Girolando 131

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DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS Domício José Gregório A. Silva

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO Márcio Luís Mendonça Alvim

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Tatiane Almeida Drummond Tetzner

1º. DIRETOR-FINANCEIRO José Antônio da Silva Clemente 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR-FINANCEIRO Luiz Fernando Reis

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO José Renato Chiari

DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS Aurora Trefzger Cinato Real Com sentimento de vitória conseguimos realizar mais uma Megaleite depois de ficarmos dois anos sem uma edição presencial por conta da pandemia. É unâ nime entre todos que participaram do evento o salto de qualidade dos animais. O altíssimo nível dos exempla res que passaram pela pista de julgamento só reforça a seriedade com que os criadores de Girolando vêm con duzindo seus sistemas de seleção. Quem acompanhou o show que foi o julgamento pode constatar esse avanço em todas as composições raciais. Isso nos deixa esperançosos em relação ao futuro da raça, pois sinaliza que pista e melhoramento genético estão em um mesmo direcionamento. E para uma expo sição que nasceu da união das raças leiteiras e do setor produtivo, esta realidade só reafirma que a Megaleite é a principal vitrine do agronegócio do leite na América Latina.Continuamente estamos inovando em busca de oportunidades para a raça, sempre com a missão de levar mais tecnologia para o criador, fato que reafirmamos na Megaleite 2022. Prova disso foi o lançamento de 15 no vas características, com PTAS genéticas e genômicas, no Sumário de Touros. Sem dúvida, esse foi um divisor de águas para o nosso PMGG. Elas possibilitarão aos cria dores acelerar o melhoramento genético de seus reba nhos, o que significará, em breve, mais leite de qualidade chegando à mesa dos consumidos. Sabemos que a raça Girolando ainda terá muitos ca pítulos de sucesso em sua história, sempre embasados no melhoramento genético realizado por meio de ferramen tas de seleção confiáveis. As pesquisas sob a coordenação da Embrapa Gado de Leite continuam, e possibilitarão, cada vez mais, a inclusão de novas PTAs em nosso Su mário de Touros. Cabe ao criador fazer a sua parte, prio rizando a coleta de dados constantemente na proprie dade e dentro das metodologias pregadas pelo PMGG, a participação nas provas zootécnicas, como também a genotipagem dos animais e o registro genealógico do re banho. Em melhoramento genético não existe milagre. É o trabalho conjunto de criadores, técnicos e pesquisado res que levará a avaliações genéticas e genômicas de alta acurácia.Nãopodemos deixar de realizar, junto com esses in vestimentos, uma ampla divulgação das vantagens da raça, tanto individualmente quanto coletivamente, pois vivemos um momento de novas demandas por parte do consumidor. No caso da pecuária, somos cobrados não só pela qualidade genética, mas pelo bem-estar dos ani mais, preservação do meio ambiente, leite saudável, sus tentável etc. Sem falar nas campanhas contra o consumo de leite, que, apesar de não serem baseadas em fatos con cretos, têm levado certos consumidores a parar de beber leite.Portanto, precisamos sempre mostrar que a raça Gi rolando é sustentável em todos os três pilares desse con ceito. E isso a ciência já comprovou e todos nós podemos combater a falta de informação com dados científicos idôneos como os gerados pelas pesquisas conduzidas pela Embrapa Gado de Leite.

6 REVISTA O GIROLANDO MENSAGEM DA DIRETORIA PRESIDENTE Odilon de Rezende Barbosa Filho

VICE-PRESIDENTE Eugênio Deliberato Filho

por Larissa Vieira Editora

8 REVISTA O GIROLANDO EDITORIAL 8 Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo. com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Idealiza Grafica (43) 3373-7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com. br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano –financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta EXPEDIENTE

O Brasil poderá contar, em breve, com a Política Nacional de Apoio e Incentivo à Pecuária Leiteira. Esta é a proposta do Projeto de Lei 207/2022, de autoria da deputada Aline Sleutjes (PROS-PR), que será analisado pelo Plenário da Câmara dos Deputados. O projeto busca aumentar a produtividade, promover a ampliação dos mercados interno e externo e elevar o padrão de qualidade do leite brasileiro por meio de estímulo à produção, transporte, industrialização e comercialização do produto.

Diante de tantas incertezas para os produtores de leite, esta é uma boa notícia, assim como várias outras que trazemos nesta edição da revista Girolando. Algumas delas são os avanços do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). Neste ano, os resultados do Sistema de Avaliação Linear do Girolando (SALG) para as características dos

O projeto é fruto de um longo trabalho que teve início em 2020 com a realização do 1º Fórum Nacional de Incentivo à Cadeia Leiteira. A deputada destaca que a proposta vai garantir ao nosso País autossuficiência na produção de leite e derivados e remuneração justa e segura do trabalho dos produtores, por meio de uma política pública com planejamento e ações concretas que estimulem a produção leiteira, assegurando, também ao consumidor brasileiro, a garantia de acesso a produtos lácteos nacionais de excelente qualidade e preços justos.

revistagirolando

@ogirolando girolando.com.br revistagirolando sistemas locomotor e mamário, totalizando 11 características, foram publicadas no Sumário de Touros da raça Girolando. No ano que vem, as demais características deverão ser publicadas.Outra boa notícia é que, no Sumário de Touros Girolando 2022, foi apresentada a avaliação dos touros para Tolerância ao Estresse Térmico. Na prática, essa informação servirá como ferramenta auxiliar na seleção dos animais e possibilitará o uso de um genótipo mais adequado para as diferentes regiões do Brasil. Isso significa que a escolha dos touros deve continuar sendo feita com base na produção de leite e demais características de interesse, utilizando a informação de tolerância ao estresse térmico como critério suplementar para a tomada de decisão de seleção. Nesta edição, ainda trazemos artigos sobre a importância do manejo do pastejo nos sistemas de produção leiteira, a eletrolítica como ferramenta essencial no combate a diarreias, impacto silencioso da mastite subclínica nas fazendas leiteiras, pontos que levam as propriedades a concretizarem bons negócios. E tem mais. Tudo sobre a Megaleite, os resultados das competições e como foi a retomada da maior exposição da pecuária leiteira na América Latina. Boa leitura!

Sucesso total Produzir mais com menos Sistema de avaliação linear 54Girolando1640Índice MATÉRIA DE CAPA REVISTA O GIROLANDO MENSAGEM DA DIRETORIA 04 EDITORIAL 06 GIRO LÁCTEO 10 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 14 ELETROLÍTICO: FERRAMENTA ESSENCIAL NO COMBATE A DIARREIAS 22 MASTITE SUBCLÍNICA E O SEU IMPACTO SILENCIOSO NAS FAZENDAS LEITEIRAS 24 IMPORTÂNCIA DO MANEJO DO PASTEJO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO LEITEIRA 28 MANEJO A PASTO GANHA EM PRODUTIVIDADE HÍDRICA 32 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FENOTÍPICA PARA A EVOLUÇÃO 36 SISTEMA DE AVALIAÇÃO LINEAR GIROLANDO 40 TOLERÂNCIA AO ESTRESSE TÉRMICO E EFICIÊNCIA TROPICAL 44 CURVA DE LACTAÇÃO EM VACAS GIROLANDO 48 EVOLUÇÃO GENÉTICA PREMIADA 60 RANKING NACIONAL DE CRIADOR X EXPOSITOR - 2018/2019 66 GRANDES CAMPEÃS DO 31º TORNEIO LEITEIRO 70 SUMÁRIO DE TOUROS TURBINADO 72 QUEIJO PREMIADO 74 SUA PROPRIEDADE LEITEIRA TEM SIDO UM BOM NEGÓCIO? 76 FORMULAÇÃO DE DIETAS: A CHAVE PARA GANHOS DE PRODUTIVIDADE 80 UM NOVO MODELO, COM O CLIENTE NO CENTRO DO NEGÓCIO 84 QUALIDADE E RENTABILIDADE NO CAMPO 88 GIROLANDO ETERNIZADO EM JOIAS 90 GIROLANDO KIDS 92 NOVOS ASSOCIADOS E CONSELHO 94 ELEIÇÃO NA GIROLANDO 95 FALE CONOSCO 96

por Miriam Borges

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, foi homenageado durante a 84ª Exposição Agropecuária e Industrial de Leopoldina (Expoleo), que aconteceu de 2 a 10 de julho, no Parque de Exposições José Ribeiro dos Reis, no município de Leopoldina/MG. Durante a abertura oficial do evento, em 3 de julho, a Cooperativa Agropecuária Região Les te de Minas Gerais (Coopleste) agraciou o presidente da Girolando com a “Co menda do Mérito Rural”. A homenagem é anualmente entregue a personalidades do agronegócio brasileiro.

Estatuto No dia 19 de julho, foi realizada a Assem bleia Geral Extraordinária Virtual para aprovação de cinco propostas referentes às mudanças na redação de determinados artigos do Estatuto Social da entidade. A assembleia ficou aberta das 7h às 12h e teve a participação de 103 associados. To Isenção ICMS Atendendo reivindicação da Diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, o Conselho Nacional de Polí tica Fazendária (Confaz) aprovou, em sua reunião de 1° de julho, a atualização da redação de cláusulas do Convênio ICM nº 35/77. A atualização da redação ajusta o Convenio ICM nº 35/77 às alterações determinadas pelo Ministério da Agricul tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) relativos aos procedimentos de controle de genealogia de animais, especialmente de raças bovinas. Assim, passam a ser do cumentos de comprovação do controle de genealogia oficial para fins de isenção do ICMS, o Certificado de Controle de Ge nealogia e o Registro Genealógico. A al teração aprovada pelo Confaz vinha sen do pleiteada pela Diretoria da Girolando desde 2020, com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mi nas Gerais (Faemg) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A nova redação foi publicada no Diário Oficial da União de 5 de julho de 2022 e passará a valer a partir de janeiro de 2023 em todos os estados brasileiros e no Dis trito Federal. dos os itens sugeridos foram aprovados. Teste de Progênie Inscrições para a Pré-Seleção de Touros do 25º Grupo de Touros do Teste de Pro gênie da Raça Girolando estão abertas até 30 de setembro. Podem participar touros das categorias PS (Puro Sintético), CCG (Produto do Cruzamento Sob Controle de Genealogia), com composição racial 5/8 Hol + 3/8 Gir ou 3/4 Hol + 1/4 Gir. Para ser considerado apto ao Teste de Progênie, o reprodutor precisa ter genotipagem pelo Clarifide® Girolando. Os reprodutores ap tos ao Teste de Progênie serão classificados pelo Índice Final de Classificação de Touros (IFCT), obedecendo aos seguintes pesos para cada uma das características avaliadas pelo Clarifide® Girolando: 50% gPTA Leite (Produção de Leite), 30% gPTA IPP (Idade ao Primeiro Parto) e 20% gPTA IP (Inter valo de Partos).

GIRO LÁCTEO REVISTA O GIROLANDO

Homenagem

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES O GIROLANDO Goiás é mais leite

Reforço na Zoetis A Zoetis anunciou a chegada de dois novos gerentes para a área de marketing de sua unidade de ruminantes. Felipe Artioli será gerente de Produto da linha de genética.

Drench O período de transição de vacas leiteiras é a fase mais importante e crítica para os ani mais. É comum os produtores adotarem o uso de soluções minerais/eletrolíticas, como os chamados drench. Com o objetivo de contribuir para atender a essa necessidade, a MCassab Nutrição e Saúde Animal, presen te no mercado de nutrição há 50 anos, lança o Booster, drench que eleva rapidamente os níveis de glicose e cálcio no sangue, além de repor minerais importantes perdidos du rante o parto. O produto é solúvel em água e altamente palatável para o animal. Por conta disso, o consumo é voluntário, dispensando o uso de sondas que geram desconforto e es tresse aos animais, dificultando ainda mais o manejo. Vantagens do crédito A aceitação dos produtores tem sido extre mamente positiva, segundo a Rúmicash. O uso de crédito na propriedade permite aos produtores o aperfeiçoamento da sua gestão financeira. Pensando em facilitar esse pro cesso, a Rúmicash fornece crédito e adian tamento ao pecuarista de forma rápida, prática e segura, usando a tecnologia para atender as demandas de um setor que não espera. Ganha o produtor no retorno do seu investimento, e o laticínio, que adquirirá

14 matéria-prima de qualidade.

Formado em Administração de Empresas, com MBA em Agronegócios e Marketing, ele ficará responsável pela linha de genética, atuando estrategicamente para garantir os resultados de curto, médio e longo prazos, e por promover o crescimento do mercado por meio de elaboração, implementação e monitoramento de um plano integrado de marketing. Já Marcos Paulo Nascimento atuará como gerente de Trade Marketing. Com 14 anos de experiência, o publicitário Marcos Paulo liderará a transformação da área, identificando e estabelecendo novos processos junto ao time de vendas e opera ções comerciais. Também será responsável por entender o comportamento e necessi dades do cliente no ponto de venda, visando ações de trade adequadas para cada marca e categoria, nos diversos canais onde a Zoetis opera. Asbia O empresário Nelson Eduardo Ziehlsdorff é o novo diretor presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Pós-graduado em Logística do Transporte, Nelson também é membro da Associação dos Criadores das Raças Jersey e Holandês no Canadá, diretor internacional da Asso ciação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), e diretor da Associação Cata rinense de Criadores de Ovinos (ACCO). Com o início do novo mandato, a Asbia trabalhará com foco em incorporar de for ma mais profissional as empresas voltadas para o setor de embriões bovinos. Nelson também quer dar continuidade ao projeto de estabelecer a entidade como uma asso ciação que agregue cada vez mais valor para seus associados, tanto as empresas de bio tecnologia e inseminação artificial, quanto as associações de raças bovinas. vel, está trabalhando em um dispositivo que irá revolucionar o monitoramento do leite.

REVISTA

A DSM deu início à campanha GO Leite, um movimento criado para fomentar a for ça da produção e qualidade do leite de Goiás, considerado o quinto maior produtor de lei te do País. Ao todo, o Estado produz 9% do leite nacional, segundo estimativas do Insti tuto para o Fortalecimento da Agropecuária (Ifag). A ideia dessa campanha é mostrar que o setor leiteiro é forte e está em constan te evolução. A DSM ainda está divulgando seu produto recém-lançado Mycofix® Plus 5.0, o primeiro da linha Mycofix para bovi nos de leite. A tecnologia, desenvolvida pela Biomin, empresa especializada em micoto xinas que integra o Grupo Erber, adquirida pela DSM em 2020, é capaz de destruir as micotoxinas presentes no alimento dos animais, que podem ser contaminados por fungos que afetam o seu desempenho e são prejudiciais à saúde humana. Parceria entre Scala e Rúmicash O uso inteligente de crédito e adiantamento é indispensável para o desenvolvimento da fazenda e contribui para a construção de uma pecuária mais competitiva e rentável. Com esse objetivo, a Rúmicash e a Scala, uma das maiores fabricantes de queijos do Brasil, firmaram parceria, com foco no pro dutor. A parceria visa oferecer suporte finan ceiro aos fornecedores de leite do laticínio para que seja possível agregar valor, volume e qualidade na produção do leite, através de melhorias na gestão da propriedade. Monitoramento de leite com ino vação A Rúmina, ecossistema de soluções digi tais para pecuária que tem como propósito torná-la mais produtiva, rentável e sustentá

A nova solução é baseada em IoT (internet das coisas - dispositivos físicos conectados à internet) e permitirá o acompanhamento, à distância e em tempo real, do volume e da temperatura do leite nos tanques das fazen das, 24h por dia. O monitoramento auto mático de eventos relacionados à ordenha, à coleta e ao armazenamento, como desvios na produção diária, mau funcionamento do tanque, leite congelado, atrasos na coleta, entre outros, irá auxiliar na boa gestão das fazendas. Em breve a inovação estará dispo nível para produtores e laticínios.

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES REVISTA O GIROLANDO

Desafio da Pecuária Responsável Importante para prevenir enfermidades, a vacinação é um processo estressante para o gado. Falhas nesse sistema podem prejudicar o bem-estar e até mesmo a saúde dos animais, com o aparecimento de abcessos e reações vacinais. A proposta de um procedimento operacional padrão para melhorar esse trabalho nas fazendas, de autoria da goiana Rubia Pereira Barra, foi a ideia vencedora do Desafio da Pecuária Responsável, promovido pela Phibro Saúde Animal. A final da disputa aconteceu em 5 de julho, um ano

Pela primeira vez, Goiânia/GO sediou o Interleite Brasil. A 20ª edição do evento, que teve formato híbrido, ocorreu nos dias 3 e 4 de agosto com o tema “As mudanças no mercado e as oportunidades para quem quer se preparar”. A programação teve 24 palestras ministradas por produtores, técnicos e especialistas que traçaram um diagnóstico da cadeia do leite nacional, bem como estimativas para o futuro do setor. O diretor da Girolando, Renato Chiari, ministrou palestra no evento sobre o tema “Sistemas de produção para o Centro-Oeste” e contou sobre a experiência com a pecuária a pasto.

Calendário vacinal Baixa incidência de chuva e risco de pneumonia são alguns dos desafios que o pecuarista enfrenta no período de inverno. No gado leiteiro, esse é o período em que ocorrem os partos, por isso é preciso estar atento às primeiras semanas dos bezerros, que podem ter diarreias, mastite e pneumonia. A vacinação das vacas prenhas com Scouguard 4KC é importante, pois a vacas transferem a imunidade para a diarreia neonatal via colostro, assim quando os bezerros mamarem, passam a ter a proteção e mais saúde. Outro ponto que o produtor precisa estar atento, especialmente nas fases iniciais de vida, e que é uma das principais causas de mortalidade das bezerras leiteira são as pneumonias. Para esses casos, a Zoetis recomenda Inforce 3, a primeira e única vacina intranasal que garante a prevenção contra as doenças respiratórias causadas por vírus sincicial bovino (BRSV), a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a parainfluenza (PI3). Com apenas uma dose, Inforce 3 reduz a incidência de pneumonia desde o início da vida dos bezerros. de Queijos Artesanais, nos dias 12 e 13 de julho, em Brasília/DF. O objetivo foi conectar produtores de leite e genética, técnicos, empresas e entidades do setor para promover o leite como alimento saudável e estreitar as relações institucionais e governamentais, incentivando a produção e a produtividade leiteira com tecnologia e qualidade. O evento também colocou em discussão os temas mais importantes ligados ao ecossistema do leite, inclusive abrindo espaço para personalidades e importantes lideranças. Segundo a Abraleite, a busca por novos conceitos, tecnologias e ferramentas de gestão é uma demanda obrigatória para o avanço do produtor moderno, no atual mercado globalizado e competitivo. A cadeia do leite é uma das mais importantes do Brasil. Os números falam por si. O país produz 35 bilhões de litros por ano, é o 3º maior produtor mundial e gera 5,5 milhões de empregos diretos.

Contra mastite Os animais que apresentam sintomas de mastite clínica necessitam de uma rápida intervenção, com tratamento local e, às vezes, sistêmico para impedir a proliferação dos microrganismos e evolução da doença. O Cefavet®, da Ceva Saúde Animal, combate o microrganismo agressor ao mesmo tempo em que auxilia na redução do inchaço e da dor no quarto mamário acometido. Junto a isso, a adoção de um antibiótico sistêmico de ação rápida, aplicação única e ótima difusão na glândula mamária após a aplicação, como o Marbox®, auxilia e trata a infecção e impede a progressão sistêmica da doença, possibilitando que o animal retorne rapidamente ao seu estado normal, de conforto e bem-estar. Interleite Brasil

16 após o lançamento da primeira edição do projeto, que teve como foco o bem-estar animal. Pecuarista de Paranaiguara, cidade goiana, a vencedora tem 65 anos e é formada em odontologia. O procedimento proposto – e já testado na prática, desde 2016, em sua fazenda, contempla o acondicionamento de vacinas e medicamentos, a troca de agulhas durante a vacinação, o uso de cuba ultrassônica com detergente enzimático para limpeza e autoclave para esterilização de seringas e agulhas reutilizáveis, reduzindo abcessos e reações vacinais. Rubia recebeu um cheque no valor de R$ 15 mil, além do troféu.

