Põe-te a caminho - Carta 7

Page 1

j u l h o

MarCha Portugal

Carta 7

expressar

Verbos de Deus A expressão é o caminho que nos tira de nós próprios e nos leva ao encontro com os outros. Expressar é construir pontes. É também um caminho de crescimento, de aprendizagem. Expressar é estar atentos e aprender a revelar.

CLICA NA IMAGEM


Pára, escuta, olha...

...e caminha!

Parece que não somos os únicos a acumular pensamentos e sentimentos em vez de deitar cá para fora; não somos os únicos a deixar-nos estar quietinhos no sofá, de “braços cruzados e perna traçada”, para não nos complicarmos a vida, apesar da vontade de, de vez em quando, gritar um ou dois impropérios, ou agradecer a alguém um gesto que teve connosco, ou declarar-nos perdidamente apaixonados ou … ou ... ou … Os Deolinda também têm esta experiência. Ouve lá a versão deles:

https://www.youtube.com/watch?v=m0IPA0AJjDI Há-de Passar... (Deolinda) Tenho vontade de seguir uma outra via Mas eu desisto Tenho vontade de mudar a minha vida Mas não arrisco E deixo-me andar, e deixo-me andar Aqui bem sentada Braços cruzados, pernas traçadas E deixo-me estar que essa vontade Um dia há de passar Tenho vontade de dizer aquilo que penso Mas tenho medo Tenho vontade de exigir o que mereço Mas nem me atrevo Tenho vontade que me levem mais a sério Mas não consigo Tenho vontade de berrar um impropério Mas só me sai isto Há de passar [x20] Esta vontade e agora já passou


O único antídoto frente a este eterno e cobarde “há de passar” é a expressão.  A comunicação é a nossa grande arma. Quantas vezes, por medo, vergonha ou até preguiça, não expressamos como nos sentimos; não comunicamos uma necessidade que temos, não manifestamos que estamos incómodos com alguma situação, não dizemos às pessoas quão importante são para nós, e um grande etcetera. A conclusão talvez seja evidente: pergunta-te quantas vezes é que um simples abraço podia resolver metade dos teus problemas, e simultaneamente, há quanto tempo é que não pedes um abraço a ninguém? Às vezes, não só não aproveitamos a força da expressão e vamos guardando tudo para nós, mas também chegamos a usar esta poderosa ferramenta mais como uma arma do que como uma ponte. É provável que o façamos sem querer mas, às vezes, as nossas palavras ferem mais do que que aquilo que curam e consolam, e acabamos por não tirar o maior proveito deste recurso. Esta carta é um convite a estarmos atentos à nossa expressão e, consequentemente, à nossa escuta. Que atenção dedicamos quando as pessoas se abrem connosco e partilham aquilo que vão vivendo? Para aprofundar um bocadinho nestes temas propomos-te que procures um lugar tranquilo, em que possas estar só e confortável. Começa por tomares consciência do que te rodeia.  Depois, dá o seguinte passo e põe-te também à escuta do teu interior, abstraindo-te do ruído. Se escrever te ajuda pega no teu caderno, senão deixa-te simplesmente interpelar por estas preguntas: Como é a minha expressão? A que é que sabem normalmente as minhas palavras: a carícia, a agressão, a abraço, …? Não sabem a nada porque raramente me expresso? Perdem o sabor porque abuso na quantidade? Já descobri a minha forma de expressar aquelas coisas realmente importantes para mim, aquelas para as quais muitas vezes as palavras ficam curtas? É com movimento, com arte, com música, com dança, com silêncio, com uma carta, com o olhar, …? Tenho alguma coisa guardada na ponta da língua e que quero mesmo dizer a alguém? Uma confissão, um agradecimento, uma declaração, … No caso da resposta à última pergunta ser sim, pensa hoje mesmo na forma de expressar isso que no fundo queres tanto dizer. Não caias na tentação do “há-de passar”. Se a vontade de dizer alguma coisa importante passar (algo que é muito pouco provável) foi uma oportunidade perdida. É como aquela parábola contada por Jesus. Se não partilhares o que há em ti é como se acendesses uma lâmpada e a pusesses debaixo da cama, privas todos os outros da tua luz. Pelo contrário, a audácia de partilhar, de comunicar aquilo que vives, principalmente aquelas coisas mais pessoais, pode dar luz às experiências dos outros, e convertes-te num pequeno farol. Atreve-te connosco a seres luz no teu caminho e nos que te rodeiam!


Em MarCha

...faz-se assim!

Ainda te lembras do tema da última carta? Falava-nos sobre a importância da transformação. Apostamos que te aparecem muitos “Antes e Depois” no teu Facebook ou Instagram. Dietas, maquilhagem, fitness, decoração de interiores, cortes de cabelo... E como na MarCha gostamos de andar a par com as tendências, desafiamos-te a expressar um “Antes e Depois” de uma transformação que se tenha dado na tua vida e que tenha sido muito importante para ti (seja ela visível a olho nu ou não). Estás à altura do desafio? Esperamos essas transformações no grupo Marcha 2017/18 no Facebook ou atraves do e-mail mboamae@gmail.com, junto com as hashtags #desafiosmarcha #antesedepois Despedimo-nos de ti com estas notícias do nosso mundo MarCha e Marista: A Família Marista portuguesa reuniu-se em Fátima no sábado 5 de maio, numa enorme festa com missa na Basílica da Santíssima Trindade e tarde cultural com apresentações dos vários centros e colégios. Como não poderia deixar de ser, a MarCha lá subiu ao palco para ensinar a todos o hino de este ano.

De 8 a 10 de junho decorreu em Vouzela mais um Pré-Juvenato, com o Bernardo Silva, Bernardo Oliveira, Tiago, Pedro, Leonardo, Paulo, Manuel e Sérgio como participantes. Para os participantes foi mais uma experiência de comunidade e de refletir sobre a vocação e sobre vidas com sentido.


No dia 10 de junho celebramos em Vouzela o dia do nosso fundador S. Marcelino Champagnat. Aos rapazes do Pré-Juvenato juntou-se a comunidade vouzelense, os Rebecos de Vouzela, a malta da MarCha e vários amigos e familiares dos voluntários que irão este Verão para os Campos de Trabalho e Missão.

Por falar em CTM, aproveitamos para desejar ao Ir. Rui Pires, Joana Cardão, Isabel Monteiro, Diana Coelho e Fátima Queirós uma excelente viagem e experiência de voluntariado em África e na América Central. O nosso coração está convosco. O Verão está quase aí e traz muitas novidades e muitos acampamentos mágicos MarCha. Aos participantes do Escola de Cavalaria, Marcha Golden e Marcha Into the Wild: Até Já! A todos os outros, um verão muito feliz e com muito sentido. Somos MarCha!

caminhamos juntos

Sabemos que as melhores partes do caminho são aquelas que partilhamos, por isso, depois de saboreares esta carta e te deixares tocar por tudo o que ela propõe, partilha comigo as tuas reflexões através destas perguntas que te proponho. Recorda que não há respostas certas nem erradas, o importante é a tua experiência. Obrigado desde já pela confiança e pela partilha.

Maria Boa Mãe


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.