Edição 336 do Brasil de Fato MG

Paulo Desana /Dabakuri-Amazônia Real

250 mil mortes evitáveis Nesta semana, o país bateu vários recordes negativos da pandemia de covid-19. Especialistas apontam que é o pior momento da crise sanitária e a responsabilidade é do presidente Bolsonaro.

MG Minas Gerais Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021 • edição 336 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita INA FASSBENDER / AFP

Com agravamento da pandemia, governo quer volta às aulas presenciais Governo de Minas e prefeitura de BH apresentaram nesta semana protocolos para o retorno às aulas presenciais. Entidades, trabalhadores e trabalhadoras da educação de escolas públicas e privadas denunciam a inexistência de condições para o retorno e prometem fiscalização e acionamento da Justiça.

Quarto de despejo: aadiário de uma favelada

Auxílio Emergencial e chantagem federal

Aumento dos combustíveis e desmonte da Petrobrás

Livro de Carolina Maria de Jesus completa 60 anos e ganha edição comemorativa

Para retomar benefício, governo federal quer cortar investimentos da saúde e educação

Mudança da diretoria reabre debate sobre a política de preços, atualmente atrelada ao mercado

CULTURA 14

BRASIL 9

ENTREVISTA 11

2

OPINIÃO

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

250 mil mortos e sem auxílio emergencial: vacina e impeachment já A crise sanitária no Brasil se aprofundou muito desde o início do ano.

Não é por acaso ou designo de Deus.

Ao contrário, é o resultado de ações deliberadas, sobretudo, no plano Federal, mas que também envolve, no caso de Minas Gerais, o governo estadual.

Alcançamos essa semana 250 mil mortos. Se ao longo de 2020 chegamos a 200 mil mortos, em um mês e meio de 2021 alcançamos um quarto disso, cinquenta mil pessoas perderam suas vidas.

Por que é possível responsabilizar o governo federal? Comecemos por

ESPAÇO DOS LEITORES

“É muito abuso dessas mineradoras! Continuam destruindo as vidas dos moradores, suas casas e plantações” Márcia Figueiredo comenta a matéria “Vazamento de lama volta a atormentar famílias do Córrego do Feijão, em Brumadinho” -“Acho que o programa tem que mudar. Existem milhares de casas fechadas nas cidades. Me arrisco a dizer que existem mais imóveis fechados que moradores sem casa. Então não se trata de construir novas habitações, mas de ocupar o que existe” Leonardo Silveira, sobre a matéria “Triste fim do Minha Casa Minha Vida: como Bolsonaro extinguiu o programa sem alarde” -“Literalmente, as raposas fazendo acordo com o galinheiro” Eduardo Fajardo Soares comenta a matéria “CNBB denuncia que acordo de Brumadinho se baseou em laudos de empresas ligadas à Vale”

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China, com população de 1 bilhão e 400 milhões de pessoas teve 4.630 mortes.

Brasil, com 210 milhões, tem 250 mil mortos comparar a proporção de mortos com outros países que tiveram atitude distinta do nosso Presidente da República. Países que apostaram no rastreamento dos casos, no isolamento social e em campanha de conscientização. Como é o caso do Vietnã (95 milhões de habitantes, 35 mortes), da Nova Zelândia (4,9 milhões de habitantes, 26 mortes), do Japão (126 milhões de habitantes, 7.660 mortes) e da própria China (1 bilhão e 400 milhões de habitantes e apenas 4630 mortes). Comparem esses números com nossos 210 milhões de habitantes e 250 mil mortos. Não é aceitável.

O caminho do Brasil foi o oposto.

O presidente negligenciou a doença, fez campanha contra o isolamento e

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

o distanciamento social, criticou prefeitos e governadores que buscaram proteger a população, e segue até hoje menosprezando e escondendo a gravidade da pandemia.

A situação tende a piorar Estamos longe de conseguir conter a pandemia. Doenças que provocam a síndrome respiratória grave costumam aumentar muito seu contágio nos meses de março a junho. Ou seja, estamos entrando em um período crítico. Pior, esse período crítico já iniciará com o Brasil vivendo o seu pior momento na pandemia.

Assistimos nessa semana batermos dois recordes desde o início da pandemia. O recorde de número de mortos em 24 horas e o recorde de média diária de mortos em 7 dias. Também já são mais de 40 dias com média diária de mortes acima de mil pessoas.

Vacina e impeachment E aí vale a pergunta. Se o Brasil tem condições de vacinar no mínimo 2 milhões de pessoas por dia, porque

Saída para crise sanitária e econômica passa pelo impeachment até agora só imunizamos 1% da população? Porque não temos vacina suficiente, é a resposta. E por que não temos vacina suficiente? Porque o governo Bolsonaro fez uma aposta errada. Combateu as vacinas desenvolvidas por vários países e apostou suas fichas numa única farmacêutica.

Lutemos a favor da vida, do auxílio emergencial, por vacina já para todos.

Só alcançaremos esses objetivos com o impeachment de Bolsonaro.

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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes , Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021 Divulgação/Instagram

Declaração da Semana

João Vicente, sobre os acontecimentos no Big Brother Brasil e a eliminação de Karol Conká.

“Karol errou? MUITO. Mas o ato mais violento dela foi pisar num cara que errou. Foi isso que a gente condenou.

Ser parte do sistema viciado é o que faz a vida não evoluir.

Vamos quebrar o ciclo.

Cancelamento não resolve nada, nem quando aplicado aos canceladores”

GERAL

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Número da Semana 130%

é o aumento do preço do botijão de gás desde julho de 2017. Há quase cinco anos, as gestões neoliberais da Petrobrás praticam o Preço de Paridade de Importação (PPI), que faz o valor do gás, da gasolina e do diesel ser reajustado conforme as oscilações do dólar no mercado internacional.

Loja virtual de orgânicos e agroecológicos

Agatha Azevedo

Para facilitar o acesso aos produtos da reforma agrária, o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou neste mês uma página de vendas online. A maior parte dos produtos disponíveis é produzida pelos assentamos e acampamentos de todo o país, como o Café Guaií, o arroz orgânico Terra Livre, o suco agroecológico e o chocolate Terra Justa. Para conhecer, siga o perfil do Armazém do Campo BH no Instagram.

Conheça a Revista Temporã

Divulgação

Idealizada por um coletivo de escritores e artistas visuais, a Revista Temporã pretende juntar literatura brasileira contemporânea e várias formas de expressão artística, a partir de textos, teoria, entrevistas e indicações de leitura. Para se realizar, está aberto, até o dia 15 de março, um financiamento online para custear a primeira edição da Revista. Para conhecer o projeto, a equipe e contribuir financeiramente, acesse https://abre. ai/revtempora.

MINAS

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

Trabalhadores cobram prioridade a todos os serviços essenciais no plano de vacinação de BH Divulgação / SLU

Wallace Oliveira Servidores da Prefeitura de Belo Horizonte cobram que se dê prioridade, no processo de vacinação, a trabalhadores que estão expostos à contaminação pelo novo coronavírus, mas não foram contemplados no plano da Prefeitura.