Fórum Nacional do Leite A Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE) realizou o 1º Fórum Nacional do Leite e a Feira

Você não precisa mudar, o agLyt se adapta ao seu manejo.

18 ENTREVISTA por Larissa Vieira

Diversas pesquisas conduzidas com rebanhos leiteiros têm contribuído para melhorar a eficiência produtiva das propriedades brasileiras. É a chamada eficiência bioeconômica, um conceito mais amplo que envolve o bem-estar animal, a pegada hídrica, o uso de energia limpa, a eficiência alimentar, a redução no uso de antibióticos, além da questão econômica e outros aspectos. Em resumo, o que se busca é produzir mais com menos recursos e insumos. Em entrevista à Revista Girolando, a chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Dra. Elizabeth Nogueira Fernandes, explica como a ciência tem auxiliado o produtor nesse desafio e os resultados já alcançados. No cargo desde setembro de 2021, ela é engenheira florestal com pós-doutorado em Economia do Meio Ambiente e tem experiência na área de gestão ambiental. Confira o bate-papo: O consumidor tem valorizado, além da qualidade, dois fatores: sustentabilidade na pecuária e o bem-estar animal. Como a ciência brasileira tem auxiliado os produtores rurais neste desafio? A adoção de práticas voltadas à sustentabilidade e ao bem-estar animal está cada vez mais presente no dia a dia da atividade leiteira. Nesse contexto, a Embrapa tem desenvolvido pesquisas que visam a geração de métricas adaptadas às nossas condições que permitem avaliar a adoção dessas práticas e seus impactos sobre esses indicadores. Um resultado interessante já alcançado em nossas pesquisas é a relação direta entre a adoção dessas práticas e a lucratividade da atividade, mostrando que a busca por sustentabilidade e o bem-estar dos animais também refletem positivamente no bolso do produtor. É possível produzir leite com baixa pegada de carbono e que ferramentas o produtor pode utilizar para isso?

Essa demanda por leite com baixa pegada de carbono foi fortalecida no último ano com a realização da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que estabeleceu metas globais de redução de emissões e a atividade pecuária tem uma importante contribuição a dar nesse processo. Nossos trabalhos de avaliação ao longo dos elos da cadeia do leite mostram que é possível produzir leite com baixa pegada de carbono em condições brasileiras, envolvendo diferentes rotas para essa descarbonização, que passam pela genética animal, nutrição e manejo de pastagens, interferência no rúmen, condições de saúde

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REVISTA O GIROLANDO

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Produzir mais com menos

19 do rebanho e manejo de dejetos. Um bom exemplo é o programa de melhoramento do Girolando, que permitiu que a vaca de hoje produza 40% menos metano por quilo de produto (leite) em rela ção ao animal padrão de duas dé cadas atrás. Além disso, espera mos que no futuro seja possível a prestação de serviços ambientais pelas fazendas leiteiras, devido a sua capacidade de estocar car bono ser maior que as emissões geradas, mas essa questão ainda depende da regulamentação do mercado de carbono. Acredita que a pecuária de precisão é a solução para tornar as propriedades mais eficien tes, evitando que, assim, muitos deixem a atividade, como vem acontecendo? A pecuária de precisão não é a solução, mas sim uma ferramen ta que pode contribuir para o au mento da eficiência dos sistemas de produção visando a manuten ção do produtor na atividade lei teira. As ferramentas de precisão, que estão cada vez mais disponí veis e acessíveis aos produtores, estão aí para ajudar o produtor sendo catalisadoras do processo de avanço tecnológico na busca de maior eficiência dos sistemas. Aqui é importante entender a eficiência não apenas pelo lado econômico ou produtivo, mas o que chamamos de eficiência bio econômica. Esse conceito mais amplo envolve, além da questão econômica, o bem-estar animal, a pegada hídrica, o uso de ener gia limpa, a eficiência alimentar, a redução no uso de antibióticos, dentre outros aspectos. Em re sumo, o que se busca é produzir mais com menos recursos e insu mos. Diante da saída de produto res da atividade, em parte por conta dos altos custos de produ ção, o Brasil caminha para um intenso processo de concentra ção, com o predomínio de pro 17 priedades maiores e mais tecno lógicas? De fato, estamos vivencian do um processo de concentra ção produtiva semelhante ao que ocorreu nos principais países produtores de leite do mundo. Mas acredito que a palavra-chave não seja tamanho, mas sim efici ência, como dito anteriormente. Assim, não são os maiores quem irão se manter, mas os mais efi cientes. Temos diversos bons exemplos pelo Brasil de produto res em pequenas propriedades e até com baixo volume diário de produção que conseguem gerar renda e se manter de forma sus tentável na atividade. Assim, in dependentemente do tamanho do produtor, boa gestão e assistên cia técnica contínua de modo a orientar um processo sistemático de adoção de tecnologias adequa das à realidade de cada produtor serão cada vez mais importantes para o sucesso da atividade. Com um perfil tão diverso dos produtores de leite, comu nicar com a cadeia leiteira é um desafio que a Embrapa tem bus cado vencer de que forma? A atividade leiteira está espa lhada por quase todos os muni cípios brasileiros, englobando diferentes realidades produtivas e de mercado. Para conseguir atingir essa diversidade de perfis ao longo de todo o País, faz-se necessária a adoção de diferen tes estratégias de comunicação, sendo fundamentais as parcerias com instituições públicas e pri vadas para fazer chegar ao pro dutor, onde quer que ele esteja, as soluções tecnológicas adequadas para a superação dos desafios do dia a dia de sua atividade. Nesse sentido, além da utilização dos nossos próprios meios de comu nicação que envolvem sites, redes sociais, aplicativos e o envio de mensagens eletrônicas (e-mails), também buscamos divulgar nos sas soluções por meio de revis GirolandoElizabethGirolandoGirolandoNogueiraFernandes Elizabeth ElizabethFernandesNogueiraNogueiraFernandes

20 tas especializadas, programas de rádio e TV e por meio de ações conjuntas com parceiros da assis tência técnica e extensão rural. O avanço dos recursos de tecnologia da informação e da internet, ape sar de ainda ter suas limitações técnicas principalmente nas áreas rurais do País, tem ajudado nes sa disseminação do conhecimen to gerado, transpondo barreiras geográficas. Um bom exemplo é o aplicativo App Girolando, de senvolvido entre a Embrapa e a Associação, que disponibiliza de forma simples e de fácil acesso, informações sobre os valores ge néticos/genômicos de touros e vacas da raça Girolando. Como a senhora vê as mudan ças no perfil do consumidor e a campanha contrária que o leite sofre de determinados segmen tos da sociedade e a desinforma ção em geral? O consumidor em geral está cada vez mais consciente e exi gente em relação aos produtos que consome. Já estávamos acostuma dos a ser cobrados pela qualidade do leite, mas hoje o consumidor tem exigido muito mais atributos, sendo que esse processo foi acele rado pela pandemia. Entretanto, apesar de estarmos na chamada “era da informação”, temos viven ciado também uma grande quan tidade de desinformação, e o leite tem sofrido com isso. Com a faci lidade de disseminar informações que temos atualmente, muitas ve zes informações incorretas (fake news) são espalhadas e acabam afetando o consumo de determi nados produtos. Acredito que já temos informações consolidadas de pesquisa, mais que suficientes, para combater essas campanhas contrárias ao leite, seja em termos de seus atributos nutricionais e de qualidade do produto, seja da forma como ele é produzido e seu efeito para o meio ambiente. O importante é o setor atuar de for ma coordenada para fazer chegar essa informação já existente aos consumidores de modo a eviden ciar seus benefícios nutricionais e a forma como hoje é produzido, respeitando os animais, o meio ambiente e todos os envolvidos na cadeia. A parceria entre a Girolando e a Embrapa permitiu mais um salto importante para o progra ma de melhoramento genético da raça Girolando em 2022, com a publicação de novas PTAs. Isso mostra que, apesar da li mitação de recursos, a pesquisa pode continuar avançando com a união entre ciência e cadeia produtiva? Essa união de esforços é fun damental, tanto para geração de conhecimentos e de soluções tecnológicas, quanto para fazer chegar essas soluções ao setor produtivo. Essa proximidade da Embrapa com o setor produtivo também nos permite prospectar demandas e conhecer os reais de safios da cadeia de modo a ma ximizar os impactos das soluções geradas para a sociedade. Esse pensamento é evidenciado na nossa “visão de futuro” enquan to instituição de inovação, que define que a Embrapa quer ser protagonista e parceira essencial na geração e uso de conhecimen tos para o desenvolvimento sus tentável da agricultura brasileira até 2030. E a Girolando é parte essencial nesse processo, consoli dado no sucesso do programa de melhoramento da raça que com pletou 25 anos em 2022. Graças a essa união de esforços foi pos sível desenvolver 15 novas carac terísticas e seis índices que foram disponibilizados aos produtores na avaliação deste ano, lançada durante a Megaleite. E tenho cer teza de que essa parceria ainda continuará trazendo muitas con quistas para a cadeia produtiva do leite brasileiro.

Girolando Girolando ElizabethFernandesNogueira ElizabethFernandesNogueira

REVISTA O GIROLANDO SANIDADE

- Ocorrência de acidose metabólica;

24 REVISTA O GIROLANDO

Eletrolítico: ferramenta essencial no combate a diarreias A criação de bezerras é uma fase de grande importância na atividade leiteira, pois o sucesso ou insucesso impactará diretamente na disponibilidade de animais de reposição. Também é uma fase de grandes desafios e, dentre eles, a sanidade tem grande relevância, com grande impacto em desempenho e mortalidade. Apesar de assustadoras, taxas de mortalidade superiores a 10% em bezerras ocorrem com frequência, embora não devam. Com a mortalidade, além da perda econômica direta do que já foi investido na bezerra, há uma perda econômica indireta, de impacto financeiro muito maior, em razão de no futuro não haver uma novilha disponível para comercialização, ou uma vaca em lactação para ocupar uma estrutura ociosa.Ao adentrarmos na questão sanitária das bezerras em aleitamento e analisarmos as causas de morbidade e mortalidade, encontramos como grande vilã a diarreia. Esse rótulo a ela é dado por ser a doença de maior incidência, correspondendo a aproximadamente 40% das doenças que ocorrem nessa fase, representando mais de 30% das mortes (Urie et al., 2018). As diarreias são causadas principalmente por patógenos, havendo uma grande variedade de espécies de vírus, bactérias e protozoários. Independentemente da causa e do mecanismo de ação, há dois fatos muito importantes. A membrana celular das células intestinais será afetada, comprometendo os mecanismos de controle da entrada e saída de eletrólitos, glicose, bicarbonato e água. Outro fato é que, como ferramenta de tratamento, o fornecimento de solução eletrolítica oral, também conhecida como eletrolítico, propicia grandes benefícios. Impactos da diarreia Os impactos diretos da diarreia no organismo da bezerra são vários, podendo ser destacados:

Fornecimento de eletrolítico pode ser junto ao leite ou água

- Menor absorção e maior perda de eletrólitos, principalmente Na+, K+ e Cl-;- Maior perda de bicarbonato;

- Menor absorção de glicose; - Maior perda de água; - Desidratação; - Inapetência; - Balanço energético negativo. A associação das alterações e suas consequências resultarão em menor desempenho e aumento de mortalidade. Eletrolíticos Os eletrolíticos surgem justamente como recurso para corrigir os desequilíbrios causados pela diarreia. Isso se dá pois são fonte de eletrólitos, que repõem o déficit gerado pela maior per-

Luciano Prímola de Melo Consultor de Serviços Técnicos de Bovinos de Leite na Agroceres Multimix

URIE, N. J. et al. Preweaned heifer management on US dairy operations: Part V. Factors associated with morbi dity and mortality in preweaned dairy heifer calves. Journal of dairy science, v. 101, n. 10, p. 9229-9244, WENGE-DANGSCHAT,2018. J. et al. Changes in fluid and acid-base status of diarrheic calves on different oral rehydration regimens. Journal of dairy science, v. 103, n. 11, p. 10446-10458, 2020.

25 da e menor absorção, fornecem agente alcalinizante para correção da acido se metabólica, disponibilizam energia para suprir o déficit energético causado pela menor absorção de glicose, menor consumo e menor digestão, além de potencialmente possibilitarem maior ingestão de água. Apesar da recomendação de uti lização ser quase unânime, a grande questão é o que avaliar na composição de um eletrolítico. Vários fatores são considerados, como: concentração de Na+, K+ e Cl-, teor de energia, razão entre Na+ e glicose, osmolaridade, di ferença de íons fortes (SID) e agente alcalinizante. Independentemente do que está sendo avaliado, em eletrolítico não existe “quanto mais melhor”, e sim o ponto chave é o equilíbrio. Variáveis de Composição Como exemplos das variáveis de composição correlacionadas ao equilí brio, temos: - Concentração de Na+ baixa não atende ao déficit, por outro lado, se fornecida excessiva quantidade, grande volume de água pode ser atraído para o lúmen intestinal, agravando um quadro de diarreia;-Outra situação está correlaciona da à energia. Baixa concentração não supre o déficit energético, porém se a concentração for muito alta, a osmola ridade ultrapassa o limite superior, au mentando o risco de empanzinamento, além de impossibilitar o fornecimento de leite;-Fornecimento de alta quantidade de Cl- reduz o SID, comprometendo o controle da acidose Wenge-Dangschatmetabólica.etal. (2020) avaliaram o uso de eletrolíticos em bezerras com diarreia. Foi avaliado o fornecimento apenas de leite, de leite com eletrolítico preparado em água ou de eletrolítico preparado em leite. O eletrolítico preparado em água re sultou em maior volume plasmático; já o preparado em leite melhorou a os molaridade plasmática e foi efetivo em corrigir a acidose metabólica. Ambas as formas de administração foram efetivas em aumentar a concentração sanguínea de Na+.Doré et al. (2019) comparam o uso de eletrolítico oral e fluidoterapia in travenosa e subcutânea. O eletrolítico apresentou maior eficiência na correção da acidose metabólica e no aumento da concentração de glicose no sangue. Os resultados encontrados reforçam os be nefícios do uso de eletrolíticos. Eletrolítico em Leite Mesmo sendo claro o quanto a diar reia tem impacto negativo e o quanto o eletrolítico tem papel fundamental na recuperação das bezerras, muitas vezes o eletrolítico não é utilizado por dificuldades de adequação ao manejo e à mão de obra da fazenda. Isso ocorre, principalmente, quando o eletrolítico requer a utilização exclusiva com dilui ção em água, o que obriga que a oferta do produto seja realizada de duas a seis horas após o fornecimento do leite. A diluição em água traz o benefício da maior hidratação, porém a utilização de um eletrolítico que também possa ser fornecido junto ao leite, ou sucedâneo, tem como vantagem a maior aplicabili dade e flexibilidade de uso, garantindo a reposição de eletrólitos, correção da acidose metabólica e fornecimento de energia a um maior número de bezer ras.Além do papel preventivo, o uso de um eletrolítico que seja flexível para atender às particularidades de manejo de cada fazenda, possibilita seu empre go em ampla escala. Também permite que seja equilibrado e produzido com adequados ingredientes e, quando as sociado à detecção e ação precoce nos quadros de diarreia, certamente refle tirá em superação dos desafios com maior sucesso. Como resultado, obte remos bezerras com maior desempe nho, menor taxa de mortalidade, con tribuindo para o sucesso econômico da fazenda. Referências DORÉ, V. et al. Comparison of oral, intravenous, and subcutaneous fluid therapy for resuscitation of calves with diarrhea. Journal of dairy science, v. 102, n. 12, p. 11337-11348, 2019.

Já as vacas primíparas e multíparas com CCS individual de 2 milhões cél/mL deixaram de produzir 7,6 e 10,9% de

REVISTA O GIROLANDO SANIDADE

Vale lembrar que a MSC é prevalente entre os quadros de mastite nas fazendas, em 90 a 95% dos casos, e os agentes causadores podem ser divididos em contagiosos e ambientais. Segundo banco de dados da OnFarm, uma em cada três vacas com MSC apresentam um patógeno contagioso e eles têm grande importância na ocorrência da doença. Por via de curiosidade, informações extraídas de 1.178 rebanhos de OnFarmers (produtores que utilizam o sistema OnFarm de cultura na fazenda) apontam que os patógenos contagiosos representam 34% dos casos positivos de MSC. É interessante destacar que esses produtores estão distribuídos em 20 estados brasileiros e o número de amostras de MSC analisadas totalizou 50 mil. Em um quadro de MSC, as células somáticas, que são compostas por leucócitos, migram do sangue ao úbere para auxiliar no combate da infecção, situação que permite que a sua contagem (CCS) seja ponto-chave no monitoramento do processo inflamatório da glândula mamária. Alta CCS e perdas na produção de leite Em um experimento realizado nos Estados Unidos a redução na produção de leite na lactação total foi de 155kg para primíparas e de 455kg para multíparas. Vale pontuar que uma piora na saúde do úbere é esperada em multíparas no decorrer da lactação e isso ocorre pela exposição prévia aos patógenos causadores de mastite que podem resultar em danos permanentes na glândula mamária das vacas. Isso faz com que as perdas de produção também sejam sentidas nas lactações seguintes, comprometendo a produção total dos animais. Hand e colaboradores (2012) ao estudarem 2.835 rebanhos observaram que quanto maior era a contagem de células somáticas dos animais, maior era a perda de produção de leite. Vacas primíparas com CCS individual de 200 mil cél/mL deixaram de produzir 1,8% de leite/dia e vacas multíparas com a mesma contagem de células somáticas deixaram de produzir 2,5% de leite/dia.

Raquel Maria Cury Rodrigues, Zootecnista pela Unesp de Botucatu e Especialista em Gestão da Produção pela Ufscar

Mastite subclínica e o seu impacto silencioso nas fazendas leiteiras

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Não somente por meio de livros é possível constatar que a mastite subclínica (MSC) impacta negativamente em vários aspectos nas fazendas leiteiras. A própria prática prova isso, ainda mais quando o produtor é adepto e utiliza os dados, índices zootécnicos e outras ferramentas como aliados na rotina e na resolução de conflitos.

