degradação socioambiental”. O pa-

pel da PEABE é fazer a interlocução entre governo, atingidos e empresários.

Segundo Sonia Maranho, da coordenação nacional do MAB, é a primeira vez

com todos os amigos, não é?”, comenta.

Para Mariana, a prática seria uma forma de auxiliar no controle populacional dos animais e propagar a guarda responsável, que consiste em uma série de obrigações a serem seguidas por aqueles que desejam cuidar de um bicho.

Tramitação O PL foi enviado ao plenário em 9 de março, em caráter emergencial, o que significa que há no mínimo um mês e no máximo dois para ser votado. No momento, o projeto está em análise pela Comissão de Constituição e Justiça.

FATOS EM FOCO

Artistas se unem pela democracia

Artistas de todo Brasil se mobilizaram e fizeram vídeo para defender a democracia. Veiculado na TV Poeira, o clipe mostra atores, rappers, escritores e cantores se posicionando contra as recentes manobras políticas feitas no país e pedindo pela imparcialidade da Justiça. Utilizando uma espécie de jogral, frases que evidenciam o terror da ditadura são ditas, ao mesmo tempo em que são levantados questionamentos sobre argumentos que dão força à ideia do golpe.

Confira em:

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Foto da semana

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Divulgação

Retrato: substantivo feminino é um projeto em foto e vídeo idealizado por Laura Tamiana e Tatiana Devos Gentile. A exposição mobilizou 25 mulheres, de 12 a 95 anos, ligadas às tradições do Cavalo Marinho (no interior de Pernambuco), do Reinado (no bairro Concórdia, em Belo Horizonte) e do Batuque de Umbigada (no interior de São Paulo). Até 27 de março, a exposição pode ser vista no Sesc Palladium. A entrada é gratuita. Mais informações em http://migre.me/tgalH

Opinião

É preciso falar sobre 1964 João Paulo Cunha

O Brasil vive a iminência de um golpe contra a democracia, as instituições e o voto popular. Não sua inevitável certeza, mas a atmosfera de permanente ameaça, o que obriga a uma atitude de vigilância e ação política sem descanso por parte dos cidadãos que não são ruins da cabeça ou doentes do pé. Mas a situação também evoca nosso passado recente, sobretudo o golpe civil-militar de 1964, com sua repulsiva herança a atormentar a memória.

O que começou sendo chamado de “revolução” logo ganhou a correta conceituação de golpe. Aquilo que, no primeiro momento, se amparou em uma condução militar, como algo que veio de fora por convocação da própria sociedade em crise, com o tempo foi sendo reconhecido em sua inspiração civil, marcada por interesses de classe, do capital internacional e com forte apoio na estrutura dos meios de comunicação da época.

Com destaque para a Rede Globo (que se firmou como uma das maiores redes de comunicação do mundo em contrapartida aos serviços prestados), a Folha de S. Paulo (que fez de seus veículos de entrega de jornal viaturas para entrega de opositores do regime), o Estado de São Paulo e outros instrumentos nacionais e locais. Essas empresas reescreveram sua participação no crime histórico con-

tra o país de forma mentirosa, posando-se de baluartes da liberdade de imprensa calados pela censura, ou escoradas em pedidos de perdão protocolares e autoindulgentes.

O que ia à frente do golpe, como depois se revelou, trazia nos bastidores uma grande mobilização ideológica, política e financeira, por meio de estruturas que construíam o edifício bem estruturado da reação e da desestabilização do governo de João Goulart.

Institutos, associações de classe, acordos bi-

Há um substrato de memória que precisa ser reativado, como uma chama-piloto da consciência da liberdade laterais, academias militares, publicações e um bando de “intelectuais” ajudaram a urdir a matriz simbólica de um paradoxo que ganhou corações e mentes entorpecidas: a ditadura que liberta.

O que veio em seguida do golpe civil-militar-midiático de 31 de março todo mundo sabe. Anulação das liberdades, prisões ilegais, tortura, mortes de opositores nos porões da repressão, censura à imprensa, cerceamento da ação sindical, extinção de partidos, fim das eleições diretas para governadores e presidente, tutela do Legislativo, perda de auto-

nomia do Judiciário, arrocho salarial, concentração de renda, submissão ao FMI, alinhamento automático com os EUA à custa dos interesses da própria soberania, repressão às lutas sociais, inflação descontrolada, exclusão social, deduragem. Ditadura.

Depois, num ato de desfaçatez, acenaram com distensão, transição e abertura que até hoje capenga na ausência de punição dos crimes contra a humanidade e numa anistia que pediu o esquecimento no lugar onde pulsa a necessidade de lembrança permanente. Há um substrato de memória que precisa ser reativado, como uma chama-piloto da consciência da liberdade. É o que impedirá, novamente, que nos tomem a liberdade, destruam a democracia, firam as instituições, roubem as conquistas sociais e depois peçam perdão quando o crime do golpe for desvelado e servir para envergonhar nosso tempo.

A história não perdoará os golpistas de hoje, dos líderes fascistas aos manifestantes politicamente analfabetos, com suas atitudes patéticas. Mas a mesma história não pode ser entendida apenas como memória que mira o passado de um lugar seguro, em busca de redenção.

A história é uma atitude do presente, comprometida com o futuro. Cabe escrevê-la. Não apenas para condenar os fracassos idos, mas para registrar a luta dos que não se curvam aos desafios do próprio tempo. Não somos personagens de uma narrativa que será contada por outros, mas sujeitos do nosso destino. Golpe, não!

