Revista Abigraf 313

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Valorização da indústria gráfica na cadeia produtiva ocupa papel destacado nas metas da diretoria recémempossada do Sindigraf-SP

Com Portugal como convidado de honra, Bienal Internacional do Livro de São Paulo volta a ser presencial e supera números da última edição

Impressão digital na produção de embalagens evolui mais lentamente do que o esperado, mas benefícios da tecnologia quebram resistências

ISSN 0103•572X
REVISTA
ARTE & INDÚSTRIA GRÁFICA • ANO XLVII • JUL/SET 2022 • Nº 313

REVISTA ABIGRAF

ISSN 0103-572X

Publicação trimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP

Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550

E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br

Presidente da Abigraf Nacional: Sidney Anversa Victor Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci

Gerente Geral: Wagner J. Silva

Conselho Editorial: Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Sidney Anversa Victor, Tânia Galluzzi e Wagner Silva

Elaboração: Gramani Editora Eireli Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3887.1515

E-mail: editoracg@gmail.com

Editor: Plinio Gramani Filho

Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26897) e Evanildo da Silveira Colaboradores: Hamilton Terni Costa, João Scortecci, Roberto Nogueira Ferreira e Tim Sykes

Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52 Papel do miolo: Lumistar 83 g/m², da BO Paper Enobrecimento da Capa: Green Packing (verniz UV e aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil) Impressão e acabamento: BMF Gráfica e Editora Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf

ISMAEL NERY. O artista da capa

Pintor, desenhista, ilustrador, cenógrafo, poeta, filósofo e teólogo, Ismael Nery é um dos artistas mais singulares da produção moderna brasileira. Nasceu em Belém, em outubro de 1900, mas viveu no Rio de Janeiro, onde sua casa era o ponto de encontro dos modernistas cariocas. Na contramão do nacionalismo dominante, seu trabalho propunha uma investigação interior, e por isso o tema único de sua obra é o ser humano. Um ser humano do qual Nery retirava, deliberadamente, todas as referências de tempo e de espaço, para, segundo ele, alcançar a essência. Um ser humano em busca de seu eu e de sua fusão com o outro; que tenta se compreender olhando no reflexo do espelho, e que se assusta ao ver um rosto desconhecido. O artista teve sua vida interrompida por uma tuberculose fulminante, no Rio de Janeiro, em abril de 1934, aos 33 anos, o que acentuou sua aura mítica e resultou numa produção pequena e muito valorizada. Sua obra icônica, Autorretrato, reproduzida na capa desta edição, foi exposta na exposição Brazil: Body and Soul, no Museu Solomon R. Guggenheim, em 2001, e encontra-se atualmente no Masp.

Ponto futuro

O consultor Hamilton Costa analisa as mudanças provocadas pela pandemia na indústria gráfica e como, apesar da digitalização acelerada, o material impresso se mantém vivo e relevante.

Apoio Institucional

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

Afeigraf planeja próximo biênio Ênfase à divulgação de dados econômicos sobre a indústria de impressão está entre as ações da nova gestão da entidade, agora tendo Jorge Maldonado na sua presidência.

FUNDADA EM 1965 Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf) “Autorretrato”, 129 × 84 cm, óleo sobre tela, 1927
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Sindigraf-SP sob nova direção

Levi Ceregato passa o bastão para Ricardo Coube e a dupla faz uma revisão das realizações dos últimos seis anos e o que está por vir. Em pauta, a valorização da indústria gráfica na cadeia produtiva.

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Um novo organismo técnico

Abigraf Nacional cria Divisão de Inovação e Tecnologia Gráfica, Abitec, responsabilizando-se por tocar adiante os produtos e serviços da ABTG, extinta no final de junho.

A bienal das bienais

A 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo mobilizou 660 mil visitantes, audiência 10% maior do que na edição anterior. Evento surpreendeu pelo aumento do tíquete-médio, que foi de R$ 226,94.

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Investimento sustentável

Tuicial está investindo no maior parque de captação de energia solar do Paraná e um dos maiores do Brasil. Em cinco anos, a gráfica pretende zerar seu custo em energia.

Acervo a um clique

Com o lançamento do site Testemunha Ocular, o Instituto Moreira Salles encurta o caminho de acesso à produção de fotojornalistas brasileiros de diferentes gerações e regiões do País.

CONTEÚDO DESTA EDIÇÃO

O digital e as embalagens

No artigo Drupa desta edição, Tim Sykes fala sobre a evolução do digital na produção de embalagens e os degraus que ainda precisam ser vencidos para que a tecnologia continue avançando.

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................................. 30 Grupo Editorial Scortecci/40 Anos 31 Future Print 2022 32 Escolar Office Brasil 2022 ......................... 33 Gestão/Hamilton Terni Costa 36 Impressão Digital
Sykes 40
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Editorial/Sidney Anversa Victor
Rotativa/Noticiário Geral
Sindigraf-SP/Nova Diretoria
Abitec/ABTG/Prêmio Fernando Pini
Afeigraf/Nova Diretoria
Bienal Internacional do Livro SP
Congraf Embalagens/50 Anos
Tuicial/Energia Solar
Repense/Consultoria
Embalagens/Tim
Conexão Brasília/Roberto N. Ferreira
Fotografia/Testemunha Ocular
Raízes/Trajetória Bienal do Livro SP
Mensagem/Sidney Anversa Victor
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DIVISÃO DE INOVAÇÃO TECNOLOGIA GRÁFICA ABIGRAF NACIONAL 18
40 5 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

FFortalecer a indústria, em especial o setor gráfico, é o nosso objetivo, e para isso compartilhamos experiências, contribuímos para a melhora do ambiente de negócios e respondemos às demandas do mercado por desenvolvimento tecnológico e inovação de produtos e serviços, além de atuarmos permanentemente na defesa dos legítimos interesses da indústria gráfica brasileira.

preciso

Todavia, para que consigamos atender nossas expectativas e seguir esta trajetória com êxito, é fundamental que medidas concretas e ações imediatas sejam tomadas logo no começo do próximo mandato presidencial que se iniciará em janeiro/23. Neste contexto, urge a necessidade do estabelecimento de uma Política Industrial renovada e consistente, para que se alcance um novo e elevado patamar de competitividade, através do real incentivo a setores estratégicos e essenciais como o nosso. Desta forma, se poderá inclusive estimular a busca por outros mercados através de acordos comerciais com outros países e blocos econômicos.

É importantíssimo que a classe política se conscientize e, finalmente, promova a tão aguardada Reforma Tributária, visto que o regime atual onera, dificulta e enfraquece o ritmo da retomada do crescimento econômico e social do País, além de gerar insegurança jurídica para diversos setores e atividades.

Considerando que é primordial que se tenha um ambiente macroeconômico estável e minimamente previsível a médio e longo prazo para a geração de investimentos, emprego e renda, é imperativo que, além da manutenção da inflação sob controle e da diminuição do nível de desemprego, se consiga o equilíbrio das contas governamentais e a consequente redução da dívida pública. Para

tanto, também é importantíssima a realização de uma profunda Reforma Administrativa, que, além do corte de despesas desnecessárias, propiciará melhor aplicação dos recursos públicos, fim dos privilégios abusivos e aumento da eficácia dos serviços prestados, além da desburocratização. Num país com desigualdades e desafios proporcionais às suas dimensões, a implantação desta agenda aqui mencionada necessitará de muito patriotismo e união de todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário), iniciativa privada e, sobretudo, da sociedade civil brasileira. Deve-se fazer investimentos maciços e permanentes em educação e cultura, pois somente assim conseguiremos avançar e manter nosso desenvolvimento como Nação.

É hora de definir quais são os princípios negociáveis que possam garantir que o País siga o caminho do crescimento sustentável, já que o futuro começa com as decisões que tomamos hoje! sidney@congraf.com.br

EDITORIAL
Sidney Anversa Victor Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)
A indústria gráfica e o País enfrentam desafios crescentes e a expectativa de retomada econômica ressalta a necessidade de nova mentalidade. Como tornar realidade as nossas expectativas
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É
fazer investimentos maciços e permanentes em educação e cultura.

Máquina MP27 do Projeto Puma II supera expectativa

Marca de gastronomia ganha embalagem sustentável

Parceria entre a catarinense Irani Papel e Embalagem e a paulista Papirus Indústria de Papel proporcionou o desenvolvimento da Vitabox, embalagem sustentável e renovável destinada ao mercado de delivery, take away e fast food. Composta por papel-cartão nos recipientes internos e papelão ondulado na caixa externa, a embalagem é 100% reciclável e faz parte de uma cadeia de economia circular, já que pode retornar ao processo produtivo para se transformar em novas embalagens.

A Irani é a responsável pela produção da embalagem externa, feita de papelão ondulado, enquanto a Papirus foi a idealizadora da solução e desenvolveu as embalagens internas e primárias utilizando sua linha de papel-cartão Vitacopo, própria para a produção de embalagens delivery de alimentos.

Os fabricantes garantem que a Vitabox permite o acondicionamento de produtos frescos, inclusive de congelados, em um mesmo recipiente, chegando ao consumidor com a qualidade dos ingredientes e produtos totalmente preservada.

O primeiro cliente a fazer uso da nova solução é a Cheftime, marca de gastronomia da rede Pão de Açúcar, que testará a tecnologia em kits gastronômicos para o preparo de receitas criadas por chefs. Na embalagem, os clientes terão acesso a ingredientes frescos e porcionados, assim como ao passo a passo detalhado para o preparo dos pratos. A nova solução está disponível aos clientes da rede na loja Real Parque, localizada na Avenida Magalhães de Castro nº 6118, na capital paulista. www.irani.com.br www.papirus.com

Ao completar, em 5 de setembro, 365 dias desde o início de operação da primeira máquina de papel (MP) do Projeto Puma II maior investimento da história da Klabin, que compreende a construção de duas máquinas de papel com produção integrada de celulose , a MP27 ultrapassou a marca de 330 mil toneladas de Eukaliner e Eukaliner White produzidas em um ano. Com capacidade para produzir 450 mil toneladas/ano, a máquina superou a curva de aprendizagem esperada para o período.

Desenvolvida e patenteada pela Klabin, a linha de produtos Eukaliner, produzida na MP27, é a primeira do mundo

com papel kraftliner feito 100% a partir da fibra de eucalipto, o que garante vantagens como a otimização da área florestal para a sua produção, além de propriedades como uma estrutura mais robusta que permite a redução da gramatura das embalagens de papelão ondulado, com aumento da resistência e boa qualidade de impressão.

O Eukaliner já foi exportado para vários países da Europa (Bélgica, Holanda, Itália, Reino Unido, Portugal e Espanha) e da América Latina (Peru, Chile, Argentina, Equador e México), além da conversão nas unidades de embalagens de papelão ondulado da própria Klabin. www.klabin.com.br

E sko e Asahi Photoproducts

anunciaram no início de agosto que a CrystalClean Connect, linha de produção totalmente automatizada de chapas flexográficas, desenvolvida em parceria entre as duas empresas e apresentada há pouco mais de um ano na

Virtual.Drupa, já está disponível para o mercado. A Esko, desenvolvedora de soluções integradas de soft ware e hardware para embalagens e etiquetas, colaborou com a Asahi, pioneira no desenvolvimento de chapas flexográficas de fotopolímero, para essa solução

inovadora de produção de chapas flexográficas. “A CrystalClean Connect automatiza por completo todo o processo de produção de chapas flexográficas, desde a imagem e exposição até a produção, reduzindo o número de etapas de 12 para apenas uma. Isso

faz com que o tempo gasto pelos operadores para concluir todas as etapas de processamento na produção e corte de chapas caia de 36 para 2,5 minutos por chapa”, segundo Pascal Thomas, diretor de Negócios de Flexografia da Esko. www.esko.com/pt

Instalações do Projeto Puma II, da Klabin, em Ortigueira, PR, em agosto de 2022: obras de implementação da MP28 seguem conforme planejado e previsão de startup da nova máquina de papel é para o segundo trimestre de 2023
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Produção automatizada de chapas flexográficas

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Novo espectrofotômetro portátil X-Rite eXact 2

Portátil, sem contato e de última geração, o eXact 2 é o primeiro espectrofotômetro com segmentação de vídeo criado para permitir o controle de fluxo de desenvolvimento para os setores de tinta, impressão e embalagem em um único aparelho. Ele está disponível em três modelos: eXact 2, que pode capturar medições de cores em substratos de papel, papelão e papelão corrugado; eXact 2 Xp, para captura de cores em filmes flexíveis transparentes, brancos opacos, com calço de branco e outros substratos exclusivos; e eXact 2 Plus, que oferece controle avançado de papel e filme flexível com a capacidade de medir metamerismo, opacidade

e intensidade de cor absoluta e relativa.

O eXact 2 facilita a captura de dados de cores e integra-se perfeitamente ao ecossistema de soft ware da X-Rite a partir de especificação de cores, formulação de tintas e software de controle de qualidade via Wi-Fi.

Cada modelo eXact 2 vem com a nova plataforma X-Rite Link, painel de controle intuitivo baseado na nuvem, que fornece informações em tempo real sobre o desempenho do aparelho. A partir de um ponto central, o cliente pode verificar o status de um aparelho ou de um conjunto de dispositivos, configurar e distribuir atualizações e bibliotecas de cores. www.xrite.com

Florianópois vai sediar 5

Maior encontro do setor na Região Sul, o 5º Seminário Sul Brasileiro da Indústria Gráfica será realizado no dia 12 de novembro, no Majestic Palace Hotel, em Florianópolis, SC . Iniciativa das Abigrafs Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, o evento recebe gráficos de todo o País. “Será um dia de muito aprendizado, com palestras técnicas, motivacionais, cases de sucesso, Salão de

Mudanças nas lideranças da Konica Minolta Brasil

como diretora de Governança & Assuntos Jurídicos, Recursos Humanos e Administração, após onze anos de atuação na empresa. Patricia iniciou sua trajetória no departamento de Comunicação e Mar ke ting, e posteriormente ocupou posições nas áreas

R onaldo Arakaki , que até o mês anterior ocupava o posto de presidente e COO da Konica Minolta Business Solutions do Brasil, a partir de setembro passou a exercer o cargo de Chefe Executivo de Operações (CEO). Ele tem como missão liderar todo o corpo executivo da companhia, estando à frente de áreas como planejamento estratégico, relacionamento com o mercado e responde pelas principais ações internas e externas.