“Há um plano nacional que é seguido pelo município. Esse plano deixa de fora, no caso de BH, o gari da SLU, que não é citado em nenhuma fase, fiscais, assistentes

sociais e outros setores. Não estamos pedindo para ninguém furar fila. O problema é que o gari pode chegar a 2022 sem ser vacinado”, aponta Israel Arimar, presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel).

De acordo com o sindicato, ao ser questionada, a Prefeitura disse que está seguindo o plano nacional de vacinação. Segundo Israel, “o sindicato pode partir para ações judiciais em defesa dos trabalhadores”.

Manifestação pressiona governador a produzir vacinas pela Funed Entidades e profissionais da saúde de Minas Gerais se dizem indignados pela subestimação da Fundação Ezequiel Dias (Funed). A fundação, que é pública e já tem tradição na produção de vacinas, não estaria sendo estimulada pelo governo do estado a cumprir este papel durante a pandemia. Na manhã da terça-feira (23), um ato realizado à porta da fundação e em pontos turísticos de Belo Horizonte denunciou o problema. Representando o Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves da Silva esteve na manifestação. “É uma fundação fundamental para Minas, que já produz medicamentos, vacinas e soros. É possível por meio da Funed produzir a vacina contra a covid-19”, afirma Ederson.

Governo federal também tem responsabilidade Na terça (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou que estados e municípios podem comprar vacinas contra a covid-19, caso o plano de vacinação federal não atenda a contento à populações locais. A liminar atende a uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O médico Bruno Pedralva, do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, entende que a responsabilização de estados e municípios é um avanço. “A rigor, cada pessoa que morre, neste momento, é uma morte evitável, pois já existe a vacina. A decisão do STF é importante. Mas não podemos esquecer que comprar vacina é algo difícil e, certamente, o governo federal tem muito mais condições de fazer essas compras”, argumenta o médico.

Professores fazem carreata contra a volta das aulas presenciais em BH Os professores da rede municipal de Belo Horizonte mostraram mais uma vez serem contra a volta das aulas presenciais na cidade. Os trabalhadores realizaram uma carreata e um protesto em frente à Prefeitura Municipal, onde armaram cruzes pretas com cartazes contra a volta às aulas com o lema: “Aulas presenciais só com ampla vacinação”. O tema está sendo debatido pela Câmara Municipal de BH. O ato percorreu o centro da cidade. Um dos motivos da recusa dos professores a retornarem ao trabalho presencial é o falecimento de dois trabalhadores, infectados pelo novo coronavírus depois que foram convocados ao trabalho presencial. Diolino Rodrigues de Souza, que era porteiro, e o vigia Adão Nogueira.

A Assembleia economizou e devolveu ao Estado para a Saúde:

46 300

MILHÕES

80

em 2019

MILHÕES

em 2020

MILHÕES

em 2021

Com uma gestão responsável, ética e transparente, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais mostra que é possível reduzir custos e defender os interesses dos cidadãos.

ANÚNCIO

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Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

MINAS

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Professores de MG irão fiscalizar escolas para avaliar condições de retorno presencial EDUCAÇÃO Sindicatos apontam problemas graves na infraestrutura de escolas. Governo quer volta das aulas em 8 de março Elineudo Meira/@fotografia.75

Rafaella Dotta

“N

o que dependesse de nós, as aulas já teriam sido retomadas”, declarou o governador mineiro Romeu Zema (NOVO) em coletiva de imprensa na manhã da quinta (25). Não é o que apontam os profissionais da educação no estado. O sindicato da categoria afirma que o governo mineiro não realizou as melhorias nas escolas para que o retorno fosse possível.

Em uma coletiva de imprensa também na manhã dessa quinta, professores levantaram problemas graves. Com base em dados do Censo Escolar, pesquisa de

Dentre as 5 mil escolas estaduais de Minas, mais de 900 não possuem pátio externo

Governo irá contratar 30 mil profissionais a menos para este ano

2018, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostrou em um estudo que, dentre as 5 mil escolas estaduais de Minas, mais de 900 não possuem refeitório para alimentação, mais de mil escolas não possuem banheiro para funcionários e mais de 900 não têm pátio externo.

A própria página do Censo mostra ainda, entre escolas particulares e públicas, que apenas 45% possuem quadra de esportes coberta

e só 18% têm banheiro fora do prédio da escola.

Comitê de Fiscalização Os professores, tanto de escolas públicas quanto particulares, decidiram agir por si próprios. Orientando-se por parâmetros da Fiocruz, os professores lançaram o Comitê de Fiscalização, formado pelos próprios funcionários da educação, que vão realizar visitas às escolas em Minas Gerais.

A coordenadora do SindUTE/MG, Denise Ro-

mano, explica que o comitê irá funcionar por meio das subsedes do sindicato na capital e interior do estado, e começa as visitas na segunda-feira, 1º de março. “O nosso objetivo é dar publicidade à falta de condições que todos nós, funcionários, já conhecemos”, completou.

A presidenta do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Valéria Morato, falou em nome dos trabalhadores em escolas particulares, e segundo ela, a realidade não é muito diferente das escolas públicas. Ambientes pouco arejados, pequenos, ausência de espaços abertos, poucos banheiros e falta de mate-

rial de higiene são algumas das questões.

“Nós estaremos juntos com o SindUTE nesse comitê. Temos vários casos de contaminação de professoras e professores e as escolas continuam funcionando como se nada tivesse acontecido. Pedimos a fiscalização da vigilância sanitária e não fomos atendidos”, detalha Valéria.

Além de vistoriar a infraestrutura, o comitê também busca respostas para demandas óbvias: a escola tem pia? Tem água? Vai ter sabonete para todo mundo? Máscara para todo mundo? Avental? Álcool em gel? E um dos principais: o número de trabalhadores será suficiente para acompanhar as atividades com grupos menores de alunos?

Segundo informação da deputada Beatriz Cerqueira, o governo irá contratar 30 mil profissionais a menos para este ano.

Liminar da Justiça ainda impede o retorno Reprodução/ Secretaria de Estado da Educação do Paraná

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) analisou que durante toda a pandemia, o governo de Minas não realizou melhorias na infraestrutura das escolas, que já eram motivo de preocupação dos profissionais da educação antes do alastramento do novo coronavírus.

Em resposta a uma ação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE/MG), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais proibiu que o governo estadual retome as aulas

presenciais. A liminar de setembro de 2020 continua valendo.

“Na decisão da Justiça, os desembargadores esta-

beleceram vários requisitos que o estado não conseguiu cumprir. Toda vez que o governo anuncia retorno, é como se ele se esqueces-

se de que as aulas não retornarão porque o estado não conseguiu cumprir as condições sanitárias determinadas pelo Tribunal de Justiça”, relembrou Beatriz.

A resposta do governo a essa questão é vaga. Segundo declaração da secretária estadual de Educação, Julia Sant’Anna, algumas deliberações da Secretaria Estadual de Saúde e uma portaria que será publicada trarão “tranquilidade” aos desembargadores para autorizarem a retomada das aulas.

