Edição 154 do Brasil de Fato MG

Isis Medeiros

“Esquenta” para Greve Geral Em todo o Brasil, milhares de pessoas foram às ruas na quinta (22). Bancários, eletricitários, professores, petroleiros e dezenas de categorias protestaram contra a reforma da previdência, a precarização do trabalho e contra o governo não eleito de Michel Temer

Minas Gerais

23 a 29 de setembro de 2016 • edição 154 • brasildefato.com.br • facebook.com/brasildefatomg • distribuição gratuita

“Esquenta” para Greve Geral Divulgação

ESPORTE

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Ginástica aeróbica em BH Neste fim de semana, a capital recebe competições nacionais da ginástica, no Centro Esportivo Universitário da UFMG. Entrada é gratuita

MINAS

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95 anos de Paulo Freire Em audiência, professores discutem importância dos ensinamentos do educador para reverter as ofensivas sofridas pela educação

CULTURA

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Refugiados na telona Sesc Palladium exibe mostra gratuita sobre a situação dos imigrantes em BH e no mundo. Os filmes, de diversas nacionalidades, abordam o olhar das pessoas que deixaram suas terras. “Tava, a Casa de Pedra” (foto) será um dos longas exibidos

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Editorial | Brasil

A questão não é Dilma

ESPAÇO dos Leitores “Nós, da Associação da Velha Guarda da Faculdade do Samba de Belo Horizonte, agradecemos a divulgação de nosso evento em um jornal como este, educador, quando na capa exibe a história de conquistas sociais, além de valorizar o povo. Assim nos soou com as fotos de Denis Dias e de uma mulher trabalhando. Isso provoca respeito aos trabalhadores. O samba comemorou 100 anos, e dessa história contamos com muito prazer a nossa participação, são lutas onde a vida é difícil e o malandro vive, onde o amor é impossível e o malandro ama, onde a esperança dança e o malandro ginga. Com apoio da mídia vamos mostrar que nosso samba está vivo, que nossa música ensina, aprende e se atualiza a cada dia. Nesses 100 anos, reforça a autoestima saber que temos heróis, lendas, exemplos e participação popular na história nacional. Obrigado!”

Associação da Velha Guarda da Faculdade do Samba de Belo Horizonte, por correio eletrônico

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

O povo brasileiro vive um momento crucial de sua história. A crise econômica encerra o ciclo de crescimento econômico de 2004 a 2012 que melhorou a vida material da classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, garantiu altas taxas de lucro aos empresários. Com a crise, a burguesia já decidiu: se a farinha é pouca, meu pirão primeiro. Vejamos a natureza das principais medidas anunciadas pelo governo Temer.

A PEC 241, conhecida como a PEC do teto dos gastos públicos, vai impor que o orçamento público federal aumente no máximo o equivalente à inflação do ano anterior. Essa medida atinge todas as áreas, inclusive a saúde, educação e previdência social. E por 20 anos. A PEC joga por terra toda a luta do povo brasi-

Quem vai pagar a conta do Brasil? leiro que garantiu a meta de 10% do PIB para a educação a partir de 2024 e 15% das receitas correntes líquidas para a saúde a partir de 2020.

O pré-sal em dez anos significaria um acréscimo de R$ 170 bilhões na saúde e na educação. O PL 4567/16, de autoria de José Serra, acaba com a garantia legal de que a Petrobras participe em, pelo menos, 30% de cada jazida do pré-sal que for explorada. Em consequência, os lucros do petróleo podem ir para as multinacionais como Exxon Mobil ou Shell, e não para melhorar a vida do povo brasileiro.

Medo das urnas Já para a Reforma da Previdência, o governo decidiu apresentar suas propostas apenas após as elei-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

ções municipais de outubro. Medo de perder votos. Mas declarações anunciam: aumento da idade mínima para aposentadoria, equiparação da idade mínima para homens e mulheres, aumento da alíquota de contribuição para a previdência. Engana-se quem pensa que não será atingido por “direito adquirido”.

No campo da legislação trabalhista existe uma série de projetos que retiram direitos. Um dos mais danosos, junto com a terceirização, é permitir que o negociado entre uma categoria e seu patrão prevaleça sobre as normas legais. Com o negociado podendo prevalecer abaixo do ga-

Sonegação dos empresários tirou 450 bi do orçamento rantido pela CLT, todos os direitos atuais, como as férias, jornada semanal de 44 horas, 13º salário e descanso semanal remunerado estão em risco.

Se falta dinheiro ao governo, existem alternativas. Por exemplo, a sonegação fiscal dos grandes empresários retirou R$ 450 bilhões dos cofres públicos em 2014. E o imposto para taxar grandes fortunas - que existe até nos EUA – está na Constituição, mas não é regulamentado.

Cabe lembrar que quem ganha até um salário mínimo tem carga tributária real de 37%, contra 17% dos que tem renda mensal acima de 20 salários mínimos. O povo brasileiro e a classe trabalhadora precisam entrar em cena. A partir de agora, não está em jogo “Fora Dilma” ou “Fica Dilma”. Estão em questão os nossos direitos sociais. Quem vai pagar a conta do Brasil?

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Cida Falabella, Durval Ângelo Andrade, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Milton Bicalho, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Samuel da Silva, Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Larissa Costa, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes e Wallace Oliveira. Colaboradores: Alan Tygel, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, João Paulo Cunha, Léo Calixto, Marcos Assis, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Coletivo Henfil. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Distribuição: Amélia Gomes. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Eu acharia muito ruim. Moro sozinha e tudo na minha casa é feito com a minha renda. Então aproveito o dinheiro extra para levar os meus cachorros no veterinário, por exemplo. Esse é o tipo de coisa que não consigo fazer durante o ano.

Maria da Silva, ambulante

Final de ano é época de festas e a gente conta com esse dinheiro a mais para fazer uma comemoração, comprar presente para os familiares, e até para a gente. Se tira o 13º, nos obriga a economizar ou se endividar para cobrir esses gastos.

Valeria dos Santos Coutinho, atendente

Alunas criam app para controlar Aedes Aegypti

Reprodução

Divulgação

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Como seria seu fim de ano sem o 13º?

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Declaração da Semana

PERGUNTA DA SEMANA

O 13º salário pode entrar em risco. O governo não eleito de Michel Temer assumiu que o Projeto de Lei 4962/2016, em tramitação na Câmara dos Deputados, está dentro de sua reforma trabalhista. Isso significa que sindicato e patrão poderão negociar os direitos dos trabalhadores, abaixo do que é permitido pela CLT. O 13º, por exemplo, pode ser excluído.

GERAL

O que é o que é: parece um golpista, soa como um golpista, anda como um golpista e escreve poesia ruim?”

Disse a cantora Clarice Falcão, ironizando o presidente não eleito Michel Temer

Arquivo EBC

Como se dar bem no ENEM com ajuda do Youtube

O Governo de Minas inaugurou um canal no Youtube que contém aulas virtuais de interpretação de texto e redação para auxiliar estudantes que prestarão o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2016. A iniciativa é da Fundação de Educação Para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig), e disponibiliza um vídeo novo por semana durante todas as quartas-feiras, até o próximo dia 24. As gravações ficam armazenadas na página para aqueles que precisarem. Para iniciar os estudos, acesse: www.youtube. com/fundacaoutramig.

#BOMBOU NA REDE

Elza Fiuza / ABr

Reprodução

As estudantes do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Cenecista de Varginha (FACECA), Prisciane Rodrigues e Raíssa Cogo desenvolveram um aplicativo de celular para localizar os focos do mosquito Aedes Aegypti. O ZikaZoom, como é chamado, funciona por meio do sistema de localização do telefone, que adiciona endereços cadastrados pelos usuários ao mapa de áreas infectadas. O programa já está disponível para download – até o momento, apenas na plataforma Android.