L IA C PE ES Ã O IÇ ED

Minas Gerais

• Março de 2016 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

Eles querem desestabilizar a democracia

Nós dizemos:

GOLPE, NÃO! O Brasil de Fato MG declara seu repúdio às ofensivas de parte da mídia tradicional, que se une descaradamente a setores interessados em promover um ataque à democracia brasileira. Nesta edição especial, busca esclarecer porque esse processo é ilegal e apresenta outras análises sobre o atual momento político.

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“Me preocupa a justiça brasileira estar trabalhando sob a influência de uma agenda política. Ou sob influência do círculo midiático fazendo com que parte da população bata palma. Sou a favor das investigações, mas mais a favor da democracia.”

Wagner Moura

Ameaça à democracia provoca reação e milhares devem ir às ruas REAÇÃO Movimentos, entidades e lideranças populares prometem grandes mobilizações nos próximos dias 18 e 31 de março Lidyane Ponciano

O ódio vem tomando conta dos protestos pelo impeachment. Na última semana, sindicatos foram invadidos, sedes de partidos e da União Nacional dos Estudantes (UNE) foram pichadas. “O resultado disso é imprevisível e com certeza não é bom para o país”, lamenta Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais. Junto com a violência, “as propostas destes grupos ainda não são claras”, diz Beatriz.

Segundo o sociólogo Frederico Santana, os protestos a favor da saída da presidenta Dilma Rousseff têm, na verdade, outros motivos.

“O que está por trás do golpe é a aplicação das medidas neoliberais, e não a retirada da presidenta”, explica. Liberar a terceirização trabalhista e aumentar a idade de aposentadoria, através da reforma da previdência, seriam duas das medidas defendi-

“O que está por trás do golpe é a aplicação das medidas neoliberais”, diz liderança da Frente Brasil Popular

das pelo grupo que pede o impeachment.

Para fazer contraponto aos protestos de rua, a Frente Brasil Popular organiza para sexta (18), manifestações nas maiores cidades do Brasil. E no dia 31, ato em Brasília.

Mais de 200 organizações A Frente Brasil Popular se formou há um ano pela reunião de mais de 200 sindicatos, movimentos populares e lideranças políticas. Suas principais reivindicações são a defesa da democracia e crítica à política econômica do

governo federal.

As organizações se reúnem desde 2015, quando os setores conservadores aumentaram a ofensiva pela retirada de direitos, afirma Frederico Santana. “Os dirigentes sociais perceberam que o golpe vai atingir todos os setores da sociedade, e avançar sobre os direitos”, declara.

Além das manifestações, a Frente Brasil Popular apresentou ao governo federal, em fevereiro, um documento com 22 propostas para enfrentar a crise econômica brasileira. Entre os pontos estão o imposto sobre grandes fortunas, a retomada do PAC e a rejeição à reforma da previdência.

Manifestações nas capitais e em Brasília Os organizadores pretendem reunir milhares de pessoas na sexta-feira (18). Em Belo Horizonte, foi marcado para as 16h na Praça Afonso Arinos, terminando com

apresentações culturais na Praça da Estação. “Não vamos aceitar o impeachment pois não há nenhuma prova que envolva a Dilma”, declara Enio Bohnenberger, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST).

O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), José Antônio de Lacerda, o Jota, acredita que esse ato terá ainda mais apoio que os realizados até aqui.

“Diferente dos outros, os movimentos e bairros populares estão animados a participar. Acho que a perseguição ao Lula mudou o cenário”, avalia.

Já no dia 31 de março, a Frente Brasil Popular está organizando um ato nacional em Brasília, cujo objetivo, além da luta contra o golpe, é barrar os projetos contrários aos interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional.

Entidades brasileiras repudiam impeachment da presidenta Em meio à conjuntura polarizada do Brasil, diversas instituições lançaram, nas últimas semanas, notas e manifestos a favor da democracia e contra o impedimento da presidenta Dilma Roussef.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) defendeu a investigação e punição de todos os casos

de corrupção no país, mas criticou alguns julgamentos. “Percebe-se que, para determinados julgamentos, não se têm observado o amplo direito à defesa, ao contraditório e à imparcialidade do julgamento, garantidos pela Constituição. É necessário que sejam respeitados os princípios da inocência e afastados os riscos de julgamentos sumários”.

Promotores de Justiça,

Procuradores/as da República e Procuradores/ as do Trabalho assinaram uma nota criticando as atitudes da grande mídia e a

“Não se tem observado o amplo direito à defesa” “relação obscura entre autoridades estatais e imprensa”, expressada no va-

zamento seletivo de dados sigilosos de investigações.

“Não se trata de proteger possíveis criminosos da ação estatal, mas de respeitar as liberdades que foram duramente conquistadas para a consolidação de um Estado Democrático de Direito”.

Mais de 70 entidades do movimento negro manifestaram sua posição contrária à tentativa de

golpe com o apoio da mídia e de parte do Judiciário e criticaram a política econômica do governo federal. “Somos contra o impeachment da atual presidenta e não toleraremos qualquer tentativa de golpe à nossa frágil e insuficiente democracia. Mas é preciso uma mudança de rumo desse governo. A população negra não pode pagar pela crise econômica e política do país”.

“Nossa elite lança mão de uma artimanha fascista. E de repente temos um ministério público politizado e uma polícia federal a serviço de um grupo no país, de um partido político. Uma grande mídia que teve associada à ditadura militar. Não se trata de defender o governo. Tratase de defender a democracia.”

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Chico César

Juristas criticam métodos empregados pela Lava Jato

Conheça alguns do time da direita

FORA DA LEI Especialistas em direito questionam manobras como vazamentos seletivos

Globo/ Grande Mídia A grande mídia brasileira expõe seu conservadorismo político e seu lado na sociedade. Folha de São Paulo, Estadão e a Globo, têm dado prioridade às denúncias contra o PT e, principalmente, à investigação do ex-presidente Lula, e chegam a convocar os protestos de direita. Esses veículos apoiaram a ditadura militar de 1964.

