Associativismo transforma vida de famílias agricultoras no Sertão

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1825 Setembro/2014

ATUAÇÃO DAS MULHERES: APICULTURA E ARTESANATO Na cadeia produtiva da apicultura, Edinho fala que são 38 associados/as envolvidos/as no trabalho. Em 2011, quando a quantidade de pessoas participantes da produção era de oito e foi o último inverno, elas produziram um total de 14 mil quilos de mel. Hoje, com a conclusão da construção da unidade de extração de mel e um número maior de produtores/as, a associação pretende atingir uma marca de 60 mil quilos do produto.

Segundo o presidente, um grupo de associadas está recebendo capacitações na área de apicultura. O objetivo é prepará-las para atuarem na unidade de extração de mel que será inaugurada em breve e onde elas poderão ter mais uma fonte de renda.

Um grupo de mulheres também atua com a confecção de artesanato. A principal matéria prima é a palha do milho, que antes era jogada no lixo. Também são feitos artesanatos de cerâmicas a partir do barro e o croché.

Araripina Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Associativismo transforma vida de famílias agricultoras no Sertão Quatorze de junho de 1995. Esta data é considerada um divisor de águas paras as famílias do Sítio Riacho Fundo, em Araripina. Ela foi marcada pela criação da Associação de Pequenos Produtores Rurais do Sítio Riacho Fundo, por meio do agricultor Elias Justos de Sousa, que surgiu com o objetivo de lutar pelos direitos das famílias agricultoras da comunidade. Hoje aos 80 anos, Elias Justos se lembra da época quando existia muita desconfiança por parte das pessoas. Mas a busca, inicialmente, pelo direito à energia elétrica foi o que uniu todos e todas.

Segundo o fundador, além da dificuldade que se imperava pela falta de crença das pessoas se iria dar certo ou não, a ausência de uma sede e de políticas públicas dificultaram ainda mais os trabalhos iniciais. Mas, apesar de tudo, Elias de Sousa conseguiu fazer o registro da associação e aos poucos estimular a participação das famílias.

reuniões iniciais da associação

produção de licor Realização

Apoio

produção de licor

produção de mel

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

De acordo com o presidente da associação, cada família consegui apurar entre R$ 1.000,00 a R$ 1.200,00 por mês somente com a produção cuja comercialização é feita nas feiras de Gergelim, Trindade, e Ipubi, municípios próximo de Araripina.

CRIAÇÃO DE OVELHAS

Há quatro anos, quando Edmilson Alves de Sousa assumiu a presidência, a associação começou a dar sinais de transformações concretas. A casa de taipa onde ocorriam as reuniões mensais foi dando lugar à uma nova sede. As parcerias com o governo federal, estadual e outras organizações possibilitaram o resgate e o desenvolvimento de novas atividades.

Segundo Edmilson de Sousa, conhecido também como Edinho, atualmente o local serve como uma espécie de aglomerado de associações, pois além da associação de pequenos produtores, lá também funciona a Associação de Apicultores do Sítio Riacho Fundo, além de existir atividades de criação de ovelhas, produção de alimentos agroecológicos e licores e confecção de artesanato.

O espaço também é utilizado por um núcleo de jovens para a pratica do associativismo. Para um dos participantes, Henio Charlles, isso é uma oportunidade de realizar atividades em grupo. O objetivo deste núcleo é garantir a participação social e econômica destes jovens a partir da futura criação da associação voltada e fundada por esse núcleo.

Outra iniciativa importante desenvolvida pelos/as associados/as é a criação de ovelhas.

Desta prática, as famílias vendem a carne abatida, o leite e filhotes para reprodução.

Devido ao efeito prolongado de estiagem no Semiárido pernambucano, as famílias criadoras resolveram unir as raças Dorper e Santa Inês como uma estratégia para fortalecer a raça contra os efeitos da seca. Outra ação de fortalecimento da ovinocultura é a silagem onde é misturado o capim, a cana e o milho destinado para alimentação. Além disso, uma outra ração é feita com mandioca, milho e farelo de algodão.

Sobre os resultados de atuação dessas associações que funcionam no mesmo espaço, Edinho falou do reconhecimento já alcançado. “Hoje somos uma das associações de referência de Pernambuco e estamos concorrendo a um prêmio do governo como a melhor associação do estado”, comenta entusiasmado.

AGRICULTURA FAMILIAR A agricultura familiar, além de garantir uma alimentação saudável nas mesas das famílias, tem cumprindo um papel importante para a geração de renda daquelas pessoas.

Ao todo são seis famílias envolvidas no processo de produção consorciado agroecológico. Na horta, atualmente, são produzidos alface, coentro, cebolinha, pimentão, tomate, salsa e também banana, caju, manga, seriguela, umbu, laranja, entre outras frutas.

ração para as ovelhas (mandioca)