
14 minute read
Notícias e curtas
from PI - Agosto - 2022
NOTÍCIAS
Fabricantes de tubos em compasso de espera
Enquanto o mercado europeu segue aquecido para os fabricantes de tubos poliolefínicos, com a expectativa de uma modernização antecipada da sua rede de tubulações de água e esgoto no pós-pandemia, o mercado brasileiro segue apenas estável, ao sabor de acontecimentos na esfera política que ditam o compasso dos investimentos diretos em infraestrutura.
Dois anos após aprovação da Lei 14.026, que atualiza o marco legal do saneamento básico, com a proposta de acelerar a universalização do saneamento e a qualificação dos prestadores de serviços no setor, ainda não se verificou o impacto esperado, especialmente entre os fornecedores de tubulações e sistemas em polietileno de alta densidade (PEAD), que atendem aos requisitos de estanqueidade e demais propriedades necessárias às tubulações para o mercado de saneamento.
Em entrevista à Plástico Industrial, Rogério Cardinali Martins, secretário executivo da Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas (ABPE), comentou o atual cenário do setor de tubos poliolefínicos, a sua relação com o novo marco e as resoluções que dele deveriam decorrer. Segundo ele, o mercado de tubos poliolefínicos aplicados no setor de saneamento tem melhorado desde 2019, mas ainda não se trata de um reflexo do novo marco do saneamento, e sim, da re-
tomada dos investimentos após o período crítico de recessão que caracterizou a era pós-Lava-jato.
O secretário revelou que, em 2021, o crescimento do setor foi da ordem de 12% em relação a 2020, pautado por investimentos de algumas empresas expandindo seu portfólio e/ou sua atuação regional como forma de antecipação das mudanças que virão em decorrência da nova lei do saneamento: “Esperamos que a partir de 2023 se concretizem os vultosos investimentos anunciados”. Expectativa para 2023
Rogério ponderou que, embora ainda não tenha tido reflexos diretos, o novo marco do saneamento criou a expectativa de que o crescimento do setor de tubos poliolefínicos ultrapasse a casa dos 30% anuais. “Se forem confirmados os investimentos divulgados pelos meios de comunicação, pelas empresas do setor e pelo BNDES, o incremento de valores na melhoria da infraestrutura do setor entra na casa dos 20 bilhões de reais ao longo dos próximos oito anos. Será?”. De acordo com o entrevistado, no Estado do Rio de Janeiro estima-se que no triênio 23/24/25, haverá consumo exponencial de tubos de PEAD.
Independentemente da nova lei do saneamento, os investimentos em novas redes de abastecimento de água e esgoto já eram necessários, mas a sua promulgação abriu caminho para investimentos mais robustos no setor. Rogério considera que, com a chegada do novo marco legal, novas empresas estão assumindo as concessionárias e demais empresas de saneamento, alterando as estruturas do corpo de engenharia das organizações e promovendo a adoção de tecnologias modernas que proporcionam melhor desempenho de instalação e operação, além de menores índices de perdas de água tratada: “Não podemos esquecer da precariedade em que se encontram as redes de esgoto, necessitando de investimentos pesados para
Tubo de PEAD com parede estruturada para drenagem pluvial. Foto: ABPE
levar e elevar o índice de coleta de esgotos dos brasileiros”, avaliou.
Empresas capacitadas e abastecimento de matéria-prima estável
Questionado sobre a capacitação da indústria brasileira para responder ao aumento de demanda que se avizinha, o secretário considerou que os fabricantes locais têm parques fabris modernos, e o investimento em novos equipamentos e unidades dependerá do fato de as expectativas do mercado se tornarem realidade. Segundo ele, as redes necessitam ser renovadas, com emprego de tecnologia de ponta, reduzindo o tempo de instalação e evitando a perda da água tratada, contaminação de lençol freático pelo esgoto e doenças devido à falta do saneamento. Para isso, os tubos de PEAD, em suas versões lisas ou corrugadas, com paredes estruturadas, seriam uma solução bastante recomendada, pois possuem durabilidade de apro-