Esta semana, José Serra, que é atual Ministro das Relações Exteriores do governo não eleito de Michel Temer, se enrolou durante entrevista ao não conseguir explicar o que são os BRICS. Na resposta, ele até incluiu a Argentina como um dos membros e não soube dizer, ainda, a quais países componentes correspondiam as letras da sigla. É claro que a internet não perdoou. “Hoje eu tô só o Serra tentando explicar os BRICS”, ironizou um usuário do Twitter. “Pra que eu vou pra faculdade se o Serra não sabe nem o que significa BRICS?”, disse outro. Não parece um conteúdo importante para um Ministro de Relações Exteriores?

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CIDADES

TRUCO ELEIÇÕES BH

Belo Horizonte, 17 de março de 2016 Belo Horizonte, 23 a 2911 dea setembro de 2016

Garantir o acesso à educação infantil ainda é um desafio em BH ELEIÇÕES Cerca de 17 mil famílias estão na fila de espera Breno Pataro / PBH

Tibé BLEFOU “Eu não fui alvo de nenhuma investigação”, afirmou o candidato Luís Tibé (PTdoB) em debate do canal RedeTV!. Porém, a afirmação não é verdadeira. Tibé foi condenado em segunda instância por uso irregular de verba pública durante seu mandato de vereador em BH, de 2008 a 2009. É também investigado por propaganda eleitoral irregular.

Eros Biondini EM CRISE O candidato Eros Biondini (PROS) foi contraditório ao falar da liberdade individual. Defende em seu Facebook que “cada um possa ser absolutamente aquilo que quiser”, mas afirmou à Rádio UFMG Educativa que a educação no país deve seguir “aquilo que ideologicamente a família ou a Igreja, de quem quer que seja, orienta”. Ele também é coautor de projeto que quer proibir que travestis e transexuais usem seu nome social na administração pública, autarquias e fundações. >> Estas checagens fazem parte do Truco Eleições 2016, projeto da Agência Pública, que checa as falas de todos os candidatos a prefeito em cinco cidades: Belém, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. apublica.org/truco2016

reira correu atrás de uma vaga para o filho e não conseguiu. “Passei dias tentando, fui à UMEI que fica perto de onde moro e em outras unidades da região, fiz inscrição e participei de sorteio. Mas tive que colocar meu filho numa creche particular, com minha mãe e o padrasto ajudando a pagar”, conta.

Na eleição de 2012, Lacerda prometeu 85 mil vagas, mas garantiu 74 mil

Wallace Oliveira

A

mpliar o número de vagas na educação infantil e construir novas unidades de ensino. Estas promessas aparecem nos programas de todos os candidatos a prefeito de Belo Horizonte. O motivo é simples: na capital mineira, nem toda criança tem esse direito garantido, embora ele tenha sido reconhecido na Constituição e reafirmado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Compete ao município garantir a oferta de vagas em creches e pré-escolas. É dever de pais ou responsáveis efetuar a matrícula a partir dos quatro anos. Entretanto, cerca de 17 mil famílias estão na fila de espera. E o déficit pode ser ainda maior.

“Uma meta do plano municipal é fazer nova pesquisa

sobre a demanda por educação infantil. O município não faz isso porque, de certa forma, ao abrir esse dado, acaba mostrando que é vulnerável em atender à demanda”, explica Lívia Maria Fraga Vieira, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil (NEPEI) da UFMG. A cabeleireira Michele Mo-

Para a Umei da Pedreira Prado Lopes, a Prefeitura prometeu 400 vagas em 2014, mas entregou 150”, lembra trabalhadora

Metas e promessas A meta dos planos nacional e municipal de educação é que, em 2016, todas as crianças de 4 a 5 anos estejam na pré-escola e, até 2024, metade das crianças com até 3 anos tenham acesso à creche. Em 2012, Marcio Lacerda (PSB), então candidato à reeleição, prometeu ampliar o número de vagas da educação infantil de 47.137 mil para 85 mil, mas só chegou a 74.504 vagas, sendo 63.189 em Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) e o restante na rede conveniada.

“Para a Pedreira Prado Lopes, a Prefeitura prometeu 400 vagas em 2014, mas entregou 150. Enquanto isso, a fila cresce”, critica Valéria Borges, do Movimento de Trabalhadoras por Direitos (MTD) e trabalhadora de uma creche da rede conveniada.

PM despeja 300 famílias no Barreiro A manhã de domingo (18) foi de violência para famílias que moravam em terreno na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Cerca de 300 famílias da Ocupação Temer Jamais foram despejadas pela Polícia Militar sem a apresentação de mandado judicial.

Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) classificaram a ação como truculenta e ilegal. Segundo os ocupantes, a Polícia Militar usou helicóptero para lançar bombas de gás lacrimogêneo também nas ocupações Camilo Torres, Irmã Dorothy, Paulo Freire, Eliana Silva e Nelson Mandela, próximas ao local. A polícia alega que a ocupação foi pega em flagrante e, por isso, não seria necessário um mandado. Já os ocupantes declaram que estavam no terreno há três dias.

Eleições no estado

Coronel Fabriciano Na cidade do Leste de Minas, candidatam-se Adir Magno de Souza (PRTB), João Célio (PCdoB), Marcos Vinícius (PSDB), e Rosângela Mendes (PT).

Marcos Vinícius é médico e declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 702 mil.

João Célio, que declarou patrimônio de R$ 505 mil, é deputado. Já Rosângela, professora, declarou R$ 280 mil. O candidato Adir Magno declarou um carro como único bem, no valor de R$ 6 mil.

Divinópolis Em Divinópolis, os candidatos a prefeito são Galileu Machado (PMDB), Iris Almeida, (PT), Luís Militão (PSDB), Mário Lúcio de Oliveira (PSOL) e Marquinho Clementino (PROS). Até o fechamento desta edição, Galileu e Torquato ainda não sabem se poderão concorrer efetivamente à eleição, já que foram enquadrados pela Lei Ficha Limpa.

Itabira Os candidatos à prefeitura no município do Vale do Aço são Talmo de Oliveira (DEM), Damon Lázaro (PV), César da Dular (PMDB), Ronaldo Magalhães (PTB), e Bernardo Mucida (PSB). O candidato do PSOL, Márcio Couto, decidiu não concorrer ao pleito e teve a renúncia aceita pela Justiça da Comarca. Damon é quem hoje está à frente do cargo de chefe do executivo e concorre à reeleição.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

OPINIÃO

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“Para esse novo golpe, tentam de novo exilar Paulo Freire” DIREITOS No aniversário do mestre, audiência chama atenção para os riscos que corre a educação pública Joana Tavares

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a comemoração dos 95 anos do educador, escritor, filósofo e militante da inclusão social, o pernambucano Paulo Freire, uma audiência na Assembleia Legislativa reuniu dezenas de pessoas para lembrar e atualizar seu legado.

“Esse projeto ‘Escola sem Partido’ – que deveria ser chamado de ‘Lei da Mordaça’ – é uma nova tentativa de exilar Paulo Freire”, alerta o diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE/MG) Fábio Garrido.

Ele elencou os riscos por que passa a educação como

um direito, tanto em Minas como no Brasil.

“Paulo Freire fez uma defesa intransigente da causa dos oprimidos. Ele chamaria atenção para as condições de trabalho dos educadores e defenderia o piso salarial dos professores”, acrescenta. Garrido explicou que a paralisação dos educadores de 48 horas, nos dias 21 e 22, se deu em defesa de uma pauta de reivindicações da categoria.

Uma das críticas é em relação ao projeto do governo estadual de passar para o regime de Parcerias Público-Privadas dezenas de escolas do Estado. “Não podemos aceitar que se

privatize o direito à educação e ao pensamento crítico. A ideia de que o que é público é ruim é da burguesia, que quer privatizar e ganhar dinheiro com tudo”, reforça.

Riscos em todo o Brasil O integrante do Fórum Político Inter-religioso Padre Henrique Moura lembrou de diversos projetos do governo não eleito Michel Temer que colocam em xeque os direitos humanos, como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e a PEC 241, que pretende congelar os investimentos em saúde e educação por 20 anos.

