Revista ANSE nº12 - 2015

anse TERCEIRA IDADE - DIVULGAÇÃO - INFORMAÇÃO

2º Aniversário da revista ANSE

A gestão das IPSS Revista Bimestral #12 MAI/JUN 2015

sumário e editorial | 03 04 BREVES 06 TEMA DE CAPA 11 EVENTOS 13 LIVROS 15 INSTITUIÇÃO DIRETOR Sílvio Oliveira EDITOR António Teixeira DESIGN ANSE 2015 © FOTOGRAFIA DA CAPA Anse IMPRESSÃO Costa Carregal Artes Gráficas, Lda. PROPRIEDADE Abrigo Nossa Senhora da Esperança Rua Manuel Vieira Neves da Cruz, 196 4475-037 Milheirós - Maia Tel. 22 207 37 90 Fax. 22 207 37 99 geral@anse.com.pt www.anse.com.pt TIRAGEM 50 Exemplares PERIODICIDADE Bimestral DISTRIBUIÇÃO Por correio personalizado PREÇO Grátis EDIÇÃO Nº 12 Os conteúdos dos textos e as opiniões, ideias e conceitos expressas nos artigos publicados são da exclusiva e inteira responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente os pontos de vista da Direção da revista.

Sílvio Carvalho de Oliveira Presidente Siga-nos em www.anse.com.pt facebook.com/Anse

Uma obra social quase pronta Aproxima-se rapidamente a data da inauguração oficial da nossa nova casa da Maia.

Hoje é possível dizer que o espaço ali existente, que irá acolher 57 utentes (homens e mulheres) iniciou já a sua atividade.

Já começamos a receber nas nossas novas instalações clientes para ali se instalarem. Não faria qualquer sentido que não o fizéssemos independentemente da inauguração oficial.

Esta, que já estava marcada para o mês de Maio, parece que agora se fará em Junho.

O investimento feito não se compadece com datas mais ou menos históricas. Urge, rapidamente, responder às necessidades sociais de quem nos procura. Doutro modo seria uma obra morta e parada, com custos altíssimos que se espera sejam rapidamente absorvidos na atividade desenvolvida.

Para trás e, nalguns casos ainda a decorrer, ficam registados os esforços de poucos e alguma apatia de muitos. Onde todos ajudam, normalmente, a obra sai bem feita, como se sabe. Mas no nosso caso, muitos houve que só atrapalharam, não ganhando nada com isso.

Nesta obra a Direção colocou o seu máximo empenho, acreditou nas pessoas e adiantou-se na concretização das ideias confiando e substituindo-se aos que promessas fizeram, mas não cumpriram.

Olhando em redor, noutros empreendimentos do sector social a gestão foi totalmente diferente. As obras só andavam com o dinheiro recebido. E mesmo assim às vezes nem andavam!

Oficialmente até se sabe como tudo se passou.

Oxalá o Sr. Ministro Mota Soares, que irá inaugurar, segundo julgamos saber, a nossa Casa da Maia, possa constatar que o exemplo da nossa obra está à vista de todos e contrastando com outras iniciativas cujas obras estão por acabar (e até totalmente paradas) mas para onde os auxílios andaram rápidos!

Alguém, que sabia, nos disse que perante o nosso desapontamento e algum desespero de nos deixarem sós ou somente com promessas, que a esses seria solicitada a devolução das verbas do estado que lhes deram. Nos dias que correm alguém acredita nisso?

A verba solicitada oficialmente para equilíbrio da gestão de obra e correspondendo às orientações oficiais então dirigidas à direção da ANSE continuam por cumprir! E já passaram mais de 3 anos e ninguém assume a responsabilidade de dar o que prometeram, nem uma justificação.

Vencemos grandes obstáculos e alguns ainda estão em aberto.

Classificaram-nos como “entidade rica”, como se fosse possível uma IPSS ser rica! Só para perturbar!

Pelos seus enganos ou até erros praticados, a Direção assumese sua interveniente.

Pelos outros que fizeram, omitiram ou perturbaram, não nos consideramos responsáveis.

Essa é a nossa posição legítima.

