Akadémicos 44

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Akadémicos Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1350, de 27 de Maio de 2010 e não pode ser vendido separadamente.

Afonso Rodrigues Vocalista, Sean Riley & The Slowriders

“Não tenho nenhum preconceito sobre cantar em português ou em inglês”

06 e 07

Sobreviver aos exames

DR

04 e 05


Vai lá, vai... Abertura ESTUDAR... COM TEMPO! Director: José Ribeiro Vieira jose.vieira@movicortes.pt Director Adjunto: João Nazário direccao@jornaldeleiria.pt Coordenadora de Redacção Alexandra Barata alexandra.barata@jornaldeleiria.pt Coordenadora Pedagógica Catarina Menezes cmenezes@esecs.ipleiria.pt Apoio à Edição Alexandre Soares asoares@esecs.ipleiria.pt Secretariado de Redacção André Mendonça, Sara Vieira Redacção e colaboradores Andreia Antunes, Angela da Mata, Carla Silva, Daniela Santos, Duarte Santos, Filipa Araújo, Ivo Santos; Joana Roque, Juliana Batista, Luís Almeida, Mariana Rodrigues, Rosa Martinez, Tiago Pedro Departamento Gráfico Jorlis - Edições e Publicações, Lda Isilda Trindade isilda.trindade@jornaldeleiria.pt Maquetização Rui Lobo – Centro de Recursos Multimédia ESECS–IPL rui.lobo@esecs.ipleiria.pt

Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Nuno Mangas presidencia@ipleiria.pt

Director da ESECS Luís Filipe Barbeiro barbeiro@esecs.ipleiria.pt

Directora do Curso de Comunicação Social e Educação Multimédia Alda Mourão amourao@esecs.ipleiria.pt

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

akademicos@esecs.ipleiria.pt

Com o ano lectivo quase no final e as avaliações à porta, o tempo parece fugir e o trabalho disparar. Sobreviver e ultrapassar este desafio exige uma participação activa do estudante na busca e operacionalização das estratégias de estudo mais eficazes para o sucesso académico. De facto, na sequência das alterações decorrentes do Processo de Bolonha, surge a necessidade de reajustar metodologias de trabalho e gestão de tempo, tornando-se imprescindível que cada um se envolva de forma mais auto-regulada e disciplinada no seu processo de aprendizagem, de modo a responder eficazmente às exigências académicas. Para além deste processo de auto-regulação, é fundamental o desenvolvimento de percepções de auto-eficácia e comprometimento com os objectivos educativos, adoptando metodologias que auxiliem a monitorização dos processos de aprendizagem, em função dos objectivos definidos. Organizar e planificar as tarefas ao longo de cada dia da semana, definir prioridades, tentar não procrastinar, procurar manter uma relação equilibrada entre o tempo de trabalho e de

JULIANA BATISTA

STAD-UP-COMEDY 18 de Junho, 21:30

18 e 19 de Junho

Teatro José Lúcio da Silva, Leiria

Ortigosa, Leiria

Clube de Comédia Aldo Lima, Bruno Nogueira, Eduardo Madeira, Francisco Menezes, Nilton e Óscar Branco são seis humoristas portugueses que vão subir ao palco do Teatro José Lúcio da Silva no próximo dia 18 de Junho. O Clube de Comédia percorre agora o país com a melhor stand-up comedy nacional e Leiria recebe aquele que é já considerado um espectáculo aberto a todo o tipo de ideias. Com um humor sem regras, seis comediantes sobem ao palco e… desabafam.

Festival Flashover A 18 e 19 de Junho decorre, em Leiria, o Festival Flashover. Organizado pelos Bombeiros voluntários da Ortigosa, este festival tem como tema “Ajuda a Ajudar”. Das várias bandas e DJ`s destaca-se a presença de Sean Riley & Slowrides, The Allstar Project e Indigo. Os lucros do festival serão para apoio Humanitário.

Ericeira Camping

Sumol Summer Fest Depois do sucesso da 1ª edição, em 2009, o Festival Sumol Summer Fest regressa ao Ericeira Camping nos dias 25 e 26 de Junho. Das várias actuações destacam-se Marcelo D2, Groundation e TerraKota no dia 25, Gentleman, The Evolution e Frankie Chavez no sábado dia 26. Com vista para o Mar de Ribeira d’Ilhas, este festival ficará distribuído pelo Palco Sumol e pela Tenda Good Vibes. O primeiro para os concertos e a segunda para os sons electrónicos. Com campismo grátis.

