Portugal Post Julho 2011

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PORTUGAL POST ANO XVIII • Nº 204 • Julho 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

“Bloco central” vence na Europa

Crise Cavaco Silva apela aos portugueses da diáspora para que apoiem Portugal Página 5

Energia Povo obriga a política alemã a abandonar a energia atómica Página 7

Comunidades Emigrantes na Alemanha preocupados com situação do ensino e fecho de associações Página 8

Paulo Pisco (PS) e Carlos Gonçalves (PSD) são os seus deputados no parlamento português Págs 5/7

Negócios Sonae Sierra investe em novo centro comercial em Solingen Página 10

Portugueses no Mundo

Que rica vida levam os reformados luso-americanos na Flórida Pág. 3

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PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

PORTUGAL POST

Editorial Mário dos Santos

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN ELISABETE ARAÚJO: EUSKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MARIA DO CÉU - MAINZ MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA

COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDOR ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADE BURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUND TEL.: (0231) 83 90 289 FAX: (0231) 83 90 351 WWW.PORTUGALPOST.DE E MAIL: CORREIO @ FREE.DE REGISTO LEGAL: PORTUGAL POST JORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA ISSN 0340-3718 • K 25853 PROPRIEDADE PORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654 OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICULAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

Tempos difíceis

O

novo Governo saído das últimas eleições vai impor aos portugueses uma vida mais difícil do que aquela que já têm. Dizem os seus principais responsáveis que irão cumprir um plano de austeridade que vai para além das medidas impostas pelo FMI, BCE e União Europeia, isto é, medidas mais duras do que as previstas pela troika, que já de si impõe um programa duro de austeridade como condição para um empréstimo a Portugal. Verdade seja dita que os partidos que formam agora Governo não esconderam aos portugueses durante as eleições aquilo que diziam querer fazer quando anunciavam fortes medidas de cortes e de austeridade. Não nos admira que assim seja, já que o novo Governo é constituído por personalidades que têm uma visão da governação

bastante neoliberal, quer dizer, governantes opositores às politicas do Estado enquanto garante do bem estar social. Não é por acaso que os opositores a este Governo acusam-no de querer impor a privatização de bens e serviços elementares, como sejam os serviços públicos de saúde, de educação, de transportes, água e até de informação, como é o caso da RTP. Isto para não falar da banca, como é o caso da anunciada privatização da Caixa Geral de Depósitos. A ideia de menos Estado foi defendida pelos vencedores das últimas eleições, isto é, foi nisto que os eleitores votaram, de modo que lhes será difícil contestar o Governo quando este colocar em prática medidas de austeridade a doer, como sejam, pagar (mais) pelos serviços públicos, cortes nos salários, nas pensões, nos subsídios de desemprego, etc.

Isto também vale para as politicas das comunidades. Mesmo conhecendo parte do programa do Governo no que respeita às comunidades, suspeitamos de que as coisas sejam como antes, quer dizer, as politicas das comunidades não devem ser excepção nos planos de cortes e de austeridade que conduzirá a acção deste Governo. Mesmo assim, e pelo facto do Governo estar no seu início, vamos esperar e estar atentos à acção da nova secretaria de Estado das Comunidades e às promessas com as quais o PSD conquistou o eleitorado, como seja o apoio que deve ser prestado à rede associativa; o fomento do ensino da língua portuguesa; o implantar de “algo semelhante” como a ex-conta-poupança emigrante; a dinamização de novas modalidades de cooperação em rede entre os consulados e as associações, etc..

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Destaque

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PORTUGUESES NO MUNDO

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Comunidades

José Cesário quer refazer relação de "cumplicidade" com emigrantes

Para reformados luso-americanos na Flórida, a vida (e o golfe) começam aos 60 Na praia, no golfe, parques temáticos de Orlando ou nas festas dos clubes portugueses, milhares de luso-americanos gozam hoje a sua reforma na Florida, sudeste dos Estados Unidos, numa nova vida depois de anos de trabalhos duros.

o clima, o dinheiro... Dizse que na Florida se vive mais dez anos do que noutro Estado [norteamericano]. Vivemos o ano inteiro de calções e manga curta”, disse à Lusa Elvira Santos, de 76 anos, “ribatejana de gema” e residente em West Palm Beach. Com casa em Portugal, que visita com regularidade, esta cozinheira e caseira reformada diz-se “entristecida” com o estado em que vê pessoas de igual idade no seu país de origem, “atiradas para dentro de lares”. “Não vejo nada disso aqui. Agora tivemos uma grande festa no Clube [Luso-Americano na cidade] e 75 por cento com mais de 70 anos. Enquanto que em Portugal [os reformados] estão todos marrecos, acabrunhados”, diz Elvira Santos, que mora com o marido de 81 anos.

“É

Ex-presidente do Clube lusoamericano local e amadora de artes teatrais, Elvira Santos foi há 31 anos de Nova Iorque para a Florida, onde o marido arranjou trabalho como mecânico e encontrou “o paraíso”. “Viemos visitar um amigo e comecei a ver o terreno todo muito plano, com muita árvore… eu sou das lezírias [ribatejanas] e comecei a ver a minha região”, diz. Hoje, nesta comunidade de milhares de portugueses, que continua a crescer com a chegada de reformados de Estados do nordeste como Massachussetts, a rotina é “muito pacata”, mas Elvira prefere esperar pelas festas de fim de semana no centro a, como algumas amigas portuguesas, ir ao cinema com vizinhas americanas “desinteressantes”. “Estas pessoas não passaram as amarguras da guerra que passei quando tinha 14 anos. Eu queria comer e a minha mãe chorava a dizer que não tinha pão para nos dar. Passaram a vida a comer hambúrgueres e a beber cocacola”, afirma. Rosa Ataíde, reformada da TAP, assentou há cinco anos ao lado oposto do Estado, em Palm Coast, onde chegou num carro a diesel comprado a pensar em levar para a reforma em Portugal, antes de mudar de ideias. “Como podia ir para Portugal

se ficam cá os meus filhos e netos? E se acontece alguma coisa, aqui ou lá? “, disse àa reformada, que trabalhou durante anos na Ferry Street, centro da comunidade portuguesa de Newark. Rosa visita regularmente a família em Nova Jérsia e faz a viagem de carro “com uma perna as costas”, na autoestrada I-95, que atravessa o litoral leste norte-americano. “Aqui dedico-me muito à minha casa, vou à praia de vez em quando, embora tenha piscina, temos sol todos os dias. Vejo programas, TV de Portugal, as telenovelas e perco muito tempo no computador, com o Facebook. Às vezes também vou jogar golfe com o meu marido”, adianta. Mas também há quem continue a trabalhar depois dos 60 anos, e mesmo a presidir a uma empresa familiar, como Idália Romão, na cidade de Orlando, a segunda maior da Florida. “Ir de visita a Portugal sim, é o meu pais, mas ir viver para lá não. Estamos aqui há 40 e tal anos, estão aqui os amigos e família. E também temos muitos divertimentos, assim haja tempo”, diz à Lusa a gestora da LT Concrete. “As pessoas chegam a uma certa idade e não tem paciência para andar a tirar a neve. Aqui no inverno pode-se andar de manga de camisa. Lá em cima é mais cinzento”, afirma.

O novo secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse que a grande aposta para os próximos tempos passa por refazer a relação de "cumplicidade" com as instituições de emigrantes. "A grande questão que vamos ter em mãos é encontrar uma forma de ter um relacionamento mais próximo com as instituições das diversas comunidades. Ao longo dos últimos anos houve um distanciamento. [...] Houve um afastamento muito grande do Governo português relativamente a esse universo e vamos tentar refazer alguma cumplicidade, uma relação de proximidade que é absolutamente indispensável", disse. José Cesário, que regressa à pasta da Emigração nove anos depois de ter exercido o cargo pela primeira vez, escusou-se a avançar para já quais as medidas a adoptar para atingir esse objectivo. "As acções vamos divulgá-las progressivamente. Agora vamos analisar dossier a dossier", disse, garantindo que as propostas resultantes dos programas dos partidos da coligação PSD e CDS-PP - serão executadas. José Cesário destacou a simplificação de procedimentos no sector consular e alterações no ensino de português no estrangeiro. "É nossa intenção, mas não no imediato, fazer alterações pontuais no modelo que vão no sentido de aproximar progressivamente [o sistema] da Europa ao de fora da Europa", disse José Cesário, adiantando que as eventuais alterações não terão efeitos no próximo ano lectivo. "O próximo ano lectivo já arrancou em termos de planeamento e pode haver um ou outro ajustamento, mas a rede está perfeitamente definida", disse. Sobre o programa de atração de investimento

Netinvest, que o anterior titular da pasta lançou a poucos dias das eleições de 05 de Junho, José Cesário disse precisar de obter mais informações sobre o que foi feito no âmbito deste programa, que o novo Governo se comprometeu a reformar. "O Netinvest está alojado fundamentalmente no Ministério da Economia e terei reuniões com os meus colegas sobre isso", disse, sublinhando a "sensibilidade" da equipa da Economia para as questões das comunidades. Consciente dos constrangimentos financeiros que enfrentará numa área tradicionalmente dotada de poucos recursos, o titular da pasta da Emigração ressalvou que a situação de crise generalizada que o país vive obriga a "maior criatividade" na gestão dos recursos. José Cesário diz que planos para a área das comunidades não lhe faltam, mas garante que precisa de saber o ponto de situação dos orçamentos da Direção-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas e do Fundo das Relações Internacionais para avaliar o que é possível fazer no imediato. "Vamos arrancar com os encontros para a participação, quero reequacionar o programa Portugal no Coração, quero fazer uma reavaliação dos programas sociais, mas é preciso saber primeiro que dinheiro existe. A situação financeira do gabinete não é brilhante", disse. José Cesário, 53 anos, deputado durante vários anos à Assembleia da República pelo distrito de Viseu e círculo Fora da Europa, tomou posse terçafeira como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas do XIX Governo.


