Catálogo de obras • Galeria Artística da AEFCSH

GALERIA ARTÍSTICA

DA

AEFCSH

CATÁLOGO DE

9

A

1 7

D E

OBRAS

D E Z E M B R O

•

N O V A

F C S H

CATÁLOGO DA GALERIA ARTÍSTICA DA AEFCSH

ARTISTAS ANTÓNIA DALE ANTÓNIO CASTRO BEATRIZ SANTO CATARINA AIRES CÁTIA SILVA DANIEL ESTEVÃO FAUSTO SILVA FRANCISCA FARIA GABRIELA FALCÃO JULIÃO PEDRO MARGARIDA VALIDO MIGUEL SELEIRO PATRÍCIA MARQUES PEDRO ALMEIDA RITA SERPA SOFIA CASTANHO STEFANIA SOTTILE TOMÁS GIRÃO

ANTÓNIA DALE antonia-dale4@hotmail.com

Início aurora boreal da manhã sem fimsem fime que, logicamente, se estica de inteiro pelo dia arrastando cada fotão da estrela e transpondo-o para este pequeno blue spiral book. entretanto, no recente areal lusitano, crescem as marés de trevos das primeiras chuvas, por isso muitas crianças de um ano aos dois podem sair da porta de casa e ir brincar para as cavalariças. brincar como quem diz: guerrear, subir, passar pelo pé da ponte de Londres, sujar as jardineiras, dar um concerto muito alto e muito bom em Madison Square, jogar a guarda-redes na copa do mundo, na taça, na liga, no campeonato, chutar a última bola no último segundo e levar a enorme pátria à glória cavalariças como quem diz: montes de nova areia, rua estreita e cinzenta, rua estreita e amarela, rua estreita de Lisboa a Lisboa, mas sempre caminhando por oeste. caravela, avião, submarino, foguetão do Major Tom, foguetão do Tim Tim, foguetão do Canal Panda, foguetão do Buzz Lightyear, foguetão do Buzz Aldrin, foguetão do buzz buzz buzz que faz a turbina do meu fórmula um. brincar como quem diz: começar.

Rush I get you, boy.

I call for you, boy.

I see you running.

I see you moving through the clouds of Vienna or Rome or Lisbon or some genius.

I tell you, man, you look like a genius.

Pareces um génio.

Pareces a cabeleira de um homem perdido à uma da manhã.

I see the whole nostalgia of daylight.

I see the whole thing about milk cartons and cartons of milk.

Eu vejo o que queres dizer quando sussurras: há uma mulher linda no sofá.

And I get that a girl is not a woman.

And I get that boys ain't man

e vice-versa.

Não te preocupes, boy, man.

Eu entendo o problema das mulheres bonitas e das cidades estragadas-

cidades estragadas.

Encerras um desses cigarros de substâncias estranhas e partes para a escuridão da cidade das cores e da luz

e dos billboards e do ácido e dos táxis e das bolsas de valores de senhora

de mendigos.

Up and down, up and down!

Come on, man, get around!

Up and down,

up and down!

Maybe, you're just talking to a couch

Arroba Às vezes corres corres atrás do veado e quando o apanhas, já lhe caíram os cornos.

Depois podes voltar para o campo.

Onde eu, como tantos de nós, quer voltar. for ever, António.

Paredão Antes do início existiram apenas 20 segundos.

Aí bateu a pulsação bem mais que 20 vezes.

Antes do início estava apenas um nevoeiro pesado e a hora do sol dava-lhe uma cor viva-

verdadeiramente viva.

Sabes que,

antes do início, as cores também respiravam, tal como tu e eu.

Antes do início, numa casa de campo,

morava todo o mundo.

E todo o mundo que lá morava tinha uma cor

que andava e respirava.

Antes do início,

ainda se contaram 20 segundos, mas na altura ninguém contava.

Nesse tempo existia apenas uma linha reta e não uma elipse.

Nesse tempo o mar não ficava mais escuro.

Até que chegou o início e o ar e a água e a carne e, principalmente, a tua conta da eletricidade.

Rua D. Pedro IV Jรก nรฃo passeรกvamos hรก muito tempoacho eu.

Eu vim aqui para ver tudo de novo, mas obrigado pela estalada.