04 | breves

FESTA DA PRIMAVERA Com o bom pretexto de saudar a chegada da Primavera, mais uma vez recebemos os alunos da escola da Fontinha, que tanto alegram as nossas utentes do Porto. Juntos partilharam experiências e actividades, que se espera em breve se repitam.

ANSE MAIA – ABERTURA AO PÚBLICO O dia 16 de Março ficará marcado na história da nossa Instituição, pela abertura ao público do Edifício da Maia e a recepção do primeiro utente, Sr. Agripino Bruxela.

Entretanto, outros utentes se seguiram, num excelente processo de adaptação á nova casa e aos nossos dedicados colaboradores.

SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO À semelhança das instalações do Porto, com a abertura do edifício da Maia, o serviço de alimentação ficou a cargo da Gertal. Deste modo procuramos garantir a melhor qualidade aos nossos utentes, num serviço que consideramos essencial no âmbito da nossa missão.

Atentos às várias sugestões que nos têm chegado, em breve iremos também proporcionar aos familiares dos utentes da Maia, a possibilidade de almoçarem com os utentes.

ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ANSE | 1960-2015 No próximo dia 6 de Junho comemora-se o 55º aniversário da fundação da nossa Instituição. A data será celebrada no Porto e pela primeira vez na Maia, com a participação dos membros dos órgãos sociais, associados, colaboradores e utentes.

breves | 05

ASSEMBLEIA GERAL

PÁSCOA

A Assembleia Geral realizada no dia 21 de Março decorreu com razoável presença de associados. Quanto à participação apenas há que referir a excelência e oportunidade das intervenções dos vários associados que pediram a palavra.

Sem surpresa, foram aprovados, por unanimidade, as Contas do Exercício de 2014 e os novos Estatutos. Foi ainda aprovada a mudança de sede da Instituição para a Maia e a proposta de denominação dos edifícios do Porto e da Maia, homenageando a fundadora D. Maria José Novais e o actual Presidente, Dr. Sílvio Carvalho de Oliveira.

Mantendo mais uma tradição e como vem sendo hábito, comemorámos a Páscoa com as nossas utentes.

Com a coordenação da nossa animadora e a colaboração das estagiárias da ESE, as utentes elaboraram diversos trabalhos alusivos a esta quadra.

Como não podia deixar de ser, no Domingo de Páscoa não faltou o cabrito assado e o pãode-ló.

Ajude-nos e divulgue!

Basta doar 0,5% do seu IRS e 15% do seu IVA de 2014

Aqui está uma forma simples de ajudar o “Abrigo Nossa Senhora da Esperança” com a consignação de 0,5% do IRS e 15% do IVA suportado. Basta incluir o nosso nº de contribuinte (500.868.557) e respetivas cruzes nos locais indicados no exemplo e está a colaborar numa causa nobre.

06 | tema de capa

O Marketing sem fins lucrativos A Marca Atualmente, as Instituições têm cada vez mais que se empenhar apostando na profissionalização.

Por outro lado, a área da responsabilidade social das empresas também pode e deve começar a ser mais profissional.

Desde muito cedo que nos devemos habituar a trabalhar com a nossa máquina de comunicação. Entre 2 a 3 anos é o tempo que demora até que uma marca comece a ganhar notoriedade. Quando isso acontece, começamos também a entrar no circuito empresarial, do poder.

O grande desafio deste sector é termos a parte da emoção do nosso lado e a necessidade de sermos inovadores, tendo ainda a obrigação de educar quem está no outro lado.

“É TENTADOR ESTARMOS CONSTANTEMENTE A COMUNICAR AQUILO QUE FAZEMOS” Devemos trabalhar sempre como uma marca, apostando em campanhas com o intuito de nos tornarmos um nome de referência. É tentador estarmos constantemente a comunicar aquilo que fazemos. Devemos adoptar uma estratégia diferente de comunicação consoante o público alvo: os nossos clientes, as empresas ou o estado.

As empresas, se virem o retorno que podem vir a beneficiar ao associarem-se às marcas as quais por vezes podem ser tão fortes quanto as próprias empresas -, poderão ver que é possível obter maior notoriedade e rentabilidade.

