Edição 205 do Brasil de Fato MG

MINAS

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CULTURA

Mulheres e arquitetura

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Produtos da Reforma Agrária em BH

Projeto mineiro ajuda moradoras da periferia a planejarem e construírem suas casas Pedro Thiago

Minas Gerais

Maxwell Vilela Lucas Figueiredo / CBF

De 6 a 8 de outubro, feira de alimentos saudáveis, arte e artesanato do MST na Serraria Souza Pinto

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017 • edição 205 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

ORÇAMENTO DA MALDADE CORTES para 2018 86%

Ministério das Cidades

72%

Ministério da Integração Nacional

Enfrentamento à violência contra as mulheres Direitos da criança e do adolescente Direitos das pessoas com deficiência Bolsa Família

74%

69% 56%

11%

AUMENTOs para 2018 Supremo Tribunal Federal

3,2%

Superior Tribunal de Justiça

7,2%

Câmara dos Deputados

14,9%

Juros da dívida pública brasileira

14%

Em comparação com o orçamento de 2017, a previsão para 2018 é de cortes em pastas e programas sociais. Especialista explica que o montante de dinheiro não diminuiu, mas as prioridades foram para outras áreas, como o sistema Judiciário e pagamento de juros, que tiveram suas porcentagens aumentadas. I BRASIL

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Editorial | Brasil

Janaúba alerta o Brasil O Brasil se solidarizou, na última quinta (5), com a população de Janaúba, familiares e amigos das vítimas do crime ocorrido em creche da cidade. Além de gerar consternação e solidariedade, a tragédia nos convida a refletir sobre o Brasil de hoje.

Nosso tecido social se deteriora dia a dia ESPAÇO dos Leitores

Monopólio dos meios de comunicação não é democrático” Kakânia comenta a entrevista com Altamiro Borges, publicada na edição 203, com o título “Precisamos resistir a um governo de caráter ditatorial que tenta calar as vozes” “Mais uma vez professores farão papel de família!”

Magali Maria Ferreira Costa comenta o artigo de João Paulo Cunha da edição 204, com o título “Escola, religião e Estado laico” “Gente que tá mudando... virando a vida em 180°” Maria Jussara Menezes Targ escreveu sobre a matéria “Detentas são jornalistas e fotógrafas em revista de Minas Gerais”

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

Caminhamos às pressas para uma situação de caos social. Multiplicam-se os sinais de barbárie por todo canto. Os sinais afloram da política em Brasília, das Câmaras de Vereadores das menores cidades, passam pela mais alta corte do Judiciário e alcançam juízes de primeira instância. Como não poderia deixar de ser, os sinais de uma sociedade doente chegam até a censura às artes e ao convívio cotidiano.

Acostumados a assistir às chacinas em escolas, hospitais e ruas dos EUA, vemos o grau de letalidade alcançar Janaúba, cidade do norte de Minas de cerca de 70 mil habitantes. O vigia que ateou fogo no próprio corpo, matou quatro crianças de quatro anos de idade e deixou outras 25 internadas com queimaduras graves, não tinha antecedentes criminais.

Na mesma semana, no domingo (1), aconteceu em Las Vegas uma chacina que deixou 58 pessoas mortas a tiros e 500 pessoas feridas, em um festival de música.

Nos EUA, a compra de armas é facilitada e 300 milhões de pessoas de uma população de 323 milhões - têm armas de fogo. Não há dú-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

vidas de que o armamento da população aumenta a violência e as mortes, daí a grande frequência de situações semelhantes no país.

Longe de trazer segurança, ou possibilidade de defesa, as armas de fogo geram uma sociedade ainda mais doente.

Nada é isolado Não é o caso de estabelecer relações causais fáceis e rasas entre a crise política e econômica nacional e o aumento da barbárie em todos os âmbitos da vida em sociedade.

Mas, por outro lado, não é possível isolar o acontecimento de Janaúba de um contexto nacional, em que se deterioram os laços de solidariedade e identidade que nos fazem uma comunidade nacional.

Nosso tecido social se esgarça dia a dia, desde o golpe do impeachment sem provas até a imposição de um projeto neoliberal não aprovado nas urnas. A crise ética que abala a elite política, o viés classista e seletivo adotado por boa parte do Judiciário e a inoculação de ódio na sociedade por

É preciso anular reformas de Temer parte dos meios de comunicação comerciais ganha vida própria e é difícil prever as consequências.

Mas uma coisa é certa: ou repactuamos o Brasil, anulamos todas as reformas ilegais do governo Temer e convocamos uma nova Constituinte através de um governo democrático e popular, ou novas tragédias virão.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Marcelo Oliveira Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Samuel da Silva, Talles Lopes, Temístocles Marcelos, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, Fernanda Costa, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Marcelo Pereira, Nadia Daian, Pedro Rafael Vilela, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.

?

PERGUNTA DA SEMANA

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no fim de setembro, que o ensino religioso em escolas públicas poderá seguir ensinamentos de uma crença específica.

E você, acha que as escolas públicas devem ensinar um só tipo de religião?

“Ensinar religião é válido desde que não chegue ao ponto da alienação dentro da escola. Eu acho que deveria ser opcional, que deveriam abrir possibilidades para a pessoa conhecer o que se identifica com ela mais e dar liberdade se ela não quiser seguir nada”.

“Eu tive aula de religião na escola e eu acho legal pra gente ter conhecimento, independente se ela for católica, evangélica, etc. É importante aprender mais, não só em questão de igrejas, mas saber de coisas que aconteciam antes mesmo de a gente existir”.

Michel Crepalde Silva, operador de telemarketing

Ayrtoon Godinho, operador de telemarketing

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

GERAL

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Declaração da Semana “Seis pessoas têm, sozinhas, o que tem metade da população mais pobre. O problema da desigualdade do Brasil explica muito do atraso que a gente vive” Disse a jornalista Nilce Moretto, do canal Coisa de Nerd. Ela, junto a seu parceiro Leon Martins, fizeram um vídeo sobre estudo da Oxfam que revela que 5% dos brasileiros têm a mesma renda que os outros 95% da população

#BOMBOUNAREDE

NITRO

TÁ TENTANDO CENSURAR

O deputado João Leite (PSDB), ex-candidato a prefeito de BH, está organizando pedidos na Justiça para proibir que duas obras de arte sejam apresentadas na cidade. A primeira delas é a exposição “Faça você mesmo sua Capela Sistina”, de Pedro Moraleida, que está em cartaz no Palácio das Artes. A segunda é a peça “O Evangelho segundo Jesus, rainha do céu” protagonizada pela atriz transexual Renata Carvalho, que é apresentada de 5 a 8 na Funarte. Na segunda (9) acontece um evento no Palácio das Artes, às 18h, em apoio à exposição de Moraleida.

Direito de ter pai

Defensoria Pública de MG /Divulgação

Até o dia 13 de outubro, quem tiver interesse em saber quem é o pai, pode se cadastrar para participar do mutirão “Direito a ter pai”, promovido pela Defensoria Pública, em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. No dia 27, das 8h às 17h, serão feitos reconhecimentos espontâneos de paternidade e exames de DNA gratuitos no Estado.