Um filme numa segunda-feira frustração: tanto barulho e nenhum Ê o correto. mais vale deixar crescer o cabelo.

Meterologia na cidade nova e destruída ergue-se ao meio-dia uma luz nova e serena que se esgota nas nossas caras. radiação que serve para lembrar que nem tudo o que se cola à nossa pele é poeira de carvão e petróleo. uma brisa de nevoeiro impõe-se no passeio acabando com qualquer ideia de que tenha existido sequer um verão. o estado do tempo, tantas vezes perpendicular às nossas conversas, paira por aqui paralelo aos passos frenéticos que hoje se cobriram de calças. para a semana volta em força o sol e lembrar-nos-á do ridículo que foi termos sequer pensado em protegermo-nos da chuva. no entanto, hoje ainda recordo a loucura que foi ter vestido um fato de banho e a loucura que foi ter mergulhado no mar rancoroso. outros tempos, certamente.

Duzentos e cinquenta mil Vou encontrando, entre as mais pequenas brechas do mundo, pedaços de ti.

Também entre os nossos acordes há espaço para a palavra suspiro e para outras ficções.

Repara que o sol desta estação confunde-se, de certo modo, com os gestos que oferecemos e que se repetem indefinidamente na memória.

Por isso, enquanto desfrutas da magnitude do oceano e das suas precipitações vulcânicas, é inevitável dizer que te amo.

BEATRIZ SANTO biags2000@gmail.com

Tudo é possível para aquele que se atreve.

Spending a lifetime wondering There was a man made of ice, no one knew – it was all inside.

He walked in the middle of the crowds, he never stood out.

There was a woman made of fire, everyone knew – she showed it in her eyes.

She stood still all her life, too afraid to let it out.

They wondered all their lives if anyone else was made of the same.

What a shame – if only they had known, one never searched for the other to create the water they both longed for.

I am as fragile as a dandelion.

And beautiful, only once; Until someone finds me Or the wind blows And I can’t help but have All of my life fly away.

I will never get the chance To put myself back together.

I will never get the time To feel whole And mine alone.

Invisível por mim Escondo-me nesta água arrefecida, fria, gelada de apatia onde o mundo não me vê ser infeliz, e eu posso fingir que não o sou. Água turva, da chuva de lágrimas que eu finjo não conhecer e não me pertencem e eu estou bem dentro desta água que não me aquece porque nem ela me notou.

Invisível por ti Olhas para mim com

o teu amor?

ternura que magoa

Desvaneço,

olhos que dizem que

invisível.

não sou suficiente

Não sei quando me

mas gostavas que fosse

esqueci de mim

e

e se o fiz por ti,

eu também.

ou se o fiz por ti

Desfaço-me

porque me esqueci de

em 50 defeitos

quem

e 50 manias

era

e 100 incapacidades

antes de depositar

de mudar quem sou,

toda a minha existência

pois

em braços que nunca

afinal

souberam amar-me.

quem sou eu sem

As cores da ilusão Nós à noite.

o meu mundo revira-se.

Nós à noite, com olhos húmidos

Desço escadas a voar, asas

brilhantes de estrelas.

alaranjadas de fogo;

Nós a preto e branco, sombras

agora sou amada.

a delinear os nossos limites nas paredes,

Uma hora e duas cores depois e

estamos dentro de uma caixa

afinal era só a luz do sol

mas o céu envolve-nos.

a iluminar a tua sala através das cortinas

O mundo lá fora silencioso

alaranjadas de

não existe.

fim de tarde.

Nós dentro do nosso próprio silêncio

Calor arrefecido

que não é silêncio para mim

refletido no teu rosto,

(não me ouves gritar

distorcido aos meus olhos para algo

se for para dentro).

a que chamei amor.

e agora nós de tarde,

E agora eu

ao fim da tarde.

sem ti

Sorris-me e

e é noite novamente, mas

eu sorrio e

não estou a preto e branco,

somos dentes,

estou sépia;

os teus perfeitos e os meus com vontade

uma aguarela que se desvaneceu

de o ser por ti.

com água demais.

As minhas mãos acabadas de se tornar

A sombra da

páginas escritas pela tua pele,

tua sombra

esborratadas nos cantos pelo suor.

dança com a minha,

Procuro calor e encontro-o

até eu desaparecer.

nos teus olhos;

Convenço-me que uma parede me parece tão boa casa como qualquer casa sem ti.

