Alegria do Perdão

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Copyright©2014 por Paschoal Piragine Junior Todos os direitos em Língua Portuguesa reservados por: A.D. SANTOS EDITORA Al. Júlia da Costa, 215 80.410.070 – Curitiba – Paraná – Brasil 55 (41) 3207-8585 www.adsantos.com.br editora@adsantos.com.br

Coordenação editorial: Priscila Laranjeira Preparação de texto: Cleide da S. N. F. de Oliveira Capa: Adilson Proc / Adilson Betes Diagramação e projeto gráfico: Adilson Proc Revisão de texto: Franco Iacomini Impressão e acabamento: Gráfica Exklusiva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) PIRAGINE JR, Paschoal Alegria do perdão / Paschoal Piragine Júnior – Curitiba : A.D. Santos Editora, 2014.

12x16 cm. ; 88p.

ISBN 978.85.7459-354-8 1. Teologia Prática Cristã. 2. Meditações. I. Título.

CDD 250 1ª Edição: Outubro / 2014 – 2.000 Exemplares Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

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SUMÁRIO Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1. A teia do pecado.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2. Mentiras, mentiras, mentiras. . . . . . . . 23 3. Em busca de perdão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 4. Um ponto de partida.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 5. Clamor por misericórdia. . . . . . . . . . . . . . . 47 6. Arrependimento transparente.. . . . . . . 57 7. O cobertor da graça.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 8. Restauração que transforma.. . . . . . . . . . 65 9. Um novo compromisso.. . . . . . . . . . . . . . . . 75 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

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Apresentação

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odo cristão, de um modo geral, tem uma preferência muito particular pelo livro de Salmos. Sendo um livro poético, ele traduz com muito sentimento as emoções mais profundas da alma humana: alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, contrição e louvor, enfim, as mais variadas situações em que nos encontramos ao longo da vida.

Nos salmos 32 e 51, Davi abre seu coração diante de Deus em confissão sincera de seu pecado e em busca do perdão. Como Davi, o verdadeiro cristão, ao pecar, sente-se logo confrontado pelo peso do pecado, sente-se abatido e deprimido, perde a alegria da salvação e anseia pelo perdão.

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Experiência gratificante é encontrarse retratado nesses textos que revelam e confirmam o infinito amor de Deus que nos quer restaurados e felizes. Em Alegria do Perdão, você perceberá a própria realidade espiritual e será inspirado a buscar sempre na Palavra de Deus a direção segura para desfrutar a alegria do perdão e da comunhão.

Elly Jansson Claire Lopes

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Introdução

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salmo 32 é chamado de “didático” porque contém ensinos para que as pessoas aprendam qual é a resposta de um coração alcançado pela graça de Deus. Ele nos ajuda a entender algumas atitudes que Deus quer que ocorram dentro do nosso coração, para que alcancemos o perdão e a restauração de Deus.

Davi escreveu esse salmo ensinando e testemunhando como essa graça restaura e perdoa os pecados. Ele compartilha com as pessoas o que Deus fez em sua vida, confessa o pecado do qual foi acusado por Natã e que, de repente, se tornou público.

Do mesmo modo, todas as vezes que somos tocados por essa graça, nos sentimos desafiados a dividi-la com outros.

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Aurélio Agostinho1 tinha este salmo como o seu predileto; quando chegou à velhice, escreveu-o na parede do seu quarto, em frente à sua cama, e o lia repetidas vezes. Talvez porque, durante muito tempo na sua vida, entre a adolescência e a juventude, ele experimentou muitas coisas que não tinham nada a ver com Deus.

A sua mãe, Mônica, lhe ensinou o caminho e mostrou a verdade e a vida que é Jesus, mas, a partir dos 15 anos de idade, ele disse que queria tentar sua própria vida e seus sonhos. Ele se enredou em muitas coisas e ficou envolvido pelo pecado. Aos 24 anos de idade, fugiu de casa, deixando a mãe no norte da África; foi para Roma, na Itália, e depois para Milão.

Aurélio Agostinho (354-430) foi bispo, teólogo e filósofo. É tido como um dos doutores ou mestres da Igreja antiga. Cresceu no norte da África, região colonizada por Roma. Foi professor de retórica.

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Seu sonho era ser um grande orador, só isso. Um dia, em Milão, ele foi escutar um dos maiores oradores daquele tempo para aprender as técnicas da oratória.

Foi ouvir o pregador Ambrósio2, e descobriu que a oratória dele não era apenas técnica, mas era uma vida nas mãos de Deus. Enquanto ouvia aquela mensagem, a graça do Senhor Jesus começou a tocar seu coração. Ao sair daquele lugar, sentouse à sombra de uma árvore e começou a pensar naquilo que tinha ouvido. Alguma coisa em seu coração dizia: “Lê o livro”.

Ele foi procurar a Bíblia e abriu aleatoriamente no livro de Romanos. O trecho falava a respeito dos pecados e declarava Introdução

Professor e renomado estudioso da Bíblia. Escreveu vários hinos litúrgicos. Educado nos clássicos gregos, estudou filosofia em Roma, era poeta e notável orador.

Foi governador de Milão (374).

