Edição 300 do Brasil de Fato MG

Bruno Haddad /Cruzeiro

Que fase!

Reprodução

Bom de prosa…

Com menos de 50 dias como técnico, Rogério Ceni é demitido do Cruzeiro em plena luta contra rebaixamento

Das muitas qualidades do povo brasileiro, a habilidade para convencer os outros é uma das mais fascinantes

ESPORTE 15

CULTURA 14

MG Minas Gerais

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019 • edição 300 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

MAIORIA DO STF VOTA POR ANULAR SENTENÇA DA LAVA JATO

A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) impôs uma forte derrota à Lava Jato na quinta-feira (26), ao julgar o caso de ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil. Resultado pode abrir precedente para outros casos, como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão final, entretanto, não foi proferida e sua aplicação não foi definida I BRASIL 9 Milton Santos /UFU

Clarissa Barçante /ALMG

Fechamento de unidade da Cemig piora serviço Consumidores de Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Sabará, Vespasiano e mais seis cidades serão prejudicados sem unidade São Gabriel MINAS 5

MINAS

4

Cortes em universidade prejudicam população Quase mil trabalhadores da Universidade Federal de Uberlândia foram demitidos, alunos estão sem bolsas de estágio e sem transporte

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

É preciso transformar rejeição em ação

ESPAÇO DOS LEITORES

“Que demais, meninas!!”

Linanchieta comentou na postagem do Instagram do Brasil de Fato MG (@brasildefatomg) sobre o programa de rádio “Renan, eu sei que você está respondendo com base em evidências científicas disponíveis, mas o óleo de coco é muito utilizado no tratamento da candidíase e em outras questões de saúde da mulher, por ter uma ação antifúngica devido ao ácido caprílico. Quando procurei, achei apenas artigos em inglês que afirmavam resultados mais conclusivos, mas no Brasil há muitas pesquisas, ainda iniciais.”

Fernanda Jatobá comenta a Coluna de Ciências da edição 298: “Oléo de coco é bom pra quê?”

Gente, tem que parar esse homem, está destruindo o país.

Marciajulit comenta a capa da edição 299, que teve a manchete: “Um país à venda”

Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg

O discurso de Bolsonaro na ONU estarreceu todo o mundo com o tom agressivo e sua completa incapacidade de se portar em um ambiente de diplomacia internacional. Durante sua fala, chegou a enaltecer a ditadura militar no Brasil, atacou outros países e mentiu para o mundo dizendo que os indicadores de desemprego e violência estão diminuindo.

Em meio a toda visibilidade mundial da questão ambiental no país com as queimadas e os inúmeros garimpos clandestinos na Amazônia, Bolsonaro teve a petulância de afirmar que a maioria das queimadas são de responsabilidade dos indígenas que botam fogo na floresta.

Além disso, atacou a imprensa dizendo que o aumento do desmatamento no Brasil não passa de mera invenção da mídia nacional e internacional.

Zema precariza e diminui qualidade do ensino O governo Bolsonaro conduz uma política externa de subserviência aos interesses dos EUA e tem prejudicado, sistematicamente, as relações do país com as demais nações. Importante lembrarmos que o Brasil foi expulso da Cúpula Climática da ONU e as repercussões de seu discurso nesta semana provavelmente dificultarão a possibilidade do acordo Mercosul com União Europeia.

Popularidade em baixa A repercussão negativa não é só internacional. A recente pesquisa

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

realizada pelo Ibope, e divulgada nesta semana, revela que a popularidade, a confiança da população e a aprovação popular ao governo de Jair Bolsonaro não param de cair. O índice de reprovação do início de seu governo é o maior desde a redemocratização do país. Essa ampliação da rejeição popular é um

Bolsonaro conduz política subserviente aos EUA indicador objetivo de que a implementação do programa neoliberal, privatizante, antipopular e contra a soberania nacional tem piorado, a cada dia, a condição de vida do povo.

Em Minas Gerais, o governo de Romeu Zema tem seguido o mesmo receituário programático. Em conferência realizada nesta semana para um grupo de jovens liberais, o governador afirmou que pretende privatizar todas as estatais mineiras. Suas ações já têm surtido efeitos negativos na vida dos mineiros, seja com o fechamento da unidade São Gabriel da CEMIG ou com a diminuição de salas de aula que tem piorado a educação, diminuindo a qualidade do ensino e precarizando a condição de trabalho dos professores.

As pesquisas apontam que a rejeição ao programa implementado por Bolsonaro e Zema tem aumentado cada vez mais, contudo, o povo brasileiro ainda tem o desafio de transformar o sentimento de rejeição em ações que impeçam o avanço dessas medidas impopulares.

PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, Izabela Xavier, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, Jordânia Souza, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário e Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação

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Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

PERGUNTA DA SEMANA

De 35° a 11°, Belo Horizonte passou por dias muito quentes e outros muito frios nesse início de primavera. As frases “Que calor!”, “Que seco!”, “Que frio!” passaram na boca de todo mundo. Mas queremos saber a sua preferência:

De qual estação do ano você mais gosta?

Eu gosto de todas. Pois tenho que viver todas as estações, não tem jeito. Se eu pudesse tirar um período sem trabalhar, eu escolheria uma para tirar férias, passear. Mas como não posso deixar de trabalhar, eu gosto de todas as estações.

Nilton Antunes, administrador

GERAL

3

Número da Semana

37%

dos brasileiros, cerca de 60 milhões de pessoas, convivem com as dores causadas pela postura incorreta ao manusear os smartphones, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para evitar as lesões, a orientação é manter o celular na altura dos olhos ou sobre algum suporte.

Exercícios e alongamentos durante o dia também são recomendados.

Coleta seletiva em BH Amira Hissa /PBH

Não estou gostando muito da primavera, porque começou essa chuva. Eu gosto mesmo é do outono. Eu acho que o vento, o friozinho, o clima e tudo em geral no outono é bonito.

Michelle Pires, auxiliar de departamento fiscal

A coleta seletiva porta a porta da capital mineira foi assumida por associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Desde a semana passada, as organizações, que fazem parte do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte, atendem a uma população aproximada de 388 mil habitantes de 36 bairros. Antes, a coleta era realizada por empresas.

“Além de fortalecer as associações e cooperativas, também vamos ter uma renda. Com o recurso, vamos poder pagar os motoristas e os coletores”, avalia Marcos Antônio Elias, diretor de uma das cooperativas, a Coopesol. Segundo informações da PBH, cerca de 200 famílias de cooperados serão diretamente beneficiadas.

Marcelo Camargo /Agência Brasil

Declaração da Semana “Bolsonaro não é líder, é um doido que está incentivando a destruição”

Disse o líder indígena Raoni Metukire, no dia 13, durante o 9º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, em Brasília (DF). Ele foi atacado por Jair Bolsonaro durante discurso na abertura da 74ª Assembleia Geral da ONU. O presidente disse que “acabou o monopólio do senhor Raoni”.O cacique luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação do meio ambiente no país.

