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LÍDERES GIROLANDO

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REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Odilon de Rezende Barbosa Filho PRESIDENTE

Eugênio Deliberato Filho VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Na prestação de contas de nosso primeiro ano de gestão, ocorrida durante a Assembleia Geral Ordinária, em abril, pudemos apresentar a todos os associados os projetos e feitos da nossa entidade em 2020. Certamente foi um ano de limitações, por conta da pandemia que nos impediu de realizar tantas ações e eventos, dentre eles a Megaleite, mas isso não nos impediu de seguirmos firmes no campo, levando a cada associado todo o nosso conjunto de serviços técnicos. A empresa BDO Auditoria foi responsável pela auditoria das contas fiscais apresentadas e aprovadas. Algumas das ações realizadas em 2020 foram: • Cobrança do CRMS uma única vez por ano;

Márcio Luís Mendonça Alvim 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente 1º. DIRETOR-FINANCEIRO

• Regularização de inconsistências no banco de dados do Serviço de Registro; • Campanha para incentivar os registros de animais GD (Genealogia Desconhecida); • Campanha de redução do valor das multas de comunicações enviadas com atraso; • Lançamento do regulamento para a chancela de leilões; • Megaleite na TV;

Luiz Fernando Reis 2º. DIRETOR-FINANCEIRO

• Campanha para atrair novos associados – mais de 150 novos associados; • Reestruturação do Programa de Fomento/Núcleos; • Criação dos certificados de Ranking Nacional;

Domício José Gregório A. Silva DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

• Novo modelo da pré-seleção de touros, com redução de custo sem perder qualidade; • Lançamento da campanha para incentivar o consumo de leite;

José Renato Chiari DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aurora Trefzger Cinato Real DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS

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• Lives técnicas e webinars. Agora seguimos firmes em nosso segundo ano de gestão e esperamos construir muito mais por essa raça tão fantástica, que é o Girolando. Vamos continuar trabalhando para que as limitações impostas pela pandemia não interfiram tanto em nossos resultados, pois como já se tornou slogan do setor, “o agro não para”. Que continuemos unidos lutando pelo avanço do setor leiteiro!


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EDITORIAL

por Larissa Vieira Editora

É indiscutível a vocação do pecuarista brasileiro para o aprimoramento de raças bovinas. Seja no leite ou no corte, o cuidado com o melhoramento genético que vem sendo adotado aqui, por décadas, garantiu ao Brasil lugar de destaque no mercado internacional de genética. A raça Girolando é um bom exemplo. Apesar de ser ainda jovem, vem evoluindo consideravelmente; um caso de sucesso da pecuária nacional. Não por acaso chega agora aos seus 2 milhões de registros genealógicos, assumindo o posto de raça leiteira nacional com o maior banco de dados do Brasil. O que isso quer dizer? O Serviço de Registro Genealógico é considerado o pilar de qualquer raça, pois é um certificado de origem. Sua aplicabilidade não está imune às mudanças de cada época; pelo contrário, tem um regulamento que está em constante atualização graças à ação frequente de um Conselho Deliberativo Técnico composto por profissionais que entendem profundamente da raça. Aliado a tantas outras tecnologias de seleção, o Serviço de Registro Genealógico cumpre seu propósito de alicerçar a evolução do Girolando. Por isso, nesta edição é ele que ilustra nossa capa. Fomos ouvir quem está nas duas pontas dessa história: o criador e o técnico, para reconstruir os fatos que contribuíram para esse feito e mostrar como as tecnologias

impactaram o registro. Nesta edição também trazemos uma entrevista exclusiva com a especialista em criação de bezerras, Mariana Marcondes. Ela fala sobre colostragem, etapa essencial para o futuro do rebanho e dá dicas de ouro para ter sucesso nessa etapa da criação. Na parte de sanidade, os destaques são o uso da cultura na fazenda, uma ferramenta precisa e dinâmica que ajuda a reduzir casos de mastite no rebanho, e os cuidados para evitar casos de cetose bovina. E um estudo realizado em pequenas propriedades rurais do interior de São Paulo pela Unesp apontou que o uso da ferramenta Lean, que surgiu na indústria automobilística, pode contribuir para aprimorar a gestão da propriedade, melhorando os resultados na sala de ordenha. Gestão financeira é outro tema que abordamos, mostrando uma ferramenta eficiente direcionada para o fluxo de caixa. Você vai acompanhar a história da Fazenda Riacho dos Porcos, que aposta no controle leiteiro como ferramenta de seleção e acaba de conquistar o primeiro lugar no Índice Ideagri por conta de sua eficiência na gestão do rebanho. Ainda temos outros assuntos, vale a pena conferir nas páginas seguintes. Boa leitura a todos.

EXPEDIENTE Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com • Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira (34) 9 9102-7029 artes@mundorural.org • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo. com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira • Impressão CTP: Gráfica 3 Pinti (34) 3326-8000 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Julho e Setembro) • Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com. br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano – financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta revistagirolando

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@ogirolando

girolando.com.br

revistagirolando


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Índice MENSAGEM DA DIRETORIA 04 EDITORIAL 06 GIRO LÁCTEO 10 LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12 CETOSE BOVINA: O QUE É? 18 CAMPEÃO DE EFICIÊNCIA 26 POSSO COMPRAR? UMA FERRAMENTA DE GESTÃO FINANCEIRA 36 FERRAMENTAS LEAN: DA INDÚSTRIA PARA SALA DE ORDENHA 40 OS GANHOS COM IATF 44 TECNOLOGIA NA DETECÇÃO DO CIO 46 NUTRIÇÃO AJUDA PREVENIR ESTRESSE CALÓRICO 50 O AGRO REALMENTE NÃO PAROU 52 TECNOLOGIA COMO ALIADA DO PRODUTOR DE LEITE 54 CRESCIMENTO TAMBÉM NO SETOR FINANCEIRO 56 GIROLANDO KIDS 58 NOVOS ASSOCIADOS 60 CONSELHO 60 FALE CONOSCO 61

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Menos antibióticos e redução de custos? Conheça a cultura na fazenda

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Colostro vale ouro

32 MATÉRIA DE CAPA

Pedigree de valor

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GIRO LÁCTEO

Mercado futuro

A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu-se no dia 10 de maio para discutir, entre outros temas, as oportunidades do mercado futuro e a falta de previsibilidade do preço do leite pago ao produtor. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando foi representada no evento pelo diretor Domício Arruda. Segundo o presidente da Comissão, Ronei Volpi, o mercado futuro é uma forma de o produtor vender o seu produto por um preço já conhecido, garantindo a margem no cálculo dos custos de produção. A previsibilidade dos preços na pecuária de leite é fundamental. O risco de preço foge do controle dos produtores, que não têm como financiar o fluxo de caixa. Há uma diferenciação entre região, produto final e sistemas de produção, o que dificulta ainda mais a previsibilidade dos preços pagos pelo leite. Contas aprovadas Os associados da Girolando aprovaram no dia 27 de abril, durante Assembleia Geral Ordinária, a Prestação de Contas do Exercício 2020. O evento virtual, ocorrido via Portal Web Gi-

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por Miriam Borges

rolando, registrou 83 votos, sendo que a maioria (81) foi favorável ao Balanço e Prestação de Contas do exercício. O Conselho Fiscal já havia dado parecer favorável à aprovação das demonstrações contábeis durante reunião ocorrida em 16 de abril. A empresa BDO Auditoria foi responsável pelo exame das contas apresentadas. Brasil/Austrália O melhoramento genético da raça Girolando foi um dos temas debatidos durante o evento virtual “Tecnologia para o gerenciamento da pecuária bovina”, ocorrido no dia 28 de abril e promovido pelos governos de Minas Gerais e de Queensland (Austrália). A diretora de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Tatiane Tetzner, ministrou palestra durante o Painel 1 – Oportunidades de Negócios Agropecuários em Minas Gerais. Ela abordou os avanços genéticos e o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). O estado australiano é uma região que possui produção pecuária, e cientes de que Minas Gerais possui o terceiro maior rebanho bovino e é a maior bacia leiteira brasileira, os representantes do país da Oceania acreditam que seria extremamente importante um intercâmbio para o estreitamento de relações comerciais e de troca de tecnologias. O evento foi promovido pelo governo de Minas. Cota para leite A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 6 de maio, proposta que cria cota para o leite nacional comprado

para a merenda escolar. A matéria segue para votação no Senado Federal. O projeto prevê que 40% do leite sejam adquiridos de forma fluida (leite líquido higienizado e resfriado), de laticínios locais ou de regiões adjacentes, com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O PL aprovado visa fomentar a cadeia de bovinocultura de leite voltada aos pequenos empreendedores rurais. ExpoZebu 2021

A raça Girolando marcou presença na 86ª edição da ExpoZebu, ocorrida de 29 de abril a 9 de maio, de forma totalmente virtual. O superintendente Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e jurado, Leandro Paiva, participou do painel “Pista em Destaque” que abordou o julgamento e melhoramento genético das raças leiteiras. Ele destacou os avanços da raça e oportunidades no mercado internacional, dentre outros assuntos.


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LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Desidratações

Para mais inovação entre os produtos da UCBVET Saúde Animal, chegou o Sorovita H.O®, hidratante oral que repõe glicose e sais minerais para o restabelecimento e manutenção da hidratação dos bezerros. Ele é indicado para o tratamento de desidratações, principalmente as ocasionadas por diarreias em bezerros. Tecnologias Poupa-Terra 2021 A Embrapa lançou 28 publicações com temas diversos, com destaque para o “Tecnologias Poupa-Terra 2021”. O livro apresenta um conjunto de tecnologias poupa-terra, que são aquelas adotadas pelo setor produtivo e que permitem aumentar a produção agropecuária em uma mesma área, contribuindo com a preservação de áreas nativas (que de outra forma teriam de ser utilizadas para produção do mesmo volume total hoje alcançado). A publicação aborda cadeias de expressiva importância para a exportação nacional e para economia global, dentre elas a pecuária. Fertilizantes Para facilitar a compra e venda de insumos e oferecer melhores preços a todos os tamanhos de produtores rurais, a agtech e fintech LeveAgro lança a primeira plataforma de comercialização de fertilizantes em tempo real do Brasil. Pelo site – www.leveagro.com – o comprador consegue em poucos minutos fazer a cotação do produto, as-

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sinar contrato e efetivar a compra com um prazo de até 180 dias para pagamento. O processo de compra e venda é simples: o comprador faz um cadastro e efetua a cotação instantânea de fertilizantes sólidos (matérias-primas ou formulados NPK). As cotações são gratuitas e ilimitadas. Na sequência ele tem 30 minutos para efetivar a compra e assinar o contrato via e-CPF. A plataforma vende tanto para produtores pessoa física quanto jurídica e consegue um prazo de pagamento de até 180 dias. Estratégias reprodutivas O Concept Plus Leite é um programa levado à frente pela Alta Genetics, que traz vasto número de informações reprodutivas e produtivas da pecuária leiteira nacional. Seu foco é estabelecer referências coerentes com a realidade brasileira e tem como objetivo discutir estratégias reprodutivas, mostrar números, indicadores e envolver pessoas de sucesso no segmento da reprodução. Em 2019/2020, o Concept Plus Leite analisou os dados de 381 fazendas leiteiras, mais de 125 mil animais e cerca de 300 mil serviços aproveitados. Podcast Vozes do Agro

rural, trazidos por especialistas do Sistema Faemg. A novidade é mais uma das ações comemorativas pelos 70 anos da Faemg, em 7 de julho, e estará disponível no site da entidade. Software ILPF A Embrapa Florestas está disponibilizando para download novas versões dos softwares SisILPF para manejo do componente florestal em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Os softwares podem ser usados para gerenciar e planejar o componente florestal de ILPF com eucalipto, pinus, cedro-australiano, mogno-africano e teca. Eles apoiam a tomada de decisões relacionadas a como, quando e quanto desbastar e quando realizar a colheita final. Com base em dados de inventário, os softwares permitem aos usuários simular todas as opções de gerenciamento de componentes de árvore em ILPF; prever a produção presente e futura; conduzir análises econômicas e dar subsídios às decisões sobre as melhores alternativas para manejar a plantação. Além disso, geram gráficos que mostram a quantidade de carbono sequestrado pelas árvores e o cálculo de quantos animais podem ser mantidos no sistema com emissão de metano compensada.Os softwares podem ser baixados no site da Embrapa Florestas (https://www.cnpf.embrapa.br/ software/). Trator movido a biogás

Agora, o produtor pode aprender as tarefas no campo. A Faemg lançou o podcast “Vozes do Agro”. O primeiro episódio tem como tema a Gestão na Pecuária Leiteira. Toda quarta-feira, às 8h, um novo episódio estará disponível com temas de interesse do produtor

A New Holland Agriculture, marca da CNH Industrial, dá mais um passo importante para o avanço de sua agenda mundial como líder na busca por soluções em energia limpa. O trator T6 Methane Power, movido a gás metano,


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LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

deve ser disponibilizado para o mercado em 2021. Testes de campo estão nos estágios finais. Para o mercado sul-americano, a expectativa é de que o trator movido a metano esteja disponível para importação a partir de 2022, especialmente para os mercados do Brasil e Argentina. Esse tipo de trator dá ao produtor rural a possibilidade de utilizar o biogás gerado dentro da propriedade (por meio de um biodigestor, por exemplo) para abastecer o equipamento, aproveitando o chamado ciclo virtuoso da fazenda. E ainda tem a redução dos seus custos operacionais e tranquilidade no gerenciamento das suas atividades, pois se torna autossuficiente em produção e uso de combustível, ficando livre de todas as incertezas do mercado de combustíveis fósseis. Estante Virtual Senar

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançou o aplicativo “Estante Virtual Coleção Senar”, que dá acesso ao conteúdo de mais de 170 cartilhas virtuais utilizadas nos treinamentos de produtores e trabalhadores rurais para a melhoria da produção agropecuária. O aplicativo já pode ser baixado no celular ou tablet nas lojas da Apple e da Play Store. A ferramenta será de uso gratuito e demanda pouco espaço de armazenamento. Uma das vantagens é o acesso ao conteúdo no modo off-line depois de baixado no dispositivo móvel com internet. As cartilhas abordam temas como: bovinocultura, agricultura, apicultura, 16

produção vegetal, equideocultura, fruticultura, gestão e empreendedorismo; grãos, fibras e oleaginosas, horticultura, entre outros. Combate à mastite

crédito, será possível ter uma visão completa do produtor solicitante, com escores de risco de pagamento e risco de produção. Ainda será oferecido um serviço de operação de dados para proteção ao crédito. Balde de Soluções

Relatório feito pela OnFarm, startup que desenvolve um sistema completo para monitoramento e controle da mastite, aponta que o medicamento Ubrolexin®, composto pela combinação de cefalexina monoidratada + monosulfato de Canamicina, tem alta chance de cura no tratamento de mastite bovina. Desenvolvido pela Boehringer Ingelheim Saúde Animal, o Ubrolexin® é um medicamento que combina esses dois antibióticos (cefalexina monoidratada e monosulfato de canamicina). De acordo com Eduardo Pires Macêdo, coordenador técnico especialista de Grandes Animais da empresa, o diferencial do Ubrolexin® é o sinergismo de suas moléculas, que proporcionam tratamento eficaz com apenas duas aplicações, reforçando o compromisso da companhia com o uso racional de antibióticos. Serasa Experian A Serasa Experian amplia sua presença no setor agrícola por meio de soluções de ponta que poderão facilitar o acesso ao crédito aos produtores e fornecer informações completas para a tomada de decisão mais segura e confiável para agentes financiadores. Com investimento inicial de R$ 40 milhões, com a combinação de plataforma de dados, algoritmos e tecnologias proprietárias, a Serasa Experian vai ter novas soluções para toda a jornada de crédito de produtores e credores, sejam cooperativas, bancos ou distribuidores de insumos agrícolas. Para quem oferece

A Biogénesis Bagó reorganizou seu portfólio com foco em performance, saúde e reprodução e vem capacitando de maneira técnica e comercial sua equipe de campo para identificar oportunidades de crescimento com a oferta de soluções da marca para a atividade leiteira. A estratégia inclui uma ferramenta inédita no mercado, intitulada “O Balde de Soluções”, disponível nos formatos físico e digital. Trata-se de um arquivo portátil no formato de um balde de leite que contempla cards com mais de 20 soluções de sanidade, performance e reprodução na pecuária leiteira. Dentro do portfólio da estratégia estão temas sanitários como: colostro de boa qualidade, criação de bezerras, secagem/transição, produção de silagem, afecções pós-parto, doenças do puerpério, protocolos reprodutivos, doenças da reprodução, mastite ambiental, problemas respiratórios, papilomatose, tristeza parasitária, afecções podais, ceratoconjuntivite infecciosa, febre do leite, controle de endo e ectoparasitas, clostridioses e diarreia neonatal.