Outra mudança na direção da Konica MI nolta é a nomeação de Patricia Otsuji

de Planejamento Estratégico Corporativo (experiência que incluiu o projeto de expansão na região Sul do País), Supply Chain e Controle de Crédito. Em 2018, foi nomeada gerente sênior dos departamentos de RH, Administração, Jurídico e Compliance. www.konicaminolta.com.br

º Seminário Sul Brasileiro

Negócios e um ambiente superpropício para contatos de network”, destaca o presidente da Abigraf-SC, Evandro Volpato, responsável pela coordenação da quinta edição do encontro.

Na parte da manhã, estão programadas as apresentações de André Campelo, CEO e fundador da Dentro da Escola, uma plataforma inovadora; e Judah Adonai, grande nome das redes

sociais, que falará sobre gestão empresarial de uma forma inusitada. O intervalo para o almoço se estenderá para network e visitação ao Salão de Negócios. A programação no auditório será retomada pelo carismático Robson Xavier de Carvalho, com sua experiência de 30 anos no setor gráfico. A palestra de encerramento do Seminário Sul Brasileiro ficará por conta de Marco

Aurélio Raymundo (Morongo), diretor-presidente da Mormaii, empresa de esportes livres com sede no município catarinense Garopaba, que falará sobre seu modelo de negócios “Liberdade com Responsabilidade”.

Na véspera, 11 de novembro, será realizada a entrega dos troféus do 4º Prêmio Catarinense de Excelência Gráfica. www.abigrafsc.org.br

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Laminação metálica em papel resistente para embalagens

R estrita, anteriormente, a capas de livros, a laminação metálica em papel resistente é uma nova tendência para embalagens. Para destacar no mercado o bastão anticloro alcaline para água do cliente E-Energy, a Midiograf e a Ibema criaram uma solução que permite diferenciar o produto no ponto de venda. A fim de proteger e chamar a atenção para o produto, foi utilizado o papel Ibema Supera White 260 FSC Triplex, que garante a resistência necessária.

“Essa é uma nova tendência do mercado e sentimos muita demanda para a laminação prata aplicada

Polpel é nova parceira do Programa

AD Circular

Criado pela Avery Dennison em 2019 com o objetivo de promover a reciclagem e transformação de resíduos da cadeia de autoadesivos, o Programa AD Circular anunciou em julho a Polpel como a nova parceira para a gestão de todo o processo. Produzidos em larga escala em virtude do processo de rotulagem, os liners e esqueletos filme resíduos gerados na indústria de rótulos e materiais

antes de imprimir”, conta o diretor de marketing da Midiograf, Gustavo Benvenho, explicando que “os acabamentos especiais, antes utilizados de forma pontual, como verniz localizado e hot stamping, hoje vão além e se tornam embalagens 100% metálicas”. Ele lembra que, além de livros e outras publicações editoriais, o uso das laminações está disseminado em embalagens de produtos farmacêuticos e bens de consumo do varejo como diferencial para alcançar maior valor agregado e apelo visual. www.midiograf.com.br www.ibema.com.br

autoadesivos eram um grande desafio às empresas do setor, como a Avery Dennison. Com esse acordo, a Polpel, que já realizava um trabalho em conjunto com a multinacional há alguns anos, como agente de reciclagem de liner, passou a agir também como gestora do programa, conectando os diferentes membros da cadeia.

Desde seu início, o Programa AD Circular já reciclou e processou mais de 5.000 toneladas de resíduos. De janeiro a junho deste ano foram mais de 870 toneladas, tendo por meta o total de 3.000 toneladas até o final de 2022. www.averydennison.com www.polpel.com

Anap já ajudou a reciclar 130 milhões de toneladas de papel

Instituição sem fins lucrativos, a Anap, Associação Nacional dos Aparistas de Papel, há mais de 42 anos auxilia as empresas do setor e, durante esse período, ajudou a reciclar mais de 130 milhões de toneladas de papel, além de realizar pesquisas sobre a quantidade de material processado por ano e atuar junto aos órgãos federais para fomentar o setor na sociedade.

O papel é um dos materiais mais reaproveitados e com uma das mais elevadas taxas de reciclagem no mundo. Segundo dados levantados pelo Fórum Econômico Mundial, em 2021

foram reciclados mais de 50 milhões de toneladas, 68% do que foi produzido no ano.

O setor de reciclagem tem atuação importante no Brasil, colocando nosso país entre os principais nessa área. Para Pedro Vilas Boas, presidente executivo da Anap, isso se deve também pelas questões sociais do País. “É preciso que tenha um auxílio de perto com essas empresas que compram as aparas de papel, ajudando a dar o destino correto e oferecendo todo o suporte com determinadas questões do setor”. www.anap.org.br

Prêmio Literário Infantil da Afeigraf já tem vencedores

Foram divulgados os vencedores do 4º Prêmio Literário Afeigraf 2022, categoria Livro Infantil, entre os concorrentes com trabalhos inscritos nos três eixos-temáticos. São eles:

◆ Cidadania – Rogério Lopes Medrado, de Itacaré/BA , com a obra A Caixa de Alissa

◆ Diversidade – Maria Goretti de Freitas Oliveira, de Ipatinga/MG , com a obra Que Escola é Essa, Gente?

◆ Meio Ambiente – Cristiane Ferreira Arrais, de Antonina do Norte/CE , com a obra Rebuliço na Ribeira Cada premiado ganhará, a título de direito autoral, 50 exemplares do livro impresso com a sua obra, ilustrado pela equipe do selo editorial Pingo de Letra, da Scortecci, com 20 páginas, no

formato 22 × 15 cm. Os livros estarão impressos até 31 de outubro e o lançamento se dará até 30 de novembro.

O prêmio, para crianças de até oito anos de idade, é promovido e patrocinado pela Afeigraf – Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica, cabendo ao Grupo Editorial Scortecci a organização, edição e impressão dos livros. A comissão organizadora foi composta por Alessandra Sobral, Cristiane Rezende, Fernanda Sá e Maria Esther Perfetti e os trabalhos foram analisados e julgados por Paulo Mauá (Cidadania), Alcidéa Miguel (Diversidade) e Maria Mortatti (Meio Ambiente). www.afeigraf.org.br www.scortecci.com.br

Embalagem com laminação metálica em papel Supera White 260 FSC Triplex foi a solução encontrada pela Midiograf e Ibema para proteger e dar destaque a um produto da E-Energy no ponto de venda
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A excelente qualidade de impressão tem sido uma característica evidente da ROLAND 700 Evolution desde sua idealização, e mesmo após diversas centenas de milhões de impressões, excelentes acabamentos são obtidos consistentemente. Hoje em dia isso não mudou e a ROLAND 700 Evolution de nova geração ainda supera todas as demais marcas.
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Uma

Valorização da indústria gráfica na cadeia produtiva

No final de julho, Ricardo Marques Coube assumiu a presidência do Sindigraf- SP para um mandato de três anos, em substituição a Levi Ceregato, que comandou a entidade a partir de 2016. Nesta entrevista, a dupla faz um balanço da atuação do sindicato de lá para cá e aponta as novas diretrizes de um organismo de classe que completará 100 anos em 2023.

Levi, quais foram as principais conquistas do Sindigraf-SP ao longo dos últimos seis anos? Nesse período, o Sindigraf‑ SP participou de dois momentos muito importantes para o se‑ tor: a sanção da lei que acabou com o conflito

tributário entre o ISSQN e o ICMS, no final de 2016, e a aprovação da Reforma Trabalhista, no ano seguinte, passo extremamente impor‑ tante na relação capital e trabalho. Em 2018, o Sindigraf completou 95 anos, fizemos um gran‑ de evento, coroado com uma cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Há que se ressaltar que o ponto alto das ações do Sindigraf é a condução das negocia‑ ções coletivas, que se realizam anualmente, nas quais temos a oportunidade de pactuar com os trabalhadores as questões constantes das con‑ venções coletivas, como o aumento salarial. Fe‑ lizmente, nesses seis anos de mandato, todas as negociações terminaram em acordo, sem nenhuma ocorrência de dissídio.

POSSE SINDIGRAF-SP
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Membros da nova diretoria do Sindigraf-SP presentes à solenidade de posse (E/D): Ricardo Cafarro Sutto, André de Noronha Giannobile, Flávio Marques Ferreira, Valdomiro Luiz Paffaro, Sidney Anversa Victor, Levi Ceregato, Ricardo Marques Coube, Beatriz Duckur Bignardi, João Scortecci, Fábio Gabriel dos Santos, Davidson Guilherme Tomé, Ricardo Cruz Lobato e Wilson dos Santos

Chegamos, então, a 2020 e o início da pandemia. Que balanço o senhor faz da atuação do Sindigraf-SP nessa fase?

Do ponto de vista do sindicato, fomos obriga‑ dos a fechar a sede por um período para evitar as contaminações e passamos a atuar por video‑ conferência. Fizemos muitas lives com o intuito de orientar o associado num momento de tan‑ tas indefinições, ao lado da Abigraf‑ SP e da Na‑ cional. Dessa forma, conseguimos manter um fundamental suporte de informações sobre a atividade, o que estava acontecendo e os cami‑ nhos a serem seguidos. Editamos uma carti‑ lha sobre a prevenção da Covid‑19 nas fábricas e emitimos mais de 100 comunicados. Em ne‑ nhum momento o mercado ficou desassistido.

Construímos também, ao longo desses anos, uma relação muito produtiva com a CNI e a Fiesp, ampliando os espaços do sindicato nessas entidades. Além dessas ações que mar‑ cam o relacionamento do sindicato com seus diversos públicos, saio deixando o Sindigraf‑ SP numa situação econômico‑financeira mui‑ to confortável. Quero listar igualmente a remo‑ delação da biblioteca na sede da entidade, em parceria com a Abigraf Nacional e Regional São Paulo, e o lançamento da TV Abigraf.

Ressalto ainda que nesse período trabalha‑ mos com uma equipe de colaboradores muito alinhada. Fomos obrigados, por força do orça‑ mento restrito, a reduzir o quadro de colabora‑ dores, a substituir pessoas por processos, mas, enfim, felizmente, chegamos a um bom termo.

Estou muito feliz em passar a presidência para o Ricardo Coube, uma pessoa muito com‑ petente, experiente, que, com certeza, fará mui‑ to mais do que fizemos. Eu estarei sempre na retaguarda como suporte ou ao lado ajudando o Ricardo no que ele precisar, assim como ele esteve comigo como vice‑presidente desde 2016.

Ricardo, o senhor ocupou por 12 anos a vice-presidência do Sindigraf. Hoje, a indústria da impressão vive uma série de desafios, entre eles a consolidação do setor, com a redução no número de empresas, e a necessidade de mantê-lo atrativo para as novas gerações. Diante disso, como o senhor assume o sindicato?

Falar em desafio para a indústria gráfica é qua‑ se uma redundância. Quando não enfrentamos desafios? O setor gráfico, como a grande maio‑ ria, sofre transformações sistêmicas, seja por tecnologias, seja por comportamentos e mu‑ danças de mercado. Isso não vai acabar nunca.

Levi Ceregato, agora vice-presidente, exerceu a presidência do sindicato nos últimos seis anos

Nosso principal papel é justamente fazer que o associado entenda o cenário e acompa‑ nhe o que está acontecendo com os fornecedo‑ res, com a logística mundial, as mudanças nos clientes, o impacto da economia nas empresas.

O grande tema a ser debatido é o reposicio‑ namento da indústria numa nova visão da glo‑ balização. Os países que delegaram e abriram mão da sua indústria, principalmente para a China, estão revendo toda essa política. O Bra‑ sil pode ter uma mudança significativa de apoio à indústria, começando pela Reforma Tributá‑ ria, fazendo que a nossa indústria volte a ser protagonista. O que está acontecendo no mun‑ do hoje é um entendimento gradativo de que a indústria deve retomar o protagonismo interno.

Nesse cenário, é preciso fortalecer a nossa cadeia de produção. Nós somos um elo muito fraco se pensarmos na cadeia primária de ce‑ lulose e papel. Empresas como Suzano e Kla‑ bin cresceram muito, são hoje gigantes globais, e nós ficamos para trás. Temos de fazer um

Ricardo Marques Coube assume a presidência do Sindigraf-SP, após doze anos como vice-presidente
15 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

esforço para recuperar nossa representativida‑ de, inclusive pensando na exportação de produ‑ tos gráficos. Isso requer uma aproximação com os nossos fornecedores.

Outro tópico importante é o apoio à trans‑ formação digital. Temos de apoiar a nossa base de empresas a se modernizar. Empresas que não estão atentas à qualidade da gestão como ala‑ vanca para a competitividade, como base para o crescimento, desenvolvimento e inovação ficarão para trás.

Aproveitando esse gancho da competitividade e modernização, o Sindigraf vai manter seu apoio à recém-criada Abitec, divisão da Abigraf que está encampando as ações da ABTG, tradicionalmente financiada pelo Sindigraf-SP?

Vamos dar total apoio. Na prática é uma con‑ tinuidade do trabalho da ABTG , agora numa atuação muito mais próxima das entidades do mundo gráfico, inclusive com o Senai. Vamos continuar suportando o treinamento e a disse‑ minação do conhecimento para as empresas e seus colaboradores.

O senhor quer destacar algum projeto?

Vamos intensificar a aproximação com as enti‑ dades afins, fortalecendo a relação com insti‑ tuições como Fiesp e CNI. E esperamos realizar um trabalho a várias mãos. Não queremos uma gestão centralizada no Sindigraf‑ SP. A propos‑ ta é ter uma diretoria muito participativa, com compartilhamento de responsabilidades, cum‑ prindo o papel de dar a assistência que o nos‑ so público espera e que já vem sendo feita. Ou‑ tras demandas vão surgir e serão incorporadas sistematicamente.

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Rua do Paraíso, 529 04103-000 São Paulo SP

Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4507

E-mail: presidencia@sindigraf.org.br Home page: www.sindigraf.org.br

DIRETORIA EXECUTIVA

Gestão 01.08.2022 / 01.08.2025 Membros Efetivos

Presidente: Ricardo Marques Coube (Tiliform Indústria Gráfica Ltda.)

1º Vice-Presidente: Levi Ceregato (Gráfica Levi Ltda.)

2º Vice-Presidente: Beatriz Duckur Bignardi (Bignardi Ind. Com. de Papéis e Artefatos Ltda.)

Diretor Administrativo: Sidnei Bergamaschi (Tilibra Produtos de Papelaria Ltda.)

Diretor Administrativo Adjunto: Flávio Marques Ferreira (Ind. de Embalagens Santa Inês S.A.)

Diretor Financeiro: Fábio Gabriel dos Santos (Leograf Gráfica e Editora Ltda.)

