Edição 384 do Brasil de Fato MG

Gercom Leste

Isa Lima

Pouca transparência

É tempo dos ipês

Especialistas criticam projeto de Zema que entrega ensino básico para os municípios

Belo Horizonte tem 29 mil árvores que, nesta época do ano, colorem as ruas da cidade

MINAS 4

CULTURA 11

MG Minas Gerais Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022 • edição 384 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Agência Petrobras

GÁS, DIESEL E GASOLINA PODEM FICAR AINDA MAIS CAROS EM MINAS GERAIS

A Refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobrás, localizada em Betim, está à venda. Petroleiros, economistas e pesquisadores afirmam que, caso a privatização aconteça, os preços dos derivados de petróleo podem subir ainda mais. Se tivesse interesse, Bolsonaro poderia mudar a política de preços da empresa e resolver esse problema que acomete, principalmente, as famílias mais pobres. Sobre esses assuntos, confira nossas reportagens especiais I ESPECIAL

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022

EDITORIAL

Tempos difíceis, mas há de melhorar

ESPAÇO DOS LEITORES “É contra a mulher e a favor do conservadorismo, que só escancara violência, opressão. Chega de nos agredir. Ser mãe deveria ser uma escolha e não uma obrigação imposta pela sociedade” Solange Mara, sobre a repercussão do debate sobre estupro e aborto, na última semana -“Foi vender a Eletrobrás e veio o aumento. Privatização não é a solução!”

Gilson Camilo de Sousa comenta a matéria “‘Não precisava de aumento’, diz eletricitário sobre reajuste na conta de luz em Minas Gerais” -“Delícia fazer parte dessa construção” Liliane Martins, sobre a matéria “Escritoras negras se juntam em BH contra o racismo e o machismo no meio editorial” -“Projeto de extermínio dos biomas e diversidade, não” Talyta Ferreira comenta o artigo “O direito de existir dos povos e comunidades tradicionais no Vale das Cancelas (MG)”, de Leninha -“O Brasil virou um lugar indecente desde 2016! É tanta coisa ruim acumulada que levaremos muitos anos para curar as lacerações impingidas pelos déspotas/psicopatas que se aboletaram do poder!

Esse episódio de Bruno e Dom deixará um rastro de sangue que perdurará para sempre nas águas da Amazônia” Clayton Oliveira, sobre o artigo “Que Brasil queremos?”, de Aline Almeida Bentes

Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em instagram.com/brasildefatomg

Nesta semana, na última terça (28), comemoramos mais um ano do orgulho LGBTI+. Importante retomarmos a verdadeira raiz do dia 28 de junho, que tem como referência a revolta que aconteceu em 1969 no bar Stonewall, em Nova York, nos Estados Unidos. Na ocasião, gays, lésbicas e travestis se uniram para lutar pelo seu direito de existir e de demonstrar o seu amor em público.

Hoje, após tantos avanços desde Stonewall, nosso orgulho tem sido cada vez mais apropriado pelas marcas e pelas empresas que reduzem a nossa luta a roupas coloridas, às maquiagens arco-íris e às bandeiras fixadas nos tênis. Por um lado, isso demonstra que demos passos impor-

O Brasil é o país que mais mata LGBTI+ no mundo, pelo quarto ano consecutivo tantes no sentido da visibilidade.

No entanto, essas mudanças ainda não foram o bastante para diminuir a quantidade de homicídios cometidos contra LGBTI+. O Brasil é o país que mais mata essa população no mundo, pelo quarto ano consecutivo. Em 2021, 316 pessoas foram vítimas da LGBTfobia e a maioria que morre são transsexuais, principalmente mulheres empobrecidas sem alternativas de trabalho digno.

Semana difícil para as mulheres A violência contra a população LGBTI+ é a mesma que mata e pune mulheres e meninas. E isso ficou evidente nas últimas semanas, na forma como setores medíocres da elite e da mídia empresarial trataram duas ga-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Nossa tarefa é levantar a bandeira colorida, em defesa da vida, do amor e da dignidade rotas, uma delas com 11 anos de idade, que foram estupradas. Para elas, nenhuma solidariedade ou cuidado.

Para os estupradores, anonimato, afinal, pegaria muito mal a divulgação dos nomes dos cidadãos de bem. É evidente que esses dois casos de violência sexual não são isolados, mas exemplificam a hipocrisia e a maldade que há na sociedade: a culpa não é dos homens que violentam, mas das mulheres. As vítimas foram coagidas e novamente violentadas ao optarem pela interrupção voluntária da gravidez ou pela entrega voluntária da criança para a adoção. Dois casos que são previstos na lei brasileira.

Qual a razão de elas terem sido repudiadas? É o ódio, o mesmo ódio que mata LGBTI+, que legitima a violência contra as mulheres, que extermina indígenas, jovens negros e ambientalistas. É o mesmo ódio propagado pelos cidadãos de bem que fazem arminha com a mão.