Além de BH, o mutirão acontece em 38 comarcas do interior. Para fazer o cadastro, a mãe da criança ou a pessoa que quiser o reconhecimento, se for maior de 18 anos, deve comparecer à sede da Defensoria, de 12h às 17h, levando certidão de nascimento, RG, CPF, endereço completo da mãe e nome e endereço do suposto pai. Em Belo Horizonte, a Defensoria fica na rua Guajajaras, 1.707, no Centro.

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CIDADES

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Projeto auxilia mulheres no planejamento, construção e reforma de sua própria casa ARQUITETURA Iniciativa surgiu de uma inquietação com a prática e com a situação das moradoras da periferia Pedro Thiago

vez de oferecer um produto, oferecemos esse aprendizado”, acrescenta.

Depois, as participantes recebem um pequeno empréstimo, sem juros, para financiar a obra. Tudo acompanhado por uma equipe de três arquitetas, duas estudantes de engenharia e uma moradora.

Financiamento coletivo Sempre com trabalho voluntário, o projeto já organizou três grupos na Danda-

ra e outro na Ocupação Eliana Silva, região do Barreiro.

Para dar conta das despesas, o grupo se inscreveu numa plataforma de financiamentos coletivos, com meta inicial de arrecadar R$ 30 mil e meta final de R$ 40 mil. Com o dinheiro, pretende ofertar cursos de reformas e serviços de construção. A campanha vai até 28 de novembro, com doação mínima de R$ 15.

Mais informações no link: goo.gl/eHnyBS

Gente é pra brilhar tão, aprendendo a fazer, nós mesmas fazemos”, comenta.

Wallace Oliveira

C

ontribuir para que mulheres da periferia planejem e construam, com independência e sem desperdícios, a casa onde querem morar. É o que busca o Arquitetura na Periferia, iniciativa que surgiu em 2013, oferecendo formação técnica, acompanhamento e empréstimos para moradoras de ocupações urbanas em BH. O projeto agora realiza uma campanha de financiamento coletivo para ampliar suas atividades.

Construir com autonomia Raphaela Souza trabalha como faxineira e vive com as três filhas na Comunidade Dandara, região da Pampulha, em BH. Antes de encarar uma ocupação urbana, ela morava em um cômodo alugado, atrás do qual havia um muro de arrimo. Com as chuvas, a lama entrava no barraco e danificava os móveis.

“Foi aí que eu disse: ‘Vou pra ocupação Dandara’. Morar de aluguel é uma cruz que você carrega. Às vezes, você paga direitinho. Aí, a dona

A arquitetura é tradicionalmente feita para atender a classes mais privilegiadas” pede a casa e lhe dá quinze dias. Como você, trabalhando o dia inteiro, consegue uma casa em quinze dias?”, indaga.

Na Dandara, Raphaela chegou morando em casa de lona improvisada, passando, depois, a um barraco de madeirite, que atraia bichos e soltava pedaços quando chovia. Até que, um dia, ela se juntou a um grupo auto- organizado de mulheres do Arquitetura na Periferia.

“A partir do projeto, eu consegui fazer três cômodos na minha casa. Não fui eu que subi as paredes totalmente, pois tive ajuda do meu namorado, mas preparei o concreto, a massa para bater o piso grosso. Às vezes, a gente não tem dinheiro pra pagar alguém e o que a gente tem é para sustentar os filhos. En-

Planejar e financiar “A arquitetura é tradicionalmente feita para atender a classes mais privilegiadas, instituições, grandes obras.

E, no Brasil, a maior demanda está nas periferias, onde as pessoas constroem sem assessoria técnica, gerando vários problemas, como desperdício de material, tempo, dinheiro”, explica a arquiteta Carina Guedes, idealizadora do projeto. Ela acrescenta que as mulheres gastam, em média, duas vezes mais tempo que os homens em trabalhos domésticos, mas, na hora em que sua própria casa vai ser construída, elas não têm o mesmo espaço para tomar decisões.

O projeto compreende reuniões com as mulheres, visando empoderá-las ajudando a melhorar suas casas, em um processo que passa pelo planejamento da reforma, medição, desenho e orçamento, antes e durante a execução. “É uma metodologia pautada pelo compartilhamento da informação. Em

Isis Medeiros

B

rilho, Garra e Luta! É a mistura destas três potências que surge em toda performance arrebatadora da incrível Layla Miller. Brilho de um artista que consegue encantar com suas apresentações todos os amantes da cultura drag queen. Garra de um jovem que faz das dificuldades da vida o combustível necessário para sempre seguir em frente. Luta de um militante que empresta todo seu talento para a luta LGBT. Para que o amor e o respeito, ao fim, vençam.

Da parada LGBT aos centros culturais, das periferias de Belo Horizonte e Região Metropolitana ao Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. Onde quer que esteja, Layla Miller, personagem drag do artista Alexandre Toledo, há a certeza de que a luta encontrou a poesia, de que a resistência encontrou suas cores. Cada pluma, cada paetê, cada passo coreografado são conquistas e são mensagem: juventude que ousa brilhar, constrói o poder popular! (Nilo Lima)

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

MINAS

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Opinião

Um grito parado no ar João Paulo Cunha Pode economizar a voz: Temer já está fora há muito tempo. O presidente não eleito se mantém apenas para deixar claro que não é mais necessário para o projeto que vai se implantando no país. Retirada de direitos, fragilização da representação popular, violência como instrumento de governo, intolerância à arte e ao pensamento, entrega da soberania sobre a riqueza nacional e submissão aos interesses dos países ditos centrais.

Mesmo os valores aparentemente consensuais, como a democracia, a defesa da Constituição e o combate à corrupção estão submetidos à mesma lógica regressiva. A democracia perdeu sua vitalidade no esvaziamento dos três poderes e no fechamento das instâncias de presença direta da população. A Constituição sofre na hermenêutica de classe do Supremo Tribunal Federal. O combate à corrupção desandou na condução autoritária e moralista do sistema penal, que avança sistematicamen-

Temer é desnecessário para o projeto neolilberal no poder te o sinal da legalidade. O esforço de Temer e do grupo que ele representa para se manter no poder, em meio a pedidos de investigação e absoluto repúdio da sociedade registrado em pesquisas, apenas reforça os mais baixos instintos da política nacional. O que se vê são emendas paroquiais e pedidos de cargos para exercício do tráfico de influência, até o perdão de dívidas de setores com maior poder de pressão.

A escalada conservadora vai, dia a dia, conquistando um espaço que será depois difícil de ser recuperado. Conquistas recentes são retomadas sob o viés de excessos que precisam ser retificados, retomando a condução históri-

Não é pelo direito dos outros. É pelo direito de TODOS. O seu também.

A Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) foi criada pelo Governo do Estado para garantir e ampliar os direitos de toda a população de Minas Gerais. Uma importante iniciativa para a construção da justiça social, do respeito à diversidade e de uma cultura de paz. Afinal, fazer do mundo um lugar de todos é a melhor forma de fazer dele o lugar de cada um.

direitoshumanos.mg.gov.br

ca de desigualdade que define a sociedade brasileira. Defende-se a cultura, mas pondera-se sob seus excessos perigosos para os desavisados. Sempre foi um consenso que a educação é um setor estratégico para promover a igualdade e o avanço da consciência crítica. No entanto, cresce a condenação e desmoralização das cotas e reduz-se o investimento no setor, quebrando universidades. Sem falar na ação sistemática de fornecer o flanco para a escola sem partido. A revalorização do ímpeto privatista começa sempre com a decretação da incompetência estatal para gerir setores estratégicos, para depois entregar o ouro, os rios, as matas, a energia e o petróleo aos “bandidos”. Vão-se os anéis e os dedos.

Houve um tempo em que uma carta ao povo brasileiro foi vista como necessária para mudar essa história. O que se espera agora é um novo pacto, não no formato vertical de uma mensagem dirigida de cima. Quem está escrevendo o novo texto é a mobilização social. A esquerda sabe que o objetivo fundamental é o socialismo. Fora, capitalismo. Ou tudo fica como está.

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SEDPAC

Feita pra você.

E para cada um de nós. direitoshumanos.mg.gov.br (31) 3270-3616

Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania

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MINAS

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Moradores alertam que obra pode causar deslizamentos na Serra do Curral Ampliação de prédios na encosta da Serra, considerada o símbolo da cidade, soma-se a prejuízos da mineração e causa receio a vizinhos do local Amigos da Serra do Curral

Rafaella Dotta

M

oradores do bairro Mangabeiras, na região Sul de Belo Horizonte, estão angustiados quanto ao risco de deslizamento de blocos de pedra na Serra do Curral. O problema foi apontado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em decorrência da ampliação de um prédio na encosta. Entre idas e vindas judiciais, a obra foi liberada e está em andamento.

A construção encontra-se no perímetro da Serra, sím-

Entre idas e vindas judicias, obra foi liberada

bolo da cidade, em prédios de uma antiga clínica de oftalmologia do Instituto Hilton Rocha. O grupo Oncomed adquiriu o imóvel em 2009 e pretende ampliá-lo, construindo um hospital particular para pacientes

com câncer. A expectativa é aumentar a área edificada de 25 mil para 33 mil metros quadrados e implantar 220 leitos.

Leonardo Magalhães, da Associação de Moradores do Mangabeiras e dono de

uma das casas próximas à obra, acredita que o empreendimento irá se somar à deterioração já realizada pela mineração, que escavou toda a parte de trás da serra, e pode trazer resultados trágicos. “Essa é uma obra grande, que inclusive prevê explosivos. A gente não sabe o impacto na mina de Águas Claras. Se acontecer um desabamento vai ser uma catástrofe”, salienta.

Um relatório feito pelo IPHAN em 2011, de análise da ampliação do hospital, levantou problemas como a “possibilidade expressiva de poluição do aquífero subterrâneo e risco de queda de blocos de pedras”. A superintendente do IPHAN Minas Gerais, Celia Maria Corsino, explica que desde então o projeto sofreu in-

Municípios do Triângulo Mineiro debatem a implantação do SAMU SAÚDE Serviço de urgência e emergência pode beneficiar 1,2 milhão de pessoas Divulgação

Julia Cabral

consórcio para o iníO cio do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel

de Urgência) na região do Triângulo Mineiro- Norte, realizado há dois anos, ainda não garantiu o funcionamento integral desse direito. A região contempla 27 municípios e é responsável por 1,2 milhãode habitantes. Em reunião realizada no dia 22 de se- efetivação do SAMU é a tembro, foi aprovada a ins- participação do município de Uberlândia. A prefeitura talação do serviço.

Um dos desafios para a

alega insuficiência de leitos hospitalares disponíveis

para atender a demanda.

Em caso de adesão, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) receberia

R$ 300 mil mensais para os 512 leitos.

O SAMU tem como objetivo o atendimento precoce em situações de emergência e de urgência para reduzir o número de óbitos e o tempo de internação hospitalar. Em nota, a Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais informa que já foram entregues 31 ambulâncias. Com a implantação do SAMU na região do Tringulo Norte, o estado de Minas Gerais terá sete regiões cobertas pelo serviço.

contáveis modificações, resultando numa posição diferente do órgão.

Análise ambiental O grupo Oncomed responde que o solo foi estudado pelo geólogo Edézio de Carvalho, que descartou riscos de deslizamentos. Afirma ainda que as atividades serão acompanhadas por sismógrafo (ferramenta que detecta vibrações da terra), estudos de eletroresistividade e imagens aéreas dos blocos da escarpa da Serra. A obra foi novamente autorizada em abril deste ano, pela Justiça Federal, e a Oncomed espera finalizá-la no segundo semestre de 2019.

Caminhada de protesto Apreensivos, os moradores organizam, juntamente com setores da Igreja católica e organizações sociais, a 3ª Caminhada com Francisco – Juntos pela Paz e Meio Ambiente, no domingo (8), com concentração às 9h, na Praça do Papa e caminhada até o Parque da Serra do Curral.

“Para deixar as pessoas cada vez mais alertas para a paz, que só pode existir com distribuição de renda e defesa da mãe natureza”, convida Frei Leonardo Lucas Pereira, um dos organizadores do ato.

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017 Mídia NINJA Santander / Divulgação

OPINIão

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Rogério Correia

Sem trégua a golpistas: fora, Aécio!

Sobre a Arte Degenerada Em 1933, Hitler fecha a escola de arte Bauhaus na Alemanha e promove a primeira exposição difamatória da arte moderna. O regime nazista começa então a perseguir diversos curadores, diretores de museus, artistas e professores como Willi Baumeister e Otto Dix. Em 1937, o então ministro da propaganda Josef Goebbels, difundiu uma massificada campanha contra a arte moderna, criando assim o conceito de “Arte Degenerada”, considerada “subversiva”. A maioria dessas obras era de artistas alemães, porém havia também telas de Matisse, Picasso e até Van Gogh.

Foram confiscadas cerca de 5 mil obras e em 1937 organizaram uma exposição com cerca de 650 pinturas, esculturas, gravuras, e a chamaram de Exposição da Arte Degenerada, cujo objetivo era ridicularizá-las. Os nazistas também organiza- Perseguição ram simultaneamente uma outra expo- à arte teve sição chamada “Grande exposição da consequências Arte Alemã”, com obras “não degenera- terríveis das”, que recebeu bem menos visitantes.

Esta nota histórica nos mostra que não é a primeira vez que obras de arte recebem tratamento difamatório. No Brasil, recentemente uma série de exposições de arte tem estado sob o astuto olhar censor de certos grupos políticos conservadores. O caso mais emblemático é o do Queermuseu, duramente criticado até o fechamento da exposição, que já havia sido apresentada em Washington e em Varsóvia.

