
4 minute read
metodologia, procedimentos metodológicos e objetivos
metodologia, procedimentos metodológicos e objetivos
Sob a perspectiva do Planejamento Urbano, o trabalho denominado “Centro de Bauru (SP) em pauta: Diretrizes de Requalificação Urbana” visa tratar da questão da deterioração enfrentada por centros urbanos, buscando desenhar possiblidades de reversão a esse processo na cidade de Bauru. A reflexão parte do aspecto de que um território antigo, muito bem
Advertisement
consolidado e dotado de infraestrutura enfrenta um processo de esvaziamento, com índices de baixa densidade demográfica e de deterioração dos espaços
públicos e particulares. Em um contexto de surgimento de novas centralidades e contínua expansão do perímetro urbano, o município não chega próximo de superar o déficit habitacional. Em Bauru, a partir de um Censo Habitacional realizado pela prefeitura, em 2020 há pelo menos 16 mil famílias que se declaram demandantes de habitação e somente no centro, cerca de 1.229 imóveis desocupados (SEPLAN, 2020), aspectos contraditórios. Foi utilizado o método de pesquisa descritivo-analítica. O trabalho foi dividido em cinco grandes partes e os capítulos se apoiam em fontes mistas: revisão bibliográfica, legislação urbana, cartografias, registros fotográficos, leituras morfológicas, levantamentos, visitas à campo, relatos dos sujeitos entrevistados, dentre outras.
No capítulo intitulado “Sobre Centralidade” percorremos a formação e evolução da malha urbana de Bauru (SP). As análises foram realizadas a partir
da discussão das centralidades e da produção do espaço na economia
capitalista. Visando aproximar do recorte, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas, investigando os reflexos do processo urbano em curso no
território do centro e no cotidiano das pessoas. As perguntas se direcionaram à investigação da perspectiva dos sujeitos sobre o abandono da área, sobre os conflitos existentes no espaço e sobre a real situação do bairro no ano de elaboração do trabalho. Buscou-se abordar pessoas de grupos sociais e contextos distintos.
O terceiro capítulo “Expressões do centro principal de Bauru” , parte para a leitura morfológica territorial. Para subsídio do capítulo utilizamos o banco de dados de informações georreferenciadas do IBGE, Open Street Map e Google Earth, levantamentos realizados pela autora e dados retirados do Plano Diretor. Esses, somados as análises obtidas pelos capítulos anteriores, servem de base para as propostas do trabalho para a área central expostas no quarto capítulo. As diretrizes estão organizadas nas dimensões: ambiente, usos, mobilidade, vitalidade noturna e arte, educação e cultura. Entretanto, todas apontam pra um sentido: trazer as pessoas de volta ao centro.
entrevistas
Nesse trabalho foram realizadas entrevistas semiestruturadas como procedimento metodológico do modelo qualitativo de pesquisa social. Colognese e Melo (p.143, 1998) definem a entrevista como ‘’um processo de
interação social, no qual o entrevistador tem por objetivo a obtenção de informações por parte do entrevistado’’. Ou seja, é uma ferramenta utilizada
para recolher informações sobre um objetivo específico pois acredita-se que o entrevistado poderá colaborar com a elucidação de questões.
Na entrevista semi estruturada, a formulação da maioria das perguntas é prevista com antecedência e o entrevistador tem uma participação ativa, afinal, embora ele siga um roteiro mais ou menos preciso, podem ser feitas questões adicionais para elucidar questões ou ajudar a recompor o contexto (CÓLOGNESE, MELO, 1998). Dessa forma, utilizamos um roteiro breve com cinco perguntas, entretanto, foi modificada sua estrutura conforme as respostas oferecidas e até mesmo o perfil do entrevistado. As entrevistas foram realizadas de forma espontânea durante uma visita à campo (Figura 1), sem qualquer tipo de arranjamento ou pré-acordo. Portanto, foi necessário um breve roteiro que pudesse embasar a entrevista sem que o tempo dos entrevistados fossem prejudicados, afinal, encontravamse realizando as atividades do cotidiano (trabalhando, realizando compras, em horário de descanso e afins). Abaixo exposto, o roteiro seguido:
1. Identificação: nome, idade, ocupação, a quanto tempo habita o centro (Figura 4). 2. Para o entrevistado, quais são os maiores problemas do centro? E o que poderia melhorar? 3. Como você identifica a questão das pessoas em situação de rua no centro? Você vê como um problema? 4. Você acredita que esses problemas identificados tenham melhorado, piorado ou permaneceram iguais? 5. Quais vantagens você identifica no centro e do que você mais gosta?
Optamos por entrevistados de perfis diversos (Quadro 1) que nos forneceram perspectivas distintas sobre as questões apresentadas. Nesse sentido, foram entrevistados: comerciantes, empregados, prestadores de serviço, proprietários, moradores do centro, uma vendedora de camelô, vendedores de produtos artesanais, uma mulher em situação de rua e um vigia de carros.
As entrevistas foram gravadas sob autorização e posteriormente transcritas no quadro em anexo ao trabalho. Buscamos nos aproximar do
recorte, sondar problemas, vantagens e conflitos socioespaciais existentes no centro, além de ouvir os sujeitos quanto a suas perspectivas sobre as questões apresentadas sobre o trabalho. As falas dos sujeitos estão distribuídas durante o
desenvolvimento do texto.
Figura 1. Mapa de localização das entrevistas Fonte: Autora (2021).

Quadro 1. Perfil dos entrevistados enumerados. Fonte: Autora (2021)