15 minute read

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Goiás é mais leite

Advertisement

A DSM deu início à campanha GO Leite, um movimento criado para fomentar a força da produção e qualidade do leite de Goiás, considerado o quinto maior produtor de leite do País. Ao todo, o Estado produz 9% do leite nacional, segundo estimativas do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária (Ifag). A ideia dessa campanha é mostrar que o setor leiteiro é forte e está em constante evolução. A DSM ainda está divulgando seu produto recém-lançado Mycofix® Plus 5.0, o primeiro da linha Mycofix para bovinos de leite. A tecnologia, desenvolvida pela Biomin, empresa especializada em micotoxinas que integra o Grupo Erber, adquirida pela DSM em 2020, é capaz de destruir as micotoxinas presentes no alimento dos animais, que podem ser contaminados por fungos que afetam o seu desempenho e são prejudiciais à saúde humana.

Parceria entre Scala e Rúmicash

O uso inteligente de crédito e adiantamento é indispensável para o desenvolvimento da fazenda e contribui para a construção de uma pecuária mais competitiva e rentável. Com esse objetivo, a Rúmicash e a Scala, uma das maiores fabricantes de queijos do Brasil, firmaram parceria, com foco no produtor. A parceria visa oferecer suporte financeiro aos fornecedores de leite do laticínio para que seja possível agregar valor, volume e qualidade na produção do leite, através de melhorias na gestão da propriedade.

Monitoramento de leite com inovação

A Rúmina, ecossistema de soluções digitais para pecuária que tem como propósito torná-la mais produtiva, rentável e sustentável, está trabalhando em um dispositivo que irá revolucionar o monitoramento do leite. A nova solução é baseada em IoT (internet das coisas - dispositivos físicos conectados à internet) e permitirá o acompanhamento, à distância e em tempo real, do volume e da temperatura do leite nos tanques das fazendas, 24h por dia. O monitoramento automático de eventos relacionados à ordenha, à coleta e ao armazenamento, como desvios na produção diária, mau funcionamento do tanque, leite congelado, atrasos na coleta, entre outros, irá auxiliar na boa gestão das fazendas. Em breve a inovação estará disponível para produtores e laticínios.

Drench

O período de transição de vacas leiteiras é a fase mais importante e crítica para os animais. É comum os produtores adotarem o uso de soluções minerais/eletrolíticas, como os chamados drench. Com o objetivo de contribuir para atender a essa necessidade, a MCassab Nutrição e Saúde Animal, presente no mercado de nutrição há 50 anos, lança o Booster, drench que eleva rapidamente os níveis de glicose e cálcio no sangue, além de repor minerais importantes perdidos durante o parto. O produto é solúvel em água e altamente palatável para o animal. Por conta disso, o consumo é voluntário, dispensando o uso de sondas que geram desconforto e estresse aos animais, dificultando ainda mais o manejo.

Vantagens do crédito

A aceitação dos produtores tem sido extremamente positiva, segundo a Rúmicash. O uso de crédito na propriedade permite aos produtores o aperfeiçoamento da sua gestão financeira. Pensando em facilitar esse processo, a Rúmicash fornece crédito e adiantamento ao pecuarista de forma rápida, prática e segura, usando a tecnologia para atender as demandas de um setor que não espera. Ganha o produtor no retorno do seu investimento, e o laticínio, que adquirirá matéria-prima de qualidade.

Reforço na Zoetis

A Zoetis anunciou a chegada de dois novos gerentes para a área de marketing de sua unidade de ruminantes. Felipe Artioli será gerente de Produto da linha de genética. Formado em Administração de Empresas, com MBA em Agronegócios e Marketing, ele ficará responsável pela linha de genética, atuando estrategicamente para garantir os resultados de curto, médio e longo prazos, e por promover o crescimento do mercado por meio de elaboração, implementação e monitoramento de um plano integrado de marketing. Já Marcos Paulo Nascimento atuará como gerente de Trade Marketing. Com 14 anos de experiência, o publicitário Marcos Paulo liderará a transformação da área, identificando e estabelecendo novos processos junto ao time de vendas e operações comerciais. Também será responsável por entender o comportamento e necessidades do cliente no ponto de venda, visando ações de trade adequadas para cada marca e categoria, nos diversos canais onde a Zoetis opera.