Como o governo planeja o retorno O protocolo divulgado pelo governo de Minas prevê o retorno do trabalho presencial nas escolas a partir de 3 de março, com retorno das aulas em 8 de março. A Secretaria de Educação aposta no “ensino híbrido”, com revezamento de aulas à distância e presenciais. O retorno às aulas presenciais é “opcional”.

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

OPINIÃO

Boiadas, mentiras e cortinas de fumaça João Paulo Cunha O maior problema do Brasil é a pandemia de covid-19.

Tudo o mais é menor ou decorrente, como a economia ou a educação. Ao chegar à marca de 250 mil mortos e mais de 10 milhões de contaminados pelo novo coronavírus, em apenas um ano, o país ainda registra seu pior momento em toda a pandemia. Em menos de dois meses de 2021, o estado do Amazonas e algumas cidades de São Paulo, registraram mais mortes pela doença do que em todo o ano de 2020. A média móvel de mortes no país completa mais de um mês na casa do milhar. Com a curva voltada para cima.

A vacinação se arrasta, mal chegou a 3% da população no caso da primeira dose e, em termos de imunização completa, com as duas aplicações recomendadas, não chega a 1%. As novas remessas de vacinas são anunciadas em escala tímida e incapaz de mu-

País registra seu pior momento em toda a pandemia dar o ritmo lento. As aquisições de outros imunizantes claudicam na burocracia, na ideologia e na mais estúpida guerra entre governo e laboratórios estrangeiros. Há uma nítida campanha antivacina em andamento.

Governo federal tem se esmerado em desviar a atenção da pandemia Com isso, nem mesmo a histórica eficiência e estrutura instalada do SUS em termos de imunização, que permite projetar até 2 milhões de aplicações de vacinas por dia útil – a maior marca do mundo – pode ser ativada. Além de não se programar para compra e distribuição de imunizantes, o governo ainda registra a diminuição de gastos no sistema público de saú-

de no período da maior crise sanitária de nossa história.

Não foi apenas na imunização que o governo federal falhou. Não conduziu campanhas de esclarecimento, exibiu por meio de autoridades, a começar pelo presidente, comportamentos irresponsáveis e apostou em medicamentos fajutos. Não investiu na criação de novos leitos hospitalares e no fortalecimento

Há uma nítida campanha antivacina em andamento

da atenção básica. Não contribuiu para a formação de pessoal especializado. Deixou faltar oxigênio, sedativos e testes.

Não comandou um esforço de vigilância de casos.

Europa e EUA têm mostrado recuo do primeiro movimento de manutenção das aulas.

O Brasil corre o risco de errar duas vezes ao recusar a experiência prévia de outros países.

Errou ao não levar a sério o lockdown, arrisca errar novamente ao seguir exemplos de abertura de escolas no período mais crítico da pandemia.

Não há nada mais importante que combater a pandemia da covid-19. Toda energia política precisa ser canalizada para esse desafio. Não teremos segunda chance. A vida só dá uma safra.

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Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021 Marcelo Ernersto

OPINIÃO

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Valéria Morato

Por uma agenda nacional em defesa da vida

Em defesa da educação e da vida, sempre!

Vivemos um momento extremamente desafiador e que nos requer, sobretudo, cuidado, empatia e zelo pela vida. Infelizmente, no último dia 24 de fevereiro, superamos no Brasil a casa das 250 mil mortes por covid-19. Nessa mesma data, foram 200 mortes registradas em Minas Gerais.

Tudo isso nos entristece muito e nos mostra que é preciso cuidar da vida, que o isolamento social e a vacinação em massa da população são necessários e urgentes. Nos deixa perplexos saber que, diante de um cenário tão desolador como esse, o governo do Estado anuncia protocolos de retorno às aulas presenciais.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), não tem medido esforços para defender, aquilo que o governo coloca em risco, ou seja, a vida de cada um e de cada uma.

Fomos à Justiça, para garantir, por meio de liminares, essa segurança do não retorno presencial às escolas neste momento de pandemia, que só cresce e assola o país e o nosso estado.

E temos recorrido a outros meios: imprensa, redes sociais, reuniões online, lives virtuais, etc. para denunciarmos a falta de infraestrutura adequada nas escolas estaduais. A partir de 1º de março, vamos constituir comitês de fiscalização em todas as regiões do Estado e visitar as escolas.

Estamos senTemos mais de 3.400 escolas e hoje, pelos dados do cen- do empurrados so Escolar, 900 unidades não possuem refeitórios, 1.027 escolas não têm um banheiro para os funcionários e mais de para o caos e 900 escolas não possuem pátio externo. Não houve, sequer, para a morte um planejamento de testagem dos profissionais que trabalham nas escolas.

O estado está transferindo a responsabilidade para a escola, para os pais e os trabalhadores em educação. Estamos sendo empurrados para o caos, para o abismo e para a morte.

Denise Romano é coordenadora-geral do Sind-UTE/MG

Leia os artigos completos no site brasildefatomg.com.br Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato

Valéria Morato é presidenta do Sinpro/MG e da CTB/MG

ACOMPANHANDO

Denise Romano

Graças à ação da oposição ao governo Bolsonaro, o Congresso Nacional aprovou, em 2020, o auxílio emergencial de R$ 600 que garantiu a subsistência de 64 milhões de brasileiras e brasileiros durante o primeiro ano da pandemia de covid 19, e atenuou as dificuldades encontradas por setores mais vulneráveis da sociedade como as mulheres, as negras e as mães-solo.

Um novo auxílio está em debate no Congresso Nacional.

Fortalecido nas duas casas, o presidente Bolsonaro articula uma PEC emergencial que estabelece quatro parcelas de irrisórios R$ 250 exclui cerca de 20 milhões de pessoas do benefício, e ainda prevê o fim da obrigação constitucional de gastos mínimos com saúde e educação, o Defendemos o que agrava ainda mais a si- retorno imediato tuação dos já combalidos orçamentos destas áreas, do auxílio congelados pelo teto de emergencial gastos.

Proposta, aliás, coerente com o projeto necropolítico que ascendeu ao poder em 2018 e tem como maior “realização” a morte de 250 mil compatriotas, vítimas da covid-19. É o resultado da complacência criminosa deste governo, que sabotou as medidas de isolamento social, a compra de insumos e vacinas e o estímulo à produção nacional do antivírus em escala compatível com os nossos desafios sanitários.

Não nos conformamos com este quadro de naturalização da morte. Defendemos o retorno imediato do auxílio emergencial e também do benefício emergencial às empresas prejudicadas pela pandemia. É preciso mobilizar a sociedade em defesa da vida, para que possamos sensibilizar, ao menos, o Congresso Nacional, que cumpriu papel determinante nesta questão em 2020.

Essas medidas, aliadas à urgente vacinação de milhões de brasileiros, podem restaurar um pouco da dignidade e da esperança perdidas nestes tempos obscuros.

...Na edição 321...

A solução é coletiva E agora...

Brasil registra maior média de mortes por covid em um dia e na semana Com a pandemia totalmente fora de controle, esta semana pode se tornar a mais letal desde o início da pandemia. Também esta semana, o país registrou a maior média de mortes diárias, calculada em sete dias.