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ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Colostro vale ouro Além de importante papel no sistema imune, o colostro desempenha função nutritiva e não pode ser negligenciado nas fazendas leiteiras. Então, fomos conversar com uma profissional que fez da criação de bezerras a oportunidade de levar informação ao campo com muita paixão pelos bovinos. A médica-veterinária Mariana Marcondes é formada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) - Bandeirantes e hoje trabalha como especialista Matterna na Genex - Brasil. Ela ainda conta com o Instagram @bezerrinsta, onde sempre publica dicas sobre a criação de bezerras. Nesta entrevista Mariana aborda como fazer uma boa colostragem, os cuidados no armazenamento do colostro e as dicas de ouro para esta fase de vida dos animais.

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Que fatores influenciam na qualidade do colostro que a fêmea vai produzir? Não só a qualidade, mas também o volume é muito importante, dentro das possibilidades da propriedade. É essencial que sejam garantidos conforto (sombra de qualidade, resfriamento, bom espaço de cocho e de cama/pasto); bom consumo de matéria seca, que atenda as necessidades nutricionais da categoria; vacinação na secagem e na entrada do pré-parto, pensando na produção de anticorpos que serão destinados ao colostro e muita tranquilidade. Minimizar os manejos nessa fase é muito importante..

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Quanta diferença faz, de fato, o colostro na saúde das bezerras? Devido ao tipo de placentação dos bovinos, durante a gestação não existe o envio de anticorpos da vaca para a bezerra. Sendo assim, apenas através de uma excelente colostragem a cria irá receber toda imunidade necessária para enfrentar os desafios das primeiras semanas de vida. Outro manejo importantíssimo é a cura de umbigo, que deverá ser feita por imersão total do coto umbilical em uma solução de iodo de 7 ou 10%, que irá desinfetar e desidratar o umbigo, evitando a contaminação ascendente que pode evoluir para abcessos, artrites e onfaloflebites, por exemplo.


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na deve ser prioridade, e isso se aplica a todos os processos, principalmente nos relacionados à alimentação dos animais. Animais com baixo aporte nutricional estão mais suscetíveis a doenças e com toda certeza serão penalizados no desempenho. A qualidade dos alimentos fornecidos será um divisor de águas no processo de cria e recria. Certificar-se da origem do concentrado e do volumoso é muito importante. Vale lembrar que além do leite, água e ração deverão estar disponíveis desde o primeiro dia de vida; a bezerra precisa ser apresentada a diferentes fontes alimentares para que possa aumentar o consumo de acordo com a idade e se preparar para o desmame sem que ocorram perdas no desempenho e ganho de peso.

Quais cuidados tomar na hora de montar um banco de colostro na fazenda? E, depois, como utilizar esse colostro, desde o descongelamento, oferta e prazo de validade? O banco de colostro é algo que, para mim, deveria ser peça fundamental em toda fazenda leiteira. Ocorrem muitas situações no dia a dia que colocam em xeque a colostragem da bezerra, tais como: episódios de pós-parto com mastite, vacas doentes, colostro ordenhado com sangue ou contaminado, volume insuficiente, morte da mãe. Esses problemas podem acontecer e é importante a fazenda estar preparada. As amostras deverão ser coletadas da maneira mais higiênica possível, desde a limpeza e higienização dos tetos até o envase e congelamento. Após a ordenha o colostro deve ser avaliado e se apresentar boa qualidade deverá ser armazenado em pacotes de 1,5 a 2 litros e acomodado em bandejas ou formas para que forme uma “placa”, que no dia seguinte deverá ser descolada e cuidadosamente empilhada, identificada com data e qualidade e armazenada em freezer. Para o descongelamento não é indicado utilizar panelas ao fogo, micro-ondas ou mergulhão, pois altas temperaturas desnaturam e “quebram” as imunoglobulinas. Sendo assim, para o descongelamento correto um banho-maria com temperatura entre 45 e 50°C deverá ser preparado, colocando-se a placa de colostro mergulhada para descongelar lentamente até que atinja temperatura entre 38 e 39°C e então seja fornecido via mamadeira ou sonda para a bezerra. Amostras bem acondicionadas podem durar de seis meses a um ano. Hoje existe disponível no mercado o colostro bovino em pó, um produto 100% natural que também se encaixa nessa etapa da vida da bezerra.

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Mariana Marcondes

Você tem um perfil no Instagram onde orienta sobre a criação de bezerras. Se fosse resumir as informações que divulga no Bezerrinsta, quais são as dicas de ouro para ter sucesso nessa fase do animal? Gosto muito de utilizar os 5c’s como norte – essa metodologia americana nos auxilia muito – e acredito que todos eles são fundamentais para o sucesso na criação de bezerras. São eles: Colostro, Cuidados com limpeza, Conforto, Calorias e Constância. Quando esses pontos são executados com excelência, os mais diversos sistemas de criação de bezerras são capazes de obter sucesso. Ah, outra coisa muito importante! Bezerras são como crianças e precisam de muito amor, carinho e atenção.

Diversos sistemas e práticas de manejo de animais em aleitamento estão sendo adotados com o objetivo de reduzir o custo com a criação deles. A grande variedade de dietas líquidas disponível pode resultar em problemas de sanidade e de nutrição, resultando em baixos desempenhos? Com certeza. Dentre as diretrizes de uma boa criação de bezerras, a roti-

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Depto. de Marketing UCBVET Saúde Animal DIVULGAÇÃO

SANIDADE

CETOSE BOVINA: O que é? Vacas no pós-parto têm maior incidência de cetose

Doença metabólica que acomete principalmente vacas leiteiras de alta produção, causando muitos prejuízos econômicos A cetose bovina é uma doença metabólica muito comum em rebanhos leiteiros e pode ser conhecida como acetonomia, acetonúria e hipoglicemia. Ela causa desordem no metabolismo dos carboidratos e lipídeos e aumenta os corpos cetônicos no sangue. Acomete principalmente vacas leiteiras de alta produção que estejam no período de transição. Alguns estudos apontam maior incidência (48,5%) da cetose em vacas no pós-parto, pois nessa fase as vacas sofrem alterações fisiológicas, hormonais, metabólicas e anatômicas. Essas alterações ajudam 20

no aparecimento de doenças metabólicas, implicando na diminuição da produção de leite, em prejuízo no desempenho reprodutivo e em aumento na taxa de descarte do rebanho. No período de transição há aumento na demanda de energia devido ao crescimento fetal e à lactogênese. Normalmente nos dias que antecedem o parto há declínio no consumo de alimentos e aumento da demanda energética, resultando em um balanço energético negativo (BEN) no início da lactação. Para suprir esse déficit de energia, as vacas utilizam de suas re-

servas corporais, como por exemplo, a gordura. No início da lactação, a glicose é retirada da circulação sanguínea para síntese da lactose do leite, o que estimula indiretamente a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo, tendo ainda mais oxidação desses ácidos no fígado. Quando a produção de corpos cetônicos ultrapassa a capacidade de sua utilização pelos tecidos periféricos, eles se acumulam, desenvolvendo o quadro clínico ou subclínico de cetose bovina. Consequentemente, os níveis de ácidos graxos livres (AGL) no sangue aumen-


tam, o animal perde peso e reduz o seu consumo de alimentos, refletindo diretamente na reprodução e na produção de leite. A cetose bovina pode se apresentar no rebanho de duas formas: subclínica e clínica. A cetose bovina subclínica é definida pela alta concentração de corpos cetônicos no sangue, mas sem o aparecimento de sinais clínicos. Na cetose bovina clínica identifica-se a redução da ingestão de alimentos e diminuição de 10 a 40% na produção de leite. Em casos mais severos, pode ocorrer perda rápida de peso, letargia e hiperexcitabilidade, odor de corpos cetônicos no leite, na respiração e na urina, hipoglicemia, hipoinsulinemia, altos níveis de AGL no sangue, fezes secas e firmes, podendo causar a morte do animal. A cetose bovina subclínica ocorre em maior porcentagem, comparada à cetose bovina clínica, porém, muitas vezes ela passa despercebida e causa prejuízos à saúde do animal e econômicos.

Várias são as causas da cetose bovina, lembrando que ela pode se apresentar de maneira espontânea, alimentar e secundária. A cetose bovina pode ser mensurada através do monitoramento da BHBA (beta-hidroxibutirato no sangue) nos 3º, 7° e 12º dias pós-parto. Sendo que 0 – 1,3 mmol/L é o valor que indica a ausência de cetose e mais de 3,5 mmol/L, indica cetose severa. Ela pode ser detectada através da quantidade de corpos cetônicos presentes no leite e na urina, sendo na urina a maneira mais eficaz de detectá-la, devido à quantidade de corpos cetônicos excretados na urina ser muito maior do que no sangue e no leite e é um teste rápido. A colina protegida é um produto que pode ser oferecido na dieta no pré e no pós-parto, melhorando a saúde do fígado das vacas suplementadas. Outro aditivo muito utilizado é o propionato de cálcio ou o ácido propiônico, que auxiliam na utilização da gordura mobilizada para o fígado, transformando-a em glicose.

O uso da suplementação com vitamina B3 tem mostrado eficiência em vacas predispostas à cetose e com baixo consumo de alimentos no início da lactação. O propilenoglicol (PPG) aumenta a quantidade de propionato e aminoácidos produzidos pelo rúmen, que são precursores da gluconeogênese, aumentando, assim, a quantidade de glicose e lactose disponíveis e consequentemente a produção de leite. Ele também pode ser administrado dias antes do parto. A monensina sódica tem sido utilizada para alterar beneficamente a fermentação ruminal, favorecendo a participação do propionato no rúmen. Vacas que receberam a BST na lactação anterior apresentaram maior consumo de alimentos, menores concentrações de AGL e de corpos cetônicos e leve aumento da glicemia em relação às vacas que não receberam. A BST pode auxiliar na redução da mobilização de gordura após o parto. O recomendado para prevenção da

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RAÍZES RURAIS

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Vacas em transição sofrem alterações fisiológicas, hormonais, metabólicas e anatômicas e precisam ser monitoradas

cetose bovina é manter as vacas secas com um escore corporal adequado, por volta de 3 a 4, evitando um animal muito magro ou muito gordo no início da lactação. Vários outros fatores ligados à nutrição animal aumentam a incidência de cetose em rebanhos leiteiros, por isso é importante realizar o pré e o pós-parto corretamente, dando ênfase às exigências nutricionais relacionadas à proteína, energia, minerais, vitaminas e aditivos. Dessa forma, consegue-se reduzir a ocorrência de outras doenças metabólicas no período de transição, melhorando a eficiência reprodutiva do rebanho e explorando melhor o potencial genético dos animais. Assim, as fazendas se tornam mais lucrativas e com índices de produtividade maiores. O tratamento para a cetose bovina tem como objetivo elevar os níveis de glicose no sangue do animal, de forma a diminuir a mobilização de gordura para o fígado. Nos casos de cetose bovina leve ou moderada recomenda-se o uso oral de 300ml de precursor de glicose (propileno glicol) durante três dias consecutivos. Para quadros de cetose severa, a dose de propileno glicol é de 500ml, via oral, durante cinco dias. É importante o monitoramento dos níveis de glicose e corpos cetônicos na urina e no sangue, uma a duas vezes ao dia. O tratamento será interrompido 22

quando os corpos cetônicos deixarem de ser detectados e a glicemia estiver em nível normal. Assim, a glicose e a insulina circulantes são aumentadas e auxiliam na volta do equilíbrio energético do animal e de seu consumo de alimentos. O uso de precursores de glicose (Cortvet®) tem a função de fornecer energia ao animal debilitado, porém seu uso em excesso afeta a flora ruminal, diminuindo os movimentos ruminais e pode causar diarreia. Eles também possuem efeito hiperglicemiante, fazendo com que os sinais clínicos desapareçam e podem aumentar a produção de leite na ordenha seguinte. No entanto, essa hiperglicemia dura por volta de duas horas, ocorrendo recidiva dos sinais clínicos e uma nova quebra da produção leiteira. Por isso, repetir a administração é aconselhável, diminuindo as recidivas. Recomenda-se o uso de glicocorticóides (20mg ou 0,04mg /kg de peso vivo de dexametasona Cortvet®) em dose única, podendo ser repetida de 2 a 3 dias após a primeira administração. A adição de cobalto e vitamina B12 à dieta de animais com cetose bovina pode ser uma opção. A deficiência de cobalto e de vitamina B12 desencadeia a doença, pois interfere no metabolismo do propionato. A administração da

insulina em conjunto com glicose ou um glicocorticóide também é eficiente, pois facilita a captação de glicose, anula o metabolismo dos ácidos graxos (AG) e estimula a gliconeogênese hepática. A nicotinamida usada após o parto reduz corpos cetônicos e AG no sangue e aumenta a glicose sanguínea. Colina e L-metionina também podem ser administradas como aditivos nos tratamentos. Como exemplo, temos o antitóxico UCB injetável® que auxilia no tratamento de afecções hepáticas. Ele possui acetilmetionina, colina, riboflavina, piridoxina, nicotinamida e dextrose e normalmente é administrada a quantidade de 100ml por via intramuscular profunda ou intravenosa lenta. O prognóstico irá depender da gravidade da doença. Em casos mais leves os sintomas podem diminuir com alimentação adequada. Em casos graves deve-se realizar terapia adequada. Um bom prognóstico também dependerá da associação da cetose bovina a outras doenças, como por exemplo: hipocalcemia, metrite, deslocamento de abomaso, etc. Para que o animal se recupere e o tratamento seja eficaz é necessário que haja fornecimento de alimento palatável e de boa qualidade.