Diretor Financeiro Adjunto: João Scortecci (João R. Scortecci de Paula Editorial – EPP)

Diretor de Marketing: Rodrigo Nogueira de Abreu (Proactive Com. e Serviços Gráficos Ltda.)

Membros Suplentes

Carlos R. Jacomine da Silva (Plural Editora e Gráfica Ltda.)

Juliana Sivieri Gonçalves (Gonçalves S.A. Indústria Gráfica) Valdomiro Luiz Paffaro (Litografia Bandeirantes Ltda.) Sander Luiz Uzuelle (São Francisco Gráfica e Editora Ltda.)

CONSELHO FISCAL

Membros Efetivos

Wilson dos Santos (Ribergráfica Ltda. – EPP)

Sidney Anversa Victor (Indústria e Comércio Gráfica Conselheiro Ltda.)

Eduardo Mota de Maio (Gráfica Maio e Araújo Ltda.) Membros Suplentes

Ricardo Cafarro Sutto (Sutto Artes Gráficas Ltda.)

André de Noronha Giannobile (Giankoy Autoadesivos Ind. e Comércio Ltda.

Davidson Guilherme Tomé (Gráficos Sangar S.A.)

DELEGADOS – FIESP

Membros Efetivos

Ricardo Marques Coube (Tiliform Indústria Gráfica Ltda.)

Carlos R. Jacomine da Silva (Plural Editora e Gráfica Ltda.) Membros Suplentes

Beatriz Duckur Bignardi (Bignardi Ind. Com. de Papéis e Artefatos Ltda.)

Juliana Sivieri Gonçalves (Gonçalves S.A. Indústria Gráfica)

REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 16
Levi Ceregato e Ricardo Coube exibem o certificado de posse da nova diretoria

Abitec ocupa espaço deixado pela ABTG

dar continuidade ao precioso trabalho até então realizado”, afirma Sidney Anversa Victor, presidente da Abigraf Nacional.

Oencerramento das atividades da ABTG abriu um vácuo: quem abraçaria a missão de disseminar conhecimento técnico? A pergun‑ ta foi logo respondida. Três dias depois do anúncio do fim da ABTG, a Abigraf puxou para si a responsabilidade, oficializando a criação da Abitec, Divisão de Inovação e Tecnologia Gráfica da Abigraf Nacional. A área assumiu as atividades de capaci‑ tação, cursos, treinamentos, seminários, participação na elaboração e revisão de normas, entre outras, que eram desenvol‑ vidas pela ABTG. “O fim da ABTG foi sen‑ tido por gráficos de todo o Brasil. Era pre‑ ciso tomar uma atitude rapidamente

A divisão nasce com a missão de promo‑ ver a inovação, suporte técnico e a capacita‑ ção setorial, por meio da oferta de produtos e serviços à cadeia produtiva da indústria gráfica e da comunicação impressa. Isso in‑ clui a realização de cursos e programas de atualização profissional para todas as re‑ giões do Brasil junto com as regionais da Abigraf e sindicatos patronais; atendimen‑ to às gráficas, fornecedores e clientes para demandas de consultoria e treinamentos in company; orientação na obtenção de lau‑ dos, pareceres técnicos e auditorias; de‑ senvolvimento de programas de estímu‑ lo à inovação e aumento de produtividade no setor gráfico e da comunicação impres‑ sa; e suporte técnico e assessoria na reali‑ zação de premiações regionais, nacionais, internacionais e de entidades congêneres.

A diretoria institucional da Abitec está a cargo de Julião Flaves Gaúna, com Fábio

Gabriel dos Santos como diretor técnico, respectivamente vice‑presidente e diretor da Abigraf Nacional. “A Abitec nasceu atra‑ vés de uma ação rápida e célere da Abigraf Nacional e imediatamente lançamos os pri‑ meiros cursos, já com resultados positivos”, afirma Julião. “O maior desafio é promo‑ ver o acesso do conhecimento para todos, de Norte a Sul do País, para que assim pos‑ samos aumentar a produtividade e compe‑ titividade dos nossos produtos e serviços e dessa forma alcançarmos a prosperida‑ de, gerando emprego e renda”, acrescenta o diretor institucional.

Afora essa estrutura, estão sendo mon‑ tados dois times de apoio para discussão dos projetos e maior participação do mer‑ cado na nova divisão: um conselho insti‑ tucional e um técnico. “Queremos trazer gente nova, profissionais de gráficas e for‑ necedores que gostem de tecnologia e ino‑ vação, para nos ajudar a pensar em ações em prol do setor”, comenta Fábio Gabriel.

O conselho institucional já conta com João Scortecci, presidente da Abigraf Re‑ gional São Paulo, e Carlos Jacomine, pre‑ sidente da Abro, Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset. O conselho técnico está composto por Elcio de Sousa, diretor da Escola Senai Theobaldo De Ni‑ gris; Jorge Maldonado, presidente da Afei‑ graf, Associação dos Agentes de Fornece‑ dores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica; e Bruno Mortara, supe‑ rintendente do Comitê Brasileiro de Co‑ municação Impressa e Imagem Fotográfi‑ ca. O CB27, que está sendo criado, assumirá as atividades do Organismo de Normaliza‑ ção Setorial (ONS27) junto à Associação Bra‑ sileira de Normas Técnicas, ABNT

E TECNOLOGIA

DIVISÃO DE INOVAÇÃO

GRÁFICA ABIGRAF NACIONAL

O curso Formação de Gestores para Produção Gráfica, ministrado por Márcia Biag‑ gio no final de agosto, marcou o início das atividades da Abitec na prática. Na sequên‑ cia também ocorreu o curso OEE – Índices de Produtividade Aplicados na Indústria Gráfica, ministrado por Antonio Cabral, am‑ bos com sucesso de público e avaliação.

Texto: Tânia Galluzzi DIVISÃO TÉCNICA
para Abigraf Nacional cria divisão técnica com a missão de promover a inovação e a capacitação do setor.
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 18

Abigraf Nacional realiza o 30 º Prêmio Fernando Pini

Ponto final

No dia 28 de junho, um comunicado divulgado nas mídias sociais entristeceu a indústria da impressão. O documento informava a dissolução e extinção da ABTG , após 63 anos de atividade. Assinado por Carlos Suriani e Wilson Paduan, presidente executivo e presidente do conselho diretivo, respectivamente, a mensagem colocava um ponto final numa pendenga jurídica que acabou solapando as chances de a entidade manter-se em pé.

Entre suas várias atribuições, cabia à associação, como entidade técnica, assessorar projetos de fomento e de alto grau de complexidade técnica que pudessem afetar a execução de materiais impressos. Nessa missão, a ABTG acolheu, entre 2010 e 2019, um dos maiores compradores de serviços gráficos do País, o Inep, assessorando o instituto nas licitações e contratação de gráficas que executariam a impressão dos exames e provas do governo federal, entre elas o Enem.

Apesar do rigor com o qual as avaliações foram realizadas, a entidade acabou sendo arrolada em processos investigatórios promovidos pela Controladoria Geral da União, CGU , e pela Polícia Federal acerca de supostas ilegalidades ocorridas durante o atendimento ao Inep.

Como descreve o comunicado, “o aprofundamento de investigações federais com a aplicação de restrições judiciais a todos os investigados, inclusive à ABTG , desencadeou a suspensão dos trabalhos e uma drástica retenção dos seus recursos financeiros. O efeito de paralisação da entidade, somado a um diagnóstico jurídico de processos que poderão perdurar por anos, arruinou ainda os estímulos para a formação de um quadro de técnicos gráficos e empresários que pudessem se candidatar a uma nova gestão das diretorias e do conselho diretivo para o triênio 2022–2025”.

Ressaltando o fato de que a entidade jamais interferiu no resultado das gráficas escolhidas nas licitações, o comunicado encerra-se com especial agradecimento aos colaboradores, diretores, conselheiros, entidades e empresas que acompanharam a ABTG em seus últimos anos.

A

lém da Abitec, a realização da 30 ª edição do Prêmio Brasileiro de Ex celência Gráfica Fernando Pini mobili za as atenções da equipe. João Scortecci, presidente da Abigraf‑ SP, e Julião Gaú na, vice presidente da Abigraf Nacional, dividem a curadoria do concurso. Adia do em função da pandemia, o principal concurso do setor gráfico segue com coor denação técnica do Senai Theobaldo De Nigris, com Elcio de Sousa como coorde nador da comissão de estudos do prêmio. “O regulamento foi revisto e aperfeiçoa do, mantendo os segmentos e categorias já existentes”, diz João Scortecci. A pre miação aos fornecedores também perma nece, atrelada à indicação das gráficas que

inscreverem seus trabalhos no concurso. Assim como as gráficas, os fornecedores devem se inscrever em uma ou mais das 17 categorias destinadas a eles.

Prometendo uma cerimônia igual mente representativa, porém mais enxu ta, Scortecci e equipe estão trabalhando junto às regionais da Abigraf num crono grama que sincronize as datas das pre miações nos diversos Estados, simpli ficando a participação das gráficas no evento nacional.

A primeira fase de julgamento do Prê mio Fernando Pini acontece nos dias 5 e 6 de outubro e a segunda, 2 e 3 de novem bro. A festa de premiação está marcada para 29 de novembro.

EXCELÊNCIA GRÁFICA
19 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

Dados econômicos ganham destaque

Entre as ações da gestão 2022/24 da Afeigraf estão a ampliação na distribuição do Boletim Econômico, que está em sua 15ª edição, e a campanha para ampliação de associados.

Odia 1º de agosto marcou o início da nova gestão da Afeigraf para o biênio 2022/24. A associação passa a ser pre‑ sidida por Jorge Maldonado, sócio‑gerente da Aeprotec que já integrava a equipe  , e conta agora com dois novos integrantes em sua dire‑ toria e conselho fiscal: Silvia Montes, presiden‑ te da Heidelberg do Brasil, e Alexandre Giglio, diretor executivo da Sabbry.

A primeira reunião de diretoria aconteceu em 6 de setembro. Na pauta, a avaliação do iní‑ cio das reservas de espaço para a ExpoPrint 2026 e as ações para os próximos meses. “Ain‑ da estamos sob o impacto positivo da feira des‑ te ano. Mesmo menor do que a edição anterior, a ExpoPrint 2022 foi um grande sucesso de pú‑ blico e em volume de negócios e o interesse pela próxima já é 18% maior do que o registrado para o evento de 2018 no mesmo período”, afirma Jorge Maldonado.

Boletim Econômico como ferramenta de gestão e comercial, na medida em que a análise possibili‑ ta uma visão ampla dos movimentos do merca‑ do, permitindo, por exemplo, que os associados vislumbrem nichos que merecem ser explorados.

Outra decisão é a elaboração de uma campa‑ nha para a conquista de novos associados, que deve ser lançada ainda neste ano, expandindo a abrangência da Afeigraf pelos diversos seg‑ mentos que compõem a indústria da impressão, tornando‑a ainda mais representativa.

Sobre o Boletim Econômico nº 15, publicado no início de setembro com os números do primeiro semestre deste ano, Jorge Maldonado destacou a reacomodação da indústria de embalagens ao pós‑pandemia. Isso porque, apesar do aumento do emprego e da massa de rendimentos, as ati‑ vidades industriais relacionadas à fabricação de embalagens e de impressão apresentaram queda.

DIRETORIA AFEIGRAF 2022–2024

Presidente: Jorge Maldonado, Aeprotec.

Diretores: Silvia Montes, Heidelberg; Richard Möller, Hubergroup; Raymond Trad, Comprint; Marcos Maricate, Contiweb.

Conselho Fiscal: Eduardo Sousa, Agfa; Alexandre Giglio, Sabbry.

A nova gestão comemorou também a boa re‑ ceptividade do mercado em relação ao Boletim Econômico, que ganhou mais destaque nos últi‑ mos dois anos. A procura pela publicação, lan‑ çada trimestralmente, vem crescendo, e a Afei‑ graf pretende aumentar sua cobertura por meio de parcerias com organizações afins, amplian‑ do a distribuição do boletim. A ideia, de acordo com Maldonado, é ressaltar a importância do

Como traz o boletim da Afeigraf, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do IBGE (PIM PF), a indústria de transfor‑ mação, que exclui a extrativa, apresentou queda de 2,1% no primeiro semestre de 2022.

A produção de embalagens de papel, carto‑ lina, papel‑cartão e papelão ondulado recuou 6,5%, enquanto a atividade de impressão apre‑ sentou declínio de 4,5% na produção indus‑ trial no mesmo período. Já os dados da Pesqui‑ sa Mensal de Serviços do IBGE (PMS) indicam que o setor de serviços acumula alta de 9,4% em volume e de 16,4% na receita nominal, até maio de 2022, o que favorece o setor gráfico voltado aos impressos promocionais.

A fabricação de embalagens de vidro, me‑ tal e plástico caiu 0,9%, 15,3% e 8,3%, respecti‑ vamente, na comparação entre os seis primei‑ ros meses deste ano e o primeiro semestre de 2021. Em contrapartida, o volume de vendas de livros, jornais, revistas e papelaria cresceu 18,4% no mesmo período. “Vale lembrar que o boletim olha para o que aconteceu entre janeiro e junho deste ano. O aumento na demanda que esta‑ mos acompanhando agora, sobretudo em fun‑ ção da impressão de material para a campanha eleitoral, deve aparecer na próxima edição, em dezembro”, diz o presidente da Afeigraf.

AFEIGRAF www.afeigraf.org.br

AFEIGRAF
O presidente Jorge Maldonado (segundo da esquerda para a direita), com os diretores (E/D) Alexandre Giglio, Silvia Montes, Richard Möller e Raymond Trad
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 20
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A grande festa do livro

A 26 ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo recebeu 660 mil visitantes, registrando gasto médio 40% maior do que na edição anterior, em 2018.

Pronta para ficar guardada na lem‑ brança de todos. A 26 ª Bienal Interna‑ cional do Livro de São Paulo, realizada em clima festivo e de encontro de leito‑ res ávidos por novidades, após dois anos de iso‑ lamento social, levou otimismo aos corredores do Expo Center Norte sobre o futuro do mer‑ cado editorial. Com um dia a menos, entre 2 e 10 de julho, a expectativa em torno da versão 2022 estimulou a venda antecipada de ingres‑ sos da ordem de 90% e atraiu 660 mil visitan‑ tes, proporcionalmente 10% superior ao público da 25 ª Bienal. Há quatro anos, o evento atraiu 663 mil pessoas em 10 dias.