São 1.124 vítimas diárias em média, o que supera o até então pior momento dia 25 de julho. O país alcançou 250 mil mortes pela doença na quinta (25). Demoramos 11 meses para atingir 200 mil mortes em 7 de janeiro e apenas 45 dias para alcançarmos 250 mil, em 25 de fevereiro.

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BRASIL

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

Bolsonaro apresenta MP da Eletrobras: “Agenda de privatização continua a todo vapor” Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados

Cristiane Sampaio

E

m mais um passo da agenda de privatizações, o governo Bolsonaro entregou ao Congresso Nacional, na terça (23), a Medida Provisória (MP) 1310, que prevê estudos voltados à capitalização da Eletrobras.

A ideia é sedimentar o caminho para a venda da estatal, que desde 1962 atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que o debate sobre MP da Eletrobras ocorrerá “com muita rapidez”

Parlamentares querem nomes dos financiadores estrangeiros de ataques à democracia Arte Bruno Fonseca/ Agência Pública / Foto Site Piloto Policial

Segundo Dias Toffoli os financiamentos visavam a desestabilizar o STF e o Congresso Nacional

P

ara o senador Rogério Carvalho (PT-SE) a importância da instalação de uma CPI da Lava Jato, pela qual iniciou o processo de recolhimento de assinaturas no dia 9 deste mês, ficou mais clara após a confirmação pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que houve financiamento internacional para campanhas de ataques nas redes sociais a instituições e à democracia brasileiras.

O magistrado deu a informação em entrevista na noite do domingo (21) ao Canal Livre, da Band. De acordo com o ministro, tais financiamentos visavam a desestabilizar “em especial” o STF e o Congresso Nacional.

Os ataques à democracia e fake news estão sendo investigados pelo STF em inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, que na semana passada mandou prender o de-

putado Daniel Silveira.

As fake news também são objeto de CPMI no Congresso, mas a comissão pode ser encerrada sem atingir os resultados esperados.

“Já tínhamos denúncia sobre esse financiamento externo, e agora pelo visto vão aparecer as provas, que vão jogar luz sobre um questionamento não só em relação às fake news, como também sobre a Lava Jato. Precisamos apurar quem são financiadores e financiados, quem está por trás, quais os interesses, e trazer essas pessoas para o centro do debate”, diz Carvalho.

“Nossa agenda de privatização continua a todo vapor”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro, em uma rápida coletiva de imprensa concedida durante o protocolo da MP. O mandatário acrescentou que o Congresso dará “a devida urgência” para a pauta.

Em um aceno de consonância com o discurso da gestão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que o debate sobre a propos-

ta inicia já na próxima semana.

Por ser uma medida provisória, o texto tem força de lei, mas precisa de aval do Poder Legislativo para se converter em norma definitiva. O prazo regimental para a apreciação de uma MP no Congresso é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Em caso de não votação até o fim desse período, o texto caduca e, portanto, perde a validade.

CNJ aprova resolução que recomenda ao Judiciário não autorizar despejos na pandemia José Cruz / Agência Brasil

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovou, na terça-feira (23), uma resolução que recomenda ao judiciário que não autorize ações de despejo durante a pandemia da covid-19. A matéria foi proposta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do Observatório dos Direitos Humanos ao Poder Judiciário (ODH).

“Esse ato é de extrema sensibilidade humana, isso é uma demonstração de nossa sensibilidade, diante do resultado que nos traz o magnífico observatório. Agradeço à CNBB por essa contribuição significativa aos direitos humanos”, afirmou o ministro Luiz Fux, presidente do CNJ, durante a audiência.

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

BRASIL

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Oposição critica barganha com verba de Saúde e Educação para liberar auxílio ECONOMIA Para líder da minoria no Senado, Bolsonaro faz “chantagem nefasta” com política que socorreu mais de 60 milhões em 2020 Elineudo Meira/@fotografia.75

GOVERNO DEMONSTRA RESISTÊNCIA AO AUXÍLIO DESDE O INÍCIO

Cristiane Sampaio

S

etores sociais e políticos que demandam a volta do auxílio emergencial têm reagido à conduta do governo Bolsonaro de condicionar o benefício à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 186, a chamada “PEC Emergencial”.

“Eles estão construindo um discurso de verdade única de que só é possível haver auxilio se houver aprovação dessa PEC, e ela traz uma série de problemas. Estão tentando via este momento de desespero dos bra-

Proposta é retomar benefício em quatro parcelas de R$ 250 sileiros, desses mais de 60 milhões que perderam o auxílio e estão aí entregues à fome e à pobreza”, afirma Elisa de Araújo, da ONG Conectas Direitos Humanos, uma das entidades da campanha “Renda Básica que Queremos” PEC dos ajustes fiscais De autoria da equipe econômica de Bolsonaro, lidera-

da pelo ministro Paulo Guedes, a PEC se destina à criação de mecanismos de ajuste fiscal para todos os entes federados. O texto foi protocolado no Congresso Nacional em novembro de 2019, mas ficou parado no Senado por conta das antipatias políticas que circundam a proposta.

Entre outras coisas, a medida acaba com as vinculações mínimas de verbas para as áreas de saúde e educação e veta reajustes salariais de servidores públicos em todas as esferas de poder. O argumento do governo é de que a volta do benefício precisaria vir acompanhada de cortes de outras despesas para evitar rombo no fluxo de caixa do Estado.

Quatro parcelas de R$ 250 Entre idas e vindas e após uma pressão multilateral pelo auxílio, a gestão está propondo agora a criação de um benefício de quatro parcelas de

Oposição garantiu auxílio de R$ 600, Bolsonaro se opôs

R$ 250, tendo como alvo um público de cerca de 40 milhões de pessoas. Além de o valor estar abaixo da metade do auxílio de R$ 600 aprovado pelo Congresso na primeira metade de 2020, o contingente de brasileiros a serem beneficiados cai em cerca de 25 milhões de pessoas.

“Ele, por um lado, viabiliza o pagamento de um auxílio bem menor e, em troca, coloca uma série de medidas de austeridade que reforçarão esse regime fiscal, esse ema-

Governo busca impor sacrifícios na saúde e educação para aprovar continuidade do auxílio ranhado de regras que ou vão significar corte de gastos em meio a uma crise, que é o que estamos vivendo agora, ou vão determinar cortes de gastos estruturalmente, independentemente da situação do país”, afirma o economista e assessor técnico do Senado Bruno Moretti, ao comentar o raio de alcance da PEC 186.

O auxílio emergencial é um tema a que o governo vem demonstrando resistência desde o início da pandemia. No primeiro semestre de 2020, quando os debates sobre a necessidade de uma renda mínima emergencial começaram a pipocar no Legislativo, a gestão Bolsonaro foi duramente pressionada e reagiu apresentando uma proposta de apenas R$ 200 de socorro aos trabalhadores.

Mas, diante do agravamento da crise social e do desastre econômico nacional, o valor não convenceu a oposição, que puxou o debate sobre o assunto. O governo terminou emparedado, com a aprovação pelo Congresso Nacional de um benefício de R$ 600, depois reduzido para R$ 300, sob intensas críticas. A política se encerrou em dezembro e agora está no centro de uma das principais quedas de braço entre governo e oposição.

