Revista OM Line - 25ª Edição

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Seja justo, seja amável já – Responsável Avante, meu amigo Já chegou a hora de transformar esse mundo Faça o seu trabalho, dê o melhor de si com responsabilidade O chamado do tempo é: seja um benfeitor Faça já sua parte Seja justo, seja amável já Responsável, responsável Não deixe sua vida se desperdiçar Comer, dormir e acordar Há muito que ser feito, há muito o que cuidar Ajudar é amar É hora de espalhar a paz É hora de construir Você já sabe como agir Seja justo, seja amável já! Responsável, responsável

Música “Seja justo, seja amável já – Responsável”, do álbum “Criança Vive Cantando”, da Editora Brahma Kumaris. Clique no ícone acima para ouvir.


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CARTA AO LEITOR *

Caro Leitor, Saudações de Paz! Você já parou para pensar em que momento do tempo estamos? Já notou que o momento atual é próprio para a transformação pessoal? Aliás, tudo está em movimento, transformando-se o tempo todo: certezas, crenças, hábitos, pensamentos, sentimentos, relacionamentos e... a natureza! Estamos fechando um ciclo e começando outro. Ou seja, estamos na ponte, entre o velho que se esvai e o novo que chega com força total. E eu? Estou pronta para o novo? Eu estou agarrada a velhos padrões de pensamento e sentimento? Será que sou aquela que faz tudo sempre igual e, depois, sinto-me entediada pela repetição e falta de criatividade? É o que me tenho perguntado… Sinto que é tempo de sair da zona cinza do conforto comum e entrar no fluxo de mudança.

Afinal, um ciclo é composto por criação, sustentação e transformação. Ou me transformo ou sinto que estou sendo destruída pelos acontecimentos… Quando é tempo para a transformação, ou você muda ou o universo lhe arrasta. Melhor mudar por vontade própria, não? Então, vamos? Todos juntos, de mãos dadas! Vamos transformar a consciência, os padrões, os hábitos, os pensamentos, as palavras e as ações, e assim trazer um mundo novo! Vamos ler cada texto desta edição com atenção e concentração e captar dicas e inspirações para a própria transformação. Uma dica: dê atenção especial ao texto final, última palavra com Dadi Janki, pois está imperdível! Feliz ciclo novo, queridos leitores! Goreth Dunningham e equipe Om Line


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SUMÁRIO *

24. MATÉRIA DE CAPA Sangam Yuga – Tempo de Transformação Patrícia Schmidt Carvalho

6. OM PRIMEIRA PALAVRA A autotransformação ou a morte lenta Ken O’Donnell

12. OM REFLEXÃO Uma visão Dadi Prakashmani

14. OM TRANSFORMAÇÃO É hora de transformação Rute Freitas

20. OM INSPIRAÇÃO Transformação e autotransformação Ramon Almeida

28. OM JOVEM Transforma mundo, transforma sem parar Augusto Zimbres

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30. OM VIRTUDES Autoapreciação e transformação Paulo Sergio Barros

34. OM SOUL Onde está a alma? Mariana Santos

EXPEDIENTE

38. OM COMIDA PURA

Design e diagramação: Felipe Arcoverde

Grão-de-bico dourado (ou ao curry) Ana Paula Paixão

40. OM ÚLTIMA PALAVRA Transformação: o próximo capítulo Dadi Janki

Editora: Goreth Dunningham

Revisão: Josélia Ribeiro Site: Ricardo Skaf Mídias sociais: Naiara Rios Colaboração: Samanta Brandão e Sandra Costa

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, pelo Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org

Ilustrações: Freepik.com

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edição 25 / ano 07

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

A autotransformação ou a morte lenta

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Tudo muda. Desde uma ameba até uma galáxia. Nasce com dor de parto. Cresce com mudanças incrementais. Amadurece até seu máximo de acordo com os próprios parâmetros. Definha e, finalmente, morre. Quando o sistema vivo ameaça terminar, a semente do novo ciclo é plantada. O velho morre e o novo renasce. Tudo passa por isso, inclusive nossa vida interior. De tempos em tempos, temos de nos reinventar. Hoje em dia, até mesmo a natureza da mudança está mudando. A maioria de nós se acostumou a mudar como algo que acontece em incrementos. Nossos sistemas mentais se ajustam às mudanças lineares. É por isso que não estamos tão bem equipados para trabalhar com mudanças transformacionais.

Por exemplo, numa organização, mudanças de estrutura, política ou pessoal são apenas mudanças incrementais. Com a mudança transformacional, as coisas nunca mais voltam a ser como eram antes. É algo total e novo. A diferença entre mudança incremental e transformacional é a mesma que comparar argila seca ao sol e argila assada em forno. A cerâmica assada nunca pode voltar a ser argila. Em qualquer ciclo de vida, continuar com ajustes incrementais não é suficiente. Chega o momento em que uma mudança transformacional é necessária ou... o sistema morre! Há uma dinâmica de grupo que já usei muitas vezes para ilustrar a principal dificuldade que há em edição 25 / ano 07

