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A festa de Santos Reis

TUDO PRONTO PARA A tão esperada festa. Lá pelo meio-dia, a Companhia se reuniu na casa da Lúcia para pegar os instrumentos, se vestir e iniciar uma procissão em direção à casa do festeiro.

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Este ano, o cortejo foi puxado por Vilmar que, tendo seu pedido atendido, cumpriu a promessa e carregou a bandeira até o primeiro arco. Alguém soltou um rojão e todos partiram ao som de uma marcha. No caminho, os músicos agradeceram a quem enfeitou os arcos e a presença dos visitantes.

“Vou saudar o lindo arco, que simboliza o arco da aliança, vou saudar o senhor, a senhora e a criança.”

Ao alcançarem o primeiro arco, cantaram a anunciação, a vinda do anjo Gabriel e a vida de Maria até o nascimento de Jesus. “De 24 pra 25, da meia-noite pro dia, nasceu Deus menino, filho da Virgem Maria”, começaram cantando.

Enquanto isto, Dermo estava atrás do segundo arco carregando uma imagem da Virgem e Jesus. Quando a Companhia ultrapassou esse arco, ele trocou com o alferes, entregou a imagem e pegou a bandeira. Os mascarados se ajoelharam.

“A gente conta a história até certa altura e depois parte para o terceiro arco, a parte dos Reis, eles chegando a Belém com os presentes. Conforme o Mestre vai conhecendo melhor a Bíblia, vai criando trovas diferentes”, explica Odilon, um dos mestres desta Companhia.

O terceiro arco fica na porta da casa do festeiro. A Companhia seguiu cantando:

“Os Três Reis quando souberam, viajaram sem parar, cada um levou um presente, pro menino Deus saudar. Na jornada a Belém, passaram por deserto e floresta, porque visitaram o Salvador, o Oriente está em festa”.

Depois pediram licença para entrar; colocaram a bandeira perto do presépio; cantaram como foi a jornada deste ano e se despediram dos companheiros.

Nessa hora o alpendre já estava lotado. Quando os músicos saíram da casa alguns devotos se aproximaram para carregar a bandeira, receber uma bênção e fazer um donativo em dinheiro, recolhido pelos mascarados em pequenos sacos de pano colorido.

A confraternização continuou em torno da mesa e de muita, muita bebida. O lado profano da folia começou. Um homem pegou a viola e começou um desafio, logo aceito pelo companheiro. À sua volta formou-se um círculo de pessoas. Ficaram ali disputando, com provocações e brincadeiras, durante um bom tempo. Outros começaram a dançar um forró.

O clima foi esquentando com a sanfona tocando animadamente; e a festa seguiu até o dia amanhecer.

LADAI NHAS

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