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Nacional & Comunidades

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Três em cada dez portugueses dispostos a procurar emprego noutro país Cerca de três em cada dez portugueses mostram-se dispostos a procurar melhor emprego noutro país, tendências que se acentuam junto dos mais jovens e com formação superior, segundo um recentemente divulgado. De acordo com o estudo realizado pela empresa de estudo de mercados internacional (GfK) que abrangeu 29 países, 43 por cento da população portuguesa ativa está à procura de outro emprego e três em cada dez equaciona emigrar. Destes, 54 por cento tem entre os 30 e os 39 anos e 42 por cento tem formação superior. Quanto à disponibilidade para mudar de país, a pergunta que foi colocada em 17 dos 29 países, mais de um quarto dos trabalhadores portugueses inquiridos (27 por cento) está disposto a emigrar para conseguir um emprego melhor. De acordo com o estudo, esta percentagem é mais acentuada

junto dos jovens trabalhadores, entre os 18 e os 30 anos (40 por cento). Além desta predisposição para mudar de país em busca de melhores condições, é também claro que os portugueses já começam a ponderar outras mudanças: face às atuais condições económicas, 25 por cento coloca a hipótese de vir a mudar de carreira. “Os nossos resultados indicam um risco de ‘fuga de cérebros’ no próximo ano, o que originará problemas significativos para as empresas e para os países que procuram recuperar da recessão”, explicou o diretor-geral da GFK Portugal, António Gomes. Segundo António Gomes, tanto entre trabalhadores manuais como não manuais, verificase que um quarto do seu número está disposto a mudar de país por questões de emprego, e que esse número aumenta entre os trabalhadores com mais qualificações. “Um terço dos empregados na

área de I&D está também disposto a mudar de país – precisamente os postos de trabalho que muitos países identificam como cruciais para a sua recuperação”, frisou. De acordo com o estudo, Portugal apresenta tendências similares às dos restantes países, sobretudo no que refere à questão da emigração para encontrar situações de emprego mais satisfatórias. A média de respostas indica ainda que os trabalhadores jovens e com qualificações são os que parecem mais propensos a mudar de país. Quarenta e um por cento dos trabalhadores com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos afirmam que estão dispostos a mudar para conseguirem um emprego melhor, sendo esse número de um em três para os detentores de curso universitário (32 por cento) e de quase um em quatro para possuidores de doutoramento (37 por cento).

No grupo dos trabalhadores com nível de instrução equivalente ao secundário apenas 22 por cento pondera a hipótese de mudar. O número de portugueses activamente à procura de outro emprego é superior à média dos restantes países, sendo apenas superado pelas respostas da população norte americana e colombiana. No entanto, quando se fala em mudar de carreira, a percentagem fica muito aquém da média dos restantes países, ocupando o fim da lista e sendo apenas superada pelos resultados do México e Colômbia, onde os trabalhadores revelam pouca flexibilidade neste parâmetro. O GfK International Employee Engagement Survey inclui as opiniões de 30,556 adultos empregados em 29 países. Em Portugal, este estudo foi realizado durante os dias 11 e 22 de Fevereiro, a uma amostra de 547 indivíduos.

Programa do Governo elege ensino do português no estrangeiro como prioridade política O programa de Governo, entregue no parlamento, elege o ensino do português no estrangeiro como a prioridade da política para as comunidades portuguesas, defendendo a necessidade de um "novo impulso" na relação entre Portugal e os emigrantes. O Governo propõe-se assim "eleger o ensino do português como a âncora da política da diáspora", defendendo a necessidade de "reformar e projectar" o Instituto Camões - que tutela o ensino

de português no estrangeiro como "instrumento vital da política externa cultural e da afirmação da política da língua". O texto sublinha também a importância de "acautelar um serviço eficiente no ensino e divulgação da língua portuguesa no mundo". O executivo, que terá José Cesário como titular da pasta das Comunidades Portuguesas, considera "necessário dar um novo impulso à ligação efetiva entre Portugal e os cidadãos residentes no estrangeiro, apostando

simultaneamente no valor estratégico das comunidades portuguesas". Para atingir este objectivo, o programa aposta ainda em "desburocratizar" os procedimentos administrativos, "simplificar" os actos consulares e "melhorar" a ligação "directa, rápida e fácil aos serviços centrais do Estado". Constituir uma rede de eleitos portugueses no estrangeiro e reconhecer o papel do Conselho das Comunidades Portuguesas enquanto "órgão consultivo do Go-

verno para as políticas de emigração" são outras apostas do executivo liderado por Pedro Passos Coelho. De fora do programa de Governo ficaram medidas específicas que constavam do programa eleitoral do PSD como a promoção e divulgação do recenseamento eleitoral dos emigrantes, a integração do ensino do português nos currículos dos países de acolhimento ou a criação de um programa de intercâmbio de estágios entre os jovens estudantes universitários.

Cavaco apela aos portugueses da diáspora para que apoiem Portugal O Presidente da República apelou a todos os portugueses da diáspora para que apoiem Portugal, sublinhando que “todos” não são demais para ajudar o país a superar a situação difícil que atravessa. “Portugal atravessa hoje uma situação difícil. Todos não somos demais para ajudar a nossa terra, a terra das nossas raízes”, defendeu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa mensagem dirigida às comunidades portuguesas por ocasião do Dia de Portugal, que foi gravada em Castelo Branco, cidade que acolheu este ano as comemorações oficias do 10 de Junho. Contudo, sublinhou, há razões de esperança e uma delas é, preci-

samente, a vitalidade das comunidades portuguesas que se encontram espalhadas por todo o mundo. “Isto constitui um capital que temos de saber aproveitar, na convicção de que o país pode contar com o apoio de todos os seus filhos para superar os desafios que enfrenta. Apelo, assim, aos Portugueses da Diáspora, que em outras ocasiões da História nunca faltaram com o seu auxílio, a que apoiem o nosso país”, sublinhou Cavaco Silva. Pedindo a todos os portugueses da diáspora para que acreditem em Portugal, Cavaco Silva notou que o país é “um destino com grandes potencialidades”, para onde pode ser canalizado o seu investimento, o talento e espí-

rito empreendedor. “Aquele que emigrou era, por natureza, um inconformista. Aspirava a mudar de vida, não se resignou. É esta nota de inconformismo e ambição que importa sublinhar como exemplo”, sustentou o Presidente da República. Repetindo um apelo que tem vindo a fazer desde o seu primeiro mandato em Belém, Cavaco Silva voltou a insistir na necessidade de Portugal reforçar os laços com os portugueses residentes no estrangeiro e com os luso-descendentes, lembrando que nunca se resignou “a um estado de afastamento mútuo e de ignorância recíproca entre Portugal e as suas comunidades no exterior”. “Neste contexto, a língua e a cultura portuguesa, bem como as

nossas tradições, devem ser acarinhadas, pois constituem um traço de identidade que nos irmana e aproxima, uma união que devemos cultivar e aprofundar”, referiu, considerando que “agora, numa altura difícil”, esse laços devem “como nunca” ser fortalecidos. “Portugal precisa de vós. Portugal precisa de todos os portugueses. De todos eles, de cada um deles, onde quer que se encontrem. Mesmo nas partes mais recônditas do globo, existem Portugueses talentosos e experientes que revelam uma extraordinária capacidade de adaptação às suas comunidades de acolhimento. Portugal necessita do seu contributo”, apelou.

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Nacional & Comunidades

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Eleições

“Bloco Central” vence na Europa

José Cesário assume a pasta da secretaria de Estado das Comunidades

O PSD alcançou pelos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa quase mais cinco mil votos do que nas legislativas de 2009, o que valeu a eleição de três deputados, somando assim um total de 108 mandatos. De acordo com os resultados divulgados no site http://entidades.mj.pt, da Direção-Geral da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram pelos círculos da emigração 13.364 votos, contra os 8.706 verificados em 2009 (mais 4.928). Em percentagem, o PSD alcançou nestes círculos 41,24 por cento dos votos e em 2009 34,18 por cento. A subida dos sociais-democratas verifica-se sobretudo no círculo Fora da Europa, onde passou de 4.736 para 8.323 votos. Nos dois círculos, o PS alcançou 30 por cento (9.918 votos), quando nas últimas legislativas teve 35,86 por cento, apesar de em 2009 ter conseguido menos votos (9.135). Na Europa, o PS ganha as eleições neste círculo eleitoral, apesar de algum sabor amargo da vitória. Saliente-se que este partido apenas ganhou em quatro círculos eleitorais: Europa, Beja, Évora e Setúbal.

