Edição 287 do Brasil de Fato MG

MG Minas Gerais

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019 • edição 287 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

VAZA JATO PROMETE NOVOS CAPÍTULOS

Fernando Frazão e Marcelo Camargo / Agência Brasil

Artigo: Moro não foi juiz, foi assistente de acusação OAB pede afastamento de Moro e Dallagnol STF deve julgar habeas corpus para Lula

DIA 14 GREVE GERAL

Em MG, 11% da população está sem emprego. No Brasil, índice chega a 12,7% Confira a agenda de atos em Minas Relembre 10 paralisações que marcaram a história do país

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Editorial | Brasil

O dia em que o Brasil parou Neste 14 de junho está sendo convocada uma greve geral para mais uma vez defender a previdência social, e ainda por pleno emprego, contra os cortes da educação, em defesa do SUS, em defesa das estatais contra a privatização, e para que a Vale pague por seus crimes em Brumadinho e Mariana.

Reforma ataca frontalmente a vida das mulheres

ESPAÇO DOS LEITORES

“Zema é o Bolsonaro de sapatênis!”

Sílvia Amâncio comenta a matéria “Plano para renegociar dívida de Minas vai atingir diretamente servidores públicos” “Vamos, gentes!”

Yulia Mysko escreve sobre “Encontro reúne mais de 20 mestres populares em Lagoa Santa, de 14 a 16 de junho” “Querem é desocupar a área para explorá-la mais ainda” Valéria Lamin comenta sobre a matéria “Barão de Cocais: mesmo sem rompimento, direitos dos atingidos são violados pela Vale” “Sempre bom ver mais lugares assim!”

Carol Garcia escreve sobre “Yanã Bar é novo espaço cultural e gastronômico em BH comandado por mulheres”

A Previdência vem sofrendo ataques desde o governo Temer, mas com o governo Bolsonaro, tem vivido sua maior ameaça. A proposta apresentada pelo governo Bolsonaro não é uma reforma, é uma proposta de extinção daquilo que conhecemos como previdência pública.

Querem que a previdência seja mais uma mercadoria e os grandes privilegiados serão os bancos que lucrarão muito, se apropriando de bilhões da nossa previdência.

Além disso, essa proposta de reforma demonstra mais uma vez o caráter misógino, patriarcal e machista deste governo. A reforma ataca frontalmente a vida das mulheres. Elas perderam mais, pois em razão da sua intermitência no trabalho formal, com as novas regras, elas se distanciarão ainda mais da aposentadoria. Além disso terão suas vidas mais precarizadas.

Mais de 13 milhões de desempregados Em um país em que o desemprego alcança as marcas dos 13 milhões e onde já temos mais trabalhadores e trabalhadoras informais do que formais, a reforma da previdência, se for aprovada, representará um maior empobrecimento do povo. E para a grande maioria, trará a impossibilidade de aposentadoria, pois morrerão antes disso.

As ruas mineiras também trarão a denúncia do governo Zema, que vem promovendo um verdadeiro desmonte das políticas públicas. O governo Zema tem utilizado a velha estratégia de precarização das políticas públicas (diminuindo recursos humanos e financeiros) para logo mais à frente dizer que é necessário privatizar para que os serviços sejam mais efetivos.

Essa história de que se privatizar as coisas melhoram, nós mineiras e mineiros já sabemos bem. Diziam isso

Tiremos o dia para defendermos nossos direitos da Vale e o que vimos depois de sua privatização foram centenas de pessoas assassinadas, algumas ainda não encontradas, e rios mortos.

A orientação para o dia 14 é simples: não vá trabalhar, nem vá ao mercado, farmácias, consultas, padarias, restaurantes, bancos, academias, açougues, escolas e a nenhum estabelecimento. Tiremos o dia para defendermos nossos direitos.

Escreva para a gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: (31) 3309 3314 / (31) 3213 3983

conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier.

Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Adília Sozzi, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fabrício Farias, João Paulo Cunha, Jordânia Souza, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário e Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Gonçalves. Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Viícius Moreno Nolasco. Diagramação: Luiz Lagares e Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.

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PERGUNTA DA SEMANA

Em 10 de junho comemorou-se o Dia da Língua Portuguesa. Essa que é a língua oficial de nove países, já passou por muitas mudanças e tem hoje 435 mil palavras. Dentro desse enorme universo, o Brasil de Fato MG quer saber:

Qual a palavra da língua portuguesa que você mais gosta?

A palavra que eu mais gosto é a palavra “liberdade”. Além de todos os significados positivos que ela tem, sempre me lembro do poema de Cecília Meirelles: “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”

Cleiton Henriques, assessor parlamentar

São várias. Uma que eu gosto muito é “janela”, por causa da fonética. Gosto muito de “boca”, acho lindo “boca”. E gosto de “poça”, que provavelmente é uma palavra indígena. Olha que linda: “poça”!

Maria Elisa de Macedo Rodrigues, professora de cinema

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GERAL

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Número da Semana

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minutos

Segundo o Instituto Patrícia Galvão, a cada nove minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Contrariando esse dado, o atual Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou, no dia 11, em seminário no Itamaraty, que há um “moralismo no campo sexual”. Para ele, “hoje, um homem olhar para uma mulher já é uma tentativa de estupro”.

#bombou na rede

“POR QUE O APELIDO DO MORO É “RUSSO” SE ELE FOI TREINADO PELA CIA, QUE É AMERICANA?” Reprodução

De juiz de primeira instância no Paraná, Sergio Moro viu sua carreira decolar: foi alçado à condição de celebridade pela mídia comercial ao se tornar o juiz responsável pela Operação Lava-Jato e depois nomeado ministro da Justiça por Jair Bolsonaro. Os dias de glória incluíram um aceno para uma vaga no STF e o título de ministro mais popular do governo. Desde domingo, quando o portal Intercept revelou o teor de diversas con-

versas envolvendo Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, a hashtag #VazaJato e #VazaAJato viraram febre no Twitter. Outra que está bombando é “#LulaLivre”, de usuários que questionam a isenção do tribunal que condenou o ex-presidente.

Também não faltaram memes e piadas, tanto sobre o apelido de Moro revelado nas conversas (“Russo”), como retomando o famoso power point de Dallagnol.

Reprodução

Declaração da Semana Sabe aqueles cadernos de atividades infantis que você ‘liga os pontos’?! (...) Agora, me junto ao coro de ‘Lula Livre’. Que [Lula] tenha um julgamento justo e isento de interesses obscuros

Escreveu Thiago Lacerda em seu Instagram. O ator reconheceu que teve uma opinião “ingênua” em relação à Operação Lava Jato, mas muda de ideia depois de saber das conversas entre Sérgio Moro e Deltran Dallagnol. Leia mais nas páginas 9 e 11.