Sérgio Moro Sérgio Fernando Moro é um juiz federal brasileiro da 13ª Vara Federal de Curitiba. O juiz é questionado por diversos juristas por arbitrariedade e cumplicidade com a grande mídia.

Aécio Neves Deflagrada em março de 2014, a fase ostensiva da Operação Lava Jato teria como meta investigar a corrupção na Petrobras, mas tornou-se um instrumento do espetáculo midiático e do julgamento público sem a conclusão do processo criminal. Juristas de todo o país têm criticado os métodos empregados na operação, considerando que eles abririam precedentes para a violação de direitos fundamentais de qualquer cidadão. Veja alguns casos: Vazamentos seletivos, espetáculo na mídia Informações têm sido publicadas quase em tempo real pelos maiores veículos de imprensa. A condução coercitiva de Lula no dia 4, por exemplo, foi antecipada horas antes, pelo editor da revista Época.

Procuradores, promotores e agentes da polícia federal dão entrevistas coletivas, expondo detalhes das investigações.

“Os cidadãos têm que ter

preservada sua intimidade.

Quem faz um vazamento, faz um vazamento pontual, criminoso, orquestrado para minar a investigação”, comenta o jurista Antônio Carlos de Almeida.

Nem todos os citados nos vazamentos são investigados. Um caso emblemático é o do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves. Desde novembro de

“O atropelamento só gera incerteza jurídica” 2014, Aécio já foi citado por quatro delatores, em seis diferentes delações.

Condução coercitiva No dia 4 de março, o ex -presidente Lula foi conduzido coercitivamente a pedido do Ministério Público Federal e autorizado pelo juiz Sérgio Fernando Moro. Centenas de juristas repudiaram o procedimento.

“Só se conduz coercitiva-

mente o cidadão que resiste. E o Lula não foi intimado. Vamos consertar o Brasil, mas não vamos atropelar. O atropelamento só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos”, comentou o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello.

Prisão preventiva foi banalizada No dia 10 de março, promotores do MP de SP pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula e de outras seis pessoas, acusadas de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, no processo de aquisição de um apartamento da cooperativa Bancoop, em Guarujá (SP). Um grupo de 129 promotores e procuradores lançaram um manifesto (disponível no link migre. me/tflIS) contestando: “A banalização da prisão preventiva e de outras medidas de restrição da liberdade vai de encontro a princípios caros ao Estado Democrático de Direito”.

O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e ex governador de Minas Gerais (entre 2013 e 2010), já foi citado cinco vezes na Operação Lava Jato, sendo a última vez na delação de Delcídio Amaral.

Movimento Brasil Livre e Kim Kataguiri O Movimento Brasil Livre (MBL) foi criado em novembro de 2014. Fundado por membros do Estudantes pela Liberdade – braço da Students for Liberty – para se manifestarem em protestos pelo impeachment e através do ativismo digital de direita. A principal liderança é o estudante Kim Kataguiri.

Vem pra Rua O Movimento Vem pra Rua, liderado pelo empresário Rogério Chequer, surgiu em outubro de 2014 como uma página de Facebook para mobilizar e liderar manifestações contra o PT e pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Chequer teve seu nome vinculado a Stratfor, conhecida como “The Shadow CIA”, acusada de envolvimento em tentativas de golpe.

FIESP A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) é presidida pelo empresário e político brasileiro Paulo Skaf (PMDB), candidato ao governo de São Paulo em 2014, e tem participado de manifestações anti PT e pró Impeachment.

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“Sou contra este golpe, quando deveríamos fazer pressão por reforma política, pautas ambientais, justiça. Estão querendo tirar o roto pra colocar no lugar quem fez o rasgo!”

Letícia Sabatella

“Ser contra o golpe não é contraditório com exigir mudanças na política econômica” Waldemir Barreto / Agência Senado

Confira análise de João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular.

Por que os movimentos sociais estão falando em golpe? Quem teria interesse em dar esse golpe?

Nossa normalidade democrática estabelece a realização de eleições a cada dois anos, e que todo poder político do país emana da vontade do povo, expresso na maioria dos votos. Tirar a Dilma agora é um golpe porque desrespeita a vontade dos 54 milhões que a elegeram. Ela não cometeu nenhum crime. Acredito que a maioria da sociedade e das forças políticas do país sabem que tirar a Dilma da presidência não resolve os problemas da crise eco-

“Tirar a Dilma da presidência não resolve os problemas da crise econômica, política e ambiental” nômica, política e ambiental.

Porém, há um setor da pequena burguesia, que representa 8% da população, que é muito reacionário, conserMídia NINJA

todos os setores da sociedade tenham direitos e oportunidades de eleger seus verdadeiros representantes.

Mas essas mudanças só virão se o povo for para a rua para pressionar pela convocação de uma assembleia constituinte...que ainda vai demorar.

vador, tem raiva de pobre, que são os que foram às ruas no dia 13 de março. Esse pequeno setor imagina que tirar a Dilma é a saída. E sobretudo é esse setor que impediria que o governo retome as políticas que beneficiaram os mais pobres.

