Akadémicos 57

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NO ÂMBITO DA INICIATIVA

UM DIA COM OS MEDIA

UM JORNALISMO MAIS PRÓXIMO págs. 4 e 5

págs. 4 e 5

Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1451, de 03 de maio de 2012 e não pode ser vendido separadamente.

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José Carlos Abrantes O papel do provedor é tornar públicas as críticas que recebe págs. 6 e 7


2 Um dia com os Media*

* Operação Nacional de Reflexão

A ABRIR

sobre os Media, promovida pela Comissão Nacional da UNESCO, Conselho Nacional da Educação, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Gabinete para os Meios de Comunicação Social e Universidade do Minho – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade.

O desafio foi-nos colocado pelos promotores da iniciativa ‘Um dia com os media’: dinamizar uma ação que, no contexto das comemorações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e Expressão, definido pela Organização das Nações Unidas, pudesse constituir um contributo para pensar o funcionamento dos media e as suas relações com os cidadãos. Neste movimento (de expressão acentuada pelo seu contorno nacional) propusemo-nos incorporar e explorar essa reflexão

nos nossos próprios projetos de comunicação – Akadémicos e Rádio Iplay – que têm hoje edições especialmente dedicadas ao tema. É neste contexto que o Akadémicos propõe, neste número, uma conversa com o Provedor do Telespetador do canal público de televisão e ainda um ‘olhar’ sobre a realidade e os desafios futuros da informação em contextos de proximidade. Mas porque a discussão pode começar nas páginas dos jornais, nos ecrãs de televisão, nos microfones de rádio, mas não deve esgotar-se neles, prolongaremos a reflexão numa sessão de debate com a comunidade académica. Um momento onde, a partir da reflexão crítica sobre os nossos próprios meios, procuraremos pensar sobre este complexo conceito de proximidade e sobre a forma de o tornar cada vez mais efetivo, sobre formas de tornar os meios mais relevantes para os públicos, mas também de explorar o potencial de atividade dos públicos na sua relação com os meios. Tendo a iniciativa como alcance a educação para os media, e considerando o nosso próprio contexto educativo, contribuímos com debate sobre formas de acentuar o valor dos meios e o valor dos públicos, em novos quadros de interação, propiciados, por exemplo, pela Internet.

TEATRO

DANÇA

24 maio, 21h30 Teatro José Lúcio da Silva

12 maio, 21h30 · Teatro José Lúcio da Silva

AMADEUS

A FUGA

João Diogo Santos

O caos instalou-se na vida de Vicente Calado, um ministro que se demitiu após um escândalo de corrupção. No meio da crise, Vicente conhece um ser apaixonante: uma vendedora ambulante que vai mudar a sua vida para sempre. Esta comédia de Jórdi Galcerán conta com um elenco de luxo, José Pedro Gomes, Maria Rueff e Jorge Mourato. Billhetes: 12,5€.

A Companhia de Dança de Aveiro chega a Leiria para apresentar o seu espetáculo, Amadeus. A coreografia fala-nos do tratar do corpo nas suas múltiplas expressões, na sua descoberta e aperfeiçoamento, onde os bailarinos são como notas introduzidas nas obras deste compositor, Wolfgang Amadeus Mozart. Venha deliciar-se. Bilhete: 7,50€

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NÃO PERKAS

www.literaciamediatica.pt /umdiacomosmedia

EXPOSIÇÕES Até 22 maio · Edifício Banco de Portugal

NO MEU SILÊNCIO VEJO-TE EM PALAVRAS

MÚSICA 05 maio, 21h30 · Teatro José Lúcio da Silva

SEAN RILEY AND THE SLOWRIDERS

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Sean Riley and the Slowriders são uma banda Conimbricense com um género predominantemente folk, rock e blues. Com espectáculos em países como Noruega, Alemanha e Holanda, esta banda está a internacionalizar-se. No dia 5 de maio, Sean Riley and the Slowriders apresentam-se à cidade de Leiria com um espetáculo que faz parte integrante da tournée de apresentação do seu quarto álbum It’s Been a Long Night, lançado em 2011. Bilhetes: 12,5€.

No meu silêncio vejo-te em palavras é uma exposição da pintora Maria João Franco, filha de Miguel Franco, conceituado ator e dramaturgo da cidade de Leiria. As obras da pintora têm uma tendência expressionista quer na abstração quer na sua passagem para a figuração. É possível ver ou rever a exposição até dia 22 de maio, de segunda a sexta, das 9h00 às 17h00, e sábados das 14h00 às 18h00. Entrada Livre. EVENTOS Até 22 maio

Diretor Interino João Nazário direccao@jornaldeleiria.pt Coordenadores Pedagógicos Catarina Menezes cmenezes@ipleiria.pt Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt Apoio à Edição Alexandre Soares asoares@ipleiria.pt

Departamento Gráfico Jorlis - Edições e Publicações, Lda Isilda Trindade isilda.trindade@jornaldeleiria.pt Maquetização e Projeto Gráfico Leonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–IPL leonel.brites@ipleiria.pt

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FEIRA DE MAIO

Secretariado de Redação Ana Neves Redação e colaboradores Ana Neves, Ana Vieira, Andreia Narciso, Bárbara Jorge, Gonçalo Dourado, Daniel Sousa, João Diogo Santos, João Peixoto, Mariline Santos, Patrícia Calado, Patrícia Gonçalves, Pedro Rodrigues, Rebeca Silva, Sara Silva, Tânia Graço.

Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Nuno Mangas presidencia@ipleiria.pt

Como já faz parte da tradição da cidade, a Feira de Maio está de volta. Num local onde se consegue conjugar o negócio local e o divertimento, o recinto vai estar repleto da cor e animação a que nos tem habituado. O cartaz de espetáculos está disponível na página online do município. Não deixe de visitar o recinto. Com certeza que não se vai arrepender. Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

Diretor da ESECS Luís Filipe Barbeiro barbeiro@ipleiria.pt Diretora do Curso de Comunicação Social e Educação Multimédia Alda Mourão alda.mourao@ipleiria.pt

akademicos.esecs@ipleiria.pt


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03 maio 2012

Alunos de Animação Cultural dinamizam museus

ESTÁ –a– DAR

Os alunos do primeiro ano da licen� ciatura em������������������������� Animação Cultural ������ reali� zam, no dia 18 de maio, um projeto de dinamização cultural na Casa Museu João Soares, situada na freguesia de Cortes, com o intuito de comemorar o “Dia Internacional dos Museus”. Tendo como ponto de partida o convite dirigido a todos os museus do mundo pelo Conselho Internacional dos Museus para refletirem sobre o tema “Museus num Mundo em Mu� dança: Novos Desafios, Novas Ins� pirações”, pensando na forma como podem constituir-se como lugares de encontro das comunidades, será desenvolvido um programa de ati�

vidades vocacionado para diferentes públicos da freguesia das Cortes. Os mesmos estudantes realizarão ainda, no dia 31 de maio, no espaço do Moinho de Papel, um workshop de criatividade com recurso a técnicas teatrais e artes plásticas direciona� das para o público sénior, bem como para os estudantes do ensino supe� rior. Segundo os responsáveis pelo projeto, pretende-se com a iniciativa transformar o Moinho num palco de sociabilidades, envolvendo os parti� cipantes enquanto praticantes cul� turais de pleno direito e fomentando relações de proximidade com as artes e os objetos artísticos. k

Semana académica termina hoje Texto Rebeca Silva

Finaliza hoje a 20ª edição da Se� mana Académica de Leiria. Em palco, e com bilhetes a 10 Euros para estudantes e a 12 Euros para o restante público, vão estar a Ins� tituna e os Diabo na Cruz. Está ainda prevista animação dos Djs Scooby Doo, DJ Yuri, DJ Ricardo M, DJ Pete Alexander. O evento teve inicio no passado Domingo, dia 29 de Abril, com a Serenata, um dos

KÁ ENTRE NÓS Gonçalo Dourado

Arte de Rua

Nos últimos meses, a região de Leiria tem recebido a visita do “Artista Mistério”. Tal como o nome indica, ninguém conhece o artista, pois as suas obras de arte são feitas durante a noite e apenas no dia seguinte é que são notadas. No seu portefólio, constam corvos pintados nos viadutos da IC17, um viajante na estação de comboios de Monte Real, uma menina no cemitério de Carvide, o castelo de Leiria na Quinta de Santo António, o retrato de uma cena do livro O Crime do Padre Amaro na Sé e outros na Marinha Grande, Nazaré e na Praia da Vieira. A população tem recebido as intervenções com agrado, pois as produções são realmente boas. Chamam a aten-

momentos mais marcantes na vida dos estudantes do ensino superior. O largo da Sé encheu� -se de estudantes trajados e ca� loiros que só a partir da meia noite passaram a poder usar o traje, símbolo da academia e da cidade de Leiria. A noite, que contou com a participação de familiares, amigos, prosse� guiu no antigo recinto da Au� toLeiria, onde a Tuna Mista

ção das pessoas e ilustram situações que combinam com o local onde são feitas. O retrato da cena em que o Padre Amaro beija Amélia encontra-se mesmo perto da Sé, o que nos lembra a polémica que houve com a igreja quando a obra de Eça de Queirós foi publicada e a ligação do autor a Leiria. Mas não é caso único. Percorrer a zona histórica da cidade, pelos lados do Terreiro, Rua Direita e suas transversais, é como estar num museu ao ar livre, que nos faz refletir. Desde opiniões sobre a música dos Muse, até recordações do famoso jogo dos anos 80, Pacman, a famosas declarações de amor, referências à própria cidade e ao rio que a atravessa, de tudo vamos encontrando. Frases ou desenhos esboçados com talento e perícia criam uma verdadeira galeria de arte. A arte urbana mais conhecida apresenta-se em grafitis, estêncis ou outros materiais, e pode ser vista um pouco por qualquer cidade. O único problema, é que se esta arte de rua for feita em propriedade privada pode levar à apresentação de queixa às autoridades e o autor pode ser acusado de crime. Cá para mim, se a intervenção de rua for bem feita, e tiver um bom objetivo, é arte. Já que

da Escola Superior de Saúde (Higiatuna), Tuna mista da Escola Superior de Educação e Ciências Socias (Tumácanéni� ca) e a Tuna Masculina do IPL animaram a festa. O cartaz contou ainda com nomes como Quim Barreiros, Xutos e Pontapés, Kumpania Algazarra e Jaimão, além da presença já habitual de diver� sos Dj´s. k

a maior parte das casas estão desabitadas e muitas delas em estado de degradação, porque não dar oportunidade a verdadeiros artistas e deixá-los pintar algumas paredes? Porque não dar alguma cor à zona mais antiga da cidade? Porque não tentar mudar mentalidades? Existem diversas maneiras de expressar sentimentos, opiniões e gostos mas, nos dias que correm, essas mensagens são transmitidas desta forma original, para que sejam vistas por todos e para que quem passa vá pensando num ou noutro assunto. Na minha opinião estes grafitis, odiados por muitos, são uma mais-valia para a cidade. É arte que merece respeito, quando é feita com talento. k