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Raquel Maria Cury Rodrigues - Zootecnista.

ONFARM

SANIDADE

Menos antibióticos e redução de custos? Conheça a cultura na fazenda Processo de inoculação da amostra de leite na placa

Mastite. Talvez seja essa a palavra entre os produtores de leite que mais os deixa de “cabelos em pé” e faz com que percam noites de sono. São tantas as consequências oriundas desse problema sanitário em uma propriedade que realmente o assunto 24

sempre deve se manter em pauta. As pesquisas não param (que bom!) e as soluções apresentadas também. Sorte do produtor, que com tantos desafios para enfrentar no dia a dia da leiteria, pode contar com novas e aliadas tecnologias.

Uma delas é a cultura na fazenda – ferramenta de característica precisa, dinâmica e ágil – na qual o produtor identifica os principais agentes causadores de mastite em 24 horas na própria fazenda. A ideia da solução traz simplicidade e segurança para as


análises na propriedade e com baixo custo operacional. Vários projetos de avaliação da tecnologia apontam para uma relação custo-benefício acima de 1:5; ou seja, a cada R$1,00 investido na tecnologia, o retorno é de R$5,00. E são inúmeras as vantagens dessa prática. Primeiramente o tratamento racional com antibióticos nos casos de mastite clínica e o controle da mastite subclínica, fato que contribui com a situação financeira do produtor e, claro, com a saúde das vacas. Falaremos sobre isso adiante. É sabido que o controle de mastite se configura entre as grandes dificuldades nas fazendas, porém, a boa notícia é que o problema agora pode ser enfrentado dentro da porteira e sempre em prol da melhor qualidade do leite. A ideia é que a mastite não seja mais taxada como um bicho de sete cabeças, mas, sim, como um gargalo rotineiro de quem está envolvido na atividade. O pulo do gato é enfrentá-la com informações extremamente precisas e especializadas. E como funciona o tratamento racional e mais criterioso dos antibióticos? Clinicamente, quando um animal apresenta um quadro de mastite, além da perda de produção de leite, este último precisa ser descartado devido ao tratamento com antibióticos. Com o uso da cultura na fazenda, o tratamento passa a selecionar as vacas que de fato necessitam do

medicamento, o que reduz sua administração em cerca de 50% e evita o descarte do leite que seria feito. É importante ressaltar a importância dos antibióticos em uma fazenda leiteira, porém, a cultura na fazenda incentiva o uso deles na medida, nem mais, nem menos. Outro benefício claro é a redução de resistência bacteriana, desfecho conhecido quando há um uso irresponsável de antibióticos. E não menos importante, contribui com a transparência na origem do problema, já que é possível reconhecer se as bactérias encontradas no resultado são mais propensas a estarem instaladas no ambiente, manejo ou equipamentos. De quebra, o produtor passa a ter a oportunidade de preventivamente agir nos principais focos da doença, elevando e conduzindo a propriedade a outro patamar de competitividade. Nesse contexto, vale destacar que a mastite pode ter cura espontânea em algumas vacas e isso dependerá da imunidade das mesmas e do agente responsável pela infecção. Assim, é possível concluir que não será necessário o uso de antibióticos em todos os casos. Acompanhando a saúde desses animais após o desaparecimento dos sinais clínicos, o leite novamente “vai pra jogo”, reduzindo o descarte. Antes, todas as vacas que apresentavam grumo eram tratadas imediatamente, mas a cultura na fazenda re-

verteu tal prática visto que essa ação passa a depender do grau da infecção e da cultura pronta em mãos. Identificando precocemente e com confiabilidade os casos leves e moderados da doença no rebanho, é possível a elaboração de um programa para tratar seletivamente a mastite clínica. Essa prática promove redução considerável dos custos da enfermidade e ganhos econômicos à produção. Mas e com relação à mastite subclínica? Como a cultura na fazenda contribui nesses casos? Nessa ocasião, ela também identifica as fontes de infecções das bactérias e seleciona as vacas que realmente necessitam de tratamento. Lembram-se do “nem mais, nem menos”? Aqui também se aplica! Com relação à secagem, contribui na avaliação da eficiência da terapia utilizada pelo produtor e ajuda a definir o protocolo da atividade para as vacas. E mais uma vez priorizando a agilidade para a tomada de decisão, identifica rapidamente as vacas infectadas por bactérias contagiosas, tanto na cultura do lote pós-parto como também nas vacas com alta contagem de células somáticas (CCS) ou que apresentaram resultado positivo no teste de CMT. Por fim, ajuda na seleção do rebanho, já que identifica vacas com patógenos que não respondem aos anti-

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ONFARM

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Cultura identifica os principais agentes causadores de mastite em 24 horas

bióticos. É interessante ressaltar aqui para os leitores que a grande maioria das bactérias contagiosas está presente na forma subclínica da mastite e o intuito da cultura na fazenda é que elas não passem despercebidas, não sirvam de veículo e não comprometam os animais saudáveis. O intuito maior é preservar a saudabilidade do plantel, sempre! De maneira bastante resumida, a cultura na fazenda almeja que o homem do campo gere informações de maneira mais veloz na sua propriedade para que assim tome decisões bem mais assertivas, renda mais e produza matéria-prima de excelência para o mercado. Parceria para combater a mastite A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e a empresa OnFarm firmaram parceria para estimu26

lar os produtores que trabalham com a raça a ter mais controle da mastite em seus rebanhos. Os associados têm direito a desconto de 10% nas mensalidades dos sistemas de cultura na fazenda da OnFarm. As ferramentas oferecidas permitem não só o controle da mastite, mas também o uso racional de antibióticos e melhoria da qualidade do leite. Curiosidades e contato A comunidade de OnFarmers atualmente é composta por 1.200 produtores localizados em todo o País. Essa turma está desbravando e usufruindo positivamente de novas maneiras de combater a mastite, sempre baseada em informação e dados concretos da fazenda. Valores estimados com base na quantidade de testes comercializadas

no período de janeiro a julho de 2020 apontam que o impacto potencial da OnFarm no ano inteiro de 2020, na redução de uso de antibióticos, foi de cerca de 54% no tratamento de mastite clínica, gerando 5,4 milhões de litros de leite não-descartados e 157 mil bisnagas de antibióticos não-utilizadas. Estima-se que a economia com o descarte de leite totalizou R$9,5 milhões e com a compra de antibióticos foi poupado R$1,7 milhão. A economia total foi de R$11,2 milhões entre os OnFarmers avaliados. Considerável, não? Os interessados em participar da promoção da Girolando devem entrar em contato com a empresa OnFarm pelo número (19) 97144-1818 (Whatsapp). Mais informações podem ser obtidas no endereço eletrônico http://onfarm.com.br/.


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Larissa Vieira

LÉO DA BOI VIRTUAL

CONTROLE LEITEIRO

Campeão de eficiência Rebanho da Fazenda Riacho dos Porcos

Criatório de Girolando conquista primeira colocação no 9º Índice Ideagri do Leite Brasileiro, mostrando que qualidade genética e boa gestão do negócio são o caminho para estar entre as fazendas de grande eficiência produtiva 28


LÉO DA BOI VIRTUAL

Criador José Coelho da Rocha e os filhos Carlos e Henrique

e o Perfil 3, para rebanho mestiço. “A nossa seleção busca animais rústicos, férteis, longevos e produtivos. E, o mais importante, rentáveis. Aliado a isso, utilizamos os dados gerados pelo

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Quando decidiu selecionar a raça Girolando, a família do criador José Coelho da Rocha estava em busca de animais rústicos e produtivos nos dois sistemas de produção da fazenda (pasto e confinamento). Localizada no município de Morro da Garça, na região central de Minas Gerais, a Fazenda Riacho dos Porcos tinha um rebanho de vacas Holandesas e cruzadas e decidiu inseminar as puras com renomados touros Gir Leiteiro da época, para produzir animais Girolando. “No ano de 2010, recebemos a visita do técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, André Junqueira. Foi quando começamos a registrar todo o rebanho”, lembra Carlos Rocha, que junto com o irmão Henrique, comanda o criatório Girolando JCRF. Uma história acompanhada pelo pai, o associado da Girolando José Coelho da Rocha, que passou o comando dos negócios para os dois filhos há 15 anos, mas não perde de vista a evolução da raça ao longo desse período. Com orgulho, ele viu a Fazenda Riacho dos Porcos conquistar a primeira colocação na 9ª edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB), cujo resultado foi anunciado em abril. Com 8,91 pontos, a propriedade teve a maior nota de todos os três perfis avaliados pelo IILB, sendo o Perfil 1 voltado para rebanhos bovinos de raça europeia; o Perfil 2, para rebanho Intermediário;

software Ideagri na tomada de decisão, pois temos todos os relatórios que precisamos com muita facilidade. Atribuímos também essa conquista à dedicação, empenho e muito trabalho de toda nossa equipe”, assegura Carlos. O Índice Ideagri avaliou 1.130 rebanhos leiteiros no País e apontou que os produtores que se colocam entre os 10% mais eficientes são melhores que a média dos produtores em todos os 12 indicadores-chave da publicação, sendo que em seis deles apresentam diferenças de eficiência superiores a 20%. “Em 2018, a diferença de 20% era presente em apenas dois desses indicadores”, diz Heloise Duarte, diretora de Operações da Ideagri e responsável pelo levantamento. “Os bons, sejam pequenos, médios ou grandes, estão ficando mais eficientes e crescendo”, afirma. Os resultados mostram que os produtores de leite supereficientes estão alargando sua vantagem de produtividade em relação às fazendas geridas profissionalmente do Brasil. Os 1.130

Plantel do Riacho dos Porcos apresentou índices de produção acima da média

Acesse o Relatório de Lactações Encerradas Basta apontar a câmara do seu celular para o QR code abaixo para visualizar o documento completo. Se preferir, acesse pelo site da Girolando (www.girolando.com.br).

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IDEAGRI

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Heloise Duarte, diretora de Operações da Ideagri

in Vitro (FIV) é destinada à produção de exemplares CCG 1/2 para fazer a reposição de matrizes do criatório. Já no sistema de seleção entram ferramentas como o Controle Leiteiro Oficial, que é realizado desde 2014. “Com o Controle Leiteiro, podemos ofertar para o mercado doadoras com lactação aferida e comprovada. Também oferecemos reprodutores com mamães provadas por essa importante ferramenta de seleção”, destaca Carlos. Segundo ele, os dados referentes à qualidade do leite (proteína, gordura e CCS) fornecidos pelo Controle Leiteiro tornaram a ferramenta ainda mais eficiente. “É mais uma forma de seleção do rebanho de grande importância e que será cada vez mais valorizada pelo mercado”, garante o criador. A gestão eficiente na pecuária leiteira, como comprova a experiência do criatório de Girolando, é primordial para quem quer se manter no mercado, com rentabilidade e produtividade. Na opinião da diretora de Operações da Ideagri, produtores sem gestão profissional encontrarão cada vez mais LÉO DA BOI VIRTUAL

rebanhos somam 298 mil matrizes, responsáveis pela produção de 5,8 milhões de litros de leite por dia (ou 2,1 bilhões de litros por ano, o equivalente a 6,3% de todo o leite do País). “Isso quer dizer que são fazendas com um grau razoável de gestão”, diz Heloisa. A produção de leite das fazendas avaliadas foi de 23,44 litros por vaca por dia, contra 28,76 litros/vaca/dia das fazendas classificadas entre as 10% melhores do grupo, uma diferença de 22,7% em favor das mais eficien-

tes. “Usamos piquetes rotacionados nas águas e pista de trato no inverno, alcançando bons resultados nos dois sistemas de produção. A média está em 28kg/leite no inverno e em 23kg/ leite nas águas”, diz Carlos. Com 410 animais no total, sendo 190 vacas em lactação, a Fazenda Riacho dos Porcos conta com um rebanho predominante da composição racial CCG 1/2 e CCG 3/4. Nas fazendas Top 10% do IILB, a taxa de prenhez (o número de vacas que emprenham em relação ao número de vacas aptas a emprenhar) é 47,0% maior. E nas fazendas Top 10%, vacas e bezerras morrem menos e iniciam seu período de lactação mais cedo. “Quando você soma todas essas vantagens, o diferencial em termos de negócio é gigante”, afirma Heloisa. A Fazenda Riacho dos Porcos investe em biotecnologias de reprodução para acelerar o ganho genético do rebanho. Enquanto a Inseminação Artificial (IA) é utilizada para produzir os animais CCG 3/4, para comercialização em seu leilão anual, a Fertilização

Rebanho da Riacho dos Porcos é formado por animais CCG 1/2 e CCG 3/4.

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dificuldades para se manter economicamente viáveis no setor. O IILB-9 comprova o que vem sendo mostrado por outros dados estatísticos do setor do leite. O levantamento TOP 100, realizado pela Milkpoint e que ranqueia os 100 maiores produtores de leite do Brasil, descobriu, por exemplo, que a “linha de corte” do centésimo colocado em 2020 foi a produção de 11.823 litros de leite por dia, 16% superior aos 10.200 litros/dia do centésimo coloca-

do em 2019. O IILB também confirma essa evolução. O índice geral calculado por média ponderada dos 12 indicadores de produtividade aponta que, nesta 9ª edição, os top 10% alcançaram nota de 7,27 pontos em 10 possíveis. “Na média, o índice alcançou 4,50 pontos, a melhor pontuação desde março de 2019, quando o IILB foi lançado e quando o índice foi de 3,94 pontos”, lembra ela.

Para a família do associado José Coelho da Rocha, a vitória do criatório nesta edição do IILB só confirma a vocação da raça Girolando em impulsionar a pecuária leiteira do País. “O nosso negócio é familiar, mas investindo em genética de qualidade e em tecnologia temos a alegria de crescer com o apoio dos nossos pais. Fazemos uma gestão já pensando na sucessão do negócio”, conclui Carlos.

Bem-estar animal melhora eficiência O Índice Ideagri comparou também dados de eficiência de fazendas com o selo Bem-Estar Animal, concedido pelo programa de certificações #bebamaisleite. “O resultado confirma o que prevíamos: há ganhos de eficiência e qualidade nas fazendas certificadas. Isso é importante porque o conceito de boas práticas produtivas ganha força na opinião pública e já há consumidores dispostos a comprar produtos certificados com esses quesitos”, informa Heloise Duarte. Entre os rebanhos avaliados no IILB-9 estão nove fazendas certificadas e estas, coletivamente, alcançaram nota média geral de 5,31 pontos, 18% melhor em relação à nota média geral do IILB-9 (4,50 pontos). Isso indica que o desempenho médio geral das fazendas certificadas foi superior à média geral das 1.130 fazendas avaliadas no IILB-9. Um dos indicadores que destaca as fazendas certificadas das demais é a taxa de mortalidade de vacas (19%), significativamente menor. “Esta diferença é um indicativo de que fazendas que oferecem boas práticas de conforto e bem-estar animal para as matrizes podem obter maior longevidade para os animais”, explica Heloise. Outra diferença: a taxa de prenhez nas fazendas certificadas é 18% superior à média geral do IILB-9. A taxa de prenhez engloba a taxa de concepção e a taxa de serviço e reflete, de forma muito clara e rápida, o resultado de todos os manejos da fazenda, não só os reprodutivos. Além disso, tem enorme impacto na rentabilidade do sistema de produção. “Cada dígito a mais nesse importante indicador deve ser avaliado de forma muito positiva”, avalia a diretora da Ideagri. Heloise Duarte aponta também a taxa de sobrevivência de bezerras, importante indicador no qual as fazendas certificadas apresentam números 8,38% melhores. “A cada 100 bezerras nascidas nos rebanhos certificados, 11,70 morrem antes de completar um ano, enquanto na média geral, morrem 12,77 a cada 100”, compara ela. “O saldo é de uma bezerra viva a mais, a cada 100, nos rebanhos certificados.”