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CIDADES

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Desemprego em MG continua em alta; 11% estão sem ocupação CRISE Economista analisa que governo não demonstra saída para a crise. Greve geral reivindica mais empregos Carlos Alberto / Agêncai Minas

Rafaella Dotta

O

último estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o estado teve 11,2% de desemprego nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. O índice traz preocupações sobre as medidas do governo estadual de Romeu Zema (Novo) e do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que tinham como principais promessas a melhora da economia.

Minas, sob o governo Zema, está em cenário pior que dos últimos meses de 2018, quando o estado tinha 9,7% de desocupação. A campanha eleitoral de Romeu Zema prometia combater o desemprego sendo um “facilitador e valorizador do empreendedorismo” - em outras palavras, ajudar os grandes e pequenos empresários.

Além do desemprego, a assistência social também poderá ficar comprometida com as medidas do governador de colocar menos recursos nos serviços públicos.

Reflexo do governo federal A economista Lúcia Garcia, do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese), pondera que a culpa não é apenas do governo estadual: “Minas Gerais acompanha o índice nacional”. O estado acaba ficando na média de desemprego do Brasil.

Isso acontece porque nosso estado tem uma presença mais forte de indústrias,

GREVE DO DIA 14 TAMBÉM É POR MAIS EMPREGOS

Fitmetal

Privatizações e menos serviços públicos aumentarão desemprego o que, segundo Lúcia, segura o número de empregos.

A pesquisa do IBGE mostra também que há variações do índice de emprego de acordo com os meses do ano. O desemprego mineiro quase sempre é maior no primeiro trimestre do ano, e depois se normaliza. Porém, a economista não está otimista.

“Não há nada no horizonte dizendo que o emprego vai aumentar. A Reforma Trabalhista não gerou mais emprego. O governo federal dá sinais de que vai privatizar empresas estatais e vai colocar menos dinheiro nos serviços públicos (educação, saúde), tudo isso vai aumentar ainda mais o desemprego”, analisa.

EMPREGOS EM RISCO Uma categoria que está sofrendo diretamente o desemprego são os metalúrgicos. O Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região perdeu 30 mil de seus filiados, restando hoje cerca de 50 mil. O presidente do sindicato, Geraldo Valgas, afirma que muitas empresas estão operando com apenas 20% dos funcionários necessários.

Geraldo destaca que algumas grandes fábri-

cas estão se mudando do estado. A Mercedes Bens, em Juiz de Fora, já confirmou o fechamento de parte da produção e deve demitir 900 pessoas. Outra grande preocupação é com a Fiat, de Betim, que estaria se mudando para Pernambuco, e pode comprometer o emprego de 19 mil pessoas. Veja mais nformações aqui: https:// tinyurl.com/y46g3ghj

O dia de paralisação convocado pelos sindicatos, para a sexta-feira (14), pretende dar um recado ao governo de que a população é contra a reforma da Previdência. Junto a esta reivindicação, a greve também requer uma política de aumento de empregos, como afirma Jairo Nogueira, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), conforme entrevista que você encontra aqui: https://tinyurl. com/y43u7wdg.

Para o sindicalista, o trabalhador está aderindo à greve não por uma discussão política, “por ter votado nesse ou naquele partido”, mas porque está sendo lesado. “A população já está sendo muito prejudicada desde a aprovação da Reforma Trabalhista, do Temer, que veio com a promessa de gerar mais emprego e não gerou.

Nós estamos com nível de desemprego muito alto. Pessoas vivendo de bicos, sem carteira assinada”, justifica.

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MINAS

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Escolas e universidades param nesta sexta-feira, na greve geral VERDADE Para professora, desafio desta greve é vencer as mentiras que governo está espalhando nas redes Estela Loth / Estudantes NINJA

Rafaella Dotta e Wallace Oliveira

CATEGORIAS E AGENDA

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educação promete parar de novo nesta sexta-feira (14), em greve geral envolvendo dezenas de outras categorias em todo o país. A luta contra os cortes na educação é uma das pautas da greve geral. No mês de maio, educadores e estudantes foram às ruas duas vezes, com os maiores atos do país desde as jornadas de junho de 2013. Em Minas Gerais, nos dias 15 e 30 de maio, houve manifestações em pelo menos 44 cidades mineiras. Em Belo Horizonte, nas duas ocasiões, mais de 200 mil participaram dos atos contra o governo Bolsonaro (PSL), a favor da educação pública e contra a reforma da Previdência.

“Todo ataque do governo contra a nossa profissão é para combater a capacidade que nós já demonstramos nos dias 15 e 30, de esclarecer a população, de uma maneira didática que a reforma da Previdência é a morte dos trabalhadores, é nos transformar numa população de idosos miseráveis”, afirma Denise Romano, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE MG).

Mobilização para a greve Novamente nas ruas, em Minas, eletricitários, professores, trabalhadores dos Correios, da saúde, metroviários, eletricitários, trabalhadores da Copasa e outras categorias devem parar nesta sexta. Na educa-

Estão confirmados na luta os professores e demais trabalhadores da Educação, metalúrgicos, estudantes, Correios, Justiça Federal, químicos, agricultores familiares, caminhoneiros, eletricitários, vigilantes, rodoviários, metroviários e muito mais.

HORÁRIOS E LOCAIS Belo Horizonte concentração na Praça Afonso Arinos, 11h João Monlevade concentração na Praça dos Aposentados, 14h Ouro Preto concentração na Barra, 15h. Ato cultural às 18h, na Praça Tiradentes Uberlândia concentração na Praça Clarimundo Carneiro, 15h Passos concentração em frente ao Mercado Municipal, 16h Manhuaçu concentração na Praça 5 de Novembro, 14h

ção, ao menos 28 organizações decidiriam paralisar: 10 sindicatos, 5 entidades estudantis, 7 centrais sindicais e 6 federações ou confederações.

Há um grande trabalho de mobilização para que as universidades parem mais uma vez. É o que conta a professora Maria Stella Brandão Goulart, presidenta do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco. “É nesse lugar que nós, professores das instituições de credenciamento profissional, científicas, vamos às ruas procurar um diálogo aberto que supere essa situação crítica”, pontua.

Maria Stella destaca como

Uberaba concentração na Praça Rui Barbosa, 9h

Eletricitários, professores, metroviários, eletricitários e outras categorias devem parar no dia 14 grande desafio desta greve superar as mentiras que estão sendo disseminadas nas redes sociais contra quem defende a educação. Para ela, elas são promovidas pelo próprio governo. “É um governo que mente, uma coisa que não imaginávamos ver.

Existe um patrimônio institucional, cultural, que está sendo dilapidado”, alerta.

Lavras concentração na Praça Doutor Jorge, 16h Varginha panfletagem às 7h30 e aula pública às 9h, em frente à Unifal. Concentração na Concha Acústica, às 15h

COMO AJUDAR A GREVE? O ideal em uma greve geral é boicotar todas as atividades que podem ser realizadas em outros dias. Se puder evitar, é bom não fazer compras (em restaurantes, mercados, farmácias, shoppings, postos de gasolina, etc.). Não vá a bancos e casas lotéricas, faculdade e trabalho. É importante sair às ruas e participar das passeatas para reivindicar os seus direitos.