RÚMINADIVULGAÇÃO

leite/dia, respectivamente. Além da perda na produção de leite, os prejuízos advêm do risco da evolução da mastite subclínica para quadros clí nicos; comprometimento permanente do tecido mamário; penalidades sofri das no pagamento do leite; descarte pre maturo de vacas; despesas com médico veterinário e tratamentos, entre outros. A forma e a frequência de realização e a organização dos dados provenientes da CCS e do California Mastitis Test (CMT) são fundamentais para gerar informações úteis aos técnicos e pro prietários no intuito de inferir sobre a real situação da fazenda. Esses dados, de acordo com o Índice Ideagri de Leite Brasileiro (IILB), referência sobre qua lidade e eficiência produtiva da pecuá ria leiteira nacional, por consequência, podem auxiliar na correta tomada de decisão e na resolução dos problemas eventualmente enfrentados. Impacto na reprodução das vacas leiteiras Como a infecção estimula o sistema imunológico da vaca, a doença também acaba acarretando piora no desem penho reprodutivo e são inúmeros os estudos que observaram que, em com paração com vacas não infectadas, a probabilidade de concepção das fêmeas foi reduzida quando elas foram diag nosticadas com MSC, principalmente quando os casos são crônicos. Já foi demonstrado, por exemplo, que a elevação de CCS antes e depois da inseminação artificial (IA) está asso ciada à piora no desempenho reprodu tivo e à probabilidade da IA resultar em prenhez pode ser reduzida em 18% em vacas com CCS entre 200.000 e 399.000 células/ml. Essa probabilidade de pre nhez é reduzida mais ainda - em qua se 26% - quando a CCS supera 399.000 células/ml. Isso comprova que a inten sidade da inflamação está associada à maior redução da fertilidade. Os mecanismos pelos quais a mas tite subclínica pode afetar a fertilidade de vacas leiteiras ainda não estão bem elucidados. Entre os possíveis fatores são descritos: falha na ovulação e me nor produção de estradiol, menor ma nifestação de estro, maior produção de prostaglandina (PGF2α), aumento da temperatura corporal e liberação de moléculas que podem afetar o óvulo e o embrião.Foipossível concluir em uma outra pesquisa que os agentes causadores de mastite e a alta CCS exercem efeito de letério sobre a fertilidade de vacas leitei ras receptoras de embrião. Diferente de outros trabalhos, neste, a MSC foi ava liada também com base no isolamen to dos patógenos por meio da cultura microbiológica; assim, a presença das bactérias causadoras de MSC reduziu a prenhez por transferência de embrião (P/TE).Animais com isolamento positivo de agentes causadores de mastite tiveram menor prenhez por transferência de embrião aos 31 e aos 66 dias em relação ao controle. O presente estudo mostrou ainda que a CCS alta também tem im pacto negativo sobre a fertilidade, pois as vacas que apresentaram CCS maior que 400.000 céls/ml tiveram a P/TE re duzida em 25,5%.

Cultura microbiológica na fazenda A cultura microbiológica na fazenda pode ser uma grande aliada no comba te e controle da mastite, pois ela é capaz de identificar as fontes de infecção das bactérias e selecionar as vacas que real

• BARBOSA, L.F.D.S.P. Impacto da mastite subclínica na reprodução de va cas leiteiras. 2013. x , 61 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual PaulistaJúlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, 2013. Disponível 95:1358–1362.counts:D.<http://hdl.handle.net/11449/96668>.em:•Hand,K.J.;Godkin,A.;Kelton,F.MilkproductionandsomaticcellAcow-levelanalysis.J.DairySci.2012.

H.

28 REVISTA O GIROLANDO mente necessitam de tratamento. Um dos intuitos da cultura é fazer com que as bactérias responsáveis pela MSC não passem despercebidas, não sirvam de veículo e não comprometam os animais saudáveis.Parao melhor entendimento do po tencial problema das bactérias causado ras de mastite subclínica é recomenda do o exame de cultura microbiológica do leite em animais que apresentarem CCS > 200 mil células/ml, e de todos os novos casos de infecções subclínicas (CCS <200 mil na análise anterior e > 200 mil na análise atual), dos animais pós-parto (principalmente novilhas) e de mastite clínica. De acordo com informações da On Farm, quanto aos benefícios da cultu ra, vários projetos sobre a avaliação da tecnologia apontam para uma relação custo-benefício de acima de 1:5; ou seja, a cada R$1,00 investido na tecnologia, o retorno é de R$5,00. Considerando que o aumento da CCS acarreta grandes prejuízos ao produtor de leite e à indús tria láctea, a cultura se torna uma fer ramenta indispensável para a produção leiteira (ainda mais que hoje há opções para que o pecuarista adote um sistema de cultura com zero de investimentos em estrutura ou equipamentos).

• Hudson, C. D., A. J. Bradley, J. E. Breen, and M. J. Green. 2012. Associa tionsbetween udder health and repro ductive performance in United King domcows.dairy Journal of dairy science 95:3683-3697.•Lavon,Y., G. Leitner, U. Moallem, E. Klipper, Voet,

S. Jacoby, G. Glick, R. Meidan,andD.Wolfenson. 2011b. Immedia te and carryover effects of Gram-nega tiveGram-positiveand toxin-induced masti tis on follicular function in dairy cows. Theriogenology 76:942-953. • Vasconcelos, J.L.M; Santos, R.M. Impacto da mastite sobre o desempe nhoreprodutivo, MilkPoint, 2015. Dis ponível aspx>.-o-desempenho-reprodutivo-95616n.-ricarda-scolunas/jose-luiz-moraes-vasconcelos<https://www.milkpoint.com.br/em:antos/impacto-da-mastite-sobreAcessoem:06/07/2022. RÚMINADIVULGAÇÃO Saúde do úbere deve ser prioridade nas fazendas

Referências bibliográficas:

Pelos motivos apresentados nes te texto fica evidente a importância da adoção de estratégias para o monitora mento e controle da mastite subclínica no rebanho. Os prejuízos acarretados pela doença podem ser substanciais e irreversíveis, fato que deve direcionar ainda mais os produtores para o cami nho da prevenção.

Sêmenwww.crvlagoa.com.brTel.disponível:(16)2105-2299 LAGARTO - GPTA leite - 1.005 com confiabilidade de 77,65% LAGARTO HUNTER da IFQ Mãe: AMORA da IFQ | 14.315kg/365d NEGRA LAGARTO DA IFQ NASC 01/03/20 IFQ - 1456 | 3/4 GIROLANDO 3/4 TESTE DE PROGÊNIE A2A2 ANGEL LAGARTO DA IFQ 7315-BK | 3/4 NASC 20/02/20 SAICA LAGARTO DA IFQ 6671-BG | 3/4 NASC 27/04/18 - PARIU 06/05/21 8.593 KG / 365 DIAS – 1º CRIA

Importância do manejo do pastejo nos sistemas de produção leiteira

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REVISTA O GIROLANDO PASTAGEM

Dentro dos sistemas de produção animal a pasto, o baixo consumo de forragem foi, por muitos anos, indicado como limitador do desempenho animal, devido ao seu “baixo valor nutricional”. Porém, ao longo dos últimos anos diversos trabalhos demonstraram que as plantas forrageiras quando bem manejadas oferecem adequado valor nutritivo. Esses trabalhos indicam ainda que o monitoramento da frequência e da intensidade do pastejo quando controlados através da altura dos pastos melhoram o desempenho dos animais.Nesse sentido, o manejo do pastejo tem como principal objetivo identificar qual é o ponto ótimo entre as necessidades das plantas forrageiras manterem sua área foliar e a melhoria e/ou aumento da produção animal por área. Para que se possa otimizar a produção de leite com utilização de pastagens, é necessário compreender a fisiologia das plantas forrageiras e suas características estruturais, tais como: relação folha:caule, população de perfilhos, produção e composição morfológica da massa de forragem. Também deve-se compreender de que forma essas características poderão interferir no consumo de nutrientes pelos animais em pastejo ao longo do dia e, consequentemente, influenciar a produção de leite/animal/dia.Demaneirageral, quando as condições de temperatura, luz, água, correção e adubação do solo estão adequadas, o desenvolvimento das plantas forrageiras acontece de forma acelerada e intensa. Nessas condições, temos um aumento significativo na produção de folhas verdes, o que permite alto acúmulo líquido de forragem. Em outras palavras, o crescimento é maior que a senescência e morte foliar. Além disso, é nessa fase de desenvolvimento da planta que teremos as maiores concentrações de nutrientes. Com o passar do tempo, o processo de senescência inicia-se devido a competição por luz no interior do dossel forrageiro e nas porções mais próximas do solo. Essa competição e baixa incidência de luz levam a planta ao alongamento de colmos, com o objetivo de aumentar a quantidade e qualidade de luz que chega até à superfície do solo.

Quando esse processo se inicia, normalmente o produtor percebe que a massa de forragem por hectare aumenta; no entanto, como ponto negativo desse processo temos uma queda considerável no teor de proteína bruta e aumento na fração fibrosa da planta, reduzindo sua digestibilidade. Outro fator que devemos observar é o efeito negativo e limitante que os colmos têm sobre a profundidade do bocado dos animais em pastejo e, consequentemente, sobre o volume de forragem apreendida em cada bocado deferido. Ou seja, pastagens com alta participação de colmos nos extratos superiores reduzem a capacidade do animal explorar a planta forrageira e aumentar a massa do bocado. Quando isso acontece, o animal passa maior tempo em busca de locais de pastejo que favoreçam o seu consumo, aumentando o seu gasto energético nesse processo. Em contrapartida, quando trabalhamos com metas de manejo do pastejo que permitem alta porcentagem de folhas verdes com baixa proporção de colmos, os animais aumentam a profundidade na qual exploram o dossel forrageiro, reduzem o número de bocados deferidos, apresentam bocados mais pesados e reduzem o tempo Eliana Geremia, Especialista em Desenvolvimento de Mercado - Mosaic Fertilizantes - eliana.geremia@mosaicco.com Marcell Alonso, Gerente de Pecuária - Mosaic Fertilizantesmarcell.alonso@mosaicco.com

CHIARIAGROPECUÁRIADIVULGAÇÃO

Controle da altura dos pastos melhora desempenhoanimaisdos

Pennisetum purpureum Schum Capim elefante cv. Kurumi 75 a 80 35 a 40 Cynodon spp. Tifton 85 25 10 a 15 Cynodon dactylon (L.) Coastcross e Florakirk 30 10 a 15 Panicum maximum cv Mombaça 90 30 a 50 Panicum maximum cv. Tanzânia 70 30 a 50 A observação e a utilização dessas alturas de manejo das pastagens são extremamente importantes para assegurar um bom desempenho dos animais e também garantir que o crescimento e desenvolvimento da pastagem não seja prejudicado ao longo do tempo. Para garantir que a pastagem permaneça com qualidade na área, o manejo do pastejo leva em consideração as características da planta conforme discutido até agora e também a intensidade e a frequência da desfolhação.Afrequência

Pennisetum purpureum Schum Capim elefante cv. Cameron 85 a 90 40 a 50

Pennisetum purpureum Schum. Capim elefante cv. Napier 85 35 a 45

A intensidade de desfolhação re presenta o quanto essa planta foi des folhada, ou seja, é a razão entre a mas sa de forragem que foi removida pelos animais e a massa de forragem origi nal (massa de forragem disponível no momento de entrada dos animais no piquete). Em sistemas intermitentes a intensidade de desfolhação é definida pela altura pós pastejo.

Tabela 1: Altura de entrada e saída dos animais em método de pastejo rotativo, considerando o uso de 95% da interceptação luminosa do dossel forrageiro. Espécie Forrageira Altura recomendada para manejo do pastejo (cm) Entrada Saída Brachiaria brizantha cv. Marandu 25 10 a 15 Brachiaria brizantha cv. Piatã 35 15 a 20

CHIARIAGROPECUÁRIADIVULGAÇÃO

O que podemos observar com os diversos trabalhos publicados envol vendo ferramentas de manejo do pas tejo, é que toda planta possui um ponto ótimo para colheita, correlacionado a um direcionador denominado índice de interceptação luminosa (IL). Esta IL tem como premissa 95% de intercep tação da radiação solar pela cobertura vegetal formada pelo pasto, sendo esse percentual relacionado a diferentes al turas das forrageiras. Também é nessa condição de interceptação o ponto em que encontramos o momento ideal para o pastejo dos animais, possibili tando elevado consumo de folhas ver des, alto valor nutricional e garantindo a persistência da forrageira no ambien te pastoril. A tabela abaixo traz a indi cação de altura de entrada e saída de algumas das cultivares forrageiras mais utilizadas na pecuária leiteira. A observação e a utilização dessas alturas de manejo das pastagens são ex tremamente importantes para assegu rar um bom desempenho dos animais e também garantir que o crescimento e desenvolvimento da pastagem não seja prejudicado ao longo do tempo. Para garantir que a pastagem permaneça com qualidade na área, o manejo do pastejo leva em consideração as carac terísticas da planta conforme discutido até agora e também a intensidade e a frequência da desfolhação. A frequência da desfolhação nada mais é que o intervalo entre duas des folhações. Ou seja, o tempo entre o primeiro e o segundo pastejo em uma mesma área, no caso de sistemas com método de pastejo ratativo, ou o núme ro de vezes que um perfilho é visitado em um determinado período de tem po, no caso de sistemas contínuos de produção animal. Em sistemas de produção leiteira, o método de manejo do pastejo mais utilizado é o sistema intermitente, ou sistema rotativo, como é popularmente conhecido. Por muito tempo, a orien tação de manejo do pastejo desse sis tema era que fosse feito com base em dias fixos para a entrada dos animais no piquete. Ao longo do tempo e com o avanço dos estudos, constatou-se que esse tipo de manejo não explora de for ma eficiente as pastagens ao longo do ano, devido às variações climáticas, principalmente umidade e temperatu ra, podendo ocorrer perdas significa tivas em produção e desempenho ani mal. Dando início ao uso de critérios de entrada e saída dos animais nos piquetes baseados na altura da planta.

32 REVISTA O GIROLANDO de busca por ambientes pastoris ade quados. Em outras palavras, quanto melhor for a forma que a forragem é oferecida ao animal, maior será o po tencial de consumo e desempenho produtivo por área.

Desfolhas mais severas (menor al tura após o pastejo) forçam o animal a remover maior proporção de folhas e colmos com menos digestibilidade. Além disso, a maior remoção da área foliar por parte dos animais aumenta o tempo necessário para o rebrote, re duzindo a frequência de desfolhação, aumentando a mobilização de reser vas das raízes para repor o seu índice de área foliar. Por outro lado, desfo lhas mais lenientes permitem que os animais consumam maior proporção de folhas jovens e mais nutritivas, po tencializando a produção. De modo geral, a frequência de desfolhação irá variar de acordo com a velocidade de crescimento das plantas e também em função da intensidade do pastejo. A adubação das pastagens é uma alternativa para intensificar ain da mais a produção animal por área, uma vez que sob condições adequadas de umidade e temperatura, aceleram o ritmo de crescimento e desenvol vimento foliar e de novos perfilhos, sendo possível aumentar o número de animais por área, sem comprometer o desenvolvimento da planta.

da desfolhação nada mais é que o intervalo entre duas desfolhações. Ou seja, o tempo entre o primeiro e o segundo pastejo em uma mesma área, no caso de sistemas com método de pastejo ratativo, ou o número de vezes que Entrada e saída dos animais dos piquetes deve ser baseada na altura da planta

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Resultado de pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, mostrou que sistemas de produção de leite a pasto com bons índices de eficiência produtiva e bem manejados, apresentaram produtividade hídrica superior a modelos mais intensivos, como semiconfinamento e confinamento. A produtividade hídrica é a relação do produto (leite) pelos litros de água consumidos para produzi-lo, levando em consideração consumos diretos e indiretos.Segundo o pesquisador Julio Palhares, que coordenou o estudo, independentemente do tipo de sistema utilizado pelo produtor, a produtividade hídrica é influenciada pelos indicadores de produção total do leite da fazenda, a porcentagem de vacas em lactação e o tipo de alimentação oferecido aos animais. A pesquisa avaliou a produtividade hídrica de 67 propriedades leiteiras no sul do Brasil. Foram 57 fazendas a pasto; sete, semiconfinadas e três, utilizando o confinamento, localizadas em uma das principais bacias leiteiras do Estado do Rio Grande do Sul, a de Lajeado Tacongava.

Manejo a pasto ganha em produtividade hídrica

As propriedades estão situadas em quatro municípios: Serafina Corrêa, União da Serra, Guaporé e Montauri – que representam 81,7% do total de fazendas leiteiras da região. Todas as propriedades em sistemas de produção semiconfinado e confinado foram analisadas, e 83,8% daquelas que adotam sistema a pasto. O trabalho foi publicado na Revista Internacional Journal Science of the Total Environment em parceria com o Leibniz Institute for Agricultural Engineering and BioIndicadores de eficiência leiteira influenciam na produtividade hídrica Se bem manejado, esse sistema supera o semiconfinamento e confinamento em relação a esse índice

REVISTA O GIROLANDO PASTAGEM

economy, a Universidade de Caxias do Sul e a Emater (RS). No sistema a pasto, a produtivida de hídrica do leite variou de 0,27 a 1,46 kg de leite por metro cúbico de água; no sistema semiconfinado a variação foi de 0,59 a 1,1 kg de leite; no con finado, de 0,89 a 1,09 kg de leite por metro cúbico de água. “Quanto maior a produtividade hídrica, melhor o uso da água dentro da porteira”, explica Palhares. Das fazendas a pasto anali sadas, 20 apresentaram maior produ tividade hídrica do que todas as pro priedades do sistema semiconfinado. Quando comparado ao confinado, o modelo baseado em pastagem alcan çou resultados semelhantes - foi ob servada maior produtividade hídrica em 22 fazendas. “A grande variabilidade da produ tividade hídrica era esperada, pois o indicador é influenciado por vários aspectos produtivos, o que reforça a importância de avaliá-lo em escala de fazenda. Elevadas produtividades hídricas podem ser alcançadas, in dependente do sistema de produção, desde que ele seja bem manejado”, ex plica o ASustentabilidadepesquisador.águaéumdos

“A intensificação do sistema lei teiro é uma tendência mundial, prin cipalmente por razões econômicas, como proporcionar ganhos de escala. No entanto, sabe-se que a intensifica ção tem passivos ambientais e sociais. Se pudermos ter elevada produtivida de hídrica em sistemas menos intensi ficados, é um ponto que contribui para viabilidade ambiental do sistema de produção, bem como agrega valor ao produto”, explica. Ao analisar a intensificação dos sistemas de produção, como fazendas confinadas, sob a perspectiva da pro dutividade leiteira, estes sistemas são mais vantajosos. Mas essa perspectiva não pode mais ser a única na avalia ção de produtos de origem animal. A dimensão ambiental também deve ser considerada em seus múltiplos aspec tos, como água, emissões de gases do efeito estufa, uso eficiente de nutrien tes e preservação da biodiversidade destaca. Sistemas a pasto de produção

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fatores de produ ção mais importantes para a atividade leiteira. Ela é essencial para a produ ção de alimentos aos animais, para o consumo do gado e para a realização dos serviços de limpeza. Segundo Pa lhares, a gestão adequada do recurso nos sistemas de produção precisa ser implementada para garantir a susten tabilidade da atividade leiteira. “A avaliação da produtividade hí drica permite identificar os pontos de fragilidade no uso da água e, conse quentemente, propor boas práticas do seu uso. A produtividade hídrica é de pendente do tipo de sistema de produ ção, espécies e raça do animal, e o tipo e a origem dos componentes da dieta animal. Dessa forma, é fundamental avaliar a produtividade hídrica em es cala de fazenda para ajudar o produtor a entender os fluxos de água e otimizar o uso desse recurso”, conta Palhares. A adoção de boas práticas com o objetivo de alcançar uma maior efici ência no uso da água, além de reduzir o consumo, melhora a produtividade hídrica. Para o pesquisador, a manei ra mais rápida de melhorar o valor da produtividade hídrica se dá pelo cor reto manejo nutricional, com impacto na redução do custo de produção da atividade leiteira. De acordo com ele, um sistema menos intenso com alta produtividade de água pode signifi car menor custo de produção, menos dependência de insumos externos, menor necessidade absoluta de água e menor geração de resíduos por área.