Porém, se antes as obras do Queermuseu ficariam restritas a poucos observadores, de uma galeria de um banco privado, agora, elas romperam para além de seus próprios limites e estão no foco do olhar de todos. Na tentativa de silenciá-la, ela gritou.

Fenômenos iguais a estes já se passaram neste mundo e as consequências foram terríveis.

Flávio Muniz é historiador.

Rogério Correia é deputado estadual pelo PT

acompanhando

Flávio Muniz

A crise envolvendo o agora ex-senador Aécio Neves (PSDB) e o Supremo Tribunal Federal (STF) é responsabilidade do Senado. A intervenção do STF, determinando o afastamento de Aécio do Senado e seu recolhimento noturno, só ocorreu por absoluta omissão da Câmara Alta. É urgente a cassação do mandato de Aécio no Conselho de Ética. Trata-se de um corrupto que sequer nega o diálogo que teve com o empresário também gatuno Joesley Batista. Pediu R$ 2 milhões e tampouco negou (nem poderia, pois foi gravado). Recebeu a grana, também provado em vídeo.

Aécio não é apenas um corrupto (a)moral. É um golpista, o que é tão grave quanto. A cada dia que passa, fica claro a todos o ridículo a que foi submetida a democracia brasileira pelo grupo de canalhas que tomou o poder. Canalhas liderados por Temer, Eduardo Cunha e sobretudo Aécio Neves.

O modus operandi de Aécio e sua turma em Minas Gerais atesta seu perfil antidemocrático. Foram 12 anos de construção da união das diversas esferas da elite do estado, convergindo repressão e isolamento dos movimentos populares.

Aécio, seguido depois pelo seu aliado Antonio Anastasia, reprimiu toda voz contrária nesse período — eu mesmo até hoje respondo Aécio Neves é o a processos apenas por so- rosto do golpe licitar investigações contra a turma do PSDB que governava Minas. Essa unidade das elites deu suporte ao famigerado choque de gestão, ao controle da Assembleia Legislativa, passando pela repressão a vozes da mídia.

Aos petistas, a história novamente reserva o nobre lugar de juntar-se aos seus aliados naturais, os trabalhadores do Brasil. Juntos, precisamos retomar as mobilizações populares.

Manter-se na luta deve ser sempre o sentido da nossa atuação. Sem tréguas a Aécio Neves, o rosto do golpe!

Na edição 176...

Em BH, maior maternidade do país vive com déficit e salários atrasados ... E agora Situação precária continua no Sofia O hospital Sofia Feldman está pressionado a reduzir leitos obstétricos e de UTI neonatal para controlar despesas, de acordo com o movimento “Salve o Sofia”. Ativistas e defensores da maternidade lançaram, na última semana, um comunicado em defesa dos leitos e do atendimento público de qualidade. Eles defendem que o déficit nas contas não deve ser solucionado com a redução de infraestrutura, diminuição do acesso e do serviço. Além disso, exigem que “os governos municipal, estadual e federal dialoguem para encontrar uma solução definitiva para a sustentabilidade financeira do hospital”.

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BRASIL

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Movimento dos Atingidos por Barragens reúne milhares no Rio de Janeiro MAB

Da redação*

ção política publicada em seu site.

D

esde o dia 1º de outubro, acampadas no Terreirão do Samba, cerca de 4 mil pessoas de todo o Brasil participam do 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), na cidade do Rio de Janeiro. O evento, que terminou no dia 5, foi marcado por debates, atividades culturais e atos políticos. A ideia é reafirmar o compromisso com a soberania do povo brasileiro, um projeto energético para o país e os direitos dos atingidos.

“Neste grande Encontro Nacional constatamos que existe uma ofensiva conservadora, dirigida pelo im-

perialismo, que neste momento de crise do capitalismo quer ampliar a exploração sobre os trabalhadores, se apropriar das bases naturais (água, petróleo, minérios, terra e biodiversida-

de), privatizar as empresas públicas e submeter as estruturas do Estado aos seus interesses. Todas essas medidas pioram as condições de vida do povo”, afirma o movimento, em declara-

Lama da Vale Na segunda, o movimento realizou um escracho na sede da Vale, uma das acionistas da empresa Samarco.

Há dois anos, o rompimento de uma barragem da Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, matou 19 pessoas e toda a Bacia do Rio Doce.

“Enquanto eles estão tranquilos, com o ar condicionado dentro desse prédio, todos nós, atingidos pelo crime das mineradoras, convivemos com falta de água, problemas de saúde e muito barro durante esses anos”, disse Simone Silva, mora-

dora do município de Barra Longa (MG).

Soberania nacional No terceiro dia de encontro, milhares de pessoas marcharam debaixo de chuva pelas ruas do Rio, até a sede da Petrobras, em manifestação pelo Dia Nacional de Luta em Defesa da Soberania, convocado pela Frente Brasil Popular. Na data, celebra-se o aniversário de 64 anos da estatal. O objetivo do ato foi protestar contra as privatizações, a entrega do pré-sal e o golpe no Brasil. (*com informações do MAB)

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Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

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BRASIL

Temer reduz recursos para tecnologia, meio ambiente e políticas sociais em 2018 PRIORIDADES Proposta orçamentária do próximo ano apresenta cortes severos em áreas sociais, mas aumenta percentual para Judiciário e pagamento de juros Marcos Corrêa / PR

Bruno Peres / Ministério das Cidades

Políticas sociais na berlinda Pedro Rafael Vilela

O

Brasil corre o risco de viver um apagão em áreas estratégicas com os cortes que o governo pretende fazer no orçamento do ano que vem. Levantamento feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) demonstra que a proposta que está em análise no Congresso Nacional prevê um contingenciamento tão grande que alguns ministérios perderão quase a totalidade dos recursos na comparação com o orçamento deste ano. É o caso do Ministério das Cidades, que pode sofrer uma redução de 86% de seus recursos. A pasta é responsável por elaborar políticas públicas de desenvolvimento urbano, habitação e trânsito.

Tem entre suas vitrines programas como o Minha Casa, Minha Vida e é encarregado de subsidiar políticas de saneamento básico e de transporte urbano.

Outra área seriamente afetada no ano que vem será o Ministério da Integração Nacional, que tem previsão de

corte de 72% do seu orçamento. A pasta coordena diversas políticas de desenvolvimento regional e ainda é responsável pelas ações de proteção de defesa civil contra desastres, realização de obras contra as secas e de infraestrutura hídrica. Os ministérios do Turismo e do Esporte também perderão, cada um, 67% dos seus recursos.

“A totalidade do orçamento não diminui. Na soma de todos os órgãos, sobe de R$ 3,4 trilhões para R$ 3,5 trilhões, uma elevação de 3,5%.

Porém, algumas áreas vão sofrer cortes de magnitude muito elevada. Não é corte generalizado, mas é um corte seletivo”, explica Matheus Magalhães, assessor político do Inesc e um dos responsáveis pelo levantamento.