Basta desta situação A realidade, para nós, não está nada fácil. Além da violência, um terço da população brasileira está passando fome. Mas temos convicção e provas de que no próximo período, nossa tarefa é levantar a bandeira colorida, em defesa da vida, do amor e da dignidade para todas as pessoas. E sabemos que esse caminho só poderá ser construído com a derrota de Bolsonaro e com a eleição de Lula para presidente do Brasil.

PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: 31 9 8468-4731 e 31 9 8888-1817

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição Geral: Larissa Costa (Mtb 22066/MG) Subedição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Ana Carolina Vasconcelos, Maria Paula Araújo , Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Débora Borba, Joana Tavares, Marcelo Gomes. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Eliara Santana, Fabrício Farias, Frei Gilvander Moreira, Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Luiza Dulci , Macaé Evaristo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Luiz Paulo Macedo Alves e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Gonçalves Tiragem: 23 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação

Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022 Divulgação

Declaração da Semana “Espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pelas violências que elas sofreram”

Klara Castanho, em carta aberta publicada em suas redes sociais.

GERAL

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Números da Semana 1/3

da população brasileira, aproximadamente, sobrevive com R$ 497 por mês. O dado é do Mapa da Nova Pobreza, divulgado na quarta (29), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Vacina contra gripe

Fabio Marchetto / SES-MG

Moradores de Belo Horizonte podem se vacinar contra a gripe. O imunizante está disponível em todos os Centros de Saúde da capital, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Além disso, é possível receber a vacina em pontos de drive-thru, como o Corpo de Bombeiros, no bairro Funcionários, a portaria da Universidade Federal de Minas Gerais, na Abrahão Caram, e o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH), no Buritis. O horário de funcionamento é das 8h às 16h30.

IPVA

Gil Leonardi /Imprensa MG

Quem ainda não pagou o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deste ano pode quitar a dívida em até 12 parcelas. Os motoristas precisam ter os números do CPF ou CNPJ do dono do veículo, além do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Também há opção para pagamento à vista. O sistema calcula automaticamente o valor do imposto, ajustado com multa e juros. Mais informações estão disponíveis em fazenda.mg.gov.br.

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MINAS

Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022

Pouca transparência: educadores criticam projeto de Zema de municipalização de escolas em MG DESMONTE Para deputada, projeto Mãos Dadas é “sem critério” e negocia o dinheiro público como se fosse privado Gil Leonardi / Imprensa MG

bre o tema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) também criticou a falta de transparência e de participação da comunidade escolar no processo de adesão ao projeto.

“Como você decide sobre a vida de uma comunidade escolar sem ela sequer ficar sabendo o que aconteceu?”, questionou Beatriz.

gem, o governo de Minas Gerais afirmou que o processo está sendo realizado de forma transparente e que a adesão ao projeto é facultativa, e cabe aos municípios avaliarem as condições administrativas, pedagógicas e financeiras de absorver estudantes vindos da rede estadual.

LEIA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA EM

Outro lado

BRASILDEFATOMG.COM.BR

Procurado pela reporta-

Nossos direitos Ana Carolina Vasconcelos Pouco mais de um ano após o “Mãos dadas” ser lançado pelo governo de Romeu Zema (Novo), especialistas já denunciam os impactos negativos causados nos municípios que aderiram ao projeto. A iniciativa procura avançar na municipalização do ensino básico e entregar aos municípios a responsabilidade da gestão dos anos iniciais do ensino fundamental.

Na avaliação de Denise Romano, coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG), o governo Zema opera uma estratégia de “muitas promessas e pouca transparência”.

“Os municípios estão sendo iludidos e enganados

pelo governo do estado com uma falsa propaganda de que recursos inesgotáveis virão”, enfatiza.

Uma das cidades mineiras que aderiu ao programa foi Tupaciguara, localizada na região do Triângulo Mineiro. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstram que, no ano de 2020, apenas 32,16% das crianças de 0 a 3 anos do município estavam matriculadas no ensino infantil.

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), a meta é que pelo menos metade das crianças de cada município precisa estar matriculada nas escolas infantis.

Falta de critério e de transparência

Em audiência pública so-

EM BH, ESTUDANTES JÁ PODEM RETIRAR O CARTÃO DO MEIO PASSE Estudantes que se inscreveram para a obtenção do Meio Passe Estudantil em 2022, e que moram a mais de 3 quilômetros da escola, estão sendo convocados para retirar o cartão com o benefício. No entanto, milhares ainda não retiraram. Em função disso, a Prefeitura de Belo Horizonte está enviando e-mails para as pessoas inscritas com as orientações sobre o processo.

Neste momento, tem acesso ao cartão somente quem já realizou o recadastramento em janeiro, ou quem fez a inscrição no mês de fevereiro e passou pelo processo de seleção.

Caso haja dúvidas, é só enviá-las para o e-mail passeescolar@pbh.gov. br, informando o nome completo e o CPF. O meio passe é dirigido a estudantes do Ensino Médio e também da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para ter informações sobre a realização de novas inscrições, é importante se atentar às notícias da prefeitura no fim deste ano, quando é divulgado o calendário para recadastramento e para novas inscrições.

Jonathan Hassen é advogado popular

Últimas notícias dos comitês populares: - Na segunda (27), movimentos populares, partidos, sindicatos e lideranças comunitárias realizaram um encontro regional de construção de comitês populares do Norte de Minas. A atividade aconteceu em Montes Claros e, além de debates sobre a conjuntura e o planejamento de ações, contou com apresentações culturais. Para saber mais, acesse o perfil @frentebrasilpopularmoc, no Instagram.

- Em Belo Horizonte, os comitês populares Elza Soares, Pátria Livre e do bairro Bonfim organizaram, na terça (28), uma ação de colagem de lambes e distribuição de panfletos, na região Noroeste da capital mineira. A ação denunciou a alta nos preços dos alimentos e chamou a população para se somar em um mutirão de reconstrução da esperança no país.

Os comitês populares reúnem pessoas por bairro, escola ou local de trabalho para discutir como melhorar a situação do país. Já são centenas espalhados pelo estado. Caso tenha interesse em participar, uma cartilha orienta e dá dicas de atuação. Envie uma mensagem para frentebrasilpopularmg@gmail. com ou para (31) 9 84259848.

ESPECIAL

MG Julho 2022

Gás, diesel e gasolina podem ficar ainda mais caros em Minas Gerais

A Refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobrás, localizada em Betim, está à venda. Petroleiros, economistas e pesquisadores afirmam que, caso a privatização aconteça, os preços dos derivados de petróleo podem subir ainda mais. Se tivesse interesse, Bolsonaro poderia mudar a política de preços da empresa e resolver esse problema que acomete, principalmente, as famílias mais pobres. Sobre esses assuntos, confira nossas reportagens especiais

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ESPECIAL

Belo Horizonte, julho de 2022

“A solução para o problema dos combustíveis é mudar a política de preços da Petrobrás”, diz petroleiro ENTREVISTA Regap, em Betim, pode ser privatizada pelo governo Bolsonaro e população mineira pagará a conta Nádia Nicolau / Mídia NINJA

Debora Junqueira A Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está à venda. A privatização, segundo Alexandre Finamori, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), pode trazer inúmeros prejuízos para a população mineira, mas o principal é que os preços da gasolina e do gás de cozinha podem aumentar ainda mais.

Confira a entrevista: Brasil de Fato MG – A Regap está à venda. Quais as consequências disso para os mineiros?

Alexandre Finamori – A venda da Regap é um exemplo do esquartejamento da empresa e do desmonte para a privatização. Quem vai pagar a conta é a população, com combustíveis mais caros. Se a venda da Regap se concretizar, será criado um monopólio privado.

Quem mora em Belo Horizonte não compra gasolina em outro estado. Então, a empresa que comprar a Regap poderá colocar o valor que ela quiser.

Além disso, a Regap pode se tornar uma bomba-relógio para toda a região do entorno. O risco ambiental é enorme. Na lógica privada de ter apenas o lucro como objetivo, as empresas abrem mão de manutenção, de mão-de-obra capacitada e qualificada. É esperado que

trabalhadores sejam demitidos e que aumente a precarização. Essa lógica me faz lembrar dos crimes da Vale que ocorreram após a privatização.

O que tem sido feito para tentar barrar a privatização da Regap e da Petrobrás?

O Sindipetro e o movimento sindical dos petroleiros estão na luta contra a venda da Regap e da Petrobrás em todas as frentes possíveis. O sindicato também denuncia a falta de transparência sobre o processo. Nem os trabalhadores, nem os municípios são

A empresa que comprar a Regap poderá colocar o valor que ela quiser

consultados ou têm acesso às informações. Há várias irregularidades e ilegalidades nessa venda e vários questionamentos judiciais foram feitos. O terreno da Regap, por exemplo, foi doado pela União e não pode ser vendido, já que a doação foi para uma empresa estatal que cumpre sua função social.

A diretoria do Sindipetro também tem conversado com parlamentares de vários partidos, porque mesmo alguns que defendem privatizações são contrários à venda da Regap, por entenderem as consequências negativas que isso traz.

Que interesses estão por trás da entrega da Petrobrás, que é tão estratégica para o país?

Por trás das tentativas de privatização da Petrobrás estão grandes corporações, como a Shell e a Chevron.

Há muitas empresas estrangeiras com interesses em se

apropriar do petróleo brasileiro. Na verdade, Bolsonaro se sente acuado por sua base eleitoral. E os preços dos combustíveis impactam diretamente a inflação, encarecem o preço dos alimentos e aprofundam a crise.

Por outro lado, o presidente é pressionado, porque, para se eleger, fez promessas ao mercado de acionistas e se comprometeu com a manutenção da política de preço abusiva, conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI), praticada pela Petrobrás desde o governo Temer.

Afinal, Bolsonaro pode resolver o problema dos preços da gasolina e do gás de cozinha?

Com a elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional e o aumento do dólar, o PPI aprofundou o impacto nos preços dos combustíveis, como se vê nos aumentos sucessivos desde 2017. Bolsonaro pode resolver esse problema, o PPI não é uma lei.

Como a Petrobrás é estatal, a União é a acionista majoritária e é o presidente quem indica os conselheiros que administram a companhia. Ele tem nas mãos a

Há muitas empresas estrangeiras com interesses no petróleo brasileiro

Bolsonaro tira de si a responsabilidade sobre os aumentos dos combustíveis capacidade de promover as condições necessárias para as mudanças das políticas internas da Petrobrás. No entanto, ele não faz isso por estar preso aos interesses do mercado financeiro.

A solução em que Bolsonaro aposta, para se defender, é a privatização da Petrobrás, tirando de si o peso da responsabilidade sobre os aumentos abusivos dos combustíveis. Nós sabemos qual é a solução para o problema dos combustíveis, que é mudar a política de preços da empresa. Se Bolsonaro quer resolver, que ele saia da cadeira para que outro assuma o lugar.

Como você vê a proposta do governo de criar uma CPI da Petrobrás?

As articulações de Bolsonaro com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para privatizar a Petrobrás é estratégia eleitoreira. O objetivo deles é que a população não enxergue quem é o verdadeiro culpado dos altos preços dos combustíveis. Se tiver uma CPI da Petrobrás, a discussão tem que ser sobre a venda de refinarias pela metade do preço, para investigar quem ganha com isso.

EXPEDIENTE O Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em sete estados. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e em nosso estado. Esta edição especial é uma parceria do Brasil de Fato MG com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG). Tiragem: 40 mil exemplares. www.brasildefatomg.com.br / (31) 9 8468-4731

Belo Horizonte, julho de 2022

ESPECIAL

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Gasolina mais cara do Brasil: Governo Bolsonaro já entenda os impactos da venda vendeu 60 ativos da Petrobrás da refinaria na Bahia Andre Valentim / Agência Petrobras

PODE ACONTECER EM MG Vendida pela metade do preço, RLAM até hoje não investiu no setor e futuro dos petroleiros é incerto Ana Carolina Vasconcelos Após a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, o preço da gasolina no estado bateu recorde e se tornou o mais caro do Brasil.

Na ocasião da negociação, em novembro do ano passado, o então presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a privatização da RLAM iria reduzir os valores dos combustíveis, trazer mais investimentos, fortalecer a economia e “gerar benefícios para a sociedade”.

“Isso é uma falácia sem tamanho. Quando uma empresa compra, ela não vai aumentar o investimento.

Ela vai primeiro ter lucro para pagar o dinheiro investido”, comenta Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo estimativa do (Ineep), o valor justo de venda da refinaria seria de mais de US$ 3 bilhões.

Ainda assim, a direção da Petrobrás, nomeada por Jair Bolsonaro, entregou a RLAM ao grupo Mubadala Capital por apenas US$ 1,8 bilhão.

Ana Carolina Vasconcelos

Futuro incerto para trabalhadores

População sente no bolso

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) demonstram que, no início de junho deste ano, a população baiana pagava em média R$ 7,972 pelo litro do combustível, enquanto a média nacional de preço era de R$7,247.

Em Teixeira de Freitas, município localizado no Extremo-Sul da Bahia, na segunda semana de junho, o preço da gasolina chegou a R$ 8,59. A ANP ainda aponta que, entre as 20 cidades do país que cobram mais caro pelo litro do combustível, nove são baianas.

No plano de transição operacional da Petrobrás com a Mubadala, os gestores da estatal têm a perspectiva de concluir o processo de transferência de pessoal até fevereiro do ano que vem.

Porém, em reunião realizada em fevereiro deste ano entre o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) e as gerências de recursos humanos e de relações sindicais da Petrobrás, os dirigentes sindicais ressaltaram que as mudanças têm causado insegurança aos trabalhadores.

“Quando os trabalhadores serão realocados?

Quais as condições deste realocamento? Para quais unidades da Petrobrás cada trabalhador será transferido?”, questionou o sindicato.

Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstrou que, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022, o governo Bolsonaro vendeu mais de 60 ativos da Petrobrás.

Além das refinarias, as vendas incluem outras subsidiárias consideradas estratégicas como usinas eólicas, gasodutos, ações da BR Distribuidora, terminais, termelétricas e campos de petróleo.

Na última segunda-feira (27), a estatal anunciou que irá reiniciar a venda de mais três refinarias: a Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, a Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. Além dessas, o plano de desinvestimento da Petrobrás inclui a privatização de mais quatro refinarias: a Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, e a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará. Dessas, a empresa afirma que as três últimas já possuem contratos de compra e venda fechados.

Para Juliane Furno, economista-chefe do Instituto para Reforma das Rela-

ções entre Estado e Empresa (IREE) e militante do Movimento Brasil Popular, a venda das subsidiárias e das refinarias representa o “apequenamento” da estatal.

“Vai se reduzindo, se transformando praticamente num escritório que atua só na exploração e produção do petróleo. Isso deixa a empresa muito mais vulnerável, porque ela fica refém das taxas de câmbio e do preço internacional, variáveis que a Petrobrás não controla”, explica.

Troca-troca de presidentes

Desde o início do mandato de Jair Bolsonaro, a Petrobrás já teve cinco presidentes: Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho, Fernando Borges e, recentemente aprovado pelo conselho de administração da empresa, Caio Paes de Andrade.

Borges foi presidente interino da estatal após a saída de Coelho, que foi culpabilizado pelo presidente da República pela alta nos preços dos combustíveis.

“Um caso inédito na história do direito: o presidente da República quer uma CPI para investigar a Petrobrás, que integra o governo que ele chefia. E, por conseguinte, investigar os presidentes da Petrobrás que ele mesmo nomeou”. Afirmou Flávio Dino, ex-governador do estado do Maranhão.

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ESPECIAL

Belo Horizonte, julho de 2022

Com privatização da Regap, preços do gás, da gasolina e do diesel podem subir ainda mais em Minas ABSURDO Política de preços da Petrobrás, que tem gerado aumentos nos derivados de petróleo, foi adotada para garantir a privatização Nadia Nicolau

Wallace Oliveira “De uns anos para cá, os preços sobem quase toda semana. Antes, aumentava de vez em quando, mas dava para pagar. Se continuar encarecendo desse jeito, eu não sei o que nós aqui em casa vamos fazer”. É assim que Maria da Conceição Gomes descreve a dificuldade para comprar gás de cozinha e gasolina. Ela trabalha como cozinheira e o marido como motorista de transporte escolar.

Perguntada sobre a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), pertencente à Petrobrás, Maria da Conceição não acredita no discurso do governo federal, que diz que a privatização vai reduzir os preços. “Se com a Petrobrás na mão, ele não barateou, por que vai baratear entregando para o estrangeiro?”, questiona.

Embora o petróleo seja extraído e refinado no Brasil, as refinarias cobram dos brasileiros em dólar O economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), explica que os sucessivos aumentos dos últimos anos resultam de uma decisão política dos governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL), conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI).

“Um dos objetivos do PPI era facilitar a venda das refinarias. Ora, não havia e não

Em caso de venda da Regap, haverá um monopólio privado na região res para os brasileiros, já que o petróleo é extraído e refinado no Brasil. Quando era candidato, Bolsonaro prometeu baratear os derivados do petróleo, mas, eleito presidente, manteve a política de Temer.

Preço médio do litro de gasolina comum no Brasil

Monopólio privado e aumento dos preços O ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, prega que, com a privatização de refinarias, haveria concorrência no país, barateando o gás, a gasolina e o

privatizações levarão à formação de monopólios regionais. O relatório do TCU, “Riscos e Oportunidades da Transição para o Novo Mercado de Refino”, conclui que há riscos de desabastecimento e os preços vão aumentar.

“O nosso parque de refino foi construído e distribuído de forma regional. Então, as refinarias estão próximas ao litoral, próximas aos centros urbanos e com um tamanho e uma produção para atender às regiões onde elas estão. Então, vender uma refinaria em Minas não significa que ela vai concorrer com outra do Rio. Elas produzem, de certa maneira, coisas diferentes e têm seu mercado consumidor próprio”, acrescenta o economista Cloviomar Cararine.

A empresa compradora vai adquirir, além da refinaria, os dutos, até os terminais na Bahia DADOS DA ANP

há interesse de entes privados em comprar refinaria no Brasil, ter que concorrer com a Petrobrás e reduzir o preço. Então, era fundamental para eles que a Petrobrás, enquanto não vendesse as refinarias, praticasse a paridade”, afirma o economista.

Essa paridade praticada pelo governo consiste no fato de que, embora o petróleo seja extraído e refinado no Brasil, as refinarias cobram aos brasileiros o preço da importação dos derivados, que varia conforme a cotação internacional do

barril de petróleo e do dólar.

Gás e gasolina estão caros por causa do PPI Em 2016, logo após o golpe contra Dilma Rousseff, Michel Temer (MDB) implantou na Petrobrás a política do Preço de Paridade de Importação (PPI). Pela nova política, o preço cobrado na refinaria pelos derivados do petróleo, como gás, gasolina e diesel, acompanha a cotação do dólar e o preço do barril no mercado internacional.

A política anterior, pelo contrário, garantia preços meno-

diesel. Não é isso, porém, o que mostram os estudos sobre o assunto.

Um trabalho desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Engenharia Industrial da PUC do Rio de Janeiro indica que, em caso de privatização da Regap, em Betim, haverá um monopólio privado na região.

A empresa compradora vai adquirir, além da refinaria, os dutos, até os terminais de Jequié e Itabuna (BA), e o acesso ao escoamento ferroviário de produtos.

Outra análise, produzida pelo Tribunal de Contas da União (TCU), aponta que as

“Antes, aumentava de vez em quando, mas dava para pagar. Se continuar encarecendo desse jeito, eu não sei o que nós aqui em casa vamos fazer” Maria da Conceição Gomes, sobre o preço do gás de cozinha e da gasolina.

Ela trabalha como cozinheira e seu marido como motorista de transporte escolar.

ANÚNCIO

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EDUCAÇÃO PÚBLiCA MiNEiRA – DESAFiOS E COMPROMiSSOS: PROPOSTAS DAS/OS TRABALHADORAS/ES DA EDUCAÇÃO PARA O PRÓXiMO GOVERNO A partir das propostas abaixo, a categoria da Educação reafirma os princípios na defesa de uma educação que seja pública, gratuita, laica, de qualidade, socialmente referenciada para todas e todos. Confira: Pagamento dos reajustes do Piso Salarial Profissional Nacional de acordo com a Emenda Constitucional 97/2018 e a Lei Estadual 21.710/2015, liquidando as dívidas acumuladas, em virtude do descumprimento da política remuneratória da categoria desde 2017.

Cumprimento da Lei nº 23.197, de 26/12/2018, que instituiu o Plano Estadual de Educação (PEE).

Cumprimento do dispositivo constitucional que obriga ao Estado a aplicação de, no mínimo, 25% do que arrecada com impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Utilização dos recursos públicos vinculados da Educação na valorização da remuneração dos profissionais.

Garantia de manutenção da gestão pública estatal das escolas estaduais com fim dos programas e projetos que visem à implementação de parcerias público-privadas, incluindo as estabelecidas junto a OS’s- terceirização de serviços, militarização ou modelos de educação domiciliar; Fim do Projeto Mãos Dadas e do Projeto Somar.

Reabsorção das matrículas do ensino fundamental que foram municipalizadas.

Desenvolver ações que promovam o fortalecimento e ampliação do atendimento do IPSEMG, em BH e no interior do Estado, assim como a instituição de uma política de atenção integral à saúde dos/as trabalhadores/as da Educação.

Promover a reorganização curricular em oposição aos efeitos nefastos e, sobretudo, excludentes do Novo Ensino Médio.

Revisão dos mecanismos de Progressão e Promoção por Escolaridade com aperfeiçoamento e cumprimento dos prazos estabelecidos no Plano de Carreira.

Realização de política permanente de concurso público para as vagas existentes em todos os cargos das carreiras da educação básica.

Revisão dos processos de matrículas nas escolas estaduais, garantindo a oferta por meio digital e não-digital.

Estabelecimento de Mesa de Negociação Permanente com o Sind-UTE/MG, a partir da instituição de um sistema democrático de tratamento de conflitos e o fim da criminalização dos movimentos de luta da categoria.

Confira no site sindutemg.org.br a versão completa da Plataforma de Lutas e Compromissos da Educação Pública Mineira, no contexto das eleições gerais de 2022.

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VARIEDADES

Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022

CIÊNCIA, COISA BOA! Emoções fazem com que nos fazem lembrar melhor de algo? Freepik

AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

No sexo, meu namorado demora demais a gozar. Isso é um problema?

Gustavo Matos, 29, professor Se isso te incomoda, pode ser um problema sim. Mas é preciso entender se é um problema também para seu namorado. Há homens que curtem ficar mais tempo “segurando” o gozo. Se ele sente que vai gozar, interrompe a penetração ou muda a posição, por exemplo. Fazem isso por prazer e, nesse caso, se ele não “segurar” tanto poderá gozar mais rápido.

No último texto, falei um pouco sobre como funciona a nossa memória. Há estudos interessantes que tentam compreender mais a fundo como a memória humana funciona. Algo já bem evidenciado em diversos experimentos é a relação entre as emoções e a consolidação de memórias. Tendemos a nos lembrar mais de fatos e estímulos que tenham sido gerados em momentos de emoção.

Por exemplo, nos lembramos mais do enredo de um filme que tenha mexi- Tendemos a nos do fortemente com nossos lembrar mais sentimentos, ao nos fa- de fatos que tezer chorar, rir ou ter medo. nham sido Esse mecanismo se deve à maior carga de neuro- gerados em transmissores e hormô- momentos de nios que são liberados no emoção momento em que o estímulo é gerado, o que tende a criar redes de neurônios mais fortes.

Tal conhecimento pode ser usado para fins pedagógicos. Como tornar o aprendizado mais efetivo ao explorar sentimentos como humor, afeição, admiração etc.? Também é algo já bem utilizado pela propaganda e pela arte, que abusa de nossos sentimentos para criar memórias fortes em relação a determinados produtos e conteúdo.

Outra conclusão que os estudos apontam é que lembrar é um processo extremamente dinâmico. Nossas memórias estão constantemente em transformação.

Assim, é bem possível que aquilo de que você se lembra não tenha ocorrido exatamente daquela forma.

Alteramos nossas memórias de acordo com o contexto de nossas vidas. Inclusive, é possível criar memórias de fatos que nunca existiram. Nós mesmos podemos fazer isso, numa lógica de autoengano. Ou podemos sofrer essa manipulação por terceiros.

Experimentos como os da psicóloga estadunidense Elizabeth Loftus demonstram que é possível a criação de falsas memórias em pessoas apenas ao se manipular a forma como uma entrevista é conduzida, por exemplo. A depender das palavras que são usadas em perguntas de um questionário, pessoas podem afirmar se lembrar de coisas que não vivenciaram.

Portanto, não acredite tanto naquilo que você lembra. Pode ser que você ou alguém esteja te enganando!

Um abraço e até a próxima!

Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

Porém, há homens que, contra sua vontade, demoram muito a conseguir atingir o orgasmo. E sofrem com isso. Aí sim deve haver uma questão que precisa ser melhor investigada. É importante vocês conversarem sobre isso e, caso percebam mesmo um problema, procurem ajuda no serviço de saúde. No SUS, o melhor lugar é o centro de saúde mais próximo de sua casa. Lá será feito o acolhimento e será iniciado o atendimento da sua demanda. Se tiver convênio, procure um serviço especializado em sexologia.

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Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731.

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Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022

Flores dos ipês colorem as ruas de Belo Horizonte

CULTURA

Festival Meu Vizinho

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Divulgação

BELEZA De junho a setembro, os céus de inverno ficam tomados pelo contraste florido das quase 29 mil árvores na cidade Denis Dias

Asef Furnas

O festival Meu Vizinho mescla arte, cultura, saúde e bem-estar em uma programação para todas as idades. Atrações como Chama o Síndico, Tizumba e Tambor Mineiro, Grupo Copo Lagoinha, Camaleão Grupo de Dança, Circolar e Grupo Trampulim são algumas atrações do evento, que acontece no domingo (3), de 10h às 19h, na Esplanada Norte do Mineirão. A entrada é gratuita e não é necessário retirar ingresso, mas está sujeito a lotação. Para mais informações, acesse @festivalmeuvizinho, no Instagram.

Festa junina

Maria Araújo Na última terça-feira (21), iniciou o inverno brasileiro e, junto com a estação mais fria do ano, começou a temporada dos ipês, árvores floridas que espalham beleza e colorem as ruas da capital mineira. De junho a setembro, os céus de inverno ficam tomados pelo contraste florido dos quase 29 mil ipês da cidade.

De acordo com dados do inventário da arborização urbana da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a cidade tem cerca de 500 mil árvores e os ipês, que se dividem em dez espécies, estão espalhados pelas regionais Leste, Oeste, Noroeste, Centro-Sul e Pampulha.

Os ipês-rosas são maioria na capital. De acordo com a PBH, 9.768 árvores são dessa espécie, em seguida, os ipês-tabaco e os ipês-amarelos.

“Eu gosto muito da tem-

porada dos ipês, acho que a cidade fica com um colorido que alegra a gente”, conta a professora Karoline Santos. “Perto da minha casa, recentemente, floriu um no Parque Municipal.

Eu o vejo da minha janela e fico muito feliz”, diz.

Concurso de fotos de Ipês Rosas Assim como Karoline, muitos belo-horizontinos ficam empolgados com os ipês pela cidade e realizam registros das árvores.

Para incentivar e divulgar esses registros, a Certmidia realiza o concurso “Os mais belos ipês-rosas de Beagá”, que vai premiar a melhor foto feita na capital. A disputa vai até 31 de julho e o vencedor ganhará R$ 5 mil, o segundo e terceiro colocados receberão R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente.

Além da premiação em

dinheiro, as melhores fotografias serão publicadas em um livro de arte com capa dura que será desenvolvido pela Editora Ramalhete.

Cada participante pode enviar até cinco fotografias. A inscrição é gratuita e deve ser feita em ipesrosasbh.com. br/, onde o regulamento também pode ser consultado.

Célia Nogueira

No sábado (2), acontece o segundo Arraiá do Buritis.

A entrada para a festa junina é gratuita, assim como o estacionamento, começa às 10h e termina às 20h.

O evento, que acontece no campus da Uni-BH, conta com cardápio com comidas típicas, como caldos, pipoca, canjica, quentão, pé de moleque e milho cozido. Além disso, a banda Chama Chuva estará presente para levar xote e forró aos participantes do arraiá. Haverá espaço para as crianças, com brinquedos infláveis.

Pets terão um parquinho especial.

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Belo Horizonte, 1 a 7 de julho de 2022

América põe um pé nas quartas da Copa do Brasil

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Morio

Mourão Panda / América

Na primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quinta (30), no Independência, só deu Coelho. O time do técnico Vagner Mancini bateu o Botafogo por 3 a 0 com facilidade. Os gols foram marcados pelo atacante Wellington Paulista e o lateral Danilo Avelar, ainda no primeiro tempo, e o volante Alê, já na etapa complementar. O Botafogo chega a sua 6º derrota em oito jogos, ao passo que o Coelho quebra um jejum de cinco partidas sem vencer e sem balançar as redes. O segundo confronto acontece no dia 14, no Engenhão.

“Vamos focar em mudar a mentalidade”

Gol de placa

Lewis Hamilton, atual melhor do mundo na Fórmula 1, com sete títulos, respondendo ao ex-piloto Nelson Piquet, que o chamou de “neguinho” de maneira pejorativa, em uma crítica dirigida ao piloto britânico.

Nunca é demais falar de Ana Marcela Cunha! A nadadora brasileira conquistou nesta semana o bicampeonato mundial na prova de 5km em águas abertas e o pentacampeonato na prova de 25km, também em águas abertas. O mundial de esportes aquáticos está sendo disputado em Budapeste, na Hungria.

Torcedores do Boca Juniors, no estádio do Corinthians, em São Paulo, e do Cerro Porteño, em Assunção, durante a partida contra o Palmeiras, imitaram macacos para os torcedores brasileiros. Os gestos racistas não são raridade no futebol e devem ser repudiados.

Contra a LGBTfobia

@ANDREFIDUSI

Gol contra

20 anos do penta

Temporada desafiadora

Time do povo

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

No mês de junho, dedicado ao orgulho e às lutas LGBTQIAP+, o América deu importantes demonstrações de engajamento em favor da diversidade e do amor. Especificamente nas redes sociais, trocou a foto dos perfis, inserindo as cores do arco-íris. No dia 28, Dia do OrDecacampeão gulho Gay, publicou um carrossel explicando as siglas do movimento e vídeos de uma especialista em diversidade e inclusão e do coletivo ForaDaTocaAFC. A própria reação de boa parte do público mostra a importância desse tipo de posicionamento. Muitos dos comentários foram para ridicularizar a postagem, do tipo: “a gente quer ver é futebol”. O América, que sempre foi minoria e resistência, faz muito bem em dar mais esse exemplo de empatia e respeito!

No Galo, seguem a sobrevida e o desassossego. E, para a torcida, o eterno sofrimento. Em Guayaquil, houve ímpeto de vencedor e cautela de pragmático. O domínio beirou a totalidade. Faltou precisão nas conclusões e sobraram vacilos de alguns jogadores. Um pênalti e É Galo expulsão infantis.

E um doido! erro do jogador símbolo do elenco, Hulk. Na terça (5), tudo se resolverá no Mineirão. Mas mantém-se o alerta. No Brasileiro, vem o confronto com o Juventude, sábado (2), em Caxias do Sul. Foram três vitórias em BH e um empate no Equador.

Enquanto isso, o mecenato se esforça. Estão contratados o zagueiro Jemerson e o atacante Alan Kardec. Pode vir o Pedrinho. Sejamos realistas. Se mantivermos o desempenho de 2021, será a glória.

Salve, nação! O embalo de sexta à noite tem lugar e hora marcada: Mineirão, 21h30. Finalmente, vemos nosso amor e dedicação refletido nas quatro linhas. A nova administração tem sua parcela no sucesso do time. Porém, como instituição, o Cruzeiro está acima La existência Bestia Negra de tudo. Nossa centenária está ligada à história da cidade e à vida do povo de BH. Essa história agora é contada no livro “O Time do Povo Mineiro”, que será lançado presencialmente no sábado (2), às 10h, na Loja do Cruzeiro: R. Araguari, 598. Fui convidado pelo organizador e grande cruzeirense Gladstone Leonel para contribuir com um texto sobre a paixão de um torcedor na Argentina. O Cruzeiro não nasceu para ser empresa, o Cruzeiro é do povo! Aguardo todos vocês.

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