Parceria confirmada A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e a Ideagri firmaram parceria para 2021. A agtech é a nova Parceira Master da entidade, passando a desenvolver em conjunto trabalhos de promoção das tecnologias do setor. Para o presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho, a parceria com a Ideagri ocorre em um momento muito importante para a pecuária leiteira nacional, em que a gestão é um dos fatores decisivos para o sucesso dos negócios. “Esse sempre foi um gargalo em muitas propriedades leiteiras. Por isso, a Girolando vem atuando em conjunto com a Ideagri nos últimos anos, e agora essa parceria consolida-se ainda mais para que possamos levar informações relevantes para nossos associados”, assegura o presidente. O software Ideagri foi o primeiro a ser integrado ao banco de dados da Girolando, o que ocorreu em 2019. Atualmente, é usado em mais de 5.000 fazendas no Brasil. “O pecuarista precisa ter atenção na gestão de seus negócios e de seu plantel, tanto financeiramente quanto zootecnicamente. E o software Ideagri faz a integração direta da comunicação de animais, relativa a dados tais como monta natural, inseminação, nascimento, parto, para a associação”, destaca o médico-veterinário e Head de Negócios 2B2 da Ideagri, Henrique Rocha.

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Larissa Vieira

CARLOS LOPES

MATÉRIA DE CAPA

Pedigree de valor Girolando é a única raça leiteira do Brasil a chegar à marca dos 2 milhões de controles e registros genealógicos e avança alicerçada por um Serviço que está sempre em evolução para garantir a consolidação de seu rebanho nacional Você construiria um imóvel em um terreno que não fosse sólido? Certamente não, pois a intenção é que ele perdure por gerações. E na pecuária também é assim. Fazendo analogia entre a construção e a consolidação de uma raça bovina leiteira, é preciso de ter um terreno sólido para alicerçar a evolução genética de um rebanho. “O registro genealógico é a base de qualquer raça e em cima desse ‘alicerce’ o criador deve construir a estrutura de produção, o valor genético 34

dos indivíduos, dentre outros pontos de seu plantel”, orienta o zootecnista e técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Limirio Bizinotto. Em 30 anos atuando no Serviço de Registro Genealógico da entidade, ele já percorreu as mais variadas regiões do Brasil e viu essa ferramenta evoluir para acompanhar as demandas da raça e do mercado. “Nos primeiros anos do Serviço, quem registrava os animais estava mais em busca da

isenção de impostos na venda de bovinos para outros estados, o que era concedido para animais com registro, principalmente para as regiões do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Existia, na época, também muitos financiamentos para compra de gado leiteiro. Era o começo de uma raça; ainda não tínhamos touros provados e nem um volume maior de estudos e resultados para realmente consagrar e trazer maior confiabilidade no incremento da utilização do touro Girolan-


gar à raça sintética reconhecida pelo Mapa, que é o animal com 62,5% de composição racial Holandês e 37,5% de Gir, ou seja, a composição racial 5/8. “Até criamos o slogan ‘A raça certa no grau exato’”, diz o pecuarista. A história da Morro da Mandioca com o Girolando começou antes mesmo dos primeiros registros. “O meu pai, que faleceu em 1988, já direcionava alguns cruzamentos para a produção de Girolando desde que adquiriu a propriedade nos anos sessenta, antes de eu nascer. Eu dei sequência ao trabalho e já tinha os ensinamentos dele e alguma experiência sobre os animais que dariam certo em uma propriedade com topografia muito acidentada e criação extensiva”, conta Olavo. Como o criatório não é grande, o criador percebeu logo que teria de fazer uma seleção criteriosa para se destacar no mercado, e não ser apenas mais um na multidão. O foco principal da Morro da Mandioca é a evolução genética contínua e crescente dos animais Girolando. Para isso, as ferramentas de seleção do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG) são utilizadas. O Controle Leiteiro Oficial é realizado desde 1996. Também participa como rebanho colaborador do Teste de Progênie desde 1998 e com touros inscritos na prova zootécnica. Nos últimos dois anos incorporou a genômica, que reforça a seleção genética tradicional utilizada para identificar os melhores exemplares, incluindo o valor genético das vacas disponibilizado pelo PMGG. “Valorizo muito a longevidade da raça, que é pouco explorada pela maioria dos produtores. Segundo trabalhos realizados, o pico

de produção leiteira da raça tende a ser entre os 7 e os 10 anos de idade ou entre a quinta e a sétima cria. A vaca Girolando tende a parir e produzir tranquilamente até os 15 anos, pelo menos”, atesta Olavo. Em seu trabalho diário de registro genealógico, o técnico Limirio Bizinotto vem orientando os criadores a unir certificação de origem e melhoramento genético constante. “À medida que o pecuarista vai tendo conhecimento dos dados dos animais, ele pode redobrar a atenção sobre as melhores vacas do plantel e direcionar e otimizar os melhores acasalamentos. Outra preocupação deve ser em adotar um sistema de produção que seja mais adequado para o projeto pecuário, buscando aquele modelo que permitirá aos animais expressar de forma máxima sua qualidade genética, tudo isso aliado a um custo/benefício mais satisfatório”, ressalta. Nos primeiros anos do Serviço de Registro Genealógico, o técnico tinha de focar seu trabalho de inspeção nas características morfológicas, já que a maior parte dos bovinos não tinha informações de genealogia e era preciso garantir a consistência animal da raça. Atualmente, o acesso às informações de cada bovino, diretamente do banco de dados da Associação, feito via tablet, tem permitido que os técnicos direcionem os atendimentos de inspeção para garantir exemplares de maior qualidade zootécnica, junto com as características morfológicas exigidas pelo padrão racial. “Hoje, trabalhamos com uma história muito mais rica de informações. Verificamos se as informações do animal condizem com os dados da planilha e a

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do, principalmente”, conta Bizinotto. Segundo ele, em torno de 80% dos animais registrados eram de Genealogia Desconhecida (GD), pois a raça estava iniciando sua formação. O Serviço de Registro Genealógico da Girolando teve início em 1989, com o fim do programa Procruza. Naquele ano, foram registrados 7.804 animais, sendo 7.070 na categoria GD. A cada ano, o volume geral de registros foi crescendo, sendo que a partir de 2010 o número de animais de GD dentro do Controle/Registro Definitivo foi sofrendo um decréscimo enquanto os de Genealogia Conhecida (GC) tornaram-se os de maior volume. Essa virada coincide com a divulgação dos resultados dos primeiros grupos de touros provados pelo Teste de Progênie, que iniciou em 1997 e a partir de 2004 passou a anunciar anualmente os dados dos reprodutores avaliados. “Isso deu mais confiabilidade para os criadores usarem os touros da raça, principalmente depois da divulgação dos três primeiros grupos testados. O aumento do volume de dados do Controle Leiteiro também contribuiu bastante para esse cenário”, explica o técnico da Girolando. Segundo ele, o mercado é muito dinâmico. “Um animal sem selo de origem não tem confiança, isso vale para qualquer tipo de produto”, alerta Limirio. Quem acompanhou de perto essa evolução do Serviço de Registro Genealógico e a valorização que ele trouxe para a raça foi o criador Olavo de Resende Barros Júnior, da Fazenda Morro da Mandioca, em Oliveira/ MG, a 150km de Belo Horizonte. “A primeira visita técnica foi feita pelo saudoso técnico da Girolando, Jesus Lopes Júnior, em 26 de abril de 1991. Quem me sugeriu registrar o rebanho foi o meu primo Mário Lúcio Barros Borges. Ele era associado da Assoleite [hoje Associação Brasileira dos Criadores de Girolando] e tinha uma leiloeira na qual eu via que os animais ali comercializados, alguns parecidos com os meus, davam muito mais preço do que eu conseguia em minha região na comercialização com os chamados catireiros”, lembra Olavo. Além de perceber essa tendência do mercado de valorizar os animais registrados, o criador foi orientado a realizar cruzamentos, buscando che-

Técnico Limírio Bizinotto durante atendimento na Fazenda Tropical, em Uberlândia/MG

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Criador Olavo Júnior investe no registro do rebanho da Fazenda Morro da Mandioca

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acariciar os animais, interagindo com eles. Amo as minhas vacas, novilhas e bezerras e as conheço muito bem, sabendo de cor a genealogia de todo o plantel atual e também dos animais antigos”, informa o criador. A produção leiteira é, obviamente, uma das principais ferramentas para a seleção do criatório, mas a fertilidade também é um critério de peso por ter boa herdabilidade. Tendo o pedigree como selo de

Vantagens do Registro Genealógico • Identificação oficial dos animais; • Proporciona o controle de consanguinidade do rebanho; • Concede informações fundamentais para realização de acasalamentos, integrando a genealogia do animal; • Identificação e seleção de animais superiores para evolução do rebanho, associando a genealogia do animal; • Documento exigido para obtenção de financiamentos e linhas de crédito especiais junto a instituições financeiras; • Valorização econômica dos animais; • Participação em exposições e leilões oficiais da raça. DIVULGAÇÃO

maior parte do tempo do serviço pode ser gasta verificando estrutura corporal, biotipo leiteiro, pedigree, dentre outras características. Atualmente, a maioria dos animais são registrados como Genealogia Conhecida e o número de animais descartados, por conta de alguma característica não permissível, é bem menor, o que mostra um trabalho de seleção bem-feito pelos criadores. Eles sabem que o registro é uma ferramenta insubstituível para conhecer o rebanho, evitando consanguinidade, e direcionar acasalamentos, utilizando as famílias mais interessantes para o objetivo do criatório”, orienta Limirio. No caso da Fazenda Morro da Mandioca, os cruzamentos são direcionados para a formação da raça propriamente dita, obtendo animais Girolando (5/8 e Puro Sintético), que representam 75% do plantel. Os outros animais são das composições raciais CCG 1/4, CCG 3/8, CCG 1/2 e CCG 3/4, direcionados para a futura produção de 5/8. “Gosto de usar algumas linhagens diferentes oriundas do Gir e do Holandês que não são tão utilizadas dentro do Girolando para tentar sempre fazer alguma coisa diferente”, destaca Olavo. Entre machos e fêmeas o criatório conta com um rebanho entre 120 e 130 cabeças. As vacas em lactação giram em torno de 40 exemplares. “Preciso de animais fortes e rústicos para subir e descer os morros da propriedade, já que a criação segue semiextensiva. O manejo é simples e a produção natural, sem forçar demais as vacas, o que aumenta a sua vida produtiva. Docilidade dos animais leiteiros também é algo que valorizo e considero fundamental. Aprecio poder andar tranquilo pelo curral e pastos, podendo

origem, a raça vem avançando geneticamente para atender um mercado que é muito dinâmico. Segundo o técnico da Girolando, a homogeneização da raça mudou da água para o vinho nos últimos 15 anos e de forma pulverizada pelo País. “A cada ano que passa, deparamos com plantéis de extrema qualidade, e não é uma questão local, está em todo o Brasil. Os criadores têm selecionado o que há de melhor e a FIV jogou isso para o mercado de forma muito veloz e ampla”, destaca Limirio. Para quem está começando a formar um rebanho Girolando, a dica do técnico é estudar e conhecer bem a pecuária leiteira antes, buscar apoio da Associação e de outras entidades para auxiliá-lo na aquisição de animais, na definição da melhor composição racial para o projeto, assim como o sistema de produção ideal. “Hoje é possível começar com animais de Genealogia Desconhecida, mas o ideal é adquirir animais de Genealogia Conhecida, pois terá um rebanho

Superintendente técnico Leandro Paiva registra animais do criador Wagner Ferreira Silva


de Registro Genealógico se mostraram de grande valia. Neste mês de junho a entidade chega à marca de 2 milhões de registros em seu banco de dados, feito único no País para uma delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para este tipo de serviço em uma raça leiteira nacio-

nal. “O pedigree foi e sempre será a base dessa raça tão fantástica, que é a Girolando, e que vem superando seus próprios recordes e mostrando ao mundo ser a genética perfeita para a produção de leite em qualquer sistema de produção”, finaliza o presidente da Girolando, Odilon de Rezende Barbosa Filho.

O Registro Genealógico e as tecnologias ao longo do tempo 1989 – Início do Serviço de Registro Genealógico. Foto do primeiro animal registrado pelo técnico Enedino de Freitas Camargo (esq.), que está acompanhado do professor e jurado José Amir Ribeiro.

1996 – Reconhecimento do ecótipo “Girolando” como raça genuinamente leiteira pela MAPA e adoção da identificação por brincos no Registro Genealógico e fim da marcação a fogo. O ministro da Agricultura daquele ano, Arlindo Porto, fez o registro simbólico do animal durante a Expoleite 96, em Uberaba/MG.

1997 - Início do Teste de Progênie, com a distribuição das doses de sêmen do 1° grupo de touros aos rebanhos colaboradores. 2004 - Divulgação dos resultados das avaliações genéticas do 1° grupo de touros. 2012 – Técnicos passam a utilizar a fotografia de animais para identificação definitiva em substituição à marcação a fogo.

2013 – Conclusão da primeira etapa do processo de informatização do Serviço de Registro Genealógico e implantação total do SIU (Sistema de Identificação Unificado). A iniciativa permitiu o uso de tablets pelos técnicos para acessar dados dos animais a serem registrados.