Quem foi Paulo Freire O educador nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife (PE). Seu método para alfabetizar com qualidade e velocidade foi considerado subversivo pela ditadura militar. Morreu em São Paulo em 1997, ano de seu último livro: “Pedagogia da Autonomia”.

Conhecido no mundo inteiro, recebeu título de doutor Honoris Causa em 27 países.

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OPINIÃO

BeloBelo Horizonte, 23 a1129a de Horizonte, 17 setembro de março de de 2016 2016

Opinião

Autoengano e mentira presidente não eleito Michel Temer é um O ser que mente. Como se não bastasse, cerca-se de mentirosos. Mente pela impren-

sa, mente em Nova York, mente a si mesmo.

Mentir para si mesmo, o autoengano ameniza a culpa e serve de escape para o excesso de cobranças dos outros. No caso dos golpistas o autoengano precisa ser validado o tempo todo com a falácia dos procedimentos, do álibi moral para transgredir em nome da obediência a normas menores.

Já a mentira objetiva, direcionada a enganar o outro de forma determinada, se torna uma ferramenta que corta os laços da convivência social, pois quebra a confiança. A mentira é arma dos covardes, dos presunçosos, dos traidores. É, orgulhosamente, um canalha.

O cidadão Michel Temer parece ser um caso clássico da ausência de fronteiras entre o au-

toengano e a mentira. Exerce os dois universos da restrição à verdade. Suas palavras sempre fogem à realidade dos fatos.

Ou ele é inepto ou é mau. A primeira vítima é sempre a verdade. Temer já demonstrou que não sabe o que fala, que é pedestre em política, economia e sociedade. No campo do autoengano, deve se julgar magnânimo, embora seja um golpista consu-

Imprensa acoberta vexames de Temer mado; acredita ser fiel a seus pares, mesmo tendo sido executor do mais execrável ato de traição da história republicana recente; talvez creia que a recatada Marcela o ame por seus merecimentos mais pessoais.

No entanto, ele não mente sozinho. A capacidade da imprensa em relevar os er-

ros do presidente golpista chegou ao paroxismo na cobertura do vexame na Organização das Nações Unidas. Os jornais e emissoras de televisão que ajudaram a urdir o impeachment mantiveram a construção de uma realidade que não partia dos fatos. Poucas vezes houve tanto descompromisso entre o que se ouvia (mentiras acerca de refugiados haitianos e de apoio ao Mercosul, por exemplo) e via (a retirada do plenário de seis chefes de Estado) com o que se lia nos jornais. O fiasco foi transformado em triunfo.

A imprensa se esmera para completar sua atuação para fazer jus à paga que acredita merecer pela consecução do golpe que ajudou a planejar. Talvez a saída seja a recuperação de um princípio clássico da filosofia marxista: a verdade é sempre revolucionária. Há a hora de falar a verdade. E o momento de fazer a revolução. Poucas épocas são tão críticas como a nossa, em que as duas tarefas parecem ser uma só.

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Secretaria de Fazenda terceiriza atividades da Receita que envolvem sigilo A Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) autorizou a contratação de serviços de consultoria especializada para a execução de projetos nas áreas de finanças públicas, gestão financeira e de recursos humanos. A estimativa é de que o serviço mobilize um contingente de 92 profissionais durante 36 meses, num investimento que deverá custar ao Estado cerca de R$ 7 milhões. Segundo o governo, a contratação foi motivada pela necessidade de dotar a gestão econômico-financeira do Estado de mecanismos que possam auxiliar na implementação de medidas visando aumento da receita, contenção de despesas e melhora na qualidade do gasto, na reestruturação organizacional e implementação das mudanças da reforma administrativa.

A decisão de terceirizar atividades da Receita Estadual sujeitas ao sigilo, expondo informações de natureza técnica, econômica e operacional, poderá trazer sérios problemas para o Estado caso ocorra vazamento de informações. Uma das questões que se coloca é a possibilidade de haver entre os consultores contratados, quem atue na iniciativa privada como consultor, com clientes contribuintes de ICMS do Estado de Minas Gerais, nesse caso, dispondo de maneira privilegiada de dados sigilosos e informações estratégicas. Caso essas informações vazassem, isso poderia criar problemas para o contribuinte em relação aos seus concorrentes.

Atualmente, quem tem acesso aos dados da Receita Estadual são funcionários de carreira da SEF/ MG, que trabalham em regime de dedicação exclusiva e que, numa hipótese de desvio de informação, são severamente punidos pelo Estado. A Receita é uma questão delicada; envolve dados sigilosos que

Já existe uma resolução conjunta assinada pelas Secretarias de Fazenda e de Planejamento e Gestão seis meses antes da publicação do edital de contratação, que mostra que a terceirização de atividades na SEF/MG já vinha sendo posta em prática.

A resolução instituiu grupo de trabalho para desenvolvimento de um sistema de inteligência a ser criado a partir dos dados da Nota Fiscal Eletrônica (NFe) e outras informações sob responsabilidade da SEF/MG e executado no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais, composto por pessoas A SEF/MG conta com excelente corpo técnico, que que não são identificadas como servidores públicos. tem entre seus profissionais servidores com 20 a 30 anos de trabalho na secretaria e que já têm familiaridade com os dados em questão, portanto, estão mais do que capacitados para atender às demandas apontadas.

Com muito menos do que os R$ 7 milhões destinados à contratação da empresa de consultoria daria para montar uma escola fazendária, especializar ainda mais o pessoal da casa, que são servidores que ficarão aqui por muitos anos. O problema da sonegação é mais de vontade política do que necessidade de pessoal e cosindifiscomg.org.br nhecimento técnico, que a SEF/MG tem de sobra. não devem ser abertos, então os servidores da SEF/ MG têm a preocupação com o que a Fazenda vai fazer com a questão do acesso dessas pessoas às informações. Em 2004, o governo do Estado celebrou contrato similar com o Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) que, posteriormente, foi objeto de apuração de inquérito civil pelo Ministério Público. A contratação de consultores é mais um exemplo de como a atual gestão vem repetindo práticas adotadas pelo governo anterior.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Acompanhando

Foto da semana

OPINIÃO

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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar?

Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.

Na edição 153...

Minas cria Frente para lutar em defesa do SUS ...E agora Manifestantes protestam em hospital Risoleta Neves Um ato em Defesa do Hospital Risoleta Neves, no bairro Venda Nova, foi realizado na tarde dessa quarta-feira (22). A ação foi organizada pela Frente Mineira em Defesa do SUS, e contou com a presença de centenas de pessoas que bloquearam a rua Gabirobas e reivindicaram por melhorias salariais e respeito à democracia. Além disso, os manifestantes cobraram do Governo Estadual e Prefeitura de Belo Horizonte mais investimentos para o hospital.

Na edição 153...

População colombiana vai decidir sobre acordo de cessar-fogo entre as Farc e governo ...E agora Em encontro nacional das Farc serão apontados próximos passos Começou, no sábado (17), a 10ª Conferência Guerrilheira das Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc) no estado de Caquetá. Esse será o último encontro oficial do grupo armado, e nele deverão ser apresentados os próximos detalhes do acordo firmado com o governo colombiano. O Brasil de Fato realiza cobertura especial da situação do país. Para conferir, acesse: www.brasildefato.com.br

Marcel Gautherot FOTOGRAFIA Uma seleção de fotos da festa “Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos”, a maior comemoração religiosa da cidade mineira de Congonhas, pode ser visitada até 5 de novembro na CâmaraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, na Rua Afonso Pena, 737. A exposição “O Jubileu do Santuário”, do francês Marcel Gautherot, conta com registros feitos entre 1940 e 1950. Mas, até hoje, a festa reúne anualmente milhares de romeiros que vão agradecer e rezar ao Senhor Bom Jesus. A entrada é gratuita.