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Opinião

Imprensa golpista leva furo João Paulo Cunha Moro não foi juiz nos processos da Lava Jato, foi assistente da acusação. Cobrou ações dos procuradores, indicou caminhos, sugeriu mudar a ordem de operações, antecipou sentenças e participou de conluio para evitar entrevista de Lula, com medo do crescimento da candidatura de Haddad. Chegou a confessar que é sonso, mentiroso e mau caráter, ao admitir, depois de pedir desculpas ao STF pelo vazamento da conversa entre Dilma e Lula, que faria tudo de novo.

Além de manter relações estreitas com um dos lados do processo, no caso os acusadores, num suicídio ritual da função de julgador imparcial, Moro se beneficiou pessoalmente de suas ações ilegais e antiéticas. Como paga pelos serviços prestados, ficou com o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública e com a promessa de ocupar uma das cadeiras da suprema corte.

O que nem todo mundo está se perguntando é por que essas informações foram publicadas pelo

Próximos lances devem expor mídia, políticos e o próprio Judiciário The Intercept Brasil. O caso mostra que a imprensa nativa, que gosta de se chamar de “profissional”, nunca foi confiável quando se tratava de informar o cidadão sobre a LavaJato. Além de firmar fileiras pelo golpe contra Dilma Rousseff, de funcionar como caixa de ressonância dos interesses do mercado, a imprensa corporativa sempre fez da operação curitibana uma aventura épica comandada por heróis impolutos. Que agora estão com as capas em farrapos. É curioso que a mesma imprensa comercial se ocupe hoje em repercutir as reportagens do The Intercept, com uma retórica ambivalente e de má fé. As informações reveladas pela fonte das denúncias são trata-

das como vazamentos ilegais, invertendo o sentido do interesse público em nome da defesa da privacidade, questionável, de atos ilícitos de agentes públicos. É bom lembrar que, de acordo com os próprios editores, apenas 1% do material foi revelado, o que talvez explique o medo patente da Globo em sua cobertura canhestra e repetitiva. O mesmo se observou em relação às manchetes capengas dos jornais do dia seguinte, que foram seguidas do movimento lento de mudança de ventos. Uma sensação de fuga dos ratos em meio ao naufrágio.

Em editoriais e artigos de entusiastas de carterinha da Lava Jato, Moro vai sendo rifado.

Certamente nas conversas de integrantes da força-tarefa com o ex-juiz não deve ter escapado a presença de personagens ligados à mídia, aos políticos, empresários e ao próprio Judiciário, em todas as suas instâncias. Os próximos lances não devem tardar e ampliar ainda mais o universo de engodos, vaidades doentias, ativismo judicial e fratura do Estado de Direito.

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Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019 Ricardo Barbosa / ALMG

OPINIÃO

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Makota Celinha

Ègbé – eu e o outro

Zema: governo de caminho único Começou o “Assembleia Fiscaliza” em Minas Gerais. Os secretários de Estado foram convocados a apresentar um balanço da atuação do governo nos primeiros quatro meses de mandato. Uma prestação de contas quadrimestral. Esta iniciativa é inédita, resultado da votação de proposta de emenda à Constituição no início da atual legislatura.

Com o primeiro dia de prestação de contas, já é possível avaliar o perfil de articulação política do governador Romeu Zema (Novo), ou a ausência dela. Numa fala inicial, o governo apresentou a redução de contratações, o fim do diário oficial impresso, nenhuma campanha publicitária feita e o Regime de Recuperação Fiscal para Minas Gerais como caminho único para a recuperação econômica.

O governo do estado é um estimulador de demissões de trabalhadores: garçons, recepcionistas, vigilantes, professoras. Redução de postos de atendimento à população Governo Zema: e fim ou diminuição de programas como Escola Integral redução de pose Valores de Minas (programa de política pública para a tos de trabalho juventude). e de serviços à Sobre anúncios publicitários, fez muita falta aos mineipopulação ros investir em campanhas como a de combate à dengue.

O custo-benefício dessa “economia” não valeu a pena para o povo. Basta analisar o número recorde de pessoas doentes em 2019.

Sobre as perspectivas de futuro, apresentou caminho único: venda de estatais que prestam serviços à população, demissões de servidores, entrega do papel do Estado e da Assembleia Legislativa a uma Comissão do Governo Federal em troca de empurrar a dívida com a União por três anos.

O Regime de Recuperação Fiscal não deu certo no único estado que o colocou em prática: o Rio de Janeiro. Não trará desenvolvimento nem responderá aos problemas que os mineiros e as mineiras enfrentam. A adesão é a política de submissão e de entrega do patrimônio do povo mineiro. O estado, se aderir à recuperação fiscal, sairá mais fraco, sem possiblidade de fazer política de desenvolvimento.

Beatriz Cerqueira é deputada estadual (PT) e presidenta da CUT Minas.

Makota Célia Gonçalves Souza é coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab).

ACOMPANHANDO

Beatriz Cerqueira

“Ègbé – eu e o outro”. Com esse mote, vamos realizar um grande evento, o Encontro Nacional de Povos de Terreiro, entre os dias 13 e 16 de junho, em Belo Horizonte. Queremos criar um espaço de compreensão de nossas posições políticas centradas no pensamento de esquerda. Um espaço de construção de uma grande “teia”, que construa os pontos de nossa unidade: sobreviver e resistir ao Estado fascista implantado em nosso país.

Somos muito diferentes, somos plurais, continentais, mas há algo que nos unifica, e muito: nossa fé, nossa ancestralidade, nossos terreiros. Sabemos através do Itans, Orikis, como a construção coletiva de nossas práticas religiosas se deram na diversidade de pensamentos. Hoje somos herdeiras/os de uma tradição mágica, na qual ser diferente foi fundamental para assegurar a manutenção da unidade na adversidade.

O “Ègbé – eu e o outro” O não se propõe a ser um espaço de debates sobre forma, jeito e meio de nossas práticas religiosas, mas sim um espaço para a construção de táticas e estratégias que nos assegurem o direito à prática, à liberdade, à democracia e à vida, a partir de nossos olhares e construções em nossos terreiros. Um espaço onde possamos buscar a unidade para além de nossas convicções políticas partidárias e de Encontro vai militância, um espaço que seja reunir povos de de construção básica em defe- terreiro contra o sa de nossos direitos, de nossas fascismo vidas e de nossas práticas religiosas.

Queremos buscar a consolidação de uma aliança entre os que se organizam e têm como parâmetros as tradições de nossa religiosidade. Esta é, para nós, a forma mais eficiente de combate à teocracia no Estado brasileiro, ao racismo religioso e às intolerâncias correlatas.

Na edição 193...

Políticas para crianças e adolescentes ameaçadas em tempos de golpe E agora...