José Cesário, deputado do PSD eleito pelos círculos de Viseu (1983-2005) e Fora da Europa (desde 2005), regressa com Pedro Passos Coelho à pasta das Comunidades portuguesas, cargo que já tinha assumido no governo de coligação liderado por Durão Barroso (2002-2004). Licenciado em gestão e administração escolar, com Pedro Santana Lopes transitou para a pasta da Administração Local. Nas legislativas de 05 de Junho Cesário foi reeleito pela terceira vez consecutiva deputado pelo círculo de Fora da Europa. Prestes a cumprir 53 anos, natural de Viseu, José Cesário assumiu a coordenação da campanha do PSD para as últimas eleições legislativas. O seu mandato como secretário de Estado das Comunidades ficou marcado pela reorganização da rede de consulados e pela associação do seu nome ao alegado favorecimento da filha do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Martins da Cruz no acesso ao ensino superior. Também ligado ao seu nome enquanto secretario de

Paulo Pisco (PS) e Carlos Gonçalves (PSD) voltam a representar o círculo eleitoral da Europa, isto, a representar os portugueses emigrantes no parlamento

Na Europa o PS contou com 7.204 votos (40,16%), enquanto em 2009 tinha alcançado 7.219 (43,02%). Já o PSD conseguiu melhorar o seu resultado, passando de 3970 votos (23,66%) em 2009, para 5311 (29,61%) em 2011. Neste círculo, o PS elegeu Paulo Pisco e o PSD Carlos Gonçalves, enquanto pelo círculo Fora da Europa os sociais-democratas elegeram José Cesário e Carlos Páscoa Gonçalves, os mesmos deputados eleitos nas últimas legislativas.

QUEM GANHOU? Analisando os resultados dos emigrantes, círculos eleitorais “Fora da Europa” e “Europa”, facilmente se pode verificar que os verdadeiros vencedores

foram os eleitores residentes na Alemanha que fizeram uso do seu direito de voto. Verificou-se que neste país apenas se registaram nove votos nulos, o que equivale a 0,29%, enquanto em França se contabilizaram 1365 (14,93%) votos nulos e na Suíça 513 (22,86%). Importa saudar todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para esclarecer melhor o eleitorado: os portugueses simpatizantes e apoiantes dos partidos políticos e as representações consulares que, através dos meios técnicos disponíveis (portais e redes sociais) contribuíram significativamente para informar a Comunidade Portuguesa, conseguindo assim superar o resultado obtido em 2009, quando se contabilizaram 455 votos nulos, o equivalente a 13,98%.

Composição do XIX Governo Constitucional

Em cima, da dir.: Primeiro-ministro: Pedro Passos Coelho, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Paulo Portas, Ministro de Estado e das Finanças :Vítor Gaspar, Ministro da Defesa Nacional: José Pedro Aguiar Branco, Ministro da Administração Interna: Miguel Macedo, Ministra da Justiça: Paula Teixeira da Cruz. Em baixo (e da dir.): Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: Miguel Relvas, Ministro da Economia e do Emprego: Álvaro Santos Pereira, Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: Assunção Cristas, Ministro da Saúde: Paulo Macedo, Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência: Nuno Crato e Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: Pedro Mota Soares.

Estado foi o encerramento do consulado em Osnabrück, que não se verificou devido à onda de protestos que o anúncio dessa medida conseguiu desencadear

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Por António Justo Alemanha à Frente da Revolução energética

Povo obriga a política a abandonar a energia atómica Alemanha determinou abandonar gradualmente a produção de energia até 2022, de modo, a partir de aí ver encerradas todas as suas centrais de energia atómica. A política determina assim, de maneira unânime, um marco miliário na viragem da política atómica. Depois da catástrofe de Fukushima, o povo alemão assustou de tal modo os diferentes partidos políticos que estes deram o seu aval à política antiatómica que os VERDES (partido ecológico) já há muito exigiam. Com a decisão dos partidos da coligação governamental CDU/CSU (Cristãos Democratas/ Cristãos Sociais) e a cedência do FDP (Liberais), inicia-se não só o abandono da energia nuclear mas também, com ele, o abandono do FDP da arena política alemã na sua qualidade, até agora, de terceira força para possibilitar coligações. O FDP fazia alternadamente coligação com o SPD e com a CDU/CSU conforme as relações

A

de maioria destes o permitiam. Os VERDES passarão a ser a terceira força partidária possibilitando coligações não só por razões aritméticas mas pelo facto da cor ecológica se encontrar cada vez mais forte também nos partidos conservadores. Até ao presente a política da energia atómica da CDU/CSU abria uma trincheira inultrapassável entre os conservadores e os VERDES que tornava impossível a sua coligação. A estreia duma coligação com os VERDES já se encontra à vista. O panorama político na Alemanha, a nível governamental mudarse-á radicalmente. Entretanto as bases dos VERDES, para não deixarem passar para a CDU/CSU a sua motivação principal, querem o abandono da energia nuclear já em 2017 e não querem que se reserve uma central de energia atómica em Stand-

by (como tecnologia de ponte) para casos imprevistos no fornecimento de energia. Os lobistas das finanças pro-

curam fomentar tempestades contra o novo curso da CDU/CSU. A indústria de energia atómica iniciou um processo jurídico contra o Governo exigindo indemnização pelo facto da determinação do encerramento das centrais atómicas.

Por seu lado os estados federados aprovaram o encerramento mas exigem ainda maior fomento da energia ecológica por parte do governo central. A decisão tomada pelo governo e pelos partidos acarreta consigo também alguns riscos. Nos invernos podem surgir problemas de abastecimento energético na Alemanha, no caso de a França não fornecer energia por precisar dela para satisfazer as próprias necessidades de consumo. O abandona da energia nuclear pode pressupor a fomentação de centrais eléctricas de carvão e com isto o problema da poluição com o CO2. Por outro lado, o preço da energia é um factor importante para a manutenção da localização das empresas. A Alemanha é um país com uma cultura de estabilidade e progresso tecnológico. Com a medida

radical que tomou, contra a energia atómica, a Alemanha abre as portas ao fomento de novas tecnologias, em favor dum mundo mais ecológico. A Itália, naturalmente, influenciada pelas decisões tomadas na Alemanha, já se declarou, no último referendo, contra a energia atómica. Naturalmente que em muitos países se levantarão os Velhos do Restelo, por razões financeiras, contra a política assumida pela Alemanha, principalmente aqueles que vêem a natureza e a humanidade como presa. A voz do povo da Alemanha tornou possível o que a economia e alguns políticos viam como impossível. Quando há uma vontade encontra-se sempre um caminho. A lição alemã mostra que quando o povo acorda as coisas se mudam, tornando-se possível o que se apregoa como impossível. A natureza e os pobres sofrem mais porque por todo o lado o povo continua a dormir, descansado com os analgésicos que a opinião publicada lhes injecta.

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Comunidade

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Eleições 2011

Partido Socialista vence na Alemanha O partido Socialista foi o partido mais votado pelos eleitores portugueses na Alemanha nas eleições realizadas no passado dia 5 de Junho. Apurados os votos. Os socialista na Alemanha arrecadaram 1358 votos, mais 38 votos do que em 2009 e que corresponde a 43,23 % (40,57 % em 2009). De salientar a subida do PS em relação a 2009, “isto apesar do desgaste de ser partido de governo e tendo ainda em conta os resultados alcançados pelo PS em Portugal”, disse-nos Nelson Rodrigues, candidato socialista pela Europa, que justifica ainda o bom resultado na Alemanha “ao excelente trabalho desenvolvido pelo deputado Paulo Pisco na passada legislatura”. Nelson Rodrigues manifesta tristeza “por a abstenção ser, mais uma vez, elevada, cerca de 70,69 %”, mas chamou a atenção para o aspecto positivo que foi a percentagem de votos nulos, cerca de 0,29% “muito menos do que em 2009 que rondou os 14%”. O candidato socialista diz ainda que os consulados

“devem unir esforços para aumentar e actualizar o número de recenseados de modo a que nas próximas eleições a participação seja mais significativa” Por sua vez, o PSD na Alemanha continua a ser a segunda força política e nestas eleições aumenta a sua votação de 916 votos (28,15%,) em 2009, para os 1244 votos (39,23%). A explicação para o aumento de votos que PSD teve pode ser encontrada no aumento novos eleitores onde este partido foi “beber”. De facto, em 2009 estavam inscritos 10.223 eleitores e em 2011 registavam-se 10.718, daí que os 328 votos que o PSD teve a mais deverão ter vindo desses novos eleitores já que o PS e CDS não descem. Temos assim que são estes os partidos que voltam a reeleger os dois únicos deputados pela Europa: Paulo Pisco, PS, e Carlos Gonçalves, PSD. Artur Amorim, residente em Estugarda, também candidato na lista do PSD pela Europa manifestou-se contente com os resultados obtidos na Ale-

manha: “Esperávamos subir em relação a 2009 e de facto registamos uma subida de cerca de 11,46 %, muito embora ainda sem ter conseguido o nossos objectivo que é ultrapassar o PS e ser o partido mais forte na Alemanha”, disse-nos o candidato do PSD. No que concerne aos outros partidos, os 200 votos (mais 44 do que em 2009) do CDS/PP atira-o para a terceira força política na Alemanha, ultrapassando os comunistas/verdes da CDU e o Bloco de Esquerda. A CDU, coligação de comunistas e verdes, perde 13 votos. Nesta eleições a CDU alcança 146 votos (4,65%) contra 159 votos (4,89) alcançados em 2009, o que contraria as boas perspectivas manifestadas por um dos seus elementos ao nosso jornal nas últimas eleições. Quanto ao Bloco de Esquerda (BE), este é o partido que mais desce. 81 votos (2.85%) conseguidos nestas eleições contra os 169 votos (5;19%) em 2009. O BE vê assim confirmada na Alemanha a tendência de descida abrupta registada em Portugal

Resultados na Alemanha PS

43,23%

PPD/PSD

39,61%

CDS-PP PCP-PEV B.E.