Maria Luiza Pires Ventura

Jairo Nogueira Filho

Trabalhadores dos correios barram retrocessos

Agora é a greve geral

A categoria de trabalhadores e trabalhadoras ecetistas foi a primeira a ter negociação do acordo coletivo no governo golpista de Michel Temer, do ministro das comunicações Kassab e presidente dos Correios Guilherme Campos. A empresa propôs a retirada de direitos como: fim do vale cultura, redução do número de tickets alimentação, fim do ticket extra de natal, plano de saúde e retirada dos pais como dependentes, imposição do banco de horas, flexibilização da jornada de trabalho com redução de salário e redução do auxílio creche.

A categoria se viu ameaçada e lotou as assembleias, tirando indicativo de greve caso a empresa não atendesse aos trabalhadores. Assim, 36 sindicatos por todo o Brasil se mobilizaram e seis sindicatos pararam suas atividades por dois dias, inclusive o de Belo Horizonte.

Diante da grande preConquistas só com sença dos trabalhadores organização e luta nas assembleias, sentindose ameaçada, a empresa reabriu a negociação. Agora em outros patamares, a nova negociação assegurou as cláusulas dos acordos anteriores e conseguiu 6% de reajustes a partir de agosto de 2016, e 3% em janeiro, além de 8,74% aplicado a todos os benefícios. E para fevereiro de 2017, incorporação do GACT (Gratificação do Acordo Coletivo de Trabalho) e aplicação do índice de 3% no salário base, que passará para R$ 1.613,44, sendo que o piso atual é de R$ 1284,00.

Não foi um acordo que a categoria Ecetista merece, mas é fruto de mobilização e luta. A garantia de que a ECT não será privatizada é se os trabalhadores/as forem à luta! Golpistas não têm palavra, o que pode assegurar os direitos da classe trabalhadora é a organização, formação e luta!

Maria Luiza Pires Ventura trabalha na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT em Juiz de Fora

No dia 22 de setembro, a classe trabalhadora realizou uma grande paralisação nacional. Foi o “esquenta para a greve geral”. Alertamos ao governo e a todos os setores que planejaram o golpe que os trabalhadores não aceitarão a retirada de direitos prevista nas propostas de reforma trabalhista e previdenciária e na PEC 241, que estabelece um teto para os gastos públicos nas áreas de saúde e educação por 20 anos.

Os servidores públicos também repudiaram a PLP 257, que, para autorizar o refinanciamento da dívida dos estados, municípios e do Distrito Federal, impõe uma série de exigências fiscais que terão um efeito devastador sobre os servidores Temer implementa públicos, como o congelamento de salários e ônus no interesses das elites custeio previdenciário.

Movimentos sociais, sindicais e a sociedade civil também alertam sobre o programa entreguista de privatizações que o presidente ilegítimo, Michel Temer, planeja para o país. O governo divulgou uma lista com 25 projetos de infraestrutura que serão leiloados a partir de 2017.

Dissipando-se o nevoeiro em torno do projeto político do impeachment, fica cada vez mais claro que nunca antes na história do país se viu um programa político tão voltado para os interesses das elites e forjado basicamente no corte de direitos sociais e trabalhistas. Basta acompanhar o noticiário e ver o quão profundos são os cortes nas verbas destinadas à saúde e educação, a investida na revogação de direitos do trabalho, da previdência social e a entrega do pré-sal.

Por isso, é obrigação do povo brasileiro e das classes trabalhadoras lutarem contra esse golpe que ataca o nosso patrimônio e os nossos direitos sociais e trabalhistas. Vamos juntos rumo à greve geral!

Jairo Nogueira Filho é secretário Geral da CUT-MG e diretor do Sindieletro.

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BRASIL

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

De norte a sul do Brasil, trabalhadores paralisam atividades e protestam contra Temer NENHUM DIREITO A MENOS Manifestações foram convocadas por centrais sindicais e movimentos populares Lidyane Ponciano / CUT Minas

Da Redação (com Rogério Hilário)

A

s maiores centrais sindicais do país, em conjunto com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, promoveram um dia nacional de paralisação na quinta (22).

Sob o mote de “Nenhum Direito a Menos”, as entidades consideram a mobilização como uma atividade preparatória e de construção de uma greve geral. Em todo o país, diversas manifestações, panfletagens e plenárias foram realizadas.

Reivindicações O protesto é contra o golpe em curso no Brasil e denuncia o conjunto de medidas anunciadas pelo presidente não eleito Michel Temer que apontam para perdas de direitos. As categorias denunciam a implementação de políticas neoliberais que retiram direi-

tos básicos dos trabalhadores, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, a onda de privatizações e as propostas de reforma trabalhista e da previdência.

“Estamos nas ruas para resistir ao golpe, para defender a democracia, direitos e conquistas. Não vamos permitir o retrocesso.

E queremos lembrar à população que os três senado-

A mobilização denuncia a reforma da previdência, o aumento da jornada de trabalho e a terceirização irrestrita

res mineiros são golpistas e querem votar contra o povo”, disse Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).

Atos de norte a sul Em Belém (PA), cerca de 400 pessoas percorreram as principais avenidas da cidade. Organizações estudantis e sindicais reuniram-se pela manhã em frente à Caixa Econômica Federal, em Curitiba, no Paraná, somando-se à greve nacional dos bancários, que já completa quase 20 dias.

Além desses estados, aconteceram atos em São Paulo, Rio Grande do Norte, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, Alagoas, Paraíba, Rio de Janeiro, Sergipe, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Piauí, Rondônia, Tocantins, Goiás e no Distrito Federal.

Dezenas de cidades e de categorias aderem aos protestos em Minas D

esde a madrugada, cerca de 550 metalúrgicos fecharam o trânsito do Anel Rodoviário para discutir com trabalhadores da empresa Stola – que produz peças e carrocerias para a Fiat – os impactos das medidas propostas pelo governo não eleito de Michel Temer.

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estudantes, professores e técnicos administrativos realizaram uma assembleia uni-

ficada ainda pela manhã de quinta (22). “Estamos em greve há mais de um mês para resistir ao corte de verbas das instituições federais de ensino, hospitais universitários, assistência social”, afirmou Neide da Silva Dantas, do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (Sindifes).

Eletricitários, petroleiros, metalúrgicos, trabalhadores dos Correios e trabalhadores da Copasa se encontraram,

ainda pela manhã na capital mineira, em frente à Cemig. Após discutirem as medidas do governo que precarizam o trabalho e aumentam as terceirizações, os sindicalistas marcharam até o centro da cidade, na Praça da Estação, para se encontrar com movimentos populares e demais sindicatos.

De lá, iniciariam uma caminhada rumo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde, às 14h30,

ocorreu uma audiência pública sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que visa congelar os orçamentos da educação e saúde por 20 anos.

Em mais cinco cidades mineiras – Ouro Preto, Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba e São João Del Rei – também ocorreram manifestações, panfletagens e atividades que alertaram a população sobre a necessidade de uma greve geral.

Saúde e educação em risco Como parte da programação da paralisação nacional, cerca de 200 pessoas participaram, na segunda (19), de um ato em defesa da saúde pública em BH. A manifestação foi organizada pela Frente Mineira em Defesa do SUS e da Democracia e pelos conselhos estadual e municipal de saúde. Os manifestantes comemoraram o aniversário da Lei Orgânica da Saúde, nº 8.080/1990, que regula as ações e serviços de saúde e estabelece, entre outras coisas, os princípios, diretrizes e os objetivos do SUS. Os manifestantes criticaram a possibilidade de redução em até 40% do orçamento da saúde no Brasil.

Na quarta (21), cerca de 300 trabalhadores da educação da região metropolitana de BH trancaram a rodovia Fernão Dias. O ato foi organizado pelo Sindicato Único de Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Os manifestantes denunciaram a reforma da previdência, o projeto “Escola sem partido”, o corte de direitos trabalhistas e das verbas da educação, previstos na PEC 241.

