Contato, edição para agosto de 2017: Uma vida centrada em Deus

MUDE SUA VIDA. MUDE O MUNDO.

FÉ OLÍMPICA

Ouro na vida e no esporte

A luta é minha

Quando a guerra se torna pessoal

Duas vidas a serem imitadas A avó e a santa

Volume 18, Número 8

C O N TATO P E S S OA L O segredo No complexo e intrincado mundo de hoje, viver segundo os princípios ensinados por Cristo pode ser bem difícil.

São muitas as coisas que concorrem por nossa atenção a cada momento. De um modo geral, não são ruins, mas consomem tempo e nos impedem de crescer em nossa fé.

Entretanto, todos conhecemos pessoas que parecem ter encontrado uma maneira de equilibrar os conflitos da vida moderna e, com certeza, inúmeros cristãos antes de nós conseguiram o mesmo em suas respectivas épocas. Então, qual é o segredo? Assim como todos comemos, respiramos e nos exercitamos para crescermos fisicamente, há três elementos essenciais ao crescimento espiritual.

Contamos com uma grande variedade de livros, além de CDs, DVDs e outros

Crescemos quando nos alimentamos – A leitura e o estudo da Palavra de Deus e de outros materiais edificadores são alimentos para nossas almas e essenciais para nosso crescimento espiritual. “As palavras que Eu vos disse são espírito e vida”. “Achadas as Tuas palavras, logo as comi; elas me foram gozo e alegria ao coração.”1

recursos para alimentar sua alma, enlevar seu espírito, fortalecer seus laços familiares e proporcionar divertidos momentos de aprendizagem para os seus filhos.

Crescemos quando respiramos – A oração já foi chamada de o fôlego da alma. 1 Tessalonicenses 5:17 nos diz para orarmos “sem cessar” e Romanos 12:12 nos insta a “perseverar na oração”.

Para obter informações sobre a Contato e outros produtos criados para a sua inspiração, visite nossa página na internet ou contate um dos

Crescemos quando nos exercitamos – Nós nos exercitamos quando seguimos ativamente as pegadas de Jesus, fazendo o que estiver ao nosso alcance para ajudar os necessitados, aliviar os sobrecarregados e reerguer os desanimados. Principalmente, como fez João Batista, devemos encaminhar os outros ao “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!”2 Como acontece com quase todos os tipos de crescimento, o espiritual não é fácil. Na verdade, a coragem era a qualidade que demonstrava aos líderes religiosos da época que os discípulos haviam estado com Jesus: “Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam, e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.”3 Continue lendo e veja o que cristãos do passado e do presente têm a ensinar sobre uma vida centrada em Deus.

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Samuel Keating Gentian Suçi

© 2017 Activated. Todos os direitos reservados.

Impresso no Brasil. Tradução: Mário Sant'Ana e Tiago Sant'Ana. A menos que indicado o contrário, todas

Mário Sant’Ana Editor

as referências às Escrituras foram extraídas da “Bíblia Sagrada” — Tradução de João Ferreira de Almeida — Edição Contemporânea, Copyright

1. Jeremias 15:1 2

2. João 1:29

3. Atos 4:13

© 1990, por Editora Vida.

Seguindo ´ os herois por Anna Perlini Eu tinha dez anos de idade quando ouvi falar pela primeira vez de Albert Schweitzer e fiquei tão impressionada com sua dedicação, que fiquei com vontade de fazer medicina e trabalhar na África como ele. Houve uma época em que, para saber mais sobre algo ou alguém era preciso pesquisar em livros e enciclopédias, tipicamente em uma biblioteca. Em outras palavras, a curiosidade não era prontamente atendida e havia uma dose de casualidade e mistério envolvidos.

Eu era uma leitora ávida e meus heróis eram personagens ficcionais, tais como Robin Hood e Mary Poppins. Graças à minha vívida imaginação, eu também imaginava heróis fantásticos, até começar a ler sobre homens e mulheres de verdade que tinham sido missionários, exploradores, defensores da liberdade, etc.

1. http://www.perunmondomigliore.org

Albert foi o primeiro de uma longa série, seguido por Martin Luther King, John Kennedy, Gandhi, Florence Nightingale e muitos outros. Aprendi que além de muitos vilões terríveis sobre os quais tive de ler nos livros de história na escola, muita gente boa já passou na Terra!