Segundo a pesquisa realizada pela SMTur –Secretaria Municipal de Turismo, através do Ob‑ servatório do Turismo, da São Paulo Turismo (SP turis), o tíquete médio foi de R$ 226,94: um in‑ cremento de 40%. A demanda aferida pela Bienal, de sete livros por pessoa, dimensiona o poder de compra do visitante. Ao todo, 182 expositores disponibilizaram cerca de 500 selos editoriais, numa prateleira completa e diversificada em gê‑ neros literários, somando três milhões de livros.

Com motivos para brindar o êxito da gran‑ de festa literária, Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, CBL , realizadora do evento, frisa o acerto da campanha publi‑ citária: Todo mundo sai melhor do que entrou. “A melhor campanha de todos os tempos, que tra‑ duz o objetivo de posicionar o livro como pro‑ tagonista da mudança de cada leitor”, avalia ele, complementando: “Outra importante conquista é identificar o quanto a Bienal cumpre o papel de difusor de negócios e relacionamento para os players do setor”.

“Essa foi uma Bienal para entrar na histó‑ ria. Tivemos o melhor faturamento desde quan‑ do começamos a participar da Bienal do Livro”, acentua Heloíza Daou, diretora de marketing da Editora Intrínseca. Os números do exposi‑ tor impressionam e indicam, segundo a edito‑ ra, demanda reprimida por conta da pandemia: 150% a mais no montante faturado e 45% a mais no volume de livros vendidos, em comparação com 2018. A média de nove livros vendidos por minuto (58 mil no total) estabelece um recorde para a participação da editora.

Texto: Tânia Galluzzi
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Para a Rocco, a mostra deste ano significa o melhor resultado da história. Assim a edito ra classifica o crescimento de 185% nas vendas durante a Bienal, no comparativo com a edição anterior. A Rocco apresentou 350 títulos. Bru no Zolotar, diretor comercial e de mar ke ting, concorda que a Bienal é “sem dúvida, um dos maiores e mais importantes eventos do merca do editorial, voltado à interação entre editoras, escritores e leitores”.

O SETOR GRÁFICO NO BRASIL E EM PORTUGAL

Inserir o evento, cada vez mais, na rota das grandes feiras literárias internacionais, foi outro passo largo dado com a edição de 2022. A aproximação com Portugal convidado de honra marcou as comemorações do Bicente nário da Independência do Brasil, mas também estreitou os laços e abriu caminho para novos acordos bilaterais no segmento editorial.

E foi justamente no espaço lusitano que a Abigraf participou de uma tarde de discussão sobre o setor gráfico. No dia 5 de julho, a Agên cia para o Investimento e Comércio Externo de Portugal promoveu o Portugal Inova, reu nindo a Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, Apigraf, a Abigraf e o projeto Brazilian Publishers, da CBL . O objetivo foi dar um panorama da indús tria gráfica em Portugal, na Europa e no Brasil, falar de inovação e dos desafios do setor.

Diferente dos termos usados por aqui, em Portugal o setor é dividido entre gráficas e transformadores de papel. Inicialmente, os transformadores eram aqueles que produziam embalagens secundárias, em papel cartão, mas

agora incluem também o que costumamos cha mar de convertedores. Segundo a Apigraf, hoje a indústria do país conta com 2.200 gráficas e 500 transformadores, que empregam 23 mil traba lhadores. As gráficas têm, em média, oito fun cionários, e os transformadores, 30. A partici pação do setor no PIB português é de 2%, com uma produção de 2,2 bilhões de euros. 2

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PORTUGAL: CONVIDADO DE HONRA

No amplo estande de 500 m², ocupado por Portugal, foi realizada, em 5 de julho, uma tarde de discussão abordando o panorama atual, inovações e aplicabilidades da indústria gráfica em Portugal, na Europa e no Brasil, encontro que fez parte do evento anual realizado pela Aicep, denominado Portugal Inova.

1 (E/D): Roberto Jacomine, presidente da Abro e da Plural Indústria Gráfica e diretor da Abigraf Nacional; Fábio Gabriel, diretor da Abigraf Nacional e da Leograf Gráfica e Editora; e Wagner Silva, gerente geral da Abigraf Nacional, apresentaram dados do setor e uma prévia do Estudo Setorial da Indústria Gráfica Brasileira (Censo), em fase final de execução

2 Regina Couto e Alfredo Passos (1ª e 4 º, da esquerda para a direita), da RH Couto Consultores, responsáveis pela elaboração do Estudo Setorial da Indústria Gráfica Brasileira, discorreram sobre aspectos levantados pelo Censo.

Francisco Saião Costa, diretor da Aicep, e Paulo Dourado, diretor de Comunicação da Apigraf (2 º e 3 º, da esquerda para a direita) mostraram o cenário econômico de Portugal e números da indústria gráfica naquele país e na Europa

23 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

Conforme Paulo Dourado, diretor de co‑ municação da Apigraf, a indústria gráfica eu‑ ropeia gerou, em 2019, mais de 82 bilhões de euros; 87% das empresas têm menos de 10 fun‑ cionários, apenas 8% delas tem mais de 20 tra‑ balhadores, sendo que esses 8% geram 74% do total de negócios do setor. Alemanha, Reino Unido e Itália são responsáveis pelo maior vo‑ lume de negócios, com Portugal ocupando o 13 º lugar nesse ranking.

Cenário muito parecido foi apresentado pela Abigraf, que divulgou a prévia do Estudo Seto‑ rial da Indústria Gráfica, a ser lançado ainda este ano. A pesquisa é uma iniciativa conjun‑ ta da Abigraf Nacional, Abigraf‑ SP, Sindigraf‑ SP e Abro, Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset. A RH Couto Consultores, responsável pelo censo, apurou que a indústria gráfica nacional é composta por 15.691 empre‑ sas, empregando 154.569 pessoas, com um con‑ sumo aparente de 7,5 milhões de toneladas de papel por ano; 98,7% dessas 15,7 mil empresas são de micro e pequeno porte, responsabilizan‑ do‑se por 64% dos empregos. Com faturamento de R$ 60 bilhões, o setor representa 1,8% do fa‑ turamento da indústria brasileira de transfor‑ mação. Trata‑se de um segmento de forte tra‑ dição, no qual 54% das empresas têm entre 21 e 50 anos e 13% têm mais de 50 anos.

A pesquisa também olhou para o futuro próximo: 73% das empresas pesquisadas esti‑ mam crescer em 2022 e 64% pretendem investir em novos equipamentos neste ano, motivadas principalmente por quatro fatores: expecta‑ tiva de aumento da produção, busca por qua‑ lidade, ganho de produtividade e entrada em novos segmentos.

Ainda no campo das expectativas, 67% das empresas respondentes pretendem investir em treinamento e formação, e 56% têm planos de investir 0,5% a 1% do faturamento em treina‑ mento. E aqui, de acordo com o diretor da Api‑ graf, está um dos grandes desafios do setor em Portugal. O investimento em formação de mão de obra é ainda menor do que no Brasil, sendo que lá, diferente daqui, não há ensino técnico na área gráfica.

Como desafios, a Apigraf apontou a mudan‑ ça dos hábitos de consumo, a digitalização, o greenwashing e a escassez de profissionais qua‑ lificados. A eles se somam os desafios conjuntu‑ rais: disrupção das cadeias de fornecimento pro‑ vocada pela pandemia, escassez do papel para imprimir e escrever, inflação (algo novo para o europeu em geral) e a guerra na Ucrânia .

26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo em

números

Público visitante 660 mil Tíquete médio R$ 226,94 Quantidade de livros 3 milhões Média de livros adquiridos 7 por pessoa Selos editoriais Cerca de 500 Área ocupada total 65 mil m² Expositores 182 Autores nacionais 300 Autores internacionais 30 Visitação escolar 60 mil

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Referência no segmento em que atua, empresa celebra meio século com parque gráfico atualizado e pronta para novos desafios.

Três gerações conduzem as atividades da Congraf: terceiro, da esquerda para a direita, Sidney Anversa Victor, fundador e presidente; com (E/D) o neto, Luiz Henrique, em Suprimentos, e os filhos, André Peres Victor, diretor Comercial, e Sidney Anversa Victor Junior, diretor Industrial

50 anos dedicados às embalagens

Ocomeço foi tímido. Um balcão, na Rua Conselheiro Crispiniano, 68, no Centro de São Paulo, onde Sidney An‑ versa Victor, com ajuda do pai, começou a ofer‑ tar serviços de impressão em 1964. Mas foi só em 1972 que, efetivamente, a Congraf iniciou suas atividades com foco na produção de car‑ tuchos, investindo em máquinas de impressão e acabamento. Desde então, a empresa fornece soluções e embalagens em papel‑cartão, nor‑ teada pela excelência em qualidade e inovação.

“Sou muito curioso e sempre tive facilida‑ de com vendas e relacionamentos, característi‑ cas que me abriram portas importantes nessa empreitada. No início era tudo para sustentar minha família, hoje me sinto honrado por che‑ garmos aqui como referência na fabricação de embalagens desse país que sempre será grande”, afirma Sidney.

Entre as estratégias adotadas ao longo des‑ sas cinco décadas destaca‑se o acompanhamen‑ to da evolução tecnológica. O ciclo mais recente de atualização encerrou‑se no segundo semes‑ tre de 2021, com a chegada de uma nova impres‑ sora offset plana oito cores, uma Speedmas‑ ter XL 106 8+L. O equipamento, que se destaca pelo grau de automação, não só elevou a produ‑ tividade da gráfica como habilitou‑a a pleitear novos clientes no concorrido mercado dos al‑ tos volumes. No ano anterior, a Congraf já ha‑ via investido em maquinário de pós‑impressão para ganhar velocidade na entrega dos produ‑ tos e, em janeiro de 2021, iniciou as obras de expansão da planta, localizada na Zona Sul de São Paulo, próximo à Rodovia Anchieta, visan‑ do acomodar a nova impressora.

A escolha do equipamento foi norteada, en‑ tre outros fatores, pela intenção de ofertar em‑ balagens e rótulos de papel com maior nível de sofisticação para as indústrias cosmética e ali‑ mentícia. “Há cinco anos trouxemos a primei‑ ra offset XL . Passados quatro anos, enxergan‑ do o potencial desses mercados para tiragens

EMBALAGENS
Texto: Tânia Galluzzi
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 26

maiores, principalmente das embalagens premium de chocolate, partimos para um novo investimento”, comenta o empresário.

Como pano de fundo da modernização, a pandemia de Covid 19. Sustentada por uma ges tão eficiente e dinâmica, na qual o empresário conta com os filhos André e Sidney Junior, a Congraf conseguiu atravessar as instabilida des, encerrando positivamente um período que poderia ter sido ainda mais complexo.

Neste ano, um dos problemas gerados pela pandemia, a escassez do papel, insiste em se gurar as rédeas de uma retomada mais vigoro sa dos fabricantes de embalagens. A guerra na Ucrânia, como destaca Sidney, complicou ain da mais esse cenário, dificultando a importação de matéria prima. Mas a Congraf tem consegui do não só suprir o mercado quanto conquistar novos clientes.

Nessa empreitada, Sidney conta também com mais um membro da família, o neto, Luiz Victor. “A Congraf trabalha com matérias primas

sustentáveis, provenientes de fonte renovável. Pensando no futuro, eu acredito nesse como o melhor caminho, e que vamos nos adaptar às mudanças do mundo e seguir acompanhando com tecnologia as transformações do mercado e as necessidades dos nossos clientes”, diz Luiz Victor, que atua no departamento de compras. Para celebrar a data, a empresa lançou um selo de 50 anos e realizou um pequeno evento para seus 180 colaboradores, capital humano do qual se orgulha. “Meu desejo é que a Congraf possa seguir contribuindo para sustentar muitas famílias. Vida longa para essa empresa que eu fiz com todo o coração. Eu já me sinto realizado”, conclui Sidney Anversa Victor.

CONGRAF www.congraf.com.br

27 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

Tuicial investe em energia limpa

No ano do seu 44º aniversário, co‑ memorado no dia 1º de abril, a Tui‑ cial Gráfica e Editora, de Cascavel (PR), está investindo R$ 5 milhões na instalação do maior parque de energia solar (fotovoltaico) do Paraná e um dos maiores do Brasil. A constru‑ ção começou há quatro meses e deverá estar concluída em outubro. A estrutura terá 2.430 painéis solares de 1,00 × 1,65 m cada, com uma área total de 14 mil metros quadrados, que irão gerar 1,4 Mw de energia.

todos os meses. “O parque é um investimento sustentável, com energia limpa, trazendo bene‑ fícios ao meio ambiente, além de ser economica‑ mente viável”, explica o empresário. “Em cinco anos iremos zerar nosso custo em energia, com isso teremos melhor rentabilidade no negócio. A sociedade ganha com o investimento e colhe resultados para o futuro.”

IDEIA AMADURECIDA

Gráfica paranaense está instalando o maior parque fotovoltaico do Estado e um dos maiores do Brasil.

A instalação do parque ocorre no ano em que entrou em vigor, em 6 de janeiro, a Lei 14.300, que estabelece o marco legal da gera‑ ção própria de energia. A lei regula a chamada microgeração de energia, que acontece quando uma empresa ou uma pessoa física instala, por exemplo, um sistema de geração fotovoltaica.

Segundo o diretor da Tuicial, Itagiba Fortu‑ nato Jr., o parque vai tornar a empresa autos‑ suficiente na geração de eletricidade. “A ener‑ gia dos painéis fotovoltaicos vai atender todo o nosso parque gráfico, bem como a nossa planta, que tem 27.500 m², onde cerca de 300 pessoas trabalham atendendo os segmentos editorial e de embalagens.”

Também haverá ganhos econômicos. Hoje, a empresa paga de R$ 120 a 125 mil de conta de luz

Fortunato Jr. diz que sua família, fundadora e proprietária da gráfica, sempre foi entusias‑ ta de fontes renováveis de energia. A ideia da construção de um parque fotovoltaico surgiu há cinco anos e há dois anos a decisão foi tomada. Logo em seguida tiveram início a sua concep‑ ção e as negociações com a empresa Ilumisol Energia Solar, também de Cascavel. As placas já foram instaladas nas vagas cobertas do esta‑ cionamento e no telhado de um dos galpões da fábrica. Agora, estão sendo colocadas no outro.

O valor investido foi financiado em 36 me‑ ses, sendo 30% pagos por meio de permuta em material gráfico. “A nossa empresa sempre foi pioneira em várias atividades do setor e está atenta ao mercado, procurando tomar inciati‑ vas inovadoras”, orgulha‑se o executivo. “Nós ajudamos a concretizar sonhos por meio de impressos de alta qualidade, gerando diferen‑ ciação e proporcionando experiências únicas e resultados surpreendentes.”