Reivindicaram do governo estadual o pagamento do retroativo do piso salarial.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

BRASIL

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Governo Temer coloca Brasil à venda

PRIVATIZAÇÃO Programa quer atrair investidores estrangeiros para controlar aeroportos, portos, ferrovias, empresas de energia e companhias de saneamento Lula Marques / Agência PT

Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF)

A

ntes mesmo de assumir o governo federal, Michel Temer tinha entre seus planos a privatização de “tudo o que for possível” em termos de infraestrutura no Brasil. A meta foi fixada no programa “Ponte para o Futuro”, do PMDB, documento apresentado em abril e que expressou os compromissos do partido com os empresários mais ricos do país. Esse processo impulsionou a retirada de Dilma Rousseff da Presidência, em um impeachment que não demonstrou

Na ONU, Temer ofereceu as estatais aos gringos

Presidente não eleito, Michel Temer, já começou a colocar em prática o programa de privatizações

a prática de crime de responsabilidade por parte da petista no comando do Planalto.

Na semana passada, o governo começou a botar em prática esse programa de privatizações. Batizado de “Projeto Crescer”, a primeira etapa prevê a entrega de 25 empreendimentos públicos ao

capital privado. Estão na lista quatro aeroportos (Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza), lotéricas, usinas hidrelétricas, companhias e distribuidoras de energia, portos, ferrovias e rodovias, além de campos de petróleo, gás e mineração.

Até mesmo as empresas esta-

tais de água e esgoto do Rio de Janeiro, Pará e Rondônia foram incluídas na lista.

A prioridade do governo parece ser o capital estrangeiro. Nesta semana, por exemplo, na sua viagem oficial ao Estados Unidos, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, Temer partici-

Financiamento público para ajudar a vender patrimônio Ascom / BNDES

P

ara impulsionar a privatização, o próprio Tesouro Nacional vai ter que abrir os cofres. A equipe encarregada pelo programa garantiu que os projetos terão crédito farto de R$ 30 bilhões, disponibilizado pelo BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil e o Fundo de Investimentos do FGTS. De acordo com a presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Maria Silvia Bastos, os projetos objeto de concessão vão ter 20% de participação do investidor privado e financiamento público de até 80%.

Empregos

Na opinião de Paulo Kliass, trata-se de mais um contrassenso da privatização, pois o Estado vai ter que botar dinheiro público para facilitar a venda de empresas estatais.

“Fala-se muito que o Estado não deve se meter na economia, mas na hora do finan-

ciamento, sempre recorrem ao recurso público. Esses R$ 30 bilhões garantidos a partir de recursos de fundos públicos e do BNDES, principalmente, terão taxa de juros subsidiadas, ou seja, dinheiro barato na mão do investidor”, critica.

A principal justificativa do governo Temer ao anunciar o programa de privatizações é a geração de empregos.

“Empreendimentos já existentes, como aeroportos, usinas e ferrovias, não tendem a aumentar a geração de emprego. Pelo contrário, os empresários querem é reduzir custos com mão-de-obra”, avalia o economista Paulo Kliass. Para ele, os investimentos em obras podem gerar algum nível de geração de emprego, mas isso deverá ser sazonal.

pou de evento com mais de 200 empresários e aproveitou para oferecer as empresas estatais aos gringos.

“Nos momentos de crise econômica, como a que estamos vivendo no Brasil, o preço dos patrimônios tende a baixar, por isso, é o pior momento para vender ativos, ainda mais empresas públicas”, avalia Paulo Kliass, doutor em Economia pela Universidade de Paris 10 e especialista em políticas públicas e gestão governamental.

Ele explica que, no momento atual, a capacidade de arrecadação do governo com a venda dos ativos deve ser muito baixa, inclusive de impostos pagos pelas empresas após a privatização. O governo estima que entre no caixa do Tesouro algo como R$ 24 bilhões, ainda em 2017. Ainda é pouco para reverter o déficit de R$ 139 bilhões nas contas públicas previsto para o ano que vem.

Anac aceita aeroporto de Cláudio O aeroporto construído na cidade de Cláudio foi homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Agora, ele pode ser usado para jatinhos e aviões de pequeno porte.

O governo Aécio (PSDB) gastou R$ 14 milhões para construir o equipamento nas terras do tio do tucano, em região próxima a fazendas de sua família. O Ministério Público abriu investigação sobre o assunto, mas arquivou o processo em 2015.

Promotores alegaram que a família de Aécio não foi favorecida pela obra.

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MUNDO

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

“O Brasil tinha um papel de destaque que ameaçava a hegemonia dos Estados Unidos” RELAÇÕES INTERNACIONAIS Professora analisa inserção do país antes e depois de Temer Rafael Tatemoto e Rafaella Dotta

O

impeachment de Dilma Rousseff teve grande repercussão no Brasil e promete, também, ter impactos fora do país. Tatiana Berringer, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), analisa a integração dos países da América Latina e a posição brasileira no cenário internacional com o início do governo não eleito de Michel Temer.

Brasil de Fato - Quais elementos internacionais influenciaram o processo de impeachment no Brasil?

Tatiana Berringer - O primeiro elemento é a crise financeira prolongada, que vem desde 2008. Reflexos dessa crise na economia brasileira agudizaram os conflitos políticos. O segundo elemento é o reordenamento geopolítico - ligado a uma ascensão chinesa e a uma recuperação da Rússia - que se materializou na formação dos BRICS [o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]. Além disso, o Brasil vinha desempenhando um papel muito importante na integração latino-america-

Ofensiva sobre a América Latina começa com o golpe em Honduras, em 2009” na, fortalecendo o Mercosul, dando a ele um caráter político, e, ao mesmo tempo, criando a Unasul. Em suma, um papel de destaque internacional que ameaçava a hegemonia dos Estados Unidos. O terceiro elemento são os interesses imperialistas em relação ao pré-sal.

Os Estados Unidos atuaram diretamente no processo brasileiro?

Sempre houve uma disputa entre governos de esquerda e forças ligadas ao imperialismo, mas isso começou a se mostrar uma ameaça aos EUA. Há uma ofensiva geral que começa com o golpe em Honduras, em 2009, que desemboca no Paraguai e passa pela desestabilização dos governos venezuelanos. E o imperialismo não atua só como uma força externa. Os interesses e as alianças são colocados internamente, desde as

empresas que estão aqui, até as forças políticas que atuam no país.

Os processos de integração da América Latina podem estar em risco?

Eles tomam um novo formato e assumem novas características, mas seguirão. A

O Mercosul pode existir, mas sem contrariar os interesses imperialistas” burguesia brasileira, principalmente a interna, depende das exportações para os países do Mercosul e das relações com a China. A questão é o caráter político que irão tomar. O Mercosul pode vol-

Temer criticado na ONU

D

urante primeiro discurso na ONU, na segunda (19), o presidente não eleito do Brasil, Michel Temer, foi alvo de protesto de representantes da Venezuela, Equador, Nicarágua e Costa Rica, que se levantaram quando o político subiu ao palco. Os diplomatas de Cuba e Bolívia também se recusaram a vê-lo se pronunciar. Na fala, Temer errou 11 vezes o número de refugiados no Brasil - ele disse serem 95 mil pessoas, enquanto o próprio governo contabilizou 8.800. O presidente não eleito afirmou, ainda, que o impeachment de Dilma Rousseff seria “um exemplo para o mundo”.

tar a ser uma integração de cunho mais econômico, mas sem uma cooperação política e social que coloca a região em um patamar geopolítico diferente. É retomar uma posição de subordinação passiva em relação ao imperialismo: esses blocos podem existir, mas sem contrariar os interesses imperialistas.

Como você avalia a repercussão internacional do processo de impeachment?

Foi uma certa surpresa.