Eu era ainda muito jovem quando me determinei a participar da categoria de transformadores do mundo. Costumava dedicar semanas a estudar vários países ou profissões, dependendo do herói sobre o qual eu estivesse lendo. Hoje, muitos anos passados, sou grata que meu desejo se concretizou. Pude seguir meu coração e passar anos em campos de missão desafiadores e ainda dedico a maior parte do meu tempo aos necessitados e a várias outras causas importantes.

Isso não foi sem uma dose de sacrifícios e sem erros, mas é aí que vem a melhor parte. Falando sobre os erros, um dos lados positivos desta nova era de acesso imediato

à informação é que pude ler sobre muitos heróis do passado e do presente e descobri que não eram perfeitos, nem tão puros quanto eu imaginava. Todos tinham seus problemas e algumas das coisas nas quais acreditavam, diziam ou faziam foram inicialmente decepcionantes.

Contudo, foram justamente suas “imperfeições” e fragilidades humanas que me animaram quando eu também caí do meu pedestal.

O lado bom desses transformadores do mundo superava, e muito, o seu lado mau, e isso prova que a perfeição não é um prérequisito para ser um transformador do mundo. Afinal, apesar de não serem perfeitos, esses grandes homens e essas grandes mulheres mudaram o mundo de seus dias!

Anna Perlini é cofundadora de Per un Mondo Migliore 1, uma organização humanitária ativa nos Balcãs desde 1995. ■ 3

Aparências ea

por Maria Fontaine, adaptado

Você, às vezes, se sente um fracasso? As coisas não transcorreram como esperava ou desejava, e você ficou desapontado com os resultados e por não ter alcançado suas metas?

Vou lhe contar a história de um homem que tinha todo o direito de se sentir um fracasso.

Doente, sofreu de depressão muitas vezes, a ponto de querer desistir completamente da vida. Órfão aos 14 anos, expulso da faculdade quando mais velho, viu o fim do seu sonho de concluir um curso superior e ser aceito como ministro do Evangelho. A maior parte do tempo, lutava contra solidão e se sentia isolado de tudo e de todos.

Tinha medo da morte — e morreu jovem, com poucas realizações, pobre e vítima de uma doença grave.

Aos seus olhos e na opinião de muitos outros, ele era um fracasso.

No entanto o seu nome se perpetua e sua história é inspiração para muitos missionários e obreiros de Deus 4

visão geral

antigos e atuais. Seus convertidos testemunharam para outros e a sua obra missionária influenciou uma grande quantidade de pessoas. O diário de oração que nos legou tem inspirado cristãos por muitas gerações.

Morreu achando que só tinha conseguido converter algumas pessoas; nunca soube a grandiosidade da obra que havia realizado, que só foi reconhecida depois que ele partiu desta vida.

Foram as suas batalhas na vida (para ele fracassos), que se traduziam em dúvidas, depressão e angústia de espírito, que ajudaram, animaram e fortaleceram a fé de muitos outros missionários no seu trabalho para Deus.

Será que foi mesmo um fracasso?

Ou será que Deus queria usar aquela vida como uma vela, que emitiu pouca luz e por pouco tempo, para

iluminar e encorajar gerações futuras de obreiros para Deus?

Será que Deus errou? Será possível alguém tido por muitos como um fracasso ser bem-sucedido aos olhos de Deus?

Esse homem era David Brainerd e incluo a seguir um resumo de sua biografia, com base em diversos livros e informações online: David Brainerd, foi um missionário que evangelizou os índios norteamericanos, nascido em 20 de abril de 1718.

Aos 21 anos, aceitou Jesus como Salvador e decidiu ser uma testemunha. Em setembro de 1739, matriculou-se na faculdade em Yale, que passava por um período de transição. Logo no início do curso, a indiferença ao seu redor o perturbou, mas o evangelista George Whitefield e o Grande Avivamento tiveram

um grande impacto e influência em sua vida. Grupos de oração e estudos bíblicos surgiam em toda a parte, geralmente para desagrado da diretoria da escola, temerosa do “zelo” religioso. Foi nessa atmosfera que o jovem Brainerd fez um comentário impensado sobre um dos professores, dizendo que ele “tinha tanta graça cristã quanto uma cadeira”, em outras palavras, chamou-o de hipócrita. Isso chegou ao conhecimento da diretoria e David foi expulso depois de se recusar a se retratar publicamente pelo comentário feito em particular.

Brainerd continuou empenhado em disseminar o Evangelho, mesmo que, segundo todos os padrões conhecidos pelas comissões missionárias modernas, fosse considerado um candidato de risco para tal trabalho.

Fraco fisicamente, tinha muitas crises de saúde e depressão, motivo de frequentes licenças.