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esses pecados um a um; ele entendeu que Deus estava falando dos seus pecados e, naquela hora, teve uma conversão genuína, experimentando a graça de Jesus e invocando-o para ser senhor da sua vida.

Por isso, ele escreveu esse salmo na parede de seu quarto, e cada vez que o lia sentia-se emocionado por causa da graça e porque podia se identificar com Davi.

Mais tarde, escreveu no seu diário: “O princípio da sabedoria é reconhecer que sou pecador”; ele queria ter isso sempre em mente, porque era pecador e precisava da graça de Deus.

Neste salmo, de uma maneira tão didática, Davi tenta expressar sua experiência com o pecado e nos ensinar a respeito da graça de Deus.

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Introdução

Salmo 32 1 Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.

2 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade, e em cujo espírito não há dolo.

3 Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo.

4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.

5 Confessei-te o meu pecado e minha iniquidade não encobri.

Disse eu: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.

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6 Pelo que, todo aquele que é piedoso ore a Ti, a tempo de te poder achar; no transbordar de muitas águas, estas a ele não chegarão.

7 Tu és o meu esconderijo; preserva-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.

9 Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; e aconselhar-te-ei tendo-te sobre a minha vista.

10 Não sejas como o cavalo, nem como a mula, que não tem entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, de outra forma não se sujeitarão.

11 O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.

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Alegrai-vos no Senhor, e regozijaivos, vós justos e cantai de júbilo todos vós que sois retos de coração.

O que Davi tem a nos ensinar?

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1 A teia do pecado Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.

Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniquidade, e em cujo espírito não há dolo.

(Salmos 32:1-2)

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avi, neste salmo, usa três expressões diferentes para falar do seu pecado: transgressão, iniquidade e dolo. No de­correr dessa história, vamos entender porque Davi usou essas expressões.

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Alegria do perdão

TRANSGRESSÃO: É a primeira ex­ pres­são, uma palavra hebraica que sig­ni­fi­ca: • Rompimento com Deus • Sair do caminho de Deus • Rebelião – fazer deliberadamente aquilo que Deus não gostaria que fosse feito.

Davi trazia em mente sua experiência da época, quando ficou em Jerusalém e o exército israelita estava em guerra. Lembrava o dia em que, do pátio do seu palácio, viu uma mulher muito bonita tomando banho no terraço de sua casa. Ele sabia que não devia continuar olhando, mas continuou, e perguntou a um dos seus oficiais quem era ela. Era Bete-Seba, a filha de um conselheiro do reino e esposa de Urias, um oficial do exército. Davi sabia que não devia, mas levou adiante sua intenção, dizendo: “Tragam essa mulher aqui, que eu quero conversar com ela”. Ele sabia para onde as coisas estavam 10 |

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se encaminhando, mas continuou. Depois de conversar com ela, seduziu-a e a levou para a cama. Ele sabia que aquilo não era da vontade de Deus e que Deus não se alegrava com aquelas coisas. Estava deliberadamente em rebelião e contra a vontade e o ensino de Deus.

Davi estava vivendo um período de sucessos, vitórias, consolidação do reino, desfrutando das bênçãos que Deus já tinha derramado. Mas, naquele momento, cometeu adultério e fechou a porta para Deus, porque o seu coração estava em rebelião contra ele. Davi era casado, ela era casada, os dois sabiam o que estavam fazendo, por isso não queriam ver Deus e nem queriam que ele os visse. Não foi por acaso que pecaram: foi deliberado, foi transgressão. Foi passo a passo, premeditado, e Davi sabia que essa opção significava romper com Deus.

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E o que aconteceu?

Bete-Seba ficou grávida, e Davi ficou com um problema muito sério. A pena para adultério, naquele tempo, era a morte por apedrejamento; ela, com certeza, seria apedrejada. Ele poderia ter uma crise institucional tão grande que culminaria com sua saída do governo ou até, quem sabe, com o seu apedrejamento.

Você imagina o que Davi tinha em mente? A mulher estava grávida. Já não era apenas uma aventura, agora o problema era sério, social e legalmente, e ele sabia das consequências, por isso tomou a decisão de abafar e encobrir o seu pecado. Dar um jeitinho.

Cada vez pior Davi começou a pensar não como servo de Deus, mas como homem. Queria achar 12 |

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uma maneira de resolver esse problema, e começou a arquitetar um plano simples de sabedoria humana, mas que acaba se tornando diabólica.

Primeiro plano: Davi mandou cha- mar Urias, o marido de Bate-Seba, que se encontrava na frente de batalha, para que trouxesse notícias da guerra; depois mandou que fosse para casa descansar, porque o seu propósito era que ele tivesse relações com a esposa; assim, o seu pecado ficaria encoberto.

Houve um toque de perversidade nas ações de Davi, quando ele mandou trazer o marido da frente de batalha e disse: “Vá dormir na sua casa, sua mulher o está esperando.” Foi montada toda uma armadilha perversa, maquiavélica. Isso é pecado.

Mas as coisas não são assim no reino de Deus. Os planos simples e “inteligentes” não funcionam porque Deus não deixa, e, 13 |

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