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KUKEVIN

Análise de dados ajuda na tomada de decisão

As características analisadas na avaliação linear são consideradas preditoras de boas performances dos animais em sua aptidão, isto é, conseguem prever, com certo grau de acurácia, a performance produtiva dos animais. Mais que isso, a predição do valor genético é também uma forma de obter características altamente desejáveis da prole, por meio do cruzamento dos animais de forma a alcançar fenótipos de interesse para a propriedade e para a raça. A avaliação linear, juntamente com o controle leiteiro, é utilizada para análise no teste de progênie (prova do touro). O touro deverá ser avaliado quanto à capacidade prevista de transmissão para a produção de leite (PTAL), que deve ser sempre positivo. Além disso, a escolha do touro mais benéfico para o cruzamento dependerá, também, da confiabilidade dos dados. Para isso, é necessário que sejam coletados Deisiane Soares Murta Nobre, Médica Veterinária, especializada em Clínica de Bovinos pela USP e Mestre em Clínica Veterinária pela USP; Analista de Dados do SobControle Fazenda. Carlos Augusto de Assis Lima, MSC pelo Instituto Militar de Engenharia, Engenheiro de Sistemas e Computação pela UERJ, Criador de Girolando

REVISTA O GIROLANDO GESTÃO

A importância da avaliação fenotípica para a evolução

Os fatores genéticos dos animais podem ser aparentes ou não, podem ser visíveis ou mensuráveis facilmente; ou necessitam de exames específicos para que seja possível conhecer as características que esses animais têm capacidade de passar para a Osprole.fatores genéticos aparentes fazem parte do chamado fenótipo, e a partir deles é feita a avaliação fenotípica e linear. Os fatores genéticos não aparentes são o genótipo, e são observados por exames moleculares, ou seja, a partir do DNA dos animais.Ascaracterísticas genotípicas e fenotípicas, associadas à genealogia do animal, permitem a realização da chamada avaliação genômica, uma ferramenta cada vez mais utilizada que apresenta diversas vantagens para diminuir o intervalo entre gerações.Aavaliação linear é um método de quantificação das características de conformação dos animais, que são características fenotípicas das vacas. Os criadores da raça Girolando seguem as diretrizes do Sistema de Avaliação Linear Girolando (Salg).As características mensuradas estão ligadas: - à conformação e capacidade corporal; - à força leiteira; - ao sistema locomotor; - à garupa e - ao sistema mamário.

O melhoramento genético do rebanho é uma importante estratégia para a rentabilidade da atividade leiteira. Está relacionado à eficiência da propriedade, por seguir o caminho da produtividade e longevidade da vida produtiva dos animais. O gado Girolando, por ser uma raça híbrida, precisa ser submetido a cruzamentos cuidadosamente estudados para que a rusticidade da raça não se sobreponha a sua capacidade produtiva. Assim, os cruzamentos precisam ser analisados para saber quais matrizes serão inseminadas com o sêmen de determinado touro de forma a elevar o potencial produtivo do rebanho e da raça.No momento da escolha do touro, muito destaque é dado para o potencial de aumento da produção de leite. Porém, a capacidade de volume produzido depende não apenas do potencial de produção do animal, mas de diversas características genéticas da vaca, que vão desde a conformação de membros até o comprimento dos tetos, entre outras características. Tais características são transmitidas à prole, e cada uma apresenta diferentes graus de herdabilidade, isto é, possui determinado percentual de transmissão às filhas.

39 os dados de pelo menos três filhas com medidas de Salg suficientes para a realiza ção dos cálculos. Esses dados permitirão a elaboração do gráfico do touro, que auxi liará na escolha desse para o melhoramen to genético do rebanho. Isso significa que o comportamento dos dados já existentes permite a predição dos valores de futuras filhas de um de terminado touro com uma determinada vaca. Esses cálculos de predição, utilizados posteriormente para tomada de decisão, são o fundamento da ciência de dados aplicada à pecuária leiteira. A avaliação genômica, por sua vez, considera a seleção dos animais de acordo com valores genéticos genômicos. Isso de pende de três tipos de informações: - o pedigree do animal (história repro dutiva, fornecida pela Associação); - o fenótipo do animal (controle leitei ro e classificação linear); - o genótipo do animal (obtidos por meio de marcadores moleculares). As informações de genótipo permi tem, também, que animais jovens possam ter os valores preditos de forma mais acu rada, diminuindo o intervalo entre gera ções, pois permitem obter os valores antes mesmo de o animal expressar o fenótipo. Assim, a seleção genômica aumenta a confiabilidade para a predição de valores genéticos ao incluir os dados de marcado res moleculares.Aavaliaçãogenômica, portanto, se ba seia em dados coletados, juntamente com informações genéticas dos animais e cál culos preditivos. Portanto, a acurácia/con fiabilidade da avaliação genômica depen de da confiabilidade dos dados coletados. Os dados fenotípicos, genotípicos e de pedigree de cada animal podem ser inseri dos no sistema de gerenciamento de dados da fazenda para o controle intra-proprie dade. Além disso, os dados podem ser integrados, automaticamente, com a As sociação. A automatização desse processo não apenas facilita o dia a dia do produtor, mas também viabiliza a criação de um pai nel genômico da raça no País. A integração dessas informações pode ser utilizada pela Associação para embasar estratégias para o melhoramento da raça no País, auxiliando os associados. Quanto aos próprios associados, a informação fa cilmente disponível permite a escolha do touro que melhor se adeque as suas neces sidades de melhoramento na fazenda. A avaliação genômica é feita a partir de dados genéticos e predição matemática. Para que a avaliação genômica seja viável, é necessário garantir a veracidade das in formações fornecidas na genealogia e nas avaliações fenotípica e linear. Por isso, é tão importante a realização sistemática de co leta de dados. Quando o registro de infor mações é realizado de forma organizada e regular, pode-se garantir o cálculo prediti vo em seu maior potencial de acurácia. O criador precisa manter um contro le zootécnico para consulta do serviço de controle leiteiro. Enfatiza-se, mais uma vez, que esse arquivo pode estar registra do em um sistema digital com informação individual dos animais, o qual pode ser integrado ao sistema digital da própria As sociação.Aavaliação genômica é baseada em algoritmos, isto é, equações que incluem os fatores e o peso de cada um deles para cada critério avaliado do touro ou da vaca. Como já mencionado, esses cálculos de pendem do pedigree, fenótipo e genótipo do animal. Porém, pode haver a necessi dade de auditoria desse algoritmo, isto é, saber se os cálculos estão sendo realizados de forma justa para todos os lados envol vidos. Por isso, é importante o registro do banco de dados, que pode ser realizado em um sistema digital de gerenciamento; bem como a forma de coleta desses dados.

A Associação da raça em questão é um importante ator nesse cenário, visto que a coleta de dados fenotípicos é monitorada por ela. Em um sistema de gerenciamento integrado ao sistema da associação, esse processo é facilitado. Um outro ponto a ser auditado é a forma de testar o código do algoritmo, ou seja, saber como foi testada a acurácia desse código para a obtenção de resultados não enviesados. Esse processo é mais facil mente garantido quando a equipe envolvi da no desenvolvimento do código possui experiência consolidada tanto na ciência de dados quanto na produção leiteira. Isso garante que os códigos levarão em conta os fatores realmente relevantes para o ce nário desejado pelo produtor. A veracidade da informação do algo ritmo pode permitir ao produtor informar o controle leiteiro de seus animais registra dos. No sistema digital de gerenciamento de dados da fazenda, o produtor insere a produção de leite individual, e na integra ção dos dados com a Associação, o contro le leiteiro é realizado de forma automática.

Coleta de dados na fazenda auxilia na gestão DIVULGAÇÃO Assim, a seleção genômica aumenta a confiabilidade para a predição de valores genéticos ao incluir os dados de marcadores moleculares.

A avaliação genômica, portanto, se baseia em dados coletados, juntamente com informações genéticas dos animais e cálculos preditivos. Portanto, a acurácia/confiabilidade da avaliação genômica depende da confiabilidade dos dados coletados. Os dados fenotípicos, genotípicos e de pedigree de cada animal podem ser inseridos no sistema de gerenciamento de dados da fazenda para o controle intra-propriedade. Além disso, os dados podem ser integrados, automaticamente, com a Associação. A automatização desse processo não apenas facilita o dia a dia do produtor, mas também viabiliza a criação de um painel genômico da raça no País.

A integração dessas informações pode ser utilizada pela Associação para embasar estratégias para o melhoramento da raça no País, auxiliando os associados. Quanto aos próprios associados, a informação facilmente disponível permite a escolha do touro que melhor se adeque as suas necessidades de melhoramento na fazenda. A avaliação genômica é feita a partir de dados genéticos e predição matemática. Para que a avaliação genômica seja viável, é necessário garantir a veracidade das informações fornecidas na genealogia e nas avaliações fenotípica e linear. Por isso, é tão importante a realização sistemática de Informaçõesgenéticas Informaçõesfenotípicas Genealogiadoanimal AVALIAÇÃO GENÔMICA

Conclui-se, portanto, que a utilização da avaliação genômica é a estratégia do fu turo iminente para o melhoramento gené tico da raça Girolando, mas a garantia de seus resultados depende da qualidade de coleta dos dados, bem como da precisão dos cálculos realizados pelo algoritmo.

42 REVISTA O GIROLANDO Sistema de Avaliação Linear Girolando REVISTA O GIROLANDO GENÉTICA Sabrina Kluska, Pamela Itajara Otto, Darlene Daltro, Renata Negri, Delvan Alves, Jaime Cobucci e Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva. Equipe Embrapa Gado de Leite Como utilizar os resultados na prática?

O sistema de avaliação linear do Girolando (SALG) engloba 22 características distribuídas nos grupos de conformação e capaci dade corporal, força leiteira, sis tema locomotor, garupa e sistema mamário. Em 2022, os resultados para as características dos siste mas locomotor e mamário, tota lizando 11 características, foram publicadas no Sumário de Touros da raça Girolando. No ano que vem, as demais características devem ser Problemaspublicadas.relacionados aos sistemas locomotor e mamário levam ao descarte precoce dos animais, reduzindo assim sua vida produtiva. Neste sentido, a seleção para estas característi cas tem alto impacto econômico na atividade leiteira. A avaliação linear auxilia o produtor na sele ção de animais para compor o re banho, pois entendendo os pon tos fracos, é possível identificar as características que devem ser trabalhadas para se obter animais mais produtivos, funcionais, sau dáveis, longevos e, sobretudo, apropriados ao sistema de produ ção.Os resultados do SALG são publicados no Sumário de Tou ros na forma de STAs. A STA é a habilidade prevista de trans missão padronizada, ou seja, a PTA padronizada. A utilização de STAs permite comparar ca racterísticas que são mensuradas em diferentes unidades, uma vez que na padronização a unidade das características passa a ser em desvios-padrão.Éimportante entender como a seleção para o SALG funciona na prática, ou seja, lá na fazen da. Para melhor elucidar, vamos abordar um exemplo. Na fazen da “X” um grande de número de animais apresenta problemas re lacionados a largura de úbere, ou seja, animais com úberes estrei tos. É importante salientar que o acasalamento destes animais com um touro com STA extremamen te positiva para largura de úbe re não necessariamente resultará em uma progênie com largura de úbere próximo do desejado. Va mos entender porque isto acon tece.O melhoramento é populacio nal, portanto, o que altera é a mé dia das progênies daquele touro. No caso abordado acima, assim como em outros casos em que se deseja corrigir problemas relacio nados as características do SALG, o ideal é que se agrupe os indi víduos de acordo com o defeito e, ou, problema a ser melhorado, e acasale este grupo com um de terminado touro ou um grupo de touros com STA interessante para a situação. Não é correto afirmar que o acasalamento resultante de uma única vaca com úbere estrei

GUERREROLUCAS

Além das STAs para as ca racterísticas lineares de sistema locomotor e mamário os resul tados da PTA leite, acurácia da PTA leite, o número de filhas com medidas para o linear, e dois compostos: composto de sistema mamário Girolando (CSMG) e o composto de sistema locomotor Girolando (CSLG) também es tão presentes no sumário. É im portante ressaltar que a seleção dos reprodutores ainda deve ser feita pela PTA leite e a acurácia da PTA leite deve ser entendida como uma medida da intensida de de uso do reprodutor. Animais mais jovens tendem a ter PTAs superiores e acurácias menores, entretanto, apesar da acurácia ser menor, estes animais devem ser utilizados como reproduto res, mas em menor intensidade, pois acurácia baixa não implica em animais ruins e sim animais com pouca informação para gerar PTAs com acurácia superior. As características de linear de vem ser entendidas como carac terísticas auxiliares à produção de leite. Os compostos de siste mas mamário e locomotor englo bam as características de sistema mamário e locomotor, respecti vamente. Cada uma das caracte rísticas tem um peso dentro do composto, dependendo da sua importância para a raça. Maio res informações a respeito dos pesos de cada um dos compostos podem ser consultadas no sumá rio da raça Girolando publicado neste ano. Na prática preconiza -se selecionar animais com va lores moderadamente positivos para o CSLG e para o CSMG. O uso dos compostos permite sele cionar animais para mais de uma característica simultaneamente, que seja, todas as características que o compõe.

Evidenciando a necessidade da utilização de grupos de touros que possuam STA’s próximas ao ideal, aumentando a frequência dos genes responsáveis pela ca racterística eleita como ideal na população.Entendendo como a ferramen ta funciona é possível se obter ganhos por meio da seleção para as características alvo de melho ramento e assim produzir ani mais mais eficientes, com menor número de problemas e que per manecerão por mais tempo no rebanho, reduzindo o custo com reposição de fêmeas.

Sistema mamário deve ser alvo da seleção

44 to, com um touro com STA mui to positiva para largura de úbe re, irá produzir uma a progênie com úberes mais largos do que a mãe. Entretanto, quando um gru po de vacas com úberes estreitos for acasalado com um touro que tenha STA alta e positiva para largura de úbere, a média da pro gênie destes acasalamentos deve ser melhor do que a das mães. REVISTA O GIROLANDO

Uma característica marcante dos sistemas de produção de leite nacional é o predomínio do regime alimentar a pasto. Para contornar os desafios climáticos impostos nesse tipo de sistema em regiões tropicais, duas estratégias podem ser utilizadas: as modificações estruturais do ambiente de produção e a identificação de animais tolerantes ao estresse térmico e seu uso em sistemas de acasalamento. As modificações estruturais do ambiente, apesar de promoverem condições de conforto térmico no local onde são instaladas, geralmente requerem alto investimento, constante manutenção e não são herdáveis geneticamente pelos animais. Por sua vez, a seleção genética para termotolerância provavelmente é a estratégia mais viável e efetiva, pois representa uma ferramenta que pode melhorar de forma permanente a tolerância do estresse térmico dos animais. Uma importante fonte de informação para avaliar o conforto ou o desconforto (estresse térmico) do animal em relação ao ambiente e/ou ao clima, é o índice de temperatura e umidade (ITU), o qual combina em uma única variável os valores de temperatura e de umidade relativa do ar. O ITU desempenha papel expressivo na caracterização de diferentes ambientes produtivos e serve como um descritor ambiental para avaliar o desempenho animal nas diferentes combinações de temperatura e umidade.No Sumário de Touros Girolando 2022 foi apresentada a avaliação dos touros para Tolerância ao Estresse Térmico. Para a realização desse trabalho foram considerados dados coletados pelo Controle Leiteiro Oficial do Girolando entre os anos de 2000 Renata Negri, Darlene Daltro, Sabrina Kluska, Pamela Itajara Otto, Edivaldo Ferreira Junior, João Cláudio do Carmo Panetto e Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva. Equipe Embrapa Gado de Leite/Girolando

Tolerância ao estresse térmico e eficiência tropical

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A pecuária leiteira brasileira pode ser estratificada em diferentes níveis organizacionais e tecnológicos, que vão desde as pequenas propriedades rurais até grandes cooperativas, gerando empregos e produzindo alimentos com qualidade. Genuinamente brasileira, a raça Girolando está presente na maioria das propriedades rurais e tem papel fundamental na cadeia dos lácteos no País, sendo responsável por 80% do leite produzido.Noentanto, para a viabilidade e sustentabilidade da propriedade rural, é essencial que os animais recebam boa alimentação (em quantidade e em qualidade), tenham boa sanidade e sejam mantidos dentro da zona de termoneutralidade para que, assim, possam expressar o máximo do seu potencial genético para a produção de leite. A zona de termoneutralidade consiste na faixa ideal de temperatura e de umidade para o conforto térmico do animal.

FIGURA 1

Limites de conforto térmico para diferentes composições raciais Ainda na Figura 1 é possível observar a superioridade dos animais Girolando para tolerância ao estresse térmico A diferença pode chegar a 10ºC quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor. Essa diferença é extremamente significativa quando se trata de sistemas de produção a pasto, pois animais Girolando toleram temperaturas mais altas e umidades mais baixas, quando comparados à raça Holandesa. A composição racial 5/8H merece destaque especial, pois lidera, juntamente com animais 1/2H e 1/4H, a tolerância ao estresse térmico.

a 2020. Cada controle leiteiro foi considerado como uma observação e a ele foi associada a informação do ITU no dia do controle, constituindo uma base de dados com mais de 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas e com aproximadamente 21 mil animais genotipados. A informação do ITU foi obtida por meio de estações meteorológi cas públicas próximas aos rebanhos. Análises preliminares identificaram que as informações de temperatura e umidade aferidas no dia do controle são as principais causas de variação da produção de leite. A partir dessa constatação científica, também foi possível identificar o limiar de con forto térmico para as composições raciais e quantificar as perdas de pro dução de leite. O limite de conforto térmico identificado para animais 7/8H foi ITU 77, para animais 3/4H o limite foi ITU 78, enquanto que para ani mais 1/4H, 1/2H e 5/8H o limite de conforto térmico foi ITU 80. A Figura 1 ilustra os limites de conforto térmico de cada uma das composições raciais e traduz os va lores de ITU para temperatura e umidade relativa do ar. Na mesma imagem, consta para comparação, o limite de conforto térmico identifica do na raça Holandesa (ITU 74), uti lizando a mesma metodologia (NE GRI,Ainda2021).na Figura 1 é possível ob servar a superioridade dos animais Girolando para tolerância ao estresse térmico. A diferença pode chegar a 10ºC quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor. Essa diferença é extremamente significa tiva quando se trata de sistemas de produção a pasto, pois animais Gi rolando toleram temperaturas mais altas e umidades mais baixas, quan do comparados à raça Holandesa. A composição racial 5/8H merece destaque especial, pois lidera, junta mente com animais 1/2H e 1/4H, a térmico identificado na raça Holandesa (ITU 74), utilizando a mesma metodologia (NEGRI, 2021).

relativa do ar. Na mesma imagem, consta para comparação, o limite de conforto

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Conforto térmico influencia na produtividade do rebanho tolerância ao estresse térmico.