O meu amor é egoísta.

O meu amor não espera nada em troca, tirando amor de volta.

O meu amor não liberta nem conforta – sufoca.

O meu amor é dar tudo o que tenho, é sofrer e perder, é tudo o que consumo (e me consome).

O meu amor destrói lentamente tudo aquilo que a felicidade fez por mim.

Ama-me cegamente, faz-me sentir que a minha pele ĂŠ o meu tamanho ideal.

Toca-me lentamente, convence-me que sou real.

CÁTIA SILVA linkedin.com/in/cátia-m-gonçalves-da-silva-9b3553104

Prefiro a poesia. Um risco, um rabisco.

E, depois disso, a eternidade.

Leonardo da Vinci

Cátia M. Gonçalves da Silva, 27 anos, natural de Lisboa.

Licenciada

em

Estudos

Portugueses

pela

FCSH e, atualmente, a frequentar o Mestrado de Gestão e Curadoria da Informação.

Apaixonada por literatura e fotografia, o seu maior desejo é inspirar os outros através da sua arte.

A LÍNGUA Varredora de verdades, vendedora de mentiras reconfortantes. A mesma língua que atravessa a bainha da saia: a margem entre o concreto e o capricho é a mesma que poetisa silenciosa. A língua que te dá prazer fere sem sair da boca.

Se o homem nascesse sem língua, nunca mediria a força da sua palavra, escravizar seria um verbo por inventar e as putas não vestiriam saias, incapazes de abrir o apetite nas bocas feridas pelo EU, eu...

A língua que lambe papel nunca aprendeu a falar! A saliva que cresce na boca que debita a tabuada sem saber multiplicar gera erros ortográficos nas linhas ímpares dos ditados: a curiosidade anseia por libertar-se da finitude dos pontos finais.

Lábios apertados, carne gordurosa, rosa suave mascarado de vermelho sexo, covinhas nas bochechas rechonchudas de pó de arroz marcado a negro pelos honorários do amor. Escorrega de pecados em terceiro grau.

Palavras doces, aveludadas, sedosas, curtas e caprichosas!

Vogais indolentes, consoantes entediadas. O léxico amoroso treinado com mil caretas todas as manhãs depois de um banho depurativo. O sorriso que ecoa pelo quarto húmido, se encolhe com o vento que se levanta e remoinha as bainhas da saia que encobrem um caso periclitante morre desajeito quando a língua se morde e prova o sabor amargo de um sangue demasiado usado, tinge a gola amarelada e veste o corpo de dúvida.

Lá fora cheira a dia que acaba, a homens de bainhas curtas e pele por lavar, a pelo de cão molhado, a terra enriquecida por fruta podre.

E a língua que se mordeu inventa histórias para não se maldizer.

A boca como um paul... Língua verdete, oxidada, sem criatividade na ponta da língua, seca de tanto beber dos corpos que já nada sentem para além do conforto que carregam na algibeira.

Digo-vos que os homens dos contos não têm línguas! A sua forma começa na consciência do leitor, nas ligações nervosas, no timbre deslocado, no tique nervoso, no batimento cardíaco sincopado. Na perversão... no desvio. Nas múltiplas hipóteses de viver uma única resolução: o sonho está na fissura que corpo e mente unem à gargalhada.

O SONHO Adormeci sobre as teorias, embebedei-me nas palavras de fim de século...Injuriei esses autores anónimos por me fazerem sonhar com mundos impossíveis, amei os maníacos e os depressivos.

Espreguicei-me nas tardes incoerentes dos categorizadores. As putas de punhos fartos costumavam ser as mais bem pagas do bairro.

Levito na ponta dos meus pés nus.

O empregado do hotel pisca os olhos estrábicos à distribuidora do leite. Uma moça franzina, meio palmo de testa a mais e cabelos loiros como um sol que brilha longe numa manhã de nevoeiro. Pele pálida, modos azedos e postura circunspeta, o medo que o demónio lhe entre pela boca adentro é tal que nunca lhe sorriu, mas desta vez apanhei-a!

As narinas dilatam-se durante um segundo, aperta as mãos nervosas uma na outra e a maçã do rosto contrai-se, envergonhada.