TAK TOMOGRAFIA AXIAL KOMPUTORIZADA texto

Patrícia Calado

João Pedro Caldeano

Ex-aluno da ESAD faz sucesso em Londres Aos 29 anos, João Pedro Caldeano conta já com um currículo bem recheado. Fruto do trabalho realizado em várias áreas tais como cinema, teatro e música, o antigo aluno do curso de Som e Imagem da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (ESAD) é técnico de apoio às equipas de filmagem numa das maiores empresas de cinema do mundo, a ARRI Media. Natural das Caldas da Rainha, João Pedro começou a interessar-se por direção de fotografia e tudo o que implicava a criação/iluminação de uma cena. Durante a licenciatura juntou-se a uma companhia de teatro nas Caldas da Rainha (Teatro da Rainha) que lhe “permitiu crescer no mundo artístico a nível criativo”. Acrescenta ainda que foi nessa altura que começou “a ter perceção de como as coisas são feitas por detrás do palco ou de uma tela de cinema, que para um espetáculo durar uma hora tem de ter preparação de semanas ou mesmo meses”. Quando acabou a licenciatura, o antigo aluno da ESAD comprou “bilhete só de ida para Londres para não ter a tentação de voltar para trás”, conta. Pediu emprego à ARRI, empresa de aluguer de cameras para cinema. Ficou à experiência. Como ao fim de três meses continuava sem remuneração voltou para Portugal. Um pouco desmotivado, mas com “a experiência e a aventura” na bagagem, refere. Mas a oportunidade de regressar a Londres chegou. Recebeu um e-mail da ARRI Media a perguntar se estava interessado em voltar e não hesitou em comprar novo bilhete. Assinou contrato como ajudante na secção de preparação das câmeras e no primeiro ano ganhou o prémio de empregado mais dedicado. Foi ascendendo na empresa até responsável por todas as equipas de filmagens que fazem testes com material da ARRI. Depressa se adaptou a Londres, já que “é uma cidade que tem tudo”. Como inconveniente, João Pedro refere apenas o custo de vida, que considera elevado. Atualmente está envolvido em projetos bem conhecidos dos portugueses tais como The Inbetweeners e Downton Abbey. Paralelamente, tem feito fotografia como freelancer, filmado várias curtas-metragens, videoclips para bandas e anúncios. João Pedro Caldeano refere ainda que acabou “de publicar um livro eletrónico sobre fotografia” e que tem “outro livro em mente sobre iluminação para TV e cinema, que terá várias fotografias exemplificativas com o respetivo diagrama de luz, para se perceber como iluminar/criar certos ambientes visuais”, explica. Quanto a projetos futuros, deseja trabalhar como diretor de fotografia a tempo inteiro e “possivelmente ganhar a experiência necessária e conhecimentos para filmar uma longa-metragem”. k

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Texto Andreia Narciso


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KAPA

O FUTURO DO JORNALISMO TAMBÉM PASSA PELO BAIRRO

Contextos em mudança

Texto Ana Neves, Mariline Santos, Patrícia Calado, Tânia Grácio

“Por uma boa história, por uma boa notícia, vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo”. O slogan da TSF é algo que Adelino Gomes, referência do jornalismo português e investigador do Institu� to Universitário de Lisboa (ISCTE), considera ainda atual, 20 anos depois da criação da rádio noticiosa, que mudou o paradigma dos media em Portugal. E as boas histórias, as notícias aconte� cem em todo o lado e não apenas nos corredores do poder de Lisboa ou nos centros económicos e políticos do mundo. Emídio Rangel, fundador da TSF e da SIC, vai mais longe e aponta o jornalismo regional como o espaço onde é possível ser mais eficaz porque, nos meios mais pequenos, não há concor� rência ao trabalho dos jornalistas. “É exatamente quando estamos numa época de globalização que o jornalismo regional ainda faz mais sentido, porque quanto mais globais somos, quanto mais informação nos chega de todos os cantos do mundo, mais necessidade temos de saber quem somos, o que acontece à nossa volta�������������� e o que acon� tece no nosso círculo restrito”. Por isso, diz, esse tipo de “jornalismo é decisivo e importante”. Antigo aluno do curso de Comunicação So� cial e Educação Multimédia (CSEM) do Institu� to Politécnico de Leiria (IPL) e atual jornalista e colaborador de uma rede de investigadores ibero� -americanos que tem estudado o impacto das no� vas tecnologias nos media locais, Pedro Jerónimo considera que “quem tem cumprido o papel de informar com regularidade a freguesia, o conce� lho, o distrito, têm sido as pequenas publicações”. São estas estruturas, explica, que “melhor memó� ria têm do que se passa na proximidade, porque a acompanham diariamente”.

