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Levantemo-nos e corramos sem demora

A Páscoa é uma festa celebrada tanto no Antigo, como no Novo Testamento. No Antigo Testamento, se celebrava a Páscoa hebraica, que comemora a libertação, a saída e/ou a passagem do povo hebraico da terra da escravidão, para a terra prometida. No Novo Testamento, se celebra a Páscoa cristã, que comemora a Ressurreição de Jesus Cristo, passagem da morte à vida, a libertação do novo povo. Na saída do Egito, podemos perceber a importantíssima movimentação de acordar, levantar-se e partir (cf. Ex. 12, 31;37). Essa movimentação, como podemos imaginar, não faltará na Ressurreição de Jesus. Como morto, sabemos que tinha os olhos fechados, dormindo no sono da morte. A ressurreição começa justamente quando Cristo abre os olhos, acorda, se levanta e parte ao encontro dos que estavam preocupados com a situação.

A Virgem Maria já vivia esses mistérios, bem antes da ressurreição. Em Lucas (1,39), percebemos os mesmos gestos na pessoa da Virgem. Depois de ouvir a mensagem do anjo, ela se levantou e partiu além da fronteira para realizar a missão: prestar serviço à sua prima Isabel, em situação de necessidade. Isabel não solicitou ajuda nenhuma, mas a Virgem, consciente da situação de sua prima, não ficou acomodada na sua honra de Mãe do Salvador, nem no seu pequeno mundo, simplesmente partiu apressadamente até aquela que precisava. O gesto da Virgem Maria responde ao carisma dos MSF: “Estar próximo daqueles que estão longe”.

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Essa é a atitude que todo cristão, sobretudo todo missionário, deveria ter. De fato, cada um recebeu um dom, isto é uma missão. A prontidão da Virgem Maria deve ser o modelo para todos. Ao acordar do nosso sono e abrir os olhos para perceber as necessidades do povo que clama, somos convidados a levantar dos nossos leitos, deixar os nossos entes queridos, nossa cultura, nossa comodidade, nossa terra, para enfrentar a missão que nos chama além da fronteira.

Enfim, devemos partir apressadamente ao encontro daqueles que estão longe, dos empobrecidos e necessitados a quem Deus nos envia, sem muitas condições. A Mãe do Senhor partiu sem esperar nada, nem mesmo o pedido. Da mesma forma, nós também podemos ir sem medo de enfrentar outras realidades da missão na Igreja. Esse é o verdadeiro sentido da Ressurreição: acordar, levantar e ir ao encontro. O convite é para todos, desde que somos cristãos, isto é, missionários.

Abramos os olhos para ver quem precisa de nós, levantemonos e corramos sem demora para socorrer. Esta é a nossa missão!