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16º SIAC / ACREFI

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PALAVRA FINAL

PALAVRA FINAL

16ª edição do SIAC revela as fragilidades e aponta os caminhos para que o Brasil busque superar as dificuldades geradas pela pandemia

Por Ana Saito

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Há 16 anos o SIAC (Seminário Internacional Acrefi) é um dos principais fóruns de debates sobre as tendências e os possíveis caminhos a serem trilhados pela economia nacional. Na edição 2021, que aconteceu nos dias 16 e 17 de novembro, a tradição de ser um farol apontado para o futuro do Brasil foi mantida com o tema central do evento on-line: “O que esperar da pós-pandemia: prognósticos e desafios”.

A relevância da discussão pode ser medida pela importância dos palestrantes reunidos, sob a mentoria de conteúdo do economista Eduardo Giannetti. No primeiro dia participaram André Loes, economista-chefe para a América Latina no Morgan Stanley; Samuel Pessôa, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e da Julius Baer Family Office (JBFO); e Alexandre Schwartsman, economista e sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica.

No dia seguinte, o padrão foi o mesmo: Sérgio Abranches, sociólogo e pós-doutor em Ciência Política na Universidade Cornell; Márcio Garcia, professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio; Naércio Menezes Filho, economista, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso e pesquisador do Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper; João Paulo Capobianco, biólogo e vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade; e Joaquim Falcão, professor titular de Direito Constitucional na Escola de Direito da FGV (RJ) e membro da Academia Brasileira de Letras. A mediação do evento foi conduzida pela jornalista Vanessa Cochi.

CENÁRIO PREOCUPANTE PARA 2022

Nos dois dias de debates, a partir da percepção dos palestrantes, discutiu-se que o Brasil enfrentará um cenário desafiador na busca da retomada econômica no pós-pandemia. Inflação em alta, câmbio depreciado, dúvidas em relação à política fiscal e aperto monetário, além de incertezas geradas com a eleição presidencial, estão entre as preocupações dos economistas e especialistas.

PAÍS DOS DESAFIOS

Em sua explanação inicial no 16º SIAC, Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, avaliou que o Brasil, mais uma vez, reforça a sua posição histórica de “país dos desafios”. “Temos inflação alta, instabilidade e um cenário eleitoral no horizonte. Mas temos resiliência para entender os erros e acertos do passado e tirar lições importantes desse cenário. É preciso entender como reagirão as economias dos Estados Unidos, da China e da União Europeia”, ponderou.

Segundo o presidente da Acrefi, a inflação que ronda o mundo também provocará aperto monetário nos países emergentes. “Em uma situação como essa, diante do histórico, a nossa margem de erro é mínima: teremos que ser criativos para superar esses desafios”, considerou Carvalho.

“O Banco Central tem promovido um aperto monetário, com política de juros para conter a inflação, além de implementar mecanismos eficientes para ultrapassarmos esse período de instabilidade. É diante deste cenário que a Acrefi reúne importantes especialistas para entender e contribuir com os próximos passos desse movimento”, afirmou o presidente da Acrefi.

PIB GLOBAL EM NÍVEIS PRÉ-PANDEMIA

Para André Loes, economista-chefe para a América Latina no Morgan Stanley, os cenários para a economia global e para os mercados no pós-pandemia, já vê PIB global em níveis pré-pandemia, com crescimento mais rápido do que no período pós-crise de 2008. “O PIB mundial está nos níveis pré-pandemia. Vemos um crescimento da economia global mais otimista, em torno de 5,7% contra 5,3% do consenso. A volta do PIB pós-crise de 2008 foi mais lenta que agora”, comparou Loes.

PERCEPÇÃO ELEVADA DE RISCO FISCAL

Na previsão de Alexandre Schwartsman, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica, as projeções apontam para um índice de 5% no próximo ano, ainda acima da

LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO

Presidente da Acrefi

ANDRÉ LOES

Economista-chefe para América Latina no Morgan Stanley

ALEXANDRE SCHWARTSMAN

Sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica

meta. “Vamos trabalhar com uma taxa de juros muito acima da considerada neutra, e o resultado disso impacta no crescimento. Temos uma questão fiscal e da expansão de gasto, o que gera baixo crescimento e um câmbio pressionado. Mas, a percepção de risco fiscal é elevada, o que prejudicaria a nossa capacidade de gerar investimentos externos”, diagnosticou Schwartsman.