Sacode a saia de cima para baixo e mete a mão na algibeira puxando o carrinho com a outra, afasta-se tremelicando da perna direita. Mal ela sabe que os demónios de que tanto foge são os mesmos que lhe narram doces fantasias no último banco da igreja: a causa dos suores e das brisas quentes entre as litanias. O mito e o sonho pesam sobre os joelhos.

A culpa da menina virgem de cabelo loiro baço lava-se assiduamente mergulhando os dedos magrinhos com um zelo determinado na água da fonte da igreja, apenas um momento depois de os ter provado excitada com um doce líquido expulso do mundo dos sonhos... As vacas são puras quando o leite não me provoca diarreias matinais durante quatro dias seguidos. Aprovado o néctar dou uma pancada no empregado e as suas costas corcundas hão de se endireitar por força do hábito!

der Mord

"erinnerungen an einen mĂśrder" series .

30x30, digital painting 2019

Ăşltimo dia

"erinnerungen an einen mĂśrder" series .

30x30, digital painting 2019

who's next?

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30x30, digital painting 2019

tarefas domĂŠsticas

"Chico" series .

30x30, digital painting 2019

gender clothes

"Chico" series .

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paternidade

"Chico" series .

30x30, digital painting 2019

NO

.

30x30, digital painting 2019

Acaso - Ă lvaro de Campos

"oserhumanoĂŠumacoisaestranha" series .

30x30, digital painting 2019

FRANCISCA BALIXA-FARIA franciscafaria18@gmail.com

DOR Vem, meu amor.

O sol cura a tua dor.

Essa dor que vem e não vai.

Essa dor que nunca mais cai.

Deixa-me dizer que para sempre me vais ter.

Meu amor.

Minha dor.

Meu amor.

TU

Tu. É contigo que quero estar.

Esconder-me nos teus braços e contigo enfrentar o Mundo.

Tu dás-me a força que me falta e a acalma os meus medos.

Quero abraçar-te.

Quero viver contigo e proteger-te de todos os males.

Meu amor. És só tu.

click

JULIÃO PEDRO juliaopedro94@sapo.pt

Julião Pedro é originário Alhadas, e tem 26 anos.

de

Coimbra,

Tirou mestrado em Tradução na Universidade de Coimbra com uma tese intitulada Tradição e tradução: um estudo acerca de Pompeia , estando, de momento,

a tirar uma pós-graduação em Artes da Escrita na Universidade NOVA de Lisboa.

Também, ainda que em pequena tiragem e distribuído fora de meios de distribuição convencionais, publicou, em 2014, um livro de poesia intitulado Odes ao poeta esquecido Pedro César.

TOPOS HYPERURANIOS Alma minha que se me apartaste Achai piedade ou perdão, Pois meu ânus violentaste E, pelo meio, um braço e um tendão.

Deixai, senhora, a calma esposada Nos meus olhos chorados de mestria sem cura; Teus lábios, ao canhão meu em afronta, assada Metei, pois circunda a língua na saliência de merda pura.

Que avassalado avacalhamento me dais Se em meu rim asselardes a ofensa De te chamar pega, vaca ou borrego nos meus ais?

Não cuideis mais meu ser descansada, Levantai esse avental ainda que o cheiro não ajude, Estou cheio de fome, rijo, e em vista à derradeira cagada!

(BAM)

Ridiculous misery

MIGUEL SELEIRO miguel.photography@yahoo.com

PATRÍCIA MARQUES patriciamarques4213@gmail.com

I. POEMA DO VAIVÉM Moro na minha cabeça, é aí que tudo começa: As complicações, as ilusões, para não falar nas divagações. É muita confusão nesta desarrumação, que é o meu coração: Pragas lamechas, cicatrizes, plateia para os dias infelizes.

Não há ferida, mas há dor.

Há frio e às vezes calor, um mundo com cor ou um silêncio constrangedor.

Amargura da vida dura, tanto bate até que fura.

Mas cansei de rir para não chorar, vou chorar de tanto rir.

II. POEMA DO RESSENTIMENTO Houve chuva no mar, no meu peito a derramar.

(Acalmar, mudar e transformar) Prefiro a solidão a implorar por atenção.

Bem - me - queria?

Mal - me - queria?

Simplesmente não me queria.