Quando comparamos as curvas médias de produção de leite de animais Girolando em conforto, em relação aos animais em estresse térmico, foi possível quantificar perdas médias de produção de leite superiores a 1.000kg de leite, considerando uma lactação de 305 dias. Em casos extremos, as perdas produtivas superaram os 2.000kg de leite por lactação. Valores muito expressivos e que demonstram que uma vaca, em uma única lactação, pode deixar de produzir até 34%. Animais mais produtivos tendem a sofrer mais com as variações de temperatura e umidade. Por meio da avaliação genômica foi possível obter a GPTA (PTA genômica) dos touros para cada combinação de ITU. Após analisar a trajetória das GPTAs de cada touro, os animais foram classificados conforme categorais de sensibilidade ambiental: sensível + (touros cujas filhas reduzem a produção em ambientes mais quentes ou mais úmidos); sensível – (touros cujas filhas aumentam a produção em ambientes mais quentes ou mais úmidos); robusto (touros cujas filhas mantêm produções estáveis, independente da combinação de temperatura e umidade). Na prática, essa informação servirá como ferramenta auxiliar na seleção dos animais e possibilitará o uso de um genótipo mais adequado para as diferentes regiões do Brasil. Isso significa que a escolha dos touros deve continuar sendo feita com base na produção de leite e demais características de interesse, utilizando a informação de tolerância ao estresse térmico como critério suplementar para a tomada de decisão de seleção. Em propriedades cujo estresse térmico não é um problema, os produtores podem utilizar o sêmen de qualquer touro que consta no sumário (robusto, sensível + ou sensível –). Em situações onde o estresse térmico é decorrente das altas temperaturas e/ou umidade, é recomendado o uso de touros classificados como robusto e sensível -. Nos sistemas de produção em que as baixas temperaturas e/ ou umidade são prejudiciais, deve ser priorizado o uso de animais robusto e sensível +. Em locais cuja oscilação de temperatura e/ou umidade alcança os extremos ao longo do ano, é aconselhado o uso de animais classificados como robusto. Outro lançamento apresentado no Sumário de Touros Girolando 2022 foi o Índice de Eficiência Tropical do Girolando (IETG), o qual combina as STAs de cada touro para tolerância ao estresse térmico e longevidade. Esse índice permite avaliar e classificar os animais de acordo com sua eficiência produtiva em clima tropical, identificando os animais mais termotolerantes, produtivos e longevos.Maiores valores do IETG indicam os melhores animais para eficiência na produção de leite em clima tropical. Desse modo, este índice permite ao produtor identificar animais mais (ou menos) produtivos sob condições de estresse térmico, contribuindo para a seleção ou descarte dos mesmos, gerando impactos positivos e diretos na lucratividade da atividade leiteira.Osresultados obtidos reafirmam que o estresse térmico é um problema real e pode ser considerado um dos principais vetores de grandes prejuízos na cadeia do leite. No entanto, a raça Girolando mostra grande potencial para seleção de animais tolerantes ao estresse térmico e eficientes em produção de leite. Todas essas pesquisas constituem um conjunto de recursos que permitirão desvendar cada vez mais o potencial e a versatilidade do Girolando, fornecendo argumentos comprovados cientificamente para fomentar o uso de touros Girolando em todas as regiões do País e no exterior. Referência NEGRI, R. Inclusão de variáveis bioclimatológicas na avaliação genética de bovinos leiteiros: Abordagem no estresse térmico na seleção animal. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Agronomia, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Porto Alegre, 166 f., 2021.

GenéticaAditiva www.geneticaaditiva.com.br 5º LUGAR Categoria Maior Média de PTA e GPTA para Produção de Leite 201-400 animais PRESSÃO DE SELEÇÃO QUE GERA UMA DAS GENÉTICASMELHORESDOPAÍS GENÉTICA ADITIVA

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Curva de lactação em vacas Girolando

Uma das principais ferramentas para predizer o desempenho produtivo de vacas leiteiras é a curva de lactação, a qual pode ser definida pela representação gráfica da produção de leite de uma vaca ao longo da lactação. O conhecimento da curva de lactação de cada animal pode ser útil para estimar a produção de leite em qualquer período da lactação. Isso pode se tornar de grande imporDarlene Daltro, Renata Negri, Sabrina Kluska, Pamela Otto, Edivaldo Ferreira Junior, Jaime Araujo Cobuci, João Cláudio Panetto e Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva. Equipe Embrapa Gado de Leite/Girolando tância, dado que o comportamento da curva média de lactação de vacas de um rebanho nos auxilia na seleção dos animais mais produtivos e no descarte dos animais de baixa produtividade. Além disso, podemos utilizar o conhecimento do formato da curva de lactação para auxiliar na adequação de técnicas de alimentação e manejo do rebanho.Nogeral, a curva de lactação

É um dos principais fatores que determinamNasa e pico de produção ocorre entre 45 e 60 dias após o parto. Já nas raças zebuínas ou sintéticas, esse pico de produção ocorre próximo de 30 dias após o parto. Todavia, nossos estudos com a raça Girolando, demostraram que o pico ocorreu entre 50 e 55 dias após o parto, como pode ser visualizado na representação gráfica abaixo (Figura 1). Figura 1 Curva de lactação de animais da raça Girolando. Esse comportamento de curva de lactação observado na raça Girolando demonstram maior proximidade com o formato típico da lactação 105 155 205 255 305

Dias em lactação Pico de Lactação pode ser visualizado na represen tação gráfica abaixo (Figura 1). Esse comportamento de curva de lactação observado na raça Gi rolando demonstram maior proxi midade com o formato típico da lactação dos animais de raças eu ropeias.

12 14 16 18 20 22 24 5 55

(kg)leitedeProdução

51 típica de vacas leiteiras apresenta inicialmente uma fase ascendente, ou seja, período da lactação em que as produções diárias de leite estão aumentando. Em seguida, cerca de 30 a 60 dias após o início da lactação, a produção alcança pontos máximos, chamado pico e, então, ocorre uma longa fase des cendente, que é determinada de persistência na lactação. Assim a curva de lactação pode ser dividi da em três fases: produção inicial, taxa de acréscimo da produção até o pico e uma fase de declínio con tinuada até o fim da lactação. O pico de produção nada mais é do que a altura da curva de lac tação (Figura 1), ou seja, é o vo lume de leite produzido nos dias de maior produção para uma dada lactação. É um dos principais fa tores que determinam a produção total de leite, a duração e o declí nio da lactação das vacas. Nas ra ças europeias, normalmente este pico de produção ocorre entre 45 e 60 dias após o parto. Já nas raças zebuínas ou sintéticas, esse pico de produção ocorre próximo de 30 dias após o parto. Todavia, nossos estudos com a raça Girolando, de mostraram que o pico ocorreu en tre 50 e 55 dias após o parto, como nada mais é do que a altura da curva de lactaçãodução

ÁDAMO

Para que a raça se torne cada vez mais competitiva no mercado é essencial que ocorra a seleção de animais com maior persistência na lactação, o qual é considerado o componente de maior importância da curva de lactação. Ressalta-se que a curva de lactação apresen ta variações entre raças, composi ções raciais e entre os animais in dividualmente comparados. Essas variações na curva dentro de di ferentes composições raciais, por exemplo, podem ser visualizadas na Figura 2, onde são apresenta das as curvas de lactação de duas composições raciais para a forma ção da raça Girolando (5/8H bi mestiço).Éimportante ressaltar ainda que a seleção para persistência na lactação modificará a curva de lac tação para que ela atinja cada vez mais o padrão ideal de formato, tornando os animais cada vez mais produtivos e eficientes (capazes de gerar maior retorno econômico).

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Curva de lactação de duas composições raciais que compõem a raça Girolando. A) Vacas 3/4 HOL + 1/4 GIR; B) Vacas 3/8 HOL + 5/8 GIR. É importante ressaltar ainda que a seleção para persistência na lactação modificará a curva de lactação para que ela atinja cada vez mais o padrão ideal de formato, tornando animais cada vez mais produtivos e eficientes vantagens da seleção para maior persistência na lactação é que elas estão sujeitas ao menor estresse fisiológico, devido à ausência de produções elevadas no pico de lactação, o que minimiza a inci dência de problemas reprodutivos e de doenças de origem metabóli ca. Vale ressaltar também que cur vas de lactação com maiores per sistências podem influenciar, de forma positiva, a longevidade dos animais e adiar o período médio para o descarte voluntário. Devido a importância da per sistência na lactação para ativida de leiteira e objetivando aumentar a produtividade do rebanho Gi rolando, trazendo maior retorno econômico para os criadores inse rimos essa característica no Sumá rio de Touros da raça Girolando, publicado em julho de 2022. A característica persistência na lactação foi incluída em um índice chamado de Índice de Produção e Persistência na Lactação (IPPL), o qual possibilita o uso de touros cujas filhas tenham maior nível de persistência e de produção de leite simultaneamente. No IPPL, as ca racterísticas persistência na lacta ção e a produção de leite em até 305 dias foram calculadas como habilidade prevista de transmissão padronizada (STA), para que ne nhuma dessas características não apresentasse maior influência no valor do índice em razão da sua unidade.Abaixo, pode ser encontrado um exemplo do IPPL, com seus respectivos pesos (ou ponderado res):Com o IPPL é possível classi ficar os animais de acordo com sua habilidade para transmitir um balanço da persistência na lacta ção e da produção de leite em até 305 dias, possibilitando alterar o desempenho médio da popula ção. De outra maneira, podemos concluir que o uso deste índice pelos criadores tornará possível selecionar touros que transmitam às suas filhas incremento de pro dução total e acréscimo de pro dução nos estágios posteriores ao pico de lactação, além de uma boa produção de leite ao decorrer de múltiplas lactações, em razão da modificação do formato da curva de lactação das vacas.

Abaixo, pode ser encontrado um exemplo do IPPL, com respectivos pesos (ou ponderadores): ���������������� = (�������������������� ∗ (����. ��������) + ����������������305 ∗ (����. ��������)) Com o IPPL é possível classificar os animais de acordo com habilidade para transmitir um balanço da persistência na lactação produção de leite em até 305 dias , possibilitando alterar o desempenho médio da população. De outra maneira, podemos concluir que o uso deste índice pelos criadores tornará possível selecionar touros que transmitam às filhas incremento de produção total e acréscimo de produção nos estágios posteriores ao pico de lactação, além de uma boa produção de leite decorrer de múltiplas lactações, em razão da modificação do formato curva de lactação das vacas.

Como a persistência na lactação é a capacidade da vaca em manter sua produção de leite após atingir sua produção máxima (ou o pico de lactação), ao obtermos vacas de mesmo nível de produção de leite que apresentarem curva com menor inclinação no perío do de lactação, serão consideradas possuidoras de maior persistência, pois terão uma distribuição mais equilibrada da produção de leite ao longo da lactação. A persistência é considerada o componente mais importante da curva de lactação, pois o custo da produção de leite depende em grande parte dessa medida. Por tanto, vacas com maior persistên cia na lactação apresentam várias vantagens, principalmente em re lação aos aspectos econômicos, dado que maior retorno é obtido pela produção adicional de leite na lactação. Também há redução dos custos com alimentação, pois elas têm necessidade energética mais constante ao longo de toda a lactação, permitindo a utilização de alimentos mais baratos. Outras composições raciais e entre os animais individualmente comparados . Essas variações na curva dentro de diferentes composições raciais, por exemplo, podem ser visualizadas na Figura 2, onde são apresentadas as curvas de lactação de duas composições raciais para a formação da raça Girolando (5/8H Figurabimestiço)2

Larissa Vieira

O presidente da Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, também ressaltou

CORDEIROMARCELO

Cerca de 1300 animais daparticiparamMegaleite Com faturamento de R$200 milhões, a Megaleite 2022 confirmou ser a maior exposição de pecuária leiteira da América Latina A espera valeu a pena. Após dois anos sem ocorrer, por conta da pandemia, a Megaleite (Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite) reuniu criadores de oito países no Parque da Gameleira, transformando Belo Horizonte/MG, entre os dias 15 e 18 de junho, na capital nacional do leite. A 17ª edição do evento foi sucesso de negócios, público e tecnologias apresentadas, além de confirmar que as raças leiteiras seguem em constante evolução genética. A abertura oficial contou com a presença de diversas autoridades, lideranças rurais e pecuaristas. Entre os presentes estavam o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, o vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Antônio Carlos Arantes, e o presidente da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Antônio Pitangui de Salvo. Durante a solenidade de inauguração, o vice-governador Paulo Brant destacou a importância econômica da Megaleite para a cidade, tanto na geração de empregos quanto no turismo, além do impacto tecnológico. “O leite é um dos símbolos de Minas Gerais e temos o desafio de manter o produtor rural no campo. E, para isso, precisamos levar mais tecnologia para as fazendas”, destacou Brant, que visitou vários estandes da feira e os pavilhões onde estavam expostas as oito raças bovinas participantes.

56 REVISTA O GIROLANDO

Sucesso total DE CAPA

REVISTA O GIROLANDO MATÉRIA

LOPESCARLOS

Presidente da Girolando Odilon de Rezende Barbosa Filho durante discurso de abertura da Megaleite a necessidade de ampliar a assistên cia técnica aos pequenos produtores. “Com a melhoria da qualidade do lei te, poderemos aumentar nossa parti cipação no mercado internacional. Isso faremos com boas práticas de produção e melhoramento genético”,

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assegurou.Parao

presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, a união das raças leiteiras e do setor produtivo em um único evento só reforça a importância da Megaleite como a principal vitrine dos avanços do segmento. “Tivemos quatro dias de muitas inovações, com os pavi lhões do Parque da Gameleira reple tos dos melhores exemplares das oito raças presentes. Fizemos uma Mega leite histórica, integrando campo e cidade em um único espaço e mos tramos que é possível produzir com sustentabilidade e com qualidade”, destacou o presidente da Girolando. E o faturamento final da Megalei te confirma isso. Os negócios realiza dos pelas mais de 80 empresas expo sitoras e pelos promotores de leilões e shopping de animais atingiram faturamento estimado de R$200 mi Leilões da Megaleite tiveram grande liquidez

GUERREROLUCAS

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Homenagens A Megaleite abriu espaço para o reconhecimento do trabalho de quem atua em prol do avanço da pe cuária leiteira. O Mérito Girolando 2022 homenageou: ex-ministro Alys son Paolinelli (Mérito Liderança Na cional), deputado Estadual Antônio Carlos Arantes (Mérito Personalida de do Ano), Maria Inez Cruvinel Re zende (Mérito Mulher), Rubio Fernal Ferreira e Sousa (Mérito Criador), Paulo Emílio R. do Amaral (Mérito Produtor de Leite) e Paulo Victor Sousa Machado (Mérito Jovem Cria dor).

Homenageados do Mérito Girolando e autoridades na Megaleite lhões, contra R$30 milhões de 2019 (ano da última edição presencial). Desse montante, mais de R$8 milhões vieram da comercializa ção de bovinos nos oito leilões e em dois shoppings, contra cerca de R$4 milhões da edição anterior. A Cai xa Econômica Federal, que realizou 289 atendimentos ao longo da feira, prospecta R$103 milhões em propos tas ligadas às linhas de crédito rural, como Pronaf e Pronamp. A Megaleite 2022 contou com o apoio do Governo de Minas, por meio da Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) e da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abasteci mento). O evento teve como Parceiro Premium a Embaré, Parceiros Master Allflex, Tortuga, uma marca DSM, Agener União, Ucbvet, Sobcontrole Fazenda, Rúmina, Berrante, Agro ceres Multimix, Zoetis, Mosaic Fer tilizantes, Canal Master Terraviva e Apoio Master Bebamaisleite. Alcance internacional Com a presença de estrangeiros de oito países, a Megaleite foi palco do anúncio do Projeto Internacional de Certificação da raça, que será con duzido pela Associação de Girolando, permitindo que exemplares nascidos em outros países sejam certificados. A primeira ação deve ocorrer nos Es tados Unidos, ainda neste ano. No total, a Megaleite recebeu um público de cerca de 70 mil pessoas, inclusive de países como Bolívia, Co lômbia, Equador, Itália, México, Ni carágua e Venezuela. Dia Nacional da Raça Girolando Criadores presentes na Megaleite participaram da Audiência Públi ca Extraordinária para discussão do Projeto de Lei 1.229/2022, de autoria do deputado federal Emidinho Ma deira, que tem por objetivo instituir no Brasil o “Dia Nacional da Raça Girolando”. Todos manifestaram apoio à iniciativa por acreditarem ser de grande relevância para a promo ção e fomento da raça pelo País. A ata da audiência será incluída na tra mitação do projeto. Caso seja apro vado pela Câmara dos Deputados, o Dia Nacional da Raça Girolando será comemorado em 1º de fevereiro, data em que o Girolando foi reconhecido oficialmente como raça pelo Ministé rio da Agricultura, Pecuária e Abas tecimento.

Os julgamentos foram uma das grandes atrações da Megaleite Os pavilhões do Parque da Gameleira abrigaram cerca de 1.300 bovinos de oito raças: Girolando, Gir Leiteiro, Guzerá, Guzolando, Jersey, Jersolando, Simental e Simbrasil. Boa parte desses animais competiu na pista de julgamento. Na raça Girolando, os jurados responsáveis pela escolha dos campeões foram: Euclides Prata, Fábio Nogueira Fogaça e Thiago Nascimento Brito de Castro. Concorrem 397 animais de diversos criatórios. De acordo com Euclides Prata, os animais participantes apresentaram uma evolução muito grande, confirmando que os criadores continuaram investindo na seleção dos seus rebanhos mesmo durante os dois anos sem eventos presenciais, em decorrência da pandemia. “O melhoramento genético não parou. Houve um grande avanço, principalmente dos animais jovens, que estão chegando a um patamar muito próximo do ideal. Uma evoluJulgamentos atraíram atenção dos criadores ção, principalmente, de tipo leiteiro e força leiteira, aliados a equilíbrio e proporcionalidade. Isso só confirma que o criador tem feito um trabalho sério e criterioso em seu rebanho”, ressaltou Euclides Prata. Os resultados completos dos Grandes Campeões da pista de julgamento e do Torneio Leiteiro estão disponíveis no site do evento (www.megaleite.com. br). Os vencedores dos Grandes Campeonatos foram:

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Evolução genética premiada

64 CCG 1/2HOL + 1/2GIR Melhor Fêmea Jovem: KALINA FIV KING ROYAL COC Expositor: Cristiano Oliveira Canha Vaca Jovem: CARVONA FIV DA PAVANAExpositor: Leonardo Jamel Saliba de Souza Grande Campeã: FAZENDA SOLOMONExpositor:CAFARNAUMJoséRoberto M. Meirelles / Juliano G. Meirelles CCG 3/4HOL + 1/4GIR Melhor Fêmea Jovem: RACHAPAU AFIADA 6878 MASTER FIV Expositor: Geraldo Magela dos Santos Neves Vaca Jovem: Ana da Pez Expositora: Maria Beatriz do Prado Zago Grande Campeã: ICH S3805 GRAÇA PETYExpositor: José Renato Chiari Grande Campeão: HOLLYWOOD SILVER SERRA DO LUAR Expositor: Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de Macedo Vicente REVISTA O GIROLANDO

65 CCG 1/4 HOL + 3/4 GIR Melhor Fêmea Jovem: RACHAPAU UBACAIA 6701 HADIS FIV Expositor: Geraldo Magela dos Santos Neves Vaca Jovem: PASS OCITOCINA FIV Expositor: Túlio Gomes Araújo Grande Campeã: RACHAPAU EDITE 1889 Expositor:FIV Geraldo Magela dos Santos Neves Girolando Melhor Fêmea Jovem: RACHAPAU BREJEIRA 6645 UNSTOPABULL FIV Expositor: Geraldo Magela dos Santos Neves Vaca Jovem: ICH T4594 IMPECAVELExpositor:HUMBLENKINDJoséRenato Chiari Grande Campeã: FOFA FIV PEOTI SANTAExpositor:LUZIAJosé Renato Chiari Grande Campeão: ADÔNIS REGANCREST FR RECREIO Expositora: Mila de Carvalho Laurindo e Campos

68 REVISTA O GIROLANDO Ranking Nacional de Girolando - 2021/2022 REVISTA O GIROLANDO MATÉRIA DE CAPA Larissa Vieira 1- José Renato Chiari 2 – Luiz Carlos Bandoli Gomes 3 - Geraldo Magela dos Santos Neves 4 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 5 - Eugênio Deliberato Filho Premiação dos Melhores do Ranking LOPESCARLOS Expositor Girolando 1- José Renato Chiari 2 – Luiz Carlos Bandoli Gomes 3 - Eugênio Deliberato Filho 4 - Geraldo Magela dos Santos Neves 5 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura Criador Girolando 1- Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 2 – Mírian Moreira Santana 3 – Marcos José de Paiva 4 – Maria Beatriz do Prado Zago 5 - José Renato Chiari Expositor CCG 3/4HOL+ 1/4GIR 1 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 2 - Marcos José de Paiva 3 - José Renato Chiari 4 – José Geraldo de Souza Almeida 5 – Márcio Eugênio Leite de Castro Criador CCG 3/4HOL+ 1/4GIR Durante a Megaleite foram premiados os vencedores do Ranking Nacional da raça. Confira os cinco melhores de cada categoria, incluindo do Ranking Estadual. O resultado completo está disponível no site da Girolando.