Parece positivo que a Justiça investigue crimes e queira punir a corrupção. Mas quais os problemas por trás dessa investida contra o PT? A corrupção sempre existiu no Brasil, sempre foi uma forma de setores da burguesia e do empresariado enriquecerem com recursos públicos. Isso acontece no governo federal, nos estados e

nas prefeituras. Por isso a esquerda e os trabalhadores devemos sempre denunciar e nos rebelar contra qualquer tipo de corrupção. E para isto existe a lei, que pode punir. O que está acontecendo com a operação Lava Jato é que o juiz Sergio Moro só está vazando as informações para a Globo, e ela manipula como se o problema fosse apenas do PT. Não podemos ter a hipocrisia de achar que a operação Lava Jato vai salvar o Brasil da corrupção. O que vai salvar o Brasil da corrupção é uma reforma política profunda, que proíba o financiamento privado das campanhas, que estabeleça critérios do sistema político, que garanta que

O governo federal tem adotado medidas antipopulares, como a proposta de reforma da previdência, ajuste fiscal e lei antiterrorismo. Não é contraditório pautar a defesa do governo?

O governo Dilma cometeu muitos erros. Acossado pela mídia, mesmo depois das mobilizações populares contra o golpe, o governo assumiu parte da agenda neoliberal, que é do candidato Aécio, derrotado. E isso, mais que contraditório, foi uma burrice. Muitos setores populares que poderão ser atingidos pela reforma da previdência, pela entrega do pré-sal, pela lei antiterrorismo, pararam de apoiar o governo. Mas defender a democracia, ser contra o golpe, não é contraditório com a ideia de criticar os erros do governo e exigir que ele mude a política econômica, adote as medidas para que o povo melhore as condições

de vida. É uma necessidade dos movimentos organizados serem contra o golpe e exigirem mudanças na política do governo: são dois lados da mesma moeda.

Qual seria a saída para as crises econômica, política e social que vivemos?

As forças populares reunidas na Frente Brasil Popular elaboramos um programa de

“O que vai salvar o Brasil da corrupção é uma reforma política profunda” emergência para enfrentar a crise econômica, com 16 medidas, que vão desde baixar os juros, suspender o pagamento da dívida interna com dinheiro público, usar as reservas em dólar que estão nos Estados Unidos, e aplicar esses recursos em projetos industriais, na construção massiva de casas populares, em obras de infraestrutura e de transporte público nas grandes cidades, reforma agrária, investimentos na saúde e educação. Essas medidas não resolveriam a crise de uma hora para outra, mas indicariam o caminho.

Pesquisa mostra perfil elitizado de manifestantes pró impeachment Semelhante ao ano passado, pesquisa mostra que são ricos e brancos (77%) que saíram às ruas no domingo 13 de março. Os dados, coletados em São Paulo pelo Datafolha, demonstram que a maioria dos participantes eram homens (57%) e com idade superior a 36 anos. 77% dos entrevistados tinham curso superior, enquanto no município esse índice é de 28%. A maioria, equivalente a 63%, afirmou ter uma renda mensal maior que cinco salários mínimos, sendo que 12% alegaram ser empresários.

Belo Horizonte, a 25 fevereiro de 2016 Belo Horizonte, 18 19 a 24 dede março de 2016

BRASIL

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Lula assume Casa Civil e governo acena com mudanças REVIRAVOLTA A ida de Lula à pasta deve vir acompanhada de outras mudanças, como em temas da política econômica e a entrada de novos nomes em ministérios Roberto Stuckert Filho / PR

Judicialização da política O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu no mesmo dia da posse dez ações que pedem que o tribunal impeça o ex-presidente Lula de assumir cargos no governo Dilma Rousseff.

Da Redação O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Casa Civil da Presidência da República, na quinta (17). Deixou o cargo o petista Jaques Wagner, que assumiu a secretaria-executiva da pasta.

A ida de Lula à Casa Civil deve vir acompanhada de outras mudanças, como em temas da política econômica e a entrada de novos nomes para compor o governo, como o de Celso Amorim para Relações Exteriores.

Na mesma nota que nomeou Lula, teve também a nomeação do deputado federal Mauro Ribeiro Lopes (PMDB-MG), para a Secretaria de Aviação Civil.

Vazamento de áudio

Grampos desrespeitaram a Constituição

A divulgação de grampos telefônicos envolvendo Lula e a presidenta Dilma Rousseff, na quarta (16), foi classificada de “arbitrária”, pelo advogado do ex -presidente Lula, Cristiano Zanin. Segundo ele, o Juiz

Sérgio Moro buscou estimular uma “convulsão social”. “Revela uma finalidade que não é processual, revela a busca por causar uma convulsão social, que não é o papel do Poder Judiciário”, disse o advogado.

Projeto que favorece privatização de estatais passa no Senado AMEAÇA Substitutivo do PLS 555, que enfraquece caráter público das estatais de âmbito municipal, estadual e federal vai agora para a Câmara dos Deputados Da redação O PLS 555/15 foi aprovado no Senado Federal no dia (15), após intensas mobilizações, que durante meses envolveram ações por todo o Brasil, reunindo vários setores da sociedade civil. A pressão sobre os parlamentares feita pelos movimentos sindical e sociais e a entrada do governo na negociação levaram à construção de um substitutivo que resultou em avanços.

Para a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, são pelo menos três os avanços a destacar. O primeiro é a retirada da obrigatoriedade de as empresas se tornarem

sociedades anônimas.

O segundo, o fim da exigência de as empresas não terem mais ações preferenciais e, finalmente, a apro-

“Na comparação com projeto original, brecamos itens perigosos” vação de que o Estatuto das Estatais só será obrigatório para as empresas que tenham mais de R$ 90 milhões de receita operacional bruta. “Na comparação com o projeto original, conseguimos evoluir e brecar itens muito perigosos pa-

ra as estatais. Mas não acabou, a luta continua agora na Câmara dos Deputados”, afirma Rita.

Centrais sindicais prometem seguir mobilizadas para derrubar outros pontos que colocam em risco as estatais e as políticas sociais de modo geral. Entre eles, a restrição à participação nos conselhos de administração e diretorias, que atinge trabalhadores e os que ocupam cargos de ministros e secretários de Estado, e a obrigatoriedade de ressarcimento, por parte do governo, de custos com políticas públicas. Além desses, é bastante criticada a exigência de que as empresas comercializem no mercado 25% de suas ações.

