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LIVE DE NOVEMBRO

CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA Francis de Jesus – Superintendente de Operações Tatiana Carla – Automation Services Caroline Pereira Barbosa - Analista de Administração de Pessoal PL Camila Tavares; Carina Silva; Carlos Eduardo Pivato; Thais Katarine. Em alusão ao dia nacional da Consciência Negra, realizamos uma live no dia 23 de novembro das 16 às 17 horas. Contamos com debatedores e colaboradores da G&P que falaram sobre suas trajetórias profissionais e de suas representatividades enquanto pessoas pretas. Mediadora: Elaine Conceição – Processos e Qualidade Participantes: Os participantes da Live concorreram a sorteios de camisetas e canecas com o tema Consciência Negra. Confira quem foram os ganhadores: Trajetórias Pretas G&P Francis de Jesus –Superintendente de Operações

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Elaine Conceição –Processos e Qualidade

Tatiana Carla –Automation Services

Caroline Barbosa Analista de Administração de Pessoal PL

NÃO PODEMOS ESQUECER

Por: Lulu Barbosa - Analista de Diversidade, Equidade e Inclusão da G&P

O dia 20 de novembro foi oficializado como o Dia Nacional da Consciência Negra a partir da lei federal 10.639 de 2003. Esta data faz referência a morte de do Zumbi dos Palmares, ocorrida no ano de 1695 em um território que hoje compreende o município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. Zumbi foi líder do maior quilombo da história do Brasil. Os quilombos eram comunidades de pessoas negras escravizadas e refugiadas e se constituam como espaços de resistência ao regime escravagista dos colonizadores europeus. Os primeiros registros do Quilombo dos Palmares remontam de 1597 e seu fim foi decretado pelos invasores/colonizadores em 1695, quando seu principal líder, Zumbi dos Palmares foi brutalmente assassinado pelas brigadas reais. Tem-se aí quase cem anos de uma história oficial de resistência à contraofensiva oficial da época, resistência esta que se dava por meio da coletivização da vida, das riquezas, do poder político e, sobretudo, do sonho de liberdade e de viver dignamente sem ser escravo. No seu auge, o Quilombo dos Palmares chegou a ter uma população de mais de vinte mil pessoas.

Depois de Palmares, muitos outros quilombos se formaram no Brasil e a escravidão perdurou até 1888, quando foi decretada sua abolição pela princesa Isabel. Vale ressaltar que nosso país foi o último das Américas a decretar a abolição da escravatura e sem nenhuma política pública pensada para a inserção das pessoas negras exescravas na sociedade; muitas e muitos ficaram em situação de indigência após a Lei Áurea. Os quilombos perduraram e até hoje, se constituem enquanto povos e comunidades tradicionais, onde seus habitantes originários mantêm uma relação com suas terras, tradições, cultura e memória de seus ancestrais. O quilombo é o livro de história escrito pelo povo negro, são nessas comunidades que existem as mais profundas narrativas do quanto foi importante lutar contra a escravidão e de quanto ainda hoje é necessário lutar contra o racismo. A escravidão é uma ferida aberta de nossa sociedade! Essa frase não é original da autora desse texto, várias outras pessoas já a proferiram, mas precisa ser repetida com insistência porque essa ferida está longe de cicatrizar... no Brasil, temos uma das maiores populações negras do mundo e são as pessoas pretas, as que têm menos oportunidades no mercado de trabalho, é a população mais empobrecida, é a população que mais abarrota os presídios, é a que tem o menor grau de escolaridade e são as mulheres negras as principais vítimas de violências de gênero. Os episódios racistas que repetidamente são noticiados nos veículos de comunicação não são fatos isolados, a violência racial é fato presente na vida da maioria das pessoas pretas e essa violência vai desde a agressão verbal até a eliminação, como é o caso de muitas ações policiais onde, em caso de letalidade, os principais alvos são jovens negros da periferia.

Mas o dia 20 de novembro? Comemoramos? Celebramos? Comemoramos porque muitas conquistas foram alcançadas. É importante salientar que a lei 10.639 não só institui o Dia da Consciência Negra, como também, torna obrigatório o ensino da história negra nas escolas; temos a lei de criminalização do racismo e as leis de cotas raciais em universidades públicas e concurso públicos e já temos alguns avanços nas políticas de diversidade, equidade e inclusão nas empresas, onde o pilar de raça e etnia tem sido prioridade. Celebramos a memória do população afro-brasileira e sua riquíssima contribuição para a constituição de nossa cultura, como também, a lição que nos lega sobre a luta por liberdade, dignidade e equidade de direitos. Mas essa data existe, sobretudo, para não esquecermos o que a escravidão e o racismo representaram e ainda representam para nosso povo e, assim, consigamos construir uma sociedade antirracista e menos desigual.

Lulu Barbosa Psicóloga Psicanalista Analista de Diversidade, Equidade e Inclusão da G&P