Os mais importantes jornais dos EUA e da Europa colocaram questionamentos ao impeachment. Há uma certa desconfiança sobre o processo. De outro lado, isso não tem o impacto do rompimento de relações, que é o que poderia reverter o quadro. Infelizmente essa reação não reverberou em ações diplomáticas. Os che-

fes de Estado não se pronunciaram.

De forma geral, toda a América Latina está sob uma ofensiva?

Tínhamos governos progressistas e de esquerda, que vinham trabalhando em um projeto coletivo. E essa estratégia [do imperialismo] tem um efeito dominó. Foram retirados os partidos de esquerda dos governos que tinham mais força e capacidade de levar adiante esse projeto: Argentina, Venezuela e Brasil, e assim quebra-se a tríade e muda-se todo o quadro. Depois do Brasil, o próximo alvo é seguir o curso da ofensiva sobre a Venezuela. Porém, é preciso lembrar que foram criadas resistências, conquistas e compromissos. Apesar do momento de retrocessos, pode haver também um momento de recuperação e reversão desse quadro.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

ENTREVISTA

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“A paz só virá com as mulheres na liderança” INTERNACIONALISMO Militante estadunidense fala sobre racismo, sistema prisional e luta das mulheres Divulgação / Levante Popular da Juventude

Larissa Costa e Wandecleya Martins

D

ominque Stevenson é militante feminista, antirracista e contra o sistema prisional de seu país.

Em sua cidade, Baltimore – localizada no estado de Maryland, nos Estados Unidos – ela realiza trabalhos sociais, formação política e constrói alternativas junto com as comunidades para superar a fome, a violência, a pobreza e o encarceramento em massa.

Baltimore é predominantemente negra e retrata, até hoje, o racismo e a desigualdade existentes no país. É o mesmo local onde, em 2015, milhares de manifestantes tomaram as ruas contra a morte do jovem negro Freddie Gray, de 25 anos, preso sem ter cometido nenhum delito. Sob custódia da polícia local, ele foi espancado e acabou morto.

Presente no 3° Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude, que aconteceu em Belo Horizonte no início deste mês, Dominique conversou com o Brasil de Fato.

Brasil de Fato - Como você vê a questão da negritude no Brasil?

Dominique Stevenson - É curioso, porque é igual nos Estados Unidos. Como negros, devemos nos orgulhar de todos aspectos da negritude. Mas é preciso ir além disso, chegar ao que está realmente dentro de nós. Frequentemen-

Como negros, devemos nos orgulhar da negritude

Dominque Stevenson é uma militante feminista e antirracista dos EUA e atua na ONG Friend of Friend, junto a detentos e ex-detentos

te, olhamos apenas o exterior do indivíduo. Quer a pessoa tenha cabelo liso, crespo, cacheado ou o que for, não demonstra sua politização. Temos que olhar o que está dentro das pessoas, para enxergar seu posicionamento político.

Mas assumir os cabelos crespos também não pode ser considerado uma atitude política?

Sim, a cor da pele e o cabelo se tornaram questões políticas. Mas não podemos parar por aí. As coisas não são mais tão simples quanto eram antes.

Como você vê a questão da mulher na sociedade e na militância? É interessante, porque tenho conversado bastante com outras mulheres, especialmente jovens. Eu sinto que, mesmo depois desse tempo todo, as mulheres continuam sendo marginalizadas ou colocadas de lado. Mesmo na luta. Se parar para notar, quem está por aí lutando são as mulheres. Assumindo cargos, cargos de liderança. Mas quando se vê quem está na frente das câmeras, ou do microfone, são homens dando as entrevistas. Eu te-

nho 51 anos, nesse tempo eu vi várias fases do movimento. E sinto retrocessos no campo feminista. Não nosso, das mulheres, mas

Estou esperançosa, as jovens não vão aceitar e se calar da aceitação pelos homens da nossa liderança.

Para nós, nos Estados Unidos, me lembra a época da luta pelos direitos civis. Tínhamos Martin Luther King como líder carismático, mas também havia Fannie Lou Hamer, Ella Baker. Todas essas mulheres estavam à frente da organização. Eu sinto que há um espírito nas jovens que não vai se calar. Não acho que elas vão aceitar. E estou esperançosa. Porque é destrutivo discriminar as mulheres. É tão destrutivo quanto discriminar negros, discriminar latinos, ou qualquer um. Temos que estar atentos a isso. E as jovens precisam se impor e deixar claro. Temos que to-

mar os espaços. Ser categóricas: “Esse espaço é nosso”.

Quais as especificidades das lutas das mulheres e das mulheres negras em particular?

Eu tenho quatro filhos.

Costumo dizer isso, porque para mim é um orgulho. A maternidade muitas vezes é vista como um impedimento e não como algo que podemos conciliar e nos orgulhar. Nem todas as mulheres querem ser mães, sei disso. Mas, como mãe, tenho orgulho dessa parte de mim. Mas acho que é o momento de nos levantarmos.

Temos que estar no controle do nosso espaço, temos que controlar nossos corpos. Temos que ser agressivas, desafiadoras e firmes com o que queremos para nós. Porque temos problemas específicos. Não somos homens, não somos iguais. Há coisas que sofremos que homens não sofreram do mesmo modo, mesmo dentro do recorte racial. As mulheres negras ainda estão na base da economia, abaixo dos homens negros. Ainda há esses problemas de disparidade além da raça. Não podemos retroceder, temos

que continuar avançando.

Porque eu acho que a paz só virá com as mulheres na liderança.

O sistema prisional dos Estados Unidos é considerado um dos mais desumanos do mundo. Como esse modelo de prisões impacta a vida das mulheres?

Nos Estados Unidos, as mulheres negras estão sendo presas a uma taxa mais

Mulheres negras ainda estão na base da economia elevada que os homens.

Crianças sendo deixadas para serem criadas pelos avós. O sistema prisional, especialmente a partir da década de 70, com o direcionamento de prender negros, teve impacto na comunidade porque os pais, irmãos, tios, primos deixaram a comunidade. E deixaram não só a mulher, como também jovens, que se sentiram abandonados, sem ter quem guiá-los.

12 12 VARIEDADES

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Mídia Mídia democrática também é dever de prefeitos

Amiga da Saúde Amiga, normalmente não tenho corrimento, mas quando tenho relação sexual com uso de camisinha tenho um pouco de corrimento claro e sem cheiro por uns dois dias.

Será que posso ter alergia ao preservativo?

Valéria Dias, 19 anos, estudante

U

ma triste notícia afetou recentemente a mídia mineira: a TV Viçosa, uma emissora educativa mantida pela Universidade Federal, encerrou sua programação por falta de recursos. Isso passou despercebido, mas ilustra e questiona a falta de atuação dos poderes municipais no fortalecimento da mídia pública e democrática.

Se a entrega de concessões de radiodifusão é competência da União, as prefeituras podem – e devem - incentivar a produção local de informação e promover a liberdade de expressão. Um município vivo e pulsante oferece a seus cidadãos o acesso a uma informação diversificada e instigadora, para que cada um tenha a possibilidade para contribuir no debate público.

Mas na esmagadora maioria dos municípios brasileiros, o cenário está longe disso. As emissoras são repetidoras dos grandes grupos que monopolizam a informação (Globo, Record, etc.), ou pertencem a políticos ou igrejas, que utilizam concessões públicas para propaganOs Canais da Cidadania dear suas ideologias. são quatro canais de TV Mas as oportunidades municipais com produção não faltam para os pocompartilhada entre poder deres municipais reverterem esse cenápúblico e sociedade civil rio. Que tal, por exemplo, investir no Canal da Cidadania? São quatro canais de TV municipais com produção compartilhada entre poder público e sociedade civil. Ou adotar uma política de distribuição de verba publicitária destinada às mídias locais independentes? Ou ainda investir numa banda larga gratuita nos espaços públicos para oferecer aos cidadãos recursos para exercer plenamente seu direito à comunicação? Para isso, cada município precisa ter seu Conselho Municipal de Comunicação social, como previsto na Constituição.