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Equipa do Serviço de Apoio ao Estudante SAPE / IPL

Uma agenda do mês

MÚSICA 25 e 26 de Junho

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lazer são algumas das ferramentas importantes para uma gestão eficaz do processo. Importa ainda definir objectivos concretos e realistas, promotores de uma atitude positiva e optimista, isto porque a motivação intrínseca e os objectivos pessoais são também factores decisivos para um percurso adequado. Os estudantes com melhores competências de gestão do estudo e do tempo apresentam maiores probabilidades de lidarem de forma adequada com o stress e os desafios decorrentes de contextos profissionais em acelerada mutação e tensão. Atendendo à importância de uma gestão eficaz de tais competências, e para apoiar as alterações e desafios decorrentes da entrada no Ensino Superior, o Serviço de Apoio ao Estudante (SAPE) do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) tem vindo a implementar um conjunto de programas de formação dinamizados com o objectivo de optimizar a utilização de estratégias promotoras de um maior sucesso académico e bem-estar em geral.

25 de Junho Teatro José Lúcio da Silva, Leiria

Easyway No próximo dia 25 de Junho, o Teatro José Lúcio da Silva recebe os Easyway. Uma banda de rock portuguesa oriunda de Lisboa que apresenta o seu último trabalho Laudamus Vita. O mais recente álbum da banda portuguesa é também uma longa-metragem produzida pelos músicos. Depois dos Pink Floyd com o filme musical The Wall, os Easyway escreveram, produziram e editaram uma longa-metragem em que cada tema do álbum corresponde a um capítulo do filme. Para ver e ouvir em Leiria.


Tak ANGELA MATA E ANDREIA ANTUNES

Rei do Downhill é português e ‘Amarelo’

Lisboa DownTown

Está a dar

BTT´s voaram entre o Castelo e Alfama

LUÍS ALMEIDA

ANDREIA ANTUNES E ANGELA DA MATA

Paulo Domingues, mais conhecido como Amarelo, foi o vencedor da 11ª edição do Nissan Lisboa Downtown, que decorreu no dia 8, em Alfama. Pela primeira vez, um português conquistou o título, derrubando do pódio o britânico Steve Peat, onde permanecia há oito edições consecutivas. Perante a admiração geral, Paulo Domingues garantiu que deu “tudo por tudo” e que se sentiu “emocionado” por ser o único português até agora a vencer o Downtown. O ‘Amarelo’ conseguiu fazer

a prova em 1:46.122 minutos, ficando Filip Polc em segundo lugar, com 1:46.172 e Greg Minaar em terceiro, com 1:46.780 minutos. Apesar do mau tempo e das inúmeras quedas registadas, a persistência dos concorrentes foi notável. “De manhã não tinha vontade de correr [devido ao mau tempo]. Mas estava mau para todos e alguém tinha de ganhar e fui eu”, revela o vencedor. As provas de downhill iniciaram-se no Castelo de São Jorge e terminaram no Largo do Terreiro do Trigo, em Alfama. Em

paralelo às provas decorreram várias acções de comunicação e entretenimento, como por exemplo a Family Lounge Nissan Lisboa Downtown, junto ao Castelo, uma actividade que entreteve crianças com a pintura de um Qashqai, uma acção Diesel Live Graffitti, bem como uma campanha Por uma vida sem Tabaco, desenvolvida pela Help. No final do dia, pelas 23 horas, houve uma festa oficial, numa discoteca em Alcântara, onde estiverem reunidos atletas, organização e muitos fãs.

“A Adrenalina que esta modalidade nos dá, o espectáculo que proporcionamos para o público presente, o perigo que enfrentamos, os obstáculos que encaramos e a velocidade que atingimos” - Estes são os factores onde Paulo Domingues vai buscar a força e a vontade de continuar a praticar Downhill. Mais conhecido por ‘Amarelo’, alcunha pela qual é popular na modalidade, devido ao seu cabelo ruivo e também por ter usado um equipamento dessa mesma cor, Paulo Domingues, tem conseguido conquistar grandes prémios, particularmente no Lisboa DownTown. Nesta última edição, saiu vencedor, destronando do pódio o britânico Steve Peat, vencedor de oito das 11 edições do Lisboa DownTown, tornando-se no primeiro português a vencer esta prova internacional. Natural da Venezuela, foi lá que, o ainda pequeno Paulo, começou a dar as primeiras pedaladas na bicicleta oferecida pelos seus pais. Tem, desde pequeno, “o bichinho de andar de bicicleta”, nunca tendo imaginado poder um dia competir e ter alguns títulos nacionais. Sem nunca descuidar da sua profissão como responsável de armazém numa empresa do Barreiro, Paulo Domingues treina todos os dias, assim que sai do emprego, com sessões de ginásio e bicicleta de estrada. Os treinos em pista são feitos muitas vezes nas próprias provas, pois no local onde vive não existem condições necessárias para treinar. Muitas foram as modalidades que Paulo Domingues já praticou, começou em 1995, com BMX-RACE, que considera ter sido uma “grande escola”, alguns anos depois surgiu o DUAL, uma modalidade em que dois atletas “correm” lado a lado e apenas um sai vencedor. Esta última, acabou por ser substituída pela 4-CROSS, e por fim surgiu o Downhill. Para o futuro, Amarelo pretende ser campeão nacional de DownTown e tentar ganhar uma das provas da Taça de Portugal de Downhill. Paulo Domingues revela que será difícil mas que nada está perdido, e que tem “de acreditar que tudo será possível e treinar para que isso aconteça”.