70 1 – Luiz Carlos Bandoli Gomes 2 – Geraldo Magela dos Santos Neves 3 – Túlio Gomes Araújo 4 – Mírian Moreira Santana 5 – Jean Vic M. e Aguiar Arrabal de Macedo Vicente Expositor CCG 1/4HOL + 3/4GIR 1 - Luiz Carlos Bandoli Gomes 2 - Túlio Gomes Araújo 3 – Geraldo Magela dos Santos Neves 4 - Mírian Moreira Santana 5 – Afonso Celso de Resende Criador CCG 1/4HOL + 3/4GIR 1 - José Renato Chiari 2 - Luiz Carlos Bandoli Gomes 3 - Eugênio Deliberato Filho 4 - Geraldo Magela dos Santos Neves 5 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura Expositor Girolando 1 - José Renato Chiari 2 - Luiz Carlos Bandoli Gomes 3 - Eugênio Deliberato Filho 4 - Geraldo Magela dos Santos Neves 5 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura Criador Girolando Ranking Estadual Minas Gerais 2021/2022 1 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 2 - Mírian Moreira Santana 3 – Marcos José de Paiva 4 – Maria Beatriz do Prado Zago 5 - José Renato Chiari Expositor CCG 3/4HOL+ 1/4GIR 1 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 2 - Marcos José de Paiva 3 - José Renato Chiari 4 – Márcio Eugênio Leite de Castro 5 – Geraldo Magela dos Santos Reis Criador CCG 3/4HOL+ 1/4GIR 1 – José Luiz Vivas 2 – Leonardo Jamel Saliba de Souza 3 – Wander Campos Marcos 4- Fabrício Lima Costa 5- Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura Expositor CCG 1/2HOL + 1/2GIR 1 - José Luiz Vivas 2 - José Roberto M. Meirelles/Juliano G. Meirelles 3 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 4 – Luiz Carlos Bandoli Gomes 5 – José Renato Chiari Criador CCG 1/2HOL + 1/2GIR 1 – Luiz Carlos Bandoli Gomes 2 – Geraldo Magela dos Santos Neves 3 – Túlio Gomes Araújo 4 – Mírian Moreira Santana 5 – Jean Vic M. e Aguiar Arrabal de Macedo Vicente Expositor CCG 1/4HOL + 3/4GIR 1 - Luiz Carlos Bandoli Gomes 2 - Túlio Gomes Araújo 3 – Geraldo Magela dos Santos Neves 4 - Mírian Moreira Santana 5 – Afonso Celso de Resende Criador CCG 1/4HOL + 3/4GIR 1 – José Luiz Vivas 2 – Fabrício Lima de Costa 3 – Leonardo Jamel Saliba de Souza 4 – José Elci Marques Araújo 5 - Zirlene Soares Pereira Expositor CCG 1/2HOL + 1/2GIR 1 - José Luiz Vivas 2 - José Geraldo de Souza Almeida 3 – José Roberto M. Meirelles/Juliano G. Meirelles 4 - Luiz Cláudio Bastos de Moura/Karla Salgado Reis de Moura 5 - Zirlene Soares Pereira Criador CCG 1/2HOL + 1/2GIR

Premiação da Grande Campeã de Composição do Leite

Premiação da Grande Campeã de Produção Absoluta

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Grandes campeãs do 31º Torneio Leiteiro

Outra competição que evidenciou a evolução da raça foi o 31º Torneio Leiteiro de Girolando. Concorreram 15 animais de criatórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. A vaca com maior produção absoluta de leite, em nove ordenhas válidas, foi Francisca FIV da PEZ, de propriedade da criadora Maria Beatriz do Prado Zago, de Perdizes/MG. Da composição racial CCG 3/4 Hol + 1/4 Gir, Francisca FIV da PEZ teve produção total de 255,680kg/ leite e média de 85,227kg/leite. Já a vaca Solar do Engenho Garoa foi a Grande Campeã de Composição do Leite. Da composição racial CCG 1/2 Hol + 1/2 Gir, ela é de propriedade de Thiago Viana Nogueira, de Sete Lagoas/MG. Solar conquistou o campeonato com produção de 201,485kg/leite e média de 67,162 kg/leite.

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Pesquisador Marcos Vinícius Barbosa durante lançamento do Sumário de Touros

“Este é um grande divisor de águas para o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando”. Assim, o presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, definiu a nova edição do Sumário de Touros 2022, divulgado durante a Megaleite. A publicação traz 15 novas características, chegando a 19 PTAs genéticas e genômicas. “Podemos afirmar que, com todas essas ferramentas, teremos um novo Girolando a partir de 2022, muito mais eficiente para o nosso criador. E estamos preparados para lançar diversas outras características de saúde, reprodução, qualidade do leite e morfológicas nos próximos anos”, afirmou o presidente da Girolando. Agora, o Sumário de Touros traz PTAs genéticas e genômicas para produção de leite em até 305 dias (PTAL), intervalo de partos (PTA IP), idade ao primeiro parto (PTA IPP), tolerância ao estresse térmico (TE), peso do bezerro ao nascimento (PTA PN), período gestacional da vaca (PTA PG), Índice de Produção e Persistência na Lactação do Girolando (IPPLG), Índice de Eficiência Tropical do Girolando (IETG), Índice de Facilidade de Parto do Girolando (IFPG), Índice de Reprodução do Girolando (IRG), Composto do Sistema Locomotor do Girolando (CSLG), Composto do Sistema Mamário do Girolando (CSMG). Sumário de Fêmeas – Outro lançamento foi o Sumário de Fêmeas 2022, que traz a relação das vacas TOP 1000 da raça Girolando, conforme cada composição racial, para produção de leite, com os respectivos PTAs para produção de leite em até 305 dias (PTAL), intervalo de partos (PTA IP), PTA genômica para idade ao primeiro parto (GPTA IPP) e acurácia (AC).As informações disponibilizadas no Sumário de Fêmeas permitem que os criadores tenham conhecimento das vacas Girolando com maior potencial genético. O uso dessa informação possibilita selecionar, de modo mais eficiente, as vacas que poderão ser mães de touros e aquelas com potencial para serem submetidas à aplicação de biotecnologias reprodutivas.

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Sumário de Touros turbinado

Atual edição traz 15 novas características com avaliações genéticas e genômicas. Também foram lançados o Sumário de Fêmeas e o Ranking Rebanho

O documento traz os cinco rebanhos de melhor classificação dentro de cada classe. Para gerar o resultado foram utilizadas informações dos 357 rebanhos ativos no Serviço de Controle Leiteiro Oficial. Foram utilizadas 19.249 lactações encerradas entre o período de 1° de janeiro e 31 de dezembro de 2021. O Ranking Modalidade Rebanho é dividido em dez categorias, que são divididas em seis classes, conforme o número de animais participantes. “O Ranking Modalidade Rebanho é hoje uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade do seu negócio”, destacou o coordenador Operacional do PMGG, Edivaldo Júnior. Todos os sumários estão disponíveis no site da Girolando (www.girolando. com.br).

Ranking Rebanho - Pelo sexto ano consecutivo, a Girolando evidenciou os criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção, reprodução e sanidade dentro do seu rebanho. A entidade divulgou o Ranking Nacional Girolando Modalidade Rebanho 2021.

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Queijo premiado DE CAPA

Visitantes da Megaleite puderam votar no produto mais saboroso Queijos produzidos por criadores de Girolando de várias regiões foram apreciados por visitantes da Megaleite 2022. O Concurso de Queijo dos Núcleos reuniu sete produtos de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte. O público da feira pôde degustar e votar no queijo preferido. Foram computados 205 votos e o vencedor foi o queijo artesanal Barões da Mantiqueira, produzido na Fazenda Barões da Mantiqueira, Itanhandu/MG, na Serra da Mantiqueira. A propriedade pertence à família do criador Bruno Scarpa. Segundo ele, a produção de queijo começou por conta de um gargalo do mercado, em 2018. “Por causa da greve dos caminhoneiros, o leite produzido na fazenda não pôde ser entregue ao laticínio. Para não perder o produto, tivemos a ideia de fazer queijo”, lembrou Scarpa.Deacordo com ele, o queijo é maturado 120 dias, em prateleiras de madeira. “De acordo com o clima da nossa região e as formas de prensagem, conseguimos garantir a identidade do nosso produto”, esclareceu. O Concurso de Queijo na Megalei-

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Entrega de premiação do Concurso do Queijo na Megaleite te foi organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com os Núcleos de Criadores de Girolando de várias regiões do País. Queijos de vários estados participaram do concurso

Larissa Vieira

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REVISTA O GIROLANDO GESTÃO

Sua propriedade leiteira tem sido um bom negócio?

Uma das grandes dores dos produtores de leite é saber com clareza se a sua fazenda está sendo eficiente ou não, dúvida que é bastante pertinente. Afinal, o negócio leite não se move apenas na base da paixão, ele também possui uma dependência primordial dos seus bons resultados. Da mesma forma que em outras atividades, na pecuária leiteira também há casos de negócios bem-sucedidos e há aqueles que não alcançam grandes êxitos. Onde sua propriedade se encaixa nesse cenário? Saber o que avaliar e como avaliar é o primeiro passo. A próxima etapa consiste em entender como otimizar e potencializar os números e resultados da propriedade. Veja através dos números do Benchmarking elaborado pela Equipe Leite do Grupo Rehagro como foi o cenário da pecuária leiteira nacional para o produtor no último ano. Os dados apresentados são referentes à produção total de 413.000 litros de leite por dia, produzidos em 2021, pelas fazendas atendidas que tiveram seu ano fechado com Bruno Guimarães , Médico-veterinário e técnico da Equipe Rehagro Leite conciliação bancária feita e auditoria de estoque em dia. Será que o leite foi um bom negócio?

Eficiência e lucratividade na pecuária leiteira Qual a melhor maneira para medir os resultados da atividade leiteira? Seria a produtividade por vaca no rebanho? Talvez a produção total de leite por dia? Ou, quem sabe, o lucro obtido por litro? Para responder a essa pergunta devemos ter em mente que o método utilizado para medir a eficiência na pecuária leiteira deve ser confiável, assertivo e permitir a comparação com outras atividades, como a agricultura, por exemplo. Tendo esse pensamento como referência, a medida de lucro operacional é bastante interessante. Por definição, entende-se que o lucro operacional é o resultado gerado pela operação do negócio. Como princípio, na atividade leiteira analisamos o indicador do lucro operacional na unidade de medida de R$/ hectare/ano, pois, além de ser uma forma segura, ainda permite comparar com outras áreas.Mas como calcular o lucro operacional em R$/hectare/ano da atividade leiteira? Quais números devemos considerar? Para cálculo do lucro operacional/hectare/ano, pegamos o valor da receita obtida com o leite comercializado, somada à receita com animais de descarte, e subtraímos o custo com as vacas e o custo da recria. Mas atenção! Não é o custo de toda a recria, somente a parte necessária para repor as vacas que foram descartadas ou que morreram. Esse resultado de receita menos os custos, vamos dividir pela área útil da fazenda destinada à produção de leite, que é a área de instalação dos animais mais a área de produção de forragem. Resultados obtidos pelas fazendas Respondendo à pergunta feita no início, para as fazendas produtoras de leite atendidas pelo Grupo Rehagro, o leite foi, sim, um ótimo negócio no último ano! Veja no gráfico a seguir os resultados de lucro operacional em R$/hectare/ano em diferentes sistemas de Observeprodução.que,namédia, as fazendas tiveram um lucro anual de R$12.587,00 por hectare, sendo que a fazenda com melhor lucro operacional apresentou resultado de R$25.486,00. A discussão em cima desses números é bastante interessante. Quais fatores são decisivos para que seja possível alcançar belos resultados de lucro operacional Observe que, na média, as fazendas tiveram um lucro anual de R$12.587,00 por hectare, sendo que a fazenda com melhor lucro operacional

EFICIÊNCIAproduçãoinferior?fazendasresultadosobrigatodeAssimanteriormentefazenda,tamvolumediaelucrofazendaselevada,dia,oboperacionalsotempoemquemenor,operacional.fazendaeapromostraramdecisivosparaooperacionaldomotivopopodeserTÉCosdadosolucroconformedoLeiIILBéummacrodasdiversosincomo:taxafêmeasatéumserviço,taxaidadeaoprenhezdedevacas,lactaçãoemprodução

Em outras palavras, quanto maior a eficiência técnica da fazenda, maior o eficiência técnica é o fator decisivo para o lucro operacional da proprie dade. Podemos separar essa eficiên cia técnica em duas grandes eficiên cias, que são a eficiência zootécnica e a eficiência agrícola. Ou seja, é ne cessário que o rebanho tenha bons indicadores zootécnicos (produti vos, reprodutivos, sanitários etc) e que a fazenda seja eficiente na produção de comida para atender a demanda dos animais. Além da efi ciência técnica, é fundamental que a propriedade tenha eficiência nos custos. Isso consiste em comprar bem e usar bem os insumos e recur sos. Essas são as premissas básicas para alcançar maior lucratividade no leite. Seguindo-as de forma sis temática e rigorosa os resultados aparecem e o leite se mostra como um EXCELENTE negócio!

Fonte: Equipe Leite Grupo Rehagro (413.000 litros/dia) Se o tamanho da fazenda e a produção de leite diária mostraram se não ser fatores decisivos para o resultado de lucro operacional do negócio leite, em qual motivo podemos pensar? A resposta pode ser resumida em EFICIÊNCIA TÉCNICA! Constate isso com os dados a seguir. Eles relacionam o lucro operacional das fazendas conforme as notas no Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB). O IILB é um indicador d e eficiência macro das fazendas, que compila diversos indicadores zootécnicos, como : taxa de sobrevivência de fêmeas até um ano, idade ao primeiro serviço, taxa de concepção de novilhas, idade ao primeiro parto, taxa de prenhez de vacas, e de vacas, percentual de vacas em lactação em relação ao total de vacas, produção nas lactações, produção média, dias em lactação nas lactações, produção média, dias em lactação média, dentre outros. Quanto maior a nota da fazenda no IILB, maior o lucro operacional! Em outras palavras, quanto maior a eficiência técnica da fazenda, maior o lucro operacional. Tudo passa pela eficiência técnica do negócio. De nada adianta a fazenda ter vo lume de terra e em produção e não ser eficiente na produção de leite. A ineficiência do sistema é capaz de “desgastar” e desviar os lucros do negócio! Premissas básicas para alcan çar maior lucratividade no leite Quando falamos em eficiência nas fazendas leiteiras é necessário entendermos o que está por trás e faz parte desse termo. Os dados de Benchmarking da Equipe Leite do Grupo Rehagro mostram que a Fonte: Equipe Leite Grupo Rehagro (413.000 litros/dia)

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Fonte: Equipe Leite Grupo Rehagro (413.000 litros/dia) tamanho da fazenda e a produção de leite diária mostraram -se decisivos para o resultado de lucro operacional do negócio motivo podemos pensar? A resposta pode ser resumida em TÉCNICA! Constate isso com os dados a seguir. Eles lucro operacional das fazendas conforme as notas no Índice Brasileiro (IILB). O IILB é um indicador d e eficiência fazendas, que compila diversos indicadores zootécnicos, como : sobrevivência de fêmeas até um ano, idade ao primeiro serviço, taxa novilhas, idade ao primeiro parto, taxa de prenhez de vacas, mortalidade de vacas, percentual de vacas em lactação em relação ao produção nas lactações, produção média, dias em lactação outros. nas lactações, produção média, dias em lactação média, dentre outros. Quanto maior a nota da fazenda no IILB, maior o lucro operacional! Em outras palavras, quanto maior a eficiência técnica da fazenda, maior o lucro operacional. Tudo passa pela eficiência técnica do negócio. De nada adianta a fazenda ter vo lume de terra e em produção e não ser eficiente na produção de leite. A ineficiência do sistema é capaz de “desgastar” e desviar os lucros do negócio! Premissas básicas para alcan çar maior lucratividade no leite Quando falamos em eficiência nas fazendas leiteiras é necessário entendermos o que está por trás e faz parte desse termo. Os dados de Benchmarking da Equipe Leite do Grupo Rehagro mostram que a Fonte: Equipe Leite Grupo Rehagro (413.000 litros/dia) Quanto maior a nota da fazenda no IILB, maior o lucro operacional!

Em outras palavras, quanto maior a eficiência técnica da fazenda, maior o lucro operacional. Tudo passa pela eficiência técnica do negócio. De nada eficiência técnica é o fator decisivo para o lucro operacional da proprie dade. Podemos separar essa eficiên cia técnica em duas grandes eficiên cias, que são a eficiência zootécnica e a eficiência agrícola. Ou seja, é ne cessário que o rebanho tenha bons indicadores zootécnicos (produti vos, reprodutivos, sanitários etc) e que a fazenda seja eficiente na produção de comida para atender a demanda dos animais. Além da efi ciência técnica, é fundamental que a propriedade tenha eficiência nos custos. Isso consiste em comprar bem e usar bem os insumos e recur sos. Essas são as premissas básicas para alcançar maior lucratividade no leite. Seguindo-as de forma sis temática e rigorosa os resultados aparecem e o leite se mostra como um EXCELENTE negócio!

Fonte: Equipe Leite Grupo Rehagro (413.000 litros/dia) Observe o comportamento do lucro operacional conforme o tamanho da fazenda e veja que não há um padrão. Isso salta aos olhos! Não há relação entre o tamanho da fazenda e o lucro operacion al do negócio leite. Ou seja, tanto fazendas com maior área quanto fazendas com menor área são capazes de obter bons resultados de lucro operacional. Mas e a produção de leite da fazenda? Será que fazendas com maior produção de leite por dia obrigatoriamente terão melhores resultados quando comparadas às fazendas de produção diária inferior? Assim como apresentado anteriormente para o tamanho da fazenda, também não há relação entre volume de leite produzido por dia e lucro operacional. No gráfico há fazendas com produção diária mais elevada, entre 17 e 18 mil litros por dia, obtendo 16% de lucro operacional sobre receita ao mesmo tempo em que há fazendas com produção menor, com 28% de lucro operacional.

80 em uma fazenda de leite? Há aqueles que pensam que o tamanho da fazenda interfere diretamente, princi palmente em fazendas grandes, com maior extensão de área. Já outros podem acredi tar que o motivo está na produção de leite. Ou seja, quanto maior a produção de leite, maior o lucro operacional R$/ha/ano. O que te chama atenção nos dados do gráfico a seguir? Ele representa o lucro ope racional de fazendas leiteiras conforme o tamanho da área, em hectares. Desde fazen das de no máximo 50 hectares de área até aquelas com mais de 300 hectares. Observe o comportamento do lucro operacional conforme o tamanho da fazen da e veja que não há um padrão. Isso salta aos olhos! Não há relação entre o tamanho da fazenda e o lucro operacional do negó cio leite. Ou seja, tanto fazendas com maior área quanto fazendas com menor área são capazes de obter bons resultados de lucro operacional.Masea produção de leite da fazenda? Será que fazendas com maior produção de leite por dia obrigatoriamente terão me lhores resultados quando comparadas às fazendas de produção diária inferior? Assim como apresentado anteriormente para o ta manho da fazenda, também não há relação entre volume de leite produzido por dia e lucro operacional. No gráfico há fazendas com produção diária mais elevada, entre 17 e 18 mil litros por dia, obtendo 16% de lucro operacional sobre receita ao mesmo tempo em que há fazendas com produção menor, com 28% de lucro operacional.

