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Praça das Artes
local: cidade de São Paulo - SP arquiteto: Brasil Arquitetura ano do projeto: 2006 - 2012 àrea construída: 28.550m²
fig 13. fachada interna praça das artes fonte: casacor fig 15. fachada praça das artes fonte: casacor
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O projeto está localizado na av. São João com saída para a rua Conselheiro
Crispiniano e a rua Formosa, no centro da cidade de São Paulo, em uma região bastante degradada pelo abandono às novas centralidades. A intenção da criação da
Praça das Artes foi restaurar o antigo prédio (edíficio branco na fotografia acima)
do Conservatório Dramático Musical de São Paulo, que se encontrava inutilizado e
gerar revitalização urbana na área. O novo anexo iria abrigar espaços de circulação,
permanência para o funcionamento das Escolas e dos Corpos Artísticos do Teatro Municipal e uma nova característica para o meio urbano. 43
conceito
A intenção do projeto era criar um constraste entre a arquitetura pré-existente antiga e a modernidade, de uma maneira que se encaixasse no espaço sem excluir o que havia no entorno.

partido
O conceito se fes presente quando, ao utilizarem cores cruas, o edíficio se igualou a alguns com a mesma tonalidade do entorno na tentativa de pertencer ao espaço.
Entretanto, o tom cobre em um único bloco está presente propositalmente para fazer o papel contário e simbolizar um arquitetura nova. O desenho das formas de cimento nas
fachadas evidência a modernidade, pois foi um material extremamente utilizado nesse período e que diverge da plasticidade dos edifícios antigos.
fig 16. detalhe praça das artes fonte: archdaily

fig 17. pessoas na praça das artes foto: rafael pereira girolineto fig 18. praça das artes vista rua conselheiro crispiniano foto: archdaily


localização
localização da cidade de São Paulo

São Paulo foi fundada como vila de Santo Amaro da Borda do Campo em 1553 pelos colonizadores portugueses e foi em 1554 denominada pelo atual nome, quando ocorreu a primeira missa no pátio do colégio dos Jesuítas. Atualmente, agrega 39 munícipios na região metropolitana, tem uma mancha urbana de 1.700km²
e 44 milhões de habitantes
localização do centro histórico

O centro histórico era um dos principais pontos de referência no passado com o Mosteiro de São Bento, a Igreja de São Francisco e a
Igreja da Ordem Terceira do Carmo. Hoje, abriga
diversos edíficios que refletem vários períodos
históricos nos quais São Paulo viveu, sendo um acervo a céu aberto sobre a arquitetura da sua formação.
localização da Praça das Artes

O projeto é composto por um miolo de quadra que dá acesso a três frentes de ruas, interligando o espaço. O entorno retrata a história
com edificações de épocas diversas e grandes
problemas urbanos, com vazios abandonados, paisagem caótica e conflitos oriundos da própria
cidade. Entretanto, a vitalidade da presença humana traz possibilidades de novos usos.
entorno próximo

O entorno é marcado por grande contradição. No sentido da rua Conselheiro Crispiniano (foto 4) o espaço é mais degradado sob

a atuação de pixações e edíficios abandonados
ou com mau uso. Essa paisagem também acontece ao caminhar pela Av. São João (foto1) nos
prédios antigos, entretando, ao adentrar para a rua Formosa enconta-se o Vale Anhangabaú, uma região revitalizada e rica em diversidade cultural da cidade, com a presença de diversas manifestações.A praça Ramo de Azevedo vem
para unir essa divergância espacial.
fig 19. foto 1 - palácio dos correios fonte: google maps
fig 21. foto 3 - praça Ramos de Azevedo fonte: google maps fig 20. foto 2 - vista da rua Formosa fonte: cidade de são paulo


fig 22. foto 4 - vista rua Conselheiro Crispiniano fonte: google maps

acessos

O acesso direto a praça acontece através das três ruas que a circundam pelo pedestre e somente pela Conselheiro Crispiniano pelo automovél. Com isso, mesmo que
haja um estacionamento subterrâneo para suporte dos veículos, nota-se a predominância da presença do cidadão no
espaço uma vez que a sua circulação é sobreposta. Por ser
uma área central, essa estratégia se trata de algo positivo uma vez que preferencia a presença do ser humano na cidade e o uso de transportes públicos para chegar ao local.