Apagão científico e tecnológico Nessa lógica seletiva, a pesquisa e o desenvolvimento científico do país devem viver um cenário bem pior que o deste ano, já que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

perderá quase um terço dos seus recursos (27%). O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que mantém bolsas para mais de 100 mil cientistas no país, sofrerá corte de 33%. “Como que um

As políticas de redução das desigualdades sociais e combate à violência sofrerão redução drástica. Um dos programas de enfrentamento à violência contra as mulheres, por exemplo, vai sofrer corte de 74% em relação ao recurso deste ano, que já eram a metade do ano anterior. A promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente e de pessoas com deficiência sofreram reduções de 69% e 56%, respectivamente. O programa Bolsa Família, que é fundamental para o combate à fome e à pobreza, viu seus recursos encolherem em 11%.

Nelson Jr. SCO / STF

A totalidade do orçamento não diminui. Não é corte generalizado, mas é um corte seletivo”, diz pesquisador país que fala tanto da importância do desenvolvimento permite uma redução de investimentos nessa área tão grande?”, critica Matheus.

Já o valor de investimento total das estatais do país para o ano que vem foi reduzido em 23,6%, caindo de R$ 90 bilhões para R$ 68,8 bilhões, mesmo em um cenário de crise, em que ampliação de investimento seria fundamental para reativar a economia.

Quem sai ganhando O projeto de lei orçamentária prevê ampliação de verbas para o Judiciário e o Congresso Nacional. Apenas a Câmara dos Deputados terá um aporte orçamentário 14,9% maior em 2018, saltando de R$ 5,9 bilhões para R$ 6,8 bilhões. Tribunal de Contas da União (2,5%), Supremo Tribunal Federal (3,2%), Superior Tribunal de Justiça (7,2%) e Justiça Federal (2%) também vão ter dotações maiores do que este ano.

Também não vai faltar recurso para quem recebe juros da dívida pública brasileira, na maioria bancos e grandes investidores do mercado financeiro. Para o orçamento de 2018, estão reservados nada menos do que R$ 387,2 bilhões, uma elevação de 14% em relação a 2017.

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MUNDO

Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Você sabia que a Revolução Russa completa 100 anos neste mês?

E

m outubro de 1917, aconteceu na Rússia a primeira revolução socialista do mundo. Milhares de trabalhadoras e trabalhadores se revoltaram contra o governo tirano e ditador e se uniram na construção de um

país mais justo e soberano. O contexto era de uma população predominantemente camponesa, analfabeta, que passava fome e ainda sofria com os horrores da primeira Guerra Mundial.

Conduzida pelo Partido

Bolchevique, de Lenin, Alexandra Kollontai e vários outros revolucionários, a revolução criou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) que logo nos primeiros anos implantou medidas que diminuíram drasti-

camente a desigualdade social, como a reforma agrária e o direito ao trabalho. Em 1930, por exemplo, o desemprego foi completamente erradicado.

Diversos direitos foram rapidamente conferidos às mulheres, como a legalização do aborto e do divórcio, além da criação de lavanderias, creches e restaurantes públicos, como forma de o Estado se comprometer com o trabalho de cuidados com as crianças e idosos.

Nesses 100 anos, muita coisa mudou na Rússia. No entanto, a Revolução ficou para história e deve ser sempre resgatada, pois traz muitos ensinamentos e reflexões sobre a humanidade e a política. (Da redação)

Ciclo de debates Se você quiser saber mais, a Frente Brasil Popular de Minas Gerais organiza para este mês o Ciclo de Debates Outubro Vermelho. Para conferir a programação completa, acesse facebook.com/frentebrasilpopularmg.

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Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

ENTREVISTA

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“Venezuela segue resistindo porque temos maturidade política”, afirma diplomata INTEGRAÇÃO Edgar González Marín analisa o cenário em seu país e o golpe dado no Brasil Larissa Costa / Brasil de Fato MG

Joana Tavares e Wallace Oliveira

H

á quase dois séculos, os Estados Unidos mantêm uma clara política de interferência na América Latina, não admitindo que os povos do continente definam seus rumos com soberania e autodeterminação.

Não é diferente, pois, com a Venezuela, que, desde 2013, enfrenta mais uma tentativa de golpe em seu território, dirigida desde fora, com participação ativa dos grandes meios de comunicação.

Para discutir essas questões, o Brasil de Fato MG conversou com o Cônsul Geral venezuelano, Edgar González Marín.

BRASIL DE FATO - Apesar de conhecermos pouco a história da Venezuela, sabemos que há uma luta muito antiga de libertação do país.

González - Nós temos uma história de luta política, quiçá desde nosso libertador, Simón Bolívar, quando, em 1823, os Estados Unidos começam a falar da Doutrina Monroe. Essa doutrina falava de América para os norte-americanos. E Bolívar foi o primeiro homem que escreveu sobre a ameaça do norte da América para os outros países, contrapondo à Doutrina de Monroe à Doutrina Bolivariana, a doutrina da integração latino-americana. Instalaram governos ditatoriais, os que mais convinham aos interesses norte-americanos, depois veio o Plano Condor, o Consenso de Washington e as ditaduras nos anos 70.

Então, a eles preocupa muito que os países tenham líderes que divulguem a in-

“Tem que existir oposição, mas séria, que proponha saídas verdadeiras”

Estamos preparados para qualquer ação dos EUA tegração latino-americana. É o que tem acontecido, por exemplo, com os governos progressistas, como o governo cubano, com todo o bloqueio que fazem contra a Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Equador, entre outros.

Como tem sido o boicote dos empresários na economia e os atos terroristas que a direita patrocina na Venezuela hoje?

A guerra econômica começa na época do presidente Chávez, quando, na campanha em 1998, ele propôs um referendo para fazer uma assembleia nacional constituinte e aprovar uma constituição que substituiria a constituição de 1961.

Ganhamos as eleições com 58% dos votos e fizemos um referendo consultando o povo. Em tudo se consulta ao nosso povo.

E, de fato, são incluídas depois novas leis, como a

Lei de Terras, Lei de Pesca, etc. Isso afetou os grandes empresários da oligarquia e os interesses dos Estados Unidos na Venezuela.

Aí começa a guerra econômica e, por consequência, o golpe de Estado em 2002.

Houve greve petroleira, insubordinação tributária, sequestraram nosso presiden-

Preocupa aos EUA a integração latino-americana te, mas o povo, conscientemente, foi às ruas. Os meios de comunicação da oligarquia atuaram como partido político, ajudando no golpe de Estado. Depois, o presidente Chávez desenvolveu uma política de comunicação, abrindo espaços para os meios de comunicação alternativos: as rádios comunitárias e TV’s comunitárias.

Então, hoje, há um cenário muito diferente de 2002.

A comunicação também é uma etapa desse golpe?

Claro! Os meios de comunicação têm um papel fundamental. Entretanto, mes-

mo com todo o boicote, com a baixa induzida dos preços do petróleo, que chegou a 24 dólares por barril, com empresários que são apátridas, com uma oposição de direita fascista, o governo segue investindo na área social e chamando ao diálogo. Tem que existir oposição, mas oposição séria, que proponha saídas verdadeiras, não este tipo de oposição, que chegou ao extremo do fascismo, como queimar um hospital, uma creche e pessoas.