Em 12 de junho, o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, o Ministério Público do Trabalho lançou uma campanha de conscientização sobre o assunto, com o tema “Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao Trabalho Infantil”. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), de 2016, o Brasil tem cerca de 1,5 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. O MPT reforça que só a partir dos 14 anos os jovens podem exercer atividades de formação profissional, apenas em programas de aprendizagem, e com todas as proteções garantidas.

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BRASIL

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Às vésperas da greve geral, relembre 10 paralisações que marcaram a história do Brasil MOBILIZAÇÃO Manifestações ocorrem em repúdio aos cortes de verba nas universidades e à proposta de reforma da Previdência Da redação

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om a Previdência Social ameaçada pela proposta de reforma do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu ministro da economia, Paulo Guedes, o Brasil está

1917 Primeira da história brasileira, a greve geral de 1917 reivindica aumento de salários, jornada de oito horas e melhores condições de trabalho. Eclode após a morte do sapateiro José Martinez, assassinado em São Paulo no dia 9 de julho daquele ano pela polícia durante uma carga de cavalaria. Seus líderes vieram do operariado anarquista e socialista. A greve, que espalhou pela capital paulista até chegar ao Rio de Janeiro e Porto Alegre, durou 30 dias e reuniu 70 mil trabalhadores. Ela foi marcada pela forte presença das mulheres operárias.

1962 Se não fosse a greve geral de julho de 1962, não haveria 13º Salário. Até então, o 13º não era uma obrigação legal.

Sua obrigatoriedade veio depois da paralisação que afe-

sob iminência de mais uma Greve Geral, marcada para o dia 14 de junho. A última aconteceu no dia 28 de abril de 2017, e pretendia barrar a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, ainda nos moldes do governo

de Michel Temer. Antes dessas, outras mobilizações nacionais marcaram a história.

tou principalmente os setores de ferrovias, bancos e portos, além de refinarias e distribuidoras de combustível. Atingiu capitais, entre elas São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador, e várias cidades médias. Porém, exibiu sua maior força no Rio, parando praticamente toda a cidade. Houve confrontos com a polícia e mortes.

nir na matriz de São Bernardo (SP). Um acordo com os patrões sairia em maio.

Dez greves que sacudiram o país Há registros de greves des-

1989 CUT e CGT convocam greve em março de 1989.

Com arrocho salarial e inflação galopante, 12 capitais param totalmente. Outras 14 registram paralisação parcial. Depois do primeiro dia de paralisação, o presidente José Sarney abriu negociações com os grevistas.

1986 Quando o Plano Cruzado começa a ir para o ralo, bancários, metroviários, professores, metalúrgicos, rodoviários e outras categorias suspendem o trabalho. Naquele dezembro de 1986, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimou em 15 milhões o número de trabalhadores parados.

senal do Rio de Janeiro. No entanto, pouco se sabe delas, já que o olhar dos historiadores se concentrou nas instituições da classe trabalhadora do século 20, a era das grandes greves.

1996 Deflagrada para combater a política econômica do governo FHC, a greve de junho de 1996 mobiliza 12 milhões de trabalhadores, segundo seus organizadores.

1980 Nova greve irrompe em 1º de abril, também tendo o ABC paulista como epicentro. Mais de 140 mil metalúrgicos paralisam por salários. Novamente, a ditadura intervém e Lula é preso por 31 dias. A greve termina em 11 de maio.

1968 Sob a ditadura (1964/1985), metalúrgicos de Contagem (MG) e de Osasco (SP) cruzam os braços por melhores salários e condições mais humanas de trabalho. São reprimidos com violência e suas lideranças presas e levadas à polícia política.

1979 Mais de cem mil trabalhadores, sobretudo metalúrgicos, da região do ABC paulista param em 13 de março, véspera da posse do último ditador de 1964, João Figueiredo. Montadoras como Ford, Volkswagem, Mercedes-Benz, Chrysler têm sua atividade interrompida. A greve marca o surgimento de Lula como figura nacional.

A ditadura reage com intervenção no sindicato e as lideranças, com o apoio da Igreja Católica, passam a se reu-

de o século 19. Foram ações de homens e mulheres escravizados que paralisaram suas atividades, tanto em fazendas como nas primeiras fábricas, tais como no ar-

1991 No governo Collor, a greve de 22 e 23 de maio atinge mais de 19 milhões de trabalhadores. Foi convocada pela garantia de emprego, reposição de perdas, defesa dos serviços públicos e em protesto contra o aumento dos aluguéis e das prestações da casa própria.

2017 Mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras de todo o país paralisam suas atividades no dia 28 de abril de 2017. São os números da organização. A greve foi convocada pelo Fórum das Centrais Sindicais, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo contra o assalto aos direitos trabalhistas e a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer.

Mídia NINJA

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Lula desafia Globo a fazer debate entre ele, Moro e Dallagnol DENÚNCIA Mensagens entre Moro e Dallagnol divulgadas pelo Intercept Brasil revelam parcialidade do julgamento da Lava Jato Ricardo Stuckert

E

m nova entrevista concedida na quarta-feira (12), desta vez à TVT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs à TV Globo que faça um debate entre ele e seus algozes – o procurador da República Deltan Dallagnol e o ministro da Justiça Sérgio Moro.

Segundo os jornalistas Juca Kfouri e José Trajano, que conduziram a entrevista na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Lula se mostrou indignado com as revelações do conluio entre Moro e Dallagnol, trazidas ao conhecimento público pelo site The Intercept Brasil no último domingo (9).

As revelações demonstram

The Intercept e Band News divulgam mais um vazamento

diálogos entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e procuradores da Lava Jato.

O ex-presidente também falou do desmonte do país pelo atual governo, afirmando que o ministro da Economia quer vender até o Palácio do Planalto. “Só não quer vender a cadeira de Bolsonaro, porque ninguém quer comprar”, diz o ex-presidente, segundo relato de Kfouri.

OAB pede afastamento de Moro e Dallagnol O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, visitou o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Mais uma conversa, revelada na noite de quarta (12), mostra que Deltan Dallagnol manteve contato com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, no sentido de conseguir seu apoio. Deltan teria enviado a Sergio Moro: “[O ministro] Disse para contarmos com ele para o que precisarmos,

nesta quarta-feira (12) e voltou a defender o afastamento do procurador Deltan Dallagnol da Lava Jato e do ex-juiz federal Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça – em função das conversas que revelam o conluio entre os dois para condenar sem provas o ex-presidente Lula e tirá-lo da disputa eleitoral de 2018.

STF vai julgar sobre parcialidade de Moro O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que o habeas corpus da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva que trata da suspeição de Sergio Moro, ex-magistrado responsável pela primeira condenação do petista na Lava Jato, deve ser julgado pela Segunda Turma da Corte no próximo dia 25 de junho, numa terça-feira.

