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Danuta Kondek Cargas perecíveis - Pedro Galveia

Cargas perecíveis

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O transporte de cargas perecíveis foi temperatura às unidades refrigeradas. As sempre responsável por grande parte falhas nos equipamentos ou danos esda movimentação nas cadeias logísticas truturais contam cerca de 25%. ao longo dos anos. Com o advento da A sensibilidade de algumas cargas transcontentorização e com a globalização, portadas faz com que a pressão por estes tipos de cargas passaram a ter temperaturas e atmosferas controladas uma capacidade de transporte maior e seja cada vez mais importante para a sua mais longa. De navios refrigerados, pasPedro Galveia correta preservação. A qualidade dos saram em muitos casos para contento- produtos, o embalamento, o acondiciores frigoríficos, que hoje são usados no namento e carga nas unidades refrigetransporte quase porta a porta, até junto De acordo com o TT Club, nos últimos radas, a manutenção de temperaturas do cliente final. Os tempos e as trans- três anos, os erros de comunicação e a constantes e os tempos de armazeferências modais diminuíram em muito atribuição de temperatura somam mais namento e trânsito são cada vez mais as avarias e a movimentação constante de 50% das queixas com cargas refrige- importantes na equação. Alguns destes deste tipo de mercadorias, ao longo da radas. Cerca de 28% são erros de co- passos são controlados a vários níveis, grande cadeia logística (Ilustração 1). municação e 24% erros na atribuição de desde os armazéns, aos operadores de Os contentores refrigerados nor- terminais e os demais carregadomalmente funcionam com tempe- res da cadeia logística. raturas entre os -25⁰C e os 25⁰C., De acordo com a Jensen Assomas existem unidades capazes de ciates, os maiores problemas relasuportar ultracongelação, atingindo cionados com este tipo de cargas os -65⁰C até aos 40⁰C. advêm da inadequação da tempeEm 2019, o volume de contentores ratura aos produtos, quebras de frigoríficos cresceu mais de 7%, a temperatura na movimentação reboque das necessidades do con- das cargas, falhas de regulação da tinente asiático. Em 2020, e apesar temperatura, mau funcionamento da pandemia, é expectável que este da unidade de refrigeração, fatipo de tráfego continue forte, su- lhas/faltas de energia no período portado nos mercados das proteínas de trânsito, danos estruturais nos e da fruta fresca. contentores ou portas, bloqueios Assiste-se hoje em dia ao aumento de passagem de ar entre as embaexponencial deste tipo de equipa- Ilustração 1 - A complexidade da cadeia logística. Fonte: TT Club, lagens, circuito de ventilação da mentos nas frotas dos grandes arUK P&I. carga pequeno e erros de documadores, sendo grande a preocupa- mentação. ção com estas unidades, dotando-as A produção destas unidades tem de inteligência para monitorização sido grande na última década, de temperatura, humidade, movi- sendo a China e o Chile os princimento, entre outros, recorrendo a pais fabricantes destas unidades. ferramentas tecnológicas (IoT – In- Desconsiderando o ano de 2016, ternet of Things e M2M – Machine temos assistido na China ao fabrito Machine, que permite a estes co de cerca 260 mil destas uniequipamentos “falarem” com outros dades anualmente, nos últimos e dar conhecimento do seu estado), cinco anos (gráfico 1). Até setempossibilitando assim informações bro, tinham-se produzido cerca quase em tempo real das condições Gráfico 1 - Produção global de contentores frigoríficos (China, de 200 mil unidades na China em que as cargas se encontram. excluindo o Chile) 2010-2020. Fonte: Eskesen Advisory apenas.

O primeiro semestre deste ano mais integridade e celeridade no mostra que o transporte de produ- processo de transporte, embora tos perecíveis continua positivo, re- continuem a haver alguns progistando a quebra normal no início blemas. Estas unidades são por da pandemia (de fevereiro/março norma mais frágeis que os cona abril/maio), recuperando depois tentores normais, e por isso tamem junho, e perdendo de novo ter- bém mais suscetíveis a avarias no reno em julho (gráfico 2). Com a seu manuseamento, tal como no segunda onda da pandemia, e ten- processo de carga/descarga, mas do em conta o modo como o setor estes equipamentos têm tido uma marítimo tem enfrentado este ano atenção grande por parte dos opetodos os problemas, espera-se que radores, agregando-lhes soluções o crescimento continue, acompaGráfico 2 - Crescimento global perecíveis contentorizados vs. Carga aérea e marítima (até outubro 2020). Fonte: Seabury Global e tecnológicas, que permitam aos nhando a movimentação registada Eskesen Advisory clientes ter acesso às condições pelos operadores e os resultados em que a carga se encontra ao positivos que alguns armadores mundialmente para esta pandemia que longo da viagem. Tendo em atentêm vindo a apresentar. atravessamos, parece estar já equacio- ção todas as falhas acima enunciadas, É grande a importância destas cargas nada pelos grandes operadores, para será mais fácil de garantir a integridade hoje em dia na cadeia global de abas- fazerem parte dessa cadeia de dis- das cargas, procurando a satisfação dos tecimento. Até a distribuição de vacinas tribuição. A globalização veio trazer clientes.

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