Neste caso, não faças caso dos acasos, há coisas que acontecem por acaso.

E as palavras bem - ditas são malditas.

Bonitas, mas facilmente desditas.

No tempo jaz, ficou para trás.

Agora tanto me faz, só quero a minha paz.

Baby, sweet baby, hate has been destroying our love for too long.

It should be home, not blood.

I wait for you behind all your closed doors, while you hide your deepest feelings from me.

And when you are finally exhausted from running around, I let you in my bed, only to hear you calling for other people in your dreams.

Still, I tried to clean up your tears every night, when names gave up their places to broken hearts.

Not even then, did you let me hold you.

You must think that I too will eventually leave you.

Did I become everything but what you wanted me to be?

Or can't you just remember your way home?

I bet it's your freaking broken compass.

That little piece of crap has been shattered for too many months.

I never really understood if you broke it when we hit rock bottom or if you broke it yourself so that you would never have to face me again.

Tell me, will you ever come back home?

You must think that I am stupid.

You must think that I don't know how you wish you would be with everybody but me.

Honey, I feel it too.

I want to leave me too.

And I should have the right to do so too, But I have to stay here, in case you come back.

You used to laugh so hard, cry so loud.

Now you are just silently quiet.

All I can hear is that brain of yours breaking everything apart until there is nothing left.

No childhood dream to follow.

No butterfly.

Just dust.

I liked you better when you thought with your heart.

Now you just feel with your brain.

They wrapped you up and unwrapped you with the word special, so many times, that you no longer know what to seek.

I guess you must decide, whether you are so special or not.

But you probably won't know.

Oh, you got so lazy in your own naiveness.

For cowards, it must be better to have no answers, than to risk having the wrong ones.

Leave your silence, and all those "I don't know" by the door, when you finally find the guts to come back home.

Run to bed, hug me, and tell me something.

Anything at all.

Show me that you are worth the fight.

And I promise you that on the next day I will fight harder for you.

After all, self-love should be granted.

They raised me to fit anywhere without knowing that it would stop me from being here.

Ironically, that would become my curse, not my gift.

I will see everything with my mind, but nothing with my heart, as future and present refuse to hold hands.

Everything but answers.

Everything but peace of mind.

Everything but everything.

That shall be my veredict at the last judgment.

I'm waiting for your sign to start running.

But you seem to have forgotten to define my path.

So I just sit here, waiting for the shotgun.

They, they, they.

It' always their fault.

But we both know I was the one who gave myself high hopes.

Who thought I had the right to make the difference.

Who thought I should be happy.

Who made myself promise that I wouldn't settle for "the enough" For the easy way.

For some random blue eyes.

For a sad desk that pays for my bills.

I spoiled myself.

Me. Not them.

How can you choose the perfect chair, if you can't try them all out?

Destiny is too sly to trust him.

God is too busy to care.

And I know nothing.

I feel nothing.

But this emptiness.

Envelheço sempre que sorris, porque tenho de carregar todas estas borboletas mais um dia.

Então sento-me aqui esperando que pare de esperar por ti.

Há palavras que não são para ser ditas e muito menos escritas, não vá o sujeito aperceber-se da superficialidade dos problemas que o atormentam.

Não vá o leitor reparar que quem estava ali, já não está.

Quem decidiu fazer um cliché do amor, provavelmente não sabe o monstro que ele é.

Eles que vissem esta velha ferida, que fecha e abre, nas alturas mais inconvenientes.

SOFIA CASTANHO esctherotine.blogs.sapo.pt.

Escrevo

poesia

desde

os

seis

anos,

não

me

recordo ao certo como surgiu este interesse, apenas sei que foi algo natural. Sempre fui fascinada

por

literatura.

Entre

as

minhas

principais fontes de inspiração encontram-se as lutas diárias contra a ansiedade e depressão, a condição humana e a natureza. A obra e a filosofia de Camus representam também uma grande fonte de inspiração.

Classifico

o

meu

processo

de

escrita

como

orgânico e moroso tanto quanto ágil. Em junho lancei o blog Escape , denominado assim por seu o meu escape, mas com o intuito de ser o de mais

alguém.

Convido-vos

esctherotine.blogs.sapo.pt.

a

visitá-lo

em

DIGESTÃO Serviram-me uma galáxia, Honestamente, não me recordo se aceitei o prato, se mo impingiram Sei que nunca o digeri.