Em 1742, foi encarregado de fazer trabalho missionário entre os índios. No primeiro ano, conseguiu pouco sucesso, pois, além de não falar a língua dos nativos não estava preparado para a difícil sobrevivência no ermo. David se sentia só e profundamente triste. Escreveu: Eu estava muito pesaroso… parecia que jamais conseguiria êxito no trabalho com os índios. A minha alma estava cansada da vida; eu realmente desejava a morte.

Vivo em um deserto de solidão e melancolia… hospedo-me com um pobre escocês cuja esposa mal fala inglês. Minha dieta consiste principalmente de mingau de fubá, milho cozido e pão assado na brasa. ... Minha cama é um montinho de palha em cima de umas tábuas. O

meu trabalho é excessivamente duro e difícil.

O seu primeiro inverno naquela região inóspita foi muito difícil. No segundo ano de trabalho missionário, ele achava que era tudo em vão e sem sentido. Sua esperança de evangelizar os índios esmaecera e ele pensava em desistir.

No terceiro ano, mudou-se para outra região, para se aproximar de um grupo de índios mais receptivos. Suas reuniões começaram a atrair até setenta índios de cada vez, alguns dos quais viajavam mais de 50 Km para ouvir a mensagem da salvação. Surgiam os primeiros sinais de um avivamento religioso, e depois de um ano e meio, o pregador itinerante tinha uns 150 convertidos, alguns dos quais também testemunhavam para outros.

A primeira viagem de Brainerd até uma tribo guerreira resultou em um milagre que fez os índios o venerarem

5

como um “profeta de Deus”. Alojado fora do acampamento dos índios, Brainerd tinha planos de se dirigir até eles na manhã seguinte para pregar. Mas sem ele saber, estava sendo monitorado pelos guerreiros decididos a matá-lo. F. W. Boreham registrou o acontecido: Quando os guerreiros se aproximaram da barraca de Brainerd viram-no ajoelhado, orando.

De repente, surgiu uma horrível cascavel ao seu lado, pronta para o bote. Sua língua bifurcada quase encostava no seu rosto. Mas então, inexplicavelmente, a víbora se afastou rapidamente e sumiu no meio do mato. “O Grande Espírito está do lado do cara pálida!” — os índios disseram. Graças a esse incidente, Brainerd foi recebido como um profeta.

Esse relato revela mais do que as muitas intervenções de Deus em sua vida. Mostram a importância e 6

a intensidade da sua vida de oração.

Em muitas e muitas páginas do livro Life and Diary of David Brainerd (A Vida e o Diário de David Brainerd), lemos frases com as seguintes: “Deus mais uma vez me ajudou a lutar por diversas almas e consegui cumprir o meu doce dever de intercessão com bastante fervor.”

“Passei bastante tempo em oração no mato e senti que fui erguido acima das coisas do mundo.”

“Passei o dia jejuando sem ninguém saber, e orando de manhã até a noite.”

“Chovia, estava tudo enlameado, mas o desejo de orar era tão forte, que ajoelhei-me à beira da estrada e conversei com Deus. Enquanto orava disse-Lhe que minhas mãos deveriam trabalhar para Ele, minha língua falar por Ele — se Ele me quisesse por instrumento. E subitamente a noite foi iluminada e entendi que Deus tinha ouvido e atendido a minha oração.”

“Eu passo um tempo com Deus nos momentos de silêncio que crio no meio do tumulto da vida. Depois

disso, sinto-me revigorado e com mais poder. Ouço uma voz no silêncio, o que confirma ainda mais para mim que é Deus falando comigo.”

Depois de suportar tantas provações, Brainerd ficou muito doente. Faleceu em 09 de outubro de 1747, aos 29 anos de idade. Outros missionários, como Henry Martyn, William Carey, Jonathan Edwards, Adoniram Judson, John Wesley foram inspirados por sua devoção e abnegação, zelo e vida de oração.

A influência de David Brainerd após sua morte foi maior do que os resultados alcançados durante sua vida. O seu diário se tornou um clássico que incentivou muitos a se dedicarem ao trabalho missionário. A sua influência prova que Deus pode e usará qualquer instrumento, por mais frágil e delicado que seja.

Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã. ■

por Dina Ellens

EDDY E O BRINCO

Às vezes, os maiores heróis são justamente os anônimos, que levam a vida com coragem discreta. Eddy é um desses que, pelo exemplo, deixam uma marca indelével.