AJUSTE FISCAL ESTRUTURAL

Pela avaliação de Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV), o Brasil retomará sua agenda de reforma fiscal em 2023, levando-se em conta a aceleração da inflação. “Se nós olharmos os últimos anos, a nossa democracia tem mostrado uma certa intolerância em relação à aceleração da inflação. É importante lembrar que aqueles políticos que produziram inflação foram punidos pelo eleitor. A sociedade não aceita inflação. Isso sustenta uma aposta de que em 2023, independentemente de quem for eleito, entraremos em uma trajetória de ajuste fiscal estrutural”, garantiu Pessôa.

É PRECISO SENSO DE URGÊNCIA

Responsável pela síntese e pelos comentários do SIAC 2021, o economista Eduardo Giannetti destacou as preocupações em relação à situação fiscal do País com as eleições no ano que vem. “Nós estamos sem âncora fiscal e esse quadro pode agravar-se ainda mais por ser um ano eleitoral. Os hormônios tanto do Executivo como do Legislativo ficarão muito exaltados no sentido do descontrole de gastos”, ponderou.

“A dúvida que fica aqui é sobre a questão fiscal. O BC tendo que agir sozinho de forma muito mais contundente sem nenhum tipo de suporte da política fiscal. O limite é dado no momento em que uma política monetária mais agressiva, de aumento de juros mais pronunciado, começa a gerar ainda mais desconfiança em relação à sustentabilidade das contas públicas, mais desvalorização cambial. É um quadro bastante preocupante”, avaliou o mentor de conteúdo do 16° SIAC.

Mais um dos desafios do Brasil pós-pandemia será combinar o sentido de urgência diante de graves problemas econômicos, sociais e ambientais com a construção de uma política institucional de longo prazo. “O risco que paira no entorno dessa questão é como fazer isso sem cair no populismo. Sem dúvida nenhuma, nós precisamos e temos senso de urgência, mas o desafio real é combinar esse senso de urgência com as necessidades de longo prazo”, acrescentou Giannetti.

SAMUEL PESSÔA

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV)

EDUARDO GIANNETTI

Economista e mentor de conteúdo do SIAC

DEMOCRACIAS ANALÓGICAS REPRESENTAM UMA SOCIEDADE DIGITAL

Em sua apresentação aos convidados do SIAC, Sérgio Abranches, sociólogo e pós-doutor em Ciência Política na Universidade Cornell, disse considerar que os mecanismos tradicionais de representatividade por partidos, sindicatos e associações estão perdendo força, eficácia e alcance. “A sociedade muda muito rápido e diversas categorias emergentes já não se encontram mais representadas em uma dessas organizações, ao mesmo tempo em que elas se tornaram mais oligarquizadas, sobretudo sindicatos e partidos, que passaram a ser controlados por um pequeno grupo”, afirmou. O sociólogo identifica que há ainda um problema geral da democracia global. “São democracias ainda analógicas, que representam uma sociedade que já é digital. Portanto, devido à velocidade, o tempo político é incompatível com as necessidades que vão surgindo na sociedade”, analisou. Abranches destacou ainda a falta de renovação de lideranças políticas. “Temos um problema de escassez de lideranças em sintonia com a evolução tecnológica”, apontou. “Estamos precisando de lideranças novas, digitais, sintonizadas com os problemas do século 21, sem deixar de levar em conta o passivo que carregamos. Essas lideranças que estão aí pesam os mesmos problemas com as mesmas soluções.”

O TETO DE GASTOS É COMO DIETA, SEMPRE TEM FALHAS

Na sequência, Márcio Garcia, professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio, falou que o furo no teto de gastos é um assunto da maior importância, pois o mecanismo de vigilância foi uma maneira eficiente pela qual se conseguiu alguma previsibilidade no descontrole fiscal brasileiro, que nos havia levado à enorme recessão de 2014-2016. “O teto é como dieta, sempre tem falhas. Mas, uma vez decidida a dieta, é preciso persistir. Há uma perspectiva de deterioração fiscal que está assustando o mercado, uma vez que o que se perdeu é a previsibilidade. Entramos em um regime do gaste o que quiser e, infelizmente, sabemos no que isso vai dar”, considerou. Segundo Garcia, com o fim do teto de gastos, que é a bússola fiscal, o mercado reagiu fortemente. “O dólar depreciou, mantendo-se no elevado nível de R$ 5,50. A curva de juros (ETTJ) subiu fortemente, com vértices já muito curtas e nos dois dígitos, desfazendo os ganhos auferidos desde 2016”, acrescentou.