6,37% 4,65% 2,58%

146 votos 81 votos

0,99%

31 votos

PCTP/MRPP

0,32%

10 votos

PPM

0,29%

9 votos

MPT

0,29%

9 votos

PTP

0,22%

7 votos

MEP

0,19% 6 votos

P.H.

0,06% 2 votos

PND

0,06% 2 votos

PNR

0,06% 2 votos

EM BRANCO

0,80% 25 votos

NULOS

0,29%

Votantes

1.244 votos

200 votos

PAN

29,31%

1.358 votos

9 votos

Votantes: 3.141 Inscritos: 10,718 Fonte: legislativas2011.mj

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Centro Português de Euskirchen festeja o seu 45° aniversário O „Centro Português de Cultura e Desporto“ (CPCD) de Euskirchen festeja este ano o seu 45° aniversário, e é, segundo a informação da direcção do CPCD, a associação portuguesa mais velha na Europa, fundada por emigrantes portugueses. A ideia de fundar em Euskirchen uma associação para os emigrantes portugueses se poderem juntar e conviver, como se conhecia da pátria, das pequenas vilas e aldeias, surgiu durante um passeio no dia 30 de Maio de 1966. Uma ideia espontânea que se realizou passado pouco tempo sob o nome “Centro Português de Cultura e Desporto”. Ao longo destes 45 anos o CPCD de Euskirchen foi mantendo tradições portuguesas, como a celebração de festas tradicionais, noites de fado, noites de baile, apresentações de teatro, assim como almoços e jantares à portuguesa e a venda de produtos tradicionais portugueses. Além disso, muitos casamentos, baptizados e aniversários foram

festejados nas instalações do CPCD. No passado o CPCD também tinha um rancho, equipas de futebol masculinas e antes de surgir o interesse no futebol feminino, já o CPCD tinha uma equipa feminina. Mas, como em muitos centros portugueses, o rancho e as equipas de futebol desapareceram e o número de sócios foi diminuindo. Hoje o CPCD de Euskirchen sofre com falta de sócios, sobretudo com falta de sócios jovens. Dos quase 100 sócios que o CPCD de Euskirchen conta, por volta de metade são alemães, e juventude … pouca ou nenhuma. Enquanto nos anos 70 e 80 o CPCD era considerado um meio de encontro e de convívio por muitos jovens portugueses, hoje em dia a juventude portuguesa está mais integrada no sistema alemão e tem outros locais onde se encontra e para onde vai. À diminuição dos sócios e à falta de jovens para manterem o CPCD de Eus-

kirchen activo e vivo, juntase uma nova preocupação: a mudança do lugar do CPCD. Derivado a um intenso saneamento do bairro onde se encontrava o CPCD pela cidade, o CPCD de Euskirchen foi obrigado a procurar um novo lugar e mudar no mês de Junho. Uma vez que o CPCD foi durante 35 anos uma parte fixa, uma parte característica deste bairro, que lançou aqui as suas raízes, surge a preocupação e o medo da parte da direcção, que os sócios não acompanhem a mudança do CPCD e que este venha a ter que fechar as suas portas. Mas, apesar da fase difícil pela qual o CPCD de Euskirchen está a passar, devemos recordar e festejar com orgulho este grande aniversário de 45 anos, e lutar para que o CPCD de Euskirchen continue durante muitos e longos anos com as suas portas abertas e que se mantenha um lugar de tradição portuguesa. Elisabete Araújo Correspondente

Nelson Rodrigues quer juntar todos para formar comissão para o aumento do numero de recenseados Nelson Rodrigues, que foi candidato pelo PS às últimas eleições, anunciou no Facebook que irá sugerir aos partidos portugueses que tenham estrutura organizativa a criação de uma comissão “para realizar uma campanha pelo recenseamento dos portugueses que ainda não foram sensibilizados para se inscreverem nos cadernos eleitorais”. Nelson Rodrigues anuncia que a dita comissão deverá também integrar a Embaixada de Portugal em Berlim, os consulados portugueses, os Conselhos Consultivos junto dos consulados, os membros do Conselho da Comunidades Portuguesas e a ainda a Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA). “Na campanha (elei-

toral) encontramos muitos utentes que declaravam não ter obtido a informação por parte do Consulados” sobre o recenseamento, diz Nelson Rodrigues, que acrescenta ser. “uma tarefa de toda a Comunidade aumentar o número de recenseamentos. Tem que ser um empenho de todos!”, exorta. Recorde-se que na Alemanha estão recenseados 10.718 eleitores num universo de cerca de 130.000 portugueses.

Há ainda um outro pormenor de não menos importância e que tem a ver com credibilidade dos cadernos eleitores, isto é, com a sua actualização. A este propósito o PORTUGAL POST foi informado por um membro de um partido que de cem cartas enviadas para endereços dos cadernos eleitorais para a região de Hessen – Frankfurt e arredores -, oitenta vieram devolvidas.

FALECEU João Manuel Horta (02.11.1932 - 13.05.2011) Pai do nosso colaborador e amigo António Horta, Gelsenkirchen, a quem apresentamos os nossos sentidos pêsames.


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Comunidade

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

Centro Português de Fellbach

A colectividade de Felbach continua a surpreender tudo e todos pela qualidade dos eventos O Centro vai realizar a terceira edição da Festa do Verão, a 10 do corrente, no parque da associação. A dinâmica imprimida pela direcção do Centro Português de Fellbach, nos arredores de Stuttgart, não abranda o ritmo e sustenta iniciativas de muito mérito social e clara eficácia cultural. Depois de uma prova de Vinhos da Península de Setúbal e de uma vitoriosa participação num Concurso Gastronómico integrado nas festas da cidade, o Centro vai realizar a terceira edição da Festa do Verão, a 10 do corrente, no parque da associação. Em declarações ao P.P., o presidente da direcção , José Loureiro, teve a oportunidade de informar que os actuais corpos directivos decidiram continuar em funções até Janeiro de 2012. Paralelamente, o responsável máximo da grande colectividade realçou o mérito da conquista do 1° lugar no Concurso Gastronómico da Festa Internacional da cidade de Fellbach. Trata-se, com efeito, de um feito muito prestigiante e que vem na hora exacta, adiantou-nos. O petisco proposto pelo

Centro foi um prato de bolos/pastéis de bacalhau decorado e com acompanhamento de salada variada à lusitana. Dez colectividades da cidade representativas de outras dez Comunidades estrangeiras submeteram-se ao Concurso, efectuado no decorrer da XXXVI edição do certame da autarquia de Fellbach. Quatro cozinheiros profissionais „escolheram“ o célebre petisco português., que constituiu uma das mais apreciadas iguarias confeccionados pelos associados/as do Centro lusitano. A prova de Vinhos da Peninsula de Setúbal - que decorreu a 11 do passado mês de Junho apresentou vinhos de Palmela e do Poceirão produzidos pela nova geração de vitivinicultores da zona. Como existem os Douro boys, surgiram os Setúbal boys e girls que tentam fazer o melhor dos néctares numa região muito rica e poderosa liderada pelos „veteranos“ Quinta da Bacalhoa e José Maria da Fonseca. O Centro associou-se a esta iniciativa com alma e co-

ração, oferecendo aperitivos e um jantar aos três vitivinicultores arrojados - representando a Sota, de Domingos Damasceno de Carvalho e a casa agrícola Assis Lobo, assessorados pela agência de Eventos Força Motriz. Todas estas iniciativas destacam o Centro Português de Fellbach como uma instituição privada de Mérito Social e Cultural. O grande reconhecimento das autoridades máximas da autarquia alemã onde se radicam, o interesse e atenção que suscitam nas élites lusas locais e nas autoridades consulares e religiosas nacionais, projectam a Colectividade para um patamar de alto prestígio e exemplar modelo. A qualidade das iniciativas já realizadas e o potencial em possível preparação no futuro, podem servir de projecto pioneiro para o processo de democratização e independência que se perfila como desafio urgente perante a generalidade do Movimento Associativo nacional na Alemanha. FAR