E qual a importância da Assembleia Constituinte?

O presidente Maduro, seguindo a Constituição, chamou uma Assembleia Nacional Constituinte. Realizaram-se eleições no dia 30 de julho, amparadas no artigo 348 da nossa Constituição, onde se convoca o poder originário, buscando uma saída para termos paz em nosso país, soberania, novos objetivos, uma economia pós -petroleira, aprofundar a democracia participativa, protagônica, entre outras coisas. E bem representativa, pois temos 545 deputados constituintes, dos quais 365 são deputados territoriais, o que significa que cada município do nosso país tem um representante. Além dis-

Não há ditadura.

Em 18 anos tivemos 22 eleições so, 176 deputados por setores, e, inclusive, o setor empresarial está representado aí, os indígenas, agricultores, camponeses, pescadores, aposentados e pensionistas, os jovens, que cum-

prem um papel fundamental. E estão implantando saídas, com um plano proposto

A oposição coloca fogo em hospitais e creches pelo presidente, com 15 motores econômicos, para que não dependamos da renda do petróleo.

Morando aqui no Brasil, como você avalia a cobertura da mídia brasileira sobre o que acontece na Venezuela?

Os meios de comunicação da América Latina estão agrupados na Sociedade Interamericana de Imprensa, que é um organismo privado que reúne todos os meios de comunicação das oligarquias dos diferentes países.

Os meios tradicionais, como Globo, Band, têm a mesma linha editorial. Isto é preocupante. Quando vem um opositor da Venezuela, dão cobertura grande, dizem que há ditadura. Como há ditadura em nosso país se, em 18 anos, fizemos 22 processos eleitorais?

Mas qual a perspectiva, na sua avaliação, das ameaças de Trump?

É imprevisível. Na última reunião da ONU, quando se deveria falar de paz e ele fala de guerra, invasões, Coreia do Norte, Venezuela..

Estamos preparados para qualquer coisa. A Venezuela segue resistindo porque temos maturidade política. Muitos países estão ao nosso lado e há muita solidariedade, como da China, Rússia e Índia.

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Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

NOVELA Temas sociais na novela

Amiga da Saúde Oi amiga da saúde. Minha filha de 4 anos começou a tocar com mais frequência a vagina e às vezes faz alguma pergunta sobre os órgãos genitais dos meninos. Como devo agir nessa situação?

Karen Campos, 28 anos, caixa de supermercado

“A

Força do Querer”, folhetim que teve a maior audiência desde 2013 no horário das 21h da Globo, chega à reta final. Uma das características da trama é ser protagonizada não por um romance principal, mas por diversas histórias de mulheres (e claro, seus romances) especialmente as das personagens: Ritinha, a sereia do Pará (Isis Valverde), Bibi, a perigosa (Juliana Paes) e Jeiza, a PM linha dura (Paolla Oliveira).

Mas, como já é esperado da autora, Glória Perez, os temas sociais foram o que deu pano pra manga.

A temática da identidade de gênero foi a que mais repercutiu.

Desconhecida da maior parte da população, o tema teve sequências bem cuidadas, apresentando didaticamente para os telespectadores esse universo. A transição de Ivana para Ivan (Carol Duarte) pôde ser acompanhada passo a passo, com seus dilemas, Temática da e descobertas. Paraleidentidade de gênero conflitos lo à identidade de gênero, a trafoi a que mais vestilidade foi também apresenrepercutiu tada pelo motorista Nonato/tra-

vesti Elis Miranda (Silvero Pereira) com as reações homofóbicas do seu patrão Eurico (Humberto Martins).

O tráfico de drogas (tema muitas vezes explorado nas novelas) foi o pano de fundo para a mudança da personagem de Juliana Paes para Bibi, a perigosa, acompanhando o seu marido nos morros cariocas. As contradições e consequências do mundo do crime foram expostas, gerando sempre as polêmicas de acusação de apologia.

Nesse universo, Jeiza (Paolla Oliveira) apresentou os dramas enfrentados por policias no combate ao tráfico.

Junto a esses dois, diversos outros temas que expõem questões sociais apareceram na trama. Correspondendo a 25% da programação e com as maiores audiências da TV, as novelas podem ser um bom palco para tratar de causas sociais. Possivelmente, este elemento colaborou muito para o sucesso da novela.

O nome para isso é merchandising social, em que se busca “vender” um produto (no caso a novela) associando-o a alguma causa ou tema social. O interessante é que, mesmo podendo ser uma estratégia de marketing, algumas vezes as novelas difundiram importantes debates entre a população, promovendo mudanças na sociedade. Claro que nem sempre elas são positivas, mas se rende reflexão, já é um passo importante. *Felipe Marcelino é coordenador da distribuição do Brasil de Fato MG

Você deve agir com o máximo de naturalidade possível, Karen. Faz parte do desenvolvimento infantil a descoberta do corpo. Ao conhecer algo novo, a criança tem necessidade de tocar e isso acontecerá também com os órgãos genitais. Quando sua filha apresentar alguma dúvida sobre as questões ligadas à sexualidade, como as diferenças entre meninas e meninos, você deve tentar responder algo ver-

dadeiro, mas de forma simples e sem render muito o assunto. Dependendo da reação dos adultos, a criança pode reforçar ou reprimir suas questões. Se reforçar, pode supervalorizar a questão. Se reprimir, ela passa a fazer escondido dos pais. Por isso o melhor é agir de forma natural. Caso a criança apresente uma manipulação excessiva dos órgãos genitais, cabe fazer uma avaliação médica.

Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf. Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br

Nossos direitos Alimentação escolar saudável é um direito!

Todos os estudantes da educação básica matriculados em escolas públicas e filantrópicas possuem o direito à alimentação no ambiente escolar. Isso inclui a educação infantil, ensino fundamental e médio e educação de jovens e adultos.

Este direito deve garantir as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar, bem como para promover a formação de hábitos alimentares saudáveis.

Com o incentivo criado por lei em 2009, o Programa Nacional de

Alimentação Escolar (Pnae) determina que no mínimo 30% dos recursos das merendas nas escolas brasileiras devem ser destinados à aquisição dos produtos da agricultura familiar, garantindo assim uma qualidade nutricional da alimentação dos estudantes.

Porém, como todos sabem, desde o golpe ocorrido no país em 2016, com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, vários direitos estão sendo retirados, e a alimentação escolar pode ser um deles.

Fique ligado e lute pelos seus direitos!

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP

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www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas

por Alan Tygel*

BERINJELA RECHEADA Ingredientes • • • • • •

1 unidade média de cebola; 3 unidades médias de tomate; 10 dentes de alho; 3 unidades médias de berinjela; 1 colher de chá de óleo; 450 g de carne moída;

• • • • • •

1 colher de chá cheia de sal; 1/2 colher de café de pimenta-do-reino; 2 colheres de sopa de cheiro-verde; 2/3 xícara de chá de arroz; 1 e 3/4 xícara de chá de água fervente; 1 colher de sopa rasa de farinha de rosca.