Relação com as empresas Raramente nos aparecem apoios. O que acontece é haver empresas que, no âmbito da sua política de responsabilidade social, nos contactam, assim como contactam outras.

Mas cada vez acontece menos. Temos que ser nós, instituições, a procurar parceiros que possam viabilizar os nossos projetos, estratégias e objetivos.

Hoje em dia, quando pedimos apoios às empresas, estas gostam de se associar a causas com algum impacto. E nós temos que ser cada vez mais inovadores para os conseguir no “pacote” que apresentamos.

Relação com particulares Apesar das empresas terem um maior poder económico, os particulares são os que mais contribuem com donativos, mas há muito ainda a fazer. Como o que acontece com o donativo no IRS. Em Portugal devemos incutir às novas gerações esta responsabilidade social até porque somos um povo sensível. É cada vez mais importante que as pessoas saibam no que se concretiza o seu donativo.

Entendemos que em Portugal tem que se trabalhar mais os doadores particulares, envolver mais as pessoas, algo que já existe noutros países ao longo de várias décadas, como por exemplo nos Estados Unidos onde a maior fatia de donativos é obtida através de particulares.

Atração de recursos “Temos uma boa causa, as pessoas apoiarnos-ão.”

“Há muitas pessoas que podem dar dinheiro, e nós devemos procurá-las e convencê-las a dá-lo.”

“Temos de analisar a nossa posição no mercado, concentrarmo-nos nos doadores cujos interesses melhor vão de encontro aos nossos, e desenhar programas de angariação de forma a satisfazer as necessidades de cada grupo de doadores.” Philip Kotler

António Teixeira Gestor de Marketing

tema de capa | 07

A Economia Social A economia social incluí diversas formas associativas de instituições definidas por um conjunto de princípios e de valores comuns, que tem por objetivo proporcionar bem estar social ao seus utentes ou beneficiários. Estas instituições assumem a forma de cooperativas, mútuas, associações e fundações de solidariedade social, e mais recentemente empresas sociais que prestam serviços, nomeadamente em áreas do ambiente, assistência social e cultura. Quando falamos em economia social estamos a referir algo bem real como lares, creches, infantários, ensino, misericórdias, cantinas sociais, casas de acolhimento, apoios alimentares e tantas outras atividades.

“ALARGAR A DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA DE RESPOSTAS SOCIAIS À POPULAÇÃO IDOSA (...)”

A economia social assumiu um papel de relevo com a atual situação de crise, com especial destaque para as IPSS, na prossecução dos objetivos nacionais enquadrados na Estratégia Europeia 2020. A Comunidade Europeia nesse mesmo documento destaca o papel da economia social na luta contra a pobreza e desigualdades sociais definindo assim os seguintes eixos de atuação estratégica de médio e longo prazo: - Combate às desigualdades sociais, impulsionando a inclusão ativa; - Melhoria da eficácia e da eficiência da proteção social, promovendo a sua sustentabilidade e proximidade aos cidadãos e instituições; - Alargamento da Rede Pré-Escolar melhorarmento da Educação Pré-Escolar;

e

- Alargamento da Diversificação da Oferta de Respostas Sociais à População Idosa.

A intervenção junto da população mais idosa centrar-se-á no alargamento dos serviços de apoio domiciliário e no carácter inovador das respostas, permitindo aos idosos a manutenção da sua residência e do seu quotidiano diurno autónomo, mas precavendo e apoiando a sua segurança no período noturno.

As empresas da economia social representam 10% de todas as empresas a nível europeu e 6% do emprego total. Estes números pecam por defeito, porque à volta da economia social existe um grande apoio de voluntários e de donativos em espécie que não são quantificados, o que é particularmente visível nos bancos alimentares.

“EM PORTUGAL A ECONOMIA SOCIAL TEM FORTES RAÍZES HISTÓRICAS (...)”

Em Portugal a economia social tem fortes raízes históricas, registando-se um grande desenvolvimento a partir de 1974 e o papel das IPSS definidas pela Constituição de 1976. As IPSS desenvolvem atividades no âmbito da segurança social, proteção na saúde, educação e habitação. Segundo dados da DGSS existiam registadas com fins de ação social cerca de cinco mil IPSS, em 2010, numa tendência de crescimento desde 2008.