Emigrantes na Alemanha preocupados com situação do ensino e fecho de associações Os emigrantes na Alemanha continuam preocupados com a situação do ensino do Português e com o encerramento de associações, e esperam mais apoio de Lisboa para solucionar estes problemas, seja qual for o futuro Governo. “Estamos muito apreensivos com a eventual redução de cursos de língua portuguesa”, sublinhou Vítor Estradas, presidente da Confederação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA). “Se as nossas crianças não aprenderem Português, e se desligarem de Portugal, o país perderá verdadeiros embaixadores no estrangeiro”, advertiu o mesmo dirigente associativo. Jorge Rita, um emigrante radicado em Estugarda, também sublinhou a importância do ensino da língua materna, mas acha que não pode ser só o Governo a assumir responsabilidades, apelando a um

maior empenho dos encarregados de educação. “Temos de ser realistas, não pode haver escolas portuguesas em todo o lado, talvez tenha de se exigir maior participação financeira dos pais, mais amor à camisola”, disse o técnico da Mercedes, recordando que o seu pai, emigrante da primeira hora, foi o fundador da primeira escola portuguesa em Estugarda. Já Maria João Manso referiu que, em sua opinião, o ensino paralelo da língua materna aos lusodescendentes “não é a melhor solução, torna-se muito cansativo e pouco motivador para eles”, defendendo a abertura de mais escolas de ensino integrado, como as que existem em Berlim e Hamburgo. “Trabalhei no ensino paralelo, continuo a acompanhar a situação, tenho lá professores amigos, e acho que piorou muito”, constatou ainda esta professora universitária radicada em Berlim. Outro dos grandes problemas com que a comunidade portuguesa na Alemanha se debate é o encerramento de muitas associações, por falta de quadros ou de

meios financeiros. “As associações estão a ser desprezadas por Lisboa, devia haver um esforço maior para evitar que acabem, e não me refiro apenas a apoios financeiros, estou a falar também de apoio técnico”, afirmou Vítor Estradas. Os inquiridos pela Lusa foram unânimes em afirmar que a propaganda eleitoral para eleições lhes tem chegado de forma mais eficaz do que em actos eleitorais anteriores, sobretudo via correio electrónico, embora alertem que nem todos recorrem a esta forma de comunicação. No entanto, continuam a dizer que os emigrantes são muito esquecidos pelo país, “só aparecem na publicidade dos bancos, mas não nos noticiários da televisão, que preferem transmitir programas de culinária”, criticou Jorge Rita. Vítor Estradas, por sua vez, sublinhou que os emigrantes já provaram que Portugal pode contar com eles, em tempos de crise e não só, “mas é preciso também saber se os emigrantes podem contar com Portugal”, advertiu. Francisco Assunção

Associação União Lusitana está de parabéns A Associação União Lusitana Rhein Neckar, por alguns conhecida por Centro Português de Weinheim, está de parabéns por mais um aniversário que cumpriu no passado vinte de Junho, comemorando assim treze anos de vida. Sou sócio desde 2007, aos poucos aprendi a gostar da casa e das suas gentes .Um ano após fui convidado a fazer parte de uma direcção, convite que não aceitei, talvez por hesitação ou insegurança. Hoje penso que poderia e deveria ter integrado aquela Direcção. Em 2009, fui eleito para servir a Associação como Vice-presidente durante dois anos. Isto tudo para dizer que hoje conheço melhor a casa , os seus sócios e amigos e não podia deixar de exprimir em nome de muitos sócios o reconhecimento e apreço para com todos aqueles que trabalham desde ou mesmo antes da Fundação em 1998, no intuito de dar vida ao que hoje somos. Organizando bailes, festas angariando verbas para alugar uma casa e pouco a pouco equipar aquelas que são hoje as nossas instalações e assim melhor servir os nossos sócios. Algumas destas pessoas e 13 anos depois ainda continuam a trabalhar por carolice para a casa. Penso que temos alguns dos melhores sócios do mundo! Há pessoas a fazer serviços ao bar há três anos consecutivos e não atiram a toalha ao chão. Temos uma direcção jovem, mas que prima por manter as festas já com tradição na nossa

casa ao longo destes anos, os bons petiscos à portuguesa no nosso bar e sempre a tentar inovar com novos eventos para que os sócios participem activamente. Exemplo disso é a página sempre actual no Facebook com toda a informação sobre o que se passa na associação. Ao longo destes anos temos contado também com o apoio de vários patrocinadores, os quais em muito tem contribuído para a realização de muitos eventos desportivos, culturais e recreativos. A todos eles o nosso sincero agradecimento, pois sem eles seria tudo muito mais difícil. Nos dias que correm, em que tanto se escreve e se fala da crise do associativismo na Alemanha, lá nos vamos mantendo ao longo dos anos com espírito de sacrifício e passando por algumas dificuldades, principalmente quando chega todos os anos a altura das eleições em que é sempre muito difícil arranjar sócios disponíveis para novas Direcções. Mas vamos conseguindo levar avante os nossos objectivos, servir os nossos sócios e a comunidade em geral. Parabéns, União Lusitana, continua assim, já só faltam 12 anos para as bodas de prata! O texto já vai longo fica muito mais por contar. Estamos todos de Parabéns Por fim a palavra Saudade pelos sócios que já partiram, mas que ficarão sempre no nosso coração. Vitor Lima

FC Porto Estagia em Marienfeld de 7 a 17 de Julho Os alemães do FC Gutersloh e do Borussia Mönchengladbach são adversários da equipa de futebol do FC Porto na pré-temporada de 2011/2012, anunciou o clube portista no seu sítio oficial. O clube anunciou que a equipa prinicipal irá estagiar em Marienfeld, Alemanha, de 7 a 17 de Julho. Nesse período, os “dragões” defrontam o FC Gutersloh, a 10 de Julho, no Heidewaldstadion, a partir das 19:30. A finalizar a estadia em solo germânico, mais precisamente a 16 de julho, o FC Porto defronta, no mesmo horário, o Borussia Mönchengladbach, no Niederrheinstadion, em Oberhausen.


Comunidade

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Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück comemorou o 10 de Junho com a Comunidade Portuguesa de Bremerhaven Bremerhaven foi a cidade escolhida pelo Vice-Cônsul de Portugal, Manuel Correia da Silva, para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Às 16.30 horas, ao chegar, deu uma entrevista à rádio portuguesa de Bremerhaven, que funciona aos domingos e pode ser ouvido via internet (www.vagueira.com). No sua breve saudação o ViceCônsul dirigiu-se a todos os Portugueses e sublinhou “tratar-se de uma data fundamental, em que Portugal se reencontra consigo mesmo para celebrar a memória do seu maior poeta e para saudar as Comunidades Portuguesas espalhadas por todo o mundo.” Depois o Vice-Cônsul juntouse à Comunidade Portuguesa, visivelmente sensibilizada por o representante do Estado Português ter optado por comemorar com eles o “10 de Junho”. O evento ocorreu num vasto recinto, repleto de portugueses e alguns alemães, em frente ao Clube dos Trabalhadores Portugueses de Bremerhaven. Sardinhas, febras, vinho e cerveja portuguesa, dois ranchos folclóricos e dois conjuntos musicais contribuíram no sábado para animar as celebrações do Dia de Portugal

em Bremerhaven. Num ambiante de perfeita harmonia, os ranchos folclóricos convidaram mesmo o Vice-Cônsul a dançar com eles. Após o rancho folclórico, as celebrações continuarem na sede do Clube dos Trabalhadores Portugueses de Bremerhaven. A noite foi abrilhantada com música popular portuguesa dos grupos “Sol Nascente” de Cuxhaven e o grupo “Os Metralhas “ de Bremerhaven. No seu discurso, o Vice-Cônsul agradeceu aos responsáveis do Clube dos Trabalhadores Portugueses em Bremerhaven e aos membros dos Ranchos Foclóricos e dos Grupos Musicais o excelente dia proporcionado aos presentes. Declarou-se convicto em que esse “Dia de Portugal” coincidisse com o fim da situação financeira com que Portugal se debate. Lembrou que “a Comunidade Portuguesa residente fora de Portugal não estava indiferente à situação actualmente vivida em Portugal, estando ciente que todos os portugueses poderiam contribuir para ajudar a Pátria a recuperar o mais rapidamente possível.” No seu discurso o Senhor ViceCônsul salientou que Portugal era um país desenvolvido e um autêntico paraíso. Lamentou que mui-

O Dia de Portugal em Bremenhaven organizado Clube dos Trabalhadores Portugueses de Bremerhaven foi uma manifestação de cultura lusa tos jovens Portugueses que passam as férias noutros países, não obtem pela variedade de cenários que lhe proporcionaria Portugal de Norte a Sul, do qual apenas conhecem o local de origem fami-

liar. Manuel Correia da Silva lançou a ideia de ”ajudar Portugal” ao escolhê-lo como destino de férias. Ao Portugal Post o Vice-Cônsul confirmou ter sido um dia muito agradável, afirmando que

Bremerhaven era uma cidade “bem portuguesa”, com várias casas portuguesas e também alguns empresários de sucesso, com os quais mantém contactos promissores.