O professor lembrou ainda que o ambiente internacional permanece favorável, mas está piorando, com bancos centrais enfrentando a inflação, o que pode resultar em alta de juros. “A perda de popularidade do presidente (Jair Bolsonaro), que só pensa

SERGIO ABRANCHES

Sociólogo e pós-doutor em Ciência Política na Universidade Cornell

MÁRCIO GARCIA

Professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio

em reeleição, e a aliança com o Centrão levaram ao rompimento da nossa âncora fiscal, o teto de gastos. Teremos menos investimentos, menos crescimento, menos emprego, mais inflação, juros mais altos, bolsa em baixa e dólar em alta. Com a eleição a menos de um ano, e com os dois principais contendores prometendo gastar sem limites, voltamos a ter velhos problemas”, concluiu.

SUPERAR A PRODUTIVIDADE E INVESTIR EM CAPITAL HUMANO

Ao tratar dos desafios brasileiros com a disrupção tecnológica, educação, trabalho, Naércio Menezes Filho, economista, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso e pesquisador do Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper; lembrou que estamos vivendo situação econômica delicada relacionada ao emprego e à renda, mas que se arrasta há mais de 20 anos. “Afora isso, nos deparamos com uma pandemia – e precisaremos superar essa questão. O desafio é superar a produtividade e crescer investindo em capital humano, empoderando as pessoas. O Brasil não tem conseguido fazer isso – a gente dobrou produtividade, mas sem investir em capital humano”, alertou. Menezes recomendou que o país avance em questões que remetam à inclusão de jovens pobres. “Temos uma parcela muito grande dos jovens que nascem em famílias pobres que estão desiludidos, sem esperança, sem trabalho ou que abandonaram a escola. É impossível pensar em um país que vai crescer no futuro, que vai desenvolver tecnologias e empreender onde a maioria dos jovens não tem a menor capacidade de participar e nem perseverança para participar desse crescimento. Para isso, é fundamental investir na primeira infância, cuidar das crianças, especialmente daquelas de origem mais pobre”, disse. Nos programas de auxílio financeiro, o professor do Insper defendeu modificações no Bolsa Família, focando nas crianças mais pobres e nas famílias com crianças. Outra proposta é adotar urgentemente um programa de recuperação do aprendizado visando novas tecnologias. “Muitas crianças, que estão na faixa dos sete aos oito anos, ainda não sabem ler porque não conseguiram aprender durante a pandemia”, completou Menezes.

ANTECIPAÇÃO DAS METAS DE REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GASES

De acordo com João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade, o Brasil possui um patrimônio ambiental que deveria lhe conferir uma vantagem estratégica em um momento em que o mundo enfrenta um dos seus maiores desafios civilizatórios: as mudanças climáticas e erosão da biodiversidade. “Ocorre que essas vantagens comparativas não

NAÉRCIO MENEZES FILHO Economista, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso e pesquisador CGPP do Insper

JOÃO PAULO CAPOBIANCO

Vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade

estão nos servindo nessa direção. Ao contrário, entre 2000 e 2018, os biomas terrestres brasileiros perderam cerca de 500 mil km², além de estarmos em quinto lugar entre os grandes emissores de gases de efeito estufa no planeta”, avaliou. Para Capobianco, o Brasil deveria antecipar as suas metas de emissões e se tornar carbono neutro antes de qualquer outro país de renda média ou alta. Segundo o biólogo, 46% das emissões do país vêm do desmatamento e 26,7% têm origem na agropecuária. “Para que conseguíssemos reduzir as emissões, significaria acabar com o desmatamento e recuperar áreas de pastagens degradadas e em degradação, ou seja, seria fazer o certo e melhorar a economia, pois haverá aumento de eficiência e renda do produtor”, disse. O biólogo ressaltou que lideranças empresariais já vêm pressionando o poder público para o avanço dessa agenda sustentável. “São setores que estão preocupados e querem se antecipar. Muitas das metas enviadas a Paris foram resultado dessa negociação e de pressão do setor empresarial. Em relação ao crédito, nós temos um desafio enorme, de fortalecer ESG. Temos um risco sistêmico, não é mais um problema colateral. Portanto, é preciso adotarmos medidas rigorosas”, acrescentou. PASSAMOS A SER UM PAÍS DE IMPREVISIBILIDADES

Ao fechar a rodada de apresentações dos palestrantes convidados do SIAC, Joaquim Falcão, professor titular de Direito Constitucional na Escola de Direito da FGV (RJ), ponderou a respeito dos desafios nos campos de instituições, democracia e evolução civilizatória. Para Falcão, há no País uma tensão entre descentralização do voto e concentração da renda. “No Brasil, 60% dos trabalhadores ganham menos de um salário mínimo; então, só 40% deles são remunerados por um salário.

