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45º ANIVERSÁRIO DA CRECHE

No dia 27 de Maio, a Creche “A Tartaruga e a Lebre” abriu as portas para festejar o 45ºaniversário. Foram convidadas as crianças que, atualmente, frequentam a Creche, e também todas as que já passaram por aquela estrutura, e que hoje são jovens e adultos que frequentam outros centros da Associação ou estão noutras instituições. O convite incluiu também as famílias e os atuais e ex-colaboradores.

Os primeiros “bebés”, hoje adultos, foram homenageados, e receberam a distinção com muita alegria. Foi um encontro muito emotivo, com muita festa, convívio e memórias.

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No seu discurso, o presidente da Direção, recordou “o pioneirismo que foi a criação em Portugal desta creche da APPACDM para integração de crianças com deficiência, há 45 anos quando ainda ninguém, ou quase, falava nesta realidade”, sublinhando que “só muito recentemente a sociedade está a tomar iniciativas de integração de crianças com deficiência. Aqui funcionou um pouco ao contrário. Nós tínhamos 30 por cento de crianças com deficiência e desde logo foi percecionado a importância deste projeto, nesse convívio e nessa igualdade que incluía um conjunto de técnicas, terapias e capacitação de enorme qualidade que, infelizmente, se foi perdendo um pouco ao longo dos tempos por via da falta de apoio das políticas públicas. O Estado não soube cumprir a sua parte”. Mário Matos prestou também uma “homenagem às pessoas que, ao longo dos anos, foram o garante desta instituição, nomeadamente a primeira responsável desta casa, a enfermeira Dumont, que deixou de facto um legado importantíssimo nas pessoas que tiveram oportunidade de conviver com ela e de a ter como chefe. Deixou raízes importantes às pessoas, algumas das quais, ainda aqui estão e que com ela contataram diretamente, e com as quais essa cultura de qualidade frutificou ao longo dos anos que se seguiram até aos dias de hoje.”

Durante a festa recolhemos também alguns testemunhos, que partilhamos aqui.

Pauline Lopes, mãe do Rafael Batista, diz que “esta creche foi a nossa salvação. Quando o Rafael nasceu eu só pensava o que iria fazer com ele. Na época, foi uma médica do hospital que me reencaminhou para a creche Tartaruga e Lebre e foi para aqui que veio com seis meses e daqui saiu com quatro anos. Aqui esteve rodeado por um autêntico exército de técnicos variados, terapeutas e educadoras.

Depois saiu daqui e foi para o Centro da Ajuda. Mais tarde, quando saiu daqui para a escola normal perdeu-se tudo”. Já o Rafael Batista (que, entretanto, encontrou a sua vocação e está a trabalhar na padaria do Pingo Doce) recusa aceitar que é muito difícil ou impossível, porque “com formação tudo se aprende”. E deixa uma mensagem de gratidão à Tartaruga e à Lebre “por o ajudar a voar”.

A família Bernardino afirma que “teve a sorte de fazer parte da história da Tartaruga e a Lebre. Somos imensamente gratos por cuidarem da Carolina e do Guilherme. Vocês são os melhores. Obrigado por tudo”.

A Francisca Horta Correia (filha de Maria Teresa Horta Correia) andou nesta creche até aos três anos e “tem poucas memórias, mas lembra que era um sítio de muitos risos e alegria”. Hoje traz o filho, Xavier Almeida, porque “é um lugar de muita confiança a quem se pode confiar os filhos”.

Manuel Gonçalves foi um dos “bebés” da creche. A mãe Constança considera que “a creche foi a rampa de lançamento que nos permitiu descansar logo desde os primeiros tempos. Foi aqui que aprendi que os pais destas crianças especiais podem descansar e devem, podem chorar e devem, podem rir e devem, podem andar para a frente e “asneirar”. O filho Manuel casou recentemente e tem uma perspetiva muito própria para a vida que quer ter. “Agora quero fazer os possíveis para ser feliz, namorar muito e viver todos os dias da minha vida. Quero deixar aqui o meu eterno obrigado por estes anos de amor e carinho e pelos momentos de muito riso. Vocês foram tudo, casa, pais, mães, educadores de infância, tudo”.

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