Segundo a Entidade Reguladora da Comuni� cação (ERC), existem em Portugal mais de 700 publicações regionais, mas muitas delas vivem problemas económicos antigos, sofrem de falta de escala e contam com poucos jornalistas por título. Um panorama que enfrenta agora a con� corrência de uma informação global, produzida não apenas pela imprensa nacional mas também pela blogosfera ou pelas redes sociais. Estes novos desafios obrigam o jornalismo a reinventar-se e isso também se passa nos meios regionais. O jor� nalismo “que é feito em exclusivo por jornalistas está a mudar. Os cidadãos já produzem e parti� lham informação, o que não faziam há 15 anos, por exemplo», explica Pedro Jerónimo. Jornalista desde os anos 70, Adelino Gomes é otimista e acredita no futuro do jornalismo porque a informação é um bem cada vez mais precioso. “��������������������������������� Fala-se da morte dos media tradi� cionais, mas pelo contrário nunca houve uma oportunidade tão boa do jornalismo se afir� mar”, salienta. Novas tecnologias e novos desafios

Um jornal já não está apenas circunscrito ao formato de papel e, com o aparecimento de novas tecnologias, os media tiveram de assumir novas plataformas, como a net e a multimédia, um pas� so que ainda demora a ser dado pelos jornais re� gionais. “Temos mais dificuldade de tirar provei� to destas plataformas digitais, mas se pensarmos bem, são essas plataformas que melhor podem aproveitar o fenómeno da globalização”, indica Ricardo Jorge Pinto, diretor-adjunto da Agência Lusa e docente na Universidade Fernando Pessoa. E isso “não é só por ser mais barato”, mas também porque “muitos jornais locais se destinam a leito� res que estão fora do país, emigrantes que querem saber o que se está a passar na sua terra, e que portanto agora poderão ter acesso mais facilitado a esse mesmo conteúdo”, acrescenta. A conjuntura económica atual requer não só esforços às empresas detentoras de jornais, como também aos próprios jornalistas que, hoje em dia,

A imprensa regional parece estar a conseguir sobreviver a um mundo de media globalizados. Num tempo em que todos somos cidadãos do mundo, será que o jornalismo regional ainda faz sentido? têm ��������������������������������������������� de ser cada vez mais polivalentes. João Cana� vilhas, investigador da Universidade da Beira In� terior (UBI) fala da formação que pode ser dada nas escolas: “os velhos paradigmas da comunica� ção que nós utilizávamos devem ser revistos à luz de tudo o que está a acontecer. Hoje em dia têm de existir áreas próprias que formem as novas ge� rações para as tecnologias”. As competências podem ser adquiridas nas escolas, mas a formação não é apenas da respon� sabilidade das instituições de ensino, pelo que os jovens devem ser mais ativos. “Se há cursos de jornalismo ou comunicação social que não acompanham o ritmo, resta aos alunos fazerem o trabalho de casa e procurarem noutros lugares”, complementa Pedro Jerónimo. O investigador propõe ainda a “cooperação entre os media regio� nais e as universidades”, colocando “estudantes nas redações e jornalistas nas escolas, a partilha� rem espaços e saberes”. Que futuro?

Apesar dos problemas que enfrentam as publi� cações nacionais, o futuro da imprensa regional não parece ser menos negro. “Ainda estaremos longe das reduções drásticas nas vendas de jornais regionais”, mas “elas vão-se sucedendo a pouco e pouco” e “se o foco se mantiver unicamente no meio impresso, continuando-se a descurar o online, então alguns jornais regionais poderão cami� nhar para a extinção”, afirma Pedro Jerónimo. No entanto João Canavilhas é menos pessimis� ta. O jornalismo regional “terá, à partida, espaço de crescimento porque hoje em dia �������������� é������������� possível le� var o jornalismo local cada vez mais longe e levá� -lo aos sítios onde estão as pessoas. “Hoje temos um conjunto vasto de plataformas que permite que este tipo de jornalismo seja cada vez mais im� portante”, acrescenta. Emídio Rangel vai ainda mais longe: “quando não há jornalismo de proximidade, o jornalismo está completamente condenado”. De facto, “o jornalismo de proximidade é um jornalismo de canal direto aos cidadãos comuns, e os cidadãos comuns é que são decisivos”. k


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A INTERNET NÃO CONSEGUE SUBSTITUIR OS JORNAIS LOCAIS JOÃO LUÍS CAMPOS DIRETOR-ADJUNTO DO JORNAL DIÁRIO DE COIMBRA

“Todo o jornalismo, de um modo ou outro, tem de ter proximidade. Não faz sentido escrevermos notícias que não tenham a ver diretamente com a vida das pessoas, quer sejam notícias sobre a rua ou o bairro da pessoa, quer seja sobre decisões mesmo tomadas noutros países, mas que tenham influência direta na vida de cada um. Só assim é que faz sentido e só assim é que as pessoas leem aquilo que nós escrevemos. O papel dos leitores é essencial, porque muitas das notícias que nós escrevemos partem de problemas que os leitores partilham connosco. Hoje em dia temos os proble� mas que todas as empresas da comunicação social têm. Estamos a adaptar-nos a um mercado que implica alguma redução na publicidade, portan� to temos de nos reorganizar nas nossas estruturas para podermos continuar a nossa missão. No caso do Diário de Coimbra há quase 82 anos que o faz diariamente e as dificuldades neste momento são um bocado dos meios que não são os mesmos de outras empresas, que muitas vezes não vivem do negócio da comunicação social. O futuro é conti� nuar a informar, continuar a ser próximo, porque são essenciais e imprescindíveis às populações que servem. O desenvolvimento das cidades onde os jornais locais insistem é diferente, é um sinal de desenvolvimento das cidades. Será muito mais fá� cil substituir algum jornal nacional andando pela internet à procura, do que os jornais locais”.