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CIDADES

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Cortes do MEC deixam estudantes da UFU sem investimento e trabalhadores sem emprego UBERLÂNDIA Demissões em massa, fim de bolsas, falta de transporte e serviços. Esses são alguns dos impactos já sentidos pela UFU com tesourada do MEC Divulgação

Amélia Gomes

A

Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, atende diariamente mais de 21 mil alunos, somente nos cursos de graduação. Os estudantes de agronomia, direito, medicina, entre outros, circulam pelos campi da universidade, que ficam nas cidades de Uberlândia, Monte Carmelo, Patos de Minas e Ituiutaba. Melhor dizendo, circulavam. Isto porque com o corte de quase 30% no orçamento da universida-

60% das bolsas de estágio da instituição foram cortadas

Universidade fechará 2019 com déficit de R$ 30 milhões

de - imposto pelo Ministério da Educação em abril deste ano -, as linhas de transporte que atendiam gratuitamente à comunidade universitária não estão funcionando mais.

O transporte intermunicipal foi totalmente cortado e o de dentro de Uberlândia só circula com 30% da frota.

Déficit milionário Durante audiência públi-

ca, realizada na Assembleia de Minas Gerais no último dia 25, o pró-reitor de Planejamento e Administração da instituição, Darizon Alves de Andrade, afirmou que caso o contingenciamento seja mantido, a universidade fechará o ano com um déficit financeiro de R$ 30 milhões.

“Não temos absolutamente nenhuma condição de arcar

com uma redução desse tamanho” ressaltou.

Bianca Martins, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes da UFU, destaca que além de prejudicar o funcionamento da instituição, o corte também impactou diretamente na vida dos estudantes. Cerca de 60% das bolsas de estágio foram cortadas. Além disso, desde fevereiro a universidade também arcava com parte do pagamento das bolsas oferecidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa - Fapemig, já que a Fundação também so-

freu uma queda em sua arrecadação com o corte imposto pelo governador Romeu Zema (Novo) no começo de sua gestão.

Demissões Metade dos 1.800 trabalhadores terceirizados, que prestavam serviços como de limpeza, jardinagem, manutenção elétrica, foram demitidos. Para o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de Uberlândia, Mário Costa de Paiva Guimarães Júnior, o corte provoca em sucateamento da universidade e do município. “Desde 1998 o Estado não faz concurso para esses cargos, então com as demissões vários setores, que dão estrutura para a universidade funcionar, estão operando apenas com metade da sua força” pontua.

Mais um dia de luta em defesa da educação e dos serviços públicos: 3 de outubro POR DIREITOS Estudantes se unem a trabalhadores e ocupam ruas contra privatização de serviços essenciais para o bom funcionamento do Estado

M

inas Gerais se prepara para mais uma nova paralisação no dia 3 de outubro. O ato defenderá novamente a educação brasileira e será contra a reforma da Previdência, além de cobrar que os serviços do país continuem públicos.

Na data, que é aniversário de 66 anos da Petrobras, petroleiros, trabalhadores da educação de institui-

Jonas Gabriel /Estudantes NINJA

ções federais e estaduais, da Cemig, Correios, metrô, Copasa e estudantes irão paralisar as atividades contra a política do governador do estado, Romeu Zema (Novo), e do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que prevê privatizações das empresas estatais, cortes de verbas em áreas determinantes para o crescimento do país e retirada de direitos.

O ato fará parte de uma

jornada nacional, com manifestações já marcadas em diversos estados.

Em Minas acontecerão atos em várias cidades. Em Belo Horizonte, o ato está sendo convocado para a Praça Afonso Arinos, no Centro, às 17h.

Acompanhe a cobertura completa das manifestações em: www. brasildefato.com.br

MINAS

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

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Vale ignorou duas vezes plano de emergência que poderia ter evitado 270 mortes BRUMADINHO Dados são do relatório de investigações apresentado na quarta-feira (25) pela superintendência do trabalho Marcelo Cruz

Amélia Gomes

U

ma perfuração de 68 metros de profundidade pode ter sido o gatilho que levou a barragem B1 da mineradora Vale ao colapso total no dia 25 de janeiro deste ano. A conclusão foi apresentada exatamente oito meses após a tragédia que devastou a cidade de Brumadinho e toda a bacia do Paraopeba. O apontamento é resultado das investigações realizadas por auditores fiscais do trabalho de Minas Gerais, apresentadas na quarta-feira (25).

No dia do rompimento considerado o maior acidente de trabalho com bar-

Órgão aplicou 21 autos de infração contra a Vale

Perfuração ilegal pode ter levado ao rompimento da barragem

ragens no mundo - a Vale fazia um estudo da situação da estrutura visando à remineração dos rejeitos. No procedimento, era utilizada uma sonda que perfurava a barragem com um jato d’água, o que é proibido pelas normas de mineração. A força empregada pela sonda com a perfuração foi o fator decisivo para o colap-

so da estrutura. Isto porque desde 2016 a barragem já estava em uma situação de iminente rompimento.

Histórico de negligência A perfuração foi o gatilho, mas o alto índice de água da estrutura levou, em longo prazo, a barragem ao colapso. Um levantamento feito pelos auditores apontou

que, para que a barragem fosse considerada segura, seria preciso uma drenagem de 98 metros cúbicos de água por hora, durante um ano e meio. Isto porque a drenagem era completamente ineficiente. Na lista de negligências estão: drenos quebrados, canaletas de escoamento assoreadas e trincadas, disposição inadequada dos rejeitos, formação de lençóis nos diques da estrutura, etc.

Desde 2016 a barragem não tinha condições para obter o laudo de estabilidade, documento neces-

sário para continuar operando. No entanto, a mineradora optou por burlar os dados sobre a segurança para conseguir a declaração e continuar operando. Pouco tempo depois, em junho de 2018, durante um processo de tentativa de drenagem da barragem, a estrutura sofreu uma fratura e ficou ainda mais comprometida. A empresa novamente negligenciou o acionamento do Plano de Emergência.

Além do relatório das investigações, apresentado pela Superintendência do Trabalho, o órgão também aplicou 21 autos de infração contra a mineradora.

A Vale já recorreu das acusações. Agora um grupo de auditores fiscais independentes irá avaliar as acusações e poderá definir multas e sanções à empresa.

Unidade da Cemig é fechada em BH, prejudicando população e trabalhadores PRIVATIZAÇÃO Base do bairro São Gabriel era responsável pelo atendimento de 1 milhão de pessoas no Vetor Norte Sarah Torres

Larissa Costa

“V

ocê que mora em Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Sabará, Vespasiano, Lagoa Santa, Caeté, Jaboticatubas, São José da Lapa, Santana no Riacho e Taquaraçu de Minas saiba que a Cemig está te abandonando”, afirmou o eletricitário Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, em audiência pública, realizada na noite de terça (24), na Assembleia Legislativa, na capital mineira.