Quanto maior a nota da fazenda no IILB, maior o lucro operacional!

Se o tamanho da fazenda e a produção de leite diária mostraram-se não ser fatores decisivos para o resultado de lucro operacio nal do negócio leite, em qual motivo pode mos pensar? A resposta pode ser resumida em EFICIÊNCIA TÉCNICA! Constate isso com os dados a seguir. Eles relacionam o lucro operacional das fazendas conforme as notas no Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB). O IILB é um indicador de eficiência macro das fazendas, que compila diversos indicadores zootécnicos, como: taxa de so brevivência de fêmeas até um ano, idade ao primeiro serviço, taxa de concepção de no vilhas, idade ao primeiro parto, taxa de pre nhez de vacas, taxa de mortalidade de vacas, percentual de vacas em lactação em relação ao total de vacas, produção nas lactações, produção média, dias em lactação média, dentreQuantooutros.maior a nota da fazenda no IILB, maior o lucro operacional! Em outras palavras, quanto maior a eficiência técnica da fazenda, maior o lucro operacional. Tudo passa pela eficiência técnica do negócio. De nada adianta a fazenda ter volume de terra e em produção e não ser eficiente na pro dução de leite. A ineficiência do sistema é capaz de “desgastar” e desviar os lucros do negócio! Premissas básicas para alcançar maior lucratividade no leite Quando falamos em eficiência nas fa zendas leiteiras é necessário entendermos o que está por trás e faz parte desse termo. Os dados de Benchmarking da Equipe Leite do Grupo Rehagro mostram que a eficiência técnica é o fator decisivo para o lucro ope racional da propriedade. Podemos separar essa eficiência técnica em duas grandes efi ciências, que são a eficiência zootécnica e a eficiência agrícola. Ou seja, é necessário que o rebanho tenha bons indicadores zootéc nicos (produtivos, reprodutivos, sanitários etc) e que a fazenda seja eficiente na produ ção de comida para atender a demanda dos animais. Além da eficiência técnica, é fun damental que a propriedade tenha eficiência nos custos. Isso consiste em comprar bem e usar bem os insumos e recursos. Essas são as premissas básicas para alcançar maior lucra tividade no leite. Seguindo-as de forma sis temática e rigorosa os resultados aparecem e o leite se mostra como um EXCELENTE negócio! 32 produção de leite por dia obrigato riamente terão melhores resultados quando comparadas às fazendas de produção diária inferior? Assim como apresentado anteriormente para o tamanho da fazenda, tam bém não há relação entre volume de leite produzido por dia e lucro operacional. No gráfico há fazendas com produção diária mais elevada, entre 17 e 18 mil litros por dia, ob tendo 16% de lucro operacional so bre receita ao mesmo tempo em que há fazendas com produção menor, com 28% de lucro operacional. Se o tamanho da fazenda e a pro de concepção de novilhas, idade ao primeiro parto, taxa de prenhez de vacas, taxa de mortalidade de vacas, percentual de vacas em lactação em relação ao total de vacas, produção

Formulação de dietas: a chave para ganhos de produtividade

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Dieta balanceada melhora resultado da produção O estudo realizado em 2021 questionou como os produtores de leite desse grupo seleto veem a relação com a assistência técnica. Quais seriam as categorias em que acreditam que o investimento trará resultados melhores neste ano de 2022. Mais do que a maioria dos entrevistados (68 respostas), disse que a formulação e o balanceamento de dietas são a chave para ganhos de produtividade e, por consequência, aumentos de É o que mostram os resultados do Levantamento Top 100 - uma iniciativa do MilkPoint com objetivo de conhecer o perfil de produção dos maiores produtores de leite do Brasil. A DSM apoia a iniciativa desde 2015, acompanhando seus clientes e oferecendo soluções nutricionais que auxiliam na busca de resultados cada vez melhores. produção, priorizando, dessa forma, a nutrição de qualidade para seus animais (gráfico 1). Neste contexto, a Tortuga®, marca para bovinos de leite da DSM, se orgulha de ter 39 produtores dentro do TOP 100, sendo a líder isolada no setor dentro desse ranking.Apesquisa apontou que a produção total dos Top 100 somou 931 milhões de litros de leite no ano passado, com média de 25.508 litros por propriedade, o que significa um crescimento de 10.63% na comparação a 2020. Este resultado é muito superior ao encontrado, quando analisamos o total da produção brasileira de leite. Vale ressaltar que durante todos os anos da pesquisa o crescimento dessa parcela de produtores foi constante, mostrando o comprometimento dos produtores e a maior profissionalização da atividade. Equipe DSM

Os pecuaristas sentiram os efeitos do cenário mais complexo delineado em 2021, os custos de produção da atividade estiveram acima de R$2,00 para maioria das fazendas analisadas (44% das res postas). Para estimar esse custo a pesquisa perguntou aos entrevis tados quanto desembolsavam em média para produzir 1 litro de lei te. Ao contrário do ano anterior, em que, mesmo com o aumento do custo da ração, 77% das pro priedades avaliaram que obtive ram melhor resultado financeiro, neste ano apenas 35% responde ram ter melhor rentabilidade, en quanto 23% responderam “igual” e 42% tiveram menor rentabili dade. Isso reflete, mais uma vez, a dificuldade vivida pelo setor em 2021, em função principalmente dos altos custos no campo e da baixa demanda dos consumidores, atingindo inclusive a rentabilida de dos grandes produtores. Nesse cenário, o planejamen to de longo prazo, a utilização de tecnologias para melhorar a pro dutividade dos animais, o plano para a compra de insumos e a ges tão da fazenda foram indispensá veis para essa fatia de produtores, evidenciando que a maior profis sionalização é um posicionamento que proporciona resultado supe riores.Questionados sobre o futuro, sobre investimentos na produção para os próximos três anos, ape nas 13% responderam que não pretendem investir. Os demais responderam que sim, pretendem investir, sendo que desses, 44% pretendem produzir até 20% a mais de leite no período; 32% - de 20 a 50% a mais -, e 11% aspiram obter 50% de aumento de produ ção nos próximos anos. Um dado interessante é que 77% das propriedades analisadas mantêm seus animais confinados, com quase nenhum acesso a pas tagens, número que aumentou em 10% em relação ao ano anterior. Apenas 14% das propriedades atu am em sistema baseado em pasta gem. Em relação ao tipo de aloja mento, 48% das fazendas utilizam o free stall seguido pelo compost 1. barn com 29%. A principal raça predominante na produção é a Holandesa.Apesquisa ainda quis captar as principais práticas aplicadas pelos maiores produtores do País no que diz respeito à sustentabili dade. Foi observado que todas as fazendas que compõem o Top 100 aplicam pelo menos uma prática sustentável, tendo como princi pal motivo para a adoção de me didas sustentáveis a preocupação ambiental e com a manutenção de recursos naturais. Um segundo ponto relevante destacado pelos produtores é a importância de es tar em conformidade com a legis lação ambiental vigente no País, seguido pelo retorno financeiro que as ações de sustentabilidade trazem às fazendas que as adotam.

de ter 39 produtores dentro do TOP 100, sendo a líder isolada no setor dentro desse ranking Gráfico

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Para finalizar, a atividade sustentável mais comum

Além disso, os produtores des crevem em quarto lugar que estão atentos às tendências de consumo voltadas para a pauta sustentável que cada vez mais tem se tornado relevante para os consumidores brasileiros. (gráfico 2.) Para finalizar, a atividade sus tentável mais comum entre os maiores produtores foi o armaze namento de dejetos em esterquei ras e utilização para adubação com 88%. Em segundo lugar, o controle do consumo de água na produção (53%), seguido pela uti lização de fontes de energia alter nativas (52%).

• Milhares de pessoas impactadas a cada lançamento de reserva. Para o idealizador da Agro Reserva, Em quase um ano com novas perspectivas na comercialização de gado, a Agro Reserva destaca suas projeções e o sucesso na Megaleite

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Gabriela Brack

GARCIA/BERRANTEMATHEUS

Até o final de 2022 o time Agro Reserva deve realizar até 1.500 comercializações de gado

Um longo período de perdas, instabilidade e incertezas, mas que também trouxe a chance de se reinventar, de trazer novas possibilidades e, especialmente para o agro, adequar-se ainda mais as suas necessidades, inclusive por meio das tecnologias digitais. À primeira vista, podemos analisar o novo modelo de negócio trazido pela Agro Reserva na comercialização de animais, idealizado pelo jornalista e empresário Gustavo Ribeiro. “Damos a possibilidade a produtores de todos os tamanhos de terem acesso a uma genética melhorada, porque as condições de pagamento são facilitadas, o comprador não paga comissão, os animais são vendidos a preço fixo”, explica Gustavo, garantindo que o preço divulgado por cada animal é o mesmo pago pelo comprador. “E ainda facilitamos nas logísticas de frete, para que esse animal chegue com muita qualidade à casa dos investidores”, acrescenta. Criada em meio à pandemia, quando não era possível realizar eventos presenciais e acelerando essa transformação digital das empresas e das pessoas, a Agro Reserva segue se destacando na comercialização de gado, mesmo ainda prestes a completar seu primeiro ano, em 6 de agosto. Agro Reserva em números Até junho de 2022, mais de 500 animais foram comercializados pela Agro Reserva, e os resultados vêm de outros indicadores:•+de7mil pessoas cadastradas;

• + de 350 clientes ativos; • 8 pessoas na equipe comercial, além de análise de crédito e administrativo;• 35 pessoas do time Berrante Agro Experience, dando todo o suporte nas estratégias digitais, captação de imagens, edição de peças, produção de catálogos e campanhas como um todo e nas transmissões ao vivo;

Um novo modelo, com o cliente no centro do negócio

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Mauricio Cabo Verde, proprietário da Fazenda Santa Luzia, em sua grande reserva de 60 novilhas prenhas

88 um dos grandes segredos está em traba lhar sempre com marcas que respeitam seus clientes, animais registrados, de alto valor genético comprovado, “ani mais que de fato vão contribuir para a melhoria do rebanho leiteiro no Brasil”, destaca Gustavo. “Ainda mais agora, em um momento especial da cadeia pro dutiva do leite, com remuneração mais justa pelo litro de leite ao produtor. Isso nos deixa muito animados para o que está por vir”. E por falar no que está por vir, os nú meros são tão expressivos quanto a de dicação ao negócio, unidos à projeção, que é triplicar o cenário atual: chegar a 1.500 animais comercializados até o fi nal de 2022. O cliente no centro do negócio Esta é a grande ideia que conecta a Agro Reserva ao seu propósito de levar informação, conteúdo e oportunidades de negócios para toda a cadeia produ tiva do Começandoleite.

pelo momento que ganha todos os holofotes: na reserva, as transmissões são feitas ao vivo, por vezes com a presença do cliente, sen do a maior parte transmitida da sede da Agro Reserva, em Uberlândia/MG, onde se concentra toda a sua equipe junto ao time Berrante. Também já foram realizadas diver sas edições no estande da Agro Reserva em Uberaba/MG, dentro do Parque de Exposições, na ABCZ. E, ainda, várias reservas itinerantes: “Vamos até a casa do cliente, para que ele possa estar no ambiente dele, na casa dele, e possa mostrar seu trabalho, além de apresen tar seus animais”, explica Gustavo, afir mando que essa modalidade deve ser expandida, de acordo com o interesse do cliente.Portanto, o idealizador da Agro Re serva enfatiza: “Conosco o cliente está sempre no centro da operação, no cen tro do negócio. Somos parceiros das fa zendas e só recebemos em cima do que vendemos. Além de criarmos e gerar mos visibilidade para as marcas, gera mos uma carteira de recebíveis para as fazendas, e com baixíssimo risco”. Agro Reserva estreia na grande re tomada da Megaleite Após três anos de espera, a pecuá ria pôde prestigiar o retorno do maior evento do leite na América Latina. A Megaleite voltou com força total, e abriu espaço para a estreia da participação da Agro Reserva, sendo a primeira oportu nidade de apresentar um novo modelo de comercialização de animais dentro da feira. “Tivemos como convidada para este evento importante a Fazenda Santa Lu zia (Grupo Cabo Verde), que é a maior produtora de leite da raça Girolando do Brasil”, afirma Gustavo Ribeiro. Nessa grande reserva foram disponibilizadas 60 novilhas prenhas da raça Girolando.

Com seu estande na feira e uma estru tura completa, a reserva teve sucesso de vendas, com 100% de liquidez e animais vendidos para diversas regiões do País.

Para a Agro Reserva, de acordo com Gustavo, foi um marco muito impor tante estar na Megaleite 2022, promo ver uma reserva com uma das maiores fazendas do Brasil e ter completo êxito nas vendas são motivos para acreditar “que o que estamos fazendo faz sentido para o pecuarista, ainda mais em tem pos modernos, em que todo mundo está habituado a comprar pela internet, o pecuarista está cada vez mais conecta do. Então, ajudamos a levar um pouco dessa transformação digital para dentro das Gustavofazendas”.encerra parabenizando a cada um dos envolvidos no grande su cesso da Megaleite 2022, que após um ano de retomada com força total, tem todo o potencial para ter ainda mais êxito nas próximas edições!

GARCIA/BERRANTEMATHEUS

É nessa melhoria que a Alvoar Lácteos vem investindo. Só nos últimos dois anos, foram aplicados mais de R$5,5 milhões em mais de 12 mil visitas técnicas e execução dos programas. O foco da implementação desses projetos é estimular o desenvolvimento e crescimento dos parceiros da Alvoar Lácteos, para que eles possam crescer junto com a empresa e cumprir os desafios impostos pela lei que trata sobre a qualidade do leite. Desta forma, a Alvoar Lácteos ajuda no crescimento sustentável dos parceiros, aumentando sua produtividade e lucratividade na produção leiteira. A Alvoar Lácteos acredita que todo o trabalho de qualidade tem que partir do princípio de que estão sendo produzidos alimentos de acordo com segurança, assepsia, além do bem-estar e saúde dos animais. A correlação é direta: o produtor que tem qualidade tem mais rentabilidade.

Qualidade e rentabilidade no campo

A qualidade do leite é um quesito de preocupação nacional e tema prioritário na Alvoar Lácteos, atualmente detentora das marcas Betânia, Camponesa e Embaré. A Alvoar conta com mais de 4.000 colaboradores diretos, cerca de 6.500 famílias de produtores e 12 cooperativas, abastecendo 9 fábricas e 13 centros de distribuição, com atuação em todo o Brasil e em mais 45 países. A empresa tem focado em sua política de melhoramento contínuo da qualidade do leite, valorizando o trabalho no campo e seus produtores rurais por meio de treinamento, qualificação, incentivos e facilidades de compra de insumos nos estados nos quais está presente. Entre outras iniciativas, a Alvoar Lácteos conta com os projetos Embaré Assist, um programa de consultoria técnica e gerencial que busca a máxima eficiência econômica para o produtor de leite; Educampo, desenvolvido em parceria com o Sebrae/MG, com o objetivo de levar capacitação técnica e gerencial para os produtores da Embaré; Fazenda Modelo, que tem como objetivo disponibilizar ferramentas e treinamentos para garantir segurança alimentar, bem estar e saúde para os animais, e responsabilidade socioambiental, que conduzem a bons resultados econômicos; Compra de Insumos, que apoia seus produtores rurais buscando no mercado as melhores oportunidades para compra de alimentos para a produção; Mais Genética, que busca incentivar o melhoramento genético do rebanho por meio da técnica de Transferência de Embriões de FIV em Tempo Fixo; e o Aplicativo Embaré Fomento, um sistema inteligente de gestão da produção leiteira disponibilizado gratuitamente pela Alvoar Lácteos para seus produtores parceiros. Esses programas, garantiram que a Alvoar Lácteos conseguisse um aumento global na qualidade do leite, atingindo os parâmetros exigidos por lei, conforme o artigo 7 da Instrução Normativa n° 76/2018, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que determina que “o leite cru refrigerado de tanque individual ou de uso comunitário deve apresentar médias geométricas trimestrais de Contagem Padrão em Placas (CPP) de, no máximo, 300.000 UFC/ml (trezentas mil unidades formadoras de colônia por mililitro) e de Contagem de Células Somáticas (CCS) de, no máximo, 500.000 CS/ml (quinhentas mil células por mililitro)”.Por exemplo: uma das fazendas parceiras trabalha com um leite que possui uma Contagem Bacteriana Total (CBT)

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Alexandre Cardoso, Coordenador do Programa de Assistência Técnica Alvoar Lácteos

EMBARÉDIVULGAÇÃO

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A atuação da Alvoar Lácteos na melhoria contínua dos produtores muito baixa. Enquanto a CBT da legislação brasileira é de 300, essa fazenda tem cerca de dois. A Contagem de Células Somáticas (CCS) também é muito baixa - a legislação do País indica uma CCS de no máximo 500 e a fazenda trabalha com 90. Ou seja, é um leite muito acima da média na questão de qualidade.

Na Serra Gaúcha foram identificadas quase 40 ervas diferentes nas áreas de campo nativo e que dão sabor especial aos queijos”, explicou o criador. A Fazenda Lobo Guará também é produtora de genética, com rebanho focado em animais CCG 1/2 e 5/8. Segundo Gorczevski, há uma grande demanda pela raça em sua região por conta da grande adaptabilidade ao clima mais frio e ao sistema de criação a pasto. “O Girolando caiu como uma luva para nós da região de Vacaria”, enLarissa Vieira A produção de “agrojoias” foi a aposta certeira do criador gaúcho Jairo Andre Gorczevski para impulsionar os negócios

Diretora da Girolando Auroral Real e o casal Lisiane e Jairo durante a Megaleite 2022

DIVULGAÇÃO

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Duas paixões dividem o dia a dia de trabalho do gaúcho Jairo André Gorczevski: pecuária e joias. De família de pequenos produtores rurais, cria Gir Leiteiro há mais de 20 anos e Girolando há 12 anos, na Fazenda Lobo Guará, localizada no município de Muitos Capões, na região de Vacaria, nordeste do Rio Grande do Sul. Apesar das baixas temperaturas, os animais vêm mostrando grande adaptabilidade e boa produção de leite. “Já registramos nove graus negativos e neve, sem que isso interferisse no desempenho do Girolando, o que nos fez apostar na seleção da raça”, contou Gorczevski. Com um rebanho composto de 80 animais, a produção de leite chega a 500 litros/dia, entregues a um laticínio local. Como a seleção prioriza o uso de touros A2A2 nos acasalamentos, a Lobo Guará pretende em breve utilizar o leite para a produção de queijo, atendendo, assim, o nicho de mercado dos leites A2A2, que está em expansão no País. “Minas Gerais é famosa no País por seu queijo artesanal. Já no Sul temos o queijo serrano, com algumas particularidades interessantes e que garantem um sabor único. Ele é produzido a partir de leite de vacas manejadas em pastagens de campos nativos.