Modo de Preparo 1. Picar a cebola, o tomate sem a casca e o alho; 2. Cortar a berinjela longitudinalmente, retirar as sementes e cortar em cubos, reservando a casca, que ficará em formato de barca; 3. Em uma panela aquecida, adicionar metade do óleo e refogar a metade da cebola e do alho picado; 4. Quando a cebola estiver transparente, adicionar a carne moída e refogar até cozinhar bem; 5. Acrescentar o tomate picado e a polpa da berinjela em cubos; 6. Temperar com o sal, a pimenta-do-reino e o cheiro-verde e cozinhar por 5 minutos; 7. À parte, refogar o restante do alho e da cebola no óleo por 2 minutos. Acrescentar o arroz e refogar por mais 2 minutos; 8. Acrescentar a água fervente, tampar a panela e cozinhar por 15 minutos; 9. Juntar o arroz cozido e a mistura de carne e berinjela e rechear as cascas da berinjela; 10. Polvilhar a farinha de rosca na superfície e levar ao forno preaquecido (200 °C) por 8 minutos

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2° Festival de Cultura Campesina é sucesso em Alfenas De 22 a 24 de setembro, a praça da antiga rodoviária de Alfenas recebeu o Circuito de Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária. O evento levou uma grande mostra da cultura Sem Terra, com suas produções, com quatro toneladas de alimentos e expressões da cultura popular.

Além disso, houve shows com artistas consagrados como Pereira da Viola, Flavio Renegado, Fernando Guimarães e João Bá, entre outros. A feira foi realizada com as produções dos assentamentos e acampamentos do MST, com ênfase na promoção da alimentação saudável como elemento estruturante da sociedade.

O festival e suas atividades

Com uma cultura rica, diversificada e de qualidade, a feira trás produtos in natura, beneficiados e agroindustriais; além de plantas e produtos medicinais; sementes e artesanatos regionais e distribuição de mudas. Uma atração à parte é a Cozinha da Roça, com comidas de sabores e cheiros típicos das regiões.

Além disso, durante os eventos são realizadas várias atividades com a Mostra de Artes produzidas no MST, com a presença dos artistas populares que atuam diretamente no movimento. São intervenções musicais, poéticas; apresentações teatrais; exibições do Cinema da Terra e artes plásticas (fotos, instalações e ornamentações estéticas).

A realização do evento é uma iniciativa do governo de Minas, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, em parceria com o MST, com patrocínio da Cemig, Companhia Elétrica de Minas Gerais.

O circuito passou também pelas cidades de Montes Claros e Governador Valadares. A próxima etapa será o Festival Estadual, que acontece em Belo Horizonte, de 6 a 8 de outubro, na Serraria Souza Pinto.

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Belo Horizonte, 6 a 12 de outubro de 2017

Alimentos agroecológicos e arte no Centro de BH

Bloco fora de época em BH Pedro Gontijo /divulgação

SAÚDE Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) realiza feira e festival gratuitos na Serraria Souza Pinto Maxwell vilela

Rafaella Dotta

O

s belo-horizontinos e moradores da região metropolitana têm uma boa opção de atividade cultural nos dias 6, 7 e 8 de outubro. O evento reúne venda de alimentos feitos de forma agroecológica, sem veneno, venda de pratos típicos de quatro estados do país e a apresentação de poesias, fotografias e músicas.

O “Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária” do MST está na estrada desde 2 de setembro e já foi realizado nas cidades de Governador Valadares, Montes Claros e Alfe-

nas. Na capital, tem 30 atrações confirmadas, como Rubinho do Vale, Aline Calixto, Pereira da Viola e Flavio Renegado, além de grupos culturais dos acampamentos e assentamentos do movimento.

A expectativa é vender 150 toneladas de produtos, repetindo a boa repercussão da Feira Nacional da Reforma Agrária realizada em 2016, que vendeu 200 toneladas. “A feira, a mostra de música e a poesia surpreenderam as pessoas na edição nacional. As pessoas gostaram e se identificaram”, conta Guê Oliveira, militante do setor de cultura do MST. “É isso que nós queremos

apontar como uma cultura transformadora”, completa.

Ela destaca a parceria com a Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha, que também estará no festival.

Encontro de Agroecologia Os estados do Sudeste realizam, de 6 a 8 de outubro, o Encontro Regional de Agroecologia (ERÊ) em preparação ao encontro nacional. Reúnem-se cerca de 300 pessoas para debater experiências de agricultura e dar força às organizações agroecológicas. O ERÊ acontece em espaços públicos em volta da Praça da Estação. Para saber mais, acesse www.agroecologia.org.br.

Grandes mestres da pintura em exposição no Lindeia Regina

Com saudade do carnaval? No próximo domingo (8) tem! É um ensaio aberto do bloquinho Beiço do Wando, que se reunirá no bairro Prado (Rua Diábase, 291) para tocar os clássicos do brega. Além do cantor Wando, no repertório estão Odair José, Fábio Júnior, Reginaldo Rossi, Gretchen, e muitos outros artistas. O evento é das 10h às 13h30.

Encontro de Hip Hop no Taquaril

Jhow Souzaa

No sábado (7), das 14h às 22h, acontece um encontro para celebrar os 20 anos do Hip Hop. Vai ser na Praça Che Guevara, no bairro Taquaril, zona leste de Belo Horizonte. A programação conta com apresentações de dança, capoeira, shows e grafite feito na hora com os artistas Lost, Alfa e Wanatta. Todas as atividades são gratuitas.

Divulgação / Multiverso

Reprodução

Até o dia 30 de outubro, a exposição de artes plásticas Coletivo 50 fica em cartaz no Centro Cultural Lindeia Regina (Rua Aristolino Basílio de Oliveira, 415, bairro Regina). A mostra faz uma passagem pelos três principais gêneros da pintura (objetos, paisagens e retratos) e exibe um acervo de cópias e releituras de artistas famosos como Pablo Picasso, Van Gogh e Henri Matisse. O local funciona de segunda a sexta, das 9h às 19h. A entrada é franca.

Espetáculo Multiverso Acontece na quarta-feira (11), às 20h, o “Espetáculo Multiverso”, no Teatro Municipal de Uberlândia. Organizado pela Cia Refração, a apresentação, inspirada na teoria cosmológica “Multiverso” e na obra “Alice no País das Maravilhas”, trabalha a dança de salão em uma perspectiva contemporânea. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia entrada) e podem ser comprados no dia do evento ou via facebook.

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ESPORTE

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Tomaz Silva / ABr

Curto e Grosso

O futebol é mesmo coletivo?