Os pedidos foram apresentados por partidos, como PSDB, PSB e PPS, além de cidadãos, que optaram por tipos de ações diferentes. A maioria das ações (seis) será relatada pelo ministro Gilmar Mendes, nomeado por FHC, e conheci-

do opositor do governo.

Mercado reage bem à nomeação Para o líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a chegada do ex-presidente ao ministério da Casa Civil, agilizará a tramitação de medidas para a retomada do crescimento e geração de emprego. “As medidas já estavam sendo estudadas e com a chegada do novo ministro isso ganhará um novo ânimo”, disse.

Os números do mercado reagiram bem no primeiro dia após a nomeação. Ao contrário do que a grande imprensa alardeava, o Ibovespa fechou em alta de mais de 7% e o dólar teve queda de 2,75%. As ações da Petrobras se destacaram, com alta de 9%.

Na Argentina, renda dos 10% mais pobres caiu 24% NEOLIBERALISMO Estudo também mostrou que inflação chegou aos 35% em fevereiro Do OperaMundi Um estudo realizado pelo Centro de Inovação dos Trabalhadores da Argentina, divulgado dia 14, mostrou que o poder aquisitivo dos 10% mais pobres do país caiu 23,8% nos últimos quatro meses.

A pesquisa, que foi encomendada pelo órgão estatal Conicet (Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas), aponta como principais causas desse fenômeno o aumento da tarifa de luz elétrica e de gás, o reajuste dos preços dos alimentos e aluguéis, e a eliminação dos impostos de exportação dos bens industriais e agrícolas.

“As famílias com maiores recursos possuem um

padrão de consumo intensivo focado em serviços e bens duráveis. As famílias com menos recursos, por outro lado, possuem um padrão focado em alimentos, transporte, aluguel e serviços públicos, como eletricidade. Portanto, quando o motor inflacionário é de raiz cambial ou tarifária, os principais prejudicados estarão entre os mais pobres da sociedade”, indicou a investigação do Centro.

“As decisões econômicas tomadas desde o dia 10 de dezembro [data da posse de Maurício Macri] geraram uma dinâmica de preços que implicariam em uma taxa de inflação anual, até outubro de 2016, de cerca de 55%”, aponta a pesquisa.

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Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Vaias para o preconceito de Benedito!

Novela Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br

Divulgação

Com uma trilha sonora de altíssima qualidade, um elenco de peso e uma história há muito tempo não vista no horário das 21h, “Velho Chico” es-

treou esta semana como mais uma promessa para salvar a crise da teledramaturgia da Rede Globo. A novela inicia na década de 1960, no auge do movimento tropicalista, para contar a história de rivalidade entre duas famílias que disputam a posse de terras e o poder da cidade de Grotas de São Francisco, que fica às margens do rio de mesmo nome. O confronto entre os Sá Ribeiro e os Rosa atravessa gerações até chegar aos dias de hoje, quando um amor proibido entre os integrantes das duas famílias vem à tona para bagunçar todo esse drama.

Infeliz foi Benedito Ruy Barbosa, supervisor do texto da novela,

que durante uma entrevista ao jornal Extra, sobre a novela, disparou: “odeio história de bicha. Pode existir, pode aceitar, mas não pode transformar isso em aula para as crianças. Tenho dez netos, quatro bisnetos e tenho um puta orgulho porque são tudo macho pra cacete”. Que absurdo! Uma declaração pública com conteúdo altamente homofóbico.

As críticas surgiram logo depois. Aguinaldo Silva, renomado dramaturgo e homossexual assumido, foi um dos que respondeu ao colega pelo twitter: “isso teria a ver com alguma traumática história de sofá em priscas eras?” Com a mobilização do movimento LGBT para boicotar a novela, Aguinaldo acrescentou, alfinetando: “Sem essa de boicotar Velho Chico, sou contra. Afinal, a sobrevivência financeira de

Sexualidade

O que a psicanálise tem a ver com a gente? *Mariana Tavares é psicanalista

As nossas conversas têm se dado em torno do tema da sexualidade, do ponto de vista da psicanálise, com a intenção de trazer mais perto esta ciência, que pode nos ajudar a interpretar melhor o mundo, na busca de um projeto popular.

Na construção desta teoria, que é também uma prática, muitos obstáculos e percalços ocorreram.

A psicanálise foi considerada uma teoria judia, no mundo polarizado por preconceitos de etnia antes da segunda guerra mundial, já que os psicanalistas mais próximos a Freud eram todos judeus. Foi considerada uma prática menor, semelhante à magia e manipulação. Foi considerada uma falsa ciência, exercida por charla-

tães.

Já houve vários teóricos que alardearam sua morte, a partir do avanço da neurociência e da farmacologia, que teriam o poder de sarar as dores da alma, por meio de um remedinho.

Quem recorre à busca de conhecimento sobre o psiquismo humano conhece seu poder transformador O que manteve e sustentou a psicanálise viva e forte até hoje foram seus praticantes. Foram pessoas que recorrendo a este conhecimento sobre o psiquismo humano viram seu poder transformador.

A psicanálise não po-

de ser vista como a teoria que dá conta de todas as explicações. Mas pode sim nos ajudar a compreender as grandes forças que movimentam os grupamentos humanos.