Candidatas, candidatos, sejam inovadores! Uma mídia local democrática fundamenta qualquer política pública participativa e de interesse coletivo.

Saibam mais: goo.gl/Lm0LaE *Florence Poznanski é secretária geral do Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC-MG)

Acredito que você não tenha alergia ao preservativo, Valéria. Se houvesse uma alergia, você provavelmente teria reações mais importantes após o contato com a camisinha, como, por exemplo, coceira intensa ou inchaço.

A mucosa vaginal produz uma secreção clara continuamente, assim como a mucosa oral produz saliva. Dessa forma, é comum as mulheres terem algum corrimento diário, ora mais

grosso, ora mais fluido. Quem não tem é porque a quantidade produzida é menor, não chegando a escorrer. Durante o ato sexual, há um aumento da lubrificação vaginal e, caso a mulher chegue ao orgasmo, essa lubrificação é ainda maior. Provavelmente seja esse fluido “extra” que você percebe escorrer após as relações sexuais.

Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barbosa I Coren MG 159621-Enf.

Nossos direitos Compras pela internet: saiba seus direitos Comodidade, promoções e agilidade são algumas vantagens que têm feito muitos consumidores optarem por compras pela internet.

Por isso aí vão algumas dicas sobre o comércio eletrônico.

O primeiro passo é buscar informações sobre a credibilidade do fornecedor. Desde 2003 a lei brasileira exige que a loja on-line informe em local visível número de CNPJ, endereço físico e número de telefone. Outra dica é ficar atento em relação à descrição das características dos produtos. As lojas virtuais são obrigadas a apresentar as informações detalhadas. O site de compras também deve informar de forma clara o preço do produ-

to e as modalidades de pagamento. Pela lei, é um dever do fornecedor fixar a data e turno para entrega da compra.

O consumidor também possui o “Direito de Arrependimento”, ou seja, pode desistir da compra, sem ter que dar nenhuma justificativa, em até sete dias corridos a partir da data da entrega da mercadoria (mesmo que já tenha aberto a embalagem). Para isso, é preciso formalizar um pedido de cancelamento da compra e solicitar a devolução de qualquer quantia paga.

Apesar dos cuidados, problemas podem ocorrer, por isso guarde os comprovantes e exija a nota fiscal.

Se precisar, procure o Procon.

Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP.

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

13 VARIEDADES 13 por Alan Tygel

Dicas Mastigadas Farofa de talo de beterraba

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Tema do catálogo de lojas e grifes de roupa Posiciona- Indício de Rua aproveitada para mento inflamação comércio e arte, em bairros boêmios adequado no corpo dos lábios em instrumentos de sopro

Planeta Personagens comuns vizinho na literatura feita para Número Processa o mulheres ímpar Imposto de Renda

Finalize; termine

Nono (?): o último da gestação humana Penteado dos Panteras Negras Aqui

Alternativa ao lápis Reno, Sena e Amazonas

Redondeza (?)-labore, remuneração do trabalho de sócios

Membro religioso Ingrediente do azeite

Estampas baseadas em temas vegetais

Estado que mais sofre com a crise hídrica e o racionamento

• • • • • •

Membro da família Thiago Rodrigues, ator Mau hálito Engolir (uma ofensa)

Uma das cores da Mangueira Crescer

A mãed'água (Folcl.)

Oscilação Pimenta do bloody mary

Pedra para amolar facas

Talos e folhas de 5 beterrabas 2 xícaras de farinha de mandioca 1 cebola picada 2 dentes de alho picado 1 ovo cozido picado 100g de manteiga

(?) aos pobres, princípio da caridade Desorientada (pop.)

Relevo do extremo norte do Brasil, na divisa com a Guiana

Golfo de (?): situase no Norte do Índico Cano À (?): à superfície (da água)

"Relativo a", em "arbóreo" (Gram.)

Instruções

Arte, em inglês Berra como animal

Departamento Pessoal (sigla)

Américo Vespúcio, navegador italiano

Compre as beterrabas frescas, de preferência sem agrotóxicos em uma feira da agricultura familiar. Pique os talos das beterrabas e corte as folhas em tiras finas. Refogue a cebola na manteiga e depois o alho. Acrescente os talos da beterraba e deixe por 5 minutos na panela, em fogo baixo. Acrescente as folhas, depois o ovo cozido e, por fim, a farinha.

Utilidades Domésticas (sigla) Formato do alargador de orelha

Cacto Os bemtípico do sucedidos Nordeste no vestibrasileiro bular

3/art. 4/áden. 7/tabasco. 8/entuchar. 12/monte caburaí.

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Aproveitamento Integral dos Alimentos

Solução E A R U P Ç S Ã R O C A U T A M O N E M A

M M M B O C A D R E D O R C A N ET A R O C F I F L O R O P A U L O S A A I R E V AI M E N T A R O N T A A T U B O T E C A B U O H S R N D A C A R A P R O V A

C U R A M E S C A R E I A I S T R B AF O V E M D A D E N A R T R A I L C U O D O S

BANCO

Diversos nutrientes estão presentes em partes dos alimentos que normalmente jogamos fora, como cascas, folhas e talos.

Com isso, perdemos a oportunidade de fazer pratos gostosos e nutritivos, e geramos mais lixo do que o necessário. Além da beterraba, couve-flor, brócolis e cenoura podem ter seus talos e folhas aproveitados. Use a criatividade!

Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.

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CULTURA

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Mostra de cinema sobre imigração questiona limites territoriais GRÁTIS Iniciativa conta com 200 filmes sobre o fluxo de pessoas e busca dar visibilidade aos estrangeiros que vivem em BH Divulgação

cá, soubessem quem são eles para além do espanto e curiosidade com o diferente, que perguntem como é a vida aqui, como era lá, com o que trabalham”, declara Beatriz.

Raíssa Lopes

L

inhas Imaginárias é o nome da mostra de cinema que acontece no Sesc Palladium até o dia 30 deste mês. Com temática que aborda o transitar das pessoas, a migração e a imigração, a iniciativa leva no título uma crítica ao chamado “limite territorial” e tem como objetivo fazer com que as pessoas estrangeiras sejam vistas com respeito, sem estereótipos. É o que afirma a curadora Beatriz Goulart que, ao lado de Alexandre Pimenta, comanda a Pimenta Filmes, produtora responsável pelo projeto.

A mostra, que é gratuita, conta com pelo menos 200 filmes escolhidos a dedo para manter em evidência os imigrantes que estão mais próximos do contexto belo-horizontino. Aqui, segundo a Polícia Federal, vivem cerca de 2.800 haitianos, que compõem a maioria da população estrangeira da capital. Por isso, muitos títulos evidenciam a realidade desse povo e de outros que, apesar de

O filme “Olhos Azuis” está em cartaz na mostra

A mostra, além de aproximar, visa trazer o questionamento de que este sistema não pode tudo”, diz produtora

estarem presentes em menor quantidade, ajudam a construir a cultura da capital mineira.

“Desenvolvemos a mostra em três meses. O período de pesquisa foi de contato com as opiniões e vivência dessas pessoas.

Gostaríamos que os mineiros se interessassem realmente por esses imigrantes que escolheram vir pra

Encontros Foram priorizadas também obras criadas a partir de diversos olhares, como o documentário de origem brasileira “Cartas ao Desterro”, que narra a vida de uma mulher armênia e um homem do Sahara Ocidental que vivem em Londres, na Inglaterra. Também são contadas histórias de latinos, europeus, indígenas, asiáticos e muitos outros.

Durante a abertura da mostra, realizada no dia 15 de setembro, foi realizado um bazar africano com produtos do Senegal, Angola e Argélia. Na ocasião, houve ainda uma cerimônia que mostrou um pouco das tradições do Haiti, com comidas típicas, música e troca de conhecimentos. Agora será a vez de uma oficina com os imigrantes, que foram instiga-

dos a gravar vídeos de um minuto com os seus celulares, com foco no olhar de cada um sobre suas raízes e sobre o que vivem nos dias de hoje.