Tubos de PEAD com parede estruturada para condução de esgoto. Foto: ABPE ximadamente 50 anos após o início de operação.
Quanto ao fornecimento de resina, Rogério considera que após um período de alta nos preços internacionais, o abastecimento de insumos para as empresas representadas pela ABPE atualmente é regular, sem escassez ou complicações logísticas: “Sentimos o impacto dos aumentos de preços, mas agora no pós-pandemia esperamos que não haja mais sobressaltos daqui por diante”, concluiu.
Ao que tudo indica, o setor está preparado para reagir com vigor ao primeiro sinal de concretização dos investimentos em saneamento que, em qualquer dos cenários políticoeleitorais possíveis, não poderá deixar de ocorrer.
ABPEABPE ABPEABPE ABPE - www.abpebrasil. com.br, Tel. (11) 3068-8433
Poliolefinas ganham espaço no mercado europeu de tubos
Um relatório concluído recentemente pela AMI International, consultoria britânica com forte atuação no setor de materiais plásticos, mostrou que o mercado europeu de tubos para infraestrutura se comportou da mesma forma que muitos outros setores da economia: apresentou forte crescimento em 2018-2019, seguido por uma contração significativa em 2020, em decorrência da Covid-19, quando a economia da região registrou uma queda de 6,3% no PIB. A atividade de construção foi impactada inicialmente, mas se recuperou no segundo semestre de 2020,
mesmo com as interrupções na cadeia de suprimentos que perduram até hoje. O levantamento, no entanto, detectou oportunidades de crescimento na substituição de tubos ‘tradicionais’ (concreto e metal) pelos tubos poliolefínicos nas aplicações de escoamento por gravidade, bem como no desenvolvimento e comercialização de novos sistemas à base de materiais plásticos, projetados para fornecer meExpectativa é de crescimento do uso de tubos poliolefínicos nas lhores soluções em tubulações com escoamento por gravidade no continente termos de custo/ europeu nos próximos anos. Foto: Shutterstock desempenho.

Mudanças climáticas por trás da demanda
O aumento das chuvas fortes e as inundações ocorridas em vários países europeus nos últimos anos estão forçando os governos a aumentar os orçamentos para obras de saneamento e sistemas de proteção contra inundações, aumentando a demanda por tubos de escoamento por gravidade de maior diâmetro e impulsionando a modernização antecipada rede euro-
A edição atualizada do relatório Plastic Gravity Pipes in Europe 2022 faz parte de uma série abrangente, que inclui ainda os tubos plásticos para uso sob pressão na Europa em 2022 e os tubos plásticos de água quente e fria na Europa em 2022. São analisadas também as tendências do mercado, contribuindo para que empresas do setor possam tomar decisões com base em informações.
peia de tubulações, que já é bem desenvolvida.
O relatório aponta também diferenças no crescimento da demanda de tubos entre os vários países e regiões da Europa. O crescimento está concentrado na Europa Central e Oriental, e a Polônia foi o mercado que apresentou crescimento mais rápido no período em análise. Até 2026, o mercado de tubos naquele país deverá ter crescido quase 30% em relação aos dias atuais.
AMIAMI AMIAMI AMI – www.ami.international
Desmoldante interno torna a rotomoldagem mais produtiva
A Mirai Química (Barueri, SP) lançou recentemente o desmoldante interno RM-21, para o processo de rotomoldagem. O insumo é fornecido em pó e, adicionado ao polietileno na fase de extrusão ou na resina micronizada, na proporção de 0,3%, simplifica a desmoldagem de peças rotomoldadas de qualquer dimensão. Isento de solvente, o produto pode ser adicionado usando-se misturadores do tipo dry blend ou manualmente.
Satio Okamoto, gerente comercial da empresa, explicou que o desmoldante interno é uma alternativa às versões líquidas, que precisam ser aplicadas na superfície dos moldes, consumindo mais tempo de processo e mão-de-obra. Além disso, os desmoldantes líquidos, que normalmente são à base de solvente, são inflamáveis e emitem compostos orgânicos voláteis (VOCs) durante a sua manipulação, exigindo a proteção respiratória dos colaboradores. “Os desmoldantes à base de água, por sua vez, exigem cuidados com relação à oxidação da superfície dos moldes e provocam deformações nas peças”, comentou Satio, acrescentando que os desmoldantes para aplicação na superfície, em qualquer das suas versões, formam ainda uma