“(...) A ECONOMIA SOCIAL VAI TER UM MAIOR RELEVO NA SOCIEDADE (...)”

Cada vez mais a economia social vai ter um maior relevo na sociedade e na própria economia. Não se pode falar em economia social sem falar em gestão social, a qual podemos considerar como a administração das instituições que fazem parte da economia social.

Essa gestão tende cada vez mais a ser profissionalizada, necessidade essa que foi admitida pelo governo com o novo Decreto-Lei n.º 172A/2014 de 14 de novembro, que consagra a importância da economia social e da necessidade de modernizar as suas instituições.

Isabel Proença Economista

08 | tema de capa

Gestão de Pessoas Gerir pessoas em contextos de trabalho significa controlar os fatores que interferem na qualidade de trabalho e de vida dos colaboradores, não no sentido de manipulação da sua conduta, mas sim no sentido de identificar as melhores condições para cada tipo de serviço, as competências necessárias a serem desenvolvidas, os fatores que motivam os colaboradores e os recursos e as estruturas necessárias para a execução das atividades.

Numa área vocacionada para a Pessoa Idosa, o papel mais importante a desenvolver será sempre o desempenhado pelas Pessoas (Colaboradores) que irão prestar o serviço.

“NA ANSE ESFORÇAMO-NOS DIÁRIAMENTE PARA ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO E A MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES (...)”

Na ANSE esforçamo-nos diariamente para estimular a participação e a motivação dos Colaboradores através da promoção do trabalho em equipa multidisciplinar. Para tal, foram implementadas várias medidas para esse efeito.

São realizadas reuniões semanais com o corpo técnico para esquematizar objetivos, promover a sua execução e avaliar o seu impacto. É também planificado o trabalho a desenvolver durante a semana seguinte, auscultadas dúvidas e propostas de melhoria contínua para os serviços prestados.

Ao nível do corpo clinico, mensalmente (e sempre que necessário) é realizada uma reunião onde se encontra presente o Diretor-Geral, a Diretora Técnica, o Médico Coordenador e as duas Médicas de Clinica Geral, o Enfermeiro Coordenador, a restante equipa de Enfermagem e os Fisioterapeutas, com a finalidade de se partilhar pareceres relativos aos Clientes, procurar a melhor solução, para cada caso individualizado e partilhar duvidas e sugestões de melhorias a implementar.

“O OBJETIVO PRINCIPAL É O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO EM EQUIPA (...)”

Passemos agora aos colaboradores que se encontram 24h/dia com os Clientes: os Colaboradores de Geriatria. Mensalmente (e sempre que necessário) é realizada uma reunião em cada um dos polos (Porto e Maia) onde se encontra presente o Diretor-Geral, a Diretora Técnica e os Colaboradores de Geriatria para se avaliar o trabalho decorrido até à data, esquematizar objetivos, partilhar orientações, dúvidas e propostas de melhoria. O objetivo principal é o desenvolvimento do trabalho em equipa com a finalidade última de prestar um serviço de excelência aos Clientes. Para potenciar a participação e envolvimento de todos os colaboradores nessas reuniões, é entregue previamente um documento para recolha de temas a serem abordados na reunião. Aos Colaboradores que não tenham possibilidade para estar presentes é entregue uma ata para tomada de conhecimento de todos os assuntos tratados e prestado o esclarecimento de dúvidas em atendimento personalizado.

Ainda relativamente aos Colaboradores de Geriatria, importa referir que a esquematização da escala horária é efetuada por turnos rotativos que respeitam a legislação aplicável e garantem o periodo de descanso obrigatório para potencializar a recuperação fisica e psicológica necessária para o desempenho das suas funções. Os Colaboradores têm ainda a autonomia para descriminar, em formulário próprio, as preferencias de folgas e turnos relativas ao mês seguinte de forma a se proporcionar uma maior adequação entre a sua vida profissional e pessoal. Diariamente é também é efetuada uma distribuição de serviço por Piso/Ala de forma a garantir o correcto desempenho das tarefas enunciadas.