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

“As atuais circunstâncias caóticas exigem mudanças fundamentais. Obrigam-nos a ter uma flexibilidade enorme. Mas a primeira coisa que cada um faz é agarrar-se ao seu lugar”

mudar nossa maneira de pensar. Imagine uma pessoa sentada numa cadeira. Se perguntarmos quem ou o que é mais poderoso, a pessoa ou a cadeira em que ela está sentada, a maioria responderá que é a pessoa. Agora, imagine que a cadeira representa tudo o que ela acumulou na vida, o que ela valoriza – reputação, riqueza, posição na sociedade, posição na sua empresa e a qualidade das relações que ela tem com sua família. A cadeira seria como seu ‘trono’. As atuais circunstâncias caóticas exigem mudanças fundamentais. 8

Obrigam-nos a ter uma flexibilidade enorme. Mas a primeira coisa que cada um faz é agarrar-se ao seu lugar. Ninguém quer ser levado pelas correntes, nem quer que alguém tome o seu lugar. A vontade de proteger o que foi acumulado surge instintivamente. Como ela está firmemente plantada em seu “trono”, até mesmo mover alguns centímetros só é feito com muita dificuldade. Por causa do apego ao passado, não há agilidade. A tempestade da mudança vem e o derruba. Por isso, a pergunta sobre “quem


ou o que é mais poderoso” tem uma resposta condicionada. Se a pessoa está apegada ao seu passado a ponto de não saber se mover de acordo com as demandas presentes, o assento é mais forte do que ela. Usando a mesma imagem, se ela se levantar, pode mover a cadeira das conquistas de sua vida da maneira que quiser com apenas um dedo! Ela só tem poder sobre a cadeira quando não está sentada nela. Esse mesmo fenômeno acontece com nossos pensamentos, memórias, emoções, experiências e

conhecimentos. Só temos poder sobre tudo o que acumulamos internamente quando não estamos apegados àquilo. Por isso que a verdadeira transformação acontece no eu - na maneira de sentir, pensar e fazer com que a nossa vida aconteça. Ou seja, é uma questão de autotransformação. É curiosa essa palavra “auto”. Para todos os “autos”, eu preciso tirar a carteira. A autotransformação é um processo de autoaperfeiçoamento que envolve mudanças nos pensamentos, crenças e comportamentos.

Aqui estão cinco aspectos principais relacionados à autotransformação: AUTOCONHECIMENTO Este é o primeiro passo para a autotransformação. Envolve compreender a si mesmo, incluindo os pontos fortes, fracos, valores e crenças. O autoconhecimento nos ajuda a identificar áreas que precisam de melhorias e desenvolver um plano de autotransformação. edição 25 / ano 07

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

É conhecer-nos como um ser espiritual, um filho de Deus, passando por esta vida humana. Isso nos permite levantar da cadeira da nossa experiência anterior e fazer algo valioso com ela. AUTOACEITAÇÃO É o processo de reconhecer e aceitar a si mesmo, incluindo possíveis falhas e imperfeições. É essencial para a autotransformação, pois nos permite deixar de lado os autojulgamentos negativos e nos concentrar no crescimento pessoal. Permite-nos focar naquilo que irá agregar valor a um futuro melhor. AUTORREFLEXÃO É o processo de examinar os próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos. Ela nos ajuda a identificar padrões de comportamento que podem estar bloqueando-nos e desenvolver estratégias para superá-los. AUTODISCIPLINA É a capacidade de controlar os próprios pensamentos, emoções e ações. É essencial para a autotransformação, pois nos ajuda a manter o foco nos nossos objetivos e superar obstáculos.

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AUTOCUIDADO É a prática de cuidar de si, incluindo a saúde física, emocional e mental. Também é essencial para a autotransformação, porque nos ajuda a manter um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional. Assim, a autotransformação é um processo para toda a vida e requer comprometimento, paciência e perseverança. Ao focar nesses cinco aspectos, podemos desenvolver as habilidades e a mentalidade necessárias para alcançar nossos objetivos e viver uma vida mais plena. *

Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É o atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul. edição 25 / ano 07

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OM REFLEXÃO * por Dadi Prakashmani

Uma visão Dadi Prakashmani, yogini indiana, foi a sucessora de Brahma Baba na liderança administrativa da Brahma Kumaris. Líder espiritual internacional, profundamente amada e respeitada por todos que tiveram a felicidade de conhecê-la.

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Uma visão que é compartilhada por todos nós é a de que estamos à beira de uma transformação mundial. É como se o planeta inteiro estivesse na escuridão. Mas, depois da noite, deve vir o dia, e nós estamos agora sentados nos estágios iniciais do amanhecer. Já podemos ver os raios do Sol Espiritual. Essas são as boas-novas que queremos comunicar. O momento presente é um momento de febre, porque o mundo está doente. Há tanto de tudo. Há muitos reinos pequenos com muita gente que é muito destrutiva. Mas, se há muito de alguma coisa, a mudança está sempre no vento. Por causa da febre, a doença será curada. O sofrimento é um estímulo que, por si só, pode aproximar as pessoas de Deus. Ele nos ensina lições importantes que não podemos receber de outra maneira. Se nos tornamos uma vez mais mestres de nossa mente, o sofrimento vai parar. Eu antevejo um mundo onde não haverá nada faltando, no qual não haverá pessoas insatisfeitas. É hora para que o mundo presente seja transformado. Isso não é apenas uma crença, mas uma experiência. Nós tivemos visões claras disso, e temos fé firme nisso. É por isso que dizemos para o mundo: “Venham, vamos criar o paraíso juntos. É hora de transformar o mundo”. * edição 25 / ano 07

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

É HORA DE TRANSFORMAÇÃO MEU NOVO EU: TRANSFORMANDO-ME NA MINHA MELHOR VERSÃO

UM NOVO COMEÇO: NECESSIDADE DE SE TRANSFORMAR Se, neste momento, você sente a necessidade de transformar sua vida, que tal considerar uma transformação que trará mais oportunidade de fortalecer a felicidade nos seus relacionamentos pessoais, profissionais e sociais? Então, esse momento pode ser o de investir em uma transformação na qual você possa vivenciar suas experiências com maior autopoder em vez de ser uma vítima, digamos assim, das situações que por ventura surgem no seu dia a dia.