Todo sábado pela manhã eu trabalho como voluntária na ala pediátrica de um centro de tratamento para pessoas com câncer, ensinando inglês para funcionários, pacientes e seus pais. Sempre procuro fazer com que as aulas se tornem experiências divertidas com canções animadas e jogos, para incentivar a participação dos alunos, pois, de certa forma, afasta suas mentes da dor, mesmo que por pouco tempo. Eddy é sempre muito atento e seus olhos brilham com interesse.

Na semana passada, como de costume, foi trazido na cadeira de rodas antes da aula. Ele estava 1. Ver Apocalipse 21:4.

muito alegre, cantou com grande entusiasmo e participou dos jogos de tal forma, que sequer notei a faixa que envolvia a extremidade do que sobrara de sua perna direita. Na verdade, só soube o que acontecera quando uma funcionária me contou que ele tinha acabado de chegar do hospital, onde teve mais dez centímetros da perna amputados.

“Os médicos esperam ter removido todo o câncer desta vez” — disse a mulher.

Observei-o brincando, todo feliz, com as outras crianças e sua mãe, maravilhando-me com a força do espírito daquele rapaz de apenas 12 anos de idade. Seus pais são agricultores e moram em uma vila próxima. Amam muito o menino, com quem não poupam carinho e apoio emocional, o que o ajudou a lidar com a segunda amputação com coragem e com uma atitude vitoriosa.

Horas depois, em casa, senti a falta de um dos meus brincos de prata que eu usara naquele dia. Fiquei um pouco chateada, pensando, Puxa vida! Estou ali tentando fazer o bem e alegrar os pacientes com câncer e essa é a recompensa! Revirei meu quarto, a casa e até a entrada da garagem, mas nem sinal do brinco.

Depois, me senti mal por haver reclamado. Era como se eu pudesse ouvir uma voz me dizer. Hoje, você perdeu seu brinco favorito; Eddy, dez centímetros da perna!

A Bíblia nos ensina que nada se perde no reino de Deus. Um dia, tudo será restaurado e Deus secará toda lágrima.1 Entrementes, estou certa de que a coragem tranquila de Eddy inspirará outros a contar suas bênçãos.

Dina Ellens vive em Java Ocidental, na Indonésia, onde é ativa em trabalho voluntário. ■ 7

´ A LUTA E MINHA por Mara Hodler O filme Shenandoah se desenrola na Guerra Civil Americana. É uma história comovente de uma família do Sul pega no conflito.

O patriarca da família, Charlie Anderson, abafa continuamente o desejo de seus filhos de se unirem à guerra. Charlie quer permanecer neutro e não se envolve no conflito até que sua família é seriamente afetada por ele.

Antes da guerra estourar, eles viviam muito bem. A família possuía uma grande fazenda; os seis filhos já eram homens formados e faziam com que a propriedade desse lucro. Estavam confortáveis e começando suas próprias famílias. O pai ficara viúvo, mas ver seus filhos crescerem fortes, felizes e sábios e sua fazenda prosperar o deixava satisfeito com sua vida.

1. Ver Efésios 6:10–18.

2. www.just1thing.com

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Um dia, o filho mais novo, Boy, sai para caçar um guaxinim com seu amigo e se depara com uma emboscada dos confederados. Eles saem correndo e se livram da emboscada.

Quando pensam que já estão fora de perigo, os dois rapazes param na beira de um córrego para beber um pouco d’água. Boy encontra no córrego um boné velho de rebelde (os confederados eram rebeldes) e sem pensar o coloca na cabeça. Nem um minuto se passou quando uma patrulha da União aparece diante dos rapazes e acha que Boy é um soldado rebelde e o faz prisioneiro de guerra.

Seu amigo escapa e corre de volta para a fazenda para contar ao pai do rapaz capturado. De repente, a guerra diz respeito a Charlie e muito, que passa de observador do conflito

a alguém totalmente envolvido nele para resgatar o filho: “É a nossa guerra agora.” — diz à família. A luta se tornara pessoal. Ele não estava empunhando armas instigado por um governo ou outro, mas porque se não agisse, a vida de alguém que ele amava corria perigo.

Assim que decidiu que aquela era sua guerra, não precisava que ninguém lhe dissesse o que fazer.

Ele não precisava ser motivado; lutar pelo que ele amava era toda a motivação que precisava.

Posso me identificar com Charlie Anderson e com sua atitude de “a luta é minha” nessa história.

Sempre conheci Jesus e acho que O amava, mas demorou um pouco para eu ficar do lado dEle, por assim dizer. Quando a vida é confortável,

evitamos as dificuldades que acompanham os esforços da vida de um crente... afinal, ninguém quer dificuldades, certo?