barreira entre a peça e o molde, que compromete o brilho dos itens, ainda que o molde esteja perfeitamente polido.
A opção pelo uso do desmoldante interno, segundo ele, resulta tanto em maior produtividade quanto em um ambiente mais seguro para a saúde dos operadores. A manutenção do brilho das peças também é assegurada, de acordo com o entrevistado, que citou o caso de um transformador que obteve 22% de aumento na produtividade como uso do RM-21.
As empresas de rotomoldagem que preparam as suas formulações podem adicionar ao desmoldante em pó diretamente a elas, seguindo as orientações da empresa fornecedora. No caso de transformadores que trabalham com grandes quantidades de material, é possível solicitar às distribuidoras das quais eles compram resina micronizada,
que incluam o produto nas suas formulações. Tendência mundial Satio comentou ainda que o uso de desmoldante em pó para peças rotomoldadas já é basEmpresa desenvolveu desmoldante que pode ser adicionado à tante disseminado entre resina na fase de extrusão ou no produto micronizado, por empresas no Japão e na meio de misturador mecânico ou de forma manual, Europa, e que a Mirai está substituindo os produtos líquidos aplicados na superfície dos moldes. Foto: Shutterstock trazendo a novidade para o mercado brasileiro. Para isso, já possui esquema de distribuição para comercialização em todo o País, a partir das transportadoras que servem as empresas do mercado de rotomoldagem com base em pólos logísticos localizados em Guarulhos e Osasco (SP). MiraiMirai MiraiMirai Mirai – tel. (11) 3777-3048

Conceito de “máquina como serviço” é tendência no setor de equipamentos industriais
A Bain & Company, empresa especializada em consultoria e gestão com sede nos Estados Unidos e escritório comercial em São Paulo (SP), realizou uma pesquisa no setor de máquinas e equipamentos industriais que levantou informações sobre algumas tendências do segmento.
A pesquisa apontou que uma das principais tendências deste ramo é o foco no desenvolvimento de pacotes de serviços que ofereçam “soluções agrupadas”, ou seja, que reúnam recursos disponibilizados por diferentes áreas, assim como compartilhamento de conhecimento interdisciplinar, supervisão remota e in loco, além de outros.

O assunto é de interesse de empresas da cadeia produtiva de plásticos no Brasil e no mundo como, por exemplo, fabricantes de injetoras, extrusoras e/ou máquinas de sopro, além de prestadores de serviços, fornecedores de resinas termoplásticas ou de bioplásticos.
Segundo o estudo, intitulado “Relatório global de máquinas e equipamentos”, Pesquisa sobre o setor de máquinas e equipamentos uma das principais ten- industriais feita por agência norte-americana mostrou dências do setor é a tran- que empresas deste segmento estão focadas no sição do conceito de “além da máquina” para o de desenvolvimento de pacotes de serviços que reúnam soluções integradas. Imagem: Freepik “máquina como serviço”. Em conformidade com informações divulgadas pela companhia, esses termos dizem respeito à entrega de soluções totalmente integradas. Isso foi exemplificado no levantamento como sendo o compartilhamento de conhecimento sobre automação industrial, softwares e hardware usados
no chão de fábrica entre diferentes áreas da cadeia produtiva, envolvendo também a digitalização de parques fabris. O levantamento também mostrou que a intenção de estabelecer parcerias e/ou consolidar a fusão entre empresas está entre as possíveis estratégias de alguns players do setor de máquinas e equipamentos. Assim, eles visam aumentar a lucratividade de seus negócios, criar novos modelos e se preparar para um cenário em constante transição, tendo em vista a transformação digital alinhada com os conceitos de indústria 4.0.