Reprodução

Presidente do COB é preso no Rio A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta (5), o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o diretor-geral de operações da entidade, Leonardo Gryner. Eles foram detidos em suas respectivas casas, ambas na Zona Sul do Rio de Janeiro, pela operação “Unfair Play Segundo Tempo”, desdobramento da Lava Jato. Nuzman é acusado de pagar propina a membros do COB, durante a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Segundo o Ministério Público Federal, no período de 2006 a 2016, o patrimônio do dirigente esportivo cresceu 457%.

Divulgação Neves na Fita

Fabrício Farias

BH inaugura parque de slackline No sábado (15), BH vai inaugurar o SlackParque, espaço para a prática de slackline, com capacidade para oito fitas, que atenderá a praticantes de todos os níveis. Durante o evento, no Parque das Mangabeiras, serão apresentadas manobras radicais, com atletas de nível internacional, em evento promovido pela Federação Mineira de Slakcline.

Onde: Parque das Mangabeiras, BH Quando: sábado (15), de 9h às 19h Informações:bernardoslack@gmail.com

Gomide é o novo presidente do Uberlândia A chapa Avante Verdão, de Flávio Gomide, saiu vitoriosa da eleição realizada na última semana e comandará o Uberlândia Esporte Clube no próximo triênio. No total, 493 associados foram às urnas no auditório da Liga Uberlandense de Futebol (LUF). A Avante Verdão obteve 239 votos contra 236 da Novo UEC, 14 sócios votaram nulo e 4 em branco. Gomide é vice-presidente da atual gestão.

Salve, salve, meu povo! Tudo bem?

Olha, eu estava pensando por esses dias se o futebol é realmente um esporte coletivo. Aqui no Brasil, quase não vemos equipes bem treinadas, com um jogo coletivo forte, jogadas ensaiadas ou variações táticas interessantes. Tudo se resolve na base da ligação direta, do cruzamento na área ou de uma jogada individual.

Claro que, por vários motivos, estamos longe do futebol praticado na Europa, mas será que não dá para se esforçarem um pouco mais e mexermos no nosso calendário para que os clubes tenham mais tempo de treinar? Ou seja, temos uma qualidade de jogo ruim porque, fora de campo, tudo é uma bagunça e isso se reflete diretamente no pouco tempo que se dá aos técnicos, na má formação técnica dos jogadores e por aí vai...

Agora, se a Europa tem o modelo ideal de futebol coletivo, é por lá que o individualismo ligado ao ego inflado dá suas caras. Vejam por exemplo a confusão protagonizada por Neymar com seu companheiro Cavani. A vontade do brasileiro em ser dono do time parece estar acima das conquistas coletivas, ou melhor, parece que, em sua cabeça, o coletivo só existe para que ele possa brilhar.

E olha que os “coadjuvantes” de Neymar são Cavani, Mbape, Di Maria... A justificativa para deixar o Barça, ao que tudo indica, passou pela vontade de Neymar sair da “sombra” de Messi e buscar o tal título de melhor do mundo que, em minha opinião, nada mais é que um prêmio para inflar o ego das estrelas do futebol.

Enfim, o poder da grana vai cada vez mais mexendo nas estruturas (e essência) do futebol mundial, seja na formação dos grandes esquadrões europeus com seus ego-craques, seja deixando cada vez mais pobres os clubes de nossa terra.

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Primeira mulher no futebol de 7

a última semana, a mineira Mariana N Damásio escreveu seu nome na história do paradesporto. No encerramento do Campeonato Brasileiro de Futebol de 7 - Divisão de Acesso, ela entrou em campo pela equipe APEBH, tornando-se a primeira mulher a disputar uma partida oficial

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Roberto Castro

ANDE / Divulgação

pelo futebol de 7 (para atletas com paralisia cerebral decorrente de traumatismo ou acidente vascular). Mariana pratica o futebol de 7 desde maio. Antes, ela já havia passado pelo futsal, também disputado com homens, e o rugby em cadeira de rodas. (Com informações do CPB)

Ano passado, me chateei por causa da minha lesão e desanimei com a Seleção. Eles me mostraram coisas diferentes, a Emily falou comigo e eu voltei.

Aí, simplesmente tiraram essa comissão sem que a gente conseguisse entender” A atacante Cristiane Rozeira, que decidiu deixar a Seleção, em protesto contra a demissão da treinadora Emily Lima e as condições precárias de trabalho das atletas.

Gol de placa O Londrina é o campeão da Primeira Liga 2017. Contrariando até os mais otimistas, o time paranaense bateu, no mata-mata, o Fluminense, Cruzeiro e Atlético-MG. Destaque para o arqueiro César, que defendeu dois pênaltis na semifinal e dois na decisão.

Gol contra O Brasil levou uma equipe reduzida para o mundial de ginástica artística. A comissão técnica disse querer somente atletas com chances de medalha. Qualquer potência esportiva leva sempre grandes delegações, para dar experiência a todos. O golpe de Estado já calou fundo no esporte tupiniquim.

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Giovanna Fantoni

Após duas derrotas seguidas, a situação do América já não é mais tão favorável como outrora parecia. Ceará, Paraná e Juventude, times tradicionais e em boa fase, ameaçam a vice-liderança que estava tranquila. Não resta alternativa ao Coelhão que não seja Decacampeão voltar a vencer, para assim se desgarrar novamente dos postulantes às duas vagas restantes para o acesso, já que uma delas já é do Inter e a outra tem que ser do América.

Para isso, o técnico Enderson Moreira, que volta a contar com Luan e Bill no ataque, precisa corrigir os erros de passe, posicionamento e finalização dos últimos jogos e parar de insistir com Renan Oliveira, David, Juninho e Hugo Cabral.

A princípio, dei por fechada a coluna desta semana, mas, com a perda do título da Primeira Liga, reconsiderei. Ganhar significaria pouco, porém, o fracasso diz muito. A que ponto chegamos! Mesmo com o investimento em contratações e a troca de técniÉ Galo doido! cos, o time não engrena.

Se contra o Atlético-PR houve progresso, três dias depois, nova derrocada. Dá a impressão de que é melhor fechar para balanço, se não, a situação pode piorar ainda mais. O treinador Osvaldo de Oliveira tem um enorme desafio. O Galo vive numa total ambiguidade, entre o sonho de nova Libertadores e o pesadelo do rebaixamento, pouco provável, mas ainda possível. Sofrer será minha última obra.

Anúncio A eleição de Wagner Pires de Sá para presidente tem cheiro de crise. Ele já perdeu o apoio de seu principal cabo eleitoral, Dr. Gilvan, seguido pelo vice de futebol, Bruno Vicintin, o diretor-executivo, Klauss Câmara, e o gerente Tinga. O motivo aparenLa Bestia Negra te foi ter mexido na hierarquia do departamento de futebol. Entrou Itair Machado, pivô da discórdia, com um currículo no mínimo preocupante: tentativa de sabotar o estadual de 2004, denúncia de comprar um jogo contra o Vila Nova, em 2008, uma fracassada transferência do Ipatinga, do qual era dirigente, para Betim, além de processos trabalhistas como chefe de bingo. Uma semana após o Penta, parece que acabou a paz no Cruzeiro.