2021 - Marco dos 2 milhões de animais registrados desde o início do “Programa Girolando”. Em breve – Desenvolvimento do Sistema de Avaliação Linear (SALG) que permitirá a classificação animal para as características de conformação. O protótipo do “Tipo Ideal”, desenhado pelo profissional Luiz Eduardo Paiva de Carvalho com base nas informações fornecidas pelo Departamento Técnico da Girolando, complementa o projeto SALG. Os primeiros resultados devem ser publicados em 2022, no Sumário de Touros. Será mais uma ferramenta de seleção, que complementará o Serviço de Registro e o PMGG. LUIZ EDUARDO PAIVA DE CARVALHO

de qualidade genética bem superior. Agora, se o criador tem um rebanho de Genealogia Desconhecida, mas já utiliza tecnologias como a inseminação artificial para agregar valor genético e o técnico identifica que se trata de um rebanho bom, vale a pena iniciar daí. Só é preciso ter em mente que como o pedigree do lado materno é desconhecido, até que se complete a família materna e tenha consistência de linhagem demorará umas quatro gerações. Talvez seja preferível vender os animais de Genealogia Desconhecida e, com esse dinheiro, comprar exemplares de Genealogia Conhecida. No mercado atual, esse encurtamento de tempo é algo muito importante dentro de um sistema de seleção, pois traz maior rentabilidade”, orienta. Dentro desse conceito de que o tempo é valioso na seleção dos animais, o Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando tem “apertado o passo” para a padronização do rebanho nacional. Frequentemente, o regulamento é revisado pelo Conselho Deliberativo Técnico e mudanças são implantadas. Dentre elas está a exigência do Controle Leiteiro das mães dos touros candidatos ao registro. “É preciso ter os dados produtivos do pai já que ele, teoricamente, contribui com 50% da carga genética repassada à progênie. Acasalar os melhores touros com as melhores vacas deve ser uma rotina em qualquer fazenda”, ressalta Limirio. Outra mudança que ocorreu ao longo do tempo no Serviço de Registro diz respeito às exposições ranqueadas, que hoje só aceitam a participação de animais de Genealogia Conhecida. Já que a pista é a vitrine da raça, precisa dar o exemplo e mostrar o que há de melhor dentro da Girolando. “Participo de exposições desde 1992 e acredito valer muito como troca de experiência com outros criadores e comparativo sobre o estágio de animais que estou criando naquele momento. Fiz muitas amizades sinceras e verdadeiras no meio girolandista, o que considero um dos maiores ganhos nestes 30 anos de associado”, garante Olavo de Resende Barros Júnior. Para a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, todos os esforços em melhorar o Serviço

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Mariana Brito Gomes Consultora do Rehagro PIXABAY

GESTÃO

POSSO COMPRAR? UMA FERRAMENTA DE GESTÃO FINANCEIRA A gestão financeira deve se basear no planejamento para a tomada de decisão

A gestão financeira deve ser mais do que somente olhar para trás buscando erros; ela deve também se basear no planejamento para a tomada de decisão. Neste texto apresentaremos um pouco sobre a ferramenta “Posso comprar?”, utilizada pelo grupo Rehagro na gestão financeira de fazendas de leite e propriedades que se dedicam a atividades agropecuárias. Baseada no fluxo de caixa das fazendas, a ferramenta possibilita um acompanhamento instantâneo (diário) da realização em relação ao que foi planejado (orçado), uma avaliação diária e em tempo real das 38

movimentações financeiras. Temos, por exemplo, a seguinte situação: Hoje é dia 10, João vê um produto em promoção e resolve comprar, afinal, ele não perde uma boa oferta para reduzir custo e no banco ele tem saldo em caixa. Convicto, não se preocupa com os próximos dias já que o laticínio paga o leite dia 15 e até lá ele já realizou todos os pagamentos com vencimento até essa data. O problema é que a segunda parcela da ração para vacas que João pagou em cheque, ainda não foi compensada e ele havia esquecido


que o pagamento sairia da sua conta apenas no dia 12. Devido à falta de atenção, João vai ficar no vermelho durante três dias, havendo de pagar juros no banco. A economia virou prejuízo. Com o método “Posso comprar?”, João teria ciência que um dos seus pagamentos ainda não foi efetivado e saberia, portanto, que aquele não era o momento para realizar uma compra não planejada. O FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira indispensável para o controle do negócio na propriedade. Por ele é possível realizar diversas análises e planejamentos baseados nos registros de entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos), bem como saldo inicial e final em determinado período de tempo. É comum que o fluxo de caixa seja subutilizado pelos gestores. Dentre as opções de análise, a mais explorada é a de monitoramento de movimentações anteriores. Neste sentido, é possível, por exemplo,

comparar o saldo inicial com o saldo final do mês anterior, quais foram os desembolsos mais relevantes, se os valores se mantiveram dentro das expectativas ou não. São avaliações importantes e necessárias, porém limitadas. Olhando para o passado o gasto já foi realizado, o resultado já foi obtido e não pode ser mudado. POSSO COMPRAR: UMA OPÇÃO PARA O FLUXO DE CAIXA Diferente de outras atividades, como o comércio urbano, a produção de leite é caracterizada por ter apenas uma ou duas entradas mensais. Basicamente, a vaca come todos os dias, os boletos e contas chegam cada um com uma data de vencimento, seus funcionários são pagos todo início de mês, mas o laticínio paga todo o leite coletado em apenas um dia. Essa situação é realidade de todos os produtores que vendem o leite e carecem de uma gestão eficiente para que o caixa gire no verde durante todos os dias do mês. É aí que entra o “Posso comprar?”.

A metodologia se baseia em um acompanhamento de fluxo de caixa dinâmico, mostrando de forma clara a situação financeira diária da fazenda. Dessa forma, tem-se uma avaliação em tempo real das ações financeiras, podendo revelar, por exemplo, um período de saldo de caixa negativo durante o mês, indicando uma futura necessidade de capital de giro, ou um excedente fora do planejado, indicando farol verde para um investimento desejado. Ela utiliza o lançamento de dados referentes a pagamentos e recebimentos, incluindo os pagamentos que ainda não foram compensados, os parcelados, empréstimos, entradas efetivadas e entradas futuras. QUAIS AS VANTAGENS DESSA FERRAMENTA? •Visão clara dos próximos dias, semanas e meses do fluxo de caixa em relação a pagamentos não compensados, pagamentos e parcelas a realizar e recebimentos futuros. •Gerenciar a necessidade de capital de giro para a fazenda. 3

Dessa forma, tem-se uma avaliação em tempo real das ações financeiras, podendo revelar, por exemplo, um período de saldo de caixa negativo durante o mês, indicando uma futura necessidade de capital de giro, ou um excedente fora do planejado, indicando farol verde para um investimento desejado. Ela utiliza o lançamento de dados referentes a pagamentos e recebimentos, incluindo os pagamentos que ainda não foram compensados, os parcelados, empréstimos, entradas efetivadas e entradas futuras.

Exemplo de gestão “Posso comprar?” Fonte: Grupo Rehagro

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QUAIS AS VANTAGENS DESSA FERRAMENTA?


NATALIYA VAITKEVICH

REVISTA O GIROLANDO

Acompanhamento de fluxo de caixa dinâmico ajuda a entender a situação financeira diária da fazenda

•Avaliar e controlar o melhor momento para realizar um novo investimento. •Programar pagamentos de forma criteriosa, negociando com fornecedores e clientes sempre que possível, de acordo com a disponibilidade de caixa. •Observar com antecedência se há necessidade de renegociar com fornecedores ou se é necessário aporte financeiro. •Decidir a viabilidade de novos gastos fora do planejamento. •Comparar saldo atual com saldo previsto. •Facilitar a programação e cálculos para linhas de crédito adequadas a cada situação de caixa ao longo do tempo. •Programar a venda de outros produtos (novilhas, vacas descarte...) para dias de menor volume de caixa. •Planejar as necessidades sazonais da fazenda, principalmente re40

lacionadas a lavoura, ensilamento e alimentação. COMO COMEÇAR? Quando se fala em gestão financeira e econômica, uma frase famosa é: “o que não pode ser medido não pode ser gerenciado”. Ou seja, a primeira coisa que devemos nos preocupar é com a anotação de dados e com a utilização de ferramentas gerencias adequadas ao seu sistema de produção. Uma das formas mais simples de se iniciar é com planilhas de Excel. De qualquer forma é imprescindível: •Registrar todas as receitas, com datas de venda e entrada em caixa (venda de leite, novilhas, vacas de descarte, silagem, feno, grãos...). •Registrar todos os pagamentos, com datas de pagamento e compensação (medicamentos, ração, frete, energia elétrica, manutenção de máquinas e benfeitorias...). •Registrar todas as parcelas ao longo dos meses, referentes a inves-

timentos, financiamentos e empréstimos (parcela das instalações, compra de máquinas juros...). •Registrar todos os gastos com administrativo e pessoal (salários, bonificações, rescisões, contratação, terceiros...). •Elaborar relatórios e planilhas de fluxo de caixa para monitoramento e avaliação das transações financeiras. Para fazendas e profissionais que desejam uma gestão mais efetiva e detalhada, uma ótima opção é buscar ferramentas auxiliares de gestão. Independente da forma de armazenamento e análise de dados escolhida (planilha, softwares ou outros), o primeiro passo é reconhecer a necessidade do planejamento. O segundo passo é não deixar de registrar as entradas e saídas de caixa e sempre tomar decisões baseadas em planejamentos.


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Larissa Vieira

GESTÃO

Ferramentas Lean: da indústria para sala de ordenha Estudo realizado na Unesp, com fazendas do interior de São Paulo, avaliou os benefícios que essa metodologia, oriunda do Sistema Toyota de Produção, pode trazer para a pecuária leiteira

Guilherme de Andrade Ussuna durante pesquisa de campo em pequenas propriedades.

A pecuária leiteira é o sustento de muitas famílias de Tupã, município localizado no centro-oeste de São Paulo, cujos bovinos leiteiros correspondem a quase 70% do rebanho local. Mas nem todas as pequenas propriedades da região adotam técnicas de gestão que po42

deriam tornar o negócio mais rentável. Estudo desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) durante dois anos, entre 2018 e 2020, na zona rural de Tupã, apontou que ferramentas de gestão já consagradas em outros setores da economia podem ser

o caminho para melhorar a competitividade da pecuária leiteira. O administrador de empresas e mestre em Agronegócio de Desenvolvimento, Guilherme de Andrade Ussuna, foi a campo para avaliar a aplicação da metodologia Lean, desenvolvida há algumas décadas para uso no Sistema Toyota de Produção, como solução para problemáticas referentes ao processo de manejo da ordenha de propriedades rurais familiares. “Sempre tive vontade de impactar positivamente o agronegócio por ser o setor que mais contribui para o PIB nacional, principalmente porque muitas vezes é o setor mais negligenciado. Como já tinha conhecimento de como as metodologias ágeis e o Lean impactavam positivamente as empresas tradicionais, quis inovar e trazer essa realidade para o campo e, por meio do Lean,


JADIR BISON

melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores”, diz Ussuna, que utilizou os dados coletados no estudo para compor sua dissertação de mestrado Ferramentas Lean na eficiência do processo de manejo de ordenha em propriedades rurais familiares, aprovada em 2020. Apesar de os ferramentais Lean

serem usados há décadas em vários países, ainda são pouco aplicados no agronegócio brasileiro. O modelo é uma filosofia de gestão cuja premissa é focar na redução dos desperdícios, ou seja, eliminando os desperdícios a qualidade melhora e o tempo e custo de produção de qualquer cultura diminuem, sendo muito útil também para o

produtor de leite. O estudo foi feito em quatro propriedades rurais, com pequenos rebanhos de 15 a 56 vacas e produção por hectare/ano de 3.650 e 17.317kg. Foram mapeados alguns quesitos que influenciam diretamente na ausência e/ou negligenciamento da gestão. Outros foram mapeados mediante a per43


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MANPOWER

MATERIAL

Baixo nível instrucional (PB)

Controle de vacinação do rebanho (PB)

Ausência de mão de obra (PD)

Baixo número de animais (PD) Estoque inadequado (PA, PD) Ausência de barras de contenção (PA) Excesso de pessoas no local de ordenha (PC)

MOTHER NATURE

METHODS Ausência de padronização das boas práticas da ordenha (PA, PB, PC, PD) Ausência de maneiras para medir qualidade do leite (PA,PB)

Ordenha mecânica (quantidade insuficiente) (PA)

Galpão de ordenha inadequado (PA, PD)

Problemas de gestão do processo de ordenha das propriedades de pequena escala

Ausência de contador de volume (PA, PB, PC) Ausência de transferidor de leite para o tanque (PA, PB, PD)

MACHINE

MAINTENANCE Diagrama de Ishikawa permite verificar potenciais causas e origens, ordenando e relacionando fatores que afetam o processo

cepção cotidiana. Alguns problemas apontados foram a dificuldade de acesso à informação e ausência de apoio técnico, seja por meio de instituições governamentais, acadêmicas e/ou indústria processadora. O excesso de burocracia para acesso ao crédito rural para investimento na gestão da cultura também foi verificado como problema. “E, a meu ver, o que é mais preocupante, a perda de interesse das gerações mais novas que, por vezes, têm acesso facilitado à informação com a cultura, mas acabam migrando do campo para a cidade, deixando o negócio sem sucessores”, ressalta o pesquisador. Ferramentas Lean utilizadas O pesquisador optou por iniciar com o mapeamento dos problemas de gestão das propriedades. Depois, foi aplicado um fluxograma para identificar de forma sequencial onde e quais são os erros da ordenha. Posteriormente, aplicou o Diagrama de Ishikawa, que permite de forma visual verificar potenciais causas e origens, ordenando e relacionando fatores que afetam o processo estudado, ajudando a determinar a causa real de um problema em função dos sintomas demonstrados nos 6M´s matriciais (mão de obra, material, método, máquina, medida e meio ambiente). 44

Após essas duas etapas, iniciou-se a aplicação do Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM) que, de forma visual, representa todos os elos da cadeia (da chegada de insumos à saída do leite da propriedade). E, por fim, foi aplicado o ciclo PDCA (do inglês Plan - Do Check - Act) que propõe, por meio de etapas de planejamento, desenvolvimento, checagem e ação, corrigir todo e qualquer problema envolto no processo produtivo através de um plano de ação. “A metodologia é suscetível à replicação em qualquer propriedade; entretanto há necessidade de buscar orientação técnica, pois os problemas de gestão podem ser diferentes em cada fazenda, exigindo a utilização de ferramentais Lean adequados para cada realidade”, orienta. Segundo Ussuna, o diagrama apontou nas propriedades a necessidade de melhoria diante de problemáticas, tais como: • Ausência/ineficiência de transferidor da ordenha para o tanque de resfriamento, • Controle de litros de leite produzido por animal, • Controle de qualidade, • Utilização de boas práticas para manejo animal, • No âmbito estrutural, a dis-

tância entre galpão de ordenha e tanque de resfriamento. Em uma das propriedades, o pesquisador constatou que o produtor não possui uma exatidão quanto ao volume de leite retirado por animal. “Não existe controle mecanicista e tampouco mecanizado ou eletrônico, deixando a margem de erro impossível de ser constatada. Tal estimativa é projetada visualmente e validada somente ao colocar o volume de leite total no tanque que possui medição coletiva”, informa. Em outra identificou ausência de controle de vacinação/reprodução do rebanho e de materiais essenciais para higienização da atividade como pré-dipping e pós-dipping. Noutra fazenda constatou desconhecimento em relação ao custo de produção do leite e consequentemente o valor da sua lucratividade e, além disso, observou baixo nível instrucional teórico por parte dos dois funcionários que processam a ordenha. “Embora haja diversos e distintos pontos a serem melhorados nas propriedades avaliadas, juntamente com os produtores definimos seis principais pontos a acertar, a fim de ter ganhos rápidos”, diz Ussuna. Esses pontos incluem a elaboração e impressão de planilhas de controle para produção, para custo X lucrati-


vidade e para monitorar vacinação. Também foram feitos investimentos em equipamentos como ordenha mecânica, elevando a produção, além de otimizar o tempo de trabalho, e infraestrutura de galpão. “Os ferramentais Lean foram de extrema valia para a identificação de problemas e execução das melhorias em relação à gestão do manejo da ordenha nas propriedades”, assegura. Melhorias A adoção dessas ações corretivas teve impacto direto não só na qualidade do leite, bem como no nível de bem-estar dos animais e na qualidade de vida dos produtores. A dica do pesquisador é: ninguém inova sozinho. “Os produtores rurais devem procurar profissionais capacitados que possam

auxiliar na implementação de ferramentas ágeis, ferramentas Lean e outras métricas disponíveis”, assegura. A pesquisa foi desenvolvida sob a orientação do professor doutor da Faculdade de Ciências e Engenharia da Unesp, campus Tupã, Eduardo Guilherme Satolo, com coorientação da professora doutora da Unesp, Priscila Ayleen Bustos Mac-Lean. Onde encontrar informações- Os

produtores interessados na metodologia Lean podem buscar informações adicionais no Programa de Pós-graduação em Agronegócio e Desenvolvimento da Unesp (PGAD): https:// www.tupa.unesp.br/#!/pgad ou no grupo de pesquisa e extensão Kamby, que trabalha diretamente soluções práticas e de fácil acesso aos produtores: https://www.tupa.unesp.br/#!/comunidade/projetos/kamby/.