Uma das informações divulgadas pela empresa, no que diz respeito aos assuntos abordados em seu estudo, é que até 2030 os principais fornecedores de máquinas e equipamentos vão oferecer serviços que consistirão em pacotes de soluções agrupadas como locação de máquinas e equipamentos, comercialização de licenças para uso de software, instalação e manutenção de hardware, entre outros.
Estratégias para um mercado volátil
A pesquisa realizada pela Bain & Company também mostrou que empresas do setor de máquinas e equipamentos estão cada vez mais preocupadas em criar estratégias voltadas para o gerenciamento de crises que possam vir a acontecer devido a mudanças no cenário econômico global causadas, por exemplo, pela pandemia de Covid-19 e pelo conflito entre Ucrânia e Rússia.
O estudo ainda indicou que o ramo passará a direcionar mais investimento para o enfrentamento de situações de contingência. Isso inclui a implantação de sistemas digitais que permitam a análise de processos e produtos por meio de simulação, e/ou que conectem o chão de fábrica com múltiplos departamentos e com plantas industriais situadas em diferentes partes do globo, e também preparo para o gerenciamento de crises em caso de interrupção do fornecimento de suprimentos, escassez de matériaprima e flutuação de preços.
Mais informações podem ser obtidas por meio do telefone do escritório regional da companhia no Brasil, mostrado a seguir.
Bain & Company Bain & Company Bain & Company Bain & Company Bain & Company – tel. (11) 3707-1200
Redução da taxa de importação do PP favorece o transformador
O mercado de produtos plásticos foi contemplado no mês passado com a boa notícia da redução da alíquota de importação do polipropileno (PP), de 11,25% para 6,5% até julho de 2023. A decisão, anunciada no dia 15 de julho, foi tomada pelo Comitê executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Cegex/ Camex) e é uma resposta a reivindicações de diversos setores, tendo em vista que contempla uma lista de 13 produtos, incluindo medicamentos e tintas, por exemplo.
No que se refere ao PP, a medida pode beneficiar muitos segmentos, pois a resina é usada tanto em aplicações técnicas em setores como o automobilístico, linha branca e eletrodomésticos, quanto em itens não duráveis, tais como embalagens e tampas. e não vejo perspectiva de aquecimento no segundo semestre. Além disso, o PP é bastante usado pelos segmentos automobilístico e de linha branca, que não estão em seu melhor momento”. No seu entender, mais impactante do que a redução da alíquota de importação, seria a reforma tributária, tendo em vista que a estrutura ainda dá muita margem para sonegação, o que prejudica os distribuidores.
Para os transformadores, no entanto, toda redução de imposto é favorável, a exemplo do que comentou Flávio Venzon, diretor de qualidade e manufatura da Sulbras (Caxias do Sul, RS), empresa que atende ao setor automobilístico: “Durante a pandemia, o PP se tornou um material ‘de engenharia’, não pela sua performance, mas sim pelo preço. Foi uma das commodities que mais aumentaram. Tudo precisou ser embalado, houve forte aumento da demanda e a ocasião contribuiu para a
Para Laércio Gonçalves, diretor da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast), a curto prazo a medida não será tão impactante, inclusive para quem importa, tendo em vista que o mercado vive hoje um momento de superoferta da resina. “A demanda brasileira atualmente, também está abaixo do normal,


Anúncio da redução da alíquota de importação do PP repercute no mercado de plásticos sob diferentes pontos de vista. Fotos: Freepik e Pixabay

subida dos preços. Será difícil recuar para o patamar anterior, e qualquer redução é sempre bem-vinda. Na cadeia automotiva, as empresas que importam vão sentir os efeitos favoráveis”.
Qualquer que seja a dimensão do impacto no mercado, o fato é que os consumidores de resina podem exigir de seus fornecedores de material importado menores preços para o PP em razão da redução da alíquota. E havendo superoferta no mercado, o cenário fica ainda melhor.
GeceGece GeceGece Gecexx xx x – www.gov.br
Transformação digital será tema de curso no Insper
O Insper (São Paulo, SP), instituição de ensino superior voltada para a pesquisa aplicada e integração de áreas do conhecimento, iniciou no mês de julho a primeira turma do seu Programa Avançado em Transformação Digital: Gestão, Operações e Tecnologia.
Trata-se de um curso em nível de pós-graduação, que tem por objetivo unir conhecimentos de gestão e de tecnologia, notadamente nos campos da engenharia e ciências da computação, tendo em vista capacitar os estudantes para o desenvolvimento de estratégias digitais para os seus negócios a partir do uso dos inúmeros recursos tecnológicos hoje existentes, incluindo os relacionados à indústria 4.0.
O professor Carlos Valente, docente do programa, explicou que a formação passa pelo mapeamento das tecnologias disponíveis e pela definição de estratégias baseadas no grau de maturidade digital de cada negócio, tendo em vista a aprendizagem voltada para as necessidades individuais de cada aluno.
As tecnologias habilitadoras serão tratadas de forma a promover a clareza quanto à possibilidade de solução de problemas e geração de valor em diferentes elos da cadeia em questão, seja ela industrial, do setor de comércio ou de serviços. “A ideia é termos um programa no estilo ‘mão na massa’, com foco em projetos que identifiquem onde

Programa Avançado em Transformação Digital foi concebido de modo a conciliar o uso de recursos tecnológicos com aspectos de gestão. Imagens: Insper