3 perguntas a... Maria Manuel Durão, Cônsul-Geral de Portugal em Düsseldorf

“As nossas procupações são o ensino da língua portuguesa e a situação do movimento associativo”

Cônsul-Geral de Portugal em Düsseldorf, Maria Manuel Durão

Após o tempo em que está à frente do posto, que balanço pode fazer sobre as preocupações e as necessidades com que os portu-

gueses nesta área se debatem e como é que o consulado pode contribuir para as minorar? As duas principais preocupações que a comunidade portuguesa me tem vindo a transmitir ao longo destes oito meses relacionam-se com o ensino da língua portuguesa e a situação do movimento associativo. Penso que terá de haver uma coordenação de esforços para ultrapassar as dificuldades subsistentes e, nesse sentido, tenho estado em contacto estreito com as várias entidades envolvidas nestas duas áreas, tendo sido organizadas, para esse efeito, reuniões no Consulado. Penso que existe vontade por parte de todos em melhorar a situação existente. Houve alterações ou me-

lhorias no que diz respeito aos serviços consulares? E se não, em que é que o consulado poderia melhorar para melhor atender os utentes? E Já agora, que iniciativas promove o consulado para aumentar o número de recenseados? Por parte de todos os funcionários, sem excepção, do Consulado-Geral de Düsseldorf existe uma preocupação constante de melhorar o atendimento ao público e proporcionar um serviço mais eficaz aos utentes. Nesse sentido, vamos procedendo a pequenos ajustamentos internos, à medida que se constata que determinado procedimento pode, por exemplo, contribuir para reduzir o tempo de espera dos utentes. Não têm, contudo,

sido necessárias grandes alterações, tudo tem decorrido de uma forma global bastante bem. No que respeita ao recenseamento eleitoral, este tem merecido por parte do Consulado toda a atenção, nomeadamente em termos de divulgação e sensibilização dos utentes para a importância de se inscrever. Que lhe apraz dizer sobre o movimento associativo num momento em parece inevitável o fim de muitas associações criadas há 30 ou mais anos? Que solução pode ser encontrada para este problema? O movimento associativo está a defrontar, de facto, algumas dificuldades, mas penso que pode e deve continuar a de-

sempenhar um papel importante para a nossa comunidade. Tenho vindo a abordar este assunto regularmente no âmbito do Conselho Consultivo e com dirigentes associativos e estamos a reflectir sobre qual a melhor forma de proceder para o ajudar a recuperar o seu dinamismo. Para isso é necessário a vontade de todos, e nomeadamente dos mais jovens. Todas as contribuições a este respeito são bem-vindas. Aproveito para informar que o Conselho Consultivo do Consulado-Geral de Düsseldorf criou um blog - http://ccdusseldorf.blogspot.com - no qual aguardamos os comentários e opiniões que a comunidade portuguesa nos quiser transmitir sobre esta e outras matérias.


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Entrevista com Daniel Cohn-Bendit

Sonae Sierra investe em novo centro comercial na Alemanha

Portugal colocou-se numa “posição esquizofrénica” Os portugueses colocaramse numa „posição esquizofrénica“ ao votarem contra as políticas do governo socialista e por terem elegido um partido que já anunciou que pretende reforçar as medidas de austeridade, considera o eurodeputado Daniel Cohn-Bendit. Em entrevista à Lusa, CohnBendit, figura emblemática do Maio de 68 e actual líder da bancada verde no Parlamento Europeu lamenta a „falta de consenso“ que existe no país para atacar os problemas estruturais e considera que as tensões sociais podem aumentar caso o novo governo não consiga „construir consensos“. Como viu o pedido de resgate de Portugal? „Penso que essa evolução era previsível...tal como a Grécia e Irlanda, Portugal estava dependente dos mercados e foi alvo de uma especulação muito forte. Os problemas estruturais são certamente resultado das políticas erradas que foram implementadas pelos governos - no plural – durante a última década. Mas a forte especulação tornou quase impossível que o país conseguisse sair dessa situação pelo seu próprio pé“. A ajuda externa resolve o problema? „Vai contribuir para estabilizar a situação [da especulação]. Se deveria ter sido pedida mais cedo, não sei. As coisas agora são como são, e é preciso encontrar soluções“. Qual é, em seu ver, o caminho?

„A solução passa por uma maior disciplina na despesa e pela criação de uma nova dinâmica. O grande problema – e isso vê-se na Grécia – é que uma transformação de fundo é algo muito difícil de se alcançar, porque também pressupõe uma aceitação por parte da sociedade, que não se consegue com um, dois ou três pacotes de austeridade ou aumento de impostos. O problema é que, tal como na Grécia, não existe na sociedade portuguesa consenso quanto aos passos que devem ser tomados, nem uma visão concreta sobre que tipo de medidas positivas podem ser implementadas, além da política de austeridade“. Em varias ocasiões criticou a forma „hipócrita“ como a Europa lidou com os pedidos de ajuda externa… A grande questão que se coloca é até que ponto a UE pode estender o prazo de pagamento da dívida para permitir que socieda-

des, como a portuguesa ou a grega, tenham uma hipótese de recuperar essa dinâmica (…) que voltem a confiar no Estado e percebem que é preciso arregaçar as mangas“. Que análise faz dos resultados eleitorais? R: „Os portugueses estavam insatisfeitos com um governo que impôs medidas que não caíram bem, mas depois votaram num partido que já anunciara que era favorável a uma austeridade ainda mais radical. As pessoas não deixaram cair o governo de Sócrates por ter feito pouco… esse é o problema. Portugal colocou-se numa posição esquizofrénica. E o problema do novo governo é que não conta com um apoio alargado na sociedade, isto quando tem de implementar uma austeridade dura e que não oferece grandes perspectivas. Antevejo grandes tensões sociais se este governo não for capaz de construir consensos“.

Angela Merkel felicita Passos Coelho pela vitória e promete apoio ativo „no caminho das reformas“ AA chanceler alemã, Angela Merkel, felicitou o líder do PSD pela vitória nas eleições legislativas, prometendo a Pedro Passos Coelho apoio activo „no caminho das reformas“, anunciou embaixada da Alemanha em Lisboa. „Também no futuro, a Ale-

manha continuará a apoiar activamente vossa excelência no caminho das reformas. Será um prazer cooperar com vossa excelência“, escreveu Angela Merkel no telegrama enviado a Passos Coelho, segundo a embaixada. De acordo com a nota da em-

baixada, Merkel desejou ainda a Passos Coelho, nos „tempos difíceis“ que Portugal atravessa, „a prudência, a perseverança e uma mão hábil para o futuro exercício da função de primeiro-ministro e para a implementação das reformas previstas“.

A Sonae Sierra anunciou uma ‘joint-venture’ com a MBA Development para o desenvolvimento do projecto de um centro comercial em Solingen, na Alemanha, um investimento de 120 milhões de euros cuja construção arrancará este verão. Em comunicado, a Sonae Sierra, empresa da ‘holding’ Sonae especialista em centros comerciais, anunciou que foi constituída a empresa Solingen Shopping Center GmbH, com o capital divido em partes iguais pelos dois parceiros, que adquiriram o antigo edifício Karstadt à HLG/Movesta. “O novo centro comercial, conhecido como projeto Hofgarten, está localizado no coração da cidade, na antiga zona de Karstadt, onde está planeada a construção de um centro comercial de três pisos num terreno de 13.000 metros quadrados”, adiantou a empresa que assim passará a ter quatro projectos em construção (dois no Brasil e um em Itália). Em comunicado, a empresa liderada por Fernando Guedes de Oliveira adiantou que a abertura do novo centro comercial está prevista para o final de 2013 ou início de 2014, acrescentando que “a cidade de Solingen representa uma grande oportunidade para o ren-

ascimento de um moderno e sustentável destino de compras e de lazer que permitirá a revitalização de uma parte considerável da baixa da cidade”. Segundo o presidente executivo da Sonae Sierra, “este projeto irá representar outro importante passo no compromisso de desenvolver produtos de alta qualidade para o mercado alemão”. A Sonae Sierra é proprietária de 49 centros comerciais em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Grécia, Roménia e Brasil, e tem vindo a apostar na prestação de serviços a terceiros em Chipre, Sérvia, Marrocos e Colômbia. Atualmente, a empresa tem três projetos em construção (Boulevard Londrina Shopping, Uberlândia Shopping, ambos no Brasil, e Le Terrazze, em Itália), e sete novos projetos em diferentes fases de desenvolvimento em Portugal, Itália, Alemanha, Grécia, Roménia e Brasil.