Asbia

O empresário Nelson Eduardo Ziehlsdorff é o novo diretor presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Pós-graduado em Logística do Transporte, Nelson também é membro da Associação dos Criadores das Raças Jersey e Holandês no Canadá, diretor internacional da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), e diretor da Associação Catarinense de Criadores de Ovinos (ACCO). Com o início do novo mandato, a Asbia trabalhará com foco em incorporar de forma mais profissional as empresas voltadas para o setor de embriões bovinos. Nelson também quer dar continuidade ao projeto de estabelecer a entidade como uma associação que agregue cada vez mais valor para seus associados, tanto as empresas de biotecnologia e inseminação artificial, quanto as associações de raças bovinas.

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Contra mastite

Os animais que apresentam sintomas de mastite clínica necessitam de uma rápida intervenção, com tratamento local e, às vezes, sistêmico para impedir a proliferação dos microrganismos e evolução da doença. O Cefavet®, da Ceva Saúde Animal, combate o microrganismo agressor ao mesmo tempo em que auxilia na redução do inchaço e da dor no quarto mamário acometido. Junto a isso, a adoção de um antibiótico sistêmico de ação rápida, aplicação única e ótima difusão na glândula mamária após a aplicação, como o Marbox®, auxilia e trata a infecção e impede a progressão sistêmica da doença, possibilitando que o animal retorne rapidamente ao seu estado normal, de conforto e bem-estar.

Interleite Brasil

Pela primeira vez, Goiânia/GO sediou o Interleite Brasil. A 20ª edição do evento, que teve formato híbrido, ocorreu nos dias 3 e 4 de agosto com o tema “As mudanças no mercado e as oportunidades para quem quer se preparar”. A programação teve 24 palestras ministradas por produtores, técnicos e especialistas que traçaram um diagnóstico da cadeia do leite nacional, bem como estimativas para o futuro do setor. O diretor da Girolando, Renato Chiari, ministrou palestra no evento sobre o tema “Sistemas de produção para o Centro-Oeste” e contou sobre a experiência com a pecuária a pasto.

Fórum Nacional do Leite

A Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE) realizou o 1º Fórum Nacional do Leite e a Feira de Queijos Artesanais, nos dias 12 e 13 de julho, em Brasília/DF. O objetivo foi conectar produtores de leite e genética, técnicos, empresas e entidades do setor para promover o leite como alimento saudável e estreitar as relações institucionais e governamentais, incentivando a produção e a produtividade leiteira com tecnologia e qualidade. O evento também colocou em discussão os temas mais importantes ligados ao ecossistema do leite, inclusive abrindo espaço para personalidades e importantes lideranças. Segundo a Abraleite, a busca por novos conceitos, tecnologias e ferramentas de gestão é uma demanda obrigatória para o avanço do produtor moderno, no atual mercado globalizado e competitivo. A cadeia do leite é uma das mais importantes do Brasil. Os números falam por si. O país produz 35 bilhões de litros por ano, é o 3º maior produtor mundial e gera 5,5 milhões de empregos diretos.

Desafio da Pecuária Responsável

Importante para prevenir enfermidades, a vacinação é um processo estressante para o gado. Falhas nesse sistema podem prejudicar o bem-estar e até mesmo a saúde dos animais, com o aparecimento de abcessos e reações vacinais. A proposta de um procedimento operacional padrão para melhorar esse trabalho nas fazendas, de autoria da goiana Rubia Pereira Barra, foi a ideia vencedora do Desafi o da Pecuária Responsável, promovido pela Phibro Saúde Animal. A fi nal da disputa aconteceu em 5 de julho, um ano após o lançamento da primeira edição do projeto, que teve como foco o bem-estar animal. Pecuarista de Paranaiguara, cidade goiana, a vencedora tem 65 anos e é formada em odontologia. O procedimento proposto – e já testado na prática, desde 2016, em sua fazenda, contempla o acondicionamento de vacinas e medicamentos, a troca de agulhas durante a vacinação, o uso de cuba ultrassônica com detergente enzimático para limpeza e autoclave para esterilização de seringas e agulhas reutilizáveis, reduzindo abcessos e reações vacinais. Rubia recebeu um cheque no valor de R$ 15 mil, além do troféu.

Calendário vacinal

Baixa incidência de chuva e risco de pneumonia são alguns dos desafi os que o pecuarista enfrenta no período de inverno. No gado leiteiro, esse é o período em que ocorrem os partos, por isso é preciso estar atento às primeiras semanas dos bezerros, que podem ter diarreias, mastite e pneumonia. A vacinação das vacas prenhas com Scouguard 4KC é importante, pois a vacas transferem a imunidade para a diarreia neonatal via colostro, assim quando os bezerros mamarem, passam a ter a proteção e mais saúde. Outro ponto que o produtor precisa estar atento, especialmente nas fases iniciais de vida, e que é uma das principais causas de mortalidade das bezerras leiteira são as pneumonias. Para esses casos, a Zoetis recomenda Inforce 3, a primeira e única vacina intranasal que garante a prevenção contra as doenças respiratórias causadas por vírus sincicial bovino (BRSV), a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e a parainfl uenza (PI3). Com apenas uma dose, Inforce 3 reduz a incidência de pneumonia desde o início da vida dos bezerros.