Falcão destacou ainda que “passamos a ser reconhecidos como um país de imprevisibilidades, muito além da média que o mundo já tem enfrentado. A pandemia teve algo de positivo, foi um espelho que nos revelou isso e trouxe um estresse para nós. Isso foi fundamental. Ou seja, um recado que a ciência teve para a pandemia e da pandemia para a ciência é o mesmo recado que temos para o Brasil: urgência.” f

JOAQUIM FALCÃO

Professor titular de Direito Constitucional na Escola de Direito da FGV (RJ)

Assista ao evento completo nos links: 1º dia: https://www.youtube.com/watch?v=KQGRMyCbia0 2º dia: https://www.youtube.com/watch?v=Tp3P9clovSI&t=165s

PATROCÍNIO DIAMANTE PATROCÍNIO OURO REALIZAÇÃO

Jul/2021 - Jul/2022

Um agradecimento aos protagonistas dos trabalhos das comissões técnicas

Cleber Martins*

Ofinal do ano é um momento propício para observar os resultados do ano e traçar o planejamento para o próximo ciclo que se inicia em janeiro. Todos realizam essa análise em suas vidas pessoais e profissionais e por aqui, na Acrefi, não deve ser diferente. Ao observar os números do ano de 2021 é possível extrair resultados passíveis de comemoração. Passaram pelas reuniões ordinárias da associação cerca de 3 mil profissionais, o que demonstra um crescimento contra o ano anterior de 9%, observando os números absolutos.

Considerando que no início do ano foram revisitadas a periodicidade e a duração dos encontros, com foco em objetividade, a média de participantes por reunião aumentou em 41%, o que significa a presença média de 38 por reunião. Isto só foi possível pela participação de todos os associados que comparecem aos encontros mensais, bem como aos coordenadores e vice-coordenadores de cada grupo.

Por isso, é fundamental registrar o agradecimento da Acrefi a todos os que confiam e contribuem recorrentemente com as atividades associativas e a todos os líderes das Comissões: André Coelho (Omni), Agustin Celeiro (GM), Carlos Kiyoshi (BV), Clariana Pedroso (GM), Fábio Rodrigues (Midway), Filipe Pena (Creditas), Jucivaldo Feitosa (CNH), Leonardo Bortolini (Agoracred), Mônica Souza (Semear), Paulo Santana (Losango), Regina Lane (Omni), Valéria Barbosa (Digio) e Willians Freccia (Santinvest). Vocês fizeram a diferença em mais um ano de trabalho das Comissões Técnicas.

Mas, o que este grupo produziu? Seleção de parceiro para infraestrutura de Open Banking, formatação de novas parcerias para produtos e serviços, acompanhamento de projetos regulatórios (PIX, Open Banking, Valores a Receber, etc.), reuniões com regulador e outros órgãos para tratamento de questões de interesse dos associados: Banco Central (DECON, DEATI, DESUC, DENOR, DECEM, DEPEF); SENACON; Fundo Garantidor de Crédito, Ministério da Economia; Ministério da Agricultura e Pecuária; DETRANS; SERPRO; Associação Nacional dos DETRANS; PROCONS, congêneres (ABBC, FEBRABAN, ABBI, ABAC, ABEL), autoridades policiais, workshop sobre educação financeira, entre outras tantas demandas. O intuito aqui é apenas reforçar que a Acrefi atua em diversas frentes para gerar valor para todos os seus associados, do S1 ao S5, incluindo SCDs e SEPs.

Mas o passado só nos trouxe até aqui, sendo necessário extrair o melhor do aprendizado e seguir em frente com o conhecimento absorvido de forma mais assertiva, correto? Em 2022, a força associativa e todo este aprendizado já sinaliza o caminho a seguir e temas que são de extrema relevância para o mercado: implantação do IRFS9 (Resolução CMN 4966/2021), ajustes nas políticas de Relacionamento com Clientes (Resolução CMN 4949/2021), ESG (Resoluções CMN 4943/2021, 4944/2021 e 4945/2021) são exemplos de regulação que trarão desafios, mas com a certeza de que o ambiente associativo contribuirá em mais um ano repleto de realizações. Boas festas! f

(*) Cleber Martins é consultor de Operações da Acrefi.

Torne o compliance parceiro do seu negócio

Em live realizada em parceria com a Credilink, especialistas mostram como a abordagem holística dos dados melhora a análise de risco e reduz as fraudes

Acrescente digitalização – acelerada com a pandemia da Covid-19 – também trouxe desafios para garantir a segurança de dados de empresas e pessoas. No contexto da análise de concessão de crédito, por exemplo, novos modelos de compliance e dados holísticos estão se consolidando como importantes ferramentas para mitigar riscos e fraudes.