As forças, poeiras, acumularam-se na minha garganta, culminando no nascimento de estrelas, cujas explosões originaram supernovas, que, mesmo depois de terem perecido, não pararam de irradiar os raios que me fazem estremecer.

A galáxia prosseguiu então para o meu estômago, onde, não derrotada pelos ácidos, Num movimento regurgitante, regressa ocasionalmente à minha garganta, onde se aloja, apenas até a falácia da digestão atuar como um antídoto!

Mas as estrelas falecidas teimam em irradiar o seu brilho, (mesmo quando já se julgavam extintas) e, paradoxalmente, o brilho das estrelas vivas teima em demorar a atingir-me!

OUTRORA Outrora foi o tempo em que as ovelhas bebiam à noite da água salgada do mar, Adornando a paisagem de silhuetas brancas.

Outrora foi o tempo em que a areia fina, que os delicados pés pisavam era apenas mousse de chocolate.

Agora é o tempo em que as ovelhas em rocha se petrificam, Que os pés, cansados e feridos caminham sobre as brasas.

Outrora foi o tempo em que o significado das palavras nos intrigava, E a magia de desenhar tais caracteres nos cativava, ou repugnava, Agora é o tempo em que o significado das palavras nos assusta, Que como facas nos espetam, Com as doenças que nos infetam, Duma sociedade astuta, mas muito pouco poética.

SIMON No seu egoísmo, encontrou o altruísmo que me libertou Para sempre me amarrar ao tempo em que o sol brilhou, e os seus raios irradiou, de tão intenso queimou, e o rastilho que restou, até hoje perdurou, e o caminho que traçou, a minha mente o emoldurou, como um sonho que alguém sonhou, do qual a criança nunca se despojou, que em momentos a confortou, e a sua mente estilhaçou, mas que agora a (talvez) libertou, ao som da canção que no cruzar de olhares ecoou e a dança despertou!

MUNDO DE AREIA O eu já não é o eu, mas o “eu”, Tal como o tu já não é o tu, mas o “tu”, O mundo já não é o mundo, mas o “mundo” É a falácia, o doce engano...

Um profundo, imenso, epidémico vazio apoderou-se de nós,

Vive-se o apocalipse do “ser” na ânsia de transparecer, de exibir, de demonstrar!

O tal doce engano de amargura pelo qual nos deixámos apoderar, Impulsionados pela ambição de integrar o temível (e atraente) padrão.

Assistimos à metamorfose do ser num vulto, uma figura palpável, Que ao toque não é agradável, Intocável, aliás, À criação de heterónimos, perdoem-me a metáfora, Pois, a realidade, de uma falácia se abriga atrás.

Ocasionalmente, por curiosidade, visito esse “mundo” de areia, Que tão débil é, Que de tão frágil colapsa, Que se alimenta de almas Que buscam uma coisa falsa.

MEDIDOR DE AMOR Apraz-me conhecer o inventor do objeto atormentador: O medidor do amor, Será invisível?

Qual será o seu limite?

Poderá alguém, um mero ator, Sentir demasiado amor?

Que perturba e inquieta os demais, Pela incompreensão de sentimentos tais, Ou pela sua demonstração, Através de uma simples, mecânica, mas rara ação?

Quem impôs os limites ao amor?

Certamente cada qual demonstra o sentimento tal, Mas, estarão as pessoas estranhas a esse sentimento?

Que uma mera ação, um movimento, lhes cause tal admiração e talvez perturbação?

Talvez sinta demais, ou de formas diferentes, só queria poder encontrar-me nas outras gentes!

A VIAGEM A viagem que o elefante percorreu, também eu percorro.

Não pretendo chegar ao local onde me esperam, porque a esse lá chegarei.

Seja um processo mais moroso, doloroso, ágil ou belo...

Pretendo chegar onde não me esperam, onde nem eu sei onde se localiza, que na minha mente se idealiza e materializa com a mesma rapidez que se desmorona...

A beleza gélida, reconfortante e nostálgica das manhãs é a mesma (até deixar de ser) As noites adornadas pelo lusco-fusco são as mesmas (até deixarem de ser) A brisa que sopra e dispõe cuidadosa ou bruscamente as folhas perecidas é a mesma (até deixar de ser)

Talvez, ao tentar penetrar nos vários portais do universo, Esqueço-me de que universo provenho.