Cadas da Rainha

Late Night invade a cidade TIAGO PEDRO

Realiza-se hoje e amanhã a 14ª edição do Caldas Late Night. Abrindo as portas de suas casas aos habitantes da cidade, os alunos da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha têm como objectivo promover os seus trabalhos. Dentro de cada casa encontram-se projectos que vão de instalações ou pinturas a pequenos teatros ou concertos com os quais o espectador poderá interagir. Inicialmente uma ideia à qual apenas os estudantes da ESAD

aderiam, hoje em dia toda a população caldense visita as excêntricas exposições espalhadas pela cidade e há até quem faça a sua própria exposição, pois as inscrições podem ser feitas não apenas por alunos da ESAD, mas por qualquer interessado. Bruno Santos, aluno do Curso de Especialização Tecnológica em Ilustração Gráfica, vai apresentar uma fanzine no café Pátio do Baco e considera o Caldas Late Night uma “excelente iniciativa”, pois, explica, “é uma óptima

oportunidade para os alunos exporem os trabalhos, fugindo à monotonia dos museus”. Nesta edição poderá observar exposições como uma cabeça gigante que interage com o público, participar numa guerra de almofadas em plena rua das montras ou visitar o Estúdio UM, antigo cinema da cidade, que reabre ao fim de muitos anos para, durante estas duas noites, apresentar um concurso de curtas-metragens e teatros. A não perder!

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Está a dar

Avaliações sem stress

IVO SANTOS

Depois da diversão na semana académica é altura de “meter a cabeça” nos livros. As reacções a esta fase de avaliações são variadas, sentidas e vividas de formas diferentes. Os métodos de trabalho também. Haverá um método de estudo ideal? Qual a fórmula para o sucesso?

TEXTO: DANIELA SANTOS E FILIPA ARAÚJO

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Acabados sete longos dias de diversão, é altura de um maior empenho no estudo. Trabalhos, frequências, apresentações orais, são coisas com as quais os estudantes estão familiarizados, mas que muitas vezes provocam stress, ansiedade, as famosas “dores de barriga”, “brancas”,... Questionados em relação à forma como reagem ao período de avaliações, os estudantes referem situações idênticas. Insónias, aumento do apetite, mudanças de humor são algumas das reacções sentidas. Maria João Dionísio, aluna de Serviço Social afirma que é uma altura “muito stressante”. Também Cristiana Teixeira, de Comunicação Social e Educação Multimédia diz que sente “uma enorme pressão”, ficando sempre muito tensa. “Muitas vezes acho que não vou conseguir passar nas frequências, e quando estou a apresentar trabalhos penso sempre que me vou esquecer ou engasgar”, refere. A maioria dos estudantes admite que os nervos das avaliações colocam, muitas vezes, as suas capacidades de sucesso em causa. Rafael Costa explica que o stress o faz pensar que não vai conseguir, o que “ainda piora o estado de ansiedade”, finaliza o aluno.

Encontrar um método Para melhor enfrentar a época, cada um vai desenvolvendo a sua estratégia. Sobre metodologias de trabalho, por exemplo, Cátia Meireles, fi nalista de Marketing, revela que optou por criar um método de estudo adequado às suas capacidades e necessidades. “Comecei por elaborar um horário de trabalho, em função das frequências e entregas de projectos agendadas”, refere, admitindo que nem sempre o cumpre, mas que é um óptimo guia de organização. Adianta também, que para melhor compreender e decorar a matéria, faz resumos dos apontamentos dados pelos professores, ou tirados por si, salientando a importância de estar atenta nas aulas. Também Daniela Magalhães, caloira de Enfermagem, assume que precisa de ser organizada para ter sucesso nos trabalhos e exames. “Sou muito nervosa, já cheguei ao ponto de tomar um calmante antes de um exame nacional”, informa. A estudante afi rma que, para dar conta da situação, começa por elaborar resumos da matéria leccionada quatro a cinco dias antes da prova. O seu método de estudo passa por ficar sozinha num espaço da sua casa. “Recitar a matéria