COM MENOS GENTE, COLOCO EM CAUSA O FUTURO PAULO PRATA CHEFE DE REDAÇÃO DO JORNAL NOTÍCIAS DE GOUVEIA

“A importância do jornalismo regional é imen� sa na medida em que a imprensa regional dá no� tícias e faz um acompanhamento dos eventos que têm lugar. No nosso caso, no interior, fazemos um acompanhamento que a imprensa nacional não faz seguramente. Como há cada vez menos gente aqui, coloco em causa o futuro do Notícias de Gouveia como também da generalidade da imprensa regio� nal. Sendo também que há determinado tipo de informações que só os jornais regionais é que as trazem. Embora saibamos das dificuldades e te� nhamos algumas dúvidas, também não somos as� sim tao pessimistas e reconhecemos que temos al� gumas boas condições de trabalho, não em termos de remuneração, mas em termos de condições físi� cas e de meios que nós devemos sempre valorizar”.

COM VONTADE DE LUTAR, OS JORNAIS VÃO SOBREVIVENDO MANUEL MADEIRA PIÇARRA DIRETOR E FUNDADOR DO DIÁRIO DO SUL

JORNALISMO DE PROXIMIDADE É A PRINCIPAL ARMA MILTON DIAS DIRETOR ADJUNTO DO JORNAL DO PICO

“Em meios pequenos, como é o caso da ilha do Pico, com uma população residente a rondar os 14 mil habitantes, o jornalismo de proximidade torna-se na principal arma de um jornal local. Só assim se consegue apro� ximar os leitores, falando e tornando público aqueles que são os problemas das pequenas localidades e dando voz às pessoas para que sintam que têm um meio perto de si que pode contribuir para a resolução dos seus proble� mas. As dificuldades económicas aumentam a cada dia que passa, refletindo-se na falta de meios, sobretudo humanos, o que torna bastante difícil o tratamento jornalístico da grande maioria dos assuntos”.

JORNALISMO LOCAL TAMBÉM É JORNALISMO GLOBAL RICARDO MIGUEL OLIVEIRA DIRETOR DO JORNAL DIÁRIO DE NOTÍCIAS DO FUNCHAL

“O jornalismo de proximidade é aquele que está mais de acordo com os nossos es� tilos de vida. Importa não esquecer que nós temos, cada vez mais madeirenses fora da região, o que exige uma melhor perceção de como estamos e como somos no meio da comunicação social porque, de facto, o jor� nalismo de proximidade é local, mas mes� mo local é, também, global. Portanto aqui� lo que, aparentemente, pode ser demasiado localizado pode ter grandes interesses para pessoas que estão atentas ao que se passa na sua terra de origem. O maior problema que para alguns é uma vantagem e para outros é uma desvantagem são as dimensões do mer� cado, onde temos que ter estruturas interes� santes do ponto de vista de recursos para dar resposta àqueles que nos leem. Acredito que daqui a 20 anos o nosso jornal diário será uma marca com diversos meios, diferentes dos que temos hoje e que irão surgindo ao longo dos anos, mas que serão perfeitamente adaptados quer à realidade regional quer às possibilidades desta nova realidade”.

“O jornalismo regional é im� prescindível para que haja um contacto mais próximo entre o leitor e a informação de proxi� midade entre a sua terra, o seu concelho ou o seu distrito. Os jornais nacionais normalmen� te não chegam em quantidade de vendas ao interior do país. Devemos ter em conta que em Portugal não se tem prestado

03 maio 2012

Rastilho Records

Da venda online à recuperação do vinil Nascida em 1996, a partir de um projeto de escola, a Rastilho Records é hoje um sítio online de venda de CDs e discos de vinil com música de KONSUMO todos os géneros e para todos OBRIGATÓRIO os gostos. texto O fundador, Pedro VindeiPatrícia Gonçalves rinho, conta que na altura com Sara Silva 18 anos imaginou “um simples catálogo de venda postal em papel”. Como explica, a ideia era disponibilizar CDs, livros e vinis de que gostava. Contactou com algumas editoras e pouco tempo depois o projeto foi aceite. O plano evoluiu para um espaço de venda online que já conta com mais de 10.000 clientes registados, sendo hoje considerada uma das maiores lojas online do país, principalmente na vertente da música Rock, Punk, Metal e Pop. Pouco tempo depois surgiu também a Editora Rastilho Records que já tem mais de 70 discos publicados e que se orgulha de já ter trabalhado com algumas das mais conhecidas bandas portuguesas, tais como os Moonspell. Em relação ao trabalho que a Rastilho Records desenvolve, Pedro Vindeirinho diz que editam “bandas portuguesas no formato CD e vinil”, para depois as colocar à venda no mercado. Atualmente, encontra-se em desenvolvimento um projeto de criação de discos de vinil dos álbuns das bandas Orelha Negra e Wraygunn. A melhoria e desenvolvimento do site é também uma prioridade, uma vez que é através dele que o público, tanto nacional como internacional, acede aos serviços disponíveis e contacta com a empresa. Para Pedro Vindeirinho os discos de vinil “têm um encanto diferente e acabam por ser um objeto de arte” cujo som “é muito mais genuíno, muito mais puro”. Tem também vindo a reparar que há cada vez mais jovens interessados no vinil, muitas vezes com o simples objetivo de colecionar. Para quem ainda fica inseguro com compras online, a Rastilho Records garante que tenta oferecer “o melhor serviço e os melhores produtos ao mais baixo preço”, de forma “cem por cento segura e fiável”. A empresa localiza-se nos Marrazes, em Leiria, mas a venda dos produtos é feita apenas através do endereço web, sendo depois efetuada a entrega direta ao consumidor. Pode aceder ao catálogo ou contactar a Rastilho Records através do site www.rastilho.com. k

atenção nenhuma à imprensa regional. Nos últimos anos tem havido um abandono por parte do governo e das autarquias e uma desvalorização da infor� mação. Os custos são relativa� mente elevados em função do custo de capa de cada jornal, esta é a primeira dificuldade da imprensa regional. A segun� da grande dificuldade é que as

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câmaras, os municípios e o esta� do não têm o entendimento que estes jornais precisam do apoio publicitário destas autarquias. Enquanto houver à frente dos jornais pessoas com vontade de lutar, os jornais vão sobreviven� do. Vão lutando com dificulda� des, reduzem em páginas e re� duzem o número de jornalistas ao seu serviço”.