Nunca me esqueço, mas sinto-me perdida na minha própria mente.

Por vezes tudo parece um absurdo: As casas, as vidas, o ser humano.

E sinto que no meu universo (que não passa de um dos vários portais do universo que partilhamos) ninguém lá vive.

Ninguém ouviu falar sequer desse portal.

Onde será?

Mas existe mesmo?

Qual o objetivo?

"Que chatice viveres lá, quando poderias embarcar no universo comum" "Não queres experimentar viver no nosso?"

Não sei quando o criei, sei que o aperfeiçoei, sei que por ele me derrotei e que por ele me ergui novamente, com mais pujança que anteriormente, apenas para saber que derrotada sairia novamente!

A TERRA MÃE A água mãe regou-me com carinho e amor, Que me fez brotar, E memórias em preciosas molduras no âmago do meu ser guardar, Joelhos esfolar e lágrimas numa corrida desenfreada pela face escoar, E sorrir!

No tempo áureo da terra mãe, já eu adivinhava a tempestade, na ignorância, Da pura e bela inocência.

A água mãe pulverizou-me com chuvas ácidas, E fez-me desejar ter asas, Senti as costas expandir, vergar, Mas nunca as vi germinar, Até me recordar da sabedoria que Khalo deixou legar: "Pés para que vos quero quando tenho asas para voar".

Só não me apercebi que asas já as tinhas, adornando os meus tornozelos e têmporas, Faltava-me a mestria para as ver e dominar, Ciente da sua debilidade, preciosidade e, apesar de sempre presentes, da sua poderosa efemeridade!

SAUDADE A cada passo, a terra desfaz-se, o chão desaba, Os passos dão-se apressados, Uns mais assertivos, Outros, motivados por quimeras de outros passados.

Tenho saudades do que ainda não vivi!

Será isso possível?

O momento ainda não passou, mas já sinto o tremor, o chão a tremelicar, o fosso a engrandecer, sinto saudades do que estou a viver!

Tudo é preenchido pela preciosidade da memória, Por vezes benevolente, por vezes implacável!

O esquecimento incomoda-me quase tanto como o desabar da terra, inevitável!

(A)MAR Antes de nascermos já nadávamos, Apenas num mar diferente.

Um mar de calma e afeto, E ao nadar, nascemos.

Agora, nadamos no mar, Que nos dá vida, Apesar de vivermos.

E ao mergulhar, em posição fetal, Sinto a vida a emergir novamente, A acalmar-me, a confortar-me e, Ao emergir, ainda que seja incerto, Mais certezas tenho de que encontrarei o meu mundo de afeto Se mesmo antes de nascermos já nadávamos, talvez por isso o mar nos conforte (Somente aos brindados pela sorte, Que apenas nadam em mares de afeto) O mar deve fazer-nos renascer, Não ser a passagem para o "renascimento"!

Em 'barcos' apinhados, entre odores pestilentos!

Gritos desamparados, procura de alento!

Incerteza, o choro da criança indefesa, O clamor dos pais, o 'Oh' de quem lê os jornais....

O não dar jeito a quem não é sujeito.

Ganância, crueldade, repugnância!

A que nenhuma criança seja roubada a infância!

A que nenhum ser humano lute pelo que é seu por direito!

Amar, amor, mar, se o amor começa no mar, no mar deve continuar!

STEFANIA SOTTILE estefania.sottile@hotmail.com

TOMÁS GIRÃO tomas.girao.miguel@gmail.com

Sabes que não era preciso muitos versos para te poetizar?

Bastava o teu nome para suavizar o mar no momento mais inocente em que sorriamos.

Não penso num grande mar mas sim um que faça como o ar dando poesia ao jeito do teu nome que só de ouvir inspira-me...

Não existe poetas sós, existe sim, o poema a falar de nós que no silêncio diz tanto como quando nos ríamos naquele momento.

Nem todos os barcos navegam mares, talvez ĂŠ do teu olhar que embalados navegam!

Nem todos os barcos navegam mares, talvez ĂŠ do teu olhar que embalados navegam!

CATÁLOGO DA GALERIA ARTÍSTICA DA AEFCSH