pelo meu quarto, deambulando de um lado para o outro facilita-me a memorização”, explica. Acrescenta ainda que tem “amigos que estudam em grupo”, mas que esse método para si não funciona: “acabo sempre por me distrair com conversas alheias. Preciso mesmo de estar sozinha, no silêncio. Acho que é esse o segredo”, sorri. Mas nem todos os estudantes têm o mesmo método de estudo e para alguns esta organização parece não funcionar. É o caso de uma aluna fi nalista de Ensino Básico que assume que apenas estuda “no dia anterior ou na manhã do mesmo dia, caso o exame seja à tarde”. Não tem qualquer disciplina de estudo, admitindo que a sua desorganização “chega a incomodar”. A aluna refere que “estar atenta às aulas tem sido suficiente, até agora…” Sem muita organização, afi rma que só funciona sob pressão: “peço apontamentos a um colega e leio, recordo o que demos nas aulas e vou para o exame”. “Já tentei um método de estudo dito correcto, fi z apontamentos três dias antes, coloquei separadores coloridos, concentrei-me, mas tirei a mesma nota”, brinca a aluna. Ainda que, como refere Sandra Alves,


Konsumo obrigatório JOANA ROQUE E MARIANA RODRIGUES

Tuá Tuá – Cozinhartes

psicóloga do SAPE (Serviço de Apoio ao Estudante), possa não haver “um método de estudo universal”, porque “nem todos os alunos têm o mesmo ritmo biológico, nem todos gostam das mesmas coisas e se uns preferem o silêncio já outros só conseguem estudar num café barulhento”, há algumas estratégias genéricas que podem ser consideradas na gestão do processo e que estão relacionadas com a definição de objectivos e prioridades, planificação de tarefas e equilíbrio na gestão de trabalho, lazer e sono. Uma outra sugestão tem a ver com a gestão dos distractores. E com o desenvolvimento tecnológico acrescem as distracções possíveis. O sucesso das redes sociais (Facebook, Twitter, Hi5) ou até mesmo os programas de chat (Messenger, Skype, G-talk) têm vindo a criar barreiras à concentração dos alunos, tanto durante o período de aulas como na altura de avaliações. Neste sentido, “os alunos devem tentar controlar os distractores, desligando, por exemplo, esse tipo de programas e evitando estar constantemente a enviar e receber sms’s”, aconselha Sandra Alves. Apoios Procurando reforçar a concentração, resistência e produtividade, é também comum alunos recorrerem, nestes períodos, a suplemen-

tos vitamínicos e energéticos. Paula Sousa, farmacêutica em Porto de Mós, informa que “estes suplementos nem sempre funcionam correctamente, mas o aluno ao tomá-los, mentaliza-se que já está com maior capacidade de concentração”. A farmacêutica esclarece ainda que “a maior percentagem de consumidores se verifica na faixa etária dos 14 aos 25 anos, aconselhados muitas vezes pelos pais ou médicos familiares”. Cátia Meireles, assume que já tomou “uma vez uma medicação para a memória”, mas não sentiu qualquer tipo de alteração. Ao contrário da finalista de Ensino Básico que diz nunca ter sentido necessidade para tal. Confrontada com a questão dos suplementos vitamínicos e energéticos, a psicóloga Sandra Alves alerta também para a toma pouco acompanhada dos mesmos, referindo que pode ter eventuais efeitos prejudiciais. Defende a psicóloga do SAPE que a criação de bons hábitos, como uma alimentação correcta e dormir em média 8 horas diárias são as melhores receitas. O Serviço de Apoio ao Estudante tem vindo a oferecer um vasto leque de formações em áreas como estratégias de relaxamento, gestão do tempo e do estudo, gestão de conflitos. Para além disso, e sempre que necessário, disponibiliza acompanhamento psicológico semanal e

Marcado por um conceito diferente e inovador, Tuá Tuá é um restaurante que abriu portas no dia 24 de Abril, na rua Direita, no centro histórico de Leiria. Segundo Sofia Mota, uma das proprietárias, “este é um espaço descomprometido, de comes e bebes à mesa, de conversa e de relaxe”. A ideia de criar este espaço surgiu da necessidade de construir um conceito que aliasse a boa cozinha a um ambiente de cultura, tendo por base as preferências dos proprietários: “comer bem, beber com qualidade e encontrar coisas que nos possam surpreender”, assinala a proprietária. Apostando na cozinha de autor, Tuá Tuá prima pela originalidade dos seus pratos que, “tirando o bitoque e os bifes grelhados”, são todos exclusivos, explica Sofia Mota. Sempre com o sentido de marcar pela diferença, este restaurante apresenta uma ementa da qual faz parte um tipo de comida “que normalmente as pessoas não fazem em casa”, menciona Bruno Andrade, o chefe de cozinha. Da carta de bebidas deste espaço fazem parte os vinhos biológicos da região, uma grande aposta do restaurante. Tuá Tuá oferece ainda sessões de ilustração ao vivo e uma vasta biblioteca, aliando a comida à arte. De olhos postos no futuro, os projectos passam pela aposta em dias de leitura ao vivo, ciclos de cinema e particularmente em petiscos da tarde, “um hábito que se está a perder”, sublinha a proprietária. Relativamente à afluência, “o feedback tem sido positivo”, refere Sofia Mota, acrescentando que “as pessoas vêm e voltam”. Contando com a parceria de diversas entidades ligadas à cultura e à arte, Tuá Tuá dá aos seus clientes a possibilidade de assistirem a sessões de cinema de forma gratuita. “Tuá Tuá é sinónimo de alegria, comer e beber bem e de coisas feitas com muito gosto”, conclui Sofia Mota. Um espaço para saborear descontraidamente.

apoio aos alunos que sintam qualquer tipo de obstáculo. Já surgiram casos de alunos com dificuldades na altura da época de exames, apesar de frequentemente surgirem também problemas nos grupos de trabalho” explica. Segundo Sandra Alves, o apoio permite que os estudantes possam combater as dificuldades com as quais são confrontados ao longo do seu percurso académico e desenvolver também competências “que possam aplicar mais tarde na sua carreira profissional.” A hora do dia, o local, a decisão de estudar só ou acompanhado… Sandra Alves refere que “encontrar uma estratégia de estudo adequada à personalidade de cada um, torna-se um dos passos essenciais para o sucesso.” As metodologias de trabalho disponíveis são vastas, mas nenhuma delas é infalível. Por isso, sublinha que “o aluno deve conhecer o seu ritmo” para criar “o seu próprio método de estudo funcional”, sendo que é essencial que “cada um se sinta seguro em relação ao método pelo qual optou”. A psicóloga refere ainda que “o mais importante é encontrar um sentido no estudo que se realiza, sendo que a identificação com as matérias que se estuda é fundamental”. Para que o “só sei que nada sei” não se aplique no dia da prova.

Descanso: dormir 8 horas diárias Alimentação: bastantes líquidos, verduras e fruta Som: se não gostar de estudar com silêncio, optar por uma música calma e um baixo volume Local: iluminado para não forçar a vista e com espaço para o aluno estar à vontade Aulas: estar atento às aulas permite ao aluno uma melhor compreensão da matéria

SAPEINRADIO http://crm.esel.ipleiria.pt/lobo/audio/SAPE_2.mp3 http://crm.esel.ipleiria.pt/lobo/audio/SAPE_3.mp3 http://crm.esel.ipleiria.pt/lobo/audio/SAPE_4.mp3

IVO SANTOS

Alguns conselhos úteis:

Apoio ao aluno http://www.sape.ipleiria.pt/

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Afonso Rodrigues, Músico/Vocalista dos Sean Riley & The Slowriders

Sentado “Quando acabo um disco no mocho fico mais de um ano sem o ouvir” Sentou, vai ter k explicar

TEXTO: ANDREIA ANTUNES E DUARTE SANTOS FOTOS: ANDREIA ANTUNES, DUARTE SANTOS E LUÍS ALMEIDA

ANDREIA ANTUNES

Banda nascida em Coimbra, os Sean Riley & The Slowriders sentaram no Mocho e, na voz do vocalista Afonso Rodrigues, explicaram o sucesso do seu trabalho. Antes do concerto no Teatro José Lúcio da Silva, dia 13 de Maio, revelaram ao AKADÉMICOS que pensam lançar um álbum no início de 2011. O terceiro no espaço de quatro anos. Como é que surgiu a ideia de formar os Sean Riley & The Slowriders? Foi um processo acidentado e que demorou algum tempo, não foi uma decisão consciente. Comecei a escrever canções sozinho. Acabei por conhecer o Bruno Simões (baixista) na rádio e ele começou a trabalhar essas canções comigo. Mais tarde, conheci o Filipe Costa (baterista, baixo e teclas). Fizemos então um álbum, fomos para a estrada e só agora, antes do segundo disco ,é que entrou o Filipe Rocha (bateria e contrabaixo). Porque é que entrou o novo baterista, o Filipe Rocha? Antes não tinham bateria? Tínhamos. Antes o Filipe Costa, o teclista, tocava órgão e bateria ao mesmo tempo. Depois da tournée

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do primeiro álbum começámo a aperceber-nos que precisávamos de uma pessoa dedicada exclusivamente à bateria, pois queríamos explorar música noutros sentidos. Fizemos o primeiro álbum já com essa ideia na cabeça [de entrar um baterista] e começámos a decidir quem chamar para a banda. Já conhecia o Filipe Rocha desde miúdo, aliás a minha primeira banda aos 14 anos foi com ele, tínhamos era os papéis invertidos, ele era o vocalista. Porque é que só tocam em inglês? Já pensaram gravar um álbum em português? Porque, até agora, foi sempre a forma mais natural, para mim, de escrever. Não quer com isto dizer que não possa vir a escrever em português. Já pensámos gravar um álbum em português.

Não tenho nenhum preconceito sobre cantar em português ou em inglês. Cada um deve procurar uma forma que seja confortável para si para se expressar, e a minha, até agora, foi o inglês. Ainda não aconteceu, não quer dizer que não possa acontecer no futuro. Acho que poderia ter mais facilidade em expressar-me em português do que tenho em inglês, dentro de determinadas matérias ou a expor determinadas ideias. Mas existe o problema da língua portuguesa não ser tão fácil de moldar ao nível de textos escritos para canção. Funciona extremamente bem na poesia e na prosa, mas para textos para canções às vezes é complicado. É o autor de todas as músicas? Sim, sou. Normalmente o nosso processo funciona

assim: eu escrevo uma canção, música e letra, e depois reunimo-nos e fazemos os arranjos em conjunto. Cantar em inglês torna a vossa aceitação no mercado internacional mais fácil? Não. Não temos qualquer tipo de pensamento em relação à escolha da língua para nos expressarmos. Quando comecei a escrever canções não fazia a mínima ideia sequer se ia gravar um disco quanto mais se alguma vez iria haver uma internacionalização da banda. A maioria das pessoas pensa que cantar em inglês é mais fácil para a internacionalização, que é óptimo para venceres lá fora, mas isso é uma questão falsa, uma estupidez, acaba-se por correr riscos de falta de identidade. No teu país cantas numa língua estrangeira e lá fora cantas


Este segundo álbum Only Time Will Tell é um aperfeiçoamento do primeiro, Farewell? Sim, é um aperfeiçoamento. De certa forma, essa palavra faz algum sentido. De facto, quisemos melhorar algumas coisas, não quisemos afastar-nos do que fazíamos porque estávamos contentes com o primeiro disco. Mas quisemos acrescentar-lhe algumas coisas para que houvesse um factor novidade, não só para o público mas especialmente para nós. Qual a sensação de tocar em Leiria, uma vez que é de cá? Não nasci cá, mas vivi cá muitos anos. Mas sim, sem dúvida. É uma cidade muito querida. Estou cá a viver outra vez. Tenho cá muitos dos meus amigos e passei cá anos muito importantes da minha vida, como a adolescência. É como se fosse a minha segunda casa. É esquisito porque nasci nas Caldas da Rainha, mas depois vivi períodos muito importantes da minha vida quer em Leiria, quer em Coimbra. Digamos que uma é a minha mulher e outra é a minha amante. Tenho sentimentos confusos pelas duas cidades. Que bandas têm como referência? Muitas. Qualquer pessoa que goste de música vai ouvindo coisas diferentes com o passar do tempo. Dentro da banda toda a gente gosta muito de música e todos têm uma cultura musical relativamente vasta. Para qualquer pessoa que oiça a banda, o

que salta à vista são influências de música norte-americana do século passado, com raízes no blues, no folk, gospel, country e soul. Dentro destes géneros, há artistas que nos influenciaram imenso. É tudo uma questão de timing, por exemplo na altura do último álbum ouvia discos do final dos anos 60, início dos 70 dos Rolling Stones. Tudo depende da altura em que estás a fazer as coisas, as influências podem ser imensas, desde o hip- -hop à música clássica.

Claro que, infelizmente, continua a haver um fecho por parte das rádios a estilos musicais menos comerciais Qual é a música que mais gosta dos dois álbuns? E quais cativam mais o público? Não sei. Em determinadas alturas, algumas músicas soamme melhor do que outras, mas não consigo dizer qual é a minha música preferida. Nem sequer as oiço, toco-as simplesmente, só as oiço em palco e nessas alturas tenho uma visão muito diferente. Já oiço o suficiente durante muitos meses, interpretação, gravação, misturas. Quando acabo um disco acho que fico mais de um ano sem o ouvir. Mas sei que algumas das músicas que acabam por ter boa recepção por parte do público são a Harry Rivers, do primeiro álbum, e a Houses and Wives, do segundo álbum,

Kultos

até porque ambas foram singles e é normal que cheguem mais rapidamente às pessoas e que tenham mais impacto. Neste momento, também a This Woman, que foi o nosso último single, está a ter muito sucesso, até por passar na rádio.

Alice no País das Maravilhas Alice regressa com grande éxito numa das películas mais esperadas do ano. Dirigida por Tim Burton, que continua a impresionar pela originalidade dos seus filmes, esta é uma versão da novela escrita por Lewis Carrol. Alice (Mia Wasikowska) volta a entrar num maravilhoso mundo de fantasias onde tem de derrotar a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter) para que termine o seu reinado de terror e o mundo volte à normalidade. Mas Alice não recorda nada da primeira visita e os personagens não confiam nela.

Acha que as rádios portuguesas têm feito um bom trabalho na divulgação, não só dos Sean Riley, mas de outras bandas portuguesas? Acho que sim, mas um bom trabalho é sempre relativo. Da nossa parte não nos podemos queixar. Todas as nossas canções têm sido bastante bem recebidas pela rádio, obviamente pelas estações em que é possível. Há estações em que, pela sua política de programação, não é possível passar a nossa música. De um modo geral, isso aplica-se à maioria das bandas em Portugal. Claro que, infelizmente, continua a haver um fecho por parte das rádios a estilos musicais menos comerciais, e isso é problemático. As empresas vivem de sponsors que só investem numa rádio se essa rádio tiver um auditório a ouvi-la. Será que essa questão está válida, está certa, será que as rádios podiam ver as coisas de uma forma mais artística? O problema é que as coisas precisam de dinheiro para funcionar e aí entramos num problema que as rádios têm, das playlists e dos patrocinadores. Mas isso, a mim, não me aborrece.

O personagem extravagante por excelência é o Chapeleiro Louco, interpretado por Johnny Deep, um protagonista obrigatório nas películas de Tim Burton e que demonstra, neste grande e difícil papel, o talento que tem como actor. Com um toque de personalidade muito insólita, o Chapeleiro está disposto a fazer tudo por Alice, porque confia nela e no seu propósito de salvar o País das Maravilhas. A grande partida de Xadrez e a batalha contra o Dragão Jabberwocky revelarão o futuro. Outros personagens como o Gato Risonho, o Coelho Branco, a Lagarta Absolem, o Bandersnatch e os gémeos Tweedledee e Tweedledum dão um toque mágico e vão guiando Alice durante todo o filme. A qualidade das personagens e das imagens fazem com que a tecnología 3 D confira à película uma experiência sensorial e visual impressionante. Alice sabe é diferente de todas as personagens que a rodeiam e, por isso, encontra, também no seu mundo, um sem fim de aventuras. Confrontando-se consigo mesma e com os seus objectivos de vida, tenta encontrar o seu valor e não fazer apenas o que a sociedade lhe impõe. Uma referência tem de ser feita à banda sonora. Protagonistas como Avril Lavigne, Franz Ferdinand, All American Rejects ou The Cure compartilham um pouco da sua arte no filme. As bilheteiras não mentem: no seu primeiro fim-de-semana de exibição, o filme arrecadou 210 milhões de dólares. Vejamos se supera os 2500 milhões conseguidos por Avatar.

Para quando o próximo álbum? Neste momento tudo aponta para gravarmos em Novembro e termos o álbum cá fora no primeiro trimestre do ano que vem, apesar de ainda não haver data fixa para entrar em estúdio nem para a saída do álbum.

DUARTE SANTOS

LUÍS ALMEIDA

KURTAS Uma música? Sunday Morning, dos The Velvet Underground Um cd? Ladies & Gentlemen, dos Spiritualized Um filme? Naked Uma cidade? Leiria Um país? Japão Um ídolo ? Da Vinci

ROSA MARTINEZ

DR

numa língua estrangeira também, porque vais tentar que a tua música funcione em mercados que falam a língua para a qual tu és um estrangeiro. Nós já tocámos em Inglaterra e em Espanha.