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“O rigor é uma SENTADO coisa essencial NO MOCHO no jornalismo” JOSÉ CARLOS ABRANTES Provedor do telespetador da RTP Texto Ana Neves Fotos Rita Amaral

Qual o papel de um provedor de uma estação de televisão pública? O papel do provedor é, sobretudo, estar atento ao que os telespetadores dizem e tentar dar informação, perceber as razões que os levam a fazer críticas, fazer sugestões e fazer elogios. É essa ligação aos telespetadores que é fundamental num provedor. Mas eu diria mais. O provedor recebe muitas mensagens, tem também o Facebook… E eu julgo que o papel do provedor da televisão, como também de outros provedores (eu já exerci a função no Diário de Notícias como provedor de leitores) é tornar públicas as críticas que recebe. E é esse lado que torna o papel do provedor verdadeiramente diferente. Os jornalistas fazem crítica, por exemplo, entre si, mas essas críticas não são públicas, não aparecem ao público. Quais as reclamações mais frequentes? Se tivermos em conta, por um lado a informação e por outro o entretenimento, ou seja, os programas, o número de questões que são levantadas equivalem-se. A informação do telejornal é muito escrutinada porque os telespetadores como veem muito a informação, estão sempre a fazer observações em relação à informação que recebem. Mas também, por exemplo, o concurso “O elo mais fraco” tem sido uma fonte de constantes reclamações. E quais as sugestões mais dadas pelos telespetadores? Os telespetadores têm mais sugestões do que eu posso enumerar. Sugerem que se mudem as horas de programas que dão muito tarde. Dizem que as aberturas dos telejornais são muito longas e, portanto, querem o noticiário com notícias de abertura mais

Aos 66 anos, José Carlos Abrantes é o atual provedor do telespetador da RTP. Prestes a completar um ano desde a nomeação para o cargo, o professor e investigador da área dos media faz um balanço e fala da importância da proximidade com o telespetador

curtas. Algumas pessoas acham que há muito desporto. Outros acham que há muita política. Ainda agora estou a preparar um programa sobre congressos partidários, exatamente porque um telespetador achou que o tempo que foi dado logo na abertura do telejornal à cobertura do congresso foi excessivo. Que encaminhamento interno é dado às situações que chegam? Quando eu considero que são coisas que deveriam ser dadas a conhecer aos diretores, eu dou-lhes a conhecer para eles responderem. Há coisas a que eu não sei responder ou não me quero substituir ao diretor. Se ele tomou a decisão, ele é que tem que me dar indicação do motivo porque tomou a decisão. Quando isso acontece, espera-se pela resposta do diretor e depois responde-se aos telespetadores ou então fazem-se pareceres ou recomendações.

to do Domingos Paciência foram exageradas, e se eu considero o mesmo, eu tomo posição a favor daquilo que o telespetador me disse. O que pode acontecer é que eu não tome posição a favor do telespetador quando não considero que há motivo para isso. Mas, depois de pesar as coisas, tomo uma posição e nesse sentido não sou imparcial.

Já presenciou alguma caso extremo, em que teve de intervir mais? Já. De vez em quando, pensa-se em falar com os jornalistas, mas como o diretor está sempre disponível para ser ele a responder pelos jornalistas porque se considera responsável pela emissão, isso até agora não foi necessário. Mas tive também, por exemplo, o caso de uma jornalista da RTP que entrou num programa “A voz do cidadão” porque tinha feito uma investigação no domínio.

Quando aceitou a nomeação para este cargo, disse: “procurarei ser ouvidor dos espetadores, dos jornalistas, dos responsáveis dos programas e de organizações especializadas e procurarei ser muito atento às redes sociais e à Internet em geral”. Qual o balanço que faz, desde que tomou posse? É muita coisa ao mesmo tempo. Por exemplo, as redes sociais: eu estou no Twitter e no Facebook, onde tenho uma atividade regular. Já houve grandes discussões no Facebook. E, por exemplo, a questão em que houve mais opiniões dos telespetadores foi a discussão sobre o assunto da tourada. Foi o assunto que motivou mais pessoas a participar, os que são contra e os que são a favor. E julgo estar atento ao que as pessoas me dizem e escrevem. Tenho procurado fazer os programas a partir dos e-mails dos telespetadores e a partir de toda essa reflexão das pessoas que escreveram. Às vezes não é fácil porque há dez e-mails sobre um assunto e nós queremos que uma pessoa fale e ninguém quer falar.

É difícil manter uma posição imparcial, dentro da estação? Não sei se a posição é imparcial, até porque eu tenho de tomar partido. Se as pessoas acham que, por exemplo, as notícias de abertura sobre o despedimen-

Qual a importância da internet e das redes sociais na relação entre o provedor e o telespetador? Desde o princípio que achei importante para o espetador se exprimir de outras maneiras. Eu, por exem-


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03 maio 2012

KULTOS João Peixoto

O Diário a Rum

‘Não confundas embriaguez com juízo’

plo, não posso estar no Facebook a responder caso a caso às perguntas que me estão a fazer, mas o Facebook é, de facto, uma possibilidade que os espetadores têm de dizerem o que pensam dos programas, de conversarem uns com os outros e isso acho que tem sido interessante. Em que medida é que a experiência enquanto provedor de um jornal (Diário de Notícias) o auxiliou para este cargo? São realidades diferentes? São realidades muito diferentes. Por exemplo, no Diário de Notícias não havia distinção entre a informação e os programas porque era só informação, quando muito a publicidade que também é um outro domínio. O que é comum é a ideia da crítica pública do jornalismo. E, portanto, o Diário de Notícias ajudou-me a pensar a atividade do provedor nesse aspeto de considerar que o que distingue é exatamente fazer crítica pública do jornalismo, com o auxílio dos telespetadores ou dos leitores. Para além de provedor, que outros projetos tem em mãos atualmente? Agora parei, porque isto é uma coisa muito ativa, exige muito de mim. Fazer um programa por semana na televisão é uma coisa bastante difícil, complexa. É, aliás, uma das grandes diferenças que tem do Diário de Notícias porque o Diário de Notícias foi uma atividade que eu exerci sozinho, com a ajuda dos leitores. O cargo de provedor do telespetador é completamente diferente porque eu tenho uma equipa de produção para o programa que é composta por duas jornalistas e vários técnicos. É esse aspeto coletivo que é muito diferente do que foi o trabalho no Diário de Notícias.

Que outros projetos ainda quer concretizar? Quando acabar, verei. Mas, quando fui convidado para provedor, estava para fazer alguns projetos no domínio do comentário. Suspendi essa ideia, pelo menos temporariamente. Ultimamente tem-se debatido muito a questão da privatização da RTP. Qual é a sua opinião? O governo diz que vai privatizar, manifestou uma intenção e até agora é pouco mais do que isso, embora julgue que já se está a trabalhar nessa ideia. Eu fui convidado para provedor do telespetador da RTP 1, RTP 2, África, Memória, Açores e nem me ficaria bem dizer que acho que deve haver uma privatização. Fui contratado para o que existe, e portanto, enquanto isso existir, eu defendo o que existe. E enquanto professor e investigador na área dos media, qual pensa ser o futuro do jornalismo, em Portugal? Acho que vai ser um terreno onde vai ser cada vez mais necessária a afirmação de qualidade. Com a disseminação da produção de informação pelos cidadãos, como é o caso do Facebook, do Youtube, o jornalismo vai precisar, para sobreviver, de vincar a qualidade que esses meios de informação não podem ter. Nesse aspeto, devemos estar otimistas. Que práticas poderiam ser melhoradas? São muitas. O rigor é uma coisa essencial no jornalismo, tal como a triangulação de fontes… São coisas que parecem simples, mas a cada momento, os factos continuam a valer. k

DR

KURTAS

Numa mudança de cenário para Porto Rico, o autor americano Paul Kemp (Johnny Depp) tenta recriar a sua carreira, até então falhada. Este filme, baseado numa obra com o mesmo nome, escrita por Hunter Thompson, passa-se na década de 50, onde nos é mostrada a realidade árdua de um escritor que tenta integrar-se num novo mundo. Conseguindo um emprego no jornal local da cidade de San Juan, Kemp é exposto a um ambiente rico em personagens. É aqui que conhece Sanderson, um empresário de alto estatuto que lhe promete oportunidades de trabalho, e Sala (Michael Rispoli), o seu «Sancho Pança» nas demandas de copos e desavenças. A ênfase dada ao «problema» de alcoolémia é tanto expresso na quantidade ingerida, como na própria natureza das bebidas. Como diz Moberg (Giovanni Ribisi), colega de quarto de Kemp (que por alguma razão gosta de ouvir discursos de Hitler em vinil): «uma bebida de 40º de teor alcoólico não é para apreciadores vulgares». Sem desvalorizar o enredo, é também nestes excessos que envolvem o personagem que o filme se torna interessante e mordaz. Quando podemos ver Johnny Depp, sob a influência de LSD, a proclamar que descobriu «o sentido de tudo» através de uma discussão com uma lagosta, identificamos uma mistura de cómico com reflexão mais profunda. Citando, neste caso, a lagosta: «O ser humano é o único ser à face da Terra que diz adorar um Deus, e a única criatura que se comporta como não tendo um». Tendo em conta que Kemp se encontra com sérias divergências de opinião com o editor chefe da redação, empresários poderosos insatisfeitos com a sua prestação, e um pouco de bloqueio de escritor à mistura, podemos dizer que estes encontros com outros seres do mundo são uma mudança de ares para Paul. Realizado por Bruce Robinson, o filme recria a história caótica do livro de Thompson, numa mistura de história de amor, cobiça, traição e álcool. Mas não só. Representa também a jornada repleta de peripécias de um jornalista da época, confrontado com caminhos de corrupção ou justiça. Deve a palavra ser usada em benefício do corrupto ou da verdade? k


8 Ciclo de Cinema

Os media no grande ecrã

Texto Pedro Rodrigues

Nos dias 11 e 12 de maio, a Unidade de Investigação em Saúde da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria organiza a primeira edição do Congresso Internacional de Saúde, subordinada ao tema Boas práticas para uma saúde melhor. O evento visa promover a discussão sobre as melhores práticas na promoção da saúde e proporcionar a todos uma oportunidade de enriquecimento científico, tecnológico, profissional e educativo.

Meios &Publicidade

Comunicar Design Alunos e docentes do curso de Design Gráfico e Multimédia da Escola Superior de Arte e Design (ESAD) de Caldas da Rainha juntam-se na organização do evento Comunicar Design, que decorrerá nos dias 29, 30 e 31 de maio e que visa reflectir sobre o design, os seus conteúdos e intervenientes, através de conferências, workshops, exposições e um mercado de objetos de autor.

Pontes Europa/China Nos dias 5 e 6 de junho tem lugar na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) a 1ª Conferência Internacional Pontes Europa/ China, que pretende promover a cooperação e o conhecimento entre a Europa e a China, a partilha de experiências e a reflexão sobre temas como cultura, língua, tradução/ interpretação e didática. k

Campeonatos Nacionais Universitários 2012

IPL falha revalidação do título nacional

ON LINE

e edita, em diversos tipos de suporte, Ana Vieira notícias, opinião e estudos com o objetivo de criar ferramentas de trabalho essenciais a quem trabalha na área. Se tem interesse pelo setor da comunicação, não espere mais. www.meiosepublicidade.pt

Texto Daniel Sousa

A equipa de andebol feminino do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) falhou a revalidação do título nacional da categoria, nos Campeonatos Na� cionais Universitários, que se disputa� ram entre 16 e 21 de abril, em Braga. Com um início auspicioso, 3 vitó� rias nos 3 jogos da fase de grupos, uma derrota por (17-19) frente a U. Aveiro arredou as leirienses do sonho da con� quista do bicampeonato. Na luta pelo lugar mais baixo do pódio, o IPL ven� ceu a U. Porto, reedição da final do ano transato, por 27-14. Conquistan� do, pelo décimo ano consecutivo, um lugar no pódio da competição. A grande surpresa na comitiva leiriense pertenceu à equipa mascu� lina de andebol. Com um percurso irrepreensível, a equipa comanda� da por Marco Afra foi eliminada, na meia-final, pela poderosa equipa da U. Minho, atual campeã nacio� nal e europeia da categoria, por um esclarecedor 48-14. Dezasseis anos depois, esta equipa voltou a figurar entre as 3 melhores equipas nacio� nais da categoria.

Meios & Publicidade conta já com 14 anos de existência, conjugando as várias áreas de comunicação social. Autointitulando-se como um site de «informação para profissionais», analisa

Outras modalidades aquém das expetativas

Para além do andebol, o IPL fez� -se representar em futsal (masculino e feminino) e futebol de 11. As equipas entraram com o pé direito no play-off de acesso à fase final da prova, 2 vitó� rias nos 2 jogos disputados, mas a fase de grupos não correu de feição. Um empate e uma derrota colocaram as duas equipas fora da competição. No ano transato, ambas as equipas con� quistaram o 3º lugar final. A equipa de futebol 11 teve igual sorte, 2 derro� tas em 2 jogos, selaram a eliminação da equipa. Marco Oliveira, responsável do setor de Desporto do IPL, mostrou� -se satisfeito pelo empenho dos “seus” atletas. “Os 80 estudantes das moda� lidades coletivas que estiveram pre� sentes nas fases finais honraram a Instituição e contribuíram para uma imagem positiva e participativa do IPL. Não posso apontar falta de em� penho, ou outro defeito, a quem se es� forçou para estar presente no Minho”, sublinhou. k

DR

Congresso Internacional de Saúde

A FECHAR

Ponto Media Escrito por António Granado, este blogue conta com uma vasta gama de conteúdos sobre ciberjornalismo, fotografia, rádio, televisão, imprensa e ensino do jornalismo. É um espaço organizado e fácil de aceder. Não deixe de ler e comentar.

ciberjornalismo.com/pontomedia

DR

Bárbara Reis

de fotográfico a realizar a partir das 14h00 pelas ruas da cidade. Do conjunto de iniciativas previstas, destacam-se ainda a conferência integra� da na iniciativa Um dia com os media, bem como a inauguração, no átrio da ESECS, de uma exposição com trabalhos realizados por alunos do curso, a decorrer esta tarde, a partir das 14h30. Amanhã, dia 4 de maio, decorre tam� bém a ação de divulgação da edição de Abril da revista CAIS, produzida pela Licenciatura de Comunicação Social e Educação Multimédia, com uma ação de venda da revista durante a manhã, no centro histórico da cidade, seguida, às 14h00, da conferência O Entusiasmo em Projetos Sociais, no M|I|Mo (Museu da Imagem em Movimento).

NUNO GONÇALVES/UMDICAS

ÚLTIMAS

O núcleo de Comunicação Social e Educação Multimédia (CSEM) vai rea� lizar, em conjunto com a coordenação do curso, o ciclo de cinema Os media no grande ecrã. A primeira projeção decorrerá hoje, dia 3 de maio, pelas 17h00, no Auditório 1 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) com o filme A Primeira Página, de Billy Wilder. No dia 10 de maio será a vez da película Boa Noite, e Boa Sorte, de George Clooney. O ciclo encerra dia 24 deste mês, com a película Verdade ou Mentira, de Billy Ray. Todas as sessões serão se� guidas de debate para discussão dos temas abordados. O evento insere-se nas comemorações do décimo aniversário do curso que in� cluem ainda a realização de um workshop de fotografia, dia 10, às 10h00, e de um rai�


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