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DESPERTAR E FORTALECER O POTENCIAL INTERIOR PARA VIVENCIAR UMA VIDA MAIS FELIZ Sim! Você pode vivenciar uma transformação que lhe direcione para Sua Melhor Versão: você mais positivo e de bem com as experiências que a vida lhe proporciona. E a boa notícia é que, sim, mesmo diante de cenários desafiadores, esta proposta de transformação pode acontecer. E o que dará força e determinação para sua Melhor Versão é o fortalecimento de seu poder interior, ou seja, você mais alerta, assumindo um controle positivo das suas emoções,

em vez de elas controlarem você. É claro que precisamos ter em mente que uma transformação requer mudanças significativas de hábitos, atitudes e pensamentos. E, para tal, precisamos também de direcionamento e de poder interior. Neste caso, podemos buscar inspiração nos preceitos da espiritualidade. A espiritualidade nos mostra que as emoções positivas, como amorosidade, harmonia e paz nos relacionamentos, são intimamente ligadas com o estado natural de conexão interior com o Ser em vez do Ter.

“É claro que precisamos ter em mente que uma transformação requer mudanças significativas de hábitos, atitudes e pensamentos. E, para tal, precisamos também de direcionamento e de poder interior. Neste caso, podemos buscar inspiração nos preceitos da espiritualidade”

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

A ESPIRITUALIDADE NA MINHA MELHOR VERSÃO Nossas escolhas norteiam nosso desenvolvimento pessoal, profissional e social, assim como o tom dos nossos relacionamentos. A espiritualidade nos mostra o caminho para conquistar serenidade na mente e como desenvolver uma melhor conexão com os estados profundos do SER. Compreendemos que existe uma maneira mais verdadeira de vivenciar nossas experiências e relacionamentos. Quando nos dispomos a vivenciar uma transformação que traga à luz nossa melhor versão, objetivando uma vida com maior significado, os preceitos da espiritualidade contribuem significativamente para este momento. 16

Nesta decisão, estamos nos dispondo a desenvolver um estilo de vida focado no fortalecimento da nossa essência, podemos também identificar as qualidades e pensamentos do novo eu que nossa melhor versão pode expressar. MINHA MELHOR VERSÃO DENTRO DO CONTEXTO DA MINHA REALIDADE ATUAL Para realizar essa poderosa transformação, é interessante compreendermos não só o contexto e a situação da nossa realidade atual, como também que é necessário compreender o tempo. Ou seja, desenvolver um relacionamento de qualidade com o tempo que precisaremos nos dedicar para a construção da nossa melhor versão.


Outro fator importante a considerar, nesta construção, são as transformações que podemos programar nos nossos relacionamentos: podemos focar nossa atenção nas atitudes que são importantes para mantermos o equilíbrio e harmonia nos relacionamentos. SUGESTÕES PARA A TRANSFORMAÇÃO NA MELHOR VERSÃO Podemos considerar que a decisão de nos transformar na nossa melhor versão é um projeto, que tem início, planejamento e metodologia. Sabemos que cada um de nós tem necessidades diferentes para nossa melhor versão, e por isso é interessante seguirmos uma metodologia de ação.

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

Com comprometimento e determinação, podemos iniciar a jornada da transformação focada nos ensinamentos espirituais, objetivando atitudes e pensamentos que possam fortalecer o bem-estar, felicidade e harmonia nos nossos relacionamentos pessoais e na sociedade como um todo. Com este objetivo, seguem algumas sugestões: 1. Autocuidado em cada ação: observar o que é importante, no momento presente, para transformar essa realidade atual; 2. Sintonizar nossa mente com as opções do Ser em vez do Ter; 3. Praticar o silêncio diante das adversidades; 4. Autocuidado e atenção em cada atitude: sintonizar minha mente com as possibilidades positivas nas ações; 5. Ser gentil e cuidadoso consigo e com os outros no momento de agir; 6. Respeito pelo momento do outro.

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É TEMPO DE SE TRANSFORMAR: CONCLUSÃO O que é importante compreender é que, quando você decide transformar-se na sua melhor versão, seu modo de vivenciar suas experiências torna-se mais poderoso, mais leve até, pois existe a possibilidade de conectar nossa energia com

valores espirituais que nos convidam a um processo de dedicação e entrega pacífica e harmoniosa. É claro que, para o êxito dessa transformação e construção do novo eu, precisamos criar espaço na nossa agenda, focar nossa atenção nas ações e pensamentos positivos que precisarão ser implementados e vivenciados. *

“O que é importante compreender é que, quando você decide transformar-se na sua melhor versão, seu modo de vivenciar suas experiências torna-se mais poderoso, mais leve até, pois existe a possibilidade de conectar nossa energia com valores espirituais que nos convidam a um processo de dedicação e entrega pacífica e harmoniosa”

Rute Freitas é praticante de meditação na BK, matemática, mestre em Computação, especialista em Ciência da Mente e Pensamentos Positivos, PNL, terapeuta holística, voluntária da coordenação da Campanha Escolha a Calma e da executiva do Movimento Internacional da Cultura da Paz, em Campinas-SP.