Alemanha:

Governo prepara redução de impostos da ordem dos 10 mil milhões de euros O Governo alemão deverá anunciar uma redução de impostos da ordem dos 10 mil milhões de euros no princípio de Julho, que incidirá, sobretudo, sobre rendimentos baixos e médios, confirmaram várias fontes do executivo. O matutino Financial Times Deutschland já tinha anunciado que a chanceler Angela Merkel, face à melhoria da situação económica, prometeu ao seu parceiro de coligação, os liberais do FDP, uma baixa dos impostos antes das legislativas de 2013. O porta-voz do executivo, Steffen Seibert, já tinha admitido a jornalistas em Berlim que a habitual ronda dos partidos da coligação de centro direita a realizar antes das férias de verão deveria debater uma eventual redução de impostos. “No âmbito da redução da dívida pública, há alguma margem de manobra para aliviar rendi-

mentos mais baixos e rendimentos médios”, adiantou Seibert. O líder parlamentar dos democratas cristãos, Volker Kauder, disse na televisão pública ARD que “a boa situação económica dá margem para descer os impostos“. Em queda nas sondagens desde as legislativas de 2009, em que obtiveram 14,6 por cento dos votos, o que lhes permitiu regressar ao governo federal, os Liberais têm exigido uma reforma fiscal na Alemanha, que já fazia parte do seu programa eleitoral. Uma tal reforma carece, no entanto, da aprovação do Bundesrat (Conselho Federal), segunda câmara legislativa formada por representantes dos 16 Estados federados, na qual os partidos da coligação perderam entretanto a maioria absoluta, na sequência dos vários desaires deste ano em eleições regionais. FA

Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência


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PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011 PUB

Promoção dos vinhos da Península de Setúbal em Estugarda coroado de êxito Durante dois dias, três produtores de vinho estiveram em Estugarda para dar a conhecer as suas produções no mercado de Baden-Württemberg. Este estado alemão, onde a industria automóvel tem fortes tradições graças a presença de fabricas da Mercedes e da Porsche, oferece aos vinhos portugueses boas oportunidades de penetração como puderam constatar os representantes da Casa Assis Lobo, Casa Agricola Horácio Simões e Damasceno. Esta primeira abordagem ao mercado suábio teve o suporte institucional do Consulado Geral de Portugal de Estugarda. No passado dia 10 de Junho realizou-se no Consulado Geral de Portugal em Estugarda uma prova orientada de vinhos da Península de Setubal, com a presença de importadores, distribuidores especializados e empresários de restauração do Baden-Wurtenberg. Em prova estiveram 20 refe-

rências entre brancos, tintos e licorosos, apresentados por Vera Casanova, da Damasceno, Pedro Camacho Simões, da Casa Agrícola Horácio Simões, e Rui Assis Lobo, da Casa Agrícola Assis Lobo. No final da sessão o cônsul de Portugal, Manuel Gomes Samuel, mostrou-se agradado com a receptividade que os vinhos da Península de Setúbal tiveram entre os profissionais alemães. Também a 10 de Junho, e já no âmbito das comemorações oficiais do Dia de Portugal e de Camões, houve uma apresentação dos vinhos das três casas da região de Setúbal para cerca de 200 convidados no Consulado, onde foram estabelecidos contactos com dirigentes e empresários da Comunidade Portuguesa. No sábado, dia 11 de Junho, os produtores estiveram no Centro Português de Fellbach. Nesta deslocação à Alemanha os produtores da região de Setúbal tiveram o apoio da Casa das Tortas de Azeitão e da Ambiqueijo,

permitindo a degustação de tortas e de queijos de Azeitão nas comemorações do Dia de Portugal. Artur Amorim, quadro do BKM e dirigente associativo na Alemanha, que foi um dos promotores da iniciativa, relevou a importância da continuidade deste de acções para a implantação dos produtos nacionais no mercado alemão. Neste momento decorrem negociações para a realização de novas acções, no âmbito das actividades organizadas pelas representações diplomáticas nacionais. Está também prevista a organização de uma apresentação dentro de um dos grandes construtores automóveis. Os produtores que integraram esta primeira incursão conjunta da região de Setúbal na Alemanha, organizada pela Força Motriz com o apoio da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, pretendem integrar iniciativas futuras, dado o sucesso desta visita no plano comercial e dos contactos. PUB

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www.freibad-sythen.de

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Media

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Diário de Lisboa regressa uma vez por ano para manter viva memória de jornal de referência O Diário de Lisboa acabou em 1990, mas o título permanece activo e em família. Os herdeiros lançam anualmente uma edição por motivos legais, para proteger o título da "usurpação da sua memória", mas também para chegar a novos públicos. O Diário de Lisboa saiu para as bancas a 21 de abril de 1921 e acabou a 30 de Novembro de 1990. Foi considerado um jornal de referência durante sete décadas, cobrindo assim uma parte importante da História de Portugal e do Mundo do século XX. António Ruella Ramos, fundador do Expresso e ex-director do Diário de Lisboa, mantinha nos últimos anos a tradição de editar um número por ano, o que se verificou até à sua morte, em 2009. O jornal "era um espaço de liberdade na imprensa mesmo sob ditadura", diz João Pacheco, herdeiro actual do título em conjunto com a irmão, Rosa Ruela, sobrinhos de Ruella Ramos. Ambos são jornalistas e querem

mostrar aos portugueses o que foi o Diário de Lisboa: hoje sai para as ruas uma edição de 500 exemplares em papel do título, bem como dos suplementos Sempre Fixe, mais virado para o humor, e Diário Ilustrado, centrado, como o nome indica, em ilustrações. Manter o título vivo, dizem, é impedir que este "seja utilizado com fins políticos ou publicitários". É protegê-lo da "usurpação da sua memória", conservá-lo disponível como objecto histórico "sem que seja manchado pela atualidade". O ideal, acrescentam, é que potencie os leitores a procurar o arquivo do Diário de Lisboa, integralmente disponível na Internet na página da Fundação Mário Soares (http:/ /www.fmsoares.pt). A relação que ambos têm com a memória do jornal é forçosamente diferente da que se tem com um "carro que se comprou" e depois se troca: "é uma parte da família. é como um tio ou avô que já morreu mas não

queremos que a sua memória seja estragada", diz João Pacheco. A edição de 2011 do jornal,

que a partir pode ser encontrado nalguns quiosques de Lisboa, integra um misto de "conteúdos actuais e de arquivo", porque "é

importante mostrar alguma coisa" do passado do título. O Diário de Lisboa de 2011 estará disponível em breve na Internet, "mas claro que o papel é outra coisa", não hesita em afirmar Rosa Ruela, jornalista da revista Visão. "Deu um gozo bestial ir à Lisgráfica e ver os nossos 500 modestos exemplares amontoados num canto no meio daquelas rotativas gigantes e daquelas tiragens de milhares [de exemplares]", diz . Todos os anos, manda a lei, o jornal tem de sair pelo menos uma vez para o título não ficar disponível. "Para o ano cá estaremos", diz Rosa Ruela, e o objectivo será o de sempre: preservar a memória de um título que contou ao longo da sua história com textos de nomes como Fernando Pessoa, Fernando Assis Pacheco, José Saramago, Luís Sttau Monteiro, Eduardo Prado Coelho e Fernando Dacosta, entre muitos outros.

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Economia

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Berlim quer facilitar a entrada de profissionais especializados no país O governo da Alemanha aprovou um plano para facilitar a integração de profissionais estrangeiros no mercado de trabalho alemão. O documento, de 32 páginas, prevê, entre outros, uma redução dos entraves à entrada de profissionais especializados do exterior na Alemanha. O documento aprovado pelo gabinete da chanceler Angela Merkel é tema de discussões entre membros do governo e representantes do mercado laboral, antes de uma possível transformação em projecto de lei. Berlim pretende, com o plano, não só atrair profissionais qualificados da União Europeia (UE), mas também mão de obra qualificada de fora das fronteiras da união. Entre outras mudanças, há planos de empresas que estão dispostas a empregar engenheiros ou médicos de países não pertencentes à União Europeia. A prioridade do governo Merkel deve continuar a ser os desempregados alemães. Os obstáculos para a entrada de trabalhadores estrangeiros na Alemanha devem ser reduzidos numa segunda etapa. O plano inclui também medidas para facilitar a harmonização da vida profissional e familiar, reforçar a integração de trabalhadores mais velhos e de desempregados no mercado laboral, assim como facilitar o ingresso dos jovens à carreira profissional. A principal potência económica da Europa ressente-se de

uma crescente falta de mão de obra qualificada. O governo alemão estima que o número de pessoas economicamente activas diminuirá em 6,5 milhões nos próximos 15 anos. „Temos um milhão de vagas, e faltam principalmente engenheiros e médicos“, disse a ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen, numa entrevista à ARD. Von der Leyen sinalizou a intenção de reduzir o nível salarial mínimo exigido para que trabalhadores de países de fora da UE possam obter visto de trabalho para a Alemanha – dos actuais 66 mil euros para 40 mil anuais. „Mas esta é uma reivindicação que será, com certeza, debatida intensamente nas próximas semanas“, reconheceu a ministra. Os planos do gabinete de Mer-

kel já encontram resistência de sindicatos e mesmo dentro da própria coligação governamental. A União Social Cristã (CSU), partido que integra o governo Merkel, é contra alterar os rendimebtos mínimos exigidos para estrangeiros e qualifica a alternativa como „desnecessária“. Michael Sommer, presidente da DGB, argumenta de forma semelhante. „Antes de se pensar sobre a imigração, temos que esgotar o potencial aqui na Alemanha“, disse. Sommer acusou, ainda, o governo alemão de ceder à pressão do empresariado. „O apelo para pôr limites de rendimentos mais baixos, tem apenas um objectivo: os empresários querem profissionais qualificados mais baratos“, protestou. DW e agências