Em termos de pioneirismo, não poderia ser diferente quanto à energia renovável. Quanto ao desempenho, ele revela que a empresa registrou crescimento pós‑pandemia de 80%. “Historica‑ mente, nossa média anual de crescimento antes de pandemia era de 20%. Este ano, estamos com 30% e já investimos em 17 novos equipamentos para aumentar e acelerar os negócios.

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REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 28
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Repense a gestão

De volta às suas origens, a indústria gráfica, Renata Ferrari tem trabalhado no aprimoramento da governança corporativa das empresas e na otimização de processos visando a maior agilidade nos negócios.

e nata Ferrari lida com a mais preciosa e delicada matéria‑prima de toda e qualquer empresa, o ser humano. Ela entra quando uma ajuda ex‑ terna se faz necessária. Pode ser uma situa‑ ção crítica, um problema de difícil solução, ou, no lado oposto da régua, quando se de‑ seja atingir um novo estágio, abraçar um projeto desafiador, evoluir. Renata é a ca‑ beça à frente da Repense Consulting, dedi‑ cada à governança corporativa, à melhoria contínua, à disseminação da mentalidade digital e ágil nas empresas.

Afora sua formação acadêmica em ges‑ tão de projetos, liderança e TI , o que mais pesa a favor da consultora é a sua experiên‑ cia prática, sobretudo em se tratando da in‑ dústria de impressão. Seus avós paternos eram gráficos, e seu pai, José Ferrari, for‑ mou toda uma geração na área de custos, sendo um dos responsáveis pela criação do primeiro soft ware de cálculo para o setor.

Renata começou a trabalhar com o pai em 1988 na Calcgraf, primeira empresa de

sistemas de gestão para o setor gráfico, fun‑ dada em 1982 por José Ferrari e seu sócio na época. O atendimento aos clientes na implantação do programa forjou na profis‑ sional uma fina percepção em relação às di‑ ficuldades e dilemas das gráficas diante da necessária evolução tecnológica. De aliení‑ gena, o computador passava a ser encara‑ do como uma potente ferramenta de de‑ senvolvimento, enquanto a jovem Renata desenvolvia a habilidade de treinar pessoas.

Nos anos de 1990, Renata recebeu pro‑ postas para trabalhar em grandes empre‑ sas nas áreas editorial e de embalagens.

Circulou por algumas gráficas, começou a dar aulas em escolas focadas em informá‑ tica e sistemas, completando sua formação em Tecnologia da Informação e gestão de projetos. “Vivi os muitos conflitos entre as gráficas e as empresas desenvolvedoras de sistemas e busquei na gestão de projetos práticas que me possibilitassem minimi‑ zar as divergências e tornar esse processo menos traumático”, afirma Renata.

VOO SOLO

Em 2006, reviu suas prioridades, partindo para a carreira solo. Como consultora, as‑ sessorou a organização da área de tecnolo‑ gia de algumas gráficas, ministrou cursos in company e seguiu aperfeiçoando‑se em gestão ágil e melhoria contínua.

Há dois anos, além de atuar no segmen‑ to gráfico, capitaneou projetos no setor fi‑ nanceiro, trabalhando com proteção e segu‑ rança da informação. O prazer de estar no chão de fábrica falou mais alto e, em 2021, Renata agregou mais algumas gráficas às suas consultorias. “É na indústria que me sinto em casa”, afirma.

Hoje, a consultora atua em várias frentes, incluindo a integração de equi‑ pes, facilitação da comunicação, melhor aproveitamento das habilidades de cada pro‑ fissional e redução de retrabalho, governan‑ ça para ESG e gestão estratégica de custos, produção e vendas.

Com Abílio Diniz, na formatura da turma do curso “Liderança 360°”, da FGV, baseado na história e experiências dele no Grupo Pão de Açúcar, em que Abílio ministrou algumas aulas. Dezembro 2010

REPENSE www.repenseconsulting.com

CONSULTORIA
Texto: Tânia Galluzzi Participação de Renata no evento “Mulheres em Pauta na Sociedade 4.0”, outubro 2018
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 30

Scortecci, pronta para a retomada

Ao completar 40 anos no dia 13 de agosto, a editora Scortecci se prepara para reabrir seu espaço, voltando a promover o fundamental encontro entre escritores e leitores.

“Sem dúvida, foi o maior desafio da minha vida profissional.” Dessa for‑ ma, João Scortecci define o impac‑ to da pandemia de Covid‑19 no ofício que abraçou em 1982, ano em que fundou a edi‑ tora que leva seu sobrenome. “Quando a pandemia chegou, bateu o desespero. To‑ das as nossas ações sempre foram calcadas no contato pessoal, na interação entre os autores e deles com o público.”

A saída apresentou‑se para o editor e gráfico assim como para empresas de todo o mundo: a migração para o digital. Os ca‑ nais de venda pela Internet que já exis‑ tiam foram reforçados e a editora apostou na promoção de eventos online, como mesas de debate, entrevistas e recitais, para man‑ ter viva a ligação dos autores com o público.

A digitalização cumpriu seu papel e ago‑ ra é hora de retomar os encontros presen‑ ciais. “Para o autor, o lançamento do livro é um momento único. A oportunidade de autografar a obra, de encontrar com o lei‑ tor, é insubstituível. Conversei com meu time e decidimos que vamos reabrir o espa‑ ço da editora para esses encontros, estamos confiantes”, comenta Scortecci.

Uma prévia aconteceu durante a 26 ª Bienal Internacional do Livro de São Pau‑ lo, realizada no início de julho, da qual a Scortecci participa desde 1994. O estande esteve movimentado durante toda a feira e em especial na tarde de sábado, 2, com o coquetel alusivo aos 40 anos da editora.

MOMENTO ESPECIAL

Vários são os motivos para a comemoração. Pioneira na publicação de livros em peque‑ nas tiragens e na impressão sob demanda, a editora contabiliza mais de 11 mil títu‑ los publicados em primeira edição e uma

série de premiações, como o Jabuti, da Câ‑ mara Brasileira do Livro, o APCA , da As‑ sociação Paulista de Críticos de Arte, e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

Em sua história, a Scortecci conserva os mesmos objetivos e propósitos desde a sua fundação: editar, imprimir e comercia‑ lizar livros, promover e apoiar concursos e prêmios literários, realizar recitais e leitura de textos, participar de feiras e bienais do

livro, organizar antologias literárias, rea‑ lizar cursos, palestras e oficinas sobre o li‑ vro e a arte de escrever, trabalhar pela for‑ mação e ampliação de bibliotecas públicas e comunitárias por meio do projeto Ami‑ gos do Livro e fomentar o hábito da leitu‑ ra. E é justamente para alimentar tudo isso que a Scortecci reabrirá sua sede.

Próximo à editora, no bairro de Pinhei‑ ros, em São Paulo, está a gráfica, inaugura‑ da em 1986, na qual desde 2012 só rodam impressoras digitais. A tecnologia viabili‑ zou várias iniciativas, como a plataforma de autopublicação Fábrica de Livros e o Print on Demand, que oferece o serviço de im‑ pressão para outras editoras. Os dois braços da editora respondem hoje por 3% do fatu‑ ramento da Scortecci e João vê espaço para crescimento. O grosso mesmo vem da pro‑ dução e venda dos livros: cerca de 60 novos títulos por mês, incluindo literatura infan‑ to‑juvenil pelo selo Pingo de Letra. A venda acontece nos canais digitais como Amazon, Americanas, Magalu, Livraria do Mercado e Estante Virtual, além da livraria Asabe‑ ça, criada por Scortecci em 1999 e atual‑ mente apenas como loja virtual. Faz ainda parte do Grupo Editorial Scortecci a Esco‑ la do Escritor, atuando na formação e apoio aos autores e profissionais da área.

SCORTECCI www.scortecci.com.br

EDITORA
Texto: Tânia Galluzzi
“Faço da minha vida de livros um poema sem fim.”
João Scortecci
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A Scortecci comemorou seus 40 anos no estande da editora, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo

FuturePrint supera expectativas

Corredores cheios e público qualificado confirmam a força do evento e o vigor do segmento de comunicação visual e impressão digital têxtil.

ealizada de 20 a 23 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo, a FuturePrint encerrou sua edição 2022 superando as expectativas dos visi‑ tantes e expositores em seu retorno ao pre‑ sencial. As atrações interativas, o público expressivo e o volume de negócios deram um tom positivo ao evento.

Passaram pelos quatro dias de feira mais de 40 mil pessoas. Liliane Bortolu‑ ci, diretora do evento, destacou que, ape‑ sar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, os mercados que a feira repre‑ senta demonstraram sua força e o cenário positivo que está por vir. “Ano com Copa do Mundo e eleição promete ser muito positi‑ vo e de retomada do setor”, destacou.

“A FuturePrint sempre foi de extrema importância e continua muito relevante. Mesmo com os acontecimentos cada vez mais digitais, o brasileiro precisa ainda

desse contato próximo, ele quer conhecer de perto as soluções e conversar com fornece‑ dores. A reputação do evento faz a diferen‑ ça, não só sob o prisma institucional, mas também para gerar e estimular os negócios”, destacou Anderson Clayton, presidente da Roland DG no Brasil.

“Sensacional”, foi a expressão utilizada por Geverson Freitas, gerente nacional de Vendas da Serilon, distribuidora autoriza‑ da da HP no Brasil. “Todos estavam espe‑ rando o retorno da FuturePrint. Para nós foi sensacional, muitos negócios fechados desde o primeiro dia, com a presença de decisores de outros Estados.”

Com soluções para empresas de todos os portes, desde microempreendedores até grandes companhias, chamou a atenção a expansão da impressão digital em tecido. Quem foi ao evento pôde ver equipamen‑ tos DtF (Direct to Film), que permite im‑ pressões nas mais diversas superfícies, e a disseminação do UV, tecnologia de secagem

rápida que chega para otimizar o proces‑ so de impressão também em múltiplas superfícies, sejam elas rígidas ou flexíveis.

Além dos equipamentos, a feira abriu espaço para o debate de tendências e trans‑ missão de conhecimento em ações como o Fórum FuturePrint, Fórum Future Têx‑ til e o Circuito de Impressão Digital Têxtil. A edição deste ano contou novamente com duas áreas para quem quer investir em no‑ vos projetos: o Sebrae Móvel e a Sala de Cré‑ dito. O Sebrae‑ SP levou sua unidade móvel, onde os consultores do órgão auxiliavam os visitantes com análises financeiras e de gestão. Na Sala de Crédito, organizada pela Abigraf, Sindigraf e Fiesp, estiveram ban‑ cos, cooperativas, fintechs e agentes de de‑ senvolvimento, auxiliando na construção de estratégias de financiamento, inclusi‑ ve com oportunidades especiais de crédito.

A próxima edição está programada para acontecer de 12 a 15 de julho de 2023, mais uma vez no Expo Center Norte.

FUTUREPRINT 2022
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 32
No Fórum FuturePrint, João Scortecci, presidente da Abigraf-SP, apresentou a palestra “Como vender serviços de impressão: fidelização e sinergia”

Feira recebeu mais de 16 mil visitantes, gerando negócios para as 138 marcas que expuseram seus produtos entre os dias 31 de julho e 3 de agosto.

Resultados da Escolar trazem novas perspectivas para as papelarias

34 ª Escolar Office Brasil reuniu um público 40% superior ao regis‑ trado na edição anterior, em 2019, quando 12.040 profissionais circularam pelo Expo Center Norte, em São Paulo. Fo‑ ram quatro dias de lançamentos apresenta‑ dos pelas 138 marcas e conteúdos oferecidos na Escolar Experience e no Anpop Brasil Lab, espaços onde empresários e consulto‑ res debateram tendências e soluções para impulsionar as vendas nos próximos meses. “Nem em sonho a gente imaginou uma vi‑ sitação tão expressiva e qualificada como a que tivemos nesta Escolar”, garantiu Fer‑ nando Ruas, diretor de Negócios da Francal Feiras. “Os compradores vieram em peso e o que ouvimos dos expositores é que hou‑ ve recorde de vendas, muitos com a linha de produtos esgotada para o resto do ano.”

Seguindo a tendência de crescimento da presença nas lojas e das vendas online das papelarias, a Escolar deste ano modi‑ ficou o tradicional espaço conhecido como Papelaria Modelo, que passou a ser chama‑ do de Lounge WOW !. “Agregamos o mundo virtual e o espaço foi destinado aos influen‑ ciadores, sem deixar de apresentar outras inovações do segmento”, afirmou Luciana Ramos, chefe de Produto da Escolar.

Durante a feira, a campanha do Cartão Material Escolar (CME), ganhou ainda mais visibilidade. O projeto, que já funciona na cidade de São Paulo há dois anos, vem ga‑ nhando espaço em outros municípios pelo País. E precisa avançar mais na opinião de entidades e papelarias. Liderado pela As‑ sociação dos Distribuidores de Papelarias, Adispa, o programa possibilita que a família dos alunos adquira os materiais escolares de seus filhos por meio de um cartão ou apli‑ cativo diretamente nas papelarias cadas‑ tradas pela Secretaria de Educação, e foi as‑ sunto durante todos os quatro dias da feira.

Para João Scortecci, presidente da Abi‑ graf‑ SP, que mediou debate sobre o assun‑ to, o projeto traz vantagens para toda a cadeia econômica, especialmente para as papelarias. “Ele gera emprego no comércio local, garante o aumento da arrecadação de impostos locais e da qualidade dos produ‑ tos e, ainda, evita atrasos na entrega dos materiais para os alunos”.

APROVAÇÃO DOS EXPOSITORES

Entre os expositores a empolgação foi gran‑ de. Após dez anos de ausência, a Acrilex fi‑ cou satisfeita com o saldo da feira. Jonny Duarte, gerente de marketing da empresa,

revelou que os resultados foram perceptí‑ veis já nos primeiros dias. “O volume de clientes interessados nos nossos lançamen‑ tos foi surpreendente. Imaginávamos que a Escolar seria bem movimentada, mas real‑ mente ultrapassou as nossas expectativas.”

A Tilibra preparou dezenas de novi‑ dades e conseguiu atingir suas metas, de acordo com Leticia Moraes, do marketing. “Sempre fizemos parte da Escolar Office Brasil e este ano não poderia ser diferen‑ te. Tivemos um estande bem movimenta‑ do, o segmento de papelaria está voltan‑ do a se aquecer, e estamos esperançosos para o Volta às Aulas de 2023. Com certeza retornaremos nas próximas edições.”