Jairo se refere ao fechamento da base São Gabriel, responsável pelo atendimento de cerca de 1 milhão de pessoas do Vetor Norte e

mais dez municípios na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A medida foi tomada pelo governo Romeu Zema (Novo) no início des-

te mês. Na base São Gabriel estavam alocados 136 trabalhadores, entre funcionários administrativos e operacionais.

Privatização em curso Segundo Jefferson Leandro, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Zema anunciou o fechamento de 50 bases em todo o estado e não abriu diálogo com a categoria.

Para a deputada Beatriz Cerqueira (PT), a atitude do governo é equivocada.

“A Cemig é uma empresa lucrativa. Só aqui em Minas tem um empresário que deprecia o que ele quer vender”. Em agosto, a Cemig divulgou que obteve lucro de R$ 2,114 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Justificativa O diretor-presidente da Cemig, Cledorvino Belini, presente na audiência pública, justificou que o fechamento da unidade é necessário para cortar gastos e aumentar a “eficiência e a competitividade” da empresa.

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CIDADES

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Opinião

Rancor, mentira e negação da história na ONU

Ato cortejo “Nós combinamos de não morrer!”

Wendy Andrade

Defend Democracy in Brazil

João Paulo O atual momento político brasileiro e sua expressão rancorosa, inculta e mentirosa foi apresentada durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas pelo presidente Bolsonaro. Do começo ao fim, o que se ouviu foi uma negação da história, do conhecimento e da verdade.

O discurso afrontou fatos históricos, como a presença hedionda de uma ditadura militar violenta no país nos idos de 1964. Negou fatos científicos, como a devastação da Amazônia e seu impacto sobre o clima. Desafiou o conhecimento antropológico, com uma visão maldosa da presença e dos direitos dos povos originários.

E seguiu seu périplo anticivilizatório. Instigou visões ultrapassadas de relações internacionais, ultrajando a colaboração de Cuba com a saúde pública brasileira. Evidenciou desconhecimento político na concepção desinformada das ideias socialistas. Chegou a formular um pedido de reação por parte de acólitos violentos ao devaneio conspiratório da união das esquerdas no continente.

Atacou a imprensa livre, desprezou o conhecimento científico, ofendeu o es-

forço de organizações humanitárias. Despejou acusações a nações com as quais o país tem alianças históricas, sem a coragem de nomeá-las, mas com atitude covardemente ofensiva. Fechou portas para diálogos comerciais de alto nível, embora tenha proferido em tom constrangido a cartilha de um liberalismo pragmático, mas

Não há dúvida: é fascismo inconvincente.

Com vários momentos votados apenas para sua torcida e para dar conta de questões internas e menores, que não tinham lugar naquela ocasião, o presidente finalmente deu ao mundo a certeza que faltava para ser classificado como o governante mais radicalmente de extrema direita do mundo. A partir de agora, não há motivo para evitar o uso de definições exatas como fascismo e neofascismo. É só questão de honestidade intelectual.

Não bastasse errar no mundo dos homens, lançou mão de Deus para fundamentar seu impulso ao ódio e à divisão.

Depois de dezenas de ati-

Discurso destilou visões ultrapassadas de relações internacionais tudes ignaras, de confronto com intelectuais, professores e artistas, de ameaças de destruição da educação pública, de constrangimento da liberdade de cátedra e da pesquisa científica, chegou-se ao ponto de confrontar os melhores de nós ao desferir ignomínias contra Fernanda Montenegro e Chico Buarque.

Precisamos estar alertas para não permitir que os fascistas ganhem nova oportunidade na história.

No dia 27 de setembro, sexta-feira, a partir das 18h, diversos grupos, movimentos, ativistas e coletivos relacionados à causa negra de Belo Horizonte se reúnem na Praça da Estação para um Cortejo. A data marca também o dia de São Cosme e Damião e o 7º dia de falecimento de Ágatha Félix, no Rio de Janeiro. Com o simbolismo desta data, o Cortejo objetiva homenagear e protestar a respeito dos assassinatos de crianças negras e periféricas, como Ágatha, Paloma, de 12 anos, do Morro do Papagaio/BH, J e Kauan, de 12 anos, da Baixada Fluminense/RJ, entre outros.

Para Zora Santos, uma das idealizadoras da ação, o racismo estrutural do Estado coloca a população negra em situação de invisibi-

lidade nas suas denúncias e os transgressores denunciados frequentemente ficam em situação de impunidade.

O ato cortejo recebeu seu nome a partir de um texto da escritora mineira Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer”. O Cortejo se concentra na Praça da Estação às 18h e segue, em silêncio, até a Praça Sete. Os organizadores convidam toda a população a trazer flores, velas e balões amarelos (símbolo de cortejos que estão acontecendo por todo o país) para protestar pela vida das crianças e pessoas negras, pelo fim da violência policial e parcialidade da justiça e contra o racismo estrutural.

ANÚNCIO

OPINIÃO

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

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Naiara Bittecourt

O que é assédio sexual

Destruir as conquistas sociais da Constituição de 1988 O As propostas do governo Bolsonaro miram diretamente nas conquistas sociais presentes na Constituição Federal de 1988. Trata-se de operar a plataforma que, logo após aprovação, as elites ilustradas do país insistiam em propalar: essa Constituição é impraticável, vai quebrar o país.

Essas medidas regressivas que vêm sendo adotadas pelo governo Bolsonaro são exatamente o que o sustenta na cadeira da Presidência da República. As elites ilustradas se incomodam com as afirmações pouco ou nada civilizadas da família Bolsonaro e seus seguidores - inclusive parte deles ocupam ministérios ou cargos estratégicos no governo - não por acaso elas reagem através de seus aparelhos privados de hegemonia particularmente as organizações Globo, Folha de São Paulo e alguns satélites. Mas tal incômodo não trará nenhum efeito prático enquanto as medidas econômicas estejam sendo entregues de bandeja. Não é possível desprezar que os indicadores econômicos ainda não trouxeram nenhuma novidade, há vários fatores que explicariam a situação - de elementos internacionais à própria incapacidade do Esta- Agenda do brasileiro de ativar políticas anticíclicas, em larga me- destruidora é dida em razão da Emenda Constitucional 95 e de alguma longa forma em resultado do ultraliberalismo de Paulo Guedes.

Todavia, a aposta das elites nativas ainda aguarda, com algum grau de paciência, que o governo mantendo as “reformas” lhes ofereça algo que permita a melhora dos negócios.

1. Reforma da Previdência, onde os trabalhadores vão trabalhar mais e receber menos; 2. Aprofundamento da reforma trabalhista, através de Medidas Provisórias; 3. Estrangulamento do orçamento das Instituições Federais de Ensino e quebra da autonomia universitária, com o Future-se; 4. Voltar a contratar servidores públicos pela CLT, ampliando o absurdo de num mesmo ambiente de trabalho ter trabalhadores celetistas e estatutários, realizando as mesmas atividades, mas com direitos diferenciados; 5. Destruição do SUS, enfraquecimento de ações básicas de saúde, fim das farmácias populares e do Mais Médicos; 6. Desregulamentação das áreas de proteção ambientais, terras indígenas e quilombolas; 7. Propostas tributárias que irão desonerar o capital e penalizar os trabalhadores.

