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OM VIRTUDES

* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

Consciência que dissipa as culpas

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O início da salvação é o conhecimento da culpa

SÊNECA

Somos culpados constantemente: pela sociedade e suas instituições coercitivas, pelos outros, por nós mesmos. Somos educados para aceitar o sofrimento, para magoar e muito pouco para o autoperdão e perdoar ao outro. Também nos custa reconhecer e aceitar o peso dos erros que nos causam culpas. Sofremos demasiadamente por isso. A culpa é uma criação, um entendimento, uma coerção, um sofrimento. Seja qual for a sua razão, corrói-nos o corpo e a alma. A citação usada como epígrafe, atribuída a Sêneca, dá-nos sinais para libertar-nos da culpa. Reconhe-

cer suas razões, suas raízes, suas sombras. Estas podem ser visíveis (uma ação errada, uma infração, magoar alguém etc.) ou invisíveis e profundas, plantadas em algum momento da nossa história que ficou no inconsciente.

Nossas experiências com as culpas podem ser dolorosas e infindáveis. Para lidarmos melhor com elas a seminal darmos primazia à espiritualidade em nossas vidas, ou seja cuidarmos dos nossos pensamentos, sentimentos, ações e relacionamentos, alimentando-os com a força de nossas virtudes.

Como sugestão, comecemos a ter atenção nos quatro aspectos que seguem:

- Compreender que a culpa por uma ação errada no passado não deveria continuar conosco. O que passou não pode ser mudado. Mas a nossa compreensão dele sim. Usar a espiritualidade para tanto diminui ou anula sua pressão sobre nós.

* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

- Ser um doador de bons sentimentos e pensamentos positivos para si mesmo e outras pessoas envolvidas nas cenas da nossa história, cujas sombras ainda nos seguem. Culpas tomam as nossas energias e as dos outros. Se doamos a nossa energia espiritual, como uma mágica, as culpas desaparecerão.

- A poetisa Cecília Meireles questiona: É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Mas é possível. Se pesquisarmos a etimologia da palavra perdoar (Latim: perdonare), veremos que está relacionado a doar. Se doamos os nossos sentimentos de estarmos ressentidos, magoados e tristes com quem praticou o ato que aceitamos como agressão, a culpa dissipa-se. Então, perdoe-se, peça perdão, aceite o perdão.

- Ocupar a nossa mente com pensamentos virtuosos, poderosos e protetores de forma que nossa comunicação, ações e relacionamentos sejam assertivos, verdadeiros e inspiradores aos demais. Desse modo, diminuiremos nossos erros, mágoas e culpas.

“A culpa é uma criação, um entendimento, uma coerção, um sofrimento. Seja qual for a sua razão, corrói-nos o corpo e a alma”

Como colocamos em prática? Isso nos requerer, vontade, disciplina, transformação de pensamentos e sentimentos, mudança relacionamentos... De onde obteremos poder para tanto? De nós mesmos, e a meditação é a força motriz que fará emergir muitos de nossos poderes intrínsecos, pois nos dá uma compreensão real do porquê das coisas, de quem nós somos, o que temos que fazer. *

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.