Economia alemã deverá crescer 4% em 2011 e igualar marca de A economia alemã deverá crescer quatro por cento em 2011, igualando assim o melhor resultado dos últimos 20 anos, averbado em 1991, segundo um prognóstico divulgado pelo Instituto de Macroeconomia e Pesquisa da Conjuntura (IMK). Em 2010, o Produto Interno Bruto da Alemanha aumentou 3,7 por cento, depois de no ano anterior ter tido uma quebra de cinco por cento, devido à crise económica e financeira internacional desencadeada em finais de 2008 pela falência do banco norte-americano Lehmann Brothers. Outros institutos de economia prevêm um crescimento de 3,7 por cento do PIB alemão para 2011, mas o IMK, um centro de pesquisa próximo dos sindicatos, está mais optimista. Na sua anterior previsão, publicada em Abril, o IMK tinha apontado ainda para um crescimento económico de 2,7 por cento neste ano, mas o inesperado incremento do PIB no primeiro trimestre levaram o instituto sedeado em Dusseldorf a corrigir a sua previsão em alta. Para 2012, o IMK prevê um crescimento económico de 2,3 por cento, depois de em Abril ter prognosticado um aumento do PIB de 1,7 por cento. Segundo o director do IMK, Gustav Horn, as boas perspectivas assentam sobretudo no aumento das exportações, que deverá atingir 8,9 por cento em 2011.

Quanto às importações, deverão aumentar 6,6 por cento no mesmo período, disse Horn em Berlim. “A economia está a crescer de forma mais equilibrada do que na última década, e já não dependemos tanto das exportações”, sublinhou o chefe do IMK. Assim, ao contrário do que sucedeu nos últimos anos, o consumo privado volta a ser um dos motores da retoma alemã, e deverá registar um aumento de 1,7 por cento em 2011, a maior subida dos últimos 10 anos. Quanto a 2012, os gastos com o consumo deverão manter-se ao mesmo nível, com uma subida de 1,3 por cento, sobretudo devido à evolução positiva do mercado de trabalho, referiu Horn. A crise das dívidas soberanas nos chamados países periféricos da zona euro constitui, no entanto, o maior risco para a retoma da economia alemã, segundo o mesmo investigador. “Na Grécia, em Portugal e na Irlanda a evolução económica continua instável, mas também a Itália e na Espanha deverá haver um fraco crescimento económico em 2011 e em 2012”, disse Horn. O preço das matérias-primas no mercado internacional poderá também comprometer o crescimento da maior economia da zona euro, se se mantiver a tendência de subida, adiantou ainda o director do IMK. FA

Restaurante Português Zum Freibad Sythen – Haltern

Um local aprazível para passar um dia em cheio A cerca de 30 quilómetros de Dortmund e a 50 de Münster, Sythen Haltern am See é uma localidade bucólica, com lagos e área campestre que faz atrair muitos visitantes para um passeio familiar e repousante. É inserido no complexo da piscina local, também ela rodeada de espaços verdes, que se encontra o conhecido Restaurante Português Zum Freibad Sythen Haltern, restaurante que é frequentado por aqueles que procuram a piscina para um dia de banhos. Aliás, do terraço do restaurante, onde se pode almoçar descansado, avistase a piscina e o grande escorrega de água que é um passatempo que ocupa jovens e crianças. Diga-se que o Restaurante Português tem, para além da esplanada-terraço, capacidade para cerca de setenta comensais. Para as famílias que o visitam, uma das vantagens deste restaurante é que as crianças não estão presas à mesa. A pequenada pode escolher

a piscina ou os espaços verdes para se entreter enquanto os adultos, descansados, almoçam ou convivem. E se não fosse este motivo já de si uma atracção para ter este restaurante nos seus roteiros dos domingos ou dias de férias, o Restaurante Português tem a ainda a vantagem de ter à sua espera pratos de cozinha tradicional portuguesa apetecíveis. Assim, os grelhados a carvão de carne e peixe, destacando-se o frango na brasa são já de si dois motivos para uma visita. E que dizer ainda das Gambas à Casa que podem, num dia de sol, ser saboreadas no terraço aprazível, isto para não falar dos restantes pratos como, por exemplo, o Cozido à Portuguesa. Para a criançada, e não só, a gelataria S.Remo Haltern fornece os verdadeiros gelados italianos para completar a sobremesa. Se está de férias e fica por aqui, já sabe que tem um local para pas-

Cista aérea do Restaurante e da piscina sar um dia e gozar do descanso que merece. Caso contrario, pode levar os seus amigos e familiares para festejar qualquer evento, nem que seja a vida.

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Não se esqueça de fazer a reserva de mesa: 02364 9499250. Restaurante Português Zum Freibad Sythen - Haltern Brinkweg. 11 45721 Sythen Haltern am See


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Consultório Miguel Krag, Advogado Portugal Haus Büschstr.7 20354 Hamburgo Leopoldstr. 10 44147 Dortmund Telf.: 040 - 20 90 52 74

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

O consultório jurídico tem a colaboração permanente dos advogados Catarina Tavares, Lisboa, e Miguel Krag, Hamburgo

Catarina Tavares Advogada em Portugal Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa advogados@bpo.pt Telf.: + 351 21 370 00 00

Apanhado pelo radar! E agora? Miguel Krag, Advogado

O que foi isto? O radar apanhoume? Quase todos os condutores conhecem este segundo de sobressalto. E depois, as reflexões: em quanto é que eu terei excedido a velocidade permitida? Quais serão as consequências? Agora só há uma coisa a fazer: mitigar os danos! Se for apanhado praticamente “em flagrante”, isto é, se a polícia o mandar parar logo a seguir a ter ultrapassado o limite de velocidade, não deverá deixar transparecer que o fez com intenção. A desculpa “estava com pressa” dá precisamente isso a entender. Assim, o melhor será não fazer quaisquer declarações, pois, como é sabido, “tudo o que disser, poderá e será usado contra si em tribunal”. Mas, normalmente, os condutores não são imediatamente mandados parar pela polícia. Só alguns dias ou algumas semanas mais tarde receberão uma carta oriunda do órgão administrativo responsável por tais infracções. No caso de infracções puníveis por uma multa até 30 €, o transgressor receberá em primeiro lugar, no chamado processo de advertência, o respectivo impresso (Verwarnungsbogen). Poderá então admitir que cometeu a infracção, efectuando o pagamento da multa dentro do prazo de uma semana a contar da recepção do dito impresso.

Desta forma, o assunto ficaria definitivamente arrumado, dado que esta contravenção não acarretaria demais consequências pois, actualmente, apenas são inscritos pontos no Registo das Contravenções de Trânsito de Flensburg no caso de multas a partir de 40 €. Se não se proceder ao pagamento, ou se o montante da multa for mais elevado, seguir-se-á o processo de coima administrativa (Bußgeldverfahren). Este processo será igualmente iniciado por um questionário. Ao preenchê-lo, será importante saber-se que apenas se está obrigado a indicar os dados relativos a identidade, profissão e lugar de residência. Não se terá de declarar os rendimentos, nem a forma como se obteve a carta de condução. Além disso, a pessoa implicada e que ia ao volante, tem o direito de recusar a prestação de declarações pois ninguém é obrigado a testemunhar contra si próprio. Persiste igualmente o direito de recusa de testemunho relativamente a parentes próximos e noivos, mas tal não será o caso se se tratar de parentes afastados ou de amigos. Se não forem fornecidas quaisquer informações, ter-se-á de contar com a continuação das averiguações. Quanto a estas, deverá saber-se que não se está obrigado a prestar quaisquer declarações à polícia sobre a contravenção em causa, nem a polícia está autorizada a proceder a uma convocação. Apenas persiste dever de comparência perante o Ministério Pú-

blico, mas, neste estádio, o mesmo ceda à defesa dos seus interesses. Pornão procede normalmente a quaisquer que só ele terá acesso aos autos do diligências. Portanto, se a polícia lhe processo e a possibilidade de persistipedir para comparecer na esquadra, rem erros de medição ou irregularidanão terá de o fazer. A polícia toma gedes processuais é bastante ralmente outras medidas para prosseconsiderável. Mesmo que na fotograguir as averiguações. Poderá fia tirada por ocasião do controle de comparar a fotografia com a do bilradar se reconheça bem o seu rosto, o hete de identidade que consta do Reque não é frequentemente o caso, isto gisto de Habitantes não quer dizer que tenha cometido a (Einwohnermeldeamt), ou apresentarcontravenção de que o acusam. Para se em sua casa ou na casa dos