Contudo o fato é que Satanás está empenhado em atrapalhar, frustrar e impedir o plano de Deus para a humanidade e entende que os filhos de Deus são seus inimigos.

Em resposta, devemos “nos armar” espiritualmente1 e pelo nosso exemplo, fazer uma diferença.

Mas tudo isso não significa nada até termos escolhido “adotar a guerra como se fosse nossa”. Uma vez que a batalha se torna pessoal, então, tal como aconteceu com Charlie Anderson, não seremos mais meros observadores do que está acontecendo ao nosso redor, mas sim alguém determinado a fazer uma diferença.

O primeiro passo é entender por que as pequenas decisões são importantes. Como um soldado treina

diariamente, cada dia, quer esteja ou não diretamente envolvido em um conflito armado, precisamos manter nossa preparação espiritual. Na maior parte do tempo, nossas “missões” provavelmente serão corriqueiras, tais como servir de pacificador, ser diligente, cuidar das necessidades dos outros e muitas outras coisas assim e isso está bem. Mas entendo que essas coisas aparentemente insignificantes, têm um impacto no “esforço de guerra” de modo geral.

A questão é que fiz e repetidamente faço a escolha pessoal de dedicar meus melhores esforços à causa de Cristo. Não é algo que faço porque os meus pais fizeram ou não, ou porque meus amigos fizeram ou não, mas porque a luta de Deus se tornou

minha e quero assegurar tantas conquistas quanto eu conseguir para o nosso lado.

Mara Hodler foi missionária no Extremo Oriente e na África Ocidental. Vive atualmente no Texas com o marido e filhos, onde administra uma pequena empresa familiar.

Esse artigo é uma adaptação de um podcast publicado em Just1Thing 2 , um site cristão voltado à formação de caráter dos jovens. ■

Não fazer nada produz a sensação de impotência e incapacidade. Mas o engajamento gera o senso de esperança e realização de saber que está melhorando as coisas.

— Maya Angelou (1928–2014) Meus heróis são sonhadores, homens e mulheres que tentaram tornar o mundo um lugar melhor do que o que encontraram, de maneiras modestas ou grandiosas. Alguns venceram, outros falharam, a maioria combinou os dois …, mas é isso mesmo.

Heroico é o esforço. É assim que vejo. Na vitória e na derrota, admiro os que lutam o bom combate.

— George R. R. Martin (n. 1948) 9

DUAS VIDAS A SEREM IMITADAS Sabina, minha avó, foi uma santa que tive o privilégio de conhecer pessoalmente. Nunca teve uma certidão de nascimento, mas frequentou a escola o suficiente para aprender a ler bem. Lia a Bíblia diariamente e jamais faltou à missa de domingo. Era bondosa, terna e nunca perdia uma oportunidade de fortalecer nosso caráter, como quando minha irmã furtou frutos dos vizinhos.

Bastou nos olhar quando chegamos em casa para que soubesse que tínhamos aprontado alguma. Depois de admitirmos nosso erro, tivemos de pedir desculpas àqueles que havíamos prejudicado.

Era a única pessoa a quem eu tinha de pedir a bênção e beijar quando a cumprimentava, como era o costume antigo, e me lembro que sentia a mágica de suas palavras: “Deus te abençoe, minha filha!” Ela era pequena e frágil, mas muito admirada e amada pelos seus oito filhos e quatorze netos.

Meu pai disse que sua mãe dedicara a vida para a família e que jamais a ouvira se queixar. Sem dúvida, foi uma grande mulher que influenciou muitos, inclusive a mim.

Ela me faz lembrar de outra pequena grande mulher, Madre Teresa de Calcutá. Recentemente assisti a um filme sobre sua vida, As Cartas de Madre Teresa. A produção 1. Mateus 25:40 NVI 2. Charles A. Miles, 1914 10

Por Rosane Pereira

cinematográfica conta como ela começou a ajudar os pobres e como, motivadas pelo seu exemplo, suas abastadas alunas do Ensino Médio decidiram dedicar a vida a Jesus. O filme também mostra seus sofrimentos e até seus críticos, gente que queria impedir suas boas obras.

Seu exemplo de amor continua vivo e influenciará muitos das gerações por vir. Ao contrário de minha avó, Teresa não foi mãe, mas se dedicou aos filhos de Deus.

Seu lema era: “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram.”1 A religiosa via Jesus em todos que ajudava. Fazer o bem aos demais era sua maneira de agradecer a Jesus pelo que dEle recebera por meio de Seus ensinamentos e morte na cruz. Seu exemplo de amor viverá para sempre e continuará influenciando muitas pessoas por gerações.

Por que não há mais pessoas como Madre Teresa?

Imagino que não entendam, da mesma forma que ela, a profundidade do amor de Deus pela humanidade. É algo que ainda estou aprendendo. Como diz o antigo hino: “Amplo como o oceano, elevado como os céus; profundo como o mar é Seu amor por mim.”2 Rosane Pereira é professora de inglês e escritora. Vive no Rio de Janeiro e é membro da Família Internacional. ■

Para refletir

SEJA BOM!

Seja gentil com todos, inclusive com os rudes. Não deixe que a atitude deles determine a sua. — Autor desconhecido A vida é curta, mas sempre há tempo para um ato de gentileza. — Ralph Waldo Emerson (1803–1882) Ganhar dinheiro não pode ser o único propósito de um homem: cultivar a bondade é uma prática valiosa para ganhar a vida. — Samuel Johnson (1709–1784) Errar ao ser bom raramente é um erro. — Liz Armbruster Quão longe alcança a luz que de uma vela emana!

Assim também brilha a luz em um mundo cruel.

— William Shakespeare (1564–1616) Quão belo é o dia Tocado pela delicadeza!

— George Elliston (1883–1946) Seja sempre mais terno do que o necessário. — James M. Barrie (1860–1937)

Se faltar caridade no seu coração, então seu problema não poderia ser pior. — Bob Hope (1903–2003) A bondade é o idioma que o surdo ouve e o cego vê. — Mark Twain (1835–1910) Sempre prefiro acreditar no melhor que há nas pessoas. Isso evita muitos problemas. — Rudyard Kipling (1865–1936) Uma palavra bondosa cura; a maliciosa mutila. — Provérbio russo Não seja você mesmo — seja um pouco mais agradável. — Mignon McLaughlin (1913–1983) Não espere que as pessoas aprendam a ser amigas. Mostre-lhes como se faz. — Autor desconhecido Um ombro amigo é um grande amigo. — Frank Tyger (1929–2011) Na juventude, eu admirava as pessoas astutas. Na velhice, admiro as bondosas. — Abraham Joshua Heschel (1907–1972)

Ninguém prejudica o estômago quando engole palavras grosseiras em vez de as dizer. — Winston Churchill (1874–1965) É comum subestimar o poder de um toque, de um sorriso, de uma palavra terna, de um ombro amigo, de um elogio sincero, ou do menor ato de abnegação quando, na verdade, cada um deles tem o potencial de causar uma reviravolta na vida de alguém.

— Leo Buscaglia (1924–1998) Não é possível precipitar a bondade, pois a qualquer momento pode ser tarde demais. — Ralph Waldo Emerson (1803–1882) Uma pessoa gentil com você, mas rude com o garçom não é uma boa pessoa. — Dave Barry (n. 1947) Começando hoje… trate cada pessoa que você encontrar como se ela fosse morrer nesse dia. Seja atencioso, bondoso e tão compreensivo quanto puder, sem pensar em qualquer benefício que isso lhe possa trazer.

Sua vida nunca mais será a mesma.

— Og Mandino (1923–1996) ■ 11

Fé olímpica por Gabriel García Valdivieso

Os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, ofereceram momentos emocionantes. Atletas de 28 modalidades esportivas nos maravilharam com seus talentos, audácia, perseverança, força física e mental. No entanto, na minha opinião, um aspecto das competições que brilhou mais do que as medalhas foi o papel da fé na vida e carreira esportiva de muitos dos atletas participantes.

Sou um grande fã dos esportes olímpicos. Há anos assisto às Olimpíadas e posso dizer que nunca vi tantas manifestações de fé por parte dos atletas como nas últimas competições. Vejamos algumas: A atleta etíope, Almaz Ayana, quebrou o recorde na corrida de 10 mil metros por 14 segundos. Foi tão assombroso que imediatamente surgiram suspeitas de 1. Salmo 18:32–33 NVI

5. Filipenses 3:13–14

2. Salmo 62:11

6. 1 Coríntios 9:24–27 NTLH

3. Isaías 40:29–31 NVI

7. Hebreus 12:1–2

4. Provérbios 21:31 12

doping. Com a maior serenidade, a jovem garantiu: “Meu doping é treinar todo dia. Meu doping é minha fé em Jesus. Só isso. Estou completamente limpa”.