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Últimas

A Fechar

CARLA SILVA

7.º Poliempreende As inscrições para o Concurso Regional de Planos de Negócio da Iniciativa Poliempreende estão abertas do dia 4 ao dia 18 de Junho. A iniciativa visa o aprofundamento de competências pessoais e empresariais, o estimulo para a criação de empresas de base tecnológica e o aproveitamento dos recursos de cada região. As candidaturas e mais informação sobre o concurso estão disponíveis online em www.poliempreende. otic.ipleiria.pt

Turismo e hotelaria em congresso FILIPA ARAÚJO

Nos dias 1 e 2 de Junho realiza-se na Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia, o I International Symposium on innovation in Tourism and Hospitality (ISITH). O congresso contará com a presença de vários oradores nacionais e internacionais tais como, Pedro Pedrosa (Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto), Gavin Eccles (Neoturis), Catarina Cerdeira (Y-dreams), Marianna Sigal

Karting

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versidade do Minho, vencedora da competição. Para além de Nuno Sousa, participaram também pelo IPL Gonçalo Pinto, Vando Lemos, Nelson Batista, Diogo Nascimento, Telmo Gil, Luís Martins e Gonçalo Palhas.

Eures é um portal onde podes encontrar ofertas de trabalho em 31 países europeus. Proporciona serviços de informação, orientação e colocação a trabalhadores e empresários interessados em apostar no mercado laboral europeu. Neste site, podes criar uma conta, personalizar a tua página, disponibilizar o currículo, guardar as pesquisas e receber avisos por mail.

DR

DR

Foi em grande parte devido à boa prestação de Nuno Sousa, ao terminar no 2º lugar da geral, que o IPL se sagrou vice-campeão do Troféu Nacional Universitário. A equipa leiriense ficou a escassos dois pontos da Uni-

ROSA MARTINEZ

útil

LUCIANO LARROSSA

No dia 15 de Junho, das 09:00 às 18:00, a Escola Superior de Saúde irá realizar uma colheita de sangue para o Banco de Dadores de Medula Óssea. O objectivo da iniciativa é ajudar a aumentar o número de possibilidades de salvar vidas. O folheto informativo está disponivel em www. esslei.ipleiria.pt.

Atletismo em destaque nos Campeonatos Nacionais Universitários LUCIANO LARROSSA

http://ec.europa.eu/eures/home. jsp?lang=pt

agradável The Cool Hunter é o site sobre tendencias e design mais lido em todo o mundo. Com um toque criativo, uma inovadora equipa procura tendências e mantémte informado sobre todas as novidades da cultura de

A equipa de atletismo do IPL sagrou-se vice-campeã Nacional Universitária, com 93 pontos. As fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários realizaram-se no Porto, de 24 a 30 de Abril. Os destaques leirienses ficaram por conta de Cândida Bairrada, ao vencer no salto em comprimento e das atletas Sofia Pires, Carla Santos, Diana Morgado e Catarina Rosa, que triunfaram nas estafetas 4x200m. Ainda no atletismo, Catarina Rosa ficou em 2º lugar no salto em altura e no lançamento do peso, Sofia Pires conseguiu a mesma classificação

no salto à vara e no lançamento do dardo, enquanto João Lopes ficou-se pelo 3º posto na prova dos 3000 metros. Já a equipa feminina de Andebol também esteve em destaque, com as atletas leirienses a garantirem o 3º lugar, elevando para oito o número de anos consecutivos que o IPL atinge o pódio nesta competição. Alguns lugares mais abaixo, ficou o hóquei em patins masculino, que conseguiu o 5º posto. Na mesma posição, ficaram também as equipas de futsal masculino e feminino.

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A ESAD.CR está a organizar o Encontro de Design e Programação Cultural. O evento, Fazer Acontecer, irá decorrer no dia 1 de Junho no Centro de Cultura e Congressos da cidade e estará aberto a todo o público. Com a presença de especialistas em várias áreas, pretende-se contribuir para uma reflexão sobre desafios e tendências na organização de iniciativas culturais.

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Nuno Sousa ajuda IPL a chegar ao 2º lugar

Banco de doação de medula

Encontro de Design e Programação Cultural

(University of the Aedean – Grécia), entre outros. Professores e alunos uniram-se neste projecto tendo como objectivo reflectir sobre as dinâmicas actuais associadas ao Turismo, à Hotelaria e à Restauração. As conferências e demonstrações programadas incidirão, em particular, sobre orientações, estratégias, tecnologias e produtos/serviços de carácter inovador.

consumo e da moda. Estilo de vida, lazer, música e arte são algumas das áreas exploradas. Se consultares a página, não haverá tendência que te escape! http://www.thecoolhunter.net


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