Antes de finalizar, será necessário realçar a importância da promoção de vínculos entre os Colaboradores e os Clientes numa área que lida tão proximamente com a intimidade e autonomia do Cliente.

tema de capa | 09

A Gestão das IPSS Na ANSE não existem prestadores de serviços relativos ao quadro de pessoal de geriatria, ou seja, celebramos contratos de trabalho que se pretendem renováveis de acordo com a avaliação de desempenho. Desta forma, potenciamos o sentimento de pertença e a motivação do Colaborador enquanto promovemos a formação interna e a prática necessária ao desempenho das suas funções. Como consequência de um quadro de pessoal estável, potencializamos o estabelecimento de vínculos e rotinas com os nossos Clientes, a sensação de “familia” e “caras conhecidas”, que tanto conforto promove quando já não é possivel estar inserido na sua família nuclear. Ao longo do tempo são criados laços e a certeza de que todos os Clientes são identificados imediatamente pelos colaboradores, conhecendo os seus gostos, rotinas, objetivos e anseios.

“(...) POTENCIALIZAMOS O ESTABELECIMENTO DE VÍNCULOS E ROTINAS COM OS NOSSOS CLIENTES, A SENSAÇÃO DE “FAMILIA” E “CARAS CONHECIDAS” (...)”

Sem me alongar mais, aproveito a oportunidade para aplaudir e agradecer a todos os Colaboradores o trabalho que tem vindo a ser realizado na ANSE Porto e a disponibilidade, criatividade e perseverança com que contribuíram para o sucesso da abertura das novas instalações na ANSE Maia.

A gestão das IPSS deverá antes de mais, respeitar a missão das instituições e os seus valores. Todavia, este argumento não pode servir de desculpa para a falta de rigor, profissionalismo e competências, que, frequentemente, são associados às IPSS. Com efeito, a evolução dos tempos e a conjuntura sócio--económica actual já não se compadecem com o voluntarismo das pessoas que, ao longo de décadas, geriram com empenho e dedicação, mas também com muito amadorismo, as IPSS. Neste âmbito, a gestão destas instituições deve ser encarada como um meio para garantir o cumprimento da missão e da sustentabilidade das IPSS. Em tempos não muito distantes, a missão era praticamente a única preocupação dos dirigentes das IPSS. Quando as coisas corriam mal, as autarquias e a Segurança Social lá estavam para distribuir subsídios. No entanto, esta situação está a mudar, infelizmente não por via de melhorias significativas na gestão das IPSS, mas pela diminuição das verbas públicas.

“AS IPSS REPRESENTAM UM GRANDE DESAFIO DE GESTÃO (...)”

As IPSS representam, com efeito, um grande desafio de gestão e uma responsabilidade social acrescida para os seus dirigentes. Não é fácil gerir, com escassos recursos financeiros e humanos, e tendo à sua responsabilidade quase 50 idosos, 40 funcionários e 15 postos de trabalho indirectos. A gestão das IPSS só é possível com rigor e profissionalismo, sem esquecer uma elevada dose de dedicação e motivação. Não é fácil, mas é apaixonante!

Liliana Costa Direção Técnica António Figueiredo Diretor-Geral

SEGUROS A IBK – Mediação de Seguros, Lda, com sede Vila Nova de Gaia, Mediador de Seguros nº 414416524 com autorização para exercer atividade nos Ramos Vida e Não-Vida, conta com profissionais com uma vasta experiencia no mercado segurador.

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eventos | 11

Na ANSE mantém-se a tradição de comemorar todas as datas festivas. Com a chegada da primavera, no dia 21 de Março, recebemos uma vez mais a visita dos alunos da escola da Fontinha, que participaram nos contos de histórias com as nossas utentes.

Mais uma vez se comprovou os beneficios da interação entre idosos e crianças. ANSE

A comemoração da Páscoa começou cedo, com várias actividades, nomeadamente trabalhos manuais alusivos à quadra. Os trabalhos foram desenvolvidos com a coordenação da nossa animadora e a indispensável colaboração das estagiárias da ESE. ANSE

12 | eventos

25Abril ANSE-Porto

Testemunhos de Utentes sobre o 25 de Abril de 1974 Como não poderia deixar de ser, relembramos com os nossos utentes a data em que se implementou o regime democrático em Portugal, o 25 de Abril de 1974, a conhecida Revolução dos Cravos. Eles que viveram o antes e o depois desta data marcante podem contar-nos os seus testemunhos e como viveram esse dia.

Assim sendo, em paralelo com os trabalhos manuais desenvolvidos com esta temática, decidimos relatar algumas vivências da época, contadas pelos próprios.

Estavam muitas pessoas na rua, junto do quartel militar. Estavam muito contentes, algumas tinham cravos nas mãos. Sei que muitas pessoas, nem dormiram de noite, para festejarem.

Havia a Mocidade Portuguesa, para as crianças, e nesse dia estavam todos muito contentes pois com a revolução, deu-se também o fim desta organização, fui para perto deles porque estavam todos em festa. Mudou muita coisa desde então, algumas coisas foram muito boas mas nem tudo foi para melhor.”

A D. Helena Ferreira, hoje com 80 anos, conta-nos um episódio que reflete a pouca informação que circulava na época: - “No dia 25 de Abril, recebi uma chamada da escola dos meus filhos. Pediram-me para os ir buscar pois ia haver um movimento nas ruas.

Fui aflita à escola, trouxe-os para casa e fechei as portas e as janelas. Coloquei também jornais a tapar os vidros para que ninguém pudesse ver lá para dentro. Assim ficámos, até que a revolução acabasse.”

Outro testemunho interessante, que nos transmite uma visão muito pessoal sobre as alterações sociais que o 25 de Abril introduziu, é relatado pela D. Margarida Pinto, hoje uma jovem de 85 anos: - “Antes do 25 de Abril era tudo muito diferente, nesse tempo não tínhamos liberdade de expressão, era tudo controlado pela PIDE. Lembro-me menina, que nas escolas, os rapazes não podiam estar junto das raparigas. Nesse dia, quando saí para a rua vi que havia muita confusão.

Daniela Rebelo Animadora

livros | 13 MANOEL DE OLIVEIRA - O HOMEM DA MÁQUINA DE FILMAR RUTE SILVA CORREIA EDITORA LEYA/OFICINA DO LIVRO

Manoel de Oliveira pediu um dia ao pai uns trocos para comprar uma máquina de filmar. Foi o início de uma aventura ímpar. Este livro é a história da sua vida, organizado por décadas. Da infância no Porto e dos anos de intensa actividade desportiva na juventude (nunca gostou de estar parado: foi campeão de salto à vara, trapezista voador, corredor de automóveis, piloto acrobático…). Do casamento por amor e para toda a vida (nos tempos de namoro, sobrevoava uma quinta no Douro e atirava flores a Maria Isabel). Dos filmes, dos amigos e de todas as cumplicidades. Dos desacertos nacionais e da aclamação, internacional primeiro.

Os filmes do grande realizador português não passam: ficam. Não acontecem: são. Talvez Manoel de Oliveira tenha filmado para um país ainda por existir, à nossa espera.

Manoel de Oliveira - O Homem da Máquina de Filmar está organizado de forma a que todos possam conhecer a extraordinária vida do maior realizador português de todos os tempos, sendo também uma forma de homenagear o homem que morreu aos 106 anos.

Já disponivel nas livrarias

ESCOLHAS DIFICEIS

HILLARY RODHAM CLINTON EDITORA D. QUIXOTE Escolhas Difíceis, o relato pessoal das crises, decisões e desafios enfrentados pela secretária de Estado dos Estados Unidos durante os quatro anos na administração Obama.

“Todos enfrentamos escolhas difíceis nas nossas vidas”, escreve a agora candidata democrata às presidenciais norte-americanas nas primeiras páginas desta crónica dos seus anos no epicentro dos acontecimentos mundiais. “A vida é fazer este tipo de escolhas. As nossas escolhas, e a forma como lidamos com elas, formam-nos enquanto pessoas. Ao longo deste percurso, procurei não repetir erros, aprender, adaptar-me, e rezar para que tivesse a sensatez de fazer melhores opções no futuro.”

Após cerca de 40 anos de serviço público enquanto activista, advogada, procuradora, primeiradama e senadora, Hillary Clinton foi secretária de Estado dos EUA entre 2009 e 2013, período durante o qual visitou 112 países e percorreu um milhão e 6 mil quilómetros.

Já disponivel nas livrarias

BICHOS

MIGUEL TORGA EDITORA D. QUIXOTE Uma nova edição que assinala os 75 anos de uma obra que tem acompanhado várias gerações de leitores. Sobre este livro, dirigindo-se ao leitor, Miguel Torga escreveu o seguinte no prefácio: (…) «És, pois, dono como eu deste livro, e, ao cumprimentar-te à entrada dele, nem pretendo sugerir-te que o leias com a luz da imaginação acesa, nem atrair o teu olhar para a penumbra da sua simbologia. Isso não é comigo, porque nenhuma árvore explica os seus frutos, embora goste que lhos comam. Saúdo-te apenas nesta alegria natural, contente por ter construído uma barcaça onde a nossa condição se encontrou, e onde poderemos um dia, se quiseres, atravessar juntos o Letes».

Já disponivel nas livrarias

O ESPIÃO DE D. JOÃO II - PÊRO DA COVILHÃ DEANA BARROQUEIRA EDITORA CASA DAS LETRAS

Pêro da Covilhã, o formidável espião de D. João II, injustamente esquecido pelos historiadores e quase desconhecido dos portugueses, é uma personagem histórica invulgar, cujas acções tiveram enorme repercussão no xadrez político da Europa. Escudeiro do rei, que o escolhia para as missões mais secretas e arriscadas, era dotado de qualidades e talentos excepcionais: memória fotográfica, extraordinária aptidão para aprender línguas, mestria na arte do disfarce para assumir as mais diversas identidades, capacidade de adaptação ao imprevisto, perícia no manejo de todas as armas do seu tempo, uma imensa coragem e espírito de sacrifício, ideais cavaleirescos da Demanda, da Aventura e do culto da Mulher e do Amor.

A autora convida-nos a acompanhar Pêro da Covilhã na sua longa peregrinação de cerca de seis anos pelas regiões do Mediterrâneo, Mar Vermelho, Arábia, Pérsia, costas do Índico, Calecut, África Oriental e Etiópia, e descobrir lugares, povos e culturas nunca antes vistos por um ocidental, cujos costumes lhe eram completamente estranhos.

Já disponivel nas livrarias

14 | instituição

instituição | 15

2º ANIVERSÁRIO DA REVISTA ANSE Com a saída do número 12 da Revista que editamos, completaram-se dois anos.

A nossa iniciativa parece ter-se concretizado e cimentado entre todos aqueles que vivem e convivem com a nossa Instituição. Sejam os nossos clientes acolhidos nas nossas duas casas (Porto + Maia), sejam as famílias, os funcionários, os fornecedores, todos quanto giram à nossa volta.

A comunicação conseguida com base na nossa Revista confirma o que se sabe, estreitando o convívio de ideias e de presença.

Exatamente por isso esperamos colaboração e apoio. Ninguém na vida vence sozinho e é dono em exclusivo de qualquer iniciativa. Começamos nós, Direção e estimulamos os nossos funcionários e amigos. Mas esperamos que ao entusiasmo inicial se consiga garantir a continuidade e, se possível, um acrescento de ideias e obra feita.

Aos nossos amigos que nos dão apoio, devemos-lhes um agradecimento. Esperamos corresponder ao que esperam de nós. Se o conseguirmos estaremos todos bem.

Sílvio Oliveira Diretor da Revista

Mais um ano se passou desde que nasceu este nosso projecto, que surgiu da necessidade de termos um meio para comunicar o que fazemos e para onde queremos ir, fornecendo informação variada aos associados, familiares, utentes, fornecedores, colaboradores e outras entidades.

Neste momento fazemos chegar a nossa revista a mais de 300 destinatários, entre particulares, empresas e organismos do estado, em formato digital e em papel.

Renovamos o convite a todos os que colaboram e queiram colaborar, a fazer parte deste projecto que se pretende aberto e participativo pela sociedade civil.

António Teixeira Editor da Revista