A história de Michael Phelps é emblemática. Se por um lado conquistou vitórias inigualáveis em outras edições das Olimpíadas, por outro, ficou tão decepcionado a ponto de pensar em suicídio. Foi durante um desses períodos difíceis que ganhou de um amigo um exemplar do famoso livro Vida com Propósito, do autor cristão Rick Warren. A leitura ajudou o nadador a reconquistar a esperança, e a sua conexão com Deus o colocou de volta no caminho da vitória.

Poucos esperavam que o boxeador colombiano Yuberjen Martínez conquistaria a medalha de prata peso pena. Sua mãe, ao ser entrevistada por ocasião da vitória do filho, explicou que há anos ela conversa com Deus, e Lhe disse: “Senhor, eu entrego o meu filho nas Suas mãos.

Faça o que Você achar melhor”.

Omar McLeod, da Jamaica, ganhou a corrida de obstáculos de 110 metros com facilidade. Assim que

cruzou a linha de chegada, começou a gritar: “Obrigado, Jesus, obrigado Jesus!”

Simone Manuel alcançou um novo recorde olímpico nos 100 metros nado livre. Foi a primeira afro-americana a conquistar uma medalha de ouro individual na natação.

Depois da prova, ela disse com lágrimas nos olhos: “A única coisa que posso fazer é dar a glória a Deus”. Uma outra promissora nadadora americana que conquistou diversas medalhas de ouro foi Katie Ledecky. Ela afirma que “a fé faz parte de mim”.

A seleção de rúgbi de Fiji ganhou a primeira medalha de ouro na história do país, derrotando equipes fortes como a da Inglaterra, por 43 a 7. No final do jogo, a equipe se reuniu para cantar o hino cristão We Have Overcome, (Nós vencemos), cuja letra diz: “Nós vencemos, nós vencemos. Nós vencemos pelo sangue do Cordeiro e a Palavra do Senhor”.

Por que haveria a fé de ser tão importante no mundo dos esportes? Na minha opinião, isso está relacionado à força, ao equilíbrio, ao bem-estar e ao otimismo que ela transmite. Na verdade, é o que a fé faz em qualquer desafio que enfrentamos. É o que ensina o salmista: “Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.

Faz os meus pés como os das cervas.”1 “Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.”2 Quando admitimos nossas limitações e inabilidades, podemos receber a força de Deus. “Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam.”3 Que promessa mais incrível para clamar antes de uma competição!

Para o crente, esse segredo é instintivo. Damos tudo de nós fisicamente e deixamos o resto nas mãos de Deus.

“Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória.”4 O apóstolo Paulo muitas vezes comparou a vida do cristão a uma corrida de grandes proporções, algo que poderíamos chamar de atletismo espiritual. Referindo-se a si mesmo, ele disse: “Não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”5 Muito provavelmente, o sucesso dos atletas que professam fé, ou de qualquer um que depende de Deus nos seus empreendimentos, se deve às metas celestiais, muito mais altas e além da glória que se conquista na terra. Isso me faz pensar nas palavras do apóstolo: “Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio.

Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio.

Todo atleta que está treinando aguenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro, uma coroa que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre. Por isso corro direto para a linha final. Também sou como um lutador de boxe que não perde nenhum golpe. Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na luta, eu mesmo não venha a ser eliminado dela”6 “Portanto, visto que nós também estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da nossa fé.”7 Gabriel García é o editor da versão em espanhol da Contato e membro da Família Internacional no Chile ■ 13

Em um mundo de celebridades, os verdadeiros heróis permanecem anônimos. Nesta vida de ilusão, ou quase isso, a pessoa de virtudes sólidas que pode ser admirada por algo mais relevante do que a fama, costuma estar na categoria de desconhecidos. — Daniel Boorstin (1914–2004)

HERÓIS ANÔNIMOS por Chalsey Dooley Só Deus sabe quantos feitos heroicos acontecem todos os dias.

Faltariam paredes para pendurar as placas de reconhecimento, se fossem concedidas por todas as boas ações praticadas. Talvez foi nisso que Michael, meu marido, pensou quando escreveu esta canção em homenagem aos heróis anônimos. [N.T.: Tradução livre.]

Só eu percebi, Quando, no dia a dia, Observei seu espírito humilde, E admirei seu jeito de ser.

Fiquei pensando no que lhe custa Fazer tudo que pode Até que não pude conter As palavras que encheram meu coração: Você é o herói anônimo Abrindo mão de esperança e sonhos Para que outros encontrem os seus.

14

Doando-se ao máximo Persistindo, a todo custo.

Em todo o mundo, não há amor maior.

Há tanto que quero lhe dizer Mas onde encontrar as palavras Para lhe mostrar a admiração Que tenho tão dentro de mim.