E pode-se politizar a psicanálise, deixando-a acessível para todos, buscando meios de dialogar com outros setores da sociedade que não são os chamados intelectuais. Afinal, neuróticos somos todos e ganharíamos muito se estivéssemos mais a par das nossas dificuldades pessoais no enfrentamento cotidiano de nossas lutas. Senão passando pelo processo de se analisar, quem sabe estabelecendo a prática de se perguntar, se examinar, buscando dar conta de si mesmo...

três gerações da família Ruy Barbosa depende dela”. A Globo também não se posicionou publicamente contra as falas do funcionário e preferiu pedir a ele que não se posicione diante de assuntos polêmicos. Que bola fora da emissora, que até vinha trabalhar com a inclusão da temática LGBT em suas produções.

Benedito ainda suou para justificar sua homofobia, com um festival de besteirol: “Não sou contra, não acho errado. O que acho é que tenho que ter responsabilidade com as pessoas que estão me assistindo. Tenho que saber que tem muito pai que não quer que o filho veja, porque eles não sabem explicar”.

Não sou contra? Como assim? O que seria uma novela de bicha? Não há gays no sertão? O que significa ser “macho pra cacete”? Sexua-

lidade não tem nada a ver com ser homem ou mulher. Que orgulho da família é esse? Uma família de gente preconceituosa? Aula para as crianças?

Será que senhor não sabe que não se ensina ninguém a ser gay? Quando a luta LGBT defendeu que não é legal ser heterossexual? Esse é o típico pensamento equivocado, retrógrado, intolerante e preconceituoso. Como tratar com tranquilidade a questão da homossexualidade senão provocando a sua discussão dentro de casa?

Se um pai quer blindar o seu filho da realidade, então que ele não veja televisão, aliás que ele coloque seu filho numa redoma de vidro. É, o preconceito está aí, em todo lugar. E vamos seguir lutando para combatê -lo. Vaias para Benedito!

Dica Cultural Exposição retrata o esforço do trabalho humano Divulgação / João Bosco Nunes

O Centro Cultural Lindeia Regina recebe, até o dia 31 de março, a exposição “Santo Sudor” – “Santo Suor”, em português. Desenvolvida pelo fotógrafo João Bosco Nunes, a mostra reúne uma série de imagens sobre o trabalho e a classe operária registrada em Cuba. O horário de funcionamento é de terça a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados das 13h às 17h. A entrada é gratuita. Mais informações pelo número (31) 3277-1515.

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

13 VARIEDADES 13

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Labirintite Se você anda ESTRESSADO, ansioso e sente TONTURAS, vertigens, desequilíbrio e perda de AUDIÇÃO, cuidado. Você pode estar com LABIRINTITE. Essa INSTABILIDADE do corpo humano afeta o labirinto, estrutura do OUVIDO interno, uma área responsável pela audição e o EQUILÍBRIO. A labirintite se manifesta, geralmente, depois dos 40 anos, e NÍVEIS elevados de COLESTEROL e ácido ÚRICO podem ser apontados como prováveis CAUSAS. Otite, RESFRIADO, tumores e uso de medicamentos PERIGOSOS também podem desencadear o problema. Uma vez diagnosticada, a labirintite pode ser TRATADA de diversas formas – com vasodilatadores, que facilitam a CIRCULAÇÃO sanguínea, e outros REMÉDIOS, como antidepressivos.

Evitar o consumo de ÁLCOOL e CIGARRO, ingerir bastante LÍQUIDO, ter uma DIETA balanceada e praticar EXERCÍCIOS físicos ajudam a prevenir esse mal.

E T I T N I R I B A L L B E

H R L B R N N I A F E Y I S

B O M S A R U T N O T T T T

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N I O Ã Ç A L U C R I C E R 27

Solução

•

1 abacate maduro

•

1 cebola roxa média

•

1 tomate

•

Coentro a gosto

•

1 pimenta dedo de moça

•

Suco de meio limão

•

Sal a gosto

MODO DE PREPARO

Picar a cebola, o tomate, a pimenta e o coentro em pedacinhos.

Tirar a polpa do abacate e amassar, deixando alguns pedaços.

Misturar tudo e colocar o limão e o sal a gosto. Se estiver ácido, pode colocar uma pitadinha de açúcar ou mel. Fica ótimo com torradinhas ou Doritos.

Amiga da Saúde Existe alguma forma de prevenir o Herpes Zoster?

Veriza Gomes, 39 anos, fotógrafa

E T I T N I R I B A L L I Q U I D O I N S T A S L O R S O I C I C R E A E R V A U I T T N N O T I

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Querida Veriza, herpes Zoster é uma infecção viral que causa vesículas (pequenas bolhas) na pele, acompanhadas de muita dor no local.

Muitos a chamam de cobreiro, acreditando ser resultado da passagem de algum bicho sobre a pele. Mas, na verdade, essa doença é provocada pelo mesmo vírus da catapora, que fica “escondido” em alguns gânglios próximos da medula espinhal e do cérebro. Ele pode ficar assim por muitos anos, sem provocar nenhum sintoma. Acredita-se que em situações nas quais a imunidade (defesa natural do corpo) fica baixa, o vírus consegue sair, percorre a rede nervosa provocando novas lesões, que chamamos de Herpes Zoster. O problema é que, diferente da catapora, que a pessoa tem uma única vez, o herpes zoster pode reaparecer mais vezes. Do que se sabe, a única forma que pode ser eficaz para evitar esse transtorno é manter o sistema de defesa forte. Para isso, é bom ter hábitos saudáveis de vida, evitar o estresse (ou, quando isso não for possível, descarregá-lo em alguma atividade relaxante como a dança ou outros exercícios físicos), se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis, entre outras medidas.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-Enf.

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CULTURA

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Mulhere-se você também

TELEVISÃO Novo programa da Rede Minas discute condição das mulheres e os desafios na busca pela igualdade Divulgação

Raíssa Lopes

ra garantir ainda mais que o projeto tenha várias vozes, instalamos também vídeo-cabines em locais de muito trânsito de pessoas e escutamos das mulheres o que elas queriam ver em um programa televisivo”, conta.

A partir das observações, o Mulhere-se foi ganhando forma. O formato que foi ao ar não tem apresentação e, segundo a diretora, é para que vivências compartilhadas e distintas não sejam concentradas em ape-

“Eu quero um programa em que a mulher apareça como ela é, aonde ela possa falar com vontade, sem medo, sem preconceito”.

Depoimento colhido para elaboração do programa, divulgado pela produção

Mulher na mídia

Sara lembra também da falta de espaços destinados às questões que envolvem a mulher na comunicação.

Para ela, a demanda é reprimida há muito tempo e o programa é uma forma de

ver e ser vista, falar e ouvir, fortalecendo os vários tipos de feminismos. Fazem parte do programa os questionamentos de mulheres lésbicas, negras, idosas, entre outras.

Aquelas que desejam fazer parte dos próximos conselhos editoriais para elaboração de pautas podem ficar de olho nas redes sociais do programa: Facebook - /programasmulherese Twitter - @mulhere_se Instagram - /mulhere_se

Viaduto ocupado pelas mulheres

Bate papo com Marcia Tiburi O Sesc Palladium recebe a escritora, artista plástica e filósofa Marcia Tiburi, que participa do projeto “Literaturas: questões do nosso tempo” discutindo o tema “Feminismo, filosofia e política”. O encontro será na próxima quarta (23), a partir das 20h, na sede do Sesc (Rua Rio de Janeiro, 1046 - Centro). A entrada é gratuita com retirada de ingressos 30 minutos antes do evento.

nas uma figura central.

“Somos diferentes, temos problemas em comum e outros não. Por isso, os quadros também serão montados a cada semana. Na estreia, trabalhamos com o ‘Conversações’, que é um debate, e também com o ‘Biografia’, em que contamos história de mulheres que se relacionam com o tema apresentado no dia”, explica Sara.

Reprodução

A DiversaS - II Mostra Feminista de Arte e Resistência ocupa o Viaduto Santa Tereza neste sábado (19), a partir das 11h. O evento vai até as 20h, e conta com intervenções, performances artísticas, apresentações de dança e shows musicais. A partir das 21h30, a festa vai continuar na Galeria Oca (Av. dos Andradas, 471) com mais atrações. Se apresentarão mulheres do rap, maracatu, djs, entre outras. Nesse dia e durante toda a mostra, serão recebidas doações de itens para higiene pessoal destinadas a mulheres em situação de cárcere.

Divulgação

Um programa feito por mulheres, para mulheres, que aborda questões que não são comumente tratadas pela mídia tradicional.

Essa é a proposta do Mulheres-se, que estreou na quinta-feira (17), às 20h, na Rede Minas. Apresentado como primeiro semanário feminista da TV aberta brasileira, o projeto tem como objetivo levar ao público reflexões políticas, artísticas e tentar, ao máximo, representar a diversidade cultural presente no universo feminino.

Para isso, a produção apostou na coletividade. É o que conta a diretora Sara Silva Ribeiro, que releva que as pautas são construídas a partir de um conselho editorial aberto, que ouve o que todas as participantes têm a dizer. “É uma preocupação constante falar de representatividade em um meio de comunicação público. Pa-

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Feira volta, mas barraqueiros continuam sem trabalho MINEIRÃO Trabalhadores que agora estão no entorno do estádio não são os mesmos de ante da reforma

Reprodução / ABAEM

Raíssa Lopes Na volta das barracas de alimentos ao Mineirão, apenas dois dos 96 feirantes conseguiram voltar a trabalhar no local.

“Desde quando fomos retirados, a administração municipal não arrumou outro local de trabalho para nós”, relata Ernani Pereira, da Associação dos Barraqueiros do Entorno do Mineirão (ABAEM).

Um dos critérios para a concorrência era a apresentação de “certidão negativa de débitos”, o que teria tirado a oportunidade dos trabalhadores. “Não tínhamos dinheiro para zerar as multas e a PBH sabia disso”, denuncia Ernani.

VocêSabia?

Um dos principais envolvidos no escândalo de corrupção da FIFA é o empresário brasileiro José Hawilla, dono da Traffic e sócio da TV Globo e do exjogador Ronaldo Nazário, o fenômeno. Em depoimento à Justiça estadunidense, ele confessou que pagava propinas desde 1991: “Concordei em pagar subornos por contratos da Copa América, Copa Ouro, Copa do Brasil e pelo patrocínio da Seleção Brasileira”, disse o empresário, em outubro de 2015.

Barraqueiros foram retirados do Mineirão em 2010

Além disso, o critério de classificação do edital foi por maior oferta.

“Quem trabalha na rua é geralmente de baixa renda. Além disso, um parecer do Ministério Público declarou os barraqueiros como Patrimônio Histórico da cidade e isso poderia ter feito a gente retornar ao trabalho desde 2014”, comenta.

Os trabalhadores também responsabilizam a PBH por propaganda enganosa, pois a entidade teria veiculado informações dando a entender que quem trabalha hoje nas ruas próximas aos Mineirão são as mesmas pessoas que atuavam no local há seis anos.

Curto e Grosso

A Copa está manchada Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

ESPORTES

15 15

na geral

Jogos Minas Gerais

Renata Silva / Seesp

Até o dia 21, ocorrem as inscrições para os Jogos de Minas Gerais 2016.

A competição envolve atletas e equipes dos municípios do interior, nas modalidades de atletismo, bocha paralímpica, ciclismo, natação, judô, karatê, taekwondo, xadrez, basquetebol, basquete em cadeira de rodas, futsal, handebol e voleibol, feminino e masculino. Para inscrever, é preciso acessar o site: jogosdeminas. esportes.mg.gov.br.

Torneio de atletismo no CTE/ UFMG Divulgação / CTE/UFMG

Wallace Oliveira No esporte, a notícia da semana é o processo que a Fifa resolveu mover contra cartolas da Conmebol e Concacaf investigados pela Justiça da Suíça e o FBI. Entre os brasileiros envolvidos no escândalo, estão os ex-presidentes da CBF Marco Polo Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira. A FIFA cobra deles uma indenização de cerca de R$ 20 milhões.

“Os réus abusaram de seus cargos de confiança na Fifa e causaram graves e duradouros prejuízos ao futebol. O dinheiro que embolsaram pertencia ao futebol e estamos determinados a obtê-lo de volta”, declarou o atual presidente, Gianni Infantino.

Com o processo, a entidade máxima do fute-

Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, é um dos processados pela FIFA

bol mundial reconhece publicamente a corrupção na Copa de 2010, na África do Sul. A competição fi-

ca indelevelmente manchada e gera uma suspeita sobre todas as outras Copas do Mundo.

No sábado (12), o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG recebeu o Torneio Aberto da Federação Mineira de Atletismo. Participaram competidores de BH e do interior do estado, nas modalidades de corridas, saltos, arremesso de peso e lançamento de dardo. A atleta Ana Carolina Miguel, do arremesso de peso, atingiu o índice para o troféu Brasil e poderá disputar o campeonato brasileiro.

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ESPORTES

Belo Horizonte, 18 a 24 de março de 2016

Suíça abre investigação contra Valcke

FIFA Francês foi afastado do cargo de secretário geral em setembro

Tanya Rego / Agência Brasil

De acordo com o Departamento de Estado da Suíça, o ex-secretário geral da FIFA, Jérome Valcke, responderá por ação criminal no país. O francês é acusado de cometer “atos de má gestão criminosa”. Desde setembro, ele está afastado do cargo que exercia na FIFA, por envolvimento com uma máfia de venda ilegal de ingressos para jogos da Copa do Mundo.

Valcke também é famoso por gostar de ditaduras.

Em 2013, ele disse: “Menos democracia às vezes é melhor para organizar uma Copa. A minha primeira Copa do Mundo foi a da Argentina e eu fiquei

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução

“Infelizmente, ela [a camisa da Seleção] está sendo usada apesar de todas as safadezas da CBF. (...) O símbolo da corrupção está sendo usado em uma campanha contra a corrupção.”

Aldyr Schlee, criador da camisa da Seleção Brasileira, a “Amarelinha”, criticando as manifestações do último domingo (13).

Além de corrupto, Valcke gostava de ditaduras militares

feliz com o título dos argentinos. Houve uma reconciliação do povo com

o sistema político militar da época”.

Gol de placa

Cristiano Ronaldo postou no Facebook uma foto sua e de seu filho pedindo para que sejam salvas as crianças da Síria. Na foto, eles seguram a imagem de um menino sírio que vive num acampamento de refugiados.

Segundo a Unicef, 80% das crianças do país são afetadas pelo conflito.

Gol contra

Durante o jogo entre Atlético e Colo-Colo, o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), que estava no estádio Independência para ver a partida, foi hostilizado por torcedores atleticanos. Alguns gritavam palavrões, faziam gestos obscenos e tentavam retirá-lo à força do recinto.

Dá-lhe, Coelho!

Bráulio Siffert O desfalcado América merecia ter ganhado do reserva do Atlético, mas um pênalti mentiroso e a trave galinácea impediram o que seria uma importante vitória do Coelhão. Como em outros anos, inclusive quando disputou a Primeira Divisão, o América em 2016 vem jogando relativamente bem contra times grandes e afrouxando diante de peque-

nos. Contra todos os adversários, é preciso muita vontade, ousadia e capricho. Falando em ousadia, o novo uniforme, desenhado pelo estilista Ronaldo Fraga, é uma interessante aposta de marketing, justamente por ser diferente e inovador, trazendo detalhes laranjas e predominância de preto, o que nunca antes tinha ocorrido. Como em toda grande mudança, a torcida ficou dividida.

Bica, Bicudo!

Rogério Hilário Fatos inusitados marcaram a vitória do Atlético sobre o Colo-Colo. Patric deixou o campo quando estava bem; Geovanni pegou tudo; Pratto perdeu duas oportunidades claras de gol. O resultado ficou de bom tamanho. Principalmente na falta de Victor e com Robinho meia-boca. Próximo da classificação para as oitavas, o maior desafio

do Galo é conquistar a melhor campanha geral da fase de grupos, garantia de decisões em casa até a final. Maior vantagem neste torneio não há, ainda mais tendo como trunfo o Independência. Até dá tempo de uma recuperação no Campeonato Mineiro, se é que isto tem alguma importância.

Agora, fica a dúvida. Será que o time aguenta jogar com tanta intensidade nas próximas fases?

La Bestia Negra Léo Calixto O Cruzeiro entrou em campo na última terça-feira (15), contra o Uberlândia, para espantar de vez as críticas sobre as fracas apresentações.

Apesar dos resultados positivos e a liderança do campeonato até então, as atuações não convenciam a China Azul, acostumada historicamente com um futebol vistoso. A vitória de 3 a 0 trouxe alí-

vio principalmente ao técnico Deivid, que colocou a equipe com o esquema 4-1-4-1 desde o início da partida pela primeira vez em 2016. O esquema, também utilizado por Mano Menezes no ano passado, foi o único que conseguiu dar consistência tática ao selecionado azul. Mesmo com as atuações abaixo da média, ao invés de críticas, é de tempo que Deivid precisa pra trabalhar.