“As fronteiras foram criadas e, com o capitalismo, se acirram cada vez mais.

A mostra, além de aproximar, visa trazer o questionamento de que este sistema não pode tudo. Todos têm os pés dos dois lados do rio”, diz Beatriz.

Serviço Mostra Linhas Imaginárias Até 30 de setembro Sesc Palladium

(Av. Augusto de Lima, 420 - Centro)

Entrada franca, com ingressos distribuídos 30 minutos antes de cada sessão.

A programação completa pode ser vista no site www.sescmg.com.br

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Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

na geral Jogos Escolares da Juventude Entre os dias 21 e 29 de setembro, a cidade de João Pessoa (PB) recebe a etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude. Participam 3800 alunos-atletas, entre 12 e 14 anos, em 13 modalidades, masculino e feminino. No primeiro dia (21), o estudante Victor Melo Baganha, do Colégio Metodista Izabela Hendrix, em BH, foi o primeiro mineiro a subir ao primeiro, ao faturar a prata da natação nos 50m borboleta.

Na quinta (22), quem chamou a atenção foi a indígena Bakairi, Larissa Tywaki, de 14 anos. Ela conquistou o ouro categoria peso pesado da luta olímpica, ao bater, na final, a paulista Júlia Souza de Oliveira.

Marcus Cicarini

Mineiros nas Paralimpíadas Leandra Benjamin /MPIX/CPB

A

velocista Terezinha Guilhermina, de Betim, faturou uma prata e um bronze; de Uberlândia, o velocista Rodrigo Parreira ganhou uma prata e um bronze, enquanto os nadadores Ruiter Silva e Ruan Lima ficaram com prata e bronze, respectivamente; Izabela Silva, de BH, ganhou o bronze no lançamento de disco. Janaína Petit, de Varginha, ajudou o Brasil na conquista do bronze inédito no vôlei sentado.

Ao todo, foram oito medalhas de paratletas mineiros nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Ginástica aeróbica na UFMG Reprodução

O Centro Esportivo Universitário da UFMG recebe o Campeonato Brasileiro de Ginástica Aeróbica e o XIII Torneio Nacional. São duas competições oficiais da Federação Internacional de Ginástica, com atletas de diferentes cidades do país, nas categorias infantil, infanto-juvenil, juvenil e adulto. O evento permite ao público conhecer as modalidades e atletas. A entrada é gratuita.

Onde: Av. Antônio Carlos, n° 6627. Pampulha, BH. Quando: 22 de setembro às 19h a 24 de setembro às 21h Informações: (31) 3409-7444; comunicaeeffto@gmail.com

Anúncio Você tem críticas, sugestões ou perguntas a fazer?

Escreva para nós

esportemg@

brasildefato.com.br

ESPORTES

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Curto e Grosso

Preconceito e superação Cezar Loureiro/MPIX/CPB

Diego Silveira Você assistiu aos Jogos Paralímpicos do Rio? Eu vi pela TV, por dever de ofício.

Custa admitir, mas o preconceito ainda nos impede de nos interessarmos mais pelo esporte paralímpico. Talvez seja porque não queremos ver os “imperfeitos”, porque não queremos nos identificar com eles, porque temos medo de um dia sermos nós os “deficientes”. Daí o preconceito. Para se ter ideia, enquete do DataSenado mostra que 71% dos atletas paralímpicos brasileiros entrevistados sofreram discriminação por sua deficiência.

As páginas do Brasil de Fato mostraram que desempenho e resultados dos atletas paralímpicos não diferem dos desportistas “normais”: nas competições, mais do que passar por cima das deficiências específicas, busca-se a superação do desempenho esportivo. Precisamos entender que esse é o objetivo de qualquer atleta, para assim começarmos a superar nossos preconceitos.

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ESPORTES

Belo Horizonte, 23 a 29 de setembro de 2016

Comitê dá calote e tem dinheiro bloqueado

DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução de vídeo Fernando Frazão / Agência Brasil

Empresa prestou serviços de decoração, mas não recebeu pagamento

A Justiça do Rio de Janeiro ordenou o bloqueio de R$ 9,8 milhões da conta do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016.

Motivo: a empresa ucraniana Euromedia, que forneceu faixas e banners para decoração das áreas esportivas, duran-

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tes as Olimpíadas, afirma que não recebeu todos os pagamentos por seus serviços. O dinheiro deve ficar bloqueado até que a dívida seja devidamente quitada. O Comitê, por sua vez, pediu à Justiça que a decisão seja reconsiderada.

Mesmo com as mãos para cima, nenhuma arma e precisando de ajuda, ser negro ainda é considerado um crime. Meus sinceros pêsames à família de Terence Crutcher.

Rajon Rondo, jogador do Chicago Bulls, comentando a morte de Terence Crutcher, assassinado pela polícia em Tulsa (Oklahoma). O fato gerou protestos nos EUA, apoiados por astros da NBA.

Gol de placa O brasileiro Daniel Dias é o maior nadador paralímpico da história.

Só em Paralimpíadas, são 24 medalhas: 14 ouros, 7 pratas e 3 bronzes. Sem contar as dezenas de outras competições nacionais e internacionais, como os mundiais, nos quais ele faturou 13 ouros e 3 pratas.

Gol contra Tomou vaia na entrada e correu na saída. O presidente não eleito Michel Temer (PMDB) ficou com medo de ouvir outro sonoro “Fora, Temer” e deu o bolo no encerramento dos Jogos Paralímpicos 2016. Ele já tinha adotado a mesma postura no fechamento das Olimpíadas.

Decacampeão Bráulio Siffert Muito do que o América mostrou contra o Inter é o que a torcida exige neste resto de temporada, ainda que caia para a segunda divisão: raça, ofensividade e respeito à tradição do Coelho. Enderson Moreira também merece aplauso: enfim, trocou Sueliton por Roger, colocou Matheuzinho no jogo e lançou o contestado Michael na hora certa.

É Galo doido!

Rogério Hilário

Além disso, nos últimos três jogos, o time se mostrou mais organizado e com mais poder de criação. É hora de continuar apostando nos garotos da base e manter o clima de confiança e vontade de vencer. O elenco, que vem sendo montado e remontado desde o início do ano, não é dos melhores, mas pode encerrar o campeonato com dignidade.

O acaso vai me proteger. Esta frase tem muito a ver com o esporte. Se a Ponte Preta fez 2 a 0, nem ao menos se empenhou por algo mais. Brigou por evitar os gols do Galo. O time mineiro, por seu turno, evoluiu quando o rival se preocupou só com a defesa. E fez os gols contando com as falhas defensivas do adversário. Hyuri e Dátolo na vaga de Ra-

La Bestia Negra Giovanna Fantoni

fael Carioca, mudaram o jogo porque foram responsáveis pelas jogadas dos gols. Hyuri, pelo passe para Pratto.

Dátolo por cobrar o escanteio, mas o gol aconteceu por falha do goleiro Aranha.

Sim, o acaso pode nos proteger. O certo, contudo, é que temos que melhorar. Nas próximas fases, os jogos serão mais desafiadores.

O jogo contra o Botafogo, na quarta (21), deu até sono.

Já estávamos classificados com a vitória no Rio, por 5 a 2.

No Mineirão, como disse Mano Menezes, o time fez um “jogo prático. O foco agora se volta para o Brasileirão, na sequência mais difícil que o Cruzeiro tem no segundo turno: Flamengo fora, Grêmio em casa, Ponte Preta em casa e Palmei-

ras fora. É preciso garantir bom desempenho nesses confrontos, com a mesma praticidade usada na Copa do Brasil. Faturar pelo menos seis dos 12 pontos disputados, para não passar aperto na reta final. A vantagem é que, após bater cabeça no campeonato inteiro, agora temos um time bem treinado e com um pouco de entrosamento.