“O que Bolsonaro está fazendo é uma chantagem nefasta. A PEC deveria apenas viabilizar a prorrogação do estado de calamidade, do auxílio emergencial e de outras despesas, como do SUS, mas virou um pacote de maldades”, disse, o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN).

Nossos direitos AS REGRAS PARA O RECEBIMENTO DA PENSÃO POR MORTE MUDARAM

A pensão por morte é um benefício pago ao dependente do trabalhador contribuinte do INSS que veio a falecer.

Há novas regras em vigor para o recebimento do benefício após a Reforma da Previdência. Anteriormente, não era exigido do falecido um número mínimo de contribuições ao INSS para que o dependente pudesse receber a pensão. Pela regra atual, são necessárias 18 contribuições. Se o falecido não as tiver alcançado, ou se a união estável/casamento não tiverem sido iniciadas pelo menos dois anos antes do óbito, o benefício será pago por apenas quatro meses ao dependente.

Para os casos de casamento/união estável superior a dois anos, e mais de 18 contribuições mensais, o benefício, que antes era vitalício, somente passa a vigorar para dependentes com mais de 45 anos ou com alguma invalidez. Dependentes menores de 45 anos podem receber por 3 a 20 anos o benefício, a depender da sua idade. Esses são somente alguns aspectos gerais das mudanças.

Jonathan Hassen é advogado popular

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MUNDO

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

Covid: quebra de patente de vacinas

Divulgação

China pede diálogo aos EUA

Xinhua-Yue Yuewei

Nos EUA, a vacinação segue rota do dinheiro Michael Appleton Mayoral / Photography Office

Personalidades de mais de 30 países, como o ex-presidente Lula (PT), o ativista francês Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa)e o ex-presidente equatoriano Rafael Correa assinaram, no último dia 20, um manifesto pela quebra de patente das vacinas

contra a covid-19. Com as patentes suspensas temporariamente, os imunizantes seriam produzidos em sua versão genérica em larga escala. Isso possibilitaria o acesso à vacina para milhões de pessoas de maneira mais rápida e barata.

A China ratificou, na segunda-feira (22), sua disposição de levar adiante os laços com os Estados Unidos por um caminho do respeito e da cooperação. Durante um fórum organizado pelo Ministério das Relações Exteriores da China sobre os vínculos entre Beijing e Washington, o chance-

ler chinês Wang Yi assegurou que os laços entre as duas maiores economias do mundo estão em uma encruzilhada e pediu que o presidente Joe Biden trabalhe junto com as autoridades chinesas para desfazer os danos causados pela administração de Donald Trump às relações bilaterais dos dois países.

Segundo apurou a agência STAT News a vacinação em território estadunidense acontece de forma desigual entre ricos e pobres. Na Califórnia, o estado mais rico e populoso do país, habitantes de regiões com maior poder aquisitivo são imunizados em uma taxa 56% maior. O padrão se repete em todas as áreas dos Estados Unidos.

ANÚNCIO

por vacina para todos já Auxíl io emer genci al Contra as privatizações contra a reforma administrativa vOLTA AS AULAS SÓ COM VACI NAÇÃO

#For abol sona ro

#impeachmentjá

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Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

ENTREVISTA 11

Gasolina tem alta de 34% no ano; o que a privatização da Petrobras tem a ver com isso COMBUSTÍVEIS “A Petrobras não tem como atender a dois senhores: atende ao povo brasileiro ou ao mercado e ao acionista”, afirma pesquisador Caroline Oliveira

A

mudança da diretoria da Petrobras, anunciada na sexta-feira (19), de Roberto Castello Branco para o general Joaquim Silva e Luna, reabriu o debate sobre a política de preços dos combustíveis, atualmente atrelados aos valores do mercado internacional e não aos custos de produção no Brasil.

Com o fim do monopólio estatal em relação à Petrobras, ainda em 1997, que levou à repartição da estatal em ações na Bolsa de Valores, os interesses do mercado financeiro se sobrepuseram ao caráter público e social da companhia, construída inicialmente com o objetivo de atender ao mercado interno praticando os menores valores possíveis.

O entendimento é de Paulo César Ribeiro Lima, especialista em petróleo que trabalhou por 16 anos no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no desenvolvimento de tecnologias

Atual gestão destruiu a Petrobras, vendeu os campos em terra, plataformas, gasodutos, parque de refino e a distribuição

para exploração e produção de petróleo em águas profundas, e, posteriormente, como consultor legislativo do Congresso Nacional, participando ativamente da construção dos marcos legais do Pré-Sal. Em suas palavras, “houve uma distorção enorme com relação à ação da Petrobras”.

“A Petrobras não tem como atender a dois senhores: atende ao povo brasileiro ou ao mercado e ao acionista. Mas atualmente o foco é o acionista privado, que tem 60% do capital”. As últimas gestões da Petrobras, tanto do governo de Jair Bolsonaro quanto de Michel Temer, vêm sedimentando a privatização da estatal em detrimento de seu caráter público e social.

Brasil de Fato: Como o senhor vê a troca da gestão da Petrobras de Roberto Castello Branco para o general Joaquim Silva e Luna? Era algo esperado?

Paulo César Ribeiro Lima: Eu particularmente não esperava, mas o que acontecia na Petrobras na gestão de Roberto Castello Branco é o maior absurdo que eu já vi na empresa. Eu tenho 40 anos de petróleo e nunca vi uma aberração tão grande como a gestão de Castello Branco.

Vou dar alguns exemplos.

A Petrobras pratica uma política que se chama Preço de Paridade de Importação (PPI), que faz com que o povo brasileiro e as distribuidoras paguem mais aqui no Brasil do que no mercado internacional. É como se o diesel e a gasolina fossem

Geraldo Magela /Agência Senado.

Nós temos tudo, petróleo, a Petrobras, competência técnica, e o povo não recebe nenhum benefício

O mercado quer atender os Acionistas, não quer atender ao povo brasileiro importados. A Petrobras vende GLT pelo dobro do mercado internacional.

Quando se importa diesel e gasolina, tem custos, tem de haver lucro nessa operação. Então, quando importa, tem que pagar frete, tarifas portuárias, margem de lucro, seguro, uma série de adicionais.

Então se soma isso ao preço internacional. Mas a Petrobras não tinha esses custos e não precisa ter esses custos, porque se as refinarias estiverem a plena carga, com o baixo consumo que temos hoje no Brasil e a adição de biodiesel, a Petrobras é autossuficiente em diesel e em gasolina.

O senhor afirmou que defende uma Petrobras pública, monopolista e voltada para atender ao mercado interno com os menores preços possíveis, delineando uma função social da estatal. Esse caráter público e social da Petrobras está longe de ser uma realidade hoje?