Certamente, se procurar irão encontrar mais medidas da agenda destruidora em curso no país.

Marcelo Sitcovsky é professor da UFPB.

assédio

Naiara Bittecourt é mestre e doutoranda em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)

ACOMPANHANDO

Marcelo Sitcovsky

Insultos, piadas, violência física e psicológica, contatos indesejados, convites constantes, ameaças, constrangimentos, comentários, perseguições reais ou virtuais, mensagens ou desenhos obscenos, conversas de natureza sexual. Tudo isso pode ser considerado assédio sexual, que é enquadrado no Código Penal como o constrangimento de alguém.

Assim, o assédio sexual está ligado ao poder e, nessa sociedade, atinge violentamente as mulheres. Em pesquisa do Datafolha, de 2017, 15% das mulheres brasileiras sofreram assédio sexual no local de trabalho e 4 em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de assédio, especialmente no transporte público.

Infelizmente comum, assédio sexual é crime, motivo para demissão por justa causa e pode implicar exoneração de servidor público.

O assédio sexual é, sobretudo, inaceitável, de forma que ultrapassa o âmbito privado e deve ser afastado mediante políticas públicas de conscientização e repúdio de tais práticas, com orientações e protocolos tanto nos órgãos estatais como 4 em cada 10 em empresas privadas, fiscali- mulheres já zadas pelo poder público. sofreram

Na edição 297...

Desfazer da Regap pode levar a aumento do desemprego e do preço do combustível E agora...

Privatização da Regap é ilegal e gera ação na Justiça Dirigentes do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) ingressaram com Ação Popular denunciando a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. No dia 13 de setembro, a Petrobrás divulgou um teaser de venda da unidade, bem como da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná.

“Estamos questionando esse processo de privatização da Regap. A última decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) é que, em caso de estatais, o projeto de venda tem que passar pelo Congresso. A Petrobras está vendendo partes, especialmente as refinarias, onde se produz gasolina, diesel e gás de cozinha.

Essa decisão descumpre a decisão do STF”, afirma Felipe Pinheiro, diretor do Sindipetro-MG.

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BRASIL

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Sínodo é recebido com má vontade por grupos que não querem perder privilégios, afirma bispo AMAZÔNIA Convocado por Papa Francisco encontro acontecerá em outubro e está sendo atacado por grupos conservadores Vatican News

Wallace Oliveira

E

m defesa do Sínodo Pan-Amazônico, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma campanha intitulada “Eu apoio o Sínodo, eu apoio o Papa”. O encontro foi convocado em 2017 pelo Papa Francisco e está previsto para acontecer entre os dias 6 e 27 de outubro, no Vaticano. O objetivo, segundo o pontífice, é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica”. Participam os bispos eleitos representantes, 120 dos quais vindos dos nove países que compõem a região Pan-Amazônica (Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa) e centenas de convidados.

Na medida em que o encontro se aproxima, mais ele suscita reações furiosas de determinados grupos, dentro e fora da Igreja. Incomodado, o governo Bolsonaro confirmou, em documento oficial do Gabinete de Segu-

Na Amazônia já existe espírito de comunidade, não aceitam clericalismo

rança Institucional (GSI) da Presidência da República, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitora a Igreja. Entre os católicos, os ataques ao Papa e ao Sínodo são liderados por cardeais conservadores, como o estadunidense Raymond Burke e o alemão Gerhard Müller.

Servir à humanidade O tema foi debatido na terça (24) no auditório do Museu de Ciências Naturais, em Belo Horizonte.

Durante o debate, o bispo Dom Joaquim Mol disse que o Papa Francisco mantém-se fiel à linha do Concílio Vaticano II. O Concílio foi um encontro realizado entre 1962 e 1965, que definiu as orientações para os católicos de todo o mundo nos tempos atuais. Segundo Dom Mol, o espírito daquele episódio foi sintetizado pelo Papa Paulo VI em 1965, quando ele disse

Governo Bolsonaro confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitora a Igreja que “toda a riqueza do Concílio orienta-se apenas a servir o ser humano em todas as circunstâncias da vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades”.

Para o atual reitor da PUC-MG, a Igreja funda sua autoridade nessa disposição para o serviço. “A autoridade da Igreja não está no poder exercido por A ou B ou em sua longa história, mas na sua condição de servidora. Se ela serve à humanidade, sua autoridade cresce. Se ela deixa de servir à humanidade, sua autoridade é questionada”, sentenciou.

Críticos e críticas Dom Mol lembrou que, após um período de postura reativa da Igreja Católica, nos dois últimos pontificados, Francisco retoma com vigor a orientação do Concílio, valorizando um modo de ser da Igreja fundado no diálogo e participação de toda a comunidade católica, não apenas os clérigos. Contudo, a proposta não tem sido bem recebida por alguns grupos dentro da própria Igreja. Haveria uma grande resistência entre os que não aceitam mudanças, os que não querem perder poder e prestígio e os que duvidam das orientações do Papa. “São pessoas que reagem ao concílio marcadas por certa mágoa, tristeza, ressentimentos”, comentou.

Uma das críticas refere-se à possibilidade de abertura da igreja para novos ministérios, exercidos por homens e também mulheres. Alguns críticos também alegam que, com o sínodo, a Igreja abriria mão de sua fé para incorporar crenças alheias ao catolicismo. Dom Mol defendeu, com base em documentos de preparação do Sínodo, a necessidade de ouvir quem atua na Amazônia de vestir-se da diversidade dos povos. “A Igreja deve encarnar-se nas culturas amazônicas que possuem evado sentido de comunidade. Lá já existe esse espírito. Por isso, a Igreja na Amazônia não aceita o clericalismo”, concluiu o bispo.

Nossos direitos

MORO EM IMÓVEL ALUGADO, MAS QUERO FAZER MELHORIAS NA CASA. COMO PROCEDER? O Código Civil e a Lei do Inquilinato denominam tais mudanças no imóvel como benfeitorias. Elas são classificadas em três tipos: necessárias, úteis ou voluptuárias. As necessárias são aquelas indispensáveis à conservação do imóvel, como a resolução de infiltrações, rachaduras, substituição de telhas quebradas etc.

As úteis são as que melhoram o uso do imóvel, tais como instalação de grades em janelas, cobertura para garagem e portão eletrônico. As voluptuárias são aquelas que tornam o imóvel mais bonito ou agradável. Para todas as mudanças, é importante observar o que o contrato da locação diz. Se ele nada diz sobre isso, as regras são: as benfeitorias necessárias, mesmo que não autorizadas pelo proprietário, dão direito à indenização pelo locatário; as úteis, se autorizadas previamente, podem ser retidas ou indenizadas. Já as voluptuárias não geram direito de indenização ao locatário.

Jonathan Hassen é advogado popular

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

STF forma maioria a favor de tese que pode anular sentenças da Lava Jato SUPREMO Já há maioria formada pela possibilidade de anulação. Ainda não se definiu como ela será colocada em prática Nelson Jr./ SCO-STF

alegações finais após o MiRafael Tatemoto nistério Público, responsável pela acusação. Quando maioria do Supremo há diversos réus no mesmo Tribunal Federal (STF) processo, o prazo para que impôs uma forte derrota à suas defesas se manifestem Lava Jato nesta quinta-feira nesta etapa é igual para to(26), ao julgar um caso sobre dos os acusados. A discusa nulidade de condenações são travada no STF diz resem que há réus delatados peito a processos em que, e delatores no mesmo pro- existindo vários réus, parte cesso. A decisão final, entre- deles decide fechar acordos tanto, não foi proferida e sua de delação premiada.

A dúvida, portanto, é se aplicação não foi definida. réus delatores devem ser A discussão se dá em torno das chamadas alegações tratados como os outros, se finais. Em um processo pe- manifestando no mesmo nal, após os interrogatórios momento dos não delatores e outras formas de produ- ou se, ao contrário, por teção de provas, cada uma das rem colaborado com a acupartes - acusação e defesa - sação, devem se manifestar se manifesta uma última vez antes dos réus que não colaantes de o juiz de primeira boraram.

Não há uma regra explíinstância proferir sua decicita sobre o tema no Códisão.

Pela lei, os advogados go de Processo Penal. Há diapresentam as chamadas vergência, portanto, de um lado, se todos os réus – delatores ou não – deveriam ser considerados formalmente iguais e se manifestarem Réus não no mesmo prazo, ou se, por colaboradores outro lado, ao delatar, o réu devem falar após deve ser qualitativamente classificado como parte da delatores”, acusação, que legalmente defende deve se manifestar antes da advogado defesa.

A

Pela lei, defesa apresenta alegações finais após responsáveis pela acusação O tema começou a ser avaliado pelo conjunto da Corte na quarta-feira (25), no julgamento de um habeas corpus com repercussão geral.

Após o voto de Fachin, que foi antecedido por manifestações da defesa e da Procuradoria-Geral da República, o julgamento foi suspenso para ter continuidade na quinta-feira (26).

Caso semelhante já havia sido avaliado pela Segunda Turma do Supremo. A sentença condenatória contra Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, foi anulado pela maioria daquele colegiado por conta dos mesmos argumentos avaliados na quarta-feira.

Após o caso de Bendine, Edson Fachin levou o habeas corpus de Márcio Almeida Ferreira, ex-gerente da Petrobras, para apre-

ciação do plenário. A questão foi classificada como de repercussão geral, ou seja, a decisão do plenário deve ser observada daqui para frente não só pelo próprio Supremo como pelo conjunto do Judiciário.

Advogado de Ferreira, Marcos Vidigal de Freitas afirmou que durante o processo, na fase de interrogatórios, os réus que optaram pela delação foram entrevistados em primeiro lugar, o que deveria ter sido repetido no momento das alegações finais.

“A defesa acredita que há aqui uma grave violação à Constituição. Os réus não colaboradores devem falar após os réus que firmaram acordo com a acusação.

O réu colaborador não é defesa, é acusação. Ele está ali por obrigação legal de incriminar”, disse na tribuna do Supremo.

Decisão pode impactar caso de Lula Um dos casos que podem ser afetados com essa decisão do STF envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Trata-se do processo do sítio de Atibaia (SP), que já foi julgado em primeira instância, com pedido de condenação e está sendo examinado pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF4).

BRASIL

99

Votos Relator do caso, Edson Fachin iniciou seu voto questionando se a definição de prazo igual para todos réus, não havendo regra expressa sobre o caso, poderia ser qualificada como atitude ilegal ou abuso de poder – requisitos para concessão de habeas corpus. Além disso, utilizou como argumento o fato de que as delações não são provas, e que, em tese, não alterariam o processo por si só no momento das alegações finais.

Fachin foi acompanhado por Luis Roberto Barroso e Luiz Fux. Alexandre de Moraes abriu divergência, seguido por Rosa Weber, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, que entenderam que, apesar da classificação formal, delatores cumprem função acusatória.

Carmen Lúcia reconheceu a possibilidade de anulação, desde que verificado prejuízo concreto e que a defesa tenha apontado o vício no primeiro momento possível. Assim, apesar de reconhecer a possibilidade em geral, a ministra não reconheceu esses critérios no caso do habeas corpus em específico.

Dias Toffoli não votou formalmente, mas indicou que seguirá pelo mesmo caminho de Lúcia. O presidente da Corte afirmou que votará na próxima sessão do STF, oportunidade em que Marco Aurélio Mello, que estava ausente, também poderá se manifestar.

14 MUNDO 10

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Câmara dos EUA abre processo de impeachment contra Donald Trump EXEMPLO Presidente do órgão, a democrata Nancy Pelosi anunciou abertura do inquérito e disse que “ninguém está acima da lei Shealah Craighead

Opera Mundi A presidente da Câmara dos Representantes dos

Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, anunciou nesta terça-feira (24) a abertura de um processo de impea-

chment contra o presidente Donald Trump.

O mandatário é acusado de ter pressionado o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante um telefonema em 25 de julho, a investigar Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, que integrou o conselho de uma empresa de gás ucraniana.

A ação de Trump é vista como uma tentativa de interferir nas eleições presidenciais de 2020, já que Joe Biden é tido como o principal nome a concorrer pelo Partido Democrata.

Segundo Pelosi, “as ações

/SINDIELETRO

da presidência de Trump revelaram o fato desonroso da traição do presidente por seu juramento, traição à segurança nacional e traição à integridade de nossas eleições”.

“Portanto, estou anunciando que a Câmara dos Deputados está avançando com um inquérito oficial de impeachment”, afirmou.

A presidente da Câmara ainda destacou que a atitude de Trump “é uma quebra da Constituição [norte-] americana”. “O presidente precisa ser responsabilizado. Ninguém está acima da lei”, disse.

Vexame na ONU Em seu discurso de abertura na 74º Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), na terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou informações falsas, atacou outros brasileiros, depôs contra a soberania do país, crticou outros chefes de Estado e disse que o desmatamento é invenção da mídia.

O ex-ministro do Meio Ambiente e da Fazenda de Itamar Franco, Rubens Ricupero, afirmou que o discurso de Bolsonaro foi o “mais desastroso” da história brasileira no órgão.

Desde 1949, cabe ao Brasil abrir o debate geral da Assembleia da ONU. ANÚNCIO

ENTREVISTA 15 11

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

“Brasil é grande demais pra ser quintal”, analisa o economista Paulo Nogueira Batista GEOPOLÍTICA Livro narra os bastidores das disputas geopolíticas envolvendo os EUA e os Brics um espaço no mundo. As resistências a isso, por parte das potências tradicionais.

O Brasil, quando se assume como o grande país que é, não cabe no quintal de ninguém. É importante que o brasileiro saiba disso. Não é teórico: o Brasil fez esse papel e pode voltar a fazer, se superar essas dificuldades em que se encontra hoje.

Antonio Biondi e Napoleão de Almeida

O

economista Paulo Batista Nogueira Júnior lança sua obra “O Brasil não cabe no quintal de ninguém” nesta semana, em SP. Entre 2007 e 2017, ele trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA), e foi vice-presidente do Banco do Brics, que ele ajudou a criar, em Xangai (China). O Brics reúne Brasil, Rússia, China, Índia e a África do Sul, e nas últimas décadas, vem tentando fazer frente à hegemonia dos EUA nas relações internacionais.

Brasil de Fato - Professor, vamos começar falando sobre o livro.

Paulo Nogueira Batista Júnior: O livro é uma recapitulação de uma fase da história brasileira, em que o Brasil teve um papel de protago-

nista no mundo, em geral, e particularmente no FMI e nos Brics. Eu busco misturar análise econômica com o relato de bastidores das negociações em que estive envolvido.

Os embates, as dificuldades que existem para o Brasil, um país emergente, em ocupar

Esse caminho regressivo do governo Bolsonaro, do governo Temer, é destrutivo

O senhor vê o Brasil avançando pouco a pouco ou estamos regredindo?

Esse caminho regressivo do governo Bolsonaro, do governo Temer, é um caminho destrutivo, não é uma construção. Esse pessoal que está aí hoje não tem projeto algum. Tem uma agenda confusa, liberal, misturada com um projeto regressivo do presidente Bolsonaro, que está batendo cabeça para tudo quanto é lado. Acho muito difícil que esse projeto, do jeito que está estruturado, leve a algum resultado positivo para o país.

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GARANTA SEU DIREITO À APOSENTADORIA! Entre em contato com os senadores e exija que eles digam

NÃO Antonio Anastasia - PSDB

Carlos Viana - PSD

Rodrigo Pacheco - DEM

(61) 3303-5717

(61) 3303-3100 (31) 3327-0044

(61) 3303-2794 / 2795

sen.antonioanastasia@senado.leg.br

Escritório de apoio: R. Santa Catarina, 1631. 9º Andar.

Bairro de Lourdes - BH - MG CEP : 30170-081

sen.carlosviana@senado.leg.br Escritório de apoio: R. Guajajaras, 40. Sala 604, Edifício Mirafiori. Centro, BH, MG. CEP: 30180-100

À REFORMA DA PREVIDÊNCIA

sen.rodrigopacheco@senado.leg.br Escritório de apoio: R. Ministro Orozimbo Nonato, 442 Salas 1209 a 1212 - Cond. E-office.

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Cobre esse compromisso de quem te representa!

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14 VARIEDADES 12

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

DE OLHO NA MÍDIA

Dicas Mastigadas

Olhar Digital / Wikimedia

CARPACCIO DE BETERRABA Diva Braga / Brasil de Fato PE

82%

Dos brasileiros acreditam que “informações falsas ou notícias falsas foram disseminadas para influenciar os resultados das votações”. Ou seja, quatro em cada cinco cidadãos ouvidos pela pesquisa da Transparência Internacional creditam o resultado eleitoral às fake news.

CPMI

Nesta semana, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as notícias falsas e assédio virtual aprovou a convocação de nove empresas de serviços de comunicação digital e cinco provedoras de telecomunicações para prestarem depoimentos. Segundo a Agência Senado, foi aprovada também uma audiência pública com participação de executivos da Google, Twitter, Facebook. Executivos do Instagram, WhatsApp e Telegram também serão convocados.

Eles não param

A difusão intensiva de mentiras na internet não foi uma tática apenas da campanha. Os Bolsonaros seguem fazendo uso da artimanha. Nesta semana, o filho escolhido para ser embaixador do Brasil em Washington postou uma foto e uma mensagem falsas sobre Greta Thunberg, a ativista sueca que desafia a ONU, o Congresso dos EUA e as grandes corporações que lucram com a destruição do meio ambiente.

Eduardo postou em seu perfil em uma rede social uma montagem tosca de uma foto da jovem de 16 anos. Na versão do deputado, Greta toma café enquanto crianças africanas passam fome do lado de fora de uma janela. Ele ainda replica outra mentira: de que ela seria financiada por George Soros.

Depois ainda fez troça com o discurso de Greta na cúpula do clima na ONU. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias, mas eu tenho sorte. Pessoas estão sofrendo, pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão entrando em colapso”, continuou. Pois Eduardo Bolsonaro postou uma imagem de seu pai comendo o doce conhecido como sonho. Enfim, dá até vergonha. Nos somamos ao pedido de muitos brasileiros: desculpa, Greta.

4ENDC

O 4º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (4ENDC) será realizado em São Luís, capital do Maranhão, entre os dias 18 a 20 de outubro de 2019. O evento é organizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) para debater os principais temas da área de comunicações. Acompanhe mais notícias na página do FNDC: http://fndc.org.br Joana Tavares – Escreva suas sugestões e impressões para: joanatavaresc@gmail.com.br

Ingredientes • • • • • • •

2 beterrabas médias 1 colher de sopa de mostarda 2 colheres de sopa de iogurte natural 1 colher de sopa de azeite Pimenta do reino 1 colher de sopa de alcaparras (opcional) Couve-flor ou brócolis (opcional)

Modo de Preparo Cozinhe uma beterraba inteira, com casca, em água fervente. Quando estiver macia, deixe esfriar um pouco, retire a casca e faça fatias bem finas. Fatie a outra beterraba – a crua - bem fina também. Disponha as fatias de forma circular em um prato, variando uma fatia crua e outra cozida. Amasse um dente de alho em uma pitada média de sal, três colheres de azeite e meio limão, pimenta do reino a gosto e regue a beterraba. Leve à geladeira por meia hora.

Em um recipiente, misture iogurte natural e uma colher de mostarda e uma colher de alcaparras (opcional), um fio de azeite e uma pitada de sal e sirva junto. Fica bem com brócolis e/ou couve-flor cozidos.

Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

13 VARIEDADES 15

www.malvados.com.br

FIQUE

BEM DOIS MINUTOS PODEM MUDAR SEU DIA

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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© Revistas COQUETEL

Peixe de carne escura, Maior rico em ômega-3 mamífero Abre-(?): o 1º carro brasileiro do desfile alegórico

Panela de bordas altas Estado (?): Item da condição doleira de de passivi- turistas dade causada por perturbação psicomotora

Ação da PM contra o tráfico interestadual O português que habitava o Brasil (séc. XVI)

Letra inicial de produtos da Apple

"Devoção" típica de torcedores Culpa, em inglês (?) do mal: o diabo

O último filho Pela (?): superficialmente (?) e salvos: ilesos

De (?): de memória Estado do látex

Clínica para reeducação alimentar

Força encarregada de investigar crimes

Para hidratar os cabelos crespos, que tendem a ser mais secos, o grande indicado é o azeite de oliva. Pode usar bastante, inclusive no couro cabeludo, para nutri-lo. Já se o cabelo está mais para o ondulado ou liso, o ideal é não deixar o óleo encostar na raiz. Para manchas no rosto ou atenuar rugas e cicatrizes, foque no óleo de rosa mosqueta. Passe quando for dormir e não se exponha ao sol com o produto, viu? O óleo de rícino é ótimo para incentivar o crescimento do cabelo, o de copaíba para tratar pequenos ferimentos na pele. É preciso testar qual óleo funciona pra você e em pequena quantidade, para confirmar que você não tem alergia.

Sexta-feira (?): o Dia do Azar (Folcl.)

Acredita como o religioso Problema dentário Cobertor invernal

Daniel Azulay, desenhista carioca

O PODER DOS ÓLEOS VEGETAIS

(?) Bolena, rainha Vida, em francês

Massa sonora gerada em protestos

Auxilia; socorre Profissional do Teatro

Parasitas como a lombriga

Papai, em inglês (?) Diegues, cineasta

Mauricio (?), político Relativo à imaginação Atração do YouTube Produto que fixa e dá brilho a cabelos

Os indivíduos que não se exercitam

Pouco provável (a chance) Lento

5, em romanos Milho, em inglês "Nações", em ONU Nariz, em inglês

AMIGA DA SAÚDE

"O Tronco do (?)", romance brasileiro

(?) Norte, parte nobre de Brasília

Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621

Corruptela da preposição "para"

Lentas; vagarosas Método utilizado em escultura (pl.)

3/dad — vie. 4/corn — nose. 5/fault — macri. 10/modelagens. 14/cartão de viagem.

69

Solução

Tomei pílula do dia seguinte porque tive relação sexual desprotegida e havia esquecido de iniciar a pílula diária no dia correto. Esperava menstruar para reiniciar a cartela, só que até hoje não desceu. Posso estar grávida?

Anônima

S V S P C

C A R T Ã O D E V I A G E M

E D R E D O M C A Ç A R O L A

D O

A T A T U L A M A S P S A I C I L C A R R M E E O R EM L N E N T R OS A E L

A O N I C T O F A U L A C O N A N A C IV I T R E Z A I E D C S A O M A C R O T A O C A R I O S P R A G E N

I V I S A S E D

C O N T R O L E D

BANCO

Talvez uma das coisas mais difíceis para nós seja simplesmente viver o momento presente. Nossa mente transita pelo passado, arquiteta o futuro e divaga sobre fantasias. Mas viver o aqui e agora é raro demais e requer muito exercício e paciência. Experimente começar a se observar. Quando perceber que seu pensamento te faz viajar demais, respire fundo e se pergunte: onde estou agora?

Em que posição? Perceba as sensações do momento presente. Só isso. Tanto as físicas – o contato da roupa, a temperatura do ar, os barulhos – quanto as emocionais. Algumas respirações conscientes e poucos minutos de atenção plena podem fazer profundas diferenças no seu dia.

Sempre que a menstruação não desce no tempo esperado devemos fazer teste de gravidez. Isso porque todos os métodos têm alguma chance de falha. Porém, no seu caso, em que a relação desprotegida ocorreu muito perto da última menstruação, o risco de gravidez é menor. Agora você precisa aguardar a menstruação retornar para reiniciar uma cartela da pílula diária. Enquanto espera e durante o primeiro mês usando a pílula, é preciso usar preservativo. Mas lembre-se sempre: as pílulas não previnem DST’s.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Crônica

Roteiro Reprodução

MÚSICA NO ARMAZÉM A banda Nem Secos prestigia a próxima edição do Cultura na Sexta. Ousadia nas performances, diversidade de ritmos, união de linguagens artísticas e engajamento social são marcas registradas do Nem Secos. Suas influências vão dos Secos e Molhados à Tropicália e à MPB na Ditadura. Sua produção mais atual tem o groove do soul e do rock com toques de latinidade que dá o tom para letras irreverentes de crítica social, fazendo também um passeio pelos ritmos brasileiros. Será na sexta (27), às 19h30, no Armazém do Campo (avenida do Contorno, 9894). Entrada franca.

LITERATURA EM BH

nossos minutos comerciais saindo há pouco do restaurante, camaradinha vendendo picolé me chama: - e aí, grande, picolé?

- talvez.

- meu nome é Matias. o seu?

- Marcelo, mas pode chamar Z. - tem cara de Marcos.

- Marcos Marcelo, então. e esse picolé, bom?

- não, mas tem motivo.

- hahahaha! qualé o enguiço?

- como posso fazer um picolé bom se tô começando e ainda não tenho dinheiro pra comprar ingredientes bons? então, tô sendo sincero: quem comprar agora tá investindo pra eu fazer um picolé bom. qual sabor vai?

- ok, vamos investir. qual cê

recomenda?

- creme holandês. é esse que eu daria pra Dona Mariana, minha mãe.

- esse, então – disse, paguei-lhe 5 dinheiros (custa 3, mas investimento etc), me despedi, fui ao picolé. formidavelmente péssimo. difícil dizer de que é feito o creme holandês no palito. certeza, mesmo, groselha, leite condensado e, pra dar liga na massa, algo entre o creme de leite e o gesso. a cor do picolé me inspirou a criar um nome pra esmalte (profissão que ainda hei de exercer: redator de nomes para esmaltes e batons), e só falta decidir qual é mais ade-

quado, se Indecência Fúcsia ou, visando o mercado internacional, Fúcsia Lust. limpando os beiços e os bigodes, concluí que, investimento à parte, não preciso me preocupar com o camaradinha Matias, pois seu futuro é promissor. não como sorveteiro, claro, mas como publicitário – afinal, me convenceu a querer muito uma merda que eu não precisava, e o que faz, 99,3% das vezes, a publicidade?

Z Carota é jornalista e escritor, autor de “a beleza que existe – crônicas com uma tonelada de leveza” (Páginas Editora) e “dropz” (Editora Penalux).

Vai até domingo (29), com extensa programação, o Fli-BH 2019. A terceira edição do festival, segundo os organizadores, “ressalta a força da oralidade e da palavra viva”. Confira os detalhes em fli.pbh.gov.br. Ainda sobre literatura, a Prefeitura também está com dois editais abertos. Inscrições podem ser feitas até o dia 4 de novembro.

Informações e dúvidas sobre os editais: premiocbh@pbh.gov.br e joaodebarro@pbh.gov.br

FESTIVAL AYA Acontece no sábado, dia 5 de outubro, o Festival Aya, evento que tem como objetivo o empoderamento negro. Uma das atrações principais é a cantora e instrumentista Bia Ferreira, além de grupos de dança e palestras. O festival é gratuito, tem início às 17h e acontecerá na Casa Graça do Aché, em Uberlândia. As vagas são limitadas.

Para ingressos e mais informações, siga @movimentoaya nas redes sociais.

Belo Horizonte, 27 de setembro a 3 de outubro de 2019

Rogério Ceni não é mais técnico do Cruzeiro

Vinnicius Silva / Cruzeiro

PAPO ESPORTIVO

ESPORTE

15 15

Rafaela Silva: novo impasse na carreira na geral Carlos Gregório Jr. / Vasco

Roberto Castro

O Cruzeiro informou, nesta quinta-feira (26), o desligamento do técnico Rogério Ceni. O treinador foi comunicado em reunião realizada com o vice-presidente de futebol Itair Machado, na Toca da Raposa 2. A decisão foi tomada após o empate em 0 a 0 com o Ceará, pela 21ª rodada

do Brasileirão. O time amarga a 16ª colocação no campeonato e não sabe o que é uma vitória há cinco partidas. Rogério Ceni chegou ao Cruzeiro no dia 11 de agosto para substituir Mano Menezes, atual treinador do Palmeiras.

Em sua breve passagem pela Toca, o ex-goleiro disputou

seis partidas: perdeu quatro, venceu duas e empatou duas.

Até o fechamento desta edição, ainda não havia terminado a partida entre Atlético Mineiro e Colón, pelas semifinais da Copa Sul-Americana.

Gol de placa Silvia Grecco, mãe do deficiente visual Nickollas, de 12 anos, ganhou um prêmio que a Fifa distribui a torcedores com histórias emocionantes. Silvia leva com frequência o menino aos jogos do seu time, o Palmeiras, e narra o jogo inteirinho para o filho!

Gol contra A UEFA expandiu a Liga das Nações, torneio criado em 2018 para suprir as datas FIFA, de 12 para 16 países. Assim, a rica Alemanha, que caiu para a “série B” este ano, volta à série A. A virada de mesa praticamente acaba com as chances de amistosos de seleções sul-americanas com seleções da Europa.

Jordânia Souza O judô brasileiro recebeu uma pancada nesta semana. Motivo de alegria nos Jogos Pan-Americanos de Lima, a judoca Rafaela Silva perdeu, na quarta-feira (25), a medalha de ouro conquistada na competição. O exame antidoping, realizado pela atleta durante o Pan, acusou a presença da substância fenoterol. Essa substância é utilizada no tratamento de doenças respiratórias.

Pela segunda vez, Rafaela enfrenta um momento delicado na carreira. Em 2012, após ser desclassificada das Olimpíadas de Londres por aplicar um golpe proibido, a atleta foi alvo de ataques racistas na internet. A volta por cima veio no ano seguinte, quando ela se tornou a primeira brasileira a vencer o Mundial de Judô. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, a judoca também marcou seu nome na história do tatame, conquistando a primeira medalha de ouro do Brasil na edição.

Agora, em sua defesa, Rafaela justifica que a substância foi inalada em uma brincadeira com uma criança que faz uso da medicação. Outro ponto favorável é que, para o Mundial de Judô no Japão, ocorrido logo após o Pan, o mesmo tipo de exame deu negativo.

O que assombra é a possibilidade de suspensão.

Para ser absolvida, Rafaela precisa comprovar que não teve culpa na contaminação. Porém, caso seja comprovado o uso do fenoterol, a judoca pode ficar afastada do tatame por dois anos, o que a tiraria das Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Para além do pódio, sua representatividade para os jovens da periferia é extremamente importante e crucial. Por isso, uma saída precoce dos próximos Jogos Olímpicos seria um triste episódio para nosso esporte e para tudo o que Rafaela representa. Resta torcer para que a judoca consiga provar sua inocência no caso e possa dar a volta por cima de novo.

Vontade de vencer ela já mostrou que tem!

6 ANOS E 300 EDIÇÕES NAS SUAS MÃOS!

Maíra Gomes

cultura | pág. 14

Entrevista com Pereira da Viola

Multa de R$ 1 milhão aplicada ao Minas Arena por ter reaberto o estádio sem condições adequadas não chega a um terço do faturamento garantido por mês. Ca-

“Todo violeiro, principalmente os tradicionais, carrega na memória os aspectos culturais que fazem parte da junção das três etnias: o índio, o negro e o branco”

ESPECIAL

Minas Gerais

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Maio de 2013 | ano 1 | edição 00 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Antônio Cruz/ABr

cidades | pág. 10

cidades | pág. 12

Conta da Cemig é das mais caras do país Controlada por acionistas privados nacionais e internacionais, 60% do lucro da empresa é remetido ao exterior, comprometendo investimentos em melhorias no sistema elétrico e na garantia de condições de trabalho. Ao mes-

MG Belo Horizonte, julho de 2019 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita

RIQUEZA DO VALE

Edição

esporte | pág. 16

Mineirão garante R$ 3,7 milhões por mês para Minas Arena so não atinja R$ 3,7 milhões de lucro, o Estado cobre a diferença. As mesmas empresas fizeram doações milionárias para as campanhas de prefeito e governador.

Rupestre

16

mo tempo, Cemig cobra maior porcentagem de ICMS do Brasil, que chega a 42,8% da conta de luz. Para questionar essa política, entidades organizam um plebiscito popular, previsto para outubro.

Divulgação

brasil | págs. 04 e 05

Aécio é julgado por não investir em saúde Ministério Público denuncia o desaparecimento de R$ 3,5 bilhões do orçamento do Estado, metade do exigido por lei para a saúde nos anos de 2003 a 2008

variedades | pág. 15

Você conhece o Festivale?

Futebol contra a homofobia

História de exploração e resistência Entrevista com Rubinho do Vale

Galo Queer, Cruzeiro Maria, Corinthians Livre, Bambi Tricolor, Vitória Inteligente. Torcidas criam comunidades que combatem o preconceito nos campos e fora dele.

Com a palavra, o povo

MG

Larissa Helena / A Sirene

Julgamento de Adriano Chafik, acusado de comandar Massacre de Felisburgo, será no dia 15 de maio

ESPECIAL

LAMA E LUTA 3 ANOS APÓS O CRIME, RIO DOCE FICOU NA MEMÓRIA Minas Gerais

Belo Horizonte, novembro de 2018 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE FUNDÃO (Samarco/Vale/BHP Billiton) 3 anos depois: O que querem os atingidos?

Mulheres enfrentam duras consequências Reparações são decididas pelas mineradoras

MAB prepara mobilizações em toda a bacia

Nilmar Lage

Larissa Helena / A Sirene

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LULA EM MG Organizações elogiam diálogo com povo, mas defendem necessidade de construir um projeto de nação

ESPECIAL

TRAGÉDIA DE MARIANA 2 ANOS DEPOIS, O QUE NÃO ACONTECEU? Minas Gerais

Belo Horizonte, novembro de 2017 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE FUNDÃO (Samarco/Vale/BHP Billiton) 640 km de cursos d’água e 200 km de litoral contaminado 22 pessoas e 4 empresas denunciadas pelo MPF Nenhum preso ou condenado 40 bilhões de litros de rejeitos 19 mortos, 1 aborto forçado 41 municípios atingidos 14 toneladas de peixes mortos 1 milhão de atingidos Nenhum reassentamento Fonte: MAB

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