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OM INSPIRAÇÃO * por Ramon Almeida

Transformação e autotransformação O ato de transformar não se limita à habilidade para reorganizar coisas ou objetos. Transformar é transmutar, transcender, abdicar rumos, num esforço para instalar algo novo que deve nascer. A eficácia da transformação mobiliza empenho pessoal, o que vincula os melhores resultados a um processo de autotransformação que começa com o autoconhecimento e avança até o alcance de padrões de consciência mais elevados. Em se tratando da individualidade, será útil compreender os referenciais 20

que orientam o estado a ser transposto, uma vez que o jeito de ser e de agir estará propenso a fomentar o paradigma anterior, mesmo que isso não tenha sentido nem seja percebido. O processo requer dedicação e coragem para ir além do conjunto arraigado de conceitos e significados internalizados na trajetória que gerou o comportamento vigente, agora diante de uma senda focada no desprendimento e na capacidade de superação que possam viabilizar uma mentalidade favorável à transformação.


O desafio aumenta no apelo de familiaridade aos registros de memória que perseveram ao serem estimulados por traços de personalidade ultrapassados, incutindo sentimento aflitivo de perda do conforto da ambiência a abdicar. A persistente identificação com a fictícia persona (máscara no teatro grego, papel assumido pelo ator) fortalece o “eu menor” - ou ego que sustenta a prisão das ilusões habituais. Abandoná-las desfaz, felizmente, as características da falsa identidade, e as crenças restritivas se afastam do ciclo nocivo de comando e controle. É um processo interno. Percepções sensoriais, ideias, emoções e imagens fixadas no hipocampo - a sede da memória - geram convicções predefinidas nem sempre oportunas para avaliações e interpretações, mas suficientes para suprir a indesejável tendência de enxergar as coisas como se espera

que sejam e não como realmente são. Não seria demais inferir que um fato observado pode ser diferente dos comentários do observador. Essa compreensão torna possível mitigar o equívoco da “falsa certeza”, pois a mente não distingue o que é real do que é imaginado. Diante de um fato ou eventual situação no dia a dia deve-se atentar ao que realmente ocorreu, sem acréscimos, comparações ou julgamentos inseridos no afã de “ter razão”, satisfazer expectativas ou enaltecer uma crença preservada por algum registro insciente. Neste contexto, convém considerar a palavra talidade (suchness, em inglês), que indica a qualidade de algo em si, utilizada para complementar o atributo definidor de uma coisa em sua essência (qualitas, em latim) e, assim, perceber a ordem, a harmonia, a beleza. Transcender o velho modelo mental permite, também, mitigar edição 25 / ano 07

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OM INSPIRAÇÃO * por Ramon Almeida

emoções destrutivas, sentimento de culpa, vitimização, falso senso de controle, condicionamentos, efêmeras realizações materiais, desejos, expectativas, apegos etc., em coerência ao atual momento fértil para a transformação pessoal e coletiva, a partir da requalificação de registros do subconsciente para que passem a estimular inspirações virtuosas, experiências renovadas, pensamentos, palavras e ações de valor, tudo numa atmosfera mais elevada que se viabiliza na apreciação do silêncio. Na escritura indiana Bhagavad Gita, há um diálogo sobre transcender velhos hábitos e crenças que, repetidos, parecem mentalmente familiar. Após entender a recomendação recebida, o personagem indaga sobre como orientar e disciplinar os pensamentos sempre dispersos e fugidios, recebendo, então, novo ensinamento no sentido de seguir Vairagya e Abhyasa 22

(em sânscrito, desapego e prática regular), para renunciar elaborações prévias e manter a experiência constante do yoga ou Lembrança de Deus como indica o conhecimento milenar do Raja Yoga. A espiritualidade, na absorção do Conhecimento e prática da Meditação, promove experiências notáveis para o reencontro do real significado da existência, instauradas na profunda extensão do silêncio, em que sentimos a presença divina como fonte de inspiração e resgate da herança dos valores essenciais ao processo de autoconhecimento e autotransformação, pois onde há silêncio há Deus. Assim, na conduta do observador amorosamente desapegado das circunstâncias do cotidiano, na Consciência de Alma e na prática de ser “sem corpo, sem ego e sem vícios” torna-se possível transformar-se internamente e assumir, gradativamente, a motivação para


uma vida em que tudo é percebido sem a interferência dos conteúdos prefixados na memória insciente e sem produzir distorções num mundo com suporte no Drama, que é perfeito. A autotransformação se consolida num padrão de consciência emerso que disciplina e orienta a mente e os sentidos físicos, mantendo distância do senso de ‘meu’ e ‘eu’, numa prática que evoluirá até o abandono de escravidões cármicas e de ser afetado pelos efeitos das ações, ao assumir, enfim, o papel de uma alma máster, que mantém a Lembrança de Deus de forma natural e permanente. O percurso de se conhecer profundamente induz o esquecimento de si mesmo, como numa morte em vida. Cada um, em seu tempo, apreciará não se sentir mais o mesmo nem ser controlado pelo “eu menor”. E o que é sublime prevalecerá. Om shanti. *

Ramon Almeida é engenheiro e voluntário do Centro Raja Yoga Brahma Kumaris

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MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Schmidt Carvalho

Em todas as culturas e religiões, faz-se referência a um período paradisíaco da humanidade. Um período em que deuses e deusas habitavam sobre a terra. Tempo de abundância, de apogeu, de pureza, de qualidade máxima de todas as expressões e experiências. O ser humano vivenciando a

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divindade de seu ser, à imagem e semelhança de Deus, vivendo uma experiência de plenitude, com toda a matéria vibrando nessa mesma sintonia. O paraíso sobre a terra. Para muitos de nós, esta experiência permanece latente internamente, na forma de uma espécie de memória, e motiva nossa busca incessante pela felicidade. No entanto, o que vemos a nossa volta em nada remete ao paraíso. Pelo contrário, o nível de desequilíbrio, vazio existencial, tristeza em todas as suas formas e expressões, epidemias de solidão, de ansiedade, catástrofes naturais que se tornam corriqueiras, guerras e total falta de ética e de valores nas relações, tudo

isso acontecendo simultaneamente nos faz recordar o inferno. Deixando de lado as religiões, a ciência, por meio dos avanços da física subatômica, faz-nos observar o movimento do caos em vários sistemas, e vemos que tudo tende a migrar da ordem para o caos, mas que, quando o caos se torna absoluto, numa total desordem, esse mesmo sistema se reorganiza e volta a ordenar-se. Ou seja, o caos é um movimento natural, resultante da entropia, mas necessário para que a ordem seja, finalmente, restabelecida. E essa certeza faz-nos ver a realidade a nossa volta com outro olhar – a destruição do velho é

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MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Schmidt Carvalho

necessária para o restabelecimento de uma nova ordem. Para que o Dharma universal seja estabelecido uma vez mais. E que seja infinito enquanto dure... O Dharma é a ordem perfeita de todas as coisas. Tudo completamente alinhado com seu estado original de pureza, paz, amor, verdade, harmonia. Como uma linha reta. E tudo ordenado pela nossa consciência. Pois a física também mostra que nossa consciência determina nossa atitude, nossa predisposição interna, nossa visão da realidade, nossos pensamentos, nossas ações e nosso destino. Logo, a transformação precisa se

dar na consciência de cada um de nós. E esse é o papel de Deus, como Criador. Deus, Aquele que nunca se confunde, nunca se perde, Aquele que é sempre consciente, a Verdade, e que, por isso, torna-se o Salvador. A Luz que nunca se apaga. A partir de Sua Verdade, nossas memórias despertam a nossa verdade esquecida e, pouco a pouco, recobramos o estado original. Como uma lagarta, que, na intimidade de seu casulo, rende-se completamente e, com asas, ganha a experiência da liberdade, não para ser uma lagarta melhorada, mas um ser completamente novo – uma borboleta! A vida nos força a retomar o

“Logo, a transformação precisa se dar na consciência de cada um de nós. E esse é o papel de Deus, como Criador. Deus, Aquele que nunca se confunde, nunca se perde, Aquele que é sempre consciente, a Verdade, e que, por isso, torna-se o Salvador” 26


caminho do Dharma. Por isso é dito que todas as situações, não importam quais sejam, são benevolentes. Elas nos proporcionam aprendizado, desapego, realização, introspecção, solitude, silêncio, provas, movimento, clareza, confusão, todos ingredientes essenciais para que a transformação aconteça. Nesse contexto, nada é certo, nada é errado. Tudo depende da capacidade de mantermos a lembrança de nossa meta e objetivo da forma mais clara possível na nossa frente, e a lembrança da Verdade, única Fonte de Poder Espiritual. Na Índia, o entendimento do

tempo como um ciclo eterno é, ao mesmo tempo, profundo e arraigado no âmago de cada ser. Um tempo que passa da Idade do Ouro, apogeu, para a Idade da Prata, logo para a Idade do Cobre, caracterizada pela busca pela experiência da plenitude perdida, e, então, Idade do Ferro, a Idade do Vazio, para finalmente chegar à Sangam Yuga, Idade da Confluência, a passagem secreta para a Idade do Ouro uma vez mais. Logo, tudo o que vemos a nossa volta não é aleatório. São sinais de um tempo de transformação, precursores do Paraíso sobre a terra. Sim, é Tempo de Transformação. *

Patrícia Schmidt Carvalho é cirurgiã-dentista, pós-graduanda do Curso de Psicologia Positiva da PUCRS, praticante e professora de Meditação Raja Yoga há 33 anos.

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OM JOVEM * por Augusto Zimbres

TRANSFORMA MUNDO, TRANSFORMA SEM PARAR Muda mundo, muda sem parar... Cada momento que passa é novo Novas tecnologias pra gente usar Novos influencers surgidos do povo Novas modas pra quem quiser adotar Novos conflitos, armados ou não Novas crianças, amadas ou não Mas o que todas elas receberão? Talvez novas regras de convivência pra tentar arduamente aliviar os efeitos da grande inconsciência sobre o que é o verdadeiro amar Tudo muda, mas o que realmente muda? Ilusão de uma meia dúzia sortuda enquanto bilhões precisam de ajuda 28


Onde estará, então, a real novidade? Se reinventamos a forma de possuir o ar e damos belos novos nomes à falsidade? Que felicidade é essa que vamos compartilhar? De que adianta mudança sem transformação? Pode alcançar a cabeça, mas não o coração E não vai trazer a necessária renovação Só quando ela vem do fundo da alma uma nova história pode criar com uma paz poderosa que acalma e a intenção genuína de doar Resgatar a consciência eterna do ser é promover a transformação que eu quero ver E isso é tudo que eu tenho que fazer Transforma mundo, transforma sem parar...

Augusto Zimbres é apresentador do canal Inspira Saúde Plena no YouTube. Lidera o movimento jovem da Brahma Kumaris para a América Latina com muito ânimo e entusiasmo.

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OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

Autoapreciação e transformação É tempo de transformação! Mas é inexorável ao tempo transformar as causas e tudo que move o viver. Não nos sentimos prontos nunca, pois há sempre um desejo ou uma insatisfação com algo de nossa vida: uma virtude que não praticamos como desejamos, um relacionamento que nos causa desconforto, acontecimentos que nos tiram a paz... Assim, sentimos que o nosso ponto de equilíbrio, o que almejamos para a nossa espiritualidade parece longínquo e inacessível. Vivemos resolvendo a equação do que adquirimos e o que desejamos para ser pessoas melhores. O tempo, em seu movimento 30


contínuo e incessante, parece divertir-nos, confundir-nos, desenhar distintas rotas para o nosso percurso. Mas ele pode ser de fato divertido se o equacionarmos em suas dimensões de presente, passado e futuro e o usarmos de maneira disciplinada e organizada. Dessa forma, ele nos lapida, dando-nos experiências, sabedoria e fortaleza. Um dos resultados disso é o entendimento e o equacionamento dos lados prosaico e poético da vida para a nossa autotransformação. O lado prosaico está no percurso, nas provas, nos estorvos, na busca, no esforço, na pertinácia, na rotina, no aparentemente comum. Pode estar nas verdades e medos; ou nos recuos e dúvidas, na mudança ou elisão dos desejos e necessidades, nos relacionamentos ou nas quase constantes rudezas da vida. Seu entendimento é subjetivo: pode ser uma fonte de desprazer, reclamações, malogros, ou simplesmente um impulso necessário para visualizar o outro lado: o poético. O tempo prosaico é necessário para compormos o nosso tempo poético. Sem edição 25 / ano 07

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OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

essa ponderação, não haverá entendimento das razões das dádivas e das provas que a vida nos oferece. A poesia da vida, portanto, é o que emerge no percurso, como resultado da apreciação positiva do prosaico-poético. É o resultado das intenções positivas, da disciplina, da coragem, do contentamento, da fé. É uma pertinácia que se dá numa relação permanente de enfrentamento paciente e tolerante e de diálogo apreciativo e corajoso com o tempo, que nos faz desenvolver o sentimento e a experiência de ser digno, merecedor do que realmente somos. É estarmos contentes com os resultados e com o que temos de fazer. É tornarmo-nos senhores do nosso tempo e transformamos tudo, mesmo o que parece um problema, em impulsos de transformação. Vamos exercitar a equação? - Não posso transformar o passado, mas posso mudar o meu entendimento do que aconteceu, transformando-o em aprendizado. - Tudo está se transformando e mudará ainda que eu não queira. Deixe que eu faça parte das 32


mudanças em mim e no mundo de forma positiva. - Que eu seja um pacifista em pensamentos, palavras, ações e relacionamentos. - Que cada virtude minha impregne meus pensamentos, palavras, ações e relacionamentos. - Que os meus defeitos e os dos outros sejam impulsos para desenvolver mais virtudes. - O que eu tiver que fazer, que o faça sem peso e com sentimento de servir ao outro e ao mundo. - Que eu experimente silêncio espiritual (meditação) e transformação efetiva, duradoura e profunda no meu mundo. Crie mais exercícios para a sua autotransformação! *

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

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OM SOUL * por Mariana Santos

ONDE ESTÁ A ALMA? Era uma vez... uma menina curiosa e atenta, com uma insistente voz interior que queria saber dos muitos “porquês” da vida. Era também muito inocente, facilmente acreditava em histórias fantasiosas, especialmente se tivessem sido contadas por seu querido avô. Conforme foi crescendo e convivendo com mais e mais pessoas das mais diversas personalidades, experimentou a complexidade 34

do ser humano e da vida. Já não conseguia integrar aquela “vozinha” interior – reflexiva, curiosa e questionadora – ao mundo em que vivia. Gradualmente, moldou sua personalidade para se adequar às daqueles com quem convivia e para parecer-se com seus ídolos. Sua voz interior foi cada vez mais sendo abafada e escondida por detrás daquela “máscara” de uma personalidade expressiva,


descolada e divertida. A menina – agora adulta – foi levada a crer que aquela voz interior não fazia parte dela, que aquela voz era inconveniente e fugia aos padrões de normalidade. Passou a considerá-la um empecilho para experimentar felicidade e desfrutar da vida. Após certo tempo agindo dessa maneira, notou que muito esforço era necessário para manter a

aparência dessa “nova personalidade”. Percebeu que a alegria e o entusiasmo pela vida desapareciam rapidamente, como se sua energia esgotasse. A necessidade de continuamente se “mascarar” a afastou de sua verdadeira identidade e a fez perder a consciência do real sentido e propósito de sua vida. Quando estava sozinha, sentimentos de vazio e de tristeza tomavam conta de sua mente e muitas edição 25 / ano 07

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OM SOUL * por Mariana Santos

lágrimas vinham. Ela só queria o silêncio e a escuridão, porque, pelo menos assim, conseguia olhar para si mesma como se estivesse diante de um espelho: sem os “véus” de julgamentos e medos, podendo perceber seu estado presente e o que realmente sentia. Em certo momento, aquela vozinha curiosa, questionadora e destemida voltou a ressoar em sua mente, perguntando por que ela estava assim e por que o mundo estava tão bagunçado. Ela se indagava: “Por que temos medo de olhar nos olhos, de sorrir, de sermos gentis? Onde está nossa essência pura? Onde está nossa verdade? Onde está nossa alma?”

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Inúmeros questionamentos e realizações surgiram. A voz interior, que voltou a ser ouvida, tomava sua mente com insistência e com tal força que a retirava de um estado inerte e depressivo. Agora, ela ousava acreditar que havia outra maneira de viver, motivava-se a refletir que, se estava viva neste mundo, deveria ter um propósito maior. Sua consciência foi impulsionada de tal modo que passou a sentir sua essência, sua luz espiritual... tornava-se consciente de ser a energia da própria alma, empoderada, naquele mesmo estado puro, inocente e alegre que experimentara em sua infância. Seus momentos de silêncio agora


eram preenchidos e iluminados, ela experimentava paz e felicidade ao ter compreendido o enigma de que “a alma sou eu”. Com essa nova consciência desperta, sua vida começou a mudar. Olhava para os outros não mais como seres superiores a ela, mas como seres igualmente iluminados, um olhar de alma para alma. Sua visão recaía sobre suas qualidades mais puras e originais. Esse olhar puro e positivo inundava sua mente com pensamentos muito elevados e uma imensa sensação de bem-estar e gratidão. Percebeu que essa era sua missão: ajudar a despertar a consciência

de alma em cada um. Criou para si o compromisso diário de escrever e compartilhar com pessoas próximas reflexões positivas e espirituais. Com o passar dos dias, semanas e meses, notou que os olhos dessas pessoas brilhavam mais, que o rosto delas estava leve e alegre. Ficou num estado de felicidade profunda ao se dar conta da onda transformadora que aquela “vozinha” interior foi capaz de criar ao ser expressa nas mensagens compartilhadas. Certamente, ondas de inspiração e renovação tocaram o coração de muitos e os fizeram também ouvir e expressar a própria voz interior. *

Mariana Santos, estuda e pratica a meditação Raja Yoga há 9 anos e é professora em São Paulo. Atua profissionalmente como designer gráfica.

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

Grão-de-bico dourado (ou ao curry) Vamos nos inspirar no curry e transformar as nossas vidas, assim como ele transforma qualquer receita? Quem já teve a experiência de usar esse temperinho indiano sabe do seu poder de iluminar. Uma pitada e tudo ganha mais vida, aroma e sabor. Ele é um pó amarelo feito a partir de uma mistura de ervas secas, torradas e moídas. Essas especiarias incluem coentro, feno-grego, cúrcuma, gengibre, pimentas, cardamomo, cominho, noz-moscada, cravo e canela. E o legal é que já o encontramos facilmente em supermercados ou em lojas a granel. 38

Mas, e nossas vidas, como transformá-las? Como fazê-las brilhar? Meditando, conversando com Deus, construindo relacionamentos saudáveis, comendo mais frutas, verduras e legumes, ajudando o próximo, praticando uma atividade física... A lista é grande, e o importante é priorizar o que mais faz sentido para você. Transformações pontuais são mais eficientes. Uma coisa de cada vez, de forma leve e amorosa. Você pode usar o curry em legumes, no arroz, mas a receita de hoje será com grão-de-bico. Vamos lá! *


Ingredientes

• 200 g de grão-de-bico (de molho de um dia para o outro) • 3 colheres de sopa de azeite • 150 ml de leite de coco • 2 tomates • 1 colher de sopa de curry • 1 colher de chá de sumo de gengibre • Sal a gosto

Preparo

Adicione o azeite em uma panela e leve ao fogo para aquecer. Adicione os tomates cortados em cubinhos, o grão-de-bico, e tempere com o curry, sal e o sumo do gengibre. Misture e coloque o leite de coco e água até cobrir o grão-de-bico. Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por 30 minutos. Sirva com arroz e brilhe!

Ana Paula Paixão pratica meditação Raja Yoga há mais de 12 anos. É designer, culinarista e encantada com a natureza.

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OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

Transformação: o próximo capítulo Om Shanti (sou um ser de paz) deveria ser muito firme em sua mente agora. Há três benefícios imediatos que experimentamos do Om Shanti. Nós podemos falar essas palavras ou dizer silenciosamente por dentro. Em cada modo, o sentido e o significado disto funcionam. Coisas que você não pode alcançar em palavras, podem ser alcançadas em silêncio. Quando há um problema, apenas pensar não trará a você uma solução, mas 40

o silêncio trará. Então, mantenha isso e você perceberá que é muito eficaz em lhe trazer sucesso a profundidade de Om Shanti. Em primeiro lugar, em um segundo, Om Shanti o tornará consciente de que você é um ser espiritual, uma alma. O corpo tem conexão com todas as coisas do mundo lá fora, mas, com a consciência de Om Shanti, você se torna independente do que acontece lá fora. Pratique isso e você descobrirá que essa


prática lhe trará sucesso de modo fácil. Com paz e silêncio, mesmo alguma coisa que é grande como uma montanha se tornará tão pequena como uma semente de mostarda. Se há negatividade na mente, um problema tão pequeno quanto uma semente de mostarda parecerá tão grande quanto uma montanha. Pare de perguntar como acontecerá e o que acontecerá e veja como a montanha treme e torna-se uma semente de mostarda. Não pense: “como eu serei capaz de lidar?” Você tem que se tornar uma alma tão poderosa, que possa influenciar as situações. Um yogi é aquele capaz de influenciar as situações e as pessoas. De fato, é quando minha mente muda por dentro que a transformação acontece - tudo muda. Com verdade, o indivíduo é preenchido com poder. Quando você pratica a consciência da alma, sente que Deus está preenchendo-o com

poder e nada poderá distraí-lo. O intelecto se torna estável. Se eu quero pertencer a Deus, preciso ser obediente e fazer o que trará benefício ao mundo. Ter tal conduta é ser um verdadeiro filho de Deus. E todos o verão como uma pessoa grandiosamente verdadeira e simples. Diante da verdade, a falsidade desaparece. As pessoas são muito crédulas hoje em dia, acreditam que a falsidade é a verdade e que a verdade é falsidade. A verdade está em nossos corações. Como se estivéssemos de mãos dadas com Deus e, assim, nos sentimos muito afortunados e honrados. Quando faço o bem, tenho felicidade. Tal felicidade vem de Deus e fica comigo para sempre, é imperecível. Nós não precisamos pedir a Deus por paz e poder. De fato, Ele dá tanto, que você se torna abundantemente preenchido e, então, é capaz de doar. Para sempre. Por que eu deveria fazer edição 25 / ano 07

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OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

“Meditação significa tornar o espelho do seu coração limpo. Significa selar consigo um compromisso de não repetir os erros do passado”

ações que sentisse que é pecado e, então, tivesse que pedir perdão a Deus? É um grande erro mentir ou ficar com raiva. Mesmo que alguém provoque você e tente fazê-lo sentir raiva, não transpareça isso na sua expressão. Em vez disso, torne-se um doador de felicidade e um doador de paz. Agora é tempo de doar paz e felicidade. Meditação significa tornar o espelho do seu coração limpo. Significa selar consigo um compromisso de não repetir os erros do passado. Antes, você era afetado por muitas coisas, mas não havia a consciência disso. Agora que você sabe, não 42

deveria fazer aquilo novamente. Por meio da meditação, Deus nos dá tanto poder que nos tornamos capazes de fazer boas ações. Na verdade, uma vez que você comece a desempenhar bons atos, isso se torna um hábito. Vendo sua transformação, os outros serão inspirados. Eu notei que as mesmas situações e problemas de comunicação são os mesmos em todos os lugares do mundo. Agora, trabalhe com o poder do silêncio - a conexão espiritual com Deus e com os outros, e sua comunicação nunca será prejudicada. Quando a alma reconhece algo, começa a seguir.


O que você está fazendo agora? Apenas faça o que você fazia antes, mas com a novidade da consciência de alma, de modo que aqueles a sua volta possam sentir que você encontrou alguma coisa nova. Remova três frases do seu vocabulário: não diga “isso é muito bom, mas…”. Nunca diga “eu vou tentar”. Tentar requer muito tempo. Economize o seu tempo ao abrir mão do que é inútil. Há muito tempo, dinheiro e energia sendo desperdiçados. Agora, aprenda a usar o tempo, o dinheiro e a energia de forma valiosa e louvável. Pare de dizer “por que, o que, quando…” Que haja você e Deus em sua vida e veja como você se tornará vitorioso. Que eu faça o que é preciso ser feito. Comece a entender isso e os outros o ajudarão. Use tudo de forma valiosa, aprenda a ser luz. Mostre o que recebeu ao mundo, isso não é difícil. Apenas

mostre o zero (a alma) e o Um (Deus). Conecte-se com Um e tudo se tornará fácil. Sempre que você tiver uma pergunta, disque 0 e 1. É fácil! Assim, você se tornará aquele que resolve os problemas dos outros com Deus, então como você pode ter algum problema? Perceba que esse novo papel de ser um ajudante de Deus em solucionar é a sua grande fortuna! Seja isso e faça isso. Om Shanti! *

Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em março de 2020.

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MEDITAÇÕES OM LINE *

Autoconhecimento Enquanto sento aqui na consciência de quem verdadeiramente sou, minha atenção voltada para dentro de mim, me retraio por alguns momentos. Estou em contato com a minha forma original eterna, imortal, sem começo e sem fim. Eu sou e sempre serei eu. Percebo a importância de estar bem comigo, de cuidar de mim, pois sempre estarei na minha companhia. E na profundidade da percepção de quem eu sou, me transfiro para a dimensão de luz e silêncio. Lanço a minha consciência para o alto e estabeleço contato com o Ponto de Luz Supremo: meu Pai, Mãe, Amigo, Amado. Estou na presença de Deus. Neste encontro há experiência de conforto e segurança. Não preciso fazer nada, basta, simplesmente, ser...

Meditação “Autoconhecimento”, do álbum “Viagem Interior”, da Editora Brahma Kumaris, conduzida por Luciana Ferraz. Clique no ícone ao lado para ouvir.



OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista


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