O tema foi debatido dia 30 de novembro na live “Novos Modelos de Compliance – Como os dados holísticos podem impactar e melhorar a análise de risco e fraudes”, realizada pela Acrefi, em parceria com a Credilink. Participaram do evento on-line Mauro Melo, CEO e sócio-fundador da Credilink; Rafael Melo, diretor de Negócios da Credilink; e Jorge Paixão, CEO do escritório Jorge Paixão Advocacia e DPO & CCO da Credilink. A mediação foi de Cintia Falcão, consultora Jurídica da Acrefi.

Antes de passar a palavra aos palestrantes, Cintia lembrou que só no primeiro semestre deste ano mais de 4,5 bilhões de dados foram vazados no mundo, grande parte aqui no Brasil, em decorrência da pandemia. “O dado é o novo petróleo. Essa expressão já caiu na mesmice, mas é a grande verdade”, acrescentou a mediadora do evento.

MODERNIZAR OS MÉTODOS DE PROTEÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

Segundo Mauro Melo, a pandemia acelerou mudanças de hábitos e provocou uma vida cada vez mais virtual. Essa migração para o digital, entretanto, também facilitou ataques, crimes cibernéticos e fraudes. “O trabalho que devemos realizar agora não é o de apenas nos preocuparmos se a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) está punindo ou não. É preciso ir além, é necessário trabalharmos em conjunto para protegermos as pessoas e as instituição”, avaliou Melo. “Tornou-se fundamental modernizar os métodos de proteção para que a instituição financeira ou de seguros tenha credibilidade e segurança na hora em que vai captar e coletar os dados do consumidor. A nossa maior preocupação é com a segurança”, reforçou.

O CEO da Credilink destacou também a necessidade de se usar ferramentas tecnológicas para dar mais confiança às pessoas e às instituições, a partir de dados seguros e atualizados. “Dado seguro e atualizado não é somente aquela informação recente, mas é preciso levar em conta o seu histórico (onde a pessoa já morou, seus contatos telefônicos, etc.). Tudo isso para evitar tentativas de fraude em solicitações de crédito. “Estão se aproveitando da LGPD e da falta de atualização. Estou falando da atualização dos dados dentro da base das instituições. Você sabe quantas são as pessoas que já morreram e que continuam na sua base de dados?”, indagou como sugestão de reflexão aos convidados da Acrefi.

O SISTEMA APRENDE COM O PRÓPRIO DADO

Nesse contexto, Rafael Melo, diretor de Negócios da Credilink, explicou como os dados

MAURO MELO

CEO e sócio-fundador da Credilink

RAFAEL MELO

Diretor de Negócios da Credilink

JORGE PAIXÃO

CEO do escritório Jorge Paixão Advocacia e DPO & CCO da Credilink

CINTIA FALCÃO

Consultora Jurídica da Acrefi holísticos podem ajudar a mitigar riscos e fraudes. Segundo ele, o processo eficiente é fazer com que a informação chegue ao tomador de decisão de uma maneira rápida e permanentemente atualizada. “É um método em que a cada entrega de dados, o sistema aprende com o próprio dado. Para isso, você pode ter um dado dentro de casa, ter uma máquina de BI (Business Intelligence) ou um machine learning rodando. A tecnologia vai ajudar a acelerar o processo que estamos trazendo para o dado holístico. Porém, o dado só será holístico quando vier como uma inteligência atrelada a ele. A ideia é de fato ter um aprimoramento de forma contínua”, afirmou.

COMPLIANCE GERA VANTAGENS COMPETITIVAS

Jorge Paixão, DPO & CCO da Credilink, falou ainda sobre a importância do compliance em todas as suas definições, ligadas à anticorrupção e à proteção de dados, além das imposições da legislação. Para efeito de conhecimento, Paixão citou alguns detalhes da Lei Anticorrupção e da Regulamentação Federal prevista no Decreto 8420/15, destacando os benefícios relacionados às empresas que adotam um compliance efetivo. “Entre eles, o efetivo conhecimento do seu negócio, do mercado e da área em que atua. Isso vai gerar naturalmente vantagens competitivas, pois o compliance traz, em efeito cascata, benefícios ao setor privado. “Assim, essa necessidade de compliance por meio de anseios do próprio mercado e da sociedade será analisada pelo viés de gerenciamento de risco e da prática de due diligence, como mitigadores de fraudes e de impactos negativos”, concluiu Paixão.

Assista ao evento completo: https://www.youtube. com/watch?v=JkjtR2Mc6W8 f

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