Criação de cabras no semiárido evidencia a boa adaptação de animais na região

Ano 7 • nº1139 Setembro/2013 Arcoverde

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Criação de cabras no semiárido evidencia a boa adaptação dos animais à região

Uma criação de cabras no Sítio Zumbi, em Arcoverde, é alvo de olhares devido ao sucesso da criação. Dona Sônia Ferreira, a proprietária das cabras, mora na localidade, onde reside com Ivo Ferreira e os filhos Danilo, Kelly e Kaline, de 25, 18 e 15 anos, respectivamente.

O sítio de 20 hectares é herança familiar. Lá a família reside há 48 anos trabalhando com agricultura e pecuária. Todos gostam muito do lugar onde vivem. “A pessoa nasceu e se criou aqui, e já se acostuma com o ambiente”, disse Dona Sônia, que não pretende mudar de lá em tempo algum, mesmo com a filha Kelly cursando o ensino superior em Arcoverde. Kelly pretende continuar morando no sítio e trabalhar com a comunidade, demostrando assim o seu apego ao lugar onde vive. “Eu prefiro morar no sítio”, disse.

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Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

No sítio cada um tem a sua atividade. Kelly é responsável pela criação de cabras, que teve início com 5 animais e hoje já são 11, que oferecem leite para venda e para produção de queijo de leite de cabra, o que incrementou a renda familiar. “No tempo que estava a seca era ruim para criar gado, então a gente resolveu criar cabra”, informou Kelly, que tomou uma sábia decisão.

A agricultura familiar aliada à pecuária Além das cabras, a família cria algumas vacas, galinhas e perus. Em relação à produção agrícola, a família cultiva uma infinidade de legumes e hortaliças como abobrinha, coentro, alface, tomate, cebola, couve, vagem, e também frutíferas como melancia e mamão. Todos os produtos servem para alimentação da família, que ainda comercializa os animais, sendo estes mais uma fonte de renda. “Como a gente não usa nenhum produto químico, temos certeza de que não vai nos prejudicar”, disse Kelly, que utiliza apenas insumos orgânicos na horta e pomar, como esterco que coletam no próprio sítio. A família ainda reaproveita a água do banho e da lavagem das louças para regar as plantas evidenciando uma sensibilização ambiental, típica de quem vive diretamente dos recursos naturais.

A família ainda coloca roçado de milho e planta palma doce e palma orelha de elefante, que são resistentes à cochonilha. Ambos recursos podem servir de alimentação animal, servindo de suporte especialmente no período da estiagem.

Reconhecendo ainda a importância do banco de sementes, dona Sônia guarda as sementes da palma para replantar, conseguindo assim um produto livre de agrotóxicos, o que protege o solo e consequente os aquíferos. Água da cisterna de placa - Para melhorar mais ainda os suprimentos da família da dona Sônia possui uma cisterna de placa de 16 mil litros, que nunca secou desde que foi construída em 2006, e só é abastecida com água da chuva. “O que melhorou muito a vida da gente foi a cisterna, na questão da água. Para quem sabe utilizar esses recursos ao seu favor a gente aumenta a qualidade de vida”, afirmou Sônia.

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