A Francal Feiras já prepara algumas no‑ vidades para a próxima edição da Escolar Office Brasil. A começar pela ampliação do espaço. De acordo com Ruas, serão disponi‑ bilizados mais mil metros quadrados. Lu‑ ciana reforça que a procura por renovação e de novos expositores foi surpreendente. Por isso, está planejando a realização de ro‑ dadas de negócios durante a feira, além de estimular a criação de caravanas de empre‑ sários de outras regiões. O evento acontece‑ rá entre 6 e 9 de agosto de 2023, mais uma vez no Expo Center Norte.

ESCOLAR OFFICE BRASIL 2022
33 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

Podcast debate eventos importantes para o universo da impressão, como a Bienal do Livro de São Paulo e o Álbum da Copa Mundo, entre outros temas.

Opodcast Ondas Impressas come‑ çou o segundo semestre discutin‑ do o papel do produtor gráfico hoje, as habilidades exigidas desse profissional fundamental no desenvolvimento de mate‑ riais impressos e a relação das agências de produção com as gráficas. O 9 º episódio da terceira temporada reúne a produtora grá‑ fica Ana Fix e o empresário Sérgio Brusco, diretor da Escala 7. Para eles, assim como vem acontecendo com as demais categorias profissionais, as exigências se ampliam a cada dia, sobretudo com relação à formação.

O programa seguinte cuida da cobertu‑ ra da 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, evento marcante reali‑ zado no início de julho. Os âncoras do On‑ das, Tânia Galluzzi e Hamilton Costa, es‑ tiveram na feira e falam dessa experiência. Discorrem também sobre dois encontros dos quais participaram na Bienal: um, tra‑ zendo o panorama do desempenho do mer‑ cado editorial brasileiro e outro, o cenário da indústria gráfica em Portugal, na Euro‑ pa e no Brasil, com uma prévia do Estudo Setorial da Indústria Gráfica, promovido

Lançamentos dominam os episódios de julho e agosto

pelo Sistema Abigraf e pela Abro. Apesar de todo o sucesso da Bienal e dos recordes de venda registrados pelas editoras no even‑ to, os dados ressaltam as dificuldades vi‑ vidas pelo mercado editorial, com reflexos no universo da impressão.

O impacto das novas demandas do consumidor no desenvolvimento das em‑ balagens é o tema do episódio 11, abor‑ dando tanto o relacionamento dos donos de marca com os convertedores quanto o novo filme plástico natural para contato direto com alimento desenvolvido pela UFS car e Embrapa.

Para discutir como essas necessidades têm guiado o trabalho tanto dos detento‑ res das marcas quanto dos fornecedores de impressão, foi convidada a especialista em gestão de projetos e inovação, Leila Malta. Para a fundadora do L’inno Bureau, “mais do que nuca o físico tem de corresponder à expectativa do digital e isso está provo‑ cando uma pressão enorme na execução das embalagens”.

Tânia e Hamilton conversam também com Francys Moreira, engenheiro de ali‑ mentos e professor de Engenharia de Ma‑ teriais da Universidade Federal de São Car‑ los. O pesquisador traz detalhes sobre um novo filme de plástico biodegradável e com‑ postável, feito de gelatina e nanocristais de celulose, capaz de prolongar a validade dos alimentos.

Aproveitando o lançamento do produ‑ to no dia 19 de agosto, o episódio 12 cen‑ tra‑se no álbum da Copa do Mundo 2022 e os reflexos de sua chegada ao mercado. O  podcast ouviu Carolina Motta, gerente de marketing da Panini, responsável pelo álbum no Brasil e em mais de 100 países, e José Antônio Mantovani, presidente do Sin‑ dicato dos Vendedores de Jornais e Revis‑ tas de São Paulo. Os convidados falam do produto, da expertise da Panini no envelo‑ pamento dos cromos, da logística envolvi‑ da e da representatividade deste momento para os jornaleiros.

Fechando o mês de agosto, o canal de‑ bruçou‑se sobre a arte da negociação. Para uma conversa descontraída e cheia de dicas práticas, o Ondas Impressas recebeu Arnal‑ do Peres, diretor comercial da Neoband, e seus 35 anos de experiência na área, e Ri‑ cardo Jordão, influencer digital e palestran‑ te. A dupla fala da importância do apren‑ dizado contínuo, sobre a postura que deve ser adotada diante de um possível cliente, da construção de vínculos duradouros e sobre a gestão da carteira de clientes.

ONDAS IMPRESSAS

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REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 34

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BRAINSTORM

A gráfica transformada

Lancei o livro Gráfica: uma indústria em transformação em 2018. Esse livro é uma coleção de artigos que escrevi e publiquei, a imensa maioria deles aqui mesmo, neste espaço. Só que no livro eles fo‑ ram ordenados por assunto e completados com outros feitos especialmente, como os quadros de tendências e sobre a indústria de impressão.

A ideia central do livro foi a de apresentar as transformações pelas quais a nossa indús‑ tria estava e está passando, principalmen‑ te com o impacto da digitalização das coisas, da comunicação digital, do crescimento gra‑ dual das tecnologias habilitadoras da Indús‑ tria 4.0 e das mudanças do mercado consumi‑ dor e suas consequências para os clientes das gráficas. E como a gráfica deveria absorver e se integrar nesse novo mundo digital.

Passado esse tempo e depois de todo o impacto de pandemia poderia se imaginar que o livro tivesse ficado obsoleto. O interes‑ sante é ver que as tendências não só se mantive‑ ram como se aceleraram. E apesar de alguns ar‑ tigos do livro serem de 9 ou 10 anos atrás, ainda permanecem atuais.

Não escrevo isso para buscar méritos. Não é esse o sentido. Na verdade, sempre escrevi e escrevo pensando no que chamo de ponto fu‑ turo. Um horizonte para onde devemos olhar, entender as tendências e posicionar nossas

empresas nesse rumo, nesse caminho. É sem‑ pre o algo a ser buscado, o que devemos ser mais adiante.

Em se entendendo isso, avaliar onde esta‑ mos e como estamos e buscar fazer nosso pla‑ nejamento no sentido de preenchermos essas lacunas que nos levam ao futuro. Que sempre construímos hoje, por sinal.

Pois bem. Nossa indústria foi claramen‑ te impactada por toda a comunicação e pelo mundo digital. Muitos produtos foram afeta‑ dos, muitas gráficas de porte fecharam. Não somente pela substituição de produtos, senão pela inadequação aos novos tempos que exigem muita flexibilidade de produção, respostas rá‑ pidas, criatividade no atendimento e, acima de tudo, no bom entendimento das reais necessi‑ dades dos clientes, suas novas demandas e suas questões de custos, desenvolvimento de produ‑ tos e bom suporte de fornecedores que os aju‑ dem também nas transformações e adaptações.

Mas, o mais interessante de se ver na prática é que o material impresso continua importante e cada vez mais integrado com o mundo digital.

O início da pandemia e a rápida digitaliza‑ ção de tudo levantou uma questão que assus‑ tou todo mundo: passada a pandemia, vai voltar o consumo de impressos? Como vai ser o novo normal? As empresas, que se articularam ra‑ pidamente para se adaptar a um mundo quase

GESTÃO
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 36
Hamilton Terni Costa

virtual, com as pessoas trabalhando em casa, sem interações em lojas, bares, restaurantes, eventos, vão voltar a usar material impresso?

Como sabemos, a resposta foi bem melhor até do que supúnhamos. Há uma busca pelo ma terial impresso sim, e ele é cada vez mais inte rativo e integrado com o mundo digital. O que se mencionava como tendência há alguns anos, se mostra cada vez mais real agora.

Me lembro bem de uma palestra que fiz no Senai há muitos anos em que falava dessa intera ção e a terminei mostrando meu cartão de visita que já tinha um QR code que levava, a quem bai xasse um aplicativo, aos meus dados. E que es tariam sempre atualizados mesmo que os dados do cartão já não mais estivessem.

No final da palestra formou se uma grande fila de pessoas que queriam ver e obter meu car tão para saber como isso funcionava. Se olhar mos hoje, vemos como o QR Code se populari zou tanto que está presente em carros, outdoors, televisão e material impresso de todos os tipos. Claro que essa popularização se ampliou com o acesso automático pelos smartphones. O que também vai acontecer com as aplicações de Rea lidade Aumentada. É só esperar pela profusão do metaverso onde, em propagandas, embala gens, cartazes ou para onde quer que se olhe, va mos receber mais informações interativas. Seja por óculos inteligentes, ou pelos próprios fones.

Mas, voltando ao declinio da pandemia e suas consequências, o que não contávamos era com a escassez de matéria prima e o forte au mento nos custos pelo desarranjo das cadeias globais de suprimento, greves em fábricas de pa pel na Europa, a guerra Rússia Ucrânia, proble mas com a energia, fretes internacionais e ou tros. E como isso viria a prejudicar, e ainda está prejudicando, uma parte da demanda.

O mais importante, no entanto, como já fa lei, foi ver que a procura por material impresso em papel, especialmente, e em outros substra tos, permanece. Ela não foi engolida pelo digi tal, ao contrário. Mostra se integrada e como um importante ponto inicial do fluxo de in formação ao receptor. Do impresso ao digital, do digital a uma comunicação personalizada e, muitas vezes, voltando ao papel para reforçar desejos e intenções.

Claro, sabemos bem que a demanda não é geral, ampla e irrestrita. Há produtos com au mento de consumo e outros, nem tanto. O seg mento comercial/promocional foi um dos mais afetados, principalmente com a questão dos

aumentos de preço do papel e outras matérias primas. Acabo de ver uma nota, de 18 de agos to, da BVDM associação alemã de impressão e meios  , em que apontam uma séria ameaça à indústria gráfica alemã pela redução do con sumo de diferentes materiais gráficos devido ao aumento de custos e fazem um apelo aos fabri cantes de papel para manterem a indústria den tro de uma condição razoável, pois seus clientes não aguentam mais tanta elevação de preços. Não está fácil!

Por outro lado, uma excelente surpresa foram os livros, que so bressaíram no segmento editorial, enquanto revistas e jornais sofre ram. Os livros impressos já foram dados como mortos há muito tem po, especialmente quando foram lançados os primeiros ebooks. Mui ta gente graúda na área digital pro fetizou sua morte com estardalhaço, tomando como base o que o IPod e o

ITunes fizeram com os CDs. Mas se esqueceram que ler livros é diferen te de se ouvir música e que a con centração da leitura também está relacionada com o meio.

A última bienal do livro em São Paulo e a reação do público na busca e compra de livros deixou uma agra dável surpresa, não só pelo enorme interesse dos jovens e das pessoas em geral, mas pela compra também. Uma avidez de consumo entusiasmante.

O mais importante foi ver que a procura por material impresso não foi engolida pelo digital, ao contrário. Mostra-se integrada e como um importante ponto inicial do fluxo de informação ao receptor. Do impresso ao digital, do digital a uma comunicação personalizada e, muitas vezes, voltando ao papel para reforçar desejos e intenções.

E tendências se confirmam. O mundo da impressão das coisas, como chamo todas as aplicações de impressão funcional e industrial, é cada vez mais pujante. Basta ver o crescimen to da impressão na área têxtil, na impressão de roupas, na de calçados. O uso do 3D, a im pressão de eletrônicos, de cerâmicas, de mó veis, vidro e tudo o mais. Uma realidade concre ta que reforça que estamos em uma indústria de impressão, mais do que simplesmente uma indústria gráfica.

Aliás, aproveito para deixar aqui registrado que sugeri à Abigraf no ano passado que passas se a se chamar Associação Brasileira das Indús trias de Impressão. Isso abre horizontes, abarca diversos outros mercados e cria novas oportu nidades de serviços e integração com segmen tos hoje afastados. É um pensamento estraté gico. Quem sabe ainda venha a ser uma ideia posta em prática. A ver.

37 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

O grande mercado em crescimento, a embalagem, hoje tem uma função estratégica cada vez mais importante para as marcas. Cada vez mais, ela assume funções que ultrapassam as de transportar e conservar produtos. É um canal de diálogo entre a marca e seus clientes, uma geradora de vendas e de posicionamento.

Rótulos, etiquetas, embalagens de cartão, de ondulado e flexíveis são cada vez mais os segmentos predominantes da indústria gráfi ca global, já respondendo por mais de 55% da produção gráfica mundial. Há uma corrida de muitas gráficas de material promocional e co mercial em se estabelecerem também nesse seg mento. O que não é fácil dada a concorrência já existente, a experiência necessária para estar de acordo com normas e procedimentos e a venda técnica requerida para isso.

Mesmo assim, é o grande mercado em cres cimento e a embalagem hoje tem uma função estratégica cada vez mais importante para as marcas. Cada vez mais, ela assume funções que ultrapassam as de transportar e conservar produtos. É um canal de diálogo entre a mar ca e seus clientes, uma geradora de vendas e de posicionamento.

Recentemente, atendendo a uma grande em presa gráfica fora do Brasil, que pertence a um grande grupo econômico, fui perguntado pelo presidente desse grupo: há futuro para esse ne gócio? Vale a pena para um grupo diversifica do como o nosso manter uma planta de produ ção de embalagens? Respondi: não sei quanto ao retorno de seus outros negócios, mas verifi que porque grandes empresas de investimento internacionais estão apostando em converte dores e grandes empresas produtoras de em balagem. Por quê, por exemplo, a McKinsey mantém uma área voltada a embalagens e tem grandes clientes nessa área? Porque embalagens hoje é chave em marketing. Resposta que não só os manteve no negócio, mas já iniciam um novo ciclo de investimentos buscando agora automação e produtividade.

É dentro desse quadro de automação e pro dutividade também que as coisas estão avan çando. Nunca a Heidelberg e a Koenig & Bauer venderam tanto, nas Américas e no mundo. Há uma boa corrida atrás da automação pro porcionada pelas novas máquinas. E isso vai ser cada vez mais essencial. A automação de proces sos, o uso da Inteligência Artificial em tudo, os princípios da Indústria 4.0 estão aí. Em todos os processos. Nas novas flexos e nas impresso ras digitais, que sempre tiveram esse sentido de redução de fluxos, redução de prazos, persona lização e baixas tiragens. Ter essas opções con jugadas já não é mais uma possibilidade. É uma realidade provada e comprovada.

