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CONTEXTUALIZAÇÃO

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Referências

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Assim como as demais capitais brasileiras, Teresina passou, a partir do século XX, por um processo de urbanização acelerado, o qual apesar de tardio, não deixou a capital piauiense alheia aos entraves oriundos da intensa expansão urbana no território. Esta, orientada principalmente sob um modelo extensivo, configurou o espraiamento horizontal da malha urbana, que ordenou no território urbano, uma cicatriz amarga.

Esta, formulada em seu âmago sob um processo evidente de segregação socioespacial, apresenta-se espacialmente como o modelo denominado Centro- Periferia. Modelo, este que em paralelo ao crescimento horizontal do território urbano, criou dentro da cidade uma panorama significativamente desigual quanto à distribuição do ônus da urbanização. Panorama, o qual é caracterizado por periferias desprovidas da infraestrutura urbana presente em zonas mais centrais, marca um dos principais rastros de desigualdade socioespacial nos espaços urbanos.

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Estes, assim como o recorte de estudo em análise no presente diagnóstico, são modelados sob a participação e diálogo entre diferentes atores urbanos, os quais dispõem de atuação distinta nas transformações do território urbano. Isso, relacionado ao poder de intervenção atribuído a cada um desses agentes urbanos, tais como o Poder Público, mercado imobiliário, concessionárias de transporte coletivo, bem como a sociedade e as comunidades locais de diferentes regiões do território urbano.

Assim, sob o protagonismo de determinados atores em detrimento de outros, bem como pela sobreposição de interesses particulares, tem-se a construção de cidades cada vez menos direcionadas a um processo de desenvolvimento socioespacial que garanta qualidade de vida e justiça social à população.

Nesse sentido, em refutação a processos de planejamento e gestão urbanos centralizados, tecnocratas e permeados sob uma visão de desenvolvimento urbano, pautada essencialmente em um viés capitalista - supremacia de uma ordem econômica na construção urbana - reitera-se a urgência de uma visão socialmente crítica do planejamento e da gestão urbana. Perspectiva esta, que compreenda como objetivo, a construção de um processo genuíno de desenvolvimento urbano, o qual promova uma mudança socioespacial positiva no panorama citadino. Isso, aliado ao uso crítico dos instrumentos da política urbana¹, por processos de participação popular, bem como pela própria fusão criativa entre o saber dos atores sociais com os balizamentos técnico-científicos trazidos pelos profissionais de planejamento e gestão, tal como delineado por SOUZA, 2002.

Assim, na proposição de cidades orientadas a processos de desenvolvimento socioespacial, reitera-se por conseguinte, um desenvolvimento urbano que promova, de modo democrático, o direito a uma cidade inclusiva, resiliente e sustentável à população.

LEGENDA

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