MATÉRIA COMPLETA NO SITE theintercept.com/brasil/

mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me pra ir à casa dele rs”. A nova informação agrava a denúncia de que instâncias da Justiça estavam em conversa constante e contribuíram para a acusação contra Lula, não cumprindo com sua necessária imparcialidade.

BRASIL

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Povos de terreiro se reúnem para pensar estratégias de resistência UNIDADE Encontro Nacional será realizado entre os dias 13 e 16 e deve reunir mais de 300 pessoas

Agência Brasil

Joana Tavares “Ègbé - eu e o outro”. É com esse mote que entidades do movimento negro, povos de terreiro, observadores, representantes dos 27 estados brasileiros e de cinco países – Cuba, Haiti, Venezuela, Estados Unidos e Uruguai - vão se reunir entre os dias 13 e 16 de junho, em Belo Horizonte (MG), no Encontro Nacional dos Povos de Terreiro.

A programação conta com análises sobre a situação do Brasil e do mundo, mesas de discussão sobre temas como mulheres negras e saberes ancestrais, racismo religioso, representação simbólica das culturas negras e das religiões de matriz africana, educação e estratégias de defesa dos corpos e da natureza, entre outros.

Segundo Makota Celinha, coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (Cenarab), o objetivo é analisar com profundidade o cenário atual para que sejam traçadas, coletivamente, estratégias e táticas de luta, resistência e organização.

“Trazemos essa discussão devido à conjuntura em que

estamos vivendo, de perda de direitos, de ameaça à democracia. O encontro reflete uma preocupação com a vida, com nossos direitos básicos, elementares. É um encontro para quem acha que a sociedade brasileira precisa mudar, que precisa haver uma transformação social. Não é um encontro de WhatsApp, de Facebook, é uma troca mais profunda.

Levaremos o jeito alegre e faremos também análises profundas E a expectativa que a gente saia daqui com plano de ação, para organizar a luta”, explica Makota. “O povo de santo, o povo de axé, levará o jeito alegre que temos, mas também com a preocupação de fazer análises profundas”, continua.

Uma das ideias do encontro é articular um comitê de observação das denúncias de casos de racismo religioso e violação aos direitos de negras e negros no Brasil.

14 MUNDO 10

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Macri anuncia peronista como vice e acirra campanha contra Kirchner ARGENTINA País enfrenta profunda crise econômica, com inflação e desemprego em alta Coletivo Passarinho

Da redação

A

24 horas da inscrição das coligações e a 10 dias das inscrições dos candidatos que darão início à corrida eleitoral, o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou, na terça (11) uma ampliação da sua coligação, ao incorporar um candidato a vice-presidente da oposição peronista, o senador Miguel Ángel Pichetto, ex-aliado de Cristina Kirchner.

A decisão visa seduzir o voto peronista, pulverizado em diferentes candidaturas como a da ex-presidenta Cristina Kirchner, que será candidata a vice-presidenta na cha-

Projeção realizada nos prédios de Buenos Aires contra a visita de Bolsonaro ao país.

pa que leva Alberto Fernández como candidato a presidente.

Em outubro deste ano, os argentinos escolherão o próximo presidente, em um cenário de profunda crise eco-

nômica. Aumento da pobreza e do desemprego, crescimento da inflação, fechamento de comércios e até ocorrência de saques em supermercados fazem parte do cenário do país.

Eleito com um discurso li-

beral e conservador, Macri não conseguiu resolver a crise com as medidas de austeridade. Em junho de 2018, ele solicitou antecipação de parte do empréstimo de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 202 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Este é o maior recurso já negociado pelo país com o Fundo.

O Banco Central da Argentina aumentou a taxa de juros para 60%, a mais alta do planeta. Desde janeiro, o peso passa por um sucessivo histórico de desvalorização frente ao dólar e perdeu metade de seu valor.

PROTESTOS CONTRA BOLSONARO

Milhares de argentinos foram às ruas de Buenos Aires, no começo de junho, para protestar contra a visita de Jair Bolsonaro (PSL) ao país, onde ele participou de uma agenda bilateral com o presidente Maurício Macri. O presidente brasileiro deu declarações indiretas para defender a reeleição de Macri.

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Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

ENTREVISTA 15 11

“Não há como manter a condenação de Lula” JORNALISMO Um dos fundadores do The Intercept, Glenn Grennwald fala para site dos Estados Unidos sobre reportagens exclusivas publicadas sobre a Lava Jato CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA AFP

O

jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do The Intercept, responsável pela publicação das conversas vazadas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, avalia que a condenação do ex-presidente Lula não pode mais ser mantida diante dos fatos, que revelaram uma parceria entre o Judiciário e o Ministério Público na elaboração da denúncia e no projeto de tirá-lo da disputa presidencial.

Confira alguns trechos da entrevista que ele concedeu ao programa de notícias dos Estados Unidos Democracy Now, na quarta-feira (12), que foi reproduzida pelo portal Brasil247.

Amy Goodman: Você fez essa série de reportagens, ela está sacudindo o Brasil nesse momento, pedidos para que Moro deixe o ministério da Justiça, pedidos para que Lula seja libertado. Quais são as chances disso acontecer na sua opinião?

Glenn Greenwald: Nós estamos trabalhando fervorosamente para publicá-las o mais rápido que pudermos. Obviamente há um intenso desejo de ver mais informações, mas temos a responsabilidade, exatamente como fizemos com as informações obtidas via Snowden, de ter certeza de que serão bem publicadas, profissionalmente e acuradamente, porque se fizermos um único erro, ele será usado para sempre contra nós, minando a credibilidade da reportagem.

Temos muito mais a mostrar

Não estou seguro que Moro sobreviverá às novas reportagens que faremos Então, quando você pergunta o que acontecerá com Moro, o que acontecerá com Lula, muito depende da qualidade das reportagens que fazemos e de quanto mais vamos mostrar, porque temos muito mais a mostrar. Mas nós acreditamos, com aquilo que nós mostramos, não digo que Sergio Moro esteja em vias de ser exonerado, porque ele ainda tem o apoio de Bolsonaro, ele ainda é crucial para o governo, mas ele certamente sofreu um severo prejuízo e enfraquecimento com os relatos do fim de semana.

Nós continuaremos com reportagens que o prejudicarão e enfraquecerão quando revelarmos mais e não estou seguro de que ele possa sobreviver a isso.

Mas acho que há boas chances de o Superior Tribunal Federal dizer que a condenação de Lula da Silva foi um subproduto de tantas impropriedades, que não podemos deixá-la permanecer. No mínimo, ele precisa de um novo julgamento e precisa ser

Ele fez exatamente o que presunçosamente negava

libertado enquanto esse novo julgamento acontece.

A Ordem dos Advogados do Brasil pediu que Moro seja suspenso e que todos os promotores envolvidos no escândalo sejam dispensados. No entanto, Bolsonaro fez dele um tipo de superministro da Justiça, então o que acontece?