Todo o trabalho invisível Que a quase todos passa despercebido Constrói sua coroa no céu Que brilhará eternamente.

Eu não poderia fazer o que faço Sem você para me ajudar.

Nossas vidas não seriam mais que um vazio Sem seu amor e dedicação.

Recentemente li que, na infância, John Wesley ficara preso em um prédio em chamas. Alguém o notou, enfrentou o fogo e o resgatou. Não sabemos o nome dessa pessoa nem

nada sobre ela, mas sem este abnegado anônimo, não sabemos quantas pessoas teriam perdido a oportunidade de conhecer Jesus através das décadas em que Wesley se dedicou à pregação e ao serviço ativo para Deus.

Mesmo que fiquemos invisíveis, nos bastidores da grande peça encenada no palco da vida, façamos bem nossa parte, garantindo aos demais nosso desvelo e respeito. Quem sabe um dia seremos reconhecidos.

Ninguém sabe o que o futuro reserva, mas pelo menos teremos a satisfação de ver os efeitos de nossas vidas nas vidas dos outros.

Chalsey Dooley é escritora de textos para crianças e cuidadores. Vive atualmente na Austrália.

Visite seu site em www.nurture-inspire-teach. com. ■

O QUE REALMENTE CONTA por Koos Stenger

Eu fora convidado para um banquete de luxo. Tudo ao meu redor brilhava com glória e esplendor.

Taças de cristal eram abastecidas com os melhores vinhos e meus pratos favoritos estavam servidos. Então, veio a ordem: “Coma e seja feliz.”

Obediente, comi e fiquei feliz.

Quando serviram a sobremesa e eu me preparava para me deliciar com a primeira colherada, o despertador tocou, às seis da manhã.

Acordei decepcionado, suspirei, dei um tapa silenciador no relógio e me arrastei para fora da cama. Dava para ouvir meu estômago roncar enquanto meu corpo cansado se arrastava para a cozinha, onde não encontrei nada que parecesse com o sonho. Pelo menos havia no armário um pacote de aveia.

A comida servida nos sonhos costuma ser mais saborosa e ter uma aparência melhor do que a que tenho 1. Salmo 34:8

na geladeira, mas tem um problema: não me alimenta.

Os humanos têm fome não apenas de comida. Sua principal carência é de amor. Em cada coração, há um vazio que precisa ser preenchido e todos buscamos desesperadamente por algo que o preencha. Mas, assim como as maravilhosas iguarias dos sonhos não enchem nossas barrigas, muitas coisas do mundo parecem boas, mas não satisfazem.

Nossos corpos precisam de alimento físico para viver e nossos espíritos só podem se satisfazer quando em comunhão com o Grande Espírito de amor que nos criou. Se nos deixarmos confundir e buscarmos o que não satisfaz, acordaremos com fome quando o despertador da vida soar e entrarmos na realidade. Perceberemos tarde demais que muito do que comemos não tinha verdadeiro valor.

Deus dá propósito à vida. Ele é a meta, o plano e a visão. Tudo

vem dEle e tudo deve ser centrado nEle. Jesus veio à Terra para nos dizer que não somos apenas um acontecimento aleatório em um universo desconhecido, mas fomos feitos à imagem de nosso Pai celestial, com um plano e propósito. Existe esperança e não somos apenas um pedaço de nada em um oceano de esquecimento.

Koos Stenger é escritor freelance nos Países Baixos. ■

Você está buscando por alimento para sua alma? Pare um minuto agora e convide Jesus para entrar em seu coração, para que você possa “provar e ver que o Senhor é bom.”1 Querido Jesus, por favor, entre em minha vida, encha-me com Seu Espírito, Seu amor e me ajude a permanecer sempre próximo de você.

Amém.

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MINHA PRESENÇA Com amor, Jesus

Estou sempre com você, pronto e disposto para ajudar, orientar, consolar, amar, curar e prover.

Quero que Me inclua em todas as áreas de sua vida. Não peço isso porque quero controlá-lo, mas porque amo você. Quero suprir suas necessidades, protegê-lo e enchê-lo de amor.

Incluir-Me em tudo que você faz fortalece nosso relacionamento, aproxima você do Meu Espírito e assim formamos laços mais fortes de amor e comunicação.

Quanto mais conversarmos, quanto mais tempo você passar Comigo e Me buscar para obter respostas às suas perguntas e as soluções para os seus problemas, mais estará Me incluindo em todas as áreas de sua vida e maior será sua satisfação.