Nós temos tudo, petróleo, a Petrobras, competência técnica, e o povo não recebe nenhum benefício. A Petrobras não tem como atender a dois senhores: atende ao povo brasileiro ou ao mercado e ao acionista. O mercado quer atender os acionistas, não quer atender ao povo brasileiro. O mercado quer que o acionista seja remunerado, e o foco é o acionista privado, que tem 60% do capital da Petrobras.

Não sei o que vai acontecer daqui para frente, mas existe uma mensagem de que a Petrobras precisa atender também aos interesses do povo brasileiro,

não é só o mercado.

Não sei o que vai acontecer com o general, mas nós tínhamos uma pessoa colocada por Bolsonaro que não tinha nem respeito pelo povo brasileiro, cobrava PPI, destruiu a Petrobras, vendeu os campos em terra, plataformas de águas rasas, gasodutos da região Sudeste, Norte e Nordeste, praticamente metade do parque de refino, vendeu ilegalmente a BR Distribuidora. Qual empresa no mundo vende a distribuição? Eu não conheço nenhuma que vendeu a distribuição.

Teve uma época que a gente queria transformar a Petrobras numa empresa de energia, porque o petróleo tem um ciclo. A importância do petróleo vai diminuir, como a importância do carvão diminuiu, como a importância da lenha diminuiu. Ele paralisou todos os investimentos em energias renováveis.

Leia entrevista completa no site brasildefatomg.com.br

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VARIEDADES

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

CIÊNCIA, COISA BOA! A VIDA SE BASEIA NO EGOÍSMO OU NA COLABORAÇÃO?

FIQUE

BEM Oi pessoal! Seguem as dicas da semana para melhorar nossa qualidade de vida:

CUIDADO COM O CAFÉ

Essa é uma das bebidas mais deliciosas do mundo, não é mesmo? É estimulante, saborosa e indispensável para começar o dia. No entanto, tudo que é demais, é perigoso. Observe a quantidade de café que você está tomando! Não abuse, a cafeína pode ser inimiga de uma boa noite de sono. E a pandemia aumentou bastante o tempo em que ficamos em frente às telas, o que também estimula e causa ansiedade. Ou seja, um pouco de café vai bem, mas muito pode piorar o seu estresse e agitação.

Meu amigo Léo postou em suas redes sociais um interessante vídeo.

Nele, o pesquisador Antônio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, defende a ideia de que a vida na Terra se baseia na colaboração.

Seu argumento é de que um organismo multicelular (como o corpo humano) consiste em um sistema extremamente complexo formado por trilhões de partes que cooperam entre si para manter sua harmonia.

“A linha mestra de funcionamento de um sistema natural é cuidar do próximo. Quando surge um egoísmo no sistema, tem alguma coisa que não está funcionando direito”, afirma Nobre. Exemplo disso seria o aparecimento de uma célula cancerígena, que deixa de colaborar com o todo e passa a fazer mal ao organismo.

No final do vídeo, o pesquisador extrapola essa ideia comparando-a com o funcionamento da sociedade atual. Ao contrário, essa se basearia no egoísmo, ao premiar o tempo todo os indivíduos mais competitivos e que pensam somente em seu benefício próprio. Ou seja, os vivos seguem uma lógica colaborativa Seres humanos seres e a humanidade uma lógica egoísta. podem agir de Esse vídeo de pouco mais de seis minuforma verdadei- tos me fez lembrar de um livro bastante importante para quem estuda biologia. “O ramente Gene Egoísta”, do biólogo britânico Richard altruísta?

Dawkins. Nessa obra, o autor defende basicamente a ideia oposta apresentada por Nobre. Para ele, toda a vida na Terra se baseia no egoísmo e o altruísmo real é impossível em termos naturais.

Na conclusão de seu livro, Dawkins afirma que os seres humanos, por possuírem a racionalidade, são os primeiros seres vivos que podem agir de forma verdadeiramente altruísta. Desde que nos esforcemos e nos organizemos nesse sentido.

Você já parou para pensar nessas questões? Acho esse debate interessantíssimo e creio que podemos aprender muito com ele, pois há bons argumentos de ambas as partes.

Contudo, atenção! É sempre importante tomarmos muito cuidado ao transpor teorias das ciências naturais para tentar explicar fenômenos sociais. Não é raro esse tipo de armadilha. A ciência observa um padrão na natureza e os mais afoitos logo afirmam que determinada coisa que acontece em nossa sociedade, em nossas vidas, se dá da mesma forma, segue o mesmo padrão. Não é bem assim…

Eu tenho minha opinião nessa polêmica, mas não vou apresentá-la hoje.

Quero saber o que você pensa sobre o assunto! Escreva para gente e conte o que você acha.

Um abraço (especial para o Léo desta vez) e até a próxima!

Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

EXPERIMENTE MAIS CHÁ

Chá também é uma delícia. Se você adora um cafezinho depois do almoço, mas sofre com aquela azia mais tarde... que tal tomar um chazinho?

Muitos são estimulantes e têm inúmeros benefícios para a saúde. Uma pesquisa da Universidade de Surrey, da Inglaterra, comparou voluntários que consomem chá e café. Aqueles que tomam mais chá tem mais facilidade para adormecer e têm noites de sono mais longas e duradouras.

QUAL COMPRAR?

Prefira os chás vendidos em mercados, a granel e natural. Evite comprar os chás de saquinho, pois eles costumam ter corante e outros aditivos químicos. Uma ótima opção é plantar em vasos. Capim cidreira e hortelã-pimenta, por exemplo, são muito resistentes e sobrevivem facilmente em apartamentos.

Um beijo da Jana!

Janaína Cristina escreve sobre dicas de bem-estar e autocuidado

AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Na minha casa tem três idosos com mais de 89 anos.

Fiz o cadastro deles no 156 para receber a vacina contra a covid, mas ainda não deram retorno. Tentei resolver pelo 156 e não consegui. O que eu faço?

Elizabeth, de Belo Horizonte.

Quem ficou para trás não perde o direito de receber a vacina. Em Belo Horizonte, até o momento, foram contemplados parte dos trabalhadores da saúde; população e trabalhadores das instituições de longa permanência e idosos de 86 anos ou mais. A imunização é uma ação típica de prevenção, historicamente organizada pela Atenção Primária à Saúde. Então, um canal que a população tem, que não pode ser esquecido, é o centro de saúde de referência. Nos centros de saúde existem enfermeiras, que são as responsáveis pela imunização. Você pode ligar no centro de saúde mais próximo da sua casa e conversar com uma enfermeira. Caso não consiga, fale com a gerência da unidade, que também é responsável por todas as ações da atenção primária no seu território.

Mesmo que a unidade mais próxima não esteja aplicando as vacinas, os profissionais de lá podem te ajudar a resolver a situação.

Os endereços e telefones dos centros de saúde de BH estão disponíveis no site da prefeitura.

Mande sua dúvida para amigadasaude@brasildefato.com.br

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

15 VARIEDADES 13

www.malvados.com.br

SALADA GREGA Reprodução / Recipe Goulash

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Jornalista especializado em Fór- Autoritário; mula 1 que cobre o esporte des- despótico de 1972, é também o criador do Hora (?), anuário "AutoMotor" adicional de salários Duradouro Bom resultado Conjunto de normas jurídicas que regulam as relações privadas entre os cidadãos

O sociólogo Betinho, o arquiteto Oscar Niemeyer e o músico Geraldo Vandré, durante o Regime Militar Solitária (Med.)