Glenn Greenwald: É tão fascinante, porque a história me lembra muito a história de Snowden de muitas maneiras. Um modo é o fato de que

É incrível a disposição das autoridades para mentir sobre o que fazem a história de Snowden essencialmente começou quando ele ouviu James Clapper ir ao Senado e olhando nos olhos deles mentiu descaradamente, quando lhe perguntaram: “Você está coletando dados de milhões de americanos?”

Ele disse: “Não, senhor, não estamos fazendo isso. Não temos tal programa”. E foi chocante para Snowden ver alguém naquela posição tão sociopática, e foi isso que, no final das contas, levou Snowden a decidir: “preciso mostrar a verdade”.

Esta é a mesma reação que eu tenho quando ouço o juiz Moro olhar para as câmeras e dizer: “Eu me irrito com a afirmação de que eu tenho qualquer envolvimento em uma acusação”, quando eu li todos esses documentos e conversas de anos que temos - muitos dos quais publicamos e continuaremos a publicar, mostrando que ele fez exatamente o que presunçosamente negava, olhando para a câmera com esse sorriso afetado. É incrível, embora eu ache que não deveria ser, a disposição das pessoas nessas altas posições de autoridade para mentir sociopaticamente sobre o que eles fazem.

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14 VARIEDADES 12

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

CIÊNCIA, COISA BOA! MEU CELULAR ME FAZ MAL! O QUE FAZER?

FIQUE

BEM O SEGREDO DA BOA DIETA

Em nosso último artigo discutimos sobre o efeito do uso constante das redes e smartphones sobre a saúde. Vimos que eles tentam prender nossa atenção por meio da emissão constante de micro estímulos, que geram no cérebro uma resposta prazerosa semelhante à criada por certas drogas. Tal mecanismo foi desenvolvido intencionalmente por empresas como o Facebook. A internet hoje é dominada por poucas megaempresas que lucram muito com o seu uso. Elas sabem como funciona o corpo humano e desenvolvem formas de nos fisgar.

Tudo, basicamente, pra nos vender propaganda.

Além disso, os celulares possibilitam que estejamos 24 horas por dia disponíveis. Nossos chefes ou colegas de trabaInternet hoje é lho podem nos enviar mensagens, delegar tarefas e fazer perguntas coisas o temdominada por megaempresas po todo.

Nossa geração é a primeira a viver em bilionárias que um mundo totalmente conectado, que sabem formas possibilita comunicação e acesso a inforde nos fisgar mação ilimitados. Fomos preparados para para vender lidar com isso? Certamente não. Vejo bem propagandas isso ao diariamente competir pela atenção dos alunos com os jogos, músicas, vídeos, memes e mensagens que seus celulares lhes oferecem.

A neurociência sabe que o cérebro não é capaz de se dedicar a mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Se alguém tenta, por exemplo, participar de uma aula enquanto conversa no Whatsapp, seu cérebro não se dedicará às duas coisas simultaneamente. O que ele fará é alternar diversas vezes o foco de atenção. Estudos mostram que a retenção de informação e a produtividade são bem menores do que se ele se dedicasse exclusivamente a cada tarefa de uma vez. Além disso, o número de erros e o cansaço resultantes são maiores. É preciso compreender como isso tudo funciona para que possamos nos educar e estabelecer uma relação saudável com a tecnologia. Ela veio pra ficar. Cabe a nós saber lidar com ela.

Algumas dicas: limite o tempo que fica no celular diariamente. Estabeleça horários e prazos. Não leia ou envie mensagens de trabalho fora do horário comercial ou nos fins de semana. Desabilite as notificações automáticas. Deixe o celular fora de algumas situações, como reuniões, aulas, jantares ou encontros com amigos.

E o mais importante: observe se ele tem atrapalhado outras atividades, ou se tem interferido em seus relacionamentos pessoais. Se isso estiver acontecendo, é hora de ligar o sinal amarelo e diminuir a sério o uso de seu amiguinho de bolso.

Um abraço e até a próxima!

Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

Quer saber o segredo para uma dieta saudável e que você pode seguir a vida inteira? A reposta é tão simples como profunda: priorizar na sua alimentação os alimentos in natura, ou seja, frescos – como frutas e legumes – e minimamente processados (como arroz e feijão). Essa e outras preciosas dicas estão no Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde em 2014. Nessa edição, a publicação deixa de lado as recomendações sobre grupos alimentares e porções recomendadas e defende uma concepção mais integral de saúde. O guia valoriza muito as formas como os alimentos são produzidos e distribuídos e ainda traz dicas sobre preparo e escolha das refeições.

Em linguagem acessível, está disponível gratuitamente no link: https://tinyurl.com/jhme2y4

DESFRUTE O QUE VOCÊ COME Tente o seguinte exercício: escolha uma refeição do seu dia (vale até algum lanche mais rápido) e se dedique a prestar atenção nela. Nada de celular, livro ou televisão. Sente-se num lugar apropriado para comer, observe a comida antes de ingerir, busque perceber suas cores, cheiros, pensar de onde vieram aqueles alimentos. Quando for comer, desfrute, sinta o gosto, explore as texturas. Feche os olhos se for o caso, mude o talher de mão. Não fique pensando em calorias ou quantidade, mas perceba o que a comida faz no seu corpo. Além de relaxar e trazer muito prazer, a prática pode ajudar – e muito - no processo de uma alimentação mais saudável.

Nossos direitos FUI EXPOSTO E HUMILHADO NAS REDES SOCIAIS...

A internet e as redes sociais como um todo se tornaram um espaço em que nos sentimos livres para interagir com as pessoas e dizer o que pensamos, porém, esse é um espaço realmente livre e isento para se expressar a qualquer forma? Tendemos a pensar a internet como um ambiente livre, porém, todos nós temos responsabilidades pelos nossos atos nesse ambiente.

Assim, quando expomos outras pessoas a situações humilhantes, fazemos comentários que diJonathan Hassen é advogado popular

famam, caluniam ou injuriam outras pessoas, temos as mesmas responsabilidades civis e penais, como se a situação tivesse ocorrido pessoalmente. Caso você passe por isso um dia, é importante guardar as provas (conversas, e-mails, prints) e procurar um advogado ou a Defensoria Pública para analisar a situação e, quando for o caso, o ajuizar ação. Há situações tratadas no âmbito criminal e outras no âmbito cível, onde o ofendido fará jus a uma indenização.

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

13 VARIEDADES 15

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CAÇA-PALAVRA

Reprodução

© Revistas COQUETEL

divulgação: disney

Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Filmes para crianças de todas as idades Foi-se o TEMPO em que ANIMAÇÕES eram produzidas com FOCO apenas no público INFANTIL. Arrecadando milhões de DÓLARES em BILHETERIA — BILHÕES, algumas vezes — e diversos prêmios no mundo inteiro, as animações fazem parte do CIRCUITO cinematográfico de ADULTOS e crianças.