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Produzir mais com menos

Diversas pesquisas conduzidas com rebanhos leiteiros têm contribuído para melhorar a efi ciência produtiva das propriedades brasileiras. É a chamada efi ciência bioeconômica, um conceito mais amplo que envolve o bem-estar animal, a pegada hídrica, o uso de energia limpa, a efi ciência alimentar, a redução no uso de antibióticos, além da questão econômica e outros aspectos. Em resumo, o que se busca é produzir mais com menos recursos e insumos.

Em entrevista à Revista Girolando, a chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Dra. Elizabeth Nogueira Fernandes, explica como a ciência tem auxiliado o produtor nesse desafi o e os resultados já alcançados. No cargo desde setembro de 2021, ela é engenheira fl orestal com pós-doutorado em Economia do Meio Ambiente e tem experiência na área de gestão ambiental. Confi ra o bate-papo:

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes

O consumidor tem valorizado, além da qualidade, dois fatores: sustentabilidade na pecuária e o bem-estar animal. Como a ciência brasileira tem auxiliado os produtores rurais neste desafio?

A adoção de práticas voltadas à sustentabilidade e ao bem-estar animal está cada vez mais presente no dia a dia da atividade leiteira. Nesse contexto, a Embrapa tem desenvolvido pesquisas que visam a geração de métricas adaptadas às nossas condições que permitem avaliar a adoção dessas práticas e seus impactos sobre esses indicadores. Um resultado interessante já alcançado em nossas pesquisas é a relação direta entre a adoção dessas práticas e a lucratividade da atividade, mostrando que a busca por sustentabilidade e o bem-estar dos animais também refletem positivamente no

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes

bolso do produtor.

É possível produzir leite com baixa pegada de carbono e que ferramentas o produtor pode utilizar para isso?

Essa demanda por leite com baixa pegada de carbono foi fortalecida no último ano com a realização da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que estabeleceu metas globais de redução de emissões e a atividade pecuária tem uma importante contribuição a dar nesse processo. Nossos trabalhos de avaliação ao longo dos elos da cadeia do leite mostram que é possível produzir leite com baixa pegada de carbono em condições brasileiras, envolvendo diferentes rotas para essa descarbonização, que passam pela genética animal, nutrição e manejo de pastagens, interferência no rúmen, condições de saúde

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes

Girolando

do rebanho e manejo de dejetos. Um bom exemplo é o programa de melhoramento do Girolando, que permitiu que a vaca de hoje produza 40% menos metano por quilo de produto (leite) em relação ao animal padrão de duas décadas atrás. Além disso, esperamos que no futuro seja possível a prestação de serviços ambientais pelas fazendas leiteiras, devido a sua capacidade de estocar carbono ser maior que as emissões geradas, mas essa questão ainda depende da regulamentação do mercado de carbono.

Acredita que a pecuária de precisão é a solução para tornar as propriedades mais eficientes, evitando que, assim, muitos deixem a atividade, como vem acontecendo?

A pecuária de precisão não é a solução, mas sim uma ferramenta que pode contribuir para o aumento da eficiência dos sistemas de produção visando a manutenção do produtor na atividade leiteira. As ferramentas de precisão, que estão cada vez mais disponíveis e acessíveis aos produtores, estão aí para ajudar o produtor sendo catalisadoras do processo de avanço tecnológico na busca de maior eficiência dos sistemas. Aqui é importante entender a eficiência não apenas pelo lado econômico ou produtivo, mas o que chamamos de eficiência bioeconômica. Esse conceito mais amplo envolve, além da questão econômica, o bem-estar animal, a pegada hídrica, o uso de energia limpa, a eficiência alimentar, a redução no uso de antibióticos, dentre outros aspectos. Em resumo, o que se busca é produzir mais com menos recursos e insumos.

Diante da saída de produtores da atividade, em parte por conta dos altos custos de produção, o Brasil caminha para um intenso processo de concentração, com o predomínio de pro-

Elizabeth Nogueira Fernandes

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes priedades maiores e mais tecnológicas?