Sempre falo também da questão de serviços além da impressão. Aqueles que o fornecedor

gráfico oferece a seus clientes para reduzir cus tos de seus processos e lhes permite que usu fruam de sistemas que facilitem sua vida: lo gística, redução de inventários, distribuição de seus materiais, bases de dados, design, desen volvimento de projetos, criação de kits, redução de tempo para chegar ao mercado e por aí vai. Mas tem também as plataformas digitais, em que, através do sistema do fornecedor grá fico, uma editora, por exemplo, não precisa dei xar seus livros esgotados fora do catálogo, pois são impressos ao serem vendidos, assim como fornece à Amazon em pequenos lotes de impres são, ou mesmo um a  um, que entrega direto aos compradores. Plataformas com as quais tam bém grandes empresas gerenciam suas filiais de marketing ou sua franquia, e mais, muito mais. A chamada economia das plataformas que, alia das a plataformas de produção, complementam o material impresso e lhe dão ainda mais valor.

Por fim, quero ressaltar algumas conversas no Ondas Impressas, feitas junto com a Tânia Galluzzi, com o Arnaldo Perez, diretor comer cial da Neoband, e, em outra entrevista, com o Fabio Gabriel, da Leograf. Que mostraram a adaptação dos vendedores gráficos hoje nessa nova era digital e pós pandêmica, especialmen te nas vendas técnicas, onde a gráfica e o ven dedor se colocam à disposição para ajudar o cliente, a buscar novas soluções que suplantem a falta de material ou que tragam uma nova ex periência ao cliente do cliente. Envolver se com o problema, buscar soluções, encontrar alterna tivas, fazer o melhor trabalho, se evidenciou mais agora e isso é essencial. O futuro de qual quer gráfica está em seus clientes. Estar com ele, entendê lo, ver o quê e para onde ele está olhando é passo fundamental na venda de valor. Ressaltei todos esses pontos, alguns já mais batidos, porque referenciava o livro. Cada um desses tópicos e vários outros, estão lá. Para mostrar onde transformar a gráfica. Então, pos so dizer que muitas delas estão no ponto cer to dessa transformação. E para muitas delas já podemos dizer: essa é uma gráfica atual, flexí vel, vibrante, ágil e transformada. Fica aqui a minha pergunta; onde está sua gráfica hoje nesse processo de transformação? Pense nisso.

Hamilton Terni Costa hterni@anconsulting.com.br é diretor da AN Consulting, www.anconsulting.com.br, e diretor para América Latina da APTech (antiga NPES)

REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 38

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ARTIGO ESPECIAL

O que está retendo o crescimento da impressão digital em embalagens?

Levando em conta pesquisas dos úl‑ timos anos projetando um crescimen‑ to de mercado entre 10 e 15% CAGR 1 nos próximos anos, com avanços cor‑ respondentes na participação de mercado, pode parecer desnecessariamente provocativo suge‑ rir que a impressão digital em embalagens não atendeu às expectativas. A proposta de valor da impressão digital é bastante familiar: a capa‑ cidade de sair do PDF para os pontos de venda em questão de horas não apenas torna econô‑ micas as pequenas tiragens e campanhas per‑ sonalizadas, mas também permite eficiência na cadeia de suprimentos e gerenciamento de estoque mais enxuto. A impressão digital de uma embalagem atende a uma série de tendên‑ cias e demandas do mercado, desde campanhas de marketing ágeis e proliferação de pequenos estoques até processos simplificados para um tempo de lançamento no mercado mais rápi‑ do. No entanto, em conversas off-the-record nos últimos dois anos, proprietários de marcas e especialistas em impressão digital confiden‑ ciaram uma leve decepção por algumas das pre‑ visões mais otimistas de conquista digital na impressão de embalagens ainda não terem se concretizado. Quais são as razões para isso? E o mundo pós‑Covid está mais próximo do ponto de inflexão?

NEM TODOS PRECISAMOS DE PERSONALIZAÇÃO

Começaremos com talvez o ponto mais básico e óbvio: a maior parte do mercado ainda está atendendo a grandes tiragens para embalagens destinadas às prateleiras dos varejistas físicos.

1 Sigla em inglês para Taxa de Crescimento Anual Composto.

Como Montserrat Peidro, ex‑chefe do negócio de impressão digital da Heidelberg, observa: “As principais vantagens da impressão digital podem ser quantificadas em termos de custo por caixa em tiragens pequenas e médias, em tempos de resposta mais rápidos, resultando em uma cadeia de suprimentos mais enxuta e em sua capacidade de produzir embalagens ex‑ clusivas de forma lucrativa. Exemplos incluem pacotes com recursos de segurança, identifi‑ cadores exclusivos para rastreamento e ras‑ treamento de mercadorias, códigos para em‑ balagens conectadas e personalizados para um indivíduo específico.”

No entanto, é claro que ainda existe uma grande demanda por embalagens genéricas produzidas em grandes volumes e em altas ve‑ locidades e as impressoras analógicas ain‑ da lidam com grandes tiragens de forma mais econômica, além do que elas tendem a ser um investimento consideravelmente mais barato. Isso não é novidade, mas aqueles de nós que fi‑ cam intoxicados por inovações disruptivas se sentem bem em lembrar da força gravitacional duradoura da matemática simples. Enquanto nem todos precisarem de personalização, ha‑ verá um lugar para o analógico.

A TECNOLOGIA ÁGIL NÃO ACELERA

O TEMPO DO MERCADO

Dito isso, há um espaço significativo e crescen‑ te no mercado de embalagens, no qual a impres‑ são digital pode agregar valor, aumentando a frequência das campanhas de marketing para manter a atenção do consumidor. Nesse cená‑ rio, a flexibilidade, em vez do rendimento bruto, é a chave para a produtividade.

“A velocidade de impressão do analógico não leva em consideração todas as configurações

Texto: Tim Sykes
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 40
O autor deste artigo, Tim Sykes, é da Packaging Europe, soluções de inteligência para profissionais de embalagens europeus.

das impressoras, incluindo calibrações de co res, perdas e fabricação e montagem de cha pas”, diz Marcelo Akierman, gerente de marke ting da HP Indigo. “O tempo de comercialização da impressão digital é drasticamente reduzi do; os proprietários das marcas podem fazer a prova no local e quando o objetivo é alcançado utilizam o substrato final.”

No entanto, muitas vezes o usuário final não está pensando tão rápido quanto a tecno logia. Como um grande conversor de papelão ondulado observou recentemente, eles podem lidar com uma mudança de trabalho em pou co mais de um dia em impressoras tradicionais. Se a aprovação de marketing do proprietário da marca levar dias ou semanas, é possível que o gargalo seja tanto um problema de sistemas de negócios quanto tecnológico? As marcas preci sam se tornar tão ágeis quanto as impressoras digitais se quiserem aproveitar todo o seu po tencial e precisam se acostumar a tomar deci sões de marketing mais descentralizadas. Apro veitar o valor da impressão digital dependerá da integração na cadeia de valor mais ampla.

François Martin, consultor sênior de comu nicação da Bobst, nos lembra: “Muitas vezes nos esquecemos, mas a produção de embalagens é mais do que impressão e faz parte de uma ca deia de suprimentos mais longa desde o de sign de embalagens até impressoras, converte dores, embaladores, varejistas (online ou físicos).

A impressão digital economizará algumas ho ras, até mesmo alguns dias, em um processo que leva meses. Toda a cadeia de produção de em balagens precisa ser reescrita. A impressão di gital fará parte do novo cenário de embalagens da Indústria 4.0, mas a digitalização de todo um processo será o elemento mais importante.”

Por outro lado, à medida que as tecnologias de impressão analógicas forem adaptadas para funcionar dentro desse ecossistema conectado, elas se tornarão quase digitais.

AINDA ESTAMOS VIVENCIANDO MUITAS MUDANÇAS

A impressão digital facilita um grau muito mais íntimo de envolvimento do consumidor, assim como a transformação digital mais ampla do nosso mundo está fazendo com que os consu midores esperem uma comunicação gratifi cante das marcas em cada momento em que as recebem.

“Não há dúvida de que a personalização é uma das maiores tendências que impulsionam a adoção da impressão digital de embalagens”, diz Donald Allred, vice presidente de embalagens da Memjet. “Quando as embalagens são produ zidas em um processo de personalização em es tágio avançado, o uso da impressão digital não é apenas possível é a preferência das marcas que desejam se conectar com seus consumidores adicionando mensagens e imagens personaliza das às suas embalagens. Essas mensagens po dem incluir apoio a equipes esportivas regionais, mensagens sazonais e/ou imagens de interes se local. Compare esse relacionamento próximo junto ao cliente com o processo mais tradicio nal pelo qual as marcas enviam produtos para os centros de distribuição. Nesta cadeia de su primentos, os produtos são distribuídos para vastos mercados geográficos e demográficos, com poucas oportunidades para experiências de embalagens personalizadas.”

No entanto, o retorno do investimento exi girá cada vez mais estratégias mais sofistica das do que o agora familiar “produto com o seu nome”. Este é um jogo novo, e as regras de como criar experiências significativas por meio de embalagens personalizadas ainda estão sendo escritas.

“A personalização vai muito além de perso nalizar ou estilizar produtos”, sugere Jose Gor bea, chefe de Marcas e Agências da HP GSB (e anteriormente da Mondelēz). “Trata se de uma solução inteligente, que pode ter toda a expe riência preparada para aqueles em nossa comu nidade: criadores, designers e consumidores. Uma mudança do setor é a narrativa persona lizada, com a personalização em massa vista como a próxima fronteira para marcas globais. Com a impressão digital, tiragens de materiais que costumavam chegar massificados a deze nas de milhares de consumidores, sem qual quer individualidade, agora podem variar uni dade por unidade, tornando etiquetas, estojos, materiais de PDV e mala direta mais relevantes e pessoais do que nunca. As empresas podem direcionar mensagens diretamente para gru pos individuais de clientes e participar de mo vimentos sociais (como visto na recente campa nha #chooselove, da Smirnoff). A velocidade da impressão digital também permite que as mar cas interajam com eventos do mundo real. Por exemplo, agora você pode imprimir as notícias

41 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

diárias em uma embalagem para comunicar o frescor do produto.”

Em meio a tantas possibilidades infinitas e várias aplicações verdadeiramente impressio nantes, há também a sensação de que as marcas estão apenas começando a mapear o novo cená rio. Se as embalagens impressas digitalmente representam uma revolução cultural, bem como tecnológica, tenho a sensação de que o que esta mos vendo hoje é uma contracultura influente mas não preponderante.

INÉRCIA E INVESTIMENTO

Outra consideração é que as revoluções da in dústria nem sempre acontecem da noite para o dia. Mesmo nos países industrializados, mui tos campos estavam sendo cultivados pelo tra balho manual décadas após a invenção do arado mecânico. Nós tendemos a abraçar a mudan ça quando precisamos, especialmente quando suspeitamos que o ROI pode ser remoto. Fale com qualquer um dos grandes players sobre os facilitadores da impressão digital e, eventual mente, eles reconhecerão que fazer o mercado entender a oportunidade é o principal desafio.

“As marcas estão enfrentando a realidade das tiragens mais curtas, mas estão bastante ocupa das em suas preocupações diárias para entender que o digital pode ir além dos ‘somente projetos especiais’”, pondera Klaus Lammersiek, geren te de marketing da HP Indigo Labels & Packa ging. “Enquanto isso, se eles não tiverem digital, os conversores podem preferir continuar exe cutando tiragens maiores em suas impressoras existentes sem a necessidade de investir mais. A solução vem em educar marcas e converso res sobre as possibilidades do digital e a cada dia podemos ver mais e mais produtos impres sos digitalmente nos supermercados e online ” Montserrat Peidro, ex chefe do negócio de impressão digital da Heidelberg, ecoa essa pers pectiva. “Na minha experiência pessoal nos úl timos anos, os principais facilitadores foram a capacidade de integrar a tecnologia digital nos processos existentes de pré impressão e pós im pressão, vender novos benefícios aos clientes e gerenciar muitos trabalhos menores por dia de maneira eficiente. com o menor número de pon tos de contato possível”, comenta. “Mas nem to das as empresas estão cientes desses facilitado res nem levam esses tópicos em consideração ao planejar seus investimentos.”

COVID E O CATALISADOR DIRETO AO CONSUMIDOR

Fiz a conexão acima entre a impressão digital e a transformação digital mais ampla da manufa tura. É claro que, com o varejo online, podemos ver isso no contexto de uma transformação di gital mais ampla de nossa cultura e comércio. Mesmo antes de o coronavírus mudar tudo, pa recia inevitável que a ascensão irresistível do co mércio eletrônico fosse o catalisador final para o crescimento das embalagens impressas digi talmente. Em primeiro lugar, a marca ou vende dor online tem uma relação muito mais pessoal comigo do que o comprador tradicional em um supermercado convencional. É uma comunica ção um a um. A marca sabe quem sou, onde es tou, do que gosto. Vai entregar um produto, pos sivelmente adaptado às minhas necessidades, diretamente para mim.

Como uma marca direta ao consumidor de um tipo diferente (e em uma escala muito di ferente) dos grandes produtos de giro rápido, a Packaging Europe em 2019 realizou um expe rimento de personalização próprio. Distribuí mos nossa revista em capas corrugadas com 20 designs localizados e impressas em uma HP Pa geWide C500. A campanha #unboxingEurope recebeu uma resposta calorosa de nossos leito res retorno que veio da capacidade de alavan car dados de assinantes individuais. Saber a lo calização de nossos leitores nos permitiu dar a cada um não apenas uma surpresa agradável, mas pessoalmente significativa.

A mesma dinâmica se aplica às novas e emergentes cadeias de suprimentos, ampla mente aceleradas pela Covid, baseadas no con sumo personalizado e atendendo direto ao con sumidor, sob demanda ou por assinatura. Nesse ecossistema, uma comunicação relevante que reflita as necessidades e a identidade do con sumidor provavelmente distinguirá as marcas de maior sucesso. A customização em estágio avançado, pelo menos em bens de maior valor, certamente se tornará a norma.

Enquanto isso, avanços sucessivos na tec nologia estão superando progressivamente to das essas barreiras à adoção dessa solução. Ve remos qualidade aprimorada, velocidades mais altas, custos mais baixos, caminhos de entra da no mercado mais viáveis, integração mais perfeita, desenvolvimentos em ferramentas de design, como mecanismos iterativos gerados por algoritmos.

REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 42
Informações: editoracg@gmail.com (11) 3887-1515 / 97503-6850 Anuário Brasileiro da Indústria Gráfica 2022 23º Anuário Brasileiro da Indústria Gráfica 2022 REALIZAÇÃO: PATROCÍNIO OURO: PATROCÍNIO BRONZE: PARCEIROS: • ÚNICO E CONFIÁVEL DIRETÓRIO DO SETOR GRÁFICO NACIONAL, SEM SIMILAR NO PAÍS • EXCLUSIVOS BANCOS DE DADOS DAS GRÁFICAS E DOS FORNECEDORES DO SETOR • FONTE PERMANENTE DE CONSULTA E CONTATO PARA CLIENTES, GRÁFICOS, FORNECEDORES, COMPRADORES E PROFISSIONAIS DO MERCADO INDISPENSÁVEL! VEM AÍ A 23 ª EDIÇÃO DO LIVRO DE REFERÊNCIA DA INDÚSTRIA GRÁFICA NACIONAL Brainstorm 23 º ANUÁRIO BRASILEIRO DA INDÚSTRIA GRÁFICA Mais de duas décadas de credibilidade

Caminhos da competitividade

o empresário cabe produzir e vender; comprar e revender; prestar serviços. Ao cumprir essa simples equação, ele gera renda e emprego e financia o Estado por meio de tributos. Inova e cria. E alarga a fron‑ teira de influência do País.

Assim como ao Estado não cabe o exercício de produzir e vender, não cabe ao empresário governar. Entretanto, mais que um direito, é obrigação do empresário, por meio de suas ins‑ tituições, e sem apegos corporativistas, indicar o melhor caminho, o de menor custo, o mais competitivo, porque ambos, Estado e empresá‑ rio, já não governam nem administram apenas e tão somente negócios.

Também é dever do empresário, e de toda a sociedade, cobrar o equilíbrio das contas pú‑ blicas, por um conjunto de nobres razões, mas, sobretudo, porque o desequilíbrio é financia‑ do pela sociedade (empresas e cidadãos), por meio de mais tributos e contribuições que in‑ cidem de forma cada vez mais aguda. O dese‑ quilíbrio compromete os investimentos necessá‑ rios e o adequado atendimento das necessidades básicas do povo.

O equilíbrio fiscal é condição prévia e neces‑ sária para o País crescer econômica e socialmen‑ te. Daí o inconformismo empresarial frente ao paradoxo fiscal brasileiro, onde o Parlamento, que no passado aprovou a séria, moderna e ade‑ quada Lei de Responsabilidade Fiscal, é o mes‑ mo que aprova leis que a ferem de morte, todos os anos, sobretudo em períodos eleitorais, com a cumplicidade do Poder Executivo.

Que caminhos da competitividade são esses? Eleger governadores e presidentes da Repú‑ blica é importante. Mais ainda é escolher parla‑ mentares que ocuparão as cadeiras das Assem‑ bléias e do Congresso Nacional em nosso nome.

Esses precisam saber que a justiça, a redução das desigualdades sociais, o fim dos preconcei‑ tos de toda espécie também passam por: isono‑ mia tributária competitiva; submissão de suas idéias aos objetivos de ampliar a competitivida‑ de; estimular investimentos desonerados de in‑ cidências tributárias e gerar emprego e renda; eliminação da defasagem da infraestrutura de transportes, geradora de custos; redução do cus‑ to financeiro e do custo de conformidade tribu‑ tária; ampliação do gasto público em inovação, pesquisa e desenvolvimento.

Por fim, mas não por último, há que se fo‑ car na sustentabilidade, pois ela faz parte da vida de todos nós e da economia das empresas. É uma exigência do mundo moderno. Aí está a pandemia, ceifando pessoas físicas e jurídi‑ cas, efeito bumerangue de políticas públicas equivocadas, nacionais e mundiais, centradas no capitalismo financeiro desprovido de fins sociais e ambientais.

O empresariado entende a necessidade da força da lei, mas os caminhos de sua aplicação devem e podem ser revistos, para evitar a judi‑ cialização exagerada, as competências super‑ postas, a multiplicação de prazos e penalida‑ des, em troca de harmonia e foco em resultados econômicos e sociais de interesse comum.

Nogueira Ferreira é consultor da Abigraf Nacional em Brasília

Joanna Marini Roberto Nogueira Ferreira
CONEXÃO BRASÍLIA
Roberto roberto@rnconsultores.com.br
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Cerimônia
Premiação 29
Realização
Patrocínio Ouro opini está de casa nova, encontro marcado para a grande festa da indústria gráfica
de
de novembro de 2022 • Clube Círculo Militar www.fernandopini.org.br Patrocínio Bronze Coordenação Técnica
Patrocínio Prata

Fotojornalismo

2 REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 46

Com o objetivo de difundir o pas sado e o presente do fotojornalismo brasileiro, o Instituto Moreira Salles lançou o site Testemunha Ocular. O es paço apresenta a produção e carreira de fotógrafos de diferentes gerações e regiões do País. Também inclui dossiês, ensaios críti cos, depoimentos em vídeo, além de outros ma teriais que ressaltam a importância da ativida de na documentação da realidade brasileira e na construção da memória nacional.

A concepção do projeto é do jornalista Flá vio Pinheiro, que atuou como superintendente executivo do IMS entre 2008 e 2020. O jorna lista Mauro Ventura assina a edição do site, e o fotógrafo Leo Aversa, por sua vez, foi respon sável pela edição de imagens durante a criação do projeto. “Testemunha Ocular cumpre o papel de ser uma memória do fotojornalismo brasilei ro, vindo do passado até o presente. Os 50 pro fissionais que mostram seus trabalhos no site foram e são perspicazes observadores da cena brasileira com toda sua diversidade social e re gional, de raça e de gênero. Revelam que, ape sar do avanço das imagens em movimento, as imagens fotográficas ainda produzem forte im pacto e são necessárias para o entendimento da realidade”, comenta Flávio Pinheiro.

O site tem como ponto de partida a forte presença do fotojornalismo no acervo do insti tuto, que engloba desde coleções autorais até o conjunto fotográfico dos jornais dos Diários As sociados do Rio de Janeiro, adquirido em 2016. O site destaca esse rico material, mas também aborda a obra de outros profissionais, além de diferentes assuntos relacionados à área. É des tinado tanto a pesquisadores quanto ao públi co em geral, que pode navegar pelas histórias, imagens e reflexões ali reunidas.

1 Vista tomada de uma favela em Copacabana, Rio de Janeiro, 1949. José Medeiros / Acervo Instituto Moreira Salles

2 Gilberto Gil no III Festival de Música Popular, São Paulo, SP, 1967. Walter Firmo / Acervo Instituto Moreira Salles

3 Retirantes, São Paulo, SP, 1952. Henri Ballot / Acervo Instituto Moreira Salles

4 Passeata dos cem mil, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, 1968. Evandro Teixeira / Acervo Instituto Moreira Salles.

FOTOGRAFIA
Instituto Moreira Salles lança site Testemunha Ocular, reunindo imagens produzidas por fotojornalistas de diferentes gerações e regiões do País, textos críticos, depoimentos em vídeo e fotos históricas.
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TESTEMUNHA OCULAR

https://testemunhaocular.ims.com.br

GRANDES NOMES

Testemunha Ocular está dividido em seis seções. A primeira apresenta a produção e trajetória de fotojornalistas cujos acervos estão sob a guarda

do IMS. Inicialmente, estão presentes seis no mes: José Medeiros, Luciano Carneiro e Hen ri Ballot, todos profissionais que pertenceram aos quadros da revista O Cruzeiro; Evandro Tei xeira, Custodio Coimbra e Walter Firmo, cuja obra atualmente está em cartaz em exposição no IMS Paulista. Para cada um, há uma página no site, contendo sua biografia, uma amostra de 50 imagens e dossiês bibliográficos.

Já a seção Em Foco traz o trabalho de 44 fo tojornalistas de diversas regiões do Brasil, com idades, trajetórias e perspectivas distintas, que não integram o acervo do IMS . A seleção in clui dois grandes nomes da imprensa brasilei ra que faleceram neste ano: Orlando Brito, que atuou por mais de cinco décadas registrando o cotidiano do poder em Brasília, e Erno Schnei der, conhecido especialmente pela popular foto de Jânio Quadros com as pernas enroscadas. No conjunto, estão tanto fotojornalistas vete ranos, como Reginaldo Manente, quanto jovens em ascensão, como Gabriela Biló. Há também profissionais de diferentes Estados, incluindo as pernambucanas Hélia Scheppa e Ana Araújo. Outro destaque é a seção dedicada a fotos históricas provenientes do acervo dos Diários Associados e de outras coleções do IMS. Cada postagem desse núcleo traz um conjunto de imagens junto com um texto de contextuali zação. O  site publica ainda comentários críti cos sobre determinadas fotos produzidos por acadêmicos e escritores.

Cartola e Dona Zica, Rio de Janeiro, RJ, 1974. Walter Firmo / Acervo Instituto Moreira Salles João Butão e seus cabritos, Canudos, BA, 1994. Evandro Teixeira / Acervo Instituto Moreira Salles Orlando Villas-Boas no Xingu, 1952/1957. Henri Ballot / Acervo Instituto Moreira Salles
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RAÍZES

Os primórdios da Bienal do Livro de São Paulo

primeira feira do livro em São Paulo, realizada pela Câmara Brasileira do Livro, CBL , data de agosto de 1951. O objetivo da entidade, além de promover o livro e fo‑ mentar o mercado editorial e gráfico brasileiro, era introduzir, no País, a tradição europeia das feiras de livros realizadas na França, na Alemanha e na Itália. Com o nome de Feira Popular do Livro, o evento aconteceu na Praça da República, região cen‑ tral da cidade de São Paulo. A experiência repetiu‑se no ano de 1956, dessa vez no Viaduto do Chá, ponto ainda mais central da capital paulista e com maior fluxo de pedestres.

Em 1961, em parceria com o Museu de Arte de São Paulo que até 1968 funcionou na Rua 7 de Abril  , foi promovida a primeira Bienal Internacional do Livro e das Artes Gráficas, evento que se repetiu em 1963 e 1965, com apoio de editoras, livrarias e gráficas.

Em 1970, de 15 a 30 de agosto, a Câmara Brasileira do Livro promoveu e realizou, de forma oficial e independente, no Pa‑ vilhão do Parque do Ibirapuera, a 1ª Bienal Internacional do Li‑ vro de São Paulo, marco na história da entidade e do mercado editorial brasileiro.

Pesquisando sobre a participação da indústria gráfica nas bienais do livro de São Paulo, entre 1963 e 1965, o que descobri remete à informação que parte das grandes editoras brasileiras até 1970 eram também empresas gráficas.

Em 1996, a Bienal do Livro de São Paulo, passou a ser reali‑ zada nos pavilhões do Expo Center Norte, zona norte da capi‑ tal paulista. O Ibirapuera havia ficado pequeno para abrigar o grande número de expositores e o público leitor.

A bienal deixou o espaço do Expo Center Norte, em 2002, e foi para o Centro de Exposições Imigrantes, onde foi realiza‑ da até 2004. A localização do Centro de Exposições Imigran‑ tes e as dificuldades de acesso ao local foram razões para a mudança de endereço e, a partir de 2006, a Bienal do Livro de São Paulo passou a ser realizada no Parque do Anhembi, lá permanecendo até 2018.

Em 2020, data do seu cinquentenário, por causa da pande‑ mia da Covid‑19, não pôde ser realizada. A Câmara Brasilei‑ ra do Livro, promotora do evento realizou, então, provisoria‑ mente, a 1ª Bienal Internacional Virtual do Livro de São Paulo.

Neste ano, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo vol‑ tou a ser presencial, mais uma vez no Expo Center Norte, e con‑ tou com público recorde, sendo considerada, até então, pelo pú‑ blico e profissionais do livro, como uma das melhores bienais de todos os tempos.

Texto: João Scortecci
João A quinta edição da Bienal do Livro de São Paulo foi realizada no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em 1978 Acervo CBL –Câmara Brasileira do Livro
49 julho/setembro 2022 REVISTA ABIGRAF

Vivemos mais um momento histórico, as vésperas de uma eleição que vai determinar quem conduzirá o País nos próximos quatro anos. Mas é do trabalho de todos nós que, verdadeiramente, depende o futuro da Nação.

EEstou na presidência da Abigraf Regional São Paulo, desde 2021. Este é o quinto editorial que escrevo para a Revista Abigraf. No primeiro editorial, em “Carta aos cavaleiros de Gutenberg”, apresentei propostas para a minha gestão na entidade; no segundo, refleti sobre a sina dos 100 primeiros dias de gestão; no terceiro, justifiquei resoluções para o ano de 2022; no quarto editorial, expus considerações sobre os “desafios” frente à alta de preços de insumos e serviços, no período pós-pandemia.

‘Estar à espera’ nem sempre é o certo e, muito menos, o melhor a fazer.

Vivemos, mais uma vez, tempos de incertezas e medo. A economia continua patinando. A insegurança jurídica cresce, e o dragão da inflação, infelizmente, assola o País. “Esperar” ou “estar à espera” não reflete o espírito guerreiro do risco, da coragem, das novas ideias, de continuar “inovando”, e nem o sopro sagrado que alimenta o corpo do empreendedor. Não somos heróis. Longe disso! Heróis são os trabalhadores. Todos. Onde foi mesmo que li sobre isso?

Em outubro próximo, quando da circulação da versão impressa deste editorial, o Brasil estará vivendo o seu período eleitoral, com eleições para presidente da República, senadores, governadores estaduais, deputados federais e estaduais.

Aqui cabe, então, a pergunta: por que esperar?

“Esperar”, significa, na melhor das razões: “ter esperança em; contar com; não agir, não tomar decisões, não desistir de algo, até a efetivação de um evento que se tem por certo, ou provável, ou desejável”.

Aprendi muito cedo isso a duras penas que, no mundo dos negócios de risco, na condição de empreendedor, grande ou pequeno, não importa, “esperar” nem sempre é o certo e, muito menos, o melhor a fazer.

Ao trabalho, então, para construir o presente, com alma de Gutenberg! scortecci@gmail.com

João Scortecci

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional São Paulo (Abigraf-SP)

MENSAGEM
Por que esperar?
REVISTA ABIGRAF julho/setembro 2022 50
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Veja mais em:

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RAÍZES Os primórdios da Bienal do Livro de São Paulo

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Fotojornalismo

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pages 46-48

Caminhos da competitividade

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pages 44-45

O que está retendo o crescimento da impressão digital em embalagens?

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NOSSO PAPEL E PRESERVAR

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A gráfica transformada

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Lançamentos dominam os episódios de julho e agosto

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Scortecci, pronta para a retomada

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50 anos dedicados às embalagens

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REVISTA ABIGRAF

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