Além do prêmio ESPECÍFICO para Melhor Animação, o Oscar também já colocou animações para disputar o PRÊMIO de Melhor FILME com LONGAS com PESSOAS reais: é o caso de “A Bela e a Fera” (1991), por exemplo, primeiro longa-metragem inteiramente animado a DISPUTAR o prêmio.

“A BELA e a FERA” foi indicada a um total de cinco ESTATUETAS e venceu duas: Melhor Trilha SONORA e Melhor CANÇÃO Original.

O D T F H R E S A O S S E P

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G O P M E T N F R T M C C T 24

Solução

Ingredientes • • • • •

4 espigas de milho 2 xícaras (chá) de leite Meia lata de leite condensado ¾ de xícara (chá) de açúcar Canela em pó a gosto para polvilhar

Modo de Preparo

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Descarte a palha e o cabelo e lave bem as espigas de milho sob água corrente. Retire os grãos do milho com um faca e bata no liquidificador com o leite até triturar bem. Sobre uma panela, passe o leite batido por uma peneira, extraindo todo o líquido – o bagaço pode ser usado depois na receita de um bolo. Misture o açúcar, leve ao fogo médio e mexa com um batedor de arame até começar a ferver. Abaixe o fogo e continue mexendo por mais 5 minutos, até formar um creme grosso. O curau engrossa de repente, se começar a empelotar ou grudar no fundo da panela, retire do fogo e mexa vigorosamente com o batedor. Com uma concha, distribua o creme em seis tigelas individuais e leve para a geladeira. Deixe esfriar por pelo menos uma hora. Sirva polvilhado com canela em pó.

Aproveite o mês pra fazer muitas comidinhas de São João!

O P M E T

C

Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.

14 CULTURA 14

Belo Horizonte, 13 a 27 de junho de 2019

Vozes quilombolas: coral de mulheres junta tradição e modernidade

Roteiro

Arraial do Lagoa

Reprodução

OUSADIA Integrantes fazem novos arranjos a músicas tradicionais, como do Reinado, e emocionam público por onde passam Johnatan Robert /Brasil de Fato

Sábado (15), das 14h às 22h, tem a festa junina do Parque Lagoa do Nado. Vai ter comida, quadrilha, brincadeiras

e show com Rubinho do Vale. A entrada é gratuita.

Anote: rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904 – Itapoã.

Arraial da Teixeira

Rafaella Dotta

E

m Ribeirão das Neves, cidade da Região Metropolitana de BH, no distrito de Justinópolis, uma igrejinha azul resiste à “sociedade moderna”. O terreiro do quilombo de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis já criou um número enorme de festas como as de Reinado, para São Benedito, para Nossa Senhora do Rosário, Folia de Reis, Guarda de Congo e o Candombe. Filhas e netas de toda essa cultura, as mulheres da Irmandade rearranjaram as músicas de tradição para levá-las ao palco.

O Coral Vozes de Campanhã, conta Patrícia Diniz, começou com um convite para que as mulheres do quilombo cantassem em um casamento. “A gente foi sendo convidada para os eventos vizinhos”, conta.

“Todo mundo achou muito interessante, porque aqui na comunidade as mulheres têm uma força muito grande, mas nunca tinha sido feito nada só de mulheres”.

Manifestação totalmente feminina Em mais de 100 anos de história do quilombo, é a primeira vez que as mulheres organizam uma manifestação totalmente feminina. Sem esquecer das suas raízes, homenageiam a Capitã Nenzinha, uma das fundadoras da Guarda de Congo Estrela Dalva, que treinava as mulheres do coral desde que eram crianças.

“Ela cantava em vários tons de vozes diferentes por um dom, ninguém ensinou isso para ela. Ela ensinou cada uma de nós a cantar num tom de voz diferente para fazer os duetos e a cantoria”, relembra Nayane Ferreira.

Elas escolheram canções do Reinado e de outras ma-

Mulheres rearranjaram músicas tradicionais para levá-las ao palco

nifestações e colocaram nelas um novo ritmo, um novo arranjo, com uma nova dança, enfim, “modernizaram”.

“A gente fala sobre a história do negro como autor da sua história, nosso povo é um povo que festejava, que era rei e rainha, e foi interrompido pela escravidão”, diz a integrante do Coral, Natiely Ferreira.

O QUILOMBO A igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, assim como o centro cultural, é parte do Quilombo de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis. A irmandade foi fundada em 1919, mas só em 2015 foi reconhecida pelo governo como um quilombo. Suas manifestações culturais são consideradas as mais antigas da cidade de Ribeirão das Neves.

Conheça o Coral Vozes de Campanhã Facebook fb.com/ coralvozesdecampanha

É no Santê, sábado (15), das 17h às 23h. Vai ter quentão, canjica, forró com a banda Resiste Teixeira, quadrilha e mais. O

Divulgação

evento denuncia o risco de despejo que ameaça as famílias da rua Teixeira Soares. É atrás do Oásis Clube, com entrada gratuita.

Festejo dos Carolinos Divulgação

No domingo, dia 23 de julho, acontece a tradicional festa da Irmandade Os Carolinos, grupo de reinado de BH. Na ocasião, di-

versas guardas de congado da capital e região se encontram. É tudo aberto e gratuito. Rua Amiro Rodrigues Campos, 276 – Aparecida.

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ESPORTE

CURTO E GROSSO

Copa do Mundo Feminina quebra recordes de audiência

na geral

Copa América:poucos ingressos vendidos

Rafael Ribeiro / CBF

Reprodução / FIFA Women’s World Cup

Luiz Ferreira, do Rio de Janeiro

M

eu amigo, pode ir tirando o cavalinho da chuva se você ainda duvida do poder do futebol feminino. A Copa do Mundo da França está simplesmente pulverizando os recordes de audiência. Nunca tivemos tantas televisões e tantos olhos voltados para uma competição da modalidade na história deste velho e rude esporte bretão. A FIFA já fazia excelentes estimativas de audiência para a edição de 2019, mas acredito que ninguém esperava marcas tão boas como essas. E olha que ainda estamos na fase de grupos, hein?

De acordo com o site Máquina do Esporte, o canal de TV aberta francês TF1 registrou 44% das TV’s ligadas na partida de abertura do Mundial (vitória das anfitriãs sobre a Coreia do Sul por 4 a 0). A transmissão atingiu um pico de 10,9 milhões de pessoas. Acha pouco? Compare com os números da estreia da seleção masculina na Copa da Rússia, no ano passado: 12,6 milhões. Sim, o número ainda é maior do que o das mulheres, mas a diferença caiu bastante. Ain-

da mais se olharmos para o melhor desempenho da TF1 em jogos de futebol feminino até o início do Mundial: 4,12 milhões de espectadores.

Na TV fechada, o Canal+ teve uma audiência média de 826 mil torcedores com pico de 925 mil. A BBC de Londres registrou 2,9 milhões de britânicos ligados na abertura da Copa e 6,1 milhões de torcedores quando as inglesas estrearam na competição (com vitória de 2 a 1 sobre a Escócia). Essa, aliás, já é a partida mais vista da história do futebol feminino no país.