Bebidas gasosas cujo alto consumo pode gerar problemas de saúde

Formato de vigas Tipo de carro Carne muito usada no preparo do "picadinho"

Ditongo de "beijo" (Gram.)

Metal da bateria de celulares (símbolo)

Ano, em francês Raiz de dez mil (Mat.)

(?) de pescadores: condição de Trancoso antes de ser um famoso destino turístico

Indicação usual contra contusões (?)-culpa, confissão de erro Baús

A aniversariante da festa de 15 anos

(?) da meianoite, fenômeno do verão polar Reação esperada pelo humorista

Ingredientes

Fixados Significado da bandeira a meio mastro

Matança de gado Orlando Orfei, domador

(?) Grosso, Estado do Porto do Baé

Lista de opções no visor do A roupa de celular caipira, na Persona- festa junina gem comum em séries criminais (TV)

• 1 pepino japonês • 1 cebola roxa • 1 bandeja de tomates cereja • 100 g de queijo branco (a receita original leva queijo feta, que é feito com leite de ovelha e de cabra) • Azeitonas pretas a gosto • Azeite a gosto • Sal e pimenta-do-reino a gosto

(?) o bico: delatar (bras. gír.)

Pedaço, em inglês Impresso para turistas

Encontrar, em inglês Cicatrizante natural de origem apícola

(?) Steinbrecher, jogadora de vôlei

Molho Arte, em latim

2/an. 3/ars — bit — mea. 4/flex — mari — meet. 5/tênia. 12/metrossexual.

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Solução M M A D

R E E X G T I R N A A L D D E O B L U E T M A E N T P E

D R S I S T E I T O F A A R E I T O C I O L E G C R M E E I A R M A R C A L C N T A BA T O R O S S E T O A S M L U E A J E T I R I T O

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N T L E N V I A A I S D O L E X U A B M R A P I A R

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E X I L A D O S P O L

BANCO

24 horas Terra natal de Gonzagão (PE)

Rocha que forma o piso do oceano

Causar sofrimento físico

Diz-se do homem que se preocupa muito com a sua aparência

• Corte a cebola roxa em cubos médios e deixe de molho na água gelada por mais ou menos 15 minutos. Isso deixa o sabor dela menos ardido. Escorra bem; • Corte os tomates em quatro partes. A ideia é que fiquem pedaços grandes; • Corte o pepino em meia lua, mais ou menos do mesmo tamanho dos pedaços de tomates; • Corte o queijo em cubos médios; • Em uma tigela, misture todos os ingredientes com as azeitonas e tempere com sal e pimenta-do-reino; • Regue com muito azeite e sirva com pães ou torradas.

14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021 ANÚNCIO

'Quarto de Despejo: diário de uma favelada' é relançado em edição especial LITERATURA Escrito por Carolina Maria de Jesus, livro é atual e revela um olhar original para a vida na favela

A escritora Carolina Maria de Jesus ajuda a atriz Ruth de Souza a caracterizar a protagonista da peça Quarto de Despejo, em 1961, de Edy Lima

Redação

E

m comemoração aos 60 anos da obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, escrita por Carolina Maria de Jesus, a Editora Ática relançou o livro em edição especial, com fotografias e manuscritos originais da autora. A publicação, que já foi traduzida para 13 idiomas, é uma das mais importantes da literatura brasileira.

A capa da edição comemorativa é do artista plástico No Martins e o prefácio é da escritora belo-horizontina Cidinha da Silva, autora de Um exu em Nova York, ganhador do Prêmio Biblioteca Nacional de 2019. Além disso, é lançado também, de forma inédita, um livro com a adaptação da obra para o teatro, escrita pela jornalista, escritora e dramaturga Edy Lima, em 1961. Nos palcos, Carolina Maria de Jesus foi interpretada pela atriz Ruth de Souza.

Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, Carolina Maria de Jesus era catadora de papel e anotava seu dia a dia em cadernos encontrados no lixo. Com um olhar original sobre a favela, a autora re-

lata como sobrevive às mazelas da sociedade brasileira. Em entrevista para a Rádio UFMG Educativa, Laura Prado, coordenadora do núcleo de literatura do Somos Educação, comenta que a obra de Carolina Maria de Jesus é atual e representa, infelizmente, a realidade de muitas periferias do país.

“Por ser um diário, ela conta, com sua simplicidade de linguagem, o dia a dia. A gente percebe um ambiente de extrema pobreza e de desigualdade social, de classe, de gênero e de raça que existe ali e que existe até hoje. E ela sobrevive à miséria, à fome, com os filhos para criar”, comenta.

No dia 15 de julho, por exemplo, Carolina escreve: “Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar”.

O livro mantém o texto original, que por vezes foge ao português padrão, e evidencia o autodidatismo da autora e linguagem oral.

Serviço Quarto de despejo: diário de uma favelada (Edição comemorativa). De Carolina Maria de Jesus. Editora Ática. Preço médio R$ 49,90 Quarto de despejo: teatro – Baseado no diário de Carolina Maria de Jesus. De Edy Lima. Editora Ática. Preço médio R$ 49,90

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIAS GERAIS EXTRAORDINÁRIAS O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Águas e em Serviços de Esgotos no Estado de Minas Gerais – SINDÁGUA-MG, com sede e foro na cidade de Belo Horizonte, rua Congonhas, nº 518, bairro Santo Antônio, CEP: 30330-100, com base territorial em todo Estado de Minas Gerais, vem através de seu presidente Sr. Eduardo Pereira de Oliveira, no uso de suas atribuições institucionais e na forma estatutária, convocarem a categoria profissional dos trabalhadores das Empresas de Saneamento das Cidades de Araújo, Bom Sucesso e Paraguaçu, para Assembleia Geral a realizar-se no dia 05 de março de 2021, preferencialmente, em primeira convocação às 08:00 horas, com quórum estatutário, e em segunda convocação às 08:40 horas, com qualquer número de presentes ou em horário estabelecido entre os dirigente sindicais e os gerentes das localidades na sede da SANARJ na Avenida Paraná S/N – Araújo, na sede das Águas de Bom Sucesso, na Avenida Gambraia Neto S/N bairro Indústria em Bom Sucesso e na ETA de Paraguaçu, havendo também possibilidade de assembleia virtual em virtude dos riscos de contaminação do Covid-19, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1º) Abertura da Campanha Salarial 2021, referente ao período de 01 de maio de 2020 a 30 de abril de 2021, com discussão e aprovação de pauta a ser enviada a empresa. 2º) Manutenção de “caráter permanente” da assembleia geral, até a aprovação do Acordo Coletivo e/ou instalação de Dissídio, fórum que poderá ser convocado independente de outro edital; 3º) Poderes à Diretoria para negociar livremente, participar de procedimento de mediação ou arbitragem, assinarem acordo coletivo, ou ajuizar dissídio coletivo de natureza jurídica e/ou econômica. 4º) Deflagração de movimento grevista, através de paralisação coletiva do trabalho; 5º) Ficam desde já autorizadas às práticas de atos e procedimentos de natureza secundária ou subsidiária ao êxito do processo de obtenção de instrumentos normativos que garantam o avanço dos direitos sociais e econômicos da Categoria Profissional. Belo Horizonte, 25 de fevereiro de 2021. Eduardo Pereira de Oliveira – Presidente.