Resultados alcançados com aplicação do Lean

Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM) que, de forma visual, representa todos os elos da cadeia

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Larissa Vieira

JORGE BORBA

GENÉTICA

Os ganhos com IATF

Uso da técnica vem crescendo na pecuária leiteira e traz impactos positivos relativos ao melhoramento genético, rentabilidade e sustentabilidade Boa reprodução é a chave do sucesso de qualquer fazenda leiteira. E parece que o produtor rural brasileiro vem investindo mais em biotecnologias reprodutivas nos últimos anos. Vendas de sêmen e de protocolos de sincronização para emprego da Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) crescem a taxas interessantes. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), as vendas de sêmen das raças leiteiras no primeiro trimestre de 2021 cresceram 8% (4.344.395 doses) em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda no primeiro trimestre, o uso da inseminação artificial (leite e corte) nos municípios brasileiros cresceu 12,9%, atingindo 64,7% das cidades do País. O segmento já vem de um desempenho in46

teressante em 2020, quando registrou aumento de 13% na comercialização de sêmen. Parte dessas doses vendidas vão para a aplicação da IATF. Segundo a Asbia, das fazendas leiteiras que usam inseminação, mais de 35% já usam a tecnologia de tempo fixo. Levantamento feito pelo Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) revela que o mercado da IATF (leite e corte) cresceu 30% em 2020, superando 21 milhões de procedimentos. Já existe muito produtor fazendo as contas e trabalhando para melhorar a fertilidade do rebanho, pois além dos ganhos em rentabilidade, há consideráveis ganhos genéticos.

“A pecuária brasileira ainda apresenta índices reprodutivos que podem ser melhorados. Utilizando tecnologia é possível produzir mais bezerros por matriz por ano e reduzir a idade ao primeiro parto. Em rebanhos de leite, estudos demonstraram redução de um mês no intervalo entre partos (IEP) em programas reprodutivos que utilizam IATF, quando comparado aos sistemas que empregam a detecção do cio para inseminação artificial ou a monta natural. A redução de um mês no IEP do rebanho aumenta 10% a produção anual de leite da propriedade”, esclarece o professor do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, Pietro Baruselli. Por meio da IATF é possível suprir as deficiências da inseminação


DIVULGAÇÃO

Professor da USP Pietro Baruselli

tradicional, evitando falhas reprodutivas. O manejo reprodutivo da fazenda pode ser melhorado, concentrando as ações em períodos específicos, facilitando a logística e diminuindo os custos de produção, que é um grande gargalo do setor. Outra vantagem é a eliminação da necessidade de observação de cios nas vacas sincronizadas. Elas são inseminadas em horários pré-fixados, evitando-se as falhas de detecção e consegue-se induzir atividade ovariana em vacas em anestro. Com isso, é possível programar as inseminações, os nascimentos e, consequentemente, a produção leiteira, conforme a necessidade. Isso propicia manter a produção constante durante o ano ou aumentar a produção em períodos de entressafra. Além dos benefícios para a produtividade, há o impacto econômico direto. “É uma tecnologia que aumenta

consideravelmente o retorno econômico da pecuária. Em uma estimativa de impacto econômico da IATF sobre a cadeia de produção de carne e de leite que realizamos em 2018, os ganhos seriam de aproximadamente R$3,5 bilhões ao ano, quando comparada com a monta natural. Acreditamos que em 2021 os ganhos serão ainda superiores devido à maior utilização da IATF”, afirma Baruselli. Para quem pretende adotar a IATF é preciso, antes de tudo, ter estrutura adequada na propriedade, com bom manejo sanitário e nutricional, pois vários fatores influenciam no resultado. As interferências vão desde raça do touro, lote, categoria de parto, ano, escore corporal das fêmeas até capacitação da equipe. A organização operacional do processo precisa ser boa, senão o criador terá resultados inconsistentes.

SEMEX

Vantagens da IATF •Aumento da eficiência reprodutiva. •Ausência da necessidade de observação de cio, favorecendo a melhoria da qualidade de vida. •Aumento do número de vacas inseminadas. •Induz a ciclicidade de vacas em anestro (ausência de manifestação de cio). •Possibilita a inseminação de vacas paridas recentemente. •Aumenta a taxa de prenhez no início da estação reprodutiva. •Programa a ocorrência dos partos conforme a época do ano e a demanda do mercado. •Possibilita programar as inseminações em curto espaço de tempo. •Sincroniza as inseminações e parições. Requisitos básicos •Vacas com mais de 40 dias pós-parto ou após uma avaliação prévia de um médico-veterinário. •Vacas com bom escore corporal (2,5 ou mais, em uma escala de 1 a 5). •Aporte alimentar suficiente para evitar perdas de peso. •Controle sanitário eficiente (brucelose/ leptospirose/ IBR/ BVD/ Campilobacteriose/ etc). •Veterinário capacitado para implantar o programa de IATF. •Infraestrutura adequada (troncos/ currais/ etc.). •Contar com inseminadores experientes. •Mão de obra capacitada para execução dos protocolos. •Utilizar somente sêmen de touros com alta fertilidade. Fonte: Manual de Inseminação Artificial em Tempo Fixo do Senar/MG

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EMBRAPA GADO DE LEITE

REPRODUÇÃO

Tecnologia na detecção do cio Medição do consumo de água e alimento de vacas permite identificar o cio com até seis horas de antecedência 48


EMBRAPA GADO DE LEITE

Pesquisadora da Embrapa Mariana Magalhães Campo

A variação no consumo e comportamento de ingestão de água e alimento de uma vaca leiteira é capaz de revelar se ela irá entrar no cio com até seis horas de antecedência e garante maior precisão em relação à observação visual na fazenda. Foi o que comprovaram estudos feitos com sensores em cochos e bebedouros eletrônicos que coletam dados sobre o consumo das vacas. A pesquisa foi desenvolvida na Embrapa Gado de Leite, pelo mestrando em Zootecnia Frederico Correia Cairo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em parceria com a Universidade de Wisconsin-Madison (Wisc), nos Estados Unidos, e a Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG). Segundo o pesquisador da Embrapa, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, que orientou as pesquisas, esses sensores permitem identificar variações no consumo de alimento e água, causadas pela manifestação do estro (cio) em vacas leiteiras. Mudança no comportamento alimentar das vacas, quando estão próximas de manifestar o cio, foi a base para o desenvolvimento de modelos computacionais no laboratório do professor João Dórea, da Universidade de Wisconsin. De acordo com ele, esses modelos irão permitir a produção de sensores para a identificação precisa e acurada de cio nas fazendas leiteiras. Para Mariana Magalhães Cam-

pos, coorientadora do estudo e também pesquisadora da Embrapa, a detecção rápida e acurada do cio é fundamental para o planejamento reprodutivo na fazenda. “A pecuária de precisão tem evoluído bastante nesse aspecto e o estudo confirma a possibilidade de inclusão da funcionalidade ‘detecção de estro (cio)’ em cochos e bebedouros eletrônicos”, declara a cientista. Cairo, agora mestre em Zootecnia, diz que o estudo abre a possibilidade para o desenvolvimento de novos dispositivos e sensores que possibilitem identificar as variações do comportamento hídrico/alimentar causadas pelo estro. “Cochos e bebedouros eletrônicos que geram dados de forma automática ainda não apresentam a funcionalidade de gerar alertas de estro”, relata. Segundo ele, essa funcionalidade seria importante para melhorar o manejo reprodutivo na fazenda, evitando a perda de cios. Vacas consomem menos no cio Já era sabido que a manifestação de estro causa redução no consumo e comportamento alimentar. A pesquisa, realizada no campo experimental da Embrapa, em Coronel Pacheco/MG, avaliou como ocorrem essas alterações no comportamento do animal, além de desenvolver e avaliar modelos para a detecção antecipada do cio. Para tal, foram avaliados o consumo de alimento e água em dois ensaios com novilhas Holandês X Gir. A observação visual foi feita três vezes ao dia por 30 minutos (7h, meio-dia e 17h), enquanto o comportamento alimentar/hídrico das vacas era obtido por um sistema eletrônico de cochos e bebedouros. Durante a pesquisa foram observados 99 eventos de estro. Duas séries temporais de sete dias foram coletadas: uma representando sete dias incluindo o dia do estro e a outra por sete dias sem evento de estro. Com o intuito de desenvolver modelos capazes de detectar o estro com horas de antecedência, as séries temporais foram fracionadas em intervalos de seis horas. Maria49


rebanho. A observação visual é a mais tradicional. O produtor pode adotar um rufião, que montará a vaca com a presença de estro. Mesmo outra fêmea pode montar a vaca, mostrando que a inseminação pode ser efetuada. Mas essa estratégia pode falhar, por erro ou descuido do observador, como explica Pereira: “O aumento do número de animais, da produtividade, além da redução de funcionários são mudanças que estão ocorrendo nos sistemas de produção de leite no País e é preciso ado-

tar estratégias mais acuradas, que envolvam a pecuária de precisão”, defende o cientista. Ele ressalta que a identificação do estro é um dos principais fatores responsáveis pela eficiência reprodutiva e que o desempenho reprodutivo ruim pode causar maior taxa de descarte de vacas e novilhas. “Mas, às vezes, o problema não é do animal, mas do observador, já que poucas vacas podem ser descritas como inférteis.” Dados apontam que cerca de 90% dos fatores para baixas taxas de detecção GUSTAVO GONÇALVES

na Campos explica que para cada intervalo de seis horas, o total de consumo de alimento, os números de visitas ao cocho e ao bebedouro e os tempos gastos consumindo alimento e bebendo água foram computados. “Todas as variáveis apresentaram declínio significativo no dia do estro em comparação com os dias anteriores e com a série de anestro: redução entre 25% e 35%”, revela a pesquisadora. Pecuária de precisão Há diferentes estratégias para identificar o cio nos animais do

O bom gerenciamento da reprodução do rebanho significa incrementar a produção e a lucratividade

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EMBRAPA GADO DE LEITE

Embrapa Gado de Leite realiza várias pesquisas, inclusive de eficiência alimentar

podem ser atribuídos ao manejo e apenas 10% à vaca. O bom gerenciamento da reprodução do rebanho significa incrementar a produção e a lucratividade da atividade. “Para aumentar a eficiência de detecção do estro, o monitoramento automático do comportamento dos rebanhos leiteiros vem ganhando importância nos últimos anos”, lembra o autor da dissertação. Cairo argumenta que a observação visual permite índices de detecção que podem variar de 50% a 90%. No entanto, o monitoramento constante da atividade reprodutiva do rebanho nem sempre pode ser feito devido à rotina das propriedades. “Os estudos envolvendo avaliação das variações que ocorrem em decorrência do estro são necessários para o desenvolvimento de algoritmos que farão os sensores funcionarem, identificando as variações comportamentais relacionadas ao estro que sirvam de base para acionar alertas para a tomada de decisão”, conclui.

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Equipe Educapoint - Texto baseado nos artigos Nutritional factors to help prevent heat stress e Dairy herd improvements to promote cow welfare (de Djionis Savva).

JORGE BORBA

NUTRIÇÃO

Nutrição ajuda prevenir estresse calórico Criação de um plano para equilibrar a ração antes dos tempos de estresse por calor ajudará a garantir a máxima produção

Adotar estratégia nutricional sólida, incluindo ração balanceada, é uma forma de preparar seu rebanho para lidar melhor com os efeitos das temperaturas mais elevadas Vacas leiteiras comumente sofrem com estresse calórico em um país como o Brasil, em que várias regiões alcançam altas temperaturas no verão. Assim, garantir o conforto térmico das vacas é fundamental para a obtenção de melhores resultados. Além de adicionar mais estratégias de redução de calor, como resfriamento de vacas, o foco na nutrição pode 52

ajudar a limitar a redução na produção de leite e no consumo de ração observada nos meses mais quentes. Preparar seu rebanho leiteiro por meio de uma estratégia nutricional sólida, incluindo ração balanceada, pode limitar os efeitos do estresse por calor. O foco no potássio na dieta e a adição de tampões são dois importantes fatores nutricionais a serem considerados durante os

meses de maior calor. Estabilize a dieta com tampõesRedução na ingestão de alimentos é comum durante os períodos de estresse por calor, o que pode levar a uma diminuição na ruminação e na saliva. A acidose ruminal subclínica e aguda pode ocorrer quando há redução do consumo de ração. A adição de tampões à dieta de uma vaca leiteira pode


DIVULGAÇÃO

Animais devem receber ração palatável com base em suas necessidades nutricionais

ajudar a melhorar a ingestão de ração e o desempenho do rúmen ao estabilizar os ácidos do rúmen. Seguir os níveis recomendados de tampões na alimentação é a chave para otimizar o sucesso da vaca. A taxa de inclusão recomendada é de até 0,45kg de bicarbonato de sódio ou 1,5% da matéria seca da ração mista total (TMR), ou bicarbonato de sódio suficiente para aumentar o sódio da dieta para 0,8%, conforme a diferença cátion-ânion (DCAD) que a dieta requer. Outro fator importante a se considerar é que as dietas com mais carboidratos fermentáveis precisam de mais proteção. Potássio: uma importante consideração dietética Em tempos de estresse por calor, o potássio é essencial na dieta do gado leiteiro. O potássio é o mineral mais comum encontrado no leite. No entanto, no verão as vacas estão sujeitas a deficiências de potássio. Como as vacas perdem potássio com o aumento da transpiração e da micção, é crucial repor a perda de potássio ajustando a dieta. Vacas recém-paridas são um grupo que deve ser observado em caso de deficiência de potássio. Pesquisas indicam que a deficiência de potássio em vacas nas 10 semanas após o parto requer um nível mais alto de potássio em suas dietas. Para dietas de vacas recém-paridas

e de alta produção, administrar níveis dietéticos de 1,7% a 2% de potássio ajuda a maximizar a produção e melhora o início de vacas frescas durante o estresse térmico. A pesquisa mostra que o aumento dos níveis de potássio nas rações para gado leiteiro pode aumentar a produção de leite com correção de gordura em até 3,85 quilos por dia. Prepare-se antes do calor A criação de um plano para equilibrar a ração antes dos tempos de estresse por calor ajudará a garantir a máxima produção e produtividade em seu rebanho. No verão, as vacas perdem mais minerais por meio da sudorese, urina e saliva. Usar tampões para ajudar a estabilizar os ácidos do rúmen e ajustar a ração para compensar a redução do potássio da vaca pode aumentar a produção de leite com correção de gordura. Concentrar-se em outras áreas fora do seu programa de alimentação durante os meses de verão pode ajudar a limitar os efeitos do estresse calórico. Outras considerações durante as temperaturas mais altas incluem fornecer ração nos horários mais frescos do dia, alimentar com mais frequência (com cargas menores) ao longo do dia para manter o cocho fresco e verificar os níveis de cultura de fermento na ração. Nutrição da fazenda e status de saúde animal As preocupações com o bem-estar

animal estão aumentando em torno da população global, incluindo os consumidores de lácteos. Embora o bem-estar das vacas leiteiras continue sendo um tópico importante para pesquisadores em muitas áreas, existem melhorias importantes no rebanho leiteiro que podem ser feitas com esse objetivo. Uma delas é melhorar o manejo nutricional. Todos os animais devem ter livre acesso a um suprimento de água sustentável e a uma ração palatável com base em suas necessidades nutricionais, livre de fatores antinutricionais. Muitas vezes negligenciada, a nutrição seca balanceada para vacas, enfatizando os principais aspectos individuais da fazenda (tipo de alimento, agrupamento, uso de ingredientes, etc.), por experiência, pode garantir uma próxima lactação estável e lucrativa para a vaca. É por isso que as visitas técnicas do nutricionista da fazenda devem ser aplicáveis em uma base mensal de verificação cruzada da implementação das rações da fazenda e, claro, da saúde e bem-estar das vacas. Os registros da fazenda devem ser considerados a maior prioridade para o gerente da fazenda, permitindo a decisão certa no momento certo, criando e desenvolvendo um resultado financeiro correto para a fazenda. Esses registros podem incluir claudicação clínica, mastite clínica (tratada com antibióticos), mortalidade (incluindo natimorto), morbidade e descarte. Animais com problemas graves de saúde devem ser isolados e tratados imediatamente. O status de bem-estar animal pode ajudar ainda mais a minimizar o uso de antibióticos no rebanho. O bem-estar animal desse ângulo pode induzir significativamente menos uso de antimicrobianos no rebanho. Os novos sistemas agrícolas da indústria e projetos de equipamentos devem levar em alta consideração os fundamentos do bem-estar animal, limitando as fontes de estresse e dor para as vacas, garantindo as 5 liberdades, mas o mais importante, favorecendo uma experiência comportamental positiva para os animais através da melhoria de seu ciclo de vida de qualidade no rebanho. Também é de extrema importância treinar gerentes de fazendas leiteiras, promover e aplicar esses princípios em uma fazenda e nas práticas diárias. 53


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MERCADO

O agro realmente não parou 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural aponta que produtores rurais não sentem o impacto da pandemia e mantêm investimentos Os números do agronegócio em 2020 já haviam confirmado que o setor manteve seu ritmo de crescimento mesmo com as limitações impostas pela pandemia. Uma pesquisa recente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio reforça esse cenário. A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, considerada o mais amplo levantamento do perfil dos produtores, incluindo seus hábitos de mídia, compra e conectividade, apontou que 64% dos entrevistados notaram apenas um baixo impacto da pandemia nos seus negócios. Por conta disso, 86% deles não fizeram qualquer mu54

dança na administração de suas propriedades e 78% mantêm os planos de investimentos durante a crise sanitária. A pandemia tem impacto médio no campo para 11% dos produtores rurais e alto para 25% deles. A pesquisa ocorreu presencialmente, seguindo todos os protocolos de saúde e segurança, e foi realizada entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 com 3.048 produtores rurais (homens e mulheres com poder de decisão, de propriedades de pequeno, médio e grande portes) de 16 estados de todas as regiões do País, abrangendo 14 culturas agrícolas e 4 atividades animais.

“A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural mostra, com exatidão, o que está na mente dos agricultores e criadores neste exato momento em que o Brasil e o mundo ainda são impactados pela pandemia do novo coronavírus. O levantamento é essencial para todos os agentes da cadeia da produção, incluindo empresas das mais diferentes áreas de atuação, entidades de classe, órgãos governamentais, formadores de opinião e meios, para entender os hábitos dos produtores e a relevância ou mesmo a baixa relevância dos novos agentes de comunicação, como as mídias sociais, a tecnologia


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Presidente da ABMRA, Jorge Espanha

de forma geral e os influenciadores digitais do agro”, destaca Ricardo Nicodemos, vice-presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio e coordenador da pesquisa, que foi encomendada pela entidade à IHS Markit. Conectividade e Comunicação – A pesquisa também constata o avanço das ferramentas de comunicação no campo: 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017. Outro ponto importante é a maior oferta de internet no meio rural, disponível para 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores. 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia. Previsão do tempo e informação são os principais conteúdos buscados por agricultores e criadores. “Nunca o conteúdo foi tão importante nas mídias digitais”, aponta a pesquisa. “74% dos produtores usam a internet para se atualizar. O levantamento comprova a relevância do Whatsapp como meio de comunicação digital. Nada menos do que 76% dos produtores usam a plataforma para realizar negócios, o que é uma novidade. O Facebook continua sendo importante como rede social, porém não para fazer negócios, e o YouTube quase triplicou de importância em relação à pesquisa de 2017”, detalha Jorge Espanha, presidente da ABMRA. Entre os meios de comunicação tradicionais, os produtores preferem a TV aberta, seguida por rádio, TV especializada, jornal e revista. “Destaco a resiliência do rádio, que permanece muito importante no meio rural e também a

confiança dos agricultores e criadores nas revistas e jornais. Um em cada quatro produtores participantes da pesquisa (26%) disse que “a revista é muito importante para me manter informado sobre o setor rural” e 30% destacaram que “jornais e revistas do agronegócio ajudam os profissionais do campo a inovar e aumentar os seus ganhos”. “O que vemos é a convergência de vários meios de comunicação com a necessidade de agilidade na tomada de decisão e interação, fator já previsto na 7ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, de 2017”, ressalta Jorge Espanha. Força da Mulher e Eventos Presenciais – A mulher ganha cada vez mais espaço no campo, particularmente em postos de gestão e em determinadas atividades produtivas, representando 26% dos cargos de decisão e comando. Para 94% dos produtores rurais consultados, a mulher é vital ou muito importante no negócio rural. O Brasil é muito grande e tem características regionais próprias, inclusive em termos de perfil da produção, o que se reflete no resultado da pesquisa. Um exemplo é a mulher no campo, especificamente quanto a sua maior ou menor presença em postos de gestão ou liderança. No leite, por exemplo, ela participa com 88%; em contrapartida, na soja, com apenas 2%. A pandemia mudou a realidade dos eventos. Dias de campo, feiras, exposições, congressos e outros se tornaram virtuais. “O produtor rural continua preferindo os eventos técnicos e comerciais, porém aguardam com expectativa as edições presenciais. A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural identificou que 39% dos agricultores e criadores foram a eventos presenciais antes da pandemia e que 58% deles pretendem ir no futuro. Essa resposta foi praticamente unânime: os produtores rurais desejam a volta dos eventos presenciais”, aponta Ricardo Nicodemos. Software Exclusivo e Mineração de Dados – O cérebro da 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural é um software exclusivo, que possibilita dezenas de milhares de combinações de dados. Com essa ferramenta, os usuários podem filtrar por atividade, localidade, meio de comunicação, perfil regional e vários outros indicadores. “A pesquisa completa está disponível somente para empresas cotistas. O

que informamos aqui é apenas um pequeno extrato do que é possível fazer em termos de mineração de dados. Os cotistas têm um produto único à disposição para aumentar, e muito, o êxito das suas estratégias de comunicação e marketing e para conhecer profundamente o mercado agropecuário, sob a ótica dos agricultores e dos criadores de animais. A ABMRA está à disposição das empresas interessadas em se juntar às dezenas de companhias que já adquiriram a pesquisa e, assim, têm grande vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes”, explica Ricardo Nicodemos. “O software exclusivo da pesquisa possibilita determinar, com extrema confiabilidade, as preferências dos produtores em comunicação e em formas de interação, chegando ao detalhe de mostrar quando, onde e a que hora da semana ocorrem os acessos”, complementa Jorge Espanha. Pesquisa é elaborada desde 1985 – A Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural é realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) desde 1985. A 8ª edição é a maior da história, incluindo 14 culturas agrícolas (grãos, perenes e hortifrúti) e 4 animais (pecuária de corte e de leite, avicultura e suinocultura). As entrevistas foram realizadas em 16 estados – participação de todas as regiões do País. Foram ouvidos 3.048 produtores rurais, sendo 2.310 agricultores e 738 criadores, de pequeno, médio e grande portes. A equipe da IHS Markit, liderada pelo diretor Marcelo Claudino, fez 273 perguntas para cada produtor. No total, foram 4.500 horas de entrevistas. “A ABMRA sente-se orgulhosa em prestar esse serviço indispensável para o agronegócio brasileiro, colocando à disposição do mercado uma pesquisa ampla, atual e detalhada, como se fosse o ‘censo do IBGE’ dos produtores rurais em termos de hábitos de mídia e de compra, envolvimento com tecnologia, mídias preferenciais, principais horários de conexão, perfil por atividade rural e muito mais. Reforço o convite para as empresas se tornarem cotistas da pesquisa e terem acesso a um conteúdo exclusivo e riquíssimo, além do software, ferramenta fundamental para análises de investimentos em comunicação e marketing”, reforça o presidente da ABMRA 55


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TECNOLOGIA

Tecnologia como aliada do produtor de leite App da Embaré permite acesso rápido ao dados

Embaré disponibiliza aplicativo para auxiliar no gerenciamento da produção no campo Seguindo os parâmetros da Indústria 4.0, produtores de leite, inclusive pequenos e médios, também estão adotando a tecnologia nas atividades do dia a dia no campo. Com isso, têm registrado aumento de margens de lucro, melhora na produtividade e redução de custos. Para apoiar seus cerca de 1.350 fornecedores e 13 cooperativas parceiras, a Embaré criou um aplicativo direcionado ao gerenciamento da produção. A novidade integra o programa de investimentos em tecnologia da empresa. Gratuito e exclusivo para os parceiros da empresa, o aplicativo Embaré Fomento oferece ao produtor a comodidade de ter as informações da sua folha de leite, na palma da mão, com agilidade e transparência. Conforme explica o gerente de captação e fomento da Embaré, Yago Sartori Galoti da Silveira, os fornecedores de leite poderão tomar decisões rápidas logo que uma informação chegar ao celular. Um exemplo é alguma alteração no resultado da qualidade do leite. “Ao receber 56

o boletim e ocorrer qualquer desvio na qualidade do seu leite, ele poderá investigar as causas imediatamente, evitando prejuízos maiores”, afirma. A ferramenta se mostra útil para os negócios. De acordo com Silveira, as incertezas de mercado têm trazido dificuldades para toda a cadeia produtiva, especialmente ao produtor, que tem desafios em se planejar. “Grandes oscilações no preço de venda do leite e de compra dos insumos podem definir a rentabilidade da atividade. Buscamos minimizar esse efeito passando alguma previsibilidade do preço do leite e fazendo contratos de alguns insumos, auxiliando a travar boa parte do custo de produção”, informa. Apoio aos produtores rurais Além do aplicativo Embaré Fomento, a empresa oferece outros projetos de apoio aos produtores rurais. São eles: Educampo, projeto de assistência técnica; Mais Genética, de incentivo à transferência de embriões; Recria, de assistência à recria de bezerras; Insumos, de compras coletivas de diversos

insumos utilizados na pecuária leiteira; Fazenda Modelo, de incentivo às boas práticas agropecuárias e Embaré Assist, que capacita o produtor na busca pelo diagnóstico dos principais desafios do negócio, implementando soluções para a maximização da sua eficiência econômica. Oito décadas de história A Embaré é uma companhia de origem mineira, que atua no mercado há 86 anos. Detentora da marca Camponesa, possui fábricas em Minas Gerais, nas cidades de Lagoa da Prata, Santo Antônio do Monte e Patrocínio. Atuante nas categorias de laticínios e confeitaria, a empresa tem um mix diversificado de produtos, fabricados nos mais altos padrões de qualidade. Sua linha de lácteos é composta por leite em pó, leite UHT, leite condensado, creme de leite, doce de leite, bebida láctea, manteiga, além de uma variedade de queijos. A empresa também produz os tradicionais caramelos, que são hoje exportados para 45 países dos cinco continentes.


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MERCADO

Crescimento também no setor financeiro Com atuação no mercado cooperativista de crédito em MG há mais de 30 anos, Sicoob registra balanço positivo, com resultado final 56,4% maior se comparado ao ano anterior Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, o Sicoob Sistema Crediminas seguiu crescendo e conquistou aumento expressivo em seus resultados em 2020. Formado por uma cooperativa Central – o Sicoob Central Crediminas – e outras 75 cooperativas singulares filiadas, o Sistema registrou alta de 56,4% frente ao fechamento de 2019, totalizando R$554,1 milhões. Segundo o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central Crediminas, Geraldo Souza 58

Ribeiro Filho, esse resultado é reflexo do apoio das cooperativas de crédito aos seus associados e comunidades onde estão inseridas. “Logo no início da pandemia, fizemos as adequações necessárias em nosso portfólio, permitindo entregar aos cooperados produtos e serviços condizentes com a realidade vivenciada em 2020. Facilitamos o acesso a crédito, prorrogamos parcelas, reduzimos taxas e tarifas, tudo para atender as necessidades financeiras de quem faz parte do Sicoob”, afirma o executivo.

Essa atuação foi fortemente percebida com o aumento da carteira de crédito. Em 2020, o Sistema Crediminas disponibilizou R$11,9 bilhões em operações de crédito, o que representa um crescimento de 41% em comparação com o ano anterior. O presidente conta ainda que todas as metas definidas para o segundo ano do ciclo do Projeto Empresarial 20192022 da rede foram alcançadas. “Além das operações de crédito, os ativos, as linhas de depósitos, a renda de serviços e o número de associados tam-


o que fazer com os resultados gerados pela cooperativa: investir na comunidade, apoiar uma causa ou até mesmo dividir entre todos”, explica. O Sistema também tem conquistado cada vez mais espaço no mercado, o que é confirmado pelo aumento de 9,7% no número de cooperados em 2020, saindo de 793 mil em 2019, para 870 mil associados, representando uma ampliação de 77 mil cooperados no ano passado. Nacionalmente, o Sicoob encerrou 2020 como a terceira maior rede de atendimento do País, e, em Minas Gerais, foi a instituição financeira com o maior número de pontos de atendimento. Geraldo ressalta que no último ano o Sistema Crediminas seguiu com os projetos estruturados de expansão e ampliou sua rede de atendimento com 13 novas agências, o que representou crescimento de 2%, encerrando 2020 com 634 pontos de atendimento. “Também destaco que nossas cooperativas são a única instituição financeira presente em 177 municípios de Minas Gerais, o que

demonstra o papel das filiadas ao Sicoob Central Crediminas em promover a justiça e a inclusão financeira no estado”, pondera. Compõem o Sicoob Sistema Crediminas 75 cooperativas singulares e o Sicoob Central Crediminas, cooperativa de segundo grau responsável pela coordenação e centralização dos processos operacionais e de representação das suas filiadas. Desde 1988, a Central atua com foco em efetuar centralização financeira, fiscalização e assessoramento nas áreas de crédito, economia, tecnologia da informação, contabilidade, comunicação e marketing, controle e gestão de riscos, assessoria jurídica e capacitação profissional para todo o Sistema Crediminas. Com origens em Minas Gerais, as cooperativas que compõem o referido Sistema estão presentes em todo o território mineiro, além de algumas cidades dos estados vizinhos: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.

SICOOB

bém registraram elevação em 2020 na comparação com o ano anterior”, diz. Os ativos totais registraram expansão de 41,9% no último ano frente a 2019, chegando a R$22,9 bilhões. Nesse mesmo período, os depósitos contabilizaram alta 54,5% em igual base de comparação, num total de R$15,6 bilhões. A renda de serviços foi 17,9% maior em 2020, somando R$603,7 milhões. Já o ganho social no último ano foi de R$2.523,00 por associado – valor que registra a economia média do cooperado por ter realizado operações com as cooperativas filiadas ao Sicoob Central Crediminas se comparado às demais instituições do Sistema Financeiro Nacional. Destaca ainda o presidente que no cooperativismo os associados contam com as sobras. “Como o cooperado é, ao mesmo tempo, cliente e dono, ao final de cada exercício pode receber de volta o valor excedente pago pelas transações, uma vez que o objetivo da cooperativa é oferecer produtos e serviços ao menor custo possível. Dessa forma, os cooperados decidem juntos

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GIROLANDO KIDS

Explique para seus amiguinhos Você talvez tenha muitos amigos que sempre moraram na cidade e nunca viram uma vaca de perto. E tem muita coisa bacana acontecendo na fazenda que eles precisam saber. Então, bora lá bater um papo com nossa amiga Girolando, uma vaquinha muito esperta que vai te contar novidades toda edição da revista:

Não gostam de comida amarga O paladar das vacas é aguçado e pode distinguir os sabores salgado, doce, amargo e azedo. Elas tendem a evitar comidas amargas, pois associam a uma maior probabilidade de o alimento ser tóxico, e preferem o doce, o que pode estar relacionado à quantidade de calorias que elas precisam. Vacas têm melhores amigas As vacas são animais inteligentes e conseguem reconhecer umas às outras no rebanho. Estudos demonstraram que elas possuem melhores amigas e, quando afastadas, ficam mais estressadas.

Júlia - Fazenda JT Patos Peão - Gurinhatã/MG

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Arthur Paiva - Fazenda Santa Inês - Ibiá/MG

Isabela Fernandes - Fazenda Calambau Itauna/MG

Maria Elisa - filha do técnico da Girolando José Wagner Júnior

Maria Luiza - Fazenda do Meio Girolando Nossa Senhora Aparecida - Bambuí/MG

Sofia - Gir e Girolando RAFAS - Fazenda Bahia - Leandro Ferreira/MG propriedade de Rafael Martins

Maria Luiza, Maria Eduarda e Maria Júlia - Fazenda Currais - Bambui/MG

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br 59 61


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NOVOS ASSOCIADOS ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO SOCIAL DA GIROLANDO NOS NOS MESES, FEVEREIRO, MARÇO E ABRIL DE 2021. Nº CRIADOR 10214 ADEILSON MORAES FERREIRA

MUNÍCIPIO MIRANDA - MS

Nº 9410

CRIADOR GUILHERME ALVES DA ROCHA

MUNÍCIPIO BELO HORIZONTE - MG

10217

AGROPECUÁRIA MONTEIRO & FONSECA LTDA

SALVADOR - BA

10200

HÉLIA CRISTINA LEAL BARBOSA

BOM JARDIM DE GOIAS - GO

10208

AMANDA MOREIRA PINTO DE FIGUEIREDO FERRAZ

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

10197

ISMÊNIA DE OLIVEIRA MARTINS

BELO HORIZINTE - MG

10206

ANA RUBIA ROSA DA CUNHA STEFANELLO

CAMPO GRANDE - MS

10198

JOÃO PAULO MARQUES RIBEIRO

BONFIM - MG

10210

CARLOS EDUARDO DOS SANTOS

TARABAI - SP

10209

JOSÉ GENISSON DOS SANTOS

CARIRA - SE

10203

CLÁUDIO ARAÚJO GONZAGA

GOIÂNIA - GO

10190

JOSEMAR SEBASTIÃO DOS SANTOS

SABINÓPOLIS - MG

10218

CRISTIANO JOSÉ SILVA LANA

PIRANGA - MG

10216

JULIANO ALBERTO DE ARAÚJO

VIRGINÓPOLIS - MG

10202

DANIEL GONÇALVES DE LIMA

BRASÍLIA - DF

10191

MARCELO MIRANDA RIBEIRO

SANTA MARIA DO SUAÇUI - MG

10189

DIEGO HUMBERTO DA SILVA

ITARUMÃ- GO

10211

MATEUS KOTHE SINHORIN

XINGUARA - PA

10192

DIEGO MESSIAS DA SILVA FERRAREZI

NOVA BRASILÂNDIA - RO

10199

MATHEUS VILELA PUPIM

CARNEIRINHO - MG

10207

EMÍDIO ALVES MADEIRA NETO

PASSOS - MG

10204

MILLER FREIRE DE CARVALHO

SÃO GOTARDO - MG

10196

EVANDRO ALVES DOS SANTOS

SAMAMBAIA - DF

10205

PEDRO HENRIQUE DE ALMEIDA GONÇALVES

MUTUM - MG

10194

FÁBIO ANTÔNIO MAIA SILVEIRA

PASSOS - MG

10195

RONALDO PAVARINO FILHO

ITARUMÃ - GO

10213

GERALDO GILMAR CORDEIRO DE TOLEDO

SETE LAGOAS - MG

10201

WILTON LUIS MOYSES MONTEIRO

JOÃO PESSOA - PB

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022 PRESIDENTE: Odilon de Rezende Barbosa Filho VICE-PRESIDENTE: Eugênio Deliberato Filho 1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Marcos Amaral Teixeira 2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO: Márcio Luís Mendonça Alvim 1º. DIRETOR-FINANCEIRO: José Antônio da Silva Clemente 2º. DIRETOR-FINANCEIRO: Luiz Fernando Reis DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS: Domício José Gregório A. Silva

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO: José Renato Chiari DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Tatiane Almeida Drummond Tetzner DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS: Aurora Trefzger Cinato Real CONSELHO FISCAL: Afonso Celso de Resende Alexandre Honorato José Luiz Zago CONSELHO CONSULTIVO: Everardo Leonel Hostalácio Alexandre Lopes Lacerda Paulo Cruz Martins Junqueira

Marcelo Renck Real Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Marcos José de Paiva Gustavo Frederico Burger Aguiar João Eduardo Benini Reis SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO: Adaulto Augusto Nascimento Feitosa Paulo Victor Sousa Machado Leonardo Xavier Gonçalves Nelson Ariza Olavo de Resende Barros Junior

Conselho de Representantes Estaduais: AL AL AL AM AM BA BA BA BA CE DF ES ES GO GO GO MG MG MG MG MG

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Alexandre Gondim da R. Oiticica André Gama Ramalho Marcos Ramos Costa Ildo Lúcio Gardingo Muni Lourenço Silva Júnior Cláudio Micucci Vaz Almeida Fernando Luiz Andrade Rocha Francisco Peltier Queiroz Filho Valdemir Acácio Osório Diego Teixeira Brito Léo Machado Ferreira Rodrigo José Gonçalves Monteiro Marcos Corteletti Ildo Ferreira (in memoriam) Adauto Luís Caumo Rogério Omar Correa Bernardo Sousa Lima Mattos de Paiva Wander Campos Marcos Rodrigo Bernardo Silva Alex Lima Alves Luiz Cláudio Bastos de Moura

MG José Eduardo Coelho Branco Junqueira Ferraz MG Paulo Roberto Andrade Cunha MG Evandro do Carmo Guimaraes MG João Machado Prata Junior MG Rodrigo Lauar Lignani MG Arildo Benetti Ferreira MG Rubens Balieiro de Souza MG Maria Cristina Alves Garcia MG Maria Helena Freitas dos Santos MG Marcelo Pinto Pelegrini Cancela MG José Coelho da Rocha MG Roberto de Azevedo Rezende MG Sérgio Reis Peixoto MG João Dario Ribeiro MS Fábio Taveira Sandim MS Gustavo Henrique Panucci da Silva MS Thiago Barros Xavier MS Thiago Nogueira Lemos MT Aylon David Neves PA Adelino Junqueira Franco Neto PB Antônio Dimas Cabral

PE Cristiano Nobrega Malta PI José Gomes do Amaral Neto PR Ronald Rabbers PR Bernardo Garcia de Araújo Jorge RJ Cipriano Bairral RJ Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal de M. Vicente RJ André Luís Gonçalves de Souza RJ José Gabriel Souza Machado RN Ricardo José Roriz da Rocha RN Alexandre Carlos Mendes RN Manoel Montenegro Neto RO Darcy Afonso da Silva Neto RO Gilberto Assis Miranda RO Otayr Costa Filho RS Álvaro José Bombonatto RS José Adalmir Ribeiro do Amaral RS Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol SE Lafayette Franco Sobral SE João Bosco Machado SP Rubens Aparecido Câmara Júnior SP Raul de Oliveira Andrade Neto

SP SP SP SP SP SP SP SP TO

Paulo Gabriel Reis Nader Eduardo Lopes de Freitas Pedro Luiz Dias Fructuoso Roberto de Lima Filho Roberta Bertin Barros Alexandre Pereira da Costa Paulo Massanori Yamamoto Fernando Antônio de Macedo Napoleão Machado Prata

CDT Membros Natos Fernando Augusto, Leandro Paiva Membros Efetivos Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves, José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello Mamedes, Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos, Tiago Ferreira


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Depto. Financeiro / ADM / MKT Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br SUP. TÉCNICA TÉCNICOS PMGG EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG

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Ahed Farias Abu El Haj André Nogueira Junqueira Antônio Carlos Alves Brum Ariana de Miranda Barros Breno de Morais Cavalcanti Cléssio José Gomes Moreira Dagmar Aparecido Rezende Ferreira Diogo Balderramas Hulpan Pereira Emilio Afonso da Silva Filho Érico Maisano Ribeiro Euclides Prata dos Santos Neto Fernando Boaventura Oliveira Gabriel Khoury da Costa Geraldo Gomes Pereira da Silva Neto Gilmar Sartori Júnior José Renes da Silva Juscelino Alves Ferreira Kléber Nunes Ribeiro Limírio Cézar Bizinotto Marcello de Aguiar R. Cembranell Maurício Bueno Venâncio Silva Nilton Cézar Barcelos Júnior Pétros Camara Medeiros Raphael Henrique Machado Stacanelli Samuel Silva Bastos Thiago Cavalcanti de Almeida Wewerton Bibiano Resende Rodrigues

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(85) 99994-7701 37)99964-8872]/(31)99413-3808 (33) 99905-6480 (94) 99154-0569 (79) 99988-3326 / 99125-1393 (88) 99608-4982 / 99272-5788 (67) 99679-3440 (61) 99853-1020 (92) 99128-0364 / 98115-5667 (28) 99939-1501 (34) 99972-3965 (34) 99248-0302 (75) 99981-0581/(34)99284-0581 (63) 9974-8219 / 9255-8219 (43) 9972-7576 (34) 99972-7882 / 99113-9613 (34) 99978-2237 (69) 9912-9020 / 9933-5883 (34) 99972-2820 (34)98851-2831/(51) 98047-7565 (65) 9920-2004 (34)98403-7452/(17) 99656-3380 (31) 97512-3456 (37)99919-7808 /(34)99969-1517 (12) 99606-5779 / 98120-0879 (81) 99945-6439 (32) 99979-6419 / 99105-8015

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bST 325 mg

LEITE E LUCRO AUMENTANDO JUNTOS

TEM A QUANTIDADE IDEAL DE bST PARA AS VACAS LEITEIRAS CRIADAS NO BRASIL. FAZENDA DAS LIMEIRAS

30,0 28,0 26,0 24,0 22,0 20,0 18,0

FAZENDA PÉ DE CEDRO

Proprietário: Sebastião Edésio de Paula DEL médio: 101 dias

26,1 26,8

1ª aplicação

2ª aplicação

Sem POSILAC

20,0

28,2

27,5 25,2

Proprietários: Ana Luiza Pegoraro e Sônia Maria Pegoraro DEL médio: 86 dias

24,3

3ª aplicação

26,5 23,5

4ª aplicação

Com POSILA POSILACC

(Dados Internos)

18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0

18,3

18,3 13,3 13,0 12,5 1ª aplicação

14,9 15,4

2ª aplicação

Sem POSILAC

3ª aplicação

14,2

4ª aplicação

Com POSILA POSILACC

(Dados Internos)

A ADMINISTRAÇÃO DE A CADA 14 DIAS • AUMENTA A PRODUÇÃO DE LEITE • MELHORA A PERSISTÊNCIA DA LACTAÇÃO Consulte sempre um Médico Veterinário

64

AUMENTO MÉDIO DE ATÉ

20% NA PRODUÇÃO DE LEITE


bST 325 mg

MAIS LEITE, MAIS PARTOS, MAIS PRENHEZ EFEITO DO USO DE SOBRE PARÂMETROS REPRODUTIVOS EM FAZENDAS DE LEITE 45%

43%a

40% 35%

38%a

36%b

34%a

30%

30%b

25% 20%

Taxa de Prenhez D31

27%b

Taxa de Prenhez D66

Sem POSILAC

Taxa de Parição

Com POSILA POSILACC (Dados Internos)

Letras diferentes indicam diferença estatística. Fonte de dados: Low doses of Bovine Somatotropin Enhance Conceptus Development and Fertility in Lactating Dairy Cows. BIOLOGY OF REPRODUCTION (2014) 90 (1): 10, 1-12

APLICAÇÃO DE 2 DOSES DE • AUMENTA AS TAXAS DE PRENHEZ

AUMENTO DE

25% NA QUANTIDADE DE PARTOS

• REDUZ A MORTALIDADE EMBRIONÁRIA • ELEVA AS TAXAS DE PARIÇÃO www.agener.com.br SAC: 0800 701 1799

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