estudos de vias

A presença do pedestre é grandemente favorecida no espaço em consequência das vias que circundam o entorno. O tunel Papa João Paulo II é um dos norteadores
nesse conceito, uma vez que libera o solo para uso exclusivo do ser humano e mantêm o ritmo do tráfego na cidade.
Isso fez com que surgisse uma área valiosa como Vale do
Anhangabau. Além disso, o viaduto do chá vem para completar essa região com a vista para a Avenida 23 de Maio.
Aliado a isso, a praça é cercada por ruas de exclussivo acesso para pedestres e locais, que apesar de estarem localizadas no centro da cidade, isolam o projeto do automóvel.
As ruas coletoras são as que garantem a chegada dos veículos no projeto, auxiliando o acesso para pessoas de outras regiões.
fig 23. vale do anhangabu foto: alexan paulo fig 24. viaduto do chá I foto: ediel spalonsi


fig 25. viaduto do chá II foto: thomas ueda fig 26 viaduto do chá III foto: ediel spalonsi



insolação
A fachada Oeste, fase que teria maior insolação solar, é encostada nos prédios do entorno sendo protegida por essas concentrações do Sol mais intenso, tendo as aberturas dispostas à fase contrária, no caso, a de sombra.
A projeção das edificações e do próprio projeto auxiliam na passagem das pessoas pelo espaço as protegendo do calor.
implantação

O edifício foi implantado nesse terreno de uma maneira que passasse despercebido no entorno, como se fosse um encaixe no espaço. A necessidade

de revitalizar o centro fez com que o térreo se torna-se livre para ser parte da cidade, sendo protegido pelas projeções dos pavimentos superiores do próprio projeto. Por conta disso, as áreas construídas foram locadas de forma que não
atrapalhasse a circulação.
fig 27. croqui do projeto I fonte: archdaily

fig 28. croqui do projeto II fonte: archdaily

programa de necessidades
O programa de necessidades é complexo uma vez que teria que abrigar espaços tanto para artes musicais e do corpo quanto para a revitalização urbana do entorno.
A sala de concerto foi locada no antigo Conservatório Musical de São Paulo, pois haviam salas de
recitais raras que há anos estavam inutilizadas e foram restauradas.
A escola e o corpo artístico é ocupado pela Orquestra Sinfônica Municipal e Experimental de Repertório, dos Corais Lírico e Paulistano, do Balé da Cidade, do Quarteto de Cordas, Escolas Municipais de Música e

de Dança, o Museu do Teatro e o Centro de Documentação Artística.
fig 29. diagrama do programa fonte: archdaily
planta térreo


planta pavimentos


planta pavimentos


corte I


corte II


corte III


fig 30. sala de concerto foto: archdaily

fig 31. balé da cidade foto: archdaily

acessos

O acesso direto a praça é público e acontece somente ao pedestre. O automóvel tem entrada pela rua Conselheiro

Crispiniano, porém com o estacionamento subterrâneo não tem contato com o espaço de permanência das pessoas. O
térreo livre pode ser frequentado por qualquer cidadão da cidade, sem restrição de uso. Entretanto, nos blocos da escola,
corpo artístico e a sala de concerto, o acesso é direcionado as pessoas que irão utilizar desses espaços, sendo semi-público.
Somente no bloco do administrativo o acesso privado é mantido por ser uma área restrita a organização da praça.
circulação

planta térreo

A circulação é bastante hierarquizada. O térreo livre não é impedido por nenhum obstáculo, podendo ser transitado
por qualquer pessoa tranquilamente. Além disso cruza todo o terreno dando acesso a qualquer rua do entorno, facilitando
a circulação urbana. A localização das entradas nos blocos torna a circulação setorizada e reforça o carater semi-público e
privado dos edíficios.
circulação
planta pavimentos


circulação
planta pavimentos


circulação vertical
planta térreo


circulação vertical
planta pavimentos


circulação vertical
planta pavimentos


circulação vertical
corte II


circulação vertical
corte III


fig 32. praça das artes inserida no entorno fonte: archdaily

fechamentos
O fechamento não é feito desritmado de maneira aletória. A intenção foi confundir o observador com os prédios

ao redor, por isso, as janelas são dispostas fora de ritmo para que de longe fosse visto de maneira parecida a vários prédios juntos, assim como é no entorno. Isso faz com que o prédio não somente pertença ao lugar como também destoa das antigas construções do entorno, fortalecendo o conceito.
materialidade
A materialidade é marcada pela presença do concreto. O uso desse
material é proposital para fazer com que o edíficio se misture com o que
existe no entorno de maneira que fique encaixado no espaço como se fosse uma extensão do que já está construído em volta.
mobiliário
O mobiliário urbano é enxuto, composto somente por poste de iluminação e alguns bancos abaixo das projeções. Isso se dá pelo fato da
maior área do térreo ser destinada a circulação urbana, tendo somente os espaços cobertos referentes a permanência.
fig 33. vista da rua conselheiro crispiano foto: victor tsu fig 34. praça das artes interno fonte:galeria da arquitetura


fig 35 vista interna da praça para o vale do anhangabau foto: victor tsu