Girolando eternizado em joias

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2018, Jairo Gorczevski assinou convênio com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para a inclusão do Núcleo Gaúcho de Criadores de Gir Leiteiro e Girolando no Programa de Fomento da Raça Girolando. “Felizmente, com a evolução dos programas de melho ramento, que têm contribuído para a produção de animais altamente pro dutivos, e o trabalho de fomento do Núcleo, a raça vem conquistando, aos poucos, seu espaço”, assegurou. Atu almente Gorczevski ocupa o cargo de Tesoureiro do Núcleo Gaúcho. Raças em joias – Como também atua como empresário do setor de joias, o pecuarista gaúcho viu no agro uma oportunidade de inovar seu ne gócio. “Trabalhávamos com pedras naturais, porém, após algumas crises vividas pelo setor, tivemos de encon trar alternativas para continuarmos na atividade. Foi quando decidimos colocar em prática nosso sonho antigo de ter uma marca de semijoias, com a temática de cavalos e rodeio. Criamos a Salamanca Agrojoias, mas daí veio a pandemia e novamente tivemos de encontrar uma alternativa”, lembrou o criador.Onome e o símbolo da marca fo ram inspirados na lenda gaúcha Sala manca do Jarau, em que uma princesa se transforma em uma Teniaguá, uma espécie de lagartixa, com uma pedra preciosa cintilante no lugar da cabeça, cor de rubi. A saída encontrada para viabilizar a Salamanca Agrojoias foi criar uma am pla linha de semijoias do agronegócio. Jairo Gorczevski aproveitou seu conhe cimento na pecuária para criar várias peças de raças bovinas, dentre elas o Girolando. O trabalho personalizado conta com a assessoria de zootecnistas e jurados para que as peças retratem fielmente as características raciais dos animais. “Dentro da joalheria, os pro fissionais que atuam na linha de pro dução estão preparados para fazer um coração, uma estrela, mas um animal não. Já chegamos a refazer a matriz das joias quase 20 vezes para que tudo ficasse perfeito”, explicou. Tanto na fa bricação das joias quanto na pecuária, ele atua em conjunto com a esposa, Li siane Telles Dias Gorczevski. Hoje, a Salamanca conta com pe ças que retrataram várias espécies de animais, culturas agrícolas, além de outras temáticas da vida rural. “Te mos em nossas coleções várias opções, desde pingentes, botons, brincos, co lares, pulseiras etc. Todas têm grande aceitação do público. Recentemente, começamos a produzir peças da raça Girolando e nossa proposta é continu ar inovando nossas joias”, concluiu o criador. Colar e botton da raça Girolando criados pela SalamancaJairo e o ex-presidente da Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, durante assinatura de convênio na Expointer 2018

93 fatizou Jairo André Gorczevski, que foi um dos pioneiros no fomento da raça no Rio Grande do Sul. Foi em sua ges tão como presidente do Núcleo Gaú cho de Criadores de Gir Leiteiro que a entidade incorporou a seu nome a palavraDuranteGirolando.aExpointer

COSTALUCAS

94 REVISTA O REVISTAGIROLANDOOGIROLANDO GIROLANDO KIDS 92 Mateus Balderramas Borges - Parque de exposicao Bela Vista - GoiasGOQuer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br Davi Borges Magalhães - Fazenda Pau de OleoPerdizes - MG Helena Lages de Freitas - Fazenda CatuléPoté - MG Maria Fernanda - Agropecuária Campos LimaDelfim Moreira - MG

Filho Sebastião Ramos

ES

DIRETOR-FINANCEIRO:

96 NOVOS ASSOCIADOS ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE MAIO, JUNHO E JULHO DE 2022. Nº CRIADOR MUNÍCIPIO REVISTA O GIROLANDO 10576106131061610646106011060310617106111058010629106141063710643105881057210604106351057310569106051062410594105791061510621106201059710647105891064910599106421062210590106231063010652105851060010628 Agronegócios BH Ltda Agropecuária Córrego Fundo Agropecuária Monte Cristo Alessandro Andrade de Oliveira Altamir Alves Pereira Alvimar Alves Cardoso Filho Antônio Aureliano Peixoto Augusto Fernandes Parreira Bruno Gomes Meirelles Bruno Lima Vieira Carlos Alberto Damasceno Célio CelsoSilvaLuiz Rocha Cleyson Cortes de Carvalho Darci José do Couto Deiber Santana Queiroz Epamfe Participações S.A. Eraldo Missagia Serrão Evandro de Lacerda e Barros Fábio Barra Soares Fausto Carvalho Pereira Fernando Antônio Amorim Vilela Fernando Simões Azevedo Fertilife Desenvolvimento Produção Pecuária Ltda Flávio Costa Lana e Souza Gilberto Nunes Guimarães Gilson Aparecido de Souza Gustavo Coimbra Pereira Heli Ferreira da Costa Henrique Andrade Bernardes/Heber Luiz V. Bernardes Jeam Carlos Félix João Marcos Pereira João Newton Pereira Lopes João Paulo Guimarães Vieira João Paulo Machado Simeão e outros Condomínio João Vitor Menezes Lopes Joaquim Alfredo Alves Noroes José Augusto Barbosa de Souza José do Nascimento Ribeiro José dos Santos Sobrinho Belo Horizonte – MG Belo Horizonte – MG Vilhena – RO Irupi –MineirosES– GO Montes Claros – MG Campo Alegre de Goiás – GO Taguatinga – DF Barra Mansa – RJ Mantena –LagoaTaquaritingaMG–SPdaPrata– MG Potirendaba – SP Vazante – MG Arcos – MG Iturama – MG Mococa – SP Vila Velha – ES Contagem – MG Capinópolis – MG Belo Horizonte – MG Doverlândia – GO Belo Horizonte – MG Goiânia – GO Belo Horizonte – MG Uberlândia – MG Passos – MG Patos de Minas – MG Fortaleza – CE Belo Horizonte – MG Corrente – PI Ipanema – MG Montes Claros – MG Uberlândia – MG Coromandel – MG Afonso Cláudio – ES Milagres – CE São Francisco de Itabapoana – RJ Araxá – MG Guaira – SP 1061010626106451057410593105861064881131064110575106441058110612106021063910592106531064010578106331063810619105911061810598106501056810651106251057010690105951062710636106341059610654105871060810607

Samuel Custódio

Santos Thiago Augusto Campos de Moura Sousa Thiago Vilela Tristão Valdeci Antônio Coimbra Welington Gabriel Marques Andrade Wellington Andraus Wilson Vaini Filho Poço Redondo – SE Poço Redondo – SE Tobias Barreto – SE Curvelo - MG Rio de Janeiro – RJ Governador Valadares – MG Bom Despacho – MG Mossoró – RN Leopoldina – MG Araguaina – TO Cruzeiro da Fortaleza – MG Caiacó - RN Nova Lima – MG Rio Verde – GO Limeira – SP Ribeirão Preto – SP São Paulo – SP Raul Soares – MG Cumari – GO Itabuna –DescobertoBA– MG Araputanga – MT Descoberto – MG Parauapebas – PA Porto da Folha – SE Montes Claros – MG Lagoa da Prata –

PRESIDENTE: Odilon de Rezende Barbosa Filho VICE-PRESIDENTE: Eugênio Deliberato Filho 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Marcos Amaral Teixeira 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Márcio Luís Mendonça Alvim 1º. José Antônio da Silva Clemente Luiz Fernando Reis DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS: Domício José Gregório A. Silva DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO: José Renato Chiari DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS: Aurora Trefzger Cinato Real CONSELHO FISCAL: Afonso Celso de Resende Alexandre Honorato José Luiz Zago CONSELHO CONSULTIVO: Everardo Leonel Hostalácio Alexandre Lopes Lacerda Paulo Cruz Martins Junqueira

2º. DIRETOR-FINANCEIRO:

Luis Fernando Vieira Manuela Pires Monteiro da Gama Marcelo Gontijo Magalhães Marciana Cristina Ferreira Maria Alzira de Oliveira Aguiar Maria Rita Monteiro Santos Mateus Ayupe Resende de Lima Maurina Linhares de Moura Vieira Michel Sequeto Giela N.S. Ribeiro Serviços de Laboratórios Eireli Orleans Cley Vieira Nascimento Otaviano de Souza Pires Neto Pedro Paulo Gomes de Castro Roberto Sanches Russano Robson Meleipe Machado

José Marcos dos Santos José Orlando Vieira Jose Ribeiro Trindade Júlio César Fonseca de Calazans Júlio Cézar de Melo Campelo Júnior Ferreira Sales Karine Gabrielli Lima de Souza LD Agropecuária Ltda Leandro Meirelles Veiga Leonardo Gouveia Olhê Blanck Lucas Amaral de Paula Lucas da Costa Dutra Lucas Ferreira Queiroz Luciano de Castro Pereira Ronivaldo da Silva Souza de Souza Rosa dos MG Angatuba – SP Medina – MG Bom Jardim – RJ Galiléia – MG Goiatuba – GO Barretos – SP Frei Paulo – SE Santana do Garambéu – MG São Paulo SP Anápolis – GO Miracema – RJ Iturama – MG Monte Carmelo – MG Nº CRIADOR MUNÍCIPIO de Representantes Estaduais: AL Alexandre Gondim da R. Oiticica AL André Gama Ramalho AL Marcos Ramos Costa AM Ildo Lúcio Gardingo AM Muni Lourenço Silva Júnior BA Cláudio Micucci Vaz Almeida BA Fernando Luiz Andrade Rocha BA Francisco Peltier Queiroz Filho BA Valdemir Acácio Osório CE Diego Teixeira Brito DF Léo Machado Ferreira Rodrigo José Gonçalves Monteiro ES Marcos Corteletti GO Ildo Ferreira (in memoriam) GO Adauto Luís Caumo GO Rogério Omar Correa MG Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva MG Wander Campos Marcos MG Rodrigo Bernardo Silva MG Alex Lima Alves MG Luiz Cláudio Bastos de Moura MG José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz MG Paulo Roberto Andrade Cunha MG Evandro do Carmo Guimaraes MG João Machado Prata Junior MG Rodrigo Lauar Lignani MG Arildo Benetti Ferreira MG Rubens Balieiro de Souza MG Maria Cristina Alves Garcia MG Maria Helena Freitas dos Santos MG Marcelo Pinto Pelegrini Cancela MG José Coelho da Rocha MG Roberto de Azevedo Rezende MG Sérgio Reis Peixoto MG João Dario Ribeiro MS Fábio Taveira Sandim MS Gustavo Henrique Panucci da Silva MS Thiago Barros Xavier MS Thiago Nogueira Lemos MT Aylon David Neves PA Adelino Junqueira Franco Neto PB Antônio Dimas Cabral PE Cristiano Nobrega Malta PI José Gomes do Amaral Neto PR Ronald Rabbers PR Bernardo Garcia de Araújo Jorge RJ Cipriano Bairral RJ Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de M. Vicente RJ André Luís Gonçalves de Souza RJ José Gabriel Souza Machado RN Ricardo José Roriz da Rocha RN Alexandre Carlos Mendes RN Manoel Montenegro Neto RO Darcy Afonso da Silva Neto RO Gilberto Assis Miranda RO Otayr Costa Filho RS Álvaro José Bombonatto RS José Adalmir Ribeiro do Amaral RS Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol SE Lafayette Franco Sobral SE João Bosco Machado SP Rubens Aparecido Câmara Júnior SP Raul de Oliveira Andrade Neto SP Paulo Gabriel Reis Nader SP Eduardo Lopes de Freitas SP Pedro Luiz Dias SP Fructuoso Roberto de Lima Filho SP Roberta Bertin Barros SP Alexandre Pereira da Costa SP Paulo Massanori Yamamoto SP Fernando Antônio de Macedo TO Napoleão Machado Prata MembrosCDT Natos Fernando Augusto, Leandro Paiva Membros Efetivos Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves, José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello Mamedes, Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos, Tiago Ferreira Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022

Conselho

Marcelo Renck Real Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Marcos José de Paiva Gustavo Frederico Burger Aguiar João Eduardo Benini Reis SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO: Adaulto Augusto Nascimento Feitosa Paulo Victor Sousa Machado Leonardo Xavier Gonçalves Nelson Ariza Olavo de Resende Barros Junior

Sembra Técnicas e Produtos de Reprodução Ltda Thiago Antônio

Agendada para o dia 18 de outubro de 2022, a eleição para a escolha da Diretoria Executiva da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando – Gestão 2023/2025 terá duas modalidades de voto. Serão permitidos o voto eletrônico e o voto por correspondência. O programa de votação eletrônica será o mesmo utilizado na eleição passada, elaborado pela área de Tecnologia da Informação da Girolando, por meio de cadastro eletrônico de usuário e senha em uso para acesso ao PortalSeráWebgirolando.instaladona sede da Girolando, em Uberaba/MG, um equipamento para a coleta de votos eletrônicos dos associados que participem da Assembleia Geral Ordinária de Eleição. Já o voto por correspondência será válido se receO calendário das ações referentes ao pleito foi divulgado pela entidade bido até as 18 horas do dia da realização do pleito. No envelope branco e opaco, o associado colocará a cédula com o voto, que indicará um “X” no quadro ao lado da chapa completa escolhida e o fechará. Todas as regras para a votação por correspondência e online estão disponíveis no documento “REGULAMENTO DAS MODALIDADES DE VOTAÇÃO”, publicado no site da pleito.mentoscomo(www.girolando.com.br),Girolandobemtodososeditais,docu-eorientaçõessobreo

Comissão Eleitoral A Comissão Eleitoral já foi definida e será presidida pela advogada da entidade, Juliana Maria Prata Borges Silva, e ainda terá como membros o assessor Executivo da Diretoria, José Mauad Filho, e o coordenador Operacional do PMGG, Edivaldo Ferreira Júnior. Caberá à Comissão Eleitoral decidir sobre todas as questões relativas ao registro de chapas ou quaisquer outras que se refiram ao processo eleitoral. Calendário Eleitoral 29 de julho de 2022 – Último dia para a publicação do Edital de Convocação da AGO; 18 de agosto de 2022 – Último dia para apresentação e registro de chapas completas; 21 de agosto de 2022 – Publicação das Chapas completas recebidas;16desetembro de 2022 – último dia para que o Associado solicite à Comissão Eleitoral o material para votação por correspondência.18deoutubro de 2022 – Dia de votação.

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REVISTA O GIROLANDO GIROLANDO E VOCÊ

Eleição na Girolando

ADT adt@girolando.com.br Assessoria de Imprensa imprensa@girolando.com.br Assessoria Executiva da Diretoria jmauad@girolando.com.br Bottons bottons@girolando.com.br Cobrança cobranca@girolando.com.br Compras compras@girolando.com.br Contabilidade contabilidade@girolando.com.br Contas a pagar contas@girolando.com.br Controle Leiteiro scl@girolando.com.br Departamento do Colégio de Jurados cjrg@girolando.com.br DNA dna@girolando.com.br Faturamento faturamento@girolando.com.br Genealogia genealogia@girolando.com.br Gerência de Projetos projetos@girolando.com.br Grife grife@girolando.com.br Marketing marketing@girolando.com.br PMGG / Teste de Progênie pmgg@girolando.com.br Protocolo protocolo@girolando.com.br Recursos Humanos rh@girolando.com.br Reprodutivo reprodutivo@girolando.com.br Secretaria Executiva da Diretoria diretoria@girolando.com.br Secretaria Executiva do Departamento Técnico cjrg@girolando.com.br Superintendência Administrativa e Financeira sup.administrativo@girolando.com.br Superintendência de Tecnologia da Informação sup.tic@girolando.com.br Web Girolando duvidasweb@girolando.com.br MKT/ADM/FinanceiroDepto.Dúvidas/Reclamações:faleconosco@girolando.com.br

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Frederico

Moreira Dagmar

TÉCNICASUP.SRGRGDOTÉCNICOSCONSULTORESDEEQUIPE ssão Telefone Cidade/UF Ferreira Júnior Leandro de Carvalho Paiva Mariana D Angelo Moreno Yasmine Micaella Lopes Loubach e Silva Telefone: (34) 3331-6000 Site: www.girolando.com.br E-mail: girolando@girolando.com.br Eduardo Martins de Paiva José Wagner Borges Júnior Nogueira Junqueira Antônio Carlos Alves Brum Ariana de Miranda Barros Breno de Morais Cavalcanti Cléssio José Gomes Aparecido Rezende Ferreira Diogo Balderramas Hulpan Pereira Érico Maisano Ribeiro Euclides Prata dos Santos Neto Fernando Boaventura Oliveira Gabriel Khoury da Costa George Abreu Victor Rodrigues Gilmar Sartori Júnior José Renes da Silva Juscelino Alves Ferreira Katilene Lima de Morais Limírio Cézar Bizinotto Marcello de Aguiar R. Cembranell Maurício Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultora Técnica - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista mais_genetica@yahoo.com.brtalmeida@girolando.com.brsbastos@girolando.com.brrstacanelli@girolando.com.brpmedeiros@girolando.com.brnbarcelos@girolando.com.brmvenancio@girolando.com.brfmartins@girolando.com.brlbizinotto@girolando.com.brkatilene103@hotmail.comjferreira@girolando.com.brjsilva@girolando.com.brgilmar@mamelle.com.brgeraldozootecnista@hotmail.comgeorgeabreu16@hotmail.comgabriel.khoury@hotmail.comfboaventura@girolando.com.breneto@girolando.com.breribeiro@girolando.com.brd.balderramas@yahoo.com.brdagmarezende@hotmail.comclessiomoreira@hotmail.combr_cavalcanti@yahoo.com.braryana.barros@hotmail.comacarlosbrum@gmail.comanjcativo@hotmail.com(32)(81)(12)(37)99919-7808(31)(34)98403-7452/(17)(65)(34)98851-2831/(51)(34)(64)(34)(34)(43)(38)(89)(75)(34)(34)(28)(61)(67)(88)(79)(94)(33)(37)99964-8872]/(31)99413-380899905-648099154-056999988-3326/99125-139399608-4982/99272-578899679-344099853-102099939-150199972-396599248-030299981-0581/(34)99284-058199904648499168-75669972-757699972-7882/99113-961399978-223799600-181499972-282098047-75659920-200499656-338097512-3456/(34)99969-151799606-5779/98120-087999945-643999979-6419/99105-8015 DivinoRecife/PEJacareí/SPOliveira/MGBeloSãoCuiabá/MTSantaUberaba/MGJataí/GOUberaba/MGUberaba/MGArapongas/PRMontesCorrente/PIFeiraUberaba/MGUberaba/MGGuaçuí/ESBrasília/DFCampoFortaleza/CEAracaju/SERedenção/PAManhuaçú/MGOliveira/MGGrande/MSdeSantana/BAClaros-MGCruzdoSul/RSJoséRioPreto/SPHorizonte/MGdeSãoLourenço/ES

98 FALE CONOSCO GirolandodeCriadoresdosBrasileiraAssociação

96 Nome Cargo/Pro

Bueno Venâncio Silva Nilton Cézar Barcelos Júnior Pétros Camara Medeiros Raphael Henrique Machado Stacanelli Samuel Silva Bastos Thiago Cavalcanti de Almeida Wewerton Bibiano Resende RodriguesSup. Téc. Suplente - Coord. PMGG - Zootecnista Superintendente Técnico - Zootecnista TraineeTrainee yloubach@girolando.com.brmmoreno@girolando.com.brsup.tecnico@girolando.com.brejunior@girolando.com.br Consultor Técnico - Zootecnista Consultor Técnico - Zootecnista jowagner@girolando.com.brfmartins@girolando.com.br (34) 99113-2315 / 99686-3813 (34) 99108-1925 / 99998-2928 (34) 3331-6000 (34) 3331-6000 (34) 99159-3213 (34) 98823-8267 / 99971-4367 Uberaba/MGUberaba/MGUberaba/MGUberaba/MGUberaba/MGUberaba/MG Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG – Zootecnista Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário Consultor Técnico - SRGRG - Méd. Veterinário

Geraldo

PMGGTÉCNICOS André

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