De fato, estamos vivenciando um processo de concentração produtiva semelhante ao que ocorreu nos principais países produtores de leite do mundo. Mas acredito que a palavra-chave não seja tamanho, mas sim eficiência, como dito anteriormente. Assim, não são os maiores quem irão se manter, mas os mais eficientes. Temos diversos bons exemplos pelo Brasil de produtores em pequenas propriedades e até com baixo volume diário de produção que conseguem gerar renda e se manter de forma sustentável na atividade. Assim, independentemente do tamanho do produtor, boa gestão e assistência técnica contínua de modo a orientar um processo sistemático de adoção de tecnologias adequadas à realidade de cada produtor serão cada vez mais importantes para o sucesso da atividade.

Com um perfil tão diverso dos produtores de leite, comunicar com a cadeia leiteira é um desafio que a Embrapa tem buscado vencer de que forma?

A atividade leiteira está espalhada por quase todos os municípios brasileiros, englobando diferentes realidades produtivas e de mercado. Para conseguir atingir essa diversidade de perfis ao longo de todo o País, faz-se necessária a adoção de diferentes estratégias de comunicação, sendo fundamentais as parcerias com instituições públicas e privadas para fazer chegar ao produtor, onde quer que ele esteja, as soluções tecnológicas adequadas para a superação dos desafios do dia a dia de sua atividade. Nesse sentido, além da utilização dos nossos próprios meios de comunicação que envolvem sites, redes sociais, aplicativos e o envio de mensagens eletrônicas (e-mails), também buscamos divulgar nossas soluções por meio de revis-

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes

tas especializadas, programas de rádio e TV e por meio de ações conjuntas com parceiros da assistência técnica e extensão rural. O avanço dos recursos de tecnologia da informação e da internet, apesar de ainda ter suas limitações técnicas principalmente nas áreas rurais do País, tem ajudado nessa disseminação do conhecimento gerado, transpondo barreiras geográficas. Um bom exemplo é o aplicativo App Girolando, desenvolvido entre a Embrapa e a Associação, que disponibiliza de forma simples e de fácil acesso, informações sobre os valores genéticos/genômicos de touros e vacas da raça Girolando.

Como a senhora vê as mudanças no perfil do consumidor e a campanha contrária que o leite sofre de determinados segmentos da sociedade e a desinformação em geral?

O consumidor em geral está cada vez mais consciente e exigente em relação aos produtos que consome. Já estávamos acostumados a ser cobrados pela qualidade do leite, mas hoje o consumidor tem exigido muito mais atributos, sendo que esse processo foi acelerado pela pandemia. Entretanto, apesar de estarmos na chamada “era da informação”, temos vivenciado também uma grande quantidade de desinformação, e o leite tem sofrido com isso. Com a facilidade de disseminar informações que temos atualmente, muitas vezes informações incorretas (fake news) são espalhadas e acabam afetando o consumo de determinados produtos. Acredito que já temos informações consolidadas de pesquisa, mais que suficientes, para combater essas campanhas contrárias ao leite, seja em termos de seus atributos nutricionais e de qualidade do produto, seja da forma como ele é produzido e seu efeito para o meio ambiente. O importante é o setor atuar de forma coordenada para fazer chegar essa informação já existente aos consumidores de modo a evidenciar seus benefícios nutricionais e a forma como hoje é produzido, respeitando os animais, o meio ambiente e todos os envolvidos na cadeia.

A parceria entre a Girolando e a Embrapa permitiu mais um salto importante para o programa de melhoramento genético da raça Girolando em 2022, com a publicação de novas PTAs. Isso mostra que, apesar da limitação de recursos, a pesquisa pode continuar avançando com a união entre ciência e cadeia produtiva?

Essa união de esforços é fundamental, tanto para geração de conhecimentos e de soluções tecnológicas, quanto para fazer chegar essas soluções ao setor produtivo. Essa proximidade da Embrapa com o setor produtivo também nos permite prospectar demandas e conhecer os reais desafios da cadeia de modo a maximizar os impactos das soluções geradas para a sociedade. Esse pensamento é evidenciado na nossa “visão de futuro” enquanto instituição de inovação, que define que a Embrapa quer ser protagonista e parceira essencial na geração e uso de conhecimentos para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira até 2030. E a Girolando é parte essencial nesse processo, consolidado no sucesso do programa de melhoramento da raça que completou 25 anos em 2022. Graças a essa união de esforços foi possível desenvolver 15 novas características e seis índices que foram disponibilizados aos produtores na avaliação deste ano, lançada durante a Megaleite. E tenho certeza de que essa parceria ainda continuará trazendo muitas conquistas para a cadeia produtiva do leite brasileiro.

Girolando

Elizabeth Nogueira Fernandes

This article is from: