Revista Abigraf 310

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R E V I S TA

I S S N 0103•57 2 X

A R T E & I N D Ú S T R I A G R Á F I C A • A N O X L V I I • O U T / D E Z 2 0 2 1 • N º 310

Arnaldo Peres: o segmento de Comunicação Visual superou com versatilidade os problemas da pandemia e está preparado para novos desafios

Ao completar cinco décadas, a Escola Senai Theobaldo De Nigris se renova e mostra grande vigor com números altamente positivos

A transformação digital é irreversível e exige uma mudança de mentalidade e de paradigma, usando a tecnologia para repensar e redirecionar o negócio


Quem dá vida às palavras é a sua imaginação. O nosso papel é valorizar ainda mais esse momento.


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A gente vive histórias juntos.

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ADÉLIO SARRO O artista da capa

ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br Presidente da Abigraf Nacional: Sidney Anversa Victor Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci Gerente Geral: Wagner J. Silva Conselho Editorial: Denise Monteiro, Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Sidney Anversa Victor, Tânia Galluzzi e Wagner J. Silva Elaboração: Gramani Editora Eireli Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3887.1515 E-mail: editoracg@gmail.com Editor: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Colaboradores: Alvise Cavallari, Hamilton Terni Costa, Marcos Maricate e Roberto Nogueira Ferreira Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52 Papel do miolo: Lumistar 105 g/m², da BO Paper Enobrecimento da Capa: Green Packing (verniz UV e aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil) Impressão e acabamento: BMF Gráfica e Editora Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf

Quem Deras, óleo sobre tela, 100 × 80 cm, 2016

REVISTA ABIGRAF

Pintor, desenhista e escultor, Adélio Sarro nasceu em 1950, em Andradina (SP). Desde muito cedo sempre mostrou um grande talento para o desenho. Mas, em 1972, ao visitar o museu na casa onde viveu Candido Portinari, em Brodowski (SP), as obras do grande artista o impressionaram tanto que, naquele momento, decidiu se tornar um pintor. Sua obra conquistou o Brasil e, em 1981, ocorreu o batismo internacional em uma mostra coletiva no Japão. A partir daí, e nos anos seguintes, o sucesso mundial veio com exposições na Itália, Uruguai, Argentina, França, Estados Unidos, Portugal, Nicarágua, Suíça, Alemanha, Bélgica, Noruega, Singapura, Austrália, Eslováquia, Rússia e China. Sobre sua obra, assim se manifestou o crítico de arte francês Andre Parinaud, em 2021: “O brasileiro Adelio Sarro é um dos grandes visionários que aparece como a testemunha do fenômeno da revolução mundial. Ele, no céu azul de suas telas, projeta o herói brasileiro — figuras com os pés nus, ‘fugindo às normas’, com suas mãos gigantes —, ator poderoso e comovente, verdadeiro personagem de uma sociedade de sobrevivência que há muito tempo busca um universo de promessa e futuro. As telas de Sarro são, portanto, afrescos que traduzem a dinâmica de um povo e a sua vontade, são testemunhas desta época de mutações. Toda sua obra anuncia e afirma a transformação radical dos personagens e logo impõe uma modificação no volume dos corpos, dos rostos, mesmo das paisagens, que fazem de cada um de seus quadros uma imagem imediatamente identificável e esta é a base de sua mensagem artística e filosófica”.

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Reencontro do público com a Fespa A Fespa Digital Printing, realizada em meados de outubro, marcou a retomada dos eventos presenciais no setor gráfico. A feira de comunicação visual e impressão digital recebeu 14 mil visitantes.

Apoio Institucional

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

Mudança da mentalidade digital

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FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

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No artigo desta edição, o consultor Hamilton Costa analisa os vários aspectos da tão falada transformação digital, um caminho irreversível, desde a operação em si até a fundamental mudança de mentalidade.

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Oportunidades na comunicação visual Um dos setores mais versáteis do universo da impressão, a comunicação visual soube responder à demanda pela sinalização de distanciamento social e se prepara para novos mercados, como a estamparia digital.

O vigor da Theobaldo De Nigris Aos 50 anos, Escola Senai Theobaldo De Nigris mostra vigor e sintonia com a indústria ao apostar no ensino a distância e em novos cursos, cobrindo temas adjacentes, porém fundamentais, com a sustentabilidade.

Forest Paper assume compromisso ambiental Diretoria do Grupo Forest fala do lançamento de uma linha de papéisbarreira, de novo centro de distribuição, do investimento em um canal de venda via internet e projeta unidades de reciclagem de embalagens.

Fedrigoni renovada promete novidades Depois da aquisição por uma holding brasileira, a Fedrigoni investiu um milhão de reais no desenvolvimento de novos produtos e cores, reformulou a linha Colorplus e ampliou a família de papéis kraft.

O prazer da boa mesa Há 30 anos Mauro Holanda nos delicia, fazendo o observador querer devorar suas imagens. Referência na fotografia de gastronomia, Mauro revisita as transformações pelas quais o estilo vem passando.

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CONTEÚDO EDITORIAL Editorial/Sidney Anversa Victor ..............6 Gestão/Hamilton Terni Costa .............. 32 Rotativa/Noticiário Geral .......................8 Fábrica Conectada/Alvise Cavallari ..... 36 Entrevista/Arnaldo Peres.................... 18 Fespa Digital Printing Brasil ............... 40 Senai Theobaldo De Nigris/50 Anos .... 22 Podcast/Ondas Impressas ................. 42 Koenig & Bauer/Homenagem Senai .... 26 Rotativas Offset/Marcos Maricate....... 43

Desafios no mundo da embalagem

Afeigraf/3-º Prêmio Literário................ 27 Conexão Brasília/Roberto N.Ferreira ... 44

Especialista da Nestlé R&D, na Suíça, comenta dois aspectos que estão se tornando cada vez mais críticos para a adoção eficiente da impressão digital em embalagens: sustentabilidade e gerenciamento de dados.

Grupo Forest Paper/Revita ................. 28 Fotografia/Mauro Holanda ................. 46 Manroland/150 Anos......................... 29 Almanaque Lunário Perpétuo ............. 49 Fedrigoni/Papéis Especiais ................ 30 Mensagem/João Scortecci ................ 50 outubro /dezembro 2021

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EDITORIAL

ção a v ti o m , a ci n ê li si re , ça n a fi Con r! e muita ação no nosso seto

a presencial rm fo de ra nt co en re se o ic áf Após 30 meses, o setor gral Printing. Muitas novidades, planos durante a Fespa Digit para a nossa indústria gráfica. e boas perspectivas talharam nharam durante a vida, ba pe em tas tan tre poeta (en têm coisas novas Começo usando a frase do pelas suas empresas e agora os olh s “O i: nc Vi da o seu negócio, outras genialidades) Leonard para oferecer e continuar o o”. nd mu do o s elh esp pensar no futuro, em nova são a janela da alma e o ra al possibilidades, ou seja, a fei Quem esteve na Fespa Digit ficos. ente abriu os olhos de muitos grá Printing, em outubro, certam da ço an av O , eu Esse reencontro nos encheu teve a mesma sensação que i fo ão aç cin va de esperança, motivação e que nem mesmo as máscaras te en m al er lit mos o de também mostrou como pode puderam esconder, o sorris de ão jeç in a um as em balhar, por exemplo, com ess tra satisfação de estar de volta o ra pa o ânim ças ma novas tecnolog ias, fazer pe um evento presencial, de su . ico áf gr to en gm se Agora personalizadas e exclusivas. importância como esta feira. tão os! Epidemia e pandemia até en é hora de tirar novos pedid s da tra Juntos somos mais fortes! e! nt para nós eram palavras encon fre em s mo Va o é que quando tudo nos livros de história. Tant Até a próxima! de comunicação ais can os , ses me 30 há u, começo diferença entre uma sidney@congraf.com.br precisaram nos esclarecer a a ra pa ia histór e outra. Pois é! Dos livros de -19, que afetou o vid vida real, a pandemia da Co argar em desemprego, mundo, fez a população am número de regras inf lação, restrições, um sem , em milhares de mortes. sanitárias e, o pior de tudo o foi literalmente Porém, o avanço da vacinaçã ra simplesmente foi um uma injeção de ânimo e a fei vidades e tendências sucesso e pôde mostrar as no por conhecer. que estávamos tão sedentos ital proporcionou A evolução na impressão dig tos, velocidade e novas cores, grandes forma fica Bra sileira da Indústria Grá a saída, uma Presidente da Associação ag ilidade. A feira mostrou um (Abigraf Nacional) ficos que se alternativa para muitos grá

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Sidney A nversa V ictor

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Bobst Itália conclui a aquisição dos ativos da Cerutti

Grande investimento da Avery Dennison no interior paulista

Para atender a demanda atual

Planta de produção da Bobst Itália em San Giorgio Monferrato

Uma das principais fornecedoras mundiais de processamento de substratos, equipamentos de impressão e conversão e serviços para as indústrias de etiquetas, embalagens flexíveis, papelão dobrável e ondulado, a Bobst comunicou no dia 11 de novembro a aquisição feita pela Bobst Italia SpA dos ativos da Officine Giovanni Cerutti SpA, da Cerutti Packaging Equipment SpA e da Cerutti Services Srl. Sediada em San Giorgio Monferrato, a Bobst Itália é o centro de excelência mundial da Bobst para tecno lo gias de impressão, laminação e revestimento para a indústria de embalagens flexíveis. A compra da Cerutti consolida o

Artecola renova sua apresentação visual Profundo reposicionamento de

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marca sinaliza importante capítulo nos 73 anos de atividade da Artecola. Uma grande mobilização junto às equipes das nove plantas em seis países marcou no dia 4 de outubro o lançamento de nova identidade visual e posicionamento de mercado da Artecola. Resultado de mais de dois anos de pesquisas, estudos e investimentos, a transformação visual simboliza um novo ciclo de crescimento estratégico da REVISTA ABIGR AF

objetivo estratégico da companhia de reforçar a sua tecnologia e liderança no mercado global de rotogravura. A Cerutti foi fundada em 1920, em Casale Monferrato, no nordeste da Itália, e se tornou um fabricante de renome mundial de impressoras de rotogravura para embalagens, publicações e de equipamentos especiais de impressão e conversão. Com a aquisição, a Bobst agrega aos seus ativos a marca, os direitos de proprie dade intelec tual e todos os ativos intangíveis da Cerutti. Trinta ex-funcionários da Cerutti se juntarão ao pessoal da Bobst Italia em San Giorgio Monferrato. www.bobst.com

companhia, que reforça seu perfil de empresa multilatina. Da nova identidade vi sual faz parte também a Afix, nova marca única para a diversificada linha produzida pela empresa, agora padronizada em toda a América Latina, que irá identificar os produtos da Artecola tanto em adesivos como em laminados termoplásticos. São produtos para inúmeras aplicações, como cadernos, embalagens congeladas, aviários, fraldas, roupas, entre muitas outras. www.artecolaquimica.com.br

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e se preparar para o crescimento futuro da região latino-americana, a Avery Dennison anunciou em outubro um aporte próximo a R$ 150 milhões destinado à ampliação da planta localizada em Vinhedo (SP), que passará a contar com uma área total de mais de 24 mil m², e a aquisição de um novo equipamento para laminação de autoadesivos. É o maior investimento já feito pela companhia na última década na América Latina. Com isso, a fabricante espera ampliar consideravelmente sua capacidade de laminação, o que permitirá acompanhar a crescente demanda do setor, com

Ronaldo Mello, vice-presidente e gerente geral da Avery Dennison na América Latina

soluções sustentáveis e inovadoras, proporcionando ainda melhores serviços e prazos de entrega. “A América Latina é uma região importante para nossos negócios. Recentemente tivemos ampliação de capacidade e novos centros de distribuição no México, além de uma nova fábrica de RFID no Brasil. A instalação da nova laminadora tem como objetivo suportar o crescimento tanto da companhia como dos clientes, com capacidade adicional e tecnologias de ponta para adesivos acrílicos e hot melt, destaca Ronaldo Mello, vice-presidente e gerente geral da Avery Dennison na América Latina. www.averydennison.com

DuPont lança família de chapas Cyrel para UV-Led Durante a Conferência da Flexographic Technical Association (FTA), em Frisco, Texas (EUA), no pe río do de 3 a 6 de outubro, a DuPont Cyrel So lu tions lançou a família de chapas Cyrel Lightning, otimizadas para sistemas de exposição UV-Led, como o Esko XPS Crystal, permitindo usar todos os seus recursos. Os benefícios da chapa incluem uma melhor relação entre o tempo de gravação e o desempenho da chapa, sem comprometer a qualidade da impressão. A Cyrel LSH é a primeira chapa de fotopolímero da

plataforma e estará disponível nas espessuras de 1,14 mm e 1,70 mm. Ela é processada por solvente e vem com exposição certificada para o mais recente software das unidades Esko XPS Crystal. Apresenta a característica de ser uma chapa dura com superfície macia, sendo ideal para retículas de superfície avançadas e vários substratos otimizados, além de pro porcio nar uma impressão limpa de embalagens flexíveis, rótulos e etiquetas, bem como impressões em papel. www.cyrel.com


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Rentabilidade elevada Graças a tecnologia “Motion Control”, processos otimizados na saída do produto, guilhotina trilateral redesenhada, conceito de operação facilitado – a PRIMERA PRO, que RSHUD ½ FLFORV KRUD UHGX] VLJQLƂFDWLYDPHQWH RV tempos de preparação e de produção para seus pedidos, aumentando assim sua lucratividade. Com o seu alto nível de variabilidade em formatos e a sua ampla gama de diferentes alimentadores, a Primera PRO é a alceadeira/ grampeadeira ideal para uma larga gama de produtos – tanto em tiragens curtas como longas.

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GSE Dispensing fecha parceria com a rede Prethink Ink

Com sede em Brummen, na Ho-

landa, a GSE Dispensing está fornecendo expertise para ajudar a reduzir o impacto ambiental de embalagens flexíveis, juntando-se à rede Prethink Ink, constituída por um grupo de fornecedores da indústria gráfica que promove Anne Lourens, diretor administrativo da GSE Dispensing tintas à base de água. Estabelecida pela Basf, a rede operacionais. Anne Lourens, direPrethink Ink se dedica a aumen- tor administrativo da GSE, explica: tar a conscientização sobre as ca- “A missão da GSE é reduzir o impacidades da tecnologia à base pacto ambiental da tinta e dos rede água e fornecer orientação so- cursos relacionados na indústria bre as melhores práticas. A rede gráfica. Isso se encaixa perfeitainclui empresas de toda a cadeia mente com a iniciativa da Prethink de valor de embalagens, incluin- Ink de incentivar o uso de tintas à do fabricantes de máquinas e fer- base de água”. ramentas, fornecedores de matéPacotes de softwares estão disrias-primas, fabricantes de tintas, poníveis para agilizar processos convertedores de embalagens e relacionados à tinta, como reutiliproprietários de marcas. zação de tintas de retorno da imFornecedora de soluções pressora, reposição automatizada como sistemas de dosagem e soft- de tintas base (componentes), raswares, a GSE oferece sua experiên- treabilidade de lotes de tinta na cia para ajudar os convertedores cadeia de abastecimento, geração de embalagens flexíveis a faze- de relatórios de estoque e custos, rem a transição para tintas à base criação de novas receitas de cores de água sem problemas, ao mes- e correção de receitas existentes. mo tempo em que reduz os custos www.gsedispensing.com

Hybrid Software continua em expansão e adquire ColorLogic N o ano em que comemora

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exigentes de qualidade de cor, uma década de atividades e bem como para fabricantes de após consolidar a incorporação dispositivos originais (OEMs) de da Global Graphics, a Hybrid equipamentos de impressão. Software Group anunciou no fi- PARCERIA NO BRASIL – Também nal de outubro mais uma aqui- em outubro, a Hybrid Softsição. Desta vez, foi a compra ware divulgou a ampliação da da ColorLogic, empresa funda- sua rede de parceiros no Brada em 2002, com sede em Rhei- sil. A empresa, fabricante de ne, Alemanha, desenvolvedora soluções em software para préde uma série de soluções para o -impressão de embalagens no segmento de softwares de con- segmento de flexografia, estaversão de cores para converte- beleceu acordo com a Alphadores. Seus produtos são ven- print para juntar-se ao seu grupo didos em todo o mundo para de revendedores no País. usuários finais com requisitos www.hybridsoftware.com

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Ibema lança papel-cartão Naturale com 70% menos químicos

Feito em material renovável e

com 70% menos adição de químicos, está no mercado, desde o início de novembro, o papel-cartão Ibema Naturale. Por meio do poder das fibras celulósicas, ele oferece resistência ao mesmo tempo em que reduz o peso das embalagens. Produto de alta rigidez e totalmente reciclável, de coloração creme, é recomendado para embalar alimentos de take away, delivery ou cosméticos destinados ao e-commerce. Disponível em 225 a 320 gramas, tem como principais características a composição em 100% de fibras virgens, ótimo grau de resistência, com capa e verso

de coloração natural, sem corantes, e a possibilidade de ter contato com alimentos sem o risco de desmanchar ou contaminar. “Produzir uma embalagem com menos papel pode parecer evidente para alguns como uma forma de reduzir custos e gerar menos resíduos, mas muitas empresas ainda não se deram conta desse benefício. O Naturale tem o poder de fazer saltar aos olhos essas evidências. Alta performance, menor gramatura e sustentabilidade até no aspecto visual”, salienta Diego Gracia, gerente de estratégia e Marketing da Ibema. www.ibema.com.br

Morre o fundador da Editora Moderna

Faleceu no dia 5 de novem-

bro, aos 93 anos, em São Paulo, o professor, editor e autor Ricardo Feltre. Em 1968, Feltre e os também professores Carlos Marmo e Setsuo Yoshinaga resolveram criar uma editora com o objetivo de produzir, em escala, materiais didáticos que eles já usavam em salas de aula de cursos pré-vestibular. Nascia a Editora Moderna, mais tarde vendida ao grupo Santillana. A diretoria da CBL distribuiu nota manifestando seu pesar à família e aos amigos, ressaltando a importância de Feltre: “Com grandes contribuições para o mercado

editorial brasileiro, Ricardo Feltre foi autor de livros de muito sucesso, amplamente usados no Ensino Médio nas disciplinas de Química e Físico-Química. Feltre também foi vice-presidente no final dos anos 1980, e muito atuante, na Câmara Brasileira do Livro”. Fonte: Publish News


ProServ 360º: Evolução no desempenho da impressora. A evolução da excelência continua com a parceria do ProServ 360º e a ROLAND 700 Evolution e ROLAND 900 Evolution. Aprimorando eficiência e garantindo máxima performance, esse programa oferece aos proprietários uma produção supervisionada remotamente, custo definido de manutenção e inspeções com um retorno rápido e garantido do investimento.

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Bignardi inclui papel embalagem em sua linha de produtos

Linha completa Blueline, da Voith, foi contratada pela Bignardi para produzir papel embalagem

Tradicional fabricante de papéis

papel embalagem prove niente de matéria-prima com número superior de rejeitos, já que o sistema da Voith permite o melhor aproveitamento de fibras. Além dos equipamentos, a Bignardi contratou os serviços de engenharia básica, serviços de campo, e o gerenciamento global do projeto, função importante em um investimento como esse, de vá rias interfaces com diversos outros fornecedores, auxiliando-a na operacionalização e na mitigação dos riscos. www.bignardi.com.br

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para imprimir e escrever e artefatos de papel, o Grupo Bignardi identificou em determinados nichos de papel para embalagem uma oportunidade de reposicionar sua estratégia no mercado. A fim de realizar essa migração na fábrica instalada em Jundiaí (SP), a Bignardi contratou a linha completa Blueline, da Voith, para a produção de papel ondulado voltado a embalagens. A nova linha de produção contará com a última geração de equipamentos e será capaz de fabricar

No ano em que o Brasil vai comemorar o

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bicentenário de sua Independência, Portugal será o país convidado de honra da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Realizado pela Câmara Brasileiro do Livro (CBL), o evento acontecerá de 2 a 10 de julho de 2022 e vai reunir autores brasileiros e de outros países, editoras nacionais e internacionais, livrarias e distribuidoras.

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Fespa Global Print retoma eventos presenciais na Europa

Após um intervalo de dois anos, em decorrência da pandemia, a Europa voltou a ter eventos gráficos presenciais com a Fespa Global Print Expo e Eu ropean Sign Expo 2022, reali zados em Amsterdam, Holanda, de 12 a 15 de outubro. As exposições atraíram principalmente líderes empresariais ávidos por se atualizar em relação às novidades do setor e dispostos a assumir investimentos de curto e médio prazos. Como era esperado, os desafios para viajantes de outros países devido as restrições impostas pela Covid-19 resultaram em menor presença de público. Compareceram 7.850 visitantes únicos, 42% dos quais voltaram por mais de um dia,

totalizando 11.130 registros. Vieram representantes de mais de 100 países, sendo 49% do público procedente da Alemanha e região do Benelux, com presença também expressiva de italianos, franceses, britânicos, espanhóis e poloneses. Sessões do Fespa Live envolveram conversas com os principais expositores, impressores e especialistas sobre as últimas tendências e inovações, registrando 5.125 visualizações durante os quatro dias dos eventos. A próxima edição dos eventos voltará à Messe Berlim, na Alemanha, no período de 31 de maio a 3 de junho do próximo ano. (Veja a cobertura da Fespa Brasil na página 40.) www.fespaglobalprintexpo.com

Portugal será país-tema da 26ª– Bienal do Livro de São Paulo O país homenageado terá uma área onde entre Portugal e o Brasil. “Lançaremos a sétiserão desenvolvidas atividades culturais ma cátedra de estudos portugueses no Brasil e fomos convidados para sermos o paíse de negócios. O ministro de Estado e dos Negócios Es- -tema da Bienal Internacional do Livro de São trangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, Paulo. Tivemos muito gosto nesse convite e declarou em encontro com o ministro das Re- já transmitimos nossa aceitação”. O país ibélações Exteriores do Brasil, Carlos França, que rico também fará parte das comemorações 2022 será um ano muito importante para dos 200 anos da Independência brasileira. o aprofundamento das relações bilaterais www.cbl.org.br


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Santillana Educação investe R$ 240 milhões no Brasil

Criada diretoria de Supply Chain na Ibema

WestRock conclui maior fábrica de papel kraft da AL

Novo plano estratégico do grupo Santillana no Brasil divide, desde outubro, seus negócios em duas empresas: a Santillana Educação, especializada no atendimento a escolas privadas, sob a direção geral de José Henrique Del Castillo Melo; e a Editora Moderna, para atender o setor público, área em que o grupo detém a liderança, comandada por José Ângelo Xavier. Após a mudança, que visa ao crescimento da operação no Brasil, a Santillana Educação anunciou o investimento de R$ 240 milhões para os próximos quatro anos (R$ 60 milhões por ano), com o objetivo de avançar no mercado privado. A meta é dobrar seu faturamento, ultrapassando os R$ 800 milhões. “Dos 48 milhões de alunos no País, 29 milhões utilizam algum produto Santillana. Nossa operação no Brasil responde por 42% do faturamento da empresa global. Com a nova empresa, pretendemos crescer 20% ao ano no segmento privado. Até 2025, o grupo vai passar de 887 mil alunos para 1,4 milhão de alunos atendidos na escola privada”, declara o diretor geral da Santillana Educação. Fundada na Espanha em 1960, a Santillana atua em 21 países e iniciou suas atividades no Brasil em 2001, ao adquirir as editoras Moderna e Salamandra.

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www.santillana.com.br

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Fábrica de papel kraft da WestRock Brasil em Três Barras (SC)

Em mais uma etapa do plano es-

Tendo em vista um crescimento estruturado, a Ibema investiu na plataforma de compras SAP S/4 Hana, em nuvem privativa, nova ferramenta de gestão da programação in dus trial que mede as curvas de produção em tempo real e a integração total dessas ferramentas. Para colocar em prática essa transformação, a companhia agora conta com uma diretoria de Supply Chain, liderada por Irlene Demeneck, que se reporta diretamente ao CEO Nilton Saraiva. À frente da gestão da cadeia de suprimentos, a nova diretora comanda desde a captação de matérias-primas até a entrega ao cliente final, otimizando métodos e operações que compõem o fluxo de materiais e informações ponta a ponta. Economista de formação, com MBA em Comunicação e Marketing e em Gerenciamento de Projetos (FGV) e há cinco anos na Ibema, Irlene acumula experiência de 20 anos em diversas áreas de negócios no mercado B2C. www.ibema.com.br

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tratégico com o objetivo de ampliar o seu negócio integrado de embalagens de fibra natural no Brasil, a WestRock encerrou o projeto de expansão da unidade indus trial de Três Barras (SC), tornando-a a maior fábrica de papel kraft da América Latina. O investimento de cerca de US$ 345 milhões prevê um acréscimo de mais de 40% na produção, que passará a fabricar mais de 1.900 toneladas da linha de papéis de alta performance HyPerform por dia. Para ser ainda mais sustentável e causar o menor impacto ao meio ambiente,

Xerox nomeia novo vicepresidente e gerente geral para a AL Ezequiel Bardas assumiu em 1º de novembro a vice-presidência e gerência geral da Xerox para a América Latina, com a responsabilidade de liderar a estratégia comercial em toda a região e ser reportado pelos gerentes gerais das filiais da Xerox no Brasil, México e Xerox XMLA (cons tituída por Argentina, Chile, Equador e Peru). Antes disso, o executivo foi presidente e diretor geral da companhia no México, de janeiro de

o projeto privilegiou a geração de energia limpa e sustentável com a utilização de biomassa das caldeiras e resíduos da produção de celulose, aumentando a autossuficiência energética da planta de 55% para 85%. Três Barras irá abastecer as quatro unidades de papelão ondulado da empresa em Blumenau (SC), Porto Feliz e Araçatuba (SP) e Pacajus (CE). Com esse investimento a WestRock também mira no mercado de papel kraft de alta performance para exportação, sobretudo para os países da América Latina. www.westrock.com

2018 até outubro de 2021. Anteriormente, tinha sido gerente geral da Xerox Argentina, com sede em Bue nos Aires, posição que ocupou desde 2012. Ezequiel é formado em Marketing e Ne gócios (Uade) e mestre e Administração de Empresas (IAE, Argentina). www.xerox.com


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Sylvamo. Este é o novo nome da International Paper Brasil

No dia 1º de outubro, após concluir a separação global dos negó cios de papéis para imprimir e escrever e embalagens, a companhia passou a se chamar Sylvamo, tornando-se uma empresa independente com uma relevância ainda maior na estratégia geral. O novo nome remete à conexão da empresa com as árvores. Sylvamo é a fusão das palavras latinas para floresta, “silva”, e amor, “amo”, resultando no significado único de “amor pelas florestas”. A mudança vai além da marca. Autônoma, a Sylvamo terá maior flexibilidade estratégica, importantes fábricas de papel em regiões competitivas do Brasil, Estados Unidos e Europa, e marcas conhecidas como Chamex, Chamequinho e Chambril. Com sede global em Memphis, Tennessee (EUA), a empresa emprega mais de 7.000 profissionais e possui sete fábricas, seis delas totalmente integradas, que produzem 2,8 milhões de toneladas de papel não revestido e 580 mil toneladas de celulose. A Sylvamo do Brasil emprega cerca de 3.000 profissionais. São três unidades industriais, localizadas em Mogi Gua çu (SP), Luiz Antônio (SP) e Três Lagoas (MS), que produzem um milhão de toneladas de papel não revestido por ano, além de mais de 100 mil hectares de florestas de eucalipto e vegetação nativa no Estado de São Paulo, que fornecem uma fonte sustentável de fibra de madeira. www.sylvamo.com

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Gráfica goiana VR Label é autossuficiente na produção de energia limpa

Especializada no segmento de rótulos, a VR Label,

com sede em Aparecida de Goiânia (GO), anunciou em setembro que atingiu a autossuficiência na produção de energia, gerando 100% da energia consumida em suas operações com a instalação de painéis solares. Ao todo, são 3.200 m² de placas solares, um investimento de mais de dois milhões de reais para gerar energia limpa e renovável. Esses painéis, usados para alimentar a totalidade das operações da empresa, terão a capacidade de gerar cerca de 600 KVa em energia. “Queremos que, além de tecnologia, a VR Label também seja referência em respeito ao meio ambiente e sustentabilidade”, afirma Viomar Rodrigues, proprietário da gráfica. O parque gráfico da VR Label tem como destaque cinco impressoras flexográficas 8 cores, de última geração, e uma impressora digital HP Indigo 6900, 7 cores, para rótulos adesivos e termoencolhível (sleeve), além da inkjet industrial Durst Tau 330 RSC, com resolução 1.200 × 1.200 dpi. No setor de acabamento em rótulos, o sistema ABG Digicon Série 3 com Fast Track, que permite trabalhar com impressão branco sleeve e um sistema de corte laser Cartes, com velocidade de até 700 cortes/minuto. www.vrlabel.com.br

Novos Associados Abigraf O Sistema Abigraf dá as boas-vindas aos seus novos filiados.

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DPrint Editorial Gráfica Rua Caetano Pinto, 195 (Brás) 03041-000 São Paulo SP Telefone: (11) 2858-8080 Contato: Danilo Venicius G. Soares danilo@dprintgrafica.com.br outubro /dezembro 2021

Painéis solares instalados na sede da VR Label

Ferrari Daiko (logo) Rua Marquês de Lages,131 (Vila Moraes) 04162-000 São Paulo SP Telefone: (11) 5073-0966 Contato: Alberto Ananias Silva grafica@ferrarig.com.br

SECCIONAL BAURU

Alpha Bureau (logo) Rua Prof. Carlos Gomes Peixoto de Melo, 3-15 (Vila Pacífico) 17050-490 Bauru SP Telefone: (14) 99193-3557 Contato: Bruno Saliba Bassan bruno@alphabureau.com.br

ArtPrint Rua Wilson Ton, 270 (Santa Angelina) 17123-132 Agudos SP Telefone: (14) 99173-2363 Contato: Maria Eduarda Ferreira comercialartprint@outlook.com

ABIGRAF NACIONAL

Druck Chemie do Brasil Rua Rosa Belmiro Ramos, 151 (Ortizes) 13275-400 Valinhos SP Telefone: (19) 3869-2943 Contato: Larissa Roberta Bonazzio larissa.bonazzio@ druckchemie.com.br



ENTREVISTA Por: Tânia Galluzzi

Arnaldo Peres

Versatilidade ajuda CV a atravessar a pandemia

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m 2022, Arnaldo Peres completará 35 anos de atuação na seara da comunicação visual. Técnico em Artes Gráficas pela Theobaldo De Nigris, formado em Administração, com pós-graduação em Marketing e Gestão Empresarial, Arnaldo dedicou e dedica sua carreira à Neoband, empresa que ajudou a posicionar como referência de mercado. Nesta entrevista, o diretor comercial fala dos reflexos da pandemia na Neoband e no setor como um todo, sobre a compra da Petink e novas aplicações.

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Arnaldo, não há nada nem ninguém que não tenha sido afetado pela pandemia, mas cada setor respondeu de forma diferente. O segmento de comunicação visual conseguiu aproveitar a demanda pela sinalização de distanciamento social. Na sua opinião, qual foi o saldo desse período? A comunicação vi sual tem como característica a versatilidade e o fato de ser um setor muito amplo. Ele conseguiu se adaptar, inclusive com materiais que jamais imaginaríamos produzir, como barreiras de contenção em acrílico, totens de álcool gel e face shields. Era preciso proteger aqueles que não puderam parar, e o foco principal foi manter as pessoas seguras nos seus ambientes de trabalho. Isso foi muito bacana. Além desse aspecto social, a oferta desses produtos, cujo consumo agora é pequeno, abriu oportunidades em grandes clientes os quais não atendíamos. E isso aconteceu não só na Neoband. Por aqui, procuramos aproveitar ao máximo essas brechas. Tanto que estamos, pelo segundo ano consecutivo, batendo recorde de faturamento. Qual o crescimento previsto para 2021? Fechamos os 10 primeiros meses com um crescimento de 34% no faturamento. É um número bem alto em um ano tão difícil para a economia do País. Quais produtos vocês ofertaram para esses novos clientes? Nesses últimos 20 meses adotamos uma postura comercial agressiva. A equipe foi treinada de forma ostensiva, afinal estávamos lutando pela nossa sobrevivência. Implantei aqui uma prospecção superativa, o que resultou na ampliação do volume de clientes. O segundo fator que contribuiu para esse resultado foi a compra, em setembro de 2020, da Petink, empresa especia lizada em soluções para PDV, há 35 anos em atividade, que estava em busca de oportunidades de crescimento com aporte de capital. A Petink detém a patente para a produção do faster display no Brasil. São aquelas estruturas em cartão que já vêm praticamente prontas? Isso, displays automontáveis. São vários formatos e temos vendido bastante os cubos, o totem elíptico e os de back drop. Essas estruturas são geralmente feitas de madeira e metais e, com

os faster displays em papelão, temos a facilidade e portabilidade de que podem ser carregados no porta-malas de um carro. Com isso, já conseguimos montar um estande de vendas em exatamente um minuto.

A Neoband está focada no PDV, o famoso ponto de venda, com um pacote bastante completo de soluções. Nessa área temos um concorrente forte, o painel de LED, cujo preço já caiu bastante. Nas grandes cidades, os relógios e abrigos de ônibus já estão com LED. Os aeroportos também. Mas é uma ameaça que pode virar oportunidade. A Neoband não tem olhado para esse mercado, mas acho que é um grande ponto de desenvolvimento para o futuro.

Eu vejo a Neoband como um canivete suíço. Temos offset UV, serigrafia, impressão digital, sublimação, marcenaria, serralheria, além de uma equipe de instalação homologada com os principais veícu los de mídia. Hoje pela manhã1, por exemplo, eu estava em Interlagos com os gringos ingleses e alemães planejando os trabalhos para o GP Brazil de F1. Estamos com 15 profissionais lá dentro, literalmente ajudando a montar o circo da Fórmula 1 2 . Quais os segmentos mais promissores para a comunicação visual em 2022? A Neoband está focada no PDV, o famoso ponto de venda, com um pacote bastante completo de soluções. Nessa área temos um concorrente forte, o painel de LED, cujo preço já caiu bastante. Nas grandes cidades, os relógios e abrigos de 1 4 de novembro 2 O Grande Prêmio de São Paulo aconteceu no domingo, 14 de novembro outubro /dezembro 2021

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Na última vez que conversamos, em setembro do ano passado, você citou mercados ainda pouco explorados pela comunicação visual como a estamparia digital, e ferramentas como web-to-print. Como você enxerga essas áreas hoje? O web-to-print já está consolidado, fortalecido pelo e-commerce durante a pandemia. Nós, inclusive, vamos lançar em dezembro uma loja para franquias. Normalmente, uma franquia master tem que comprar um enxoval de material de comunicação visual para os seus franqueados.

Estamos montando uma loja B2B na qual os franqueados terão um cardápio de opções, definido pelo master franqueado, e poderão comprar diretamente. Já atuamos dessa forma para vários clientes, mas não com uma loja fechada, com bandeira exclusiva. Cada master vai ter seu espaço.

Isso demanda muito tempo, além do master franquea do ter de lidar com problemas de produção e entrega. Estamos montando uma loja B2B na qual os franqueados terão um cardápio de opções, definido pelo master franqueado, e poderão comprar diretamente. Já atua mos dessa forma para vários clientes, mas não com uma loja fechada, com bandeira exclusiva. Cada master vai ter seu espaço. Desenvolvemos a solução a partir da necessidade de um cliente. Abraçamos essa oportunidade e agora em dezembro vamos lançar a primeira loja.

ônibus já estão com LED. Os aeropor tos também. Mas é uma ameaça que pode virar oportunidade. A Neoband não tem olhado para esse mercado, mas acho que é um grande ponto de desenvolvimento para o futuro.

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E a estamparia digital? A impressão digital em tecido, tanto para decoração/arquitetura quanto para personalização de produtos, é uma área em que poucas empresas estão atuando e representa, sim, uma ótima oportunidade. Isso sem falar de outros suportes para confecção dos mais diversos itens personalizados para arquitetura e decoração.



FORMAÇÃO Texto: Tânia Galluzzi

Theobaldo De Nigris comemora 50 anos com demanda em alta A Escola Senai Theobaldo De Nigris, principal organismo de formação na área gráfica do País, chega às bodas de ouro renovada e batendo recorde de alunos inscritos. Vários projetos estão em curso, como a flexibilização das unidades móveis e a criação de um curso póstécnico em impressão digital.

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Élcio de Sousa, diretor das Escolas Senai Theobaldo De Nigris e José Ephim Mindlin

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pandemia teve um efeito inesperado nos resultados da Escola Senai Theobaldo De Nigris. A despeito de todos os problemas causados pela doença, a instituição, fundada em 1971 na capital paulista, registrou mais de sete mil matrículas neste ano, entre treinamentos de curta duração e cursos de longa permanência, bem acima das 6.300 projetadas para 2021. O confinamento imposto pela Covid-19 responde em parte por tal resultado, como afirma Élcio de Sousa, diretor da Theobaldo De Nigris e da Escola Senai José Ephim Mindlin, em Barueri. Ele comenta que várias empresas aproveitaram o período de baixa para requalificar suas equipes, seja para torná-las mais produtivas ou para que conseguissem absorver outras funções em razão do enxugamento dos quadros. Os próprios profissionais também tomaram a iniciativa de procurar a escola em busca de conteúdos capazes de alavancar suas carreiras. A adequação da escola ao ensino mediado por telas foi igualmente decisiva. Com a ex periência do primeiro ano da pandemia, a grade de cursos de ensino remoto e EAD pôde ser ampliada. Por ensino remoto o Senai entende a transmissão de conteúdo através de aulas remotas, porém ao vivo, rea lizadas em datas específicas.

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No Ensino à Distância, o aluno adquire um pacote, com aulas que podem ser acessadas na hora e no ritmo que ele desejar. “Já vínhamos trabalhando com esses formatos e a Covid acabou com qualquer tipo de preconceito em relação a isso”, diz Élcio. “As empresas passaram a encarar o ensino à distância como uma importante ferramenta e, com a retomada, algumas têm adotado a versão híbrida: a parte teórica é ministrada remotamente e a prática é feita in company”, completa o diretor. Uma outra tendência se acentuou no último ano: a mudança no perfil dos que frequentam a Theobaldo De Nigris. Antes procurada principalmente por jovens em busca de formação técnica, agora cerca de 40% dos que ingressam na escola já têm ensino superior completo e idade entre 20 e 30 anos. Além da alta empregabilidade, a demanda do mercado mudou. Para se ter uma ideia, no final de outubro, quando a entrevista para esta matéria foi feita, havia gráficas esperando por profissionais egressos da Theobaldo De Nigris, vagas que a escola só conseguirá suprir em janeiro. “Não basta ter um técnico em cargo de chefia. A gráfica quer funcionários altamente qualificados em todas as funções”, afirma o diretor. Na última turma do curso Técnico em Processos Gráficos


foram oferecidas 40 vagas e, para o período noturno, a concorrência foi de 5,7 candidatos por vaga. “Não esperávamos todo esse volume”, revela Élcio, que estudou na Theobaldo de 1981 a 1983 e começou a trabalhar na instituição como instrutor cinco anos depois. ONDE O POVO ESTÁ

A aceitação do ensino remoto pela indústria foi um avanço, porém nem tudo funciona em EAD, afirma o diretor. Um dos planos é a montagem de uma segunda escola móvel, levando o ensino técnico às regiões nas quais é demandado. Afora a unidade de Celulose e Papel, hoje em Araguari, Minas Gerais, preparando a mão de obra para a nova fábrica de celulose que está sendo construída lá, a Theobaldo De Nigris estruturará uma escola móvel focada em processos. O objetivo é que seja uma estrutura versátil, que transitará pelas tecnologias a partir das necessidades de mercado de cada região. “Podemos ter primeiro comunicação visual e depois flexografia ou pré-impressão. A Theobaldo

De Nigris tem de chegar aonde o treinamento é necessário”, diz Élcio. Nesse ponto, o fato de as três escolas gráficas de São Paulo — Theobaldo De Nigris, na capital paulista, João Martins Coube, em Bauru, e José Ephim Mindlin, em Ba rueri — terem sido integradas em 2017, formando o Núcleo Gráfico São Paulo, torna a adequação dos treinamentos ainda

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THEOBALDO DE NIGRIS EM NÚMEROS Matrículas ativas em 2021 Aprendizagem Industrial

151

Cursos Técnicos

625

Curso Superior

58

Pós-graduação

222

Formação Inicial e Continuada

5.955

Total

7.011

Projeção para 2022 Aprendizagem Industrial

161

Cursos Técnicos

700

Curso Superior

50

Pós-graduação

150

Formação Inicial e Continuada

6.039

Total

7.100

mais ágil. Atualmente, a Theobaldo De Nigris tem prioridade no atendimento de cursos dentro das empresas e Barueri no ensino presencial. Na esteira do novo perfil de público, a Theobaldo De Nigris assistiu à mudança de interesses. “Ficamos surpresos com a queda na procura pelo offset. Em contrapartida, cresceu o interesse por cursos nas áreas de pré-impressão, flexografia e acabamento”, comenta o diretor. Da mesma forma, a escola deve intensificar a oferta no âmbito da gestão do negócio, com temas como liderança e formação de custos, lançando mão de docentes da Faculdade de Tecnologia Senai Theobaldo De Nigris. A oferta na pós-graduação vai igualmente crescer. O espaço antes ocupado pela ABTG dentro da Theobaldo De Nigris está sendo reformado para abrigar o curso superior e a pós-graduação, assim como o Museu de Artes Gráficas, em parceria com a Oficina Tipográfica São Paulo, este último já em funcionamento. Por falar em obra, quem frequenta a escola sabe que as instalações estiveram em reforma por 10 longos anos, entre 2008 e 2018, visando a modernização e adequação do prédio, cujo bloco mais antigo data do início dos anos 1960. Nesse embalo, a diretoria planeja a montagem de uma usina de energia solar, aproveitando o extenso telhado para a instalação dos

Quadro de pessoal em 2021 Administrativo

26

Docentes (efetivos + terceiros)

51

Serviços terceirizados

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painéis, projeto articulado em parceria com o Senai Energias Renováveis, escola que acaba de abrir as portas no bairro do Cambuci. Outra ação para 2022 diz respeito ao curso de Comunicação Visual, oferecido pela Theobaldo De Nigris há três anos. Seguindo nova orientação do Ministério da Educação, a disciplina adotará a nomenclatura Design Gráfico. “Teremos a parte de design, dos soft wares, mas manteremos a ênfase na produção”, comenta Élcio. Deve sair do papel também o curso pós-técnico em impressão digital. A modalidade já existe no MEC e só não foi implantada por conta da pandemia. Para tanto está sendo montado um grupo de trabalho com representantes do mercado e de entidades do setor, que trabalhará junto com o comitê técnico do Senai na formatação desse e de outros cursos, com temas transversais como economia circular. “Cada vez mais as empresas buscam profissionais multifuncionais, capazes de analisar os problemas do dia a dia de forma ampla e é nesse sentido que caminhamos”, finaliza Élcio de Sousa.



RECONHECIMENTO

Koenig & Bauer homenageia os 50 anos do Senai Theobaldo De Nigris Ex-alunos que trabalham atualmente na indústria gráfica gravam homenagem aos professores.

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az 50 anos que o Senai Theobaldo de Nigris é uma fonte inesgotável de aprendizado, sempre conduzido por gestores competentes e um corpo docente de alto nível. Para homenagear o mais importante núcleo de estudo do setor gráfico do Brasil, a Koenig & Bauer apresentou a campanha Mestres da Impressão. “A Escola Senai Theobaldo De Nigris é o talho doce da nossa indústria. É um local que orienta, forma e ensina como lidar com vários processos da indústria gráfica. A nossa singela homenagem aos professores e, consequentemente, aos 50 anos da escola, é uma forma de agradecer tudo o que já foi feito para o nosso segmento”, afirma Paulo Faria, diretor geral da Koenig & Bauer Brasil.

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Aliás, a campanha nasceu, recorda Paulo, a partir de uma sugestão de Danilo Braghiroli, CEO da Emibra: “Durante a impressão dos mapas na Rapida 105 da Emibra, uma campanha de sucesso que ficou conhecida como ‘Imprimimos o mapa do mundo há mais de 200 anos’, falamos sobre essa possibilidade. E hoje, com muito prazer, podemos sentir como essa conversa evoluiu”, relembra Paulo. De acordo com Elcio de Sousa, diretor das escolas Senai Barueri e Theobaldo De Nigris, a escola tem a missão de acompanhar as necessidades das indústrias gráficas para aperfeiçoar o perfil de formação profissional. “O sucesso só é possível devido ao engajamento dos professores e dos parceiros”. A CAMPANHA MESTRES DA IMPRESSÃO – 50 ANOS SENAI THEOBALDO DE NIGRIS

Com duração de seis dias, no mês de novembro, as redes sociais da Koenig & Bauer publicaram 12 vídeos de ex-alunos agradecendo o conhecimento repassado por

seus professores. “É muito gratificante ouvir, curtir e compartilhar os depoimentos dos ex-alunos. Todos os professores certamente estão orgulhosos, inclusive os queridos mestres que não estão mais com a gente”, declara Elcio. Dois executivos de vendas da Koenig & Bauer que estudaram no Senai, fizeram questão de produzir conteúdo para a campanha: Cesar Del Nero e Douglas Soa res Guedes. Os outros dez vídeos foram produzidos por pessoas que trabalham atualmente em gráficas e que passaram pelo Senai. Para completar a ação, a Koenig & Bauer entregou um presente para cada professor e aluno da Theobaldo De Nigris: o mapa desenhado pelo talentoso Francisco Stein, tema central da campanha ‘Imprimimos o mapa do mundo há mais de 200 anos’. “A campanha Mestres da Impressão cumpriu seu objetivo. Desejamos vida longa ao Senai e muito sucesso a todos os mestres, gestores e demais profissionais que conduzem a maior escola de impressão do Brasil”, parabeniza Paulo Faria.


CONCURSO Texto: Tânia Galluzzi

Vencedores do 3º Prêmio Literário Afeigraf 2021 CENTRO-OESTE Adriane Ribeiro Guimarães, Ariana Nunes Lobo, Cecília Mercês Vaz Leandro, Gilda Portella Rocha, Gilson Cavalcante, João Elias Antunes de Oliveira, José Divino da Costa, Karla Chaves de Sousa, Rodrigo Almeida Bastos e Rossidê Rodrigues Machado.

NORDESTE

Prêmio Literário Afeigraf homenageia 60 autores

N

o dia 24 de novembro foi realizado, via plataforma de videoconferência, o recital de lançamento da antologia do 3º Prêmio Literário Afeigraf 2021. A obra reúne as poesias vencedoras do concurso, organizado pela Afeigraf e promovido pela Editora Scortecci. O objetivo do certame é prestigiar a literatura brasileira e descobrir novos talentos. Neste ano, 60 autores de todo o Brasil foram escolhidos pela comissão julgadora, formada por nomes como Celso de Alencar, João Scortecci e Maria Mortatti. “O livro é a expressão máxima da comunicação impressa. É conhecimento de registro e de memória. Nele, todos ganham”, afirma João Scortecci, escritor, editor e presidente da Abigraf Regional São Paulo. Para Nancy Vieira, coordenadora administrativa da Afeigraf, em função do isolamento social imposto pela pandemia e das dificuldades enfrentadas em 2021, esse projeto social se tornou ainda mais relevante, ao colaborar para o equilíbrio emocional de cada participante. “Temos em mente que os participantes usaram a escrita para expressar em sua arte todas as emoções vividas durante a fase do confinamento.”

A edição anterior já havia sido um sucesso e neste ano o prêmio recebeu 1.038 inscrições de todos os Estados. Os vencedores foram selecionados pela região de nascimento, sendo 10 de cada uma, com exceção da região Sudeste, da qual, devido ao grande número de inscritos, foram escolhidos 20 trabalhos. Nancy enfatiza que a Afeigraf sempre esteve comprometida e preocupada em levar conhecimento e incentivo à leitura, certa de que a educação é caminho consistente para um país melhor. Por vários anos a entidade patrocinou outros dois projetos: Ler é 10, do Rio de Janeiro, e Livroteca Brincante do Pina, em Recife. “Quando pensamos em mudar a forma e apresentar a antologia para o projeto literário, acreditamos que, além de despertar o interesse pela literatura e escrita, poderíamos ressaltar a importância da poesia no desenvolvimento cultural e intelectual”, diz a coordenadora da Afeigraf. A antologia do 3º Prêmio Literário Afeigraf 2021 será veiculada na mídia, em blogs literários e também distribuída entre as empresas associadas à instituição promotora do evento.

Darlyton Thales Brito Santos, Eduardo Aleixo Monteiro, Francisco Sinval Farias de Sousa, Kamilla Santos da Silveira, Marcos Nunes Loiola, Maria do Socorro Correia Lima, Maria dos Navegantes Queiroz, Rogério Lopes Medrado, Walneane de Moraes Pires e Willame Rafael Belfort Pinho.

NORTE Aldair Ribeiro dos Santos, Antonio Jorge de Castro, Carlos Augusto Gouvêa de Oliveira, Elias Henrique Araújo do Nascimento, José Cláudio Mota Porfiro, José Efraim Ferreira Amazonas, Paulo Cezar Alves Monteiro, Robson Henrique Nascimento Nunes, Samia Maria Awada Elarrat Canto e Saulo Carneiro Ribeiro.

SUDESTE André Nóbrega Novis de Oliveira, Bruno Oggione Bernal Cunha, Carolina Rieger Massetti Schiavon, Eduardo Damasceno Costa, Elieni Cristina da Silva Amorelli Caputo, Elizandra Sabino Marques Tavares, Gleidston Alis Mendes de Campos, Gustavo Henrique Alves dos Santos Araújo, Jonatan Magella da Silva, José Antonio Martino, Lucio Roberto Panza da Silva, Maria Emanuelle Guedes Cardoso, Osvaldo Copertino Duarte, Paulo Cezar de Oliveira Tórtora, Paulo Roberto Vianna Junior, Rafael Geraldo Vianney Peres, Raquel Kishimoto Passarelli, Renê Wellington Pereira Fernandes, Tatiana de Araujo Mendonça e Ursula Machado O’Neill.

SUL Ana Claudia de Almeida, Antonio Lucena Guadalupe Júnior, Ariel Martins Pereira, Francisco Robledo de Lira, José Atanasio Borges Pinto, Lara Guedes Klinger da Silva, Luiza de Britto Dorneles, Márcia Letícia Gomes, Márcio Dison da Silva e Vinicius André.

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EXPANSÃO Texto: Tânia Galluzzi

Formado por Forest Paper e pela Revita, o grupo aprofunda seu compromisso com a sustentabilidade e apresenta nova linha de papéisbarreira, projeta unidades de reciclagem de embalagens e novo centro de distribuição em Recife

Unidade de Conversão I, em Telêmaco Borba/PR

Grupo Forest cresce em capacidade produtiva, reciclagem e expansão regional Forest Paper, convertedora e distribuidora de papéis cartão e kraft, ganhou nos últimos meses mais musculatura para atender às novas demandas de mercado. Três ações marcaram o primeiro semestre: a compra da unidade produtiva Resmapel, o lançamento de uma linha de papéis-barreira e de um canal de venda via internet. “Vimos uma oportunidade de complemento e expansão do negócio de conversão, com a modernização de equipamentos e soluções completas em corte em um único local”, afirma José Estevam Valério Junior, gerente de Marketing. Com a aquisição da Resmapel, localizada em Mairiporã, na Grande São Paulo, a capacidade da Forest Paper agora ultrapassa as 20 mil toneladas/mês. “A unidade está estrategicamente localizada no eixo Sudeste, onde poderemos ofertar o hub logístico para armazenagem e movimentação de carga, além da proximidade de São Paulo, principal mercado do País”, complementa Estevam. Como explica Luiza Loyola Romancini, diretora de Estratégia, o objetivo desse investimento é o atendimento à pronta-entrega, com estoque robusto e opções

personalizadas de todos os formatos e gramaturas, conforme a necessidade do cliente. A aquisição visa proporcionar maior proximidade com os clientes na oferta de solução completa de corte (rebobinamento, corte e sistema de embalagens automático). A notícia do aumento da capacidade produtiva veio junto com o anúncio de uma nova linha de papéis-barreira para líquidos e gordura, normalmente utilizados para acondicionar embalagens de produtos químicos, alimentos e autopeças. Abrangendo várias versões, como kraft, ambi kraft, cartão e offset, a linha comporta itens extrusados, em uma ou ambas as faces do papel. A nova linha recebe tratamento corona, mirando a impressão em alta definição. Esses e os demais produtos da Forest Paper podem, desde abril deste ano, ser comprados pelas gráficas via online. “Nossa plataforma de e-commerce foi um sucesso, trazendo maior proximidade do mercado consumidor e de novos potenciais clientes”, diz Nelceu Alberto Zanatta, gerente Comercial e Novos Negócios. A boa aceitação fez com que a empresa investisse numa versão mais moderna e compacta do canal,

que foi ao ar em novembro, para comportar a expansão da loja digital. Em se tratando de uma companhia que lida com produtos de base florestal, a questão ambiental não poderia estar de fora. Faz parte do DNA do Grupo Forest e Revita, atualmente a maior recicladora da América Latina, segundo a própria empresa, desagregando embalagens longa vida, como caixas de leite e de sucos, revitalizando celulose e alumínio-plástico na cadeia de reciclagem. Como explica o gerente de Marketing, a Forest Paper e a Revita possuem operações independentes, compondo um único grupo, que tomou para si a missão de reciclar e retornar novos produtos à sociedade, promovendo a sustentabilidade. “Estamos num movimento de expansão regional dos canais de vendas, nos aproximando ainda mais dos clientes, garantindo um atendimento diferenciado com maior disponibilidade de produtos”, comenta Estevam. A meta é a construção de uma unidade Revita onde houver uma revenda Forest Paper. “Nossos próximos passos são Recife, em dezembro, e Belo Horizonte, no primeiro semestre de 2022.”

Composição do Grupo Forest Unidade de Conversão I, Telêmaco Borba/PR Revita – Unidade de Solução Ambiental, Telêmaco Borba/PR ◆ Unidade de Conversão II , Mairiporã/SP ◆ Centro de Distribuição e E-Commerce, São Paulo/SP ◆ Escritório Corporativo, São Paulo/SP ◆ Novo Centro de Distribuição, Recife/PE (dezembro 2021) ◆ ◆

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Luiza Loyola Romancini, diretora de Estratégia, e José Estevam Valério Junior, gerente de Marketing

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PUBLIEDITORIAL

Manroland Sheetfed completa 150 anos Em 1871, Louis Faber e Adolf Schleicher fundam a Faber & Visando sempre a máxima tecnologia, em 2004 é apresenSchleicher, em Frankfurt, Alemanha, mudando-se no ano tado à indústria gráfica o Roland InlineFoiler Prindor para seguinte para Offenbach, onde até hoje é mantida a sede enobrecimento em linha com foil, destinado a substituir o da empresa. Quarenta anos após a fundação da empresa, hot-stamping, e também o modelo Roland 700 DirectDrive constroem a primeira impressora offset plana Roland, a — que se destaca pelos tempos de acerto ultrarrápidos, qual é premiada com medalha de ouro em Turim, na Itália. tanto que, em 2007, leva um dos clientes da companhia E por isso, em 1912, a empresa passa a se chamar Roland. a ser citado no Guiness Book por recorde em trocas de Seguindo sempre o padrão em excelência de impressão, trabalho com o DirectDrive. em 1951, a Roland exibe sua primeira impressora de 4 cores, Em 2010, são lançados o conceito “One Touch”, para propora Roland Ultra, na primeira Drupa. cionar maior nível de automação, e a Roland 900 XXL com Após pouco mais de um século, em 1972, é apresentada reversão. Dois anos depois, a empresa é adquirida pelo grupo a Roland 800 no setor de grandes formatos — a primeira Langley e, em 2014, apenas dois anos após a aquisição, já é impressora offset plana a ser configurada com sistema apresentado o modelo Roland 700 Evolution — um novo integrado de controle de cores e velocidade de até 10.000 padrão em tecnologia de impressão. Prosseguindo no foco folhas/hora. O sucesso desse equipamento foi tão grande em inovação, em 2020, é lançada a Roland 900 Evolution. que, quatro anos após sua estreia, ele já estava presente, em Para completar com chave de ouro a celebração desse operação, em 20 países ao redor do mundo. século e meio de existência, a Manroland está festejando, Em 1979, ocorre a fusão com a Maschinenfabrik Augsburg- em 2021, o recorde de vendas dos últimos dez anos. Nürnberg e a empresa passa a se chamar M.A.N.-Roland Druckmaschinen AG. Seis anos depois, em 1985, é lançada Brasil também comemora a Roland 200, com velocidades de até 12.000 folhas/hora. E, em 1990, surge a icônica linha Roland 700, com velociResponsável pelas atividades da empresa em nosso país, dades de até 15.000 folhas/hora e conceito inovador de Paulo Sérgio Raimundo, diretor-presidente da Manroland do automação, introduzindo uma grande novidade, o console Brasil Serviços, assim se manifestou sobre essa data histórica: de controle Pecom. Passados mais cinco anos, é apresentada “Há quase 30 anos iniciei minha jornada com a Roland e, na Drupa a Roland 900, determinando novos padrões em hoje, me sinto muito honrado e orgulhoso de participar do termos de velocidade e economia. Seguindo o mesmo padrão, na Drupa 2000, acontece o lançamento da Roland 500 — a impressora mais rápida no segmento de meia folha — e, três anos depois, o mercado recebe a Roland 900 XXL nos formatos gigantes 7/7 e 8, assim como o conceito Printvalue, projetado para fortalecer os serviços prestados pela empresa (printservices, printcom, printnet e printadvice).

aniversário de 150 anos da Manroland Sheetfed! Empresa que valoriza o know-how de seus colaboradores e que mantém a qualidade dos seus equipamentos, sempre tendo como foco principal a satisfação de seus clientes. É gratificante saber que nossas impressoras marcam as trajetórias dos nossos clientes e que eles nunca deixaram de confiar, e acreditar, em nossa empresa. Parabéns, Manroland Sheetfed!”

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PAPÉIS ESPECIAIS Texto: Tânia Galluzzi

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Companhia renova cesta de produtos, fortalece linha voltada às embalagens e chega ao varejo de papelaria.

á um ano, a Fedrigoni Brasil Pa péis iniciou um processo de rees trutu ra ção, incluindo o reposicionamento da marca, lançamento de produtos e contratação de novos quadros. O movimento foi provocado pela venda da empresa em novembro de 2020 para a holding brasileira GDR BR, que passou a operar a centenária Fábrica de Salto, no interior de São Paulo, a primeira dedicada à produção de papel no Brasil. As principais mudanças foram a reformulação da linha Colorplus, que agora está disponível para o consumidor final, e a ampliação da família de papéis kraft. A estratégia revela o interesse da companhia pelos segmentos de artesanato em papel e de embalagens. Para facilitar o entendimento do mercado, sobretudo em função da venda nas papelarias, os produtos foram divididos em quatro linhas: papéis coloridos, papéis de segurança, papéis especiais e embalagens leves. Na primeira estão agrupadas marcas

Os novos rumos da Fedrigoni no Brasil tradicionais como Colorplus, Vergeplus e Markatto. Eles continuam a ser fornecidos em formatos gráficos e, desde outubro deste ano, como papel cortado em blisters, blocos, cartolinas e pastas. Na linha de segurança está o papel-moeda (Salto é a única fábrica de papel para cédulas na América Latina), bem como substrato para produção de documentos e impressos que exijam recursos contra falsificação e adulteração. Nos papéis especiais estão os abrasivos, decorativos e médicos; e na divisão embalagens leves o kraft Cardplus e o glassine, fornecidos em folha ou bobina. Além do rear ranjo dos produtos, a empresa investiu um milhão de reais no desenvolvimento de novos itens e cores, tanto para a confecção de convites e papelaria corporativa, quanto para a produção de embalagens. Entre os lançamentos está o Metalplus, papel perolizado vendido nas gramaturas 180 e 250 g/m², formato 66 × 96 cm, e disponível em nove cores.

Bruno Drago, gerente das áreas de marketing, comercial e pesquisa e desenvolvimento

De olho no segmento de sacolas de maior valor agregado, a Fedrigoni lançou no início de 2021 a família Card Plus, o primeiro kraft colorido na massa fabricado no Brasil, com gramaturas entre 60 e 320 g/m², formato 66 × 96 cm, e em bobina. Como afirma Bruno Drago, gerente das áreas de marketing, comercial e pesquisa e desenvolvimento, o momento não poderia ser mais propício. O mercado de embalagens está aquecido, com as marcas buscando diferenciação e valorizando a ex periência do consumidor, assim como o segmento artístico cresce dois dígitos há três anos. A meta é continuar ampliando a cesta de produtos. NOVOS PRODUTOS

Visando a independência dos itens importados, o próximo lançamento será a linha de papéis fluorescentes. “Estamos fortalecendo a parceria com nossos 50 distribuidores, espalhados pelo País, para entendermos e atendermos demandas específicas”, diz o executivo. Está para chegar ao mercado também o papel antiviral, direcionado ao mercado de embalagens, com cobertura que promete inativar vírus e bactérias. FEDRIGONI www.fedrigoni.com.br

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Ingram Image

GESTÃO

Transformação digital: Hamilton Terni Costa

N 32

ão há live, artigo, ensaios sobre o pós-covid, entrevistas de CEOs de bancos ou grandes empresas que não tocam nesse tema, o da transformação digital. Claro, durante a pandemia o mundo digital real mente explodiu, cresceu ex ponencialmente, usando outra expressão comum hoje. Os números realmente impressionam. Só no que se refere ao e-commerce, nos primeiros três meses pandêmicos, seu crescimento foi o equivalente aos 10 últimos anos. Sim, é isso mesmo, equivalente ao que cresceu nos dez últimos anos em somente três meses, se tomarmos o mercado norte-americano, segundo a consultoria McKinsey. E isso se REVISTA ABIGR AF

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afinal, o que isso tem a ver com a gráfica?

deu com fortes números no mundo inteiro, como sabemos. No Brasil, em 2020, o crescimento foi de 75% sobre 2019, segundo a Mastercard SpendingPulse. Mas não é só na questão do e-commerce. Essa explosão no uso da comunicação e interação digital gerou um sentido de urgência nas empresas, nas organizações em geral, em nós mesmos, nos nossos negócios. Um sentido de adaptação a um outro paradigma: a reava liação de todos os processos de negócio visando sua adaptação a uma nova rea lidade onde a interação digital passa a ser a norma, o principal meio e a principal fonte para a continuidade da geração de negócios, na velocidade de respostas

que o mercado começa a exigir. Que nós começamos a exigir. De tudo. E velocidade é o nome do jogo. Em tempo real. Aqui e agora. Recente e interessante artigo da Economist ressalta esse aspecto dizendo que “o mundo está na iminência de uma revolução em tempo real na economia, conforme a qualidade e a rapidez com que as informações são transformadas”. Isso quer dizer que, à medida que aumentar a velocidade na obtenção dos dados econômicos e que puderem ser trabalhados em tempo real, muitas decisões econômicas hoje tomadas — muitas vezes equivocadas, com base em levantamentos de meses passados — não terão mais sentido. Como, por exemplo, o


aumento ou diminuição de taxas básicas de juros. O mundo caminha nesse sentido. Big data e suas ava liações. Não tem volta. A tudo isso se dá o nome de transformação digital. Que são as mudanças relacionadas ao uso da tecnologia digital em todas as áreas do negócio, mudando a forma como operamos e geramos valor para os nossos clientes. Isso falando no particular, porque essa transformação afeta e continuará afetando toda a sociedade. Falando em empresas, em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o novo CEO da XP Investimentos, Thia go Maffra, que veio da área de TI, mostra claramente o sentido da transformação digital que essas organizações vêm passando. Falando da mudança de uma empresa que não era digital para a que agora já pode ser assim considerada, tendo a tecnologia como algo central. E que passa a competir em um mercado mais amplo com as novas áreas de atuação em banking, crédito, seguros e empresas. Ao ser perguntado sobre o que falta fazer na transformação digital da empresa, respondeu: “O primeiro passo de uma transformação digital é a empresa ter centralidade no cliente. Todas as empresas dizem que têm isso, mas na prática são poucas. Muitas são conduzidas por produto ou por receita. Quando você pega empresas financeiras, elas saem do financeiro, não dos clientes. A gente sai da necessidade dos clientes para depois ir para o financeiro. Mudamos o processo de orçamento. Também descentralizamos a empresa e adotamos uma liderança mais por contexto. Aí tem toda uma reorganização em business unit (unidades de negócios que reúnem várias equipes multidisciplinares pequenas e dão maior eficiência operacional). Uma parte disso ainda está faltando. Devemos terminar até o meio do ano que vem.” O essencial nessa fala é a caracterização da transformação digital ter a centralidade no cliente. Tome nota disso. A transformação digital significa uma mudança de paradigma, como já citei acima, mas, para que isso aconteça é necessária uma mudança de mentalidade. Ter o pensamento digital. E o que é ter pensamento digital? Gostei de uma definição da Renata Del Bove, diretora de RH da Kroton, atual Cogna Educação: “É pensar simples, pensar diferente, e

questionar o status quo. Por que eu não posso fazer diferente?”. E usar a tecnologia para facilitar os processos e resolver, da forma mais automatizada possível, os problemas do dia a dia, a repetitividade, as redundâncias. Criando autonomia de decisão e sempre com foco no valor entregue aos clientes. A transformação digital é um processo passo a passo, a partir da digitalização para a transformação. Transição digital é passar as informações analógicas para o digital, a digitalização em si. Digital é tecnologia, mas, transformação é ir além. É usar a tecnologia para repensar o negócio e a maneira como trabalhamos.

A transformação digital é um processo passo a passo, a partir da digitalização para a transformação. Transição digital é passar as informações analógicas para o digital, a digitalização em si. Digital é tecnologia, mas, transformação é ir além. É usar a tecnologia para repensar o negócio e a maneira como trabalhamos.

Mas a questão do pensar simples e repensar a maneira de fazer as coisas, é fundamental. Rea na li sar como operamos, como podemos redividir nossas operações, criar espaço para que as pessoas possam decidir sem parar o processo, tirar dúvidas conectadas umas às outras, reduzir o fluxo de trabalho. Ganhar tempo, eficiência e aumentar a qualidade. E implementar sistemas, soft wares e plataformas que automatizem as operações de forma segura e inteligente. É isso que muitas empresas estão fazendo ou tentando fazer.

É nesse ponto que entramos na gráfica. Recentemente, ao preparar um informe sobre a automação na gráfica, reencontrei um interessante material da Heidelberg sobre smart print shop, ou gráfica inteligente, seus pré-requisitos e potenciais. Nesse white paper, seis fatores chave são apresentados para a transformação da gráfica — e eu diria na transformação digital da gráfica — e na melhoria da sua rentabilidade dentro do conceito de automação de processos. São eles: integração dos clientes; redução dos pontos de contato; aumento da produtividade e tempos de operação; redução da perda de papel e armazenagem; otimizar consistência e reprodutibilidade; e inteligência de negócios (BI). Não vou ficar aqui reproduzindo todo esse conteúdo, que foi baseado no conceito push to stop, ou produção contínua, embora seja muito rico e proveitoso. Quero me atentar mais especificamente em dois: redução dos pontos de contato com o trabalho e integração com os clientes. O texto coloca que uma gráfica tradicional, ba seada em offset, tem, em média, pelo menos 15 pontos de contato com o trabalho a ser impresso, desde a cotação até a entrega. São eles: 1 – cotação e pedido; 2 – criação do trabalho no sistema de gestão e ordem de produção; 3 – processamento de PDF na pré-impressão ou arquivo para execução; 4 – imposição; 5 – prova e aprovação do cliente; 6 – gravação de chapa; 7 – planejamento de produção (capacidade, distribuição, sustentabilidade, produção, materiais); 8 – classificação das chapas e entrega para impressão; 9 – Designação de tinta e papel; 10 – Ok, folha boa de impressão; 11 – Impressão, incluindo captação dos dados de produção; 12 – Acabamento, incluindo captação dos dados de produção; 13 – controle de qualidade; 14 – faturamento; 15 – empacotamento e entrega. (eu mudei um pouco a ordem em relação ao original, mas os pontos são os mesmos). Na verdade, esses pontos descrevem o fluxo de trabalho da gráfica. Que pode ser mais extenso ou mais demorado em função da sua organização. Seja pela centralização em poucas pessoas, dificuldade de definição do trabalho junto ao cliente, idas e vindas na troca de informações dentro da gráfica, seja por ser uma gráfica mais voltada a outubro /dezembro 2021

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impressão digital e ciclo de produção mais curto . . . e por aí vai. Uma gráfica que decide automatizar-se e, em rea lidade, fazer a sua transformação digital, tem, obrigatoriamente, de rever e ava liar cuidadosamente esse fluxo. Questionar cada etapa, entender os pontos de gargalo, calcular os custos envolvidos e buscar as soluções de tecnologia que possam abreviar e automatizar o máximo possível cada um deles. Nesse exemplo da Heidelberg, os 15 pontos podem ser reduzidos para apenas quatro pontos essenciais: 1 – Cotação, de ponta a ponta; 2 – Planejamento; 3 – Impressão e acabamento e 4 – Faturamento e entrega. Isso só é possível com a necessária transformação digital de cada um desses pontos tornando-os rápidos, seguros e eficientes. Na questão da cotação e estimativa de custos, o seu propósito passa a ser o de definir o melhor processamento automatizado para o trabalho, de ponta a ponta, do cliente até a entrega. Para isso há que se ter o suporte de soft wares dinâmicos que especificam o método mais econômico de produção. Podem também estar conectados a portais de cliente ou sistemas de web-to-print, nos quais o cálculo já é feito a partir das escolhas do cliente. Uma estimativa sobre os custos de produção dá base ao preço, mas o sistema também pode levar em conta a estratégia comercial da empresa, ocupação dos equipamentos, a situação de mercado e concorrência e os requisitos específicos do próprio cliente. O planejamento deve ser parte de um workflow automatizado e integrado. Ele não só busca a otimização do processo produtivo, através da sequência ótima dos trabalhos, como a diminuição dos tempos de acerto e desperdício de materiais. Na produção, impressão e acabamento devem ser pontos de contato integrados em um workflow automatizado. Se caracteriza por ter acertos de equipamentos pré-definidos durante o processo da cotação otimizada e do processo de produção. Uma sequência ideal de trabalhos,

com poucas ou nenhuma parada, já é hoje rea lidade em gráficas automatizadas. Assim como uma programação otimizada do acabamento, evitando gargalos e demoras. E ter uma gestão integrada de materiais que permite uma entrega sob demanda na hora certa de produção, o que garante que tintas e papéis ou outros substratos estejam prontos para uso na quantidade certa e no momento exato.

A essência da transformação digital está mesmo na mudança de mentalidade. Na prática do pensamento digital e na revisão imediata de todo o negócio. Na mudança de paradigma. Afinal, embora o impresso seja analógico, a maneira de vendê-lo e produzi-lo será cada vez mais digital e não analógico.

A entrega é o último ponto de contato em um worflow integrado. Se caracteriza por um sistema de rastreio pelo cliente, assim como pelo faturamento automático. O cliente, aliás, pode acompanhar em tempo real todo o processo de produção e entrega. O que se chama aqui de workflow integrado é a conexão de plataformas que inclui um ERP com sistema de cálculo, planejamento, inventá rios e faturamento, plataforma de gestão de informação e negócios, sistema de gestão da produção integrada com os comandos de máquina,

conexão entre pré-impressão e impressão e obtenção de dados de produção em tempo real. Outros podem conter também conexão com fornecedores. E integração com clientes com interfaces externas via web e web-to-print. Salientei antes que também queria atentar sobre a questão da integração com os clientes. Quero ressaltar que a transformação digital também leva à construção do que eu chamo de pontes digitais com os clientes. Que podem ser várias. Desde o processo comercial na identificação de leads válidos, até a efetiva integração do cliente no fluxo de trabalho da gráfica. E, nesse aspecto, as ferramentas de bons sistemas de web-to-print são extremamente va liosas. Infelizmente, no Brasil, muitas gráficas ainda não se deram conta disso, imaginando que esses sistemas são válidos para empresas como a Printi ou poucas outras. Um terrível engano. Implantações adequadas de WP, mais do que lojas abertas, permitem uma total integração com o cliente, ajudando na sua gestão interna, desenvolvendo serviços adicionais como integração com base de dados, correção automática de arquivos, especificações corretas de produção e muitas outras coisas. E criando uma ponte digital que gera uma fidelidade difícil de ser vencida pelos concorrentes. Enfim, para terminar, embora seja um assunto vasto do qual ainda vou tratar mais vezes, a essência da transformação digital está mesmo na mudança de mentalidade que já ressaltei antes. Na prática do pensamento digital e na revisão imediata de todo o negócio. Na mudança de paradigma. Afinal, embora o impresso seja analógico, a maneira de vendê-lo e produzi-lo será cada vez mais digital e não analógico. É o que vai fazer com que prevaleçam as gráficas que o fizerem bem feito. E você? Está preparado para isso?

Hamilton Terni Costa é diretor da AN Consulting hterni@anconsulting.com.br

Para entender aplicações da Transformação Digital que aqui abordamos, não deixe de ler o artigo especial (Drupa), de Alvise Cavallari, na página 36 desta edição.

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BRAINSTORM

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ARTIGO ESPECIAL

Texto: Alvise Cavallari

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mundo da embalagem está passando por muitas mudanças. Os fatores por trás dessas mudanças incluem novos caminhos para o mercado, a exemplo do e-commerce; novos modelos da cadeia de suprimentos, como fornecimento multicanal; mas também novos requisitos regulatórios e de sustentabilidade e novas demandas de clientes por produtos mais customizados e personalizados. Novas tecnologias e materiais são necessá rios, e de fato permitem que essas mudanças ocorram. A impressão digital é uma dessas inovações no mundo das embalagens e na qual a Nestlé tem investido nos últimos anos, observando os desenvolvimentos e di recionando-os para as necessidades específicas de embalagens de alimentos para seus negócios. Que privilégio ver como a secular indústria de impressão “analógica” está se reinventando “digitalmente” em tão pouco tempo: levou apenas cerca de vinte anos para o processo digital entrar em cada setor da impressão. Está se tornando rea lidade rapidamente, mesmo na área desafiadora de embalagens de alimentos, onde os volumes, juntamente com os aspectos de conformidade, já foram considerados inadequados para “digital”.

Imagens: Drupa “Essentials of Print"

O autor deste artigo, Alvise Cavallari, com formação em engenharia mecânica, atuou quase 20 anos na indústria de máquinas, na qual descobriu e se apaixonou pelo fascinante mundo da impressão de embalagens. Ingressou então na Nestlé R&D, onde atualmente dirige o programa de impressão digital corporativa da companhia, bem como outras atividades relacionadas.

Impressão digital, permitindo a ‘fábrica conectada’ do futuro Na Nestlé, estamos confiantes de que a impressão digital é uma tendência de longo prazo que veio para ficar, não apenas uma moda passageira que vai desaparecer, de modo que a digitalização da impressão é em si um grande passo na reformulação de toda a indústria de conversão. Como as últimas Drupa mostraram, hoje em dia tudo gira em torno da digitalização. Os principais fornecedores de impressoras estão bem avançados em suas soluções digitais e os participantes mais novos estão entrando em cena no mesmo caminho. Dito isso, embora a indústria de impressão digital seja bastante dinâmica, ela ainda é muito fragmentada e, portanto, esperamos uma fase de consolidação dos negócios e do mercado nos próximos anos, impulsionada pela necessidade de adaptação às novas necessidades ou usos de tecnologia. Também estamos testemunhando um forte aumento na impressão em produção, com a história aparentemente se repetindo conforme a “impressão” volta à “produção”. Isso tem tudo a ver com a customização, que é alcançada em um estágio final do processo (voltarei ao assunto mais à frente). Conforme nossa jornada avança, conforme as tecnologias amadurecem e os preços caem, sempre encontraremos novas oportunidades para alavancar os benefícios da impressão digital, de modesta a ousada, bem como de pequeno a grande porte. Mas também seremos confrontados com novos requisitos e barreiras a superar. Atualmente, prevemos dois aspectos específicos que estão se tornando cada vez mais críticos para a adoção eficiente da impressão digital: sustentabilidade e gerenciamento de dados. SUSTENTABILIDADE

O primeiro aspecto tem a ver com apoiar a necessidade de uma produção mais ambientalmente sustentável — e isso inclui a produção de impressão. No nosso caso, assumimos o REVISTA ABIGR AF

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compromisso de usar apenas embalagens reci- variáveis que são gerenciados de forma flexícláveis ou reutilizáveis até 2025. Para nos aju- vel em um processo de impressão ágil. E assim, dar a cumprir nosso compromisso, cria mos volto ao tópico da customização em estágio fio Nestlé Institute of Packaging Sciences, que, nal, que aparece em tantas apresentações, artijunto com fornecedores e outros parceiros ex- gos de mídia e literatura sobre impressão digital. ternos, está explorando materiais de embala- O que isso significa exatamente? Bem, isso significa ter a capacidade de personalizar a saída gem alternativos. Já podemos antecipar que esses materiais, como laminados à base de pa- no estágio mais recente, o que por si só significa mover a embalagem impressa de uma cadeia de pel, têm propriedades de barreira mais leves suprimentos rígida convenem comparação com os macional para uma cadeia de teriais hoje utilizados. Isso suprimentos em rede, onde representa um desafio para diferentes participantes poos processos de impressão Em novos materiais dem imprimir diferentes re lacionados e restringirá de embalagem com camadas estáticas e variáseu uso. É verdade, claro, propriedades de veis de trabalhos de arte em que as tintas de impressão barreira mais leves, um ou vá rios locais. Signidigital fizeram um grande alguns sistemas fica abandonar uma aborprogresso em conformidade impressão (a dagem monolítica, em que de com os alimentos e ainda combinação de todos os processos de imestão melhorando significaum processo de pressão e conversão são totivamente. No entanto, em impressão, uma talmente terceirizados, para novos materiais de embaonde haverá uma va rie dalagem com propriedades de tinta e seu processo de de opções de cadeia de barreira mais leves, alguns de acabamento) suprimentos para cobrir a sistemas de impressão (a precisarão ser grande variedade de producombinação de um procesadaptados a fim de tos, modelos de negócios e so de impressão, uma tinta e atender aos nossos caminhos para o mercado seu processo de acabamenrequisitos estritos (va rian do de fornecimento) precisarão ser adaptados para embalagens to totalmente terceirizado a fim de atender aos nossos de alimentos. até impressão e conversão requisitos estritos para emtotalmente internalizadas, balagens de alimentos. Recom abordagens mistas no quisitos adicionais também meio). Esta é a nossa definiafetarão a segmentação, por exemplo, reutilização, reciclabilidade ou com- ção de variabilidade e flexibilidade, derivada da postabilidade. As formulações, desenvolvimen- produção de impressão orientada por dados e da personalização de estágio final. tos e processos de acabamento de tintas de hoje Para conseguir tudo isso, os pontos preciestão prontos para essa transição? Restam apenas alguns anos para superar tudo isso; a sus- sam ser conectados, o que significa que os dados tentabilidade está se tornando o principal cri- do trabalho de impressão, bem como o processo de impressão e conversão, devem se conectar tério de tomada de decisão e a indústria gráfica perfeitamente em um fluxo de trabalho integradeve se preparar para tal desafio. do de ponta a ponta da cadeia de suprimentos. GERENCIAMENTO DE DADOS Esta integração e conectividade acontece em duas dimensões, seja horizontal ou verticalO segundo aspecto subjacente à promessa da impressão digital tem a ver com a variabi lida- mente. A integração horizontal envolve a digide na impressão (saída), bem como a flexibili- talização progressiva de todas as máquinas e dade na impressão (processo). Os trabalhos de processos de conversão, agilizando a reproduimpressão estão cada vez mais relacionados ao ção e, ao mesmo tempo, garantindo a correspongerenciamento de dados, pois cada saída é po- dência de cores e a consistência. Esta digitalitencialmente única, com seus próprios dados zação, que já ocorreu no trabalho de arte e na outubro /dezembro 2021

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estão amadurecendo e sendo adotados para pré-impressão, está acontecendo agora na área garantir a comunicação horizontal e vertical da impressão e irá incluir progressivamente as entre todos os módulos de um ambiente de proetapas de corte e dobragem-colagem, bem como quaisquer etapas de conversão mais específicas. dução. Todos esses canais, que hoje são principalmente independentes, podem começar a ser A integração vertical está relacionada aos dados interconectados para comde impressão e conversão. binar, sob demanda como e Ela garante que a saída certa quando necessário, os dados seja obtida a partir dos darelativos, extraí-los de acordos corretos em um modeA capacidade de criar, do e, finalmente, imprimilo feito ou impresso sob encoletar, manipular, -los para produzir cada item comenda. Tanto os dados de combinar, extrair, de embalagem exclusivo. arte estáticos quanto os vaanalisar, processar Os dados são o combusriáveis devem ser agregados e transmitir dados é tível das economias de hoje. dinamicamente junto com o que impulsionará A capacidade de criar, coleos dados específicos proveos negócios tar, manipular, combinar, nientes de uma ordem de mais eficientes. extrair, analisar, processar produção, tornando no fiA impressão deixa e transmitir dados é o que nal cada pacote literalmende se limitar apenas impul siona rá os ne gó cios te único, se necessário. a uma combinação mais eficientes. A impresÀ primeira vista, esse precisa de cores são deixa de se limitar apegrau de integração e conecnas a uma combinação pretividade para obter um lotee eficiência de cisa de cores e eficiência de -de-um pode parecer futuprocesso. Ganha processo. Ganha relevância rístico e definitivamente relevância transmitir transmitir aos compradores am bicio so, mas a rea lidaaos compradores e consumidores informade é que todas as bases da e consumidores ções digitais aplicadas fisiconstrução de tecnologia informações digitais camente na embalagem. Alnecessárias já existem hoje. aplicadas fisicamente guns chamam de rea lidade As interfaces digitais exna embalagem. combinada; no entanto, é traem a arte dinâmica para uma mudança de paradigma a impressora. Os sistemas possibilitada pela combinade execução de fabricação ção de impressão digital com despacham informações conectividade. Essa mudança é um pré-requisida ordem de produção para os vários ativos de uma linha de produção. Os servidores dedica- to para alcançar a personalização e customização, o “Santo Graal” da transformação digital dos garantem funciona lidade adicional, como nas embalagens de bens de consumo, e antevê seria li zação ou agregação. Para cada tipo de dado, existe um canal dedicado e bem otimi- os andares de produção e impressão totalmente conectados do futuro. zado. Além disso, os padrões de conectividade

Embalagem de ponto de contato

A impressão de embalagens continua a ser um

setor com enorme potencial de crescimento. Na recente Virtual.Drupa sua relevância no mercado se refletiu no fórum especial de embalagens para pontos de contato. A embalagem do ponto de contato serviu como um palco para apresentar o futuro mundo da embalagem, particularmente em relação ao design. Os exemplos incluem

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novos substratos, soluções específicas do cliente que reduzem os impactos ambientais, embalagens em rede e muito mais. Como destaque, houve uma apresentação de protótipos especialmente projetados incorporando soluções inovadoras de design e embalagens, desenvolvidas em resposta às necessidades e demandas de futuros consumidores e proprietários de marcas.


Buscando alinhar o nosso comprometimento socioambiental com nossas boas práticas produtivas, abraçamos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.

Por meio de iniciativas relacionadas aos temas, como: resíduos, consumo de água, preservação da biodiversidade, emissões atmosféricas, entre outras, contribuímos de forma direta e indireta, para atender alguns dos objetivos estabelecidos pelas ODS.

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SUPERAÇÃO Texto: Tânia Galluzzi

Fespa Digital Printing personifica retomada

Feira voltada à comunicação visual e impressão digital atrai mais de 14 mil pessoas, superando em visitação as demais edições da Fespa realizadas pelo mundo em 2021.

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expectativa era enorme. Afinal, tratava-se da primeira feira da indústria de impressão com presença de público desde o início da pandemia. A cidade de São Paulo acabara de liberar a rea lização de eventos presenciais, e todos — organizadores, expositores e visitantes — não viam a hora de circular novamente pelos corredores de um centro de exposições, de ouvir o barulho das máquinas e, sobretudo, reencontrar clientes, parceiros e amigos. Os organizadores fizeram a sua parte. A APS Eventos Corporativos e a Fespa conseguiram

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atravessar o hiato imposto pela pandemia entre março de 2020 e outubro de 2021 mantendo o interesse do mercado. Apesar de baixas pontuais, os expositores também permaneceram fiéis, não medindo esforços para levar ao Expo Center Norte seus principais lançamentos. E os visitantes lotaram os corredores do Pavilhão Azul entre os dias 18 e 21 de outubro, num misto de euforia, escondida atrás de máscaras de proteção, e alívio. Inicialmente agendada para acontecer entre 18 e 21 de março de 2020, a Fespa Digital Printing foi atingida diretamente pelo coronavírus.


Numa decisão difícil, que depois se mostraria a única e sensata alternativa, a direção da feira anunciou o adiamento no dia 13 de março. Acreditando que a doença estaria controlada no segundo semestre, a APS remarcou a mostra para o final de setembro, decisão revista em junho, quando a Fespa Digital Printing foi finalmente rea locada para a data em que aconteceu. Com esse enredo na bagagem, a feira tornou-se o grande momento de reencontro do mercado e mostrou sua força com números surpreendentes de visitação e geração de negócios. Os expositores foram unânimes em ressaltar que todas as expectativas foram superadas. Mesmo com a obrigatoriedade do uso de máscaras e da apresentação da carteira de vacinação sinalizando que a pandemia não havia se encerrado, 14.307 visitantes únicos estiveram na feira, praticamente o mesmo resultado obtido duas edições antes, em 2017. À sua disposição, mais de 100 estandes. RETOMADA BEM-SUCEDIDA

Durante os quatro dias de evento, mais de R$ 92 milhões em negócios foram gerados, com perspectiva de mais de R$ 151 milhões nos seis meses seguintes. Com a missão de compartilhar conhecimento, a APS e a Fespa apresentaram, com a ajuda de parceiros, atividades técnicas, entre elas a Ilha da Sublimação, o Fespa Trends, a Arena Maker, o Fespa Expert e o Cambea #10,

campeonato de envelopamento promovido pela Alltak. “A Fespa Digital Printing foi um dos eventos que marcaram a retomada das feiras de negócio no Brasil, um elemento que sempre foi essencial para a transformação e desenvolvimento tanto da indústria quanto do setor de serviços e, sem dúvida, ainda mais importante agora para mostrar soluções que não puderam ser apresentadas nos dois últimos anos”, afirma Alexandre Keese, diretor da feira, Neil Felton, CEO da Fespa, compartilha uma significativa marca alcançada no país: “A Fespa no Brasil foi a feira com mais visitantes entre todas as Fespas pelo mundo no ano de 2021*. Este número fantástico destaca dois pontos: o excelente trabalho feito pelo time brasileiro para organizar um evento da mais alta qualidade e como o Brasil é um país de enormes oportunidades dentro da indústria de impressão”. Os planos agora se voltam para a próxima edição da Fespa Digital Printing, que acontecerá de 22 a 25 de março de 2023, novamente no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo. Antes, o Brasil recebe o maior evento de impressão das Américas, a ExpoPrint & ConverExpo Latin America, no período de 5 a 9 de abril de 2022 no Pavilhão Verde, também do Expo Center Norte. * Veja notícia sobre a Fespa Global Print, realizada na Europa, na página 12. outubro /dezembro 2021

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PODCAST Texto: Tânia Galluzzi

Da fine art

Em dois meses e cinco episódios, o podcast Ondas Impressas vai dos desafios das micro e pequenas gráficas frente ao desenvolvimento tecnológico, passando pela fine art, até os novos modelos de negócio proporcionados pela impressão digital na indústria têxtil.

à estamparia digital

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universo da impressão sempre foi amplo e o avanço da tecnologia está estendendo ainda mais essas fronteiras. Prova disso é a pluralidade de temas abordados pelo podcast Ondas Impressas nos meses de setembro e outubro. O bimestre começou com a discussão dos desafios das pequenas gráficas frente à evolução tecnológica e as novas demandas do mercado. O convidado do 14º episódio — Evolução Tecnológica e Novas Demandas — foi o colombiano Carlos Silgado Bernal, especialista em processos gráficos e consultor, ex-editor da revista Artes Gráficas, publicação que chegou a 25 mil exemplares de tiragem. “Para beneficiar-se da automação das impressoras offset, as pequenas gráficas devem atua lizar seus processos de pré-impressão e aplicar todo o potencial do fluxo de trabalho digital. De outro modo, continuarão operando as máquinas de forma antiga, manualmente”, afirma o especia lista. No dia 15 de setembro foi lançado o programa Impressão é Arte, com a participação REVISTA ABIGR AF

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do artista plástico Alex Flemming e de Clicio Barroso, fotógrafo dedicado à fine art. Ambos conduzem o ouvinte pelo mundo da arte e da fotografia, no qual os processos de impressão têm papel fundamental, tanto como recurso criativo quanto como meio de materia lização das obras. O episódio seguinte, Crédito e Financiamento, Onde Encontrar?, apresenta ao ouvinte as alternativas disponíveis para a indústria gráfica. Sylvio Gomide, diretor do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria da Fiesp, lista as modalidades de crédito para capital de giro, ressaltando a importância da adequação ao perfil da empresa. “Muitas vezes a gente reclama da taxa de juros, só que para conseguir uma taxa competitiva tem de ir direto ao produto mais adequado para o seu negócio”, diz o executivo. Raymond Trad, diretor da Afeigraf e CEO da Comprint, olha para o financiamento de bens de consumo, apontando formas de financiamento para atua lização tecnológica, como o aluguel de equipamentos e os consórcios. Em meados de outubro foi lançado o 17º episódio da segunda temporada, o 40º programa do Ondas Impressas. Em Os Rumos da Flexografia, Miguel Troccoli e Rodrigo Duarte, respectivamente presidente e vice-presidente da Abflexo/FTA , Associação Brasileira Técnica de Flexografia e Conversão

Digital, abordam a ascensão da flexografia e suas novas aplicações. O pano de fundo para a conversa foi a Conferência Intercontinental de Flexografia, CIF 2021, rea lizada pela entidade no início de outubro. Fechando o bimestre, os âncoras do podcast, a jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa, rea lizaram a primeira gravação ao vivo. Ela aconteceu dentro da Fespa Digital Printing, feira que marcou a retomada dos eventos presenciais no setor. Para falar sobre o avanço do digital na estamparia em tecido e as oportunidades abertas por ela na personalização de produtos, participaram do episódio 18, Personalização e Estamparia Digital, Tiago Ferraresi, responsável pela Top Colors, plataforma de impressão sob demanda, e Felipe Sanchez, CEO da Global Química & Moda, que atua no segmento têxtil e de impressão digital. Os epi só dios estão disponíveis nas principais plataformas de podcast: Spotify, Amazon Music, Apple Podcasts, Google Podcasts, Dee zer, Overcast, Castbox e Stitcher. E agora também no canal do Ondas Impressas no YouTube. ONDAS IMPRESSAS Site: ondasimpressas.buzzsprout.com E-mail: ondasimpressaspodcast@gmail.com Instagram: @ondasimpressas LinkedIn: Ondas Impressas


Marcos Maricate

A Integrante do Conselho Fiscal da Afeigraf e diretor da Contiweb, Marcos Maricate apresenta neste artigo uma visão de como a indústria de máquinas rotativas offset vem operando nestes últimos dois anos, desde o início da Covid-19.

Panorama do mercado de máquinas de impressão rotativa offset

produtividade das máquinas rotativas offset tem sido objeto de interesse no nosso segmento de negócios, especialmente neste início de retomada da demanda pós- pandemia. Diversos fabricantes e fornecedores de equipamentos do setor tem se destacado na busca por soluções que proporcionem aos seus clientes maior eficácia produtiva, uma va riável que tende a atrair os recursos escassos em tempos de recessão econômica. A Contiweb monitora seus equipamentos através da conexão remota há aproximadamente quatro anos, o que permite comparar os parâmetros de produtividade antes e depois da pandemia. Os dados analisados apontaram para uma queda de aproximadamente 40% de tempo de produção entre os meses de março e maio de 2020 devido ao surto de Covid. No entanto, o tempo de produção semanal se recupera rapidamente nos meses seguintes e então permanece — com alguns altos e baixos — em cerca de 90% do tempo de produção se comparado a 2019. VENDA DE NOVOS EQUIPAMENTOS

EXPOPRINT & CONVEREXPO LATIN AMERICA 2022 5 a 9 de abril de 2022 3ª a 6ª-feira: das 13h às 20h Sábado: das 10h às 17h ExpoCenter Norte Pavilhões Verde e Vermelho São Paulo SP Brasil www.expoprint.com.br

A crise econômica mundial que estamos vi venciando reflete o encolhimento de pedidos de máquinas offset rotativas, pois as gráficas não estão investindo na compra de novos equipamentos, optando pela estratégia de revitalização de seus equipamentos atuais, assim como pela compra de máquinas usadas. A expectativa é que a demanda por novos equipamentos aumente no próximo ano em relação a 2021, sem necessariamente eliminar a procura por usados. Os revendedores de equipamentos usados estão oferecendo impressoras a preços atrativos, mas recomenda-se aos interessados uma análise da relação custo-benefício antes da compra, considerando a procedência, ano de fabricação, tempo de retorno sobre investimento e todos os riscos aos quais um equipamento usado e fora de garantia pode estar sujeito. Para mitigar alguns destes riscos é vital que as empresas fabricantes de equipamentos, peças originais e serviços especia lizados para essas máquinas

sejam pesquisadas e consultadas em relação à possibilidade de reposição de peças, manutenção e me lhorias possíveis. Isso para que o valor investido não seja perdido em decorrência da falta de condições de produção do bem adquirido. Algumas fabricantes têm plenas condições de rea lizar esta ava liação e colaborar para a tomada de decisão da compra de um equipamento, seja usado ou novo. Outras também podem e devem disponibilizar estas informações para as gráficas que buscam alternativas em investimentos de equipamentos. Ainda sobre o tópico de suporte ao cliente, as empresas fabricantes podem colaborar para a extensão da vida útil da base instalada. Se os investimentos em novos bens de capital forem adiados, os equipamentos existentes deverão durar mais. Portanto, é natural que muitas gráficas optem por manter e melhorar suas máquinas. DE OFFSET PARA INKJET

Ainda a partir dos dados coletados e outras análises, as informações apontam para um aumento significativo na demanda por equipamentos auxiliares para o mercado de impressoras rotativas digitais inkjet. Nesse sentido, gestores precisam ter um olhar estratégico, combinando as análises descritas ao fato de que a tendência para tiragens menores continua em ritmo acelerado. As fronteiras nas exigências por produtos e serviços, provenientes dos canais B2B ou B2C, independentemente do mercado, demandam cada vez mais por entregas just-in-time e no dia seguinte, que deixaram de ser vistos como valor agregado ou di ferencial, mas como opções padrão, especialmente na era pós-Covid. Logo, um planejamento de produção conduzido em um parque fabril com máquinas preparadas, que acompanhe as tendências de mercado para uma produção de qualidade, torna-se essencial e afasta o risco de sofrer com consequências desastrosas. Para estas e mais atua li za ções do mercado, não perca a oportunidade de conhecer as últimas tendências e as melhores soluções para o seu negócio participando da ExpoPrint & ConverExpo Latin America. outubro /dezembro 2021

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Joanna Marini

CONEXÃO BRASÍLIA

Roberto Nogueira Ferreira

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éficit fiscal em crescimento, iniciativas para desobedecer ao teto de gasto, inflação de dois dígitos, taxa de desemprego em alta, milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza, economia sem perspectivas. E não é que no meio dessa nebulosidade há quem acredite que a reforma tributária, cujo relatório foi nos dado a conhecer, teria a capacidade, como num passe de mágica, de fazer o PIB – Produto Interno Bruto crescer de modo significativo. O discurso da classe política traz esse marketing da proposta de reforma tributária no contexto dos discursos va zios, mas, representantes do setor empresarial endossar o mesmo discurso como justificativa de defesa da proposta contida na PEC 110, de 2020, soa como o que outrora se chamava “peleguismo” sindical. Envolta nessa penumbra está a indústria gráfica nacional, composta em sua esmagadora maioria por pequenas e médias empresas, geradoras de emprego e renda nas capitais e nas pequenas cidades desse nosso imenso Brasil. A indústria gráfica reinventa-se a cada dia, pressionada por avanços tecnológicos, desinformações sobre impactos ambientais REVISTA ABIGR AF

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do papel, e outras razões. Mais que isso, se vê obrigada, em vez de preocupar-se só em atender aos seus clientes, a ficar atenta e a se contrapor a análises e discursos desprovidos de rea lidade. Voltando ao marketing de crescimento do PIB que vem sendo utilizado para defender a PEC 110, reflitamos sobre o seguinte: a essência do atual sistema tributário vem da década de 1960; de lá aos dias atuais o PIB alternou altas e quedas, por exemplo: 1970

+10,4%

2000

+4,4%

1980

+9,2%

2005

+3,2%

1985

+7,8%

2010

+7,5%

1990

– 4,3%

2015

–3,8%

1995

+4,2%

2020

– 4,1%

O crescimento econômico deriva de um conjunto de iniciativas internas e externas, de políticas públicas que resultem em um mercado interno forte e estimulem a confiança em investidores nacionais e internacionais; de estabilidade política e institucional, dentre outros fatores. Um bom sistema tributário é importante, mas ele, de per si, não tem o condão de acelerar o crescimento econômico.

A PEC 110 funde ICMS e ISS, criando o IBS. Se não houver alíquota específica para os serviços prestados pela indústria gráfica, na dimensão e na forma das atuais alíquotas do ISS, o risco de elevação da carga setorial é grave. E maior será o risco (e a carga tributária) se a fusão de PIS e Cofins — também acobertada pela PEC 110 — se efetivar como está no PL 3887, de 2020, e impingir à indústria gráfica a alíquota proposta de 12% para a CBS (PIS + Cofins) a incidir sobre bens e serviços em geral. Vigiar e agir é o mote tributário. Agir para evitar novidades perversas e para preservar políticas úteis como as sistemáticas de incidência tributária do Simples Nacional e no caso do imposto sobre a renda, na opção de tributação por meio do lucro presumido. Papel é documento, alguém já disse. Papel é história. Papel é compromisso e responsabilidade. Papel é verdade. Roberto Nogueira Ferreira é consultor da Abigraf Nacional em Brasília roberto@rnconsultores.com.br

*A palavra voa. O escrito permanece!


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55 ANOS. DE VIDA.



F OTOG R A F I A

Mauro Holanda Três décadas de boa comida á se vão 25 anos desde a primeira entrevista que fiz com Mauro Holanda. No início de 1996, a matéria destacava a habilidade do fotógrafo, então com 38 anos, de transformar cliques em tentações gastronômicas. Ele se firmava num campo que explodiria nos anos seguintes, com chefes de cozinha ganhando status de celebridade e a comida como um dos temas favoritos de dedos nervosos ávidos por likes. Olhando as imagens espalhadas pelas cinco páginas da edição de março/abril de 1996 da Revista Abigraf, fica evidente a transformação pela qual passou a fotografia de gastronomia. Mesas fartas, luz de vela, sopeiras de cobre, tapeçaria na parede são elementos que revelam uma produção rica e esmerada, em composições barrocas inimagináveis hoje em dia. Não necessariamente a comida era a estrela. A ambientação sim, sobretudo se o objetivo era falar de um restaurante. E, mesmo quando o mote era um prato específico, objetos secundários disputavam a atenção do observador.

Egresso do cinema, da TV e da moda, o paulista Mauro Salles Holanda de Freitas encontrou na gastronomia o espaço ideal para brilhar. Unindo técnica, olhar treinado e a habilidade para extrair os melhores cliques antes que as preparações perdessem o viço, aproveitou uma oportunidade na revista Gourmet em 1988 para começar a vincular seu nome a esse universo. O prazer de circular pelos melhores restaurantes e de acompanhar a preparação dos pratos era decisivo para o resultado. Mauro interferia no ponto de cozimento, na textura dos molhos, na quantidade de óleo, tudo para que as pessoas tivessem “o desejo de devorar a fotografia”.

Mauro Holanda viveu toda a transformação pela qual a fotografia de gastronomia passou a partir dos anos 2000 e continua a nos fazer salivar com imagens primorosas. Texto: Tânia Galluzzi

MINIMALISMO

Com a pergunta sobre o que nos trouxe ao nude gastronômico de hoje começo a nossa conversa. A chegada da tecnologia digital é a resposta imediata, somada à redução dos orçamentos editoriais e publicitários. “Para garantir que tudo estivesse em foco, em alguns casos eu levava câmera de fole, imagina”, relembra Mauro.

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A captura digital não intimidou o fotógrafo. No início dos anos 2000 Mauro fotografava para várias revistas da Abril como Ana Maria e Contigo, o primeiro núcleo a passar 100% para o digital. “Comprei uma Nikon D 100, passei um mês praticando e achei que não tinha quase

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MAURO HOLANDA www.mauroholanda.com.br REVISTA ABIGR AF

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diferença, exceto a enorme liberdade de poder fazer quantos cliques eu quisesse. Três meses depois, o editor de arte comentou que eu era o fotógrafo mais bem adaptado ao digital. Mal sabia ele que eu não tinha mudado praticamente nada no fazer fotográfico.” Os novos olhares impul sionados pela fotografia digital, que colocou no mesmo balaio profissionais e amadores, conduziram à simplificação. A comida em si passou a ser mais valorizada a reboque do reconhecimento dos cozinheiros. O foco, literalmente, passou a ser o alimento, fotografado cada vez mais de perto, sob luz difusa. “Quem abraçou isso de forma mais radical foi o Ricardo D’Angelo, na revista Prazeres da Mesa.” Atualmente, o destino das fotos de Mauro é a publicidade e a produção de embalagens. Isso sem esquecer o marketing digital dos restaurantes. Ele comenta que ainda ambienta muita coisa e continua lançando mão da luz direta, mas definitivamente suas imagens mudaram. “Eu permaneci muito tempo preso às amarras da técnica e estética da moda. Até o dia que resolvi agir como um amador e passei a ser tratado ora como um gênio revolucionário, ora como um careta, quando usava minhas referências antigas. Tenho agido assim e o trabalho ficou muito mais bacana e divertido”, diz Mauro. “O danado é esquecer aquele Ansel Adams, Irving Penn, Picasso ou Rembrandt que habitam a minha cabeça. Arrisco a dizer que a fotografia autoral não passa dessas lembranças fotografadas.”


RAÍZES Texto: João Scortecci

Almanaque Lunário Perpétuo Uma história de sucesso que atravessou séculos

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oleciono de tudo! Sou um acumulador de memórias. Já colecionei almanaques e busquei, desesperadamente, ter na coleção um exemplar de Lunário Perpétuo, o mais famoso e cobiçado almanaque já publicado no mundo. Não consegui, infelizmente. A vontade passou e o desejo ficou. O que isso significa? Não desisti, ainda! Lunário Perpétuo, ilustrado com xilogravuras e composto pelo matemático, astrônomo, naturalista e compilador espanhol, Jerônimo Cortés (1560–1610), foi publicado em 1594, em Valência — cidade por tuária na costa sudeste da Espanha —, e reeditado inúmeras vezes ao longo de séculos, com variações em seu título e conteúdo. Foi publicado em língua portuguesa pela primeira vez em 1703, com tradução de Antônio da Silva de Brito, e se tornou muito popular no Brasil, principalmente na região Nordeste. Segundo o historiador, sociólogo, folclorista e jornalista brasileiro Luís da Câmara Cascudo (1898–1986), que mantinha um exemplar de Lunário Perpétuo na sua mesa de cabeceira, foi o livro mais lido no Nordeste brasileiro durante dois séculos. O almanaque oferecia conselhos e orientações sobre os mais variados aspectos da vida,

incluindo tabelas das fases da Lua, dos eclipses do Sol e das festas móveis, previsões do tempo, horóscopos, elementos de Direito, navegação, teologia, saúde, agricultura, maneiras de interpretar o comportamento dos animais, biogra fias de santos e papas e outros dados de interesse geral. O alemão Jorge Seckler (Georg Johann Seckler, 1840–1909), com 15 anos de idade, no ano de 1855, transferiu-se para o Brasil, tornando-se aprendiz de gráfico na Typographia Allemã, de Henrique Schroeder. Posterior mente, tornou-se proprietário da Sociedade Artística Beneficente, na Rua São Bento, 58, uma das mais importantes oficinas tipográficas paulistanas, responsável pela mais longeva série de almanaques comerciais do Estado de São Paulo. Em 1862, adquiriu uma oficina de encadernação que pertencia a Hermann Knoesel e, em 1865, iniciou o serviço de impressão com tipos móveis. Entre 1872 e 1878, fundou a Typographia Livro Verde, na Rua Direita, 14/15, estabelecimento que, além de serviços de impressão, oferecia livros, material de escritório, encadernação e pautação de papel para escrita. É desse período a “febre” dos almanaques, não só no Brasil, mas no mundo todo. Em 1891, Jorge Seckler, adoentado, afastou-se do serviço de gráfico, e a empresa mudou de proprietário, passando a se chamar “Companhia Industrial de S. Paulo”. Nos dois anos seguintes, o Almanach de Seckler, como era conhecido, publicado pela Companhia Industrial de S. Paulo, carregou impressa na sua capa a marca: “successora de Jorge Seckler & Companhia”. Jorge Seckler faleceu em 23 de fevereiro de 1909, aos 69 anos de idade. João Scortecci é gráfico e editor scortecci@gmail.com

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MENSAGEM

Das Resoluções para 202n2as e das Deliberações huma

colha, vamos precisar es a r fo al qu ja Se s? õe aç er Resoluções ou delib rminação plena. te de da e r pa ím m ge ra co da força das ideias, da es quatro e cinco, ra 2023 e 2024, anos das fas Pa : pre sem nto sustentável. os 2000, dizia ao jogo virtuoso do crescime os em tar Um amigo, falecido nos an vol u, de Deus; já as idas, conscientes ou “Resoluções são coisas do Cé Nossas fragilidades reconhec !” na ma hu eza tur na da ra, omada, do recomeço, deliberações são coisas da Ter o, mostram o caminho da ret nã vo. no o an de a ad erreiros e como, a cada vir o quanto somos fortes e gu am str Repetia isso — sempre — e mo a eço com balho e suor, anos passados, os capazes de mover, com tra som , tos Hoje, quase vinte e tantos jun e, ent iam a vez. sua máxima e, sab o pêndulo da sorte, mais um “compreender” o sentido da adas, justas err ou As escolhas, certas a dar voz às suas razões. instante. do ções ou injustas, serão sempre É fato — no prelo das resolu do agora. a Da decisão. Do momento e algo é — listarmos, no final de cad a nç ra pe Es ? Para e Resoluções ou deliberações ano, sonhos, planos, ideias se m bé m ta e vamos qu a, olh esc . tanto, seja qual for a desejos para o ano vindouro a nh ve ue Q coragem . ói da , tr cons e precisar da força das ideias É praxe. Reza-se, chora-se e na do esforço rte! o ano de 2022! ímpar, da determinação ple comemora-se muito. Faz pa ne e osso. ial, dos verdadeiros heróis de car Aqui, ou no final do editor “Depois, perto do fim, / tanto faz, cabe um verso do clarim.” um um pendão / E toque-se um -se poema “Receita para fazer ite Ag : ira o. Reinaldo Ferre Mas, dessa vez, ser ve-se viv herói”, do poeta portug uês o dã pen um -se se ite Ag / bém “Depois, perto do fim, Esperança é algo que tam ” . rto mo se 22! vestrói. Que venha o ano de 20 / E toque-se um clarim. / Ser con ia, em nd pa a de Gutenberg. ano da sorte, ao trabalho, com alm O ano de 2021, o seg undo Na um ia ra muitos, ser não foi fácil. Longe disso. Pa ia forte e produtiva. tar ano bom, e a economia vol scortecci@g mail.com . nte me eliz Inf . ceu nte aco e Não foi o qu umos, o desemprego, A falta generalizada de ins câmbio, a crise a inf lação de dois díg itos, o a nos levaram às hídrica e a fragilidade polític à estag nação. cordas e, consequentemente, ís no mapa das A “inseg urança” colocou o Pa oluções — urgentes deliberações — e não das res ao impasse, ao e emergenciais. Levou-nos le e, mais, ao colapso. negacionismo, ao descontro “amargo”, até mais O ano de 2022 será também ros frios e reais não do que o de 2021. Os núme o o que penso ser a fase mentem. Estamos iniciand generalizado e dos ajustes fica três, a fase do descontrole Bra sileira da Indústria Grá unistas. Presidente da Associação ort op e éis cru s, tro ) ou f-SP tos igra necessários e tan Regional São Paulo (Ab Isso — também — passa!

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J oão Scortecci

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