Aqui no Brasil não foi diferente. De acordo com o Globoesporte.com, a vitória da Seleção Brasileira por 3 a 0 sobre a Jamaica no dia 9 rendeu 20 pontos de audiência para a Globo. A média para o horário é de 10 pontos. E a média do canal nos tradicionais jogos de quarta à noite (do futebol masculino) gira em torno dos 20 pontos.

De acordo com o site Dibradoras, as buscas no Google pela Seleção Brasileira de Futebol Feminino chegaram a níveis estratosféricos. As buscas pela atacante Cristiane (autora dos três gols da vitória brasileira) aumentaram 7800%. No domingo, durante o jogo do

Brasil, a Copa do Mundo Feminina e a estreia das nossas meninas foram os assuntos mais comentados no Twitter no mundo inteiro.

Ainda tem muita água pra rolar. O Brasil, por exemplo, volta a campo na quinta (13) contra a Austrália e ainda teremos confrontos interessantíssimos nessa primeira fase. Talvez o mais esperado seja Estados Unidos x Suécia no dia 20 de junho, na última rodada da fase de grupos. Não é por acaso que a FIFA espera mais de 1 bilhão de espectadores até o final da competição.

Tomara que este seja o início de uma nova era para o futebol feminino no Brasil e no mundo. Mais estrutura, mais jogos, mais cobertura e menos preconceito de todos.

A dois dias do início da Copa América no Brasil, cerca de um terço dos ingressos para os jogos não tinham sido vendidos. Foram disponibilizadas mais de 1 milhão de entradas.

No Mineirão, o jogo entre

Japão e Equador, dia 24, vendeu 1400 ingressos. Já a partida entre Bolívia e Venezuela, no dia 22, teve cerca de 3600 bilhetes vendidos. Na primeira fase, os preços variam de R$ 30 (meia entrada) a R$ 890.

Natação: Brasil fatura quatro medalhas na França Satiro Sodré SSPress / CBDA

Na quarta-feira (12), a equipe brasileira de natação conquistou quatro medalhas na etapa de Canet-en-Roussillon (França), do Circuito Mare Nostrum. Nos 50m peito, Felipe Lima e Jhennifer Conceição ficaram com a

prata. Já Guilherme Guido e Vinicius Lanza ganharam o bronze nos 100m costas.

O Brasil encerra sua participação no torneio com sete medalhas. A próxima etapa começa neste sábado (15), em Barcelona, EsANÚNCIO panha.

De acordo com o jornal “The Times”, a Fifa vai desistir do projeto de fazer a próxima Copa do Mundo, no Catar, com 48 seleções. 16 a mais que na última edição. O motivo principal seria a dificuldade logística para manter um campeonato com tan-

tas equipes, combinado com a crise política no Catar. As fronteiros do país com alguns países no Oriente Médio, como a Arábia Saudita, estão fechadas. A entidade chegou a cogitar dividir algumas partidas com vizinhos do Catar.

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ESPORTES

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Lucas Figueiredo /CBF

DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução

Começa a Copa América: Brasil pega Bolívia Nesta sexta-feira (14), tem início a 46ª edição da Copa América masculina de futebol. A Seleção Brasileira estreia contra a Bolívia em São Paulo, no Morumbi, às 21h30. O escrete canari-

nho vai desfalcado de sua principal arma, o atacante Neymar, que sofreu lesão no pé direito, durante amistoso contra o Catar, no dia 5.

Neymar foi cortado da competição. No lugar, joga o ata-

cante Willian, do Chelsea. O Brasil joga no grupo A, que também tem as seleções da Venezuela e Peru. No dia 22 e junho, o Mineirão recebe a partida entre Bolívia e Venezuela, às 16h.

“Ser lésbica no esporte nunca foi um empecilho no meu trabalho. Sempre teve muito respeito” Cristiane Rozeira, atacante da Seleção Brasileira, em entrevista ao site BeRainbow.

Gol de placa A Seleção Brasileira derrotou a Argentina por 7 a 5 e conquistou seu primeiro título no Campeonato Mundial de Futsal para pessoas com Síndrome de Down. O torneio foi disputado no ginásio da Cava do Bosque, em Ribeirão Preto (SP).

Gol contra Das 24 seleções da Copa do Mundo feminina de futebol, na França, 15 são treinadas por homens e apenas 9 por mulheres. Destaque para a inglesa Jill Ellis, que comanda a equipe dos EUA. Na terça (11), ela estreou no torneio vencendo a Tailândia por 13 a 0.

Pouca evolução, muitos erros

A vida é um dilema

Só chumbo grosso

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Izabela Xavier

Apesar da relativa melhora contra o CRB, o América voltou a cometer contra o Bragantino os erros que têm feito o time amargar a zona de rebaixamento: insegurança e falhas de posicionamento na defesa, baixa qualidade do meio de campo e pouDecacampeão cas e ineficientes finalizações. A comissão técnica, comandada por Barbieri, também tem suas culpas: uma escalação que aborta qualquer possibilidade de criatividade na armação das jogadas, falta de organização tática dentro de campo e substituições equivocadas, incapazes de dar algum alento à equipe. Escalados em funções erradas, atletas como Zé Ricardo, João Paulo e Felipe Azevedo acabam não conseguindo contribuir com o time como poderiam.

O próximo obstáculo do Atlético na Copa do Brasil é o arquirrival. Isto dará ao elenco e ao técnico Rodrigo Santana a chance da autoafirmação definitiva na temporada. Na sequência, tem as oitavas da Sul-Americana, contra o Botafogo. É de tirar o fôlego. São duas alternaÉ Galo doido! mais comtivas ao Brasileirão, naturalmente plicado e acirrado. Porém, podem se tornar ciladas nas etapas seguintes. O calendário é um dilema, mas tenho uma convicção: Alerrandro precisa ser o titular. Ricardo Oliveira, com todo o merecido apreço, rende menos que o garoto. E vem perdendo as estribeiras, comportamento pouco recomendável para um jogador tão experiente. Sem outra alternativa, seguiremos em frente.

Salve, nação azul! Após a parada da Copa América, teremos um mês decisivo. À disputa por uma vaga nas quartas de final da Libertadores contra o River, soma-se o confronto com nosso maior rival pela Copa do Brasil.La A maré não anda nada animaBestia Negra dora. São oito jogos sem vencer. Apesar do bom volume de jogo, não conseguimos bater o Corinthians no Mineirão. Se ano passado a reclamação era com a falta de gols, agora é com a defesa. Ainda sem saber o que será do jogo contra o Fortaleza (escrevo na terça dia 11/6), só resta torcer para que a chave possa virar e que passemos o recesso da Copa América com um pouco mais de tranquilidade. O retorno será só chumbo grosso. Saudações celestes!

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