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MANEJO A PASTO GANHA EM PRODUTIVIDADE HÍDRICA

Tabela 1: Altura de entrada e saída dos animais em método de pastejo rotativo, considerando o uso de 95% da interceptação luminosa do dossel forrageiro.

Espécie Forrageira Altura recomendada para manejo do pastejo (cm)

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Entrada Saída

Brachiaria brizantha cv. Marandu 25 10 a 15

Brachiaria brizantha cv. Piatã 35 15 a 20

Pennisetum purpureum Schum. Capim elefante cv. Napier 85 35 a 45

Pennisetum purpureum Schum. Capim elefante cv. Cameron 85 a 90 40 a 50

Pennisetum purpureum Schum. Capim elefante cv. Kurumi 75 a 80 35 a 40

Cynodon spp. Tifton – 85

Cynodon dactylon (L.) - Coastcross e Florakirk

Panicum maximum cv. Mombaça 25 10 a 15

30 10 a 15

90 30 a 50

Panicum maximum cv. Tanzânia 70 30 a 50

de busca por ambientes pastoris adequados. Em outras palavras, quanto melhor for a forma que a forragem é oferecida ao animal, maior será o potencial de consumo e desempenho produtivo por área.

O que podemos observar com os diversos trabalhos publicados envolvendo ferramentas de manejo do pastejo, é que toda planta possui um ponto ótimo para colheita, correlacionado a um direcionador denominado índice de interceptação luminosa (IL). Esta IL tem como premissa 95% de interceptação da radiação solar pela cobertura vegetal formada pelo pasto, sendo esse percentual relacionado a diferentes alturas das forrageiras. Também é nessa condição de interceptação o ponto em que encontramos o momento ideal para o pastejo dos animais, possibilitando elevado consumo de folhas verdes, alto valor nutricional e garantindo a persistência da forrageira no ambiente pastoril. A tabela abaixo traz a indicação de altura de entrada e saída de algumas das cultivares forrageiras mais utilizadas na pecuária leiteira.

A observação e a utilização dessas alturas de manejo das pastagens são extremamente importantes para assegurar um bom desempenho dos animais e também garantir que o crescimento e desenvolvimento da pastagem não seja prejudicado ao longo do tempo. Para garantir que a pastagem permaneça com qualidade na área, o manejo do pastejo leva em consideração as características da planta conforme discutido até agora e também a intensidade e a frequência da desfolhação.

A frequência da desfolhação nada mais é que o intervalo entre duas desfolhações. Ou seja, o tempo entre o primeiro e o segundo pastejo em uma mesma área, no caso de sistemas com método de pastejo ratativo, ou o número de vezes que um perfilho é visitado em um determinado período de tempo, no caso de sistemas contínuos de produção animal.

Em sistemas de produção leiteira, o método de manejo do pastejo mais utilizado é o sistema intermitente, ou sistema rotativo, como é popularmente conhecido. Por muito tempo, a orientação de manejo do pastejo desse sistema era que fosse feito com base em dias fixos para a entrada dos animais no piquete. Ao longo do tempo e com o avanço dos estudos, constatou-se que esse tipo de manejo não explora de forma eficiente as pastagens ao longo do

ano, devido às variações climáticas, principalmente umidade e temperatura, podendo ocorrer perdas significativas em produção e desempenho animal. Dando início ao uso de critérios de entrada e saída dos animais nos piquetes baseados na altura da planta. A intensidade de desfolhação representa o quanto essa planta foi desfolhada, ou seja, é a razão entre a massa de forragem que foi removida pelos animais e a massa de forragem original (massa de forragem disponível no momento de entrada dos animais no piquete). Em sistemas intermitentes a intensidade de desfolhação é definida pela altura pós pastejo. Desfolhas mais severas (menor altura após o pastejo) forçam o animal a remover maior proporção de folhas e colmos com menos digestibilidade. Além disso, a maior remoção da área foliar por parte dos animais aumenta A observação e a utilização dessas alturas de manejo das pastagens são o tempo necessário para o rebrote, reextremamente importantes para assegurar um bom desempenho dos animais e duzindo a frequência de desfolhação, aumentando a mobilização de resertambém garantir que o crescimento e desenvolvimento da pastagem não seja vas das raízes para repor o seu índice prejudicado ao longo do tempo. Para garantir que a pastagem permaneça com de área foliar. Por outro lado, desfoqualidade na área, o manejo do pastejo leva em consideração as características da lhas mais lenientes permitem que os animais consumam maior proporção planta conforme discutido até agora e também a intensidade e a frequência da de folhas jovens e mais nutritivas, podesfolhação. tencializando a produção. De modo geral, a frequência de A frequência da desfolhação nada mais é que o intervalo entre duas desfolhação irá variar de acordo com a desfolhações. Ou seja, o tempo entre o primeiro e o segundo pastejo em uma mesma velocidade de crescimento das plantas e também em função da intensidade área, no caso de sistemas com método de pastejo ratativo, ou o número de vezes que do pastejo. A adubação das pastagens é uma alternativa para intensificar ainda mais a produção animal por área, uma vez que sob condições adequadas de umidade e temperatura, aceleram o ritmo de crescimento e desenvolvimento foliar e de novos perfilhos, sendo possível aumentar o número de animais por área, sem comprometer o desenvolvimento da planta. Entrada e saída dos animais dos piquetes deve ser baseada na altura da planta

PASTAGEM

Indicadores de efi ciência leiteira infl uenciam na produtividade hídrica Se bem manejado, esse sistema supera o semiconfinamento e confinamento em relação a esse índice

Resultado de pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, mostrou que sistemas de produção de leite a pasto com bons índices de efi ciência produtiva e bem manejados, apresentaram produtividade hídrica superior a modelos mais intensivos, como semiconfi namento e confi namento. A produtividade hídrica é a relação do produto (leite) pelos litros de água consumidos para produzi-lo, levando em consideração consumos diretos e indiretos.

Segundo o pesquisador Julio Palhares, que coordenou o estudo, independentemente do tipo de sistema utilizado pelo produtor, a produtividade hídrica é infl uenciada pelos indicadores de produção total do leite da fazenda, a porcentagem de vacas em lactação e o tipo de alimentação oferecido aos animais. A pesquisa avaliou a produtividade hídrica de 67 propriedades leiteiras no sul do Brasil. Foram 57 fazendas a pasto; sete, semiconfi nadas e três, utilizando o confi namento, localizadas em uma das principais bacias leiteiras do Estado do Rio Grande do Sul, a de Lajeado Tacongava.

As propriedades estão situadas em quatro municípios: Serafi na Corrêa, União da Serra, Guaporé e Montauri – que representam 81,7% do total de fazendas leiteiras da região. Todas as propriedades em sistemas de produção semiconfi nado e confi nado foram analisadas, e 83,8% daquelas que adotam sistema a pasto. O trabalho foi publicado na Revista Internacional Journal Science of the Total Environment em parceria com o Leibniz Institute for Agricultural Engineering and Bio-

SESMARIA

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