ANÚNCIO

O SINDIBEL continua na luta para que todos os servidores que estão na linha de frente da Covid-19 sejam incluídos no Plano de Vacinação!

Saiba mais no site: sindibel.com.br

Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

COMEÇA O CAMPEONATO MINEIRO

Bruno Cantini / Agência Galo

Sábado (27), tem início a edição 2021 do Campeonato Mineiro de futebol. O Cruzeiro estreia no Parque do Sabiá contra o Uberlândia, às 16h. O América recebe o Boa Esporte no Independência, às 19h. O Atlético, atual vencedor da competição, só joga no domingo (28), contra a URT. A partida começa às 18h15, no Mineirão. As novidades são o retorno do Pouso Alegre Futebol Clube, após mais de

duas décadas fora da competição, e o Athletic Clube, de São João Del Rey, que, após mais de 100 anos de existência, retornou ao futebol profissional em 2018. Ambos jogam domingo: o Pouso Alegre recebe o Coimbra, no estádio Manduzão, em Pouso Alegre; o Athletic visita a Patrocinense, no estádio Pedro Alves do Nascimento, em Patrocínio.

ESPORTE

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OLIMPÍADAS: REVEZAMENTO DA TOCHA NÃO PODERÁ TER GRITOS

Agência Brasil

Adiados para 2021, em função da pandemia, os Jogos Olímpicos de Tóquio terão o revezamento de tocha com restrições. A atividade começa no dia 25 de março, partindo de um local simbólico em Fukushima. Portadores da tocha devem passar por exames médicos, deverão evitar qualquer tipo de aglomeração e poderão correr sem máscara, desde que mante-

nham distanciamento. Isto porque, segundo o Comitê Olímpico Internacional, nem todos os países estão proporcionando a vacinação a seus atletas. Já os espectadores deverão se limitar a assistir a trechos da corrida que passem perto de suas casas, usar máscaras e não poderão comemorar com gritos ou torcidas.

ANÚNCIO

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Belo Horizonte, 26 de fevereiro a 4 de março de 2021

Flamengo perde, mas termina com o título

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Divulgação / Camarões

BRASILEIRÃO Inter deixa escapar a chance de sair da fila de 41 anos Alexandre Vidal/ Flamengo

Mesmo sem encantar, Flamengo jogou o melhor futebol da competição Mesmo com a ajuda do São Paulo, o Internacional perdeu a chance de conquistar o tetracampeonato brasileiro, após 41 anos na fila. O Colorado não saiu do 0 a 0 com o Corinthians, no único jogo da noite em que ninguém balançou as redes.

Mineiro de testes

“Para os treinadores, não há oportunidades iguais. Se olharmos os números, veremos que praticamente não há negros em posições de poder maior no futebol. E isso é um caso geral, é só analisar nossa sociedade inteira”

Galo no G4 O Galo garantiu a presença no G4, ao derrotar o Palmeiras no Mineirão por 2 a 0. Os gols atleticanos foram marcados pelo volante Jair, aos 33’ do segundo tempo, e o atacante Eduardo Sasha, aos 43’. Com o resultado, o time mineiro termina o campeonato na terceira colocação e tem acesso direto à fase de grupos da Libertadores 2021.

A esperança segue firme

Clarence Seedorf, ex-jogador e treinador surinamês.

CAMPEONATO MINEIRO 2021 COMEÇA NESTE FINAL DE SEMANA PRA QUE FÉRIAS, NÉ?

@ANDREFIDUSI

Flamengo, mesmo perdendo para o São Paulo nesta quinta (25), no Morumbi, por 2 a 1, comemorou o título do Campeonato Brasileiro 2020, o segundo consecutivo, o oitavo em sua história. Em seu último jogo no torneio, o time do técnico Rogério Ceni saiu atrás no marcador, com gol de Luciano, de falta, no primeiro tempo. Depois, empatou com Bruno Henrique e viu o Tricolor ficar novamente à frente, com Pablo.

Terminou o jogo com derrota por 2 a 1, mas faturou o octacampeonato.

O volante Edenílson chegou a anotar nos acréscimos do segundo tempo, mas o VAR acusou impedimento. Com o placar no Beira-Rio, o time do técnico Abel Braga terminou a competição com 70 pontos, um atrás do Flamengo.

O título consagra o favoritismo rubro-negro, já que o time carioca, embora não tenha feito uma temporada tão espetacular quanto a 2019, jogou o melhor futebol do Brasileirão.

Esquentando os motores

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

Precisou de uma pandemia bagunçar o calendário do futebol brasileiro para o América, enfim, fazer o que a torcida sempre pediu: usar o Campeonato Mineiro, ou pelo menos parte dele, para realizar testes e, sobretudo, colocar a meninada da base para jogar. No Decacampeão único amistoso realizado antes da estreia, o time inicial foi uma mescla de remanescentes do elenco que não tiveram muita chance na temporada anterior com quatro meninos da base, e o time do segundo tempo foi inteiramente com os jovens. De fato, esse é o momento de ver se o Coelho tem um bom elenco para a Série A, quais jogadores podem ser efetivamente aproveitados, quais devem ser dispensados e em quais posições será preciso reforçar.

Sampaoli se vai. Quem será o substituto? Renato Gaúcho é um boleiro identificado demais com o Grêmio. Quanto a Cuca, seu prestígio no Galo é esfacelado pelo passado como jogador e pelos bastidores no Mundial. Uma condenação por estupro de adolescente na É Galo doido!estrangeiros.

Suíça. Há restrições a técnicos Não sei o motivo. Sampaoli, apesar do temperamento, teve desempenho surpreendente.

Tinha um grupo pouco conhecido, exigiu reforços de qualidade duvidosa, mas o time se credenciou a conquistar o Brasileiro em quase toda a competição. Vejamos como se comportará o elenco, reforçado com Nacho Fernandez, Hulk e Dodô, com o novo comandante. Mesmo com um grupo em que acontecerão perdas e ganhos, a esperança segue firme.

Salve, nação! Rafael Sóbis está bastante motivado com o início dos treinamentos. Segundo o atacante, os treinamentos de Felipe Conceição são diferenciados. Conceição se enquadra na nova geração dos técnicos “estudiosos”, diferentes dos Negra técnicos boleiros, La Bestia que levam o elenco na conversa pautados no conhecimento de quem “viveu o futebol dentro de campo”. Começamos a temporada, portanto, com um perfil totalmente diferente dos técnicos que tivemos ano passado. Iniciamos com Adilson e Enderson e encerramos com a raposa velha do futebol Felipão. É torcer para que Felipe Conceição comece a dar resultados, ainda que o contexto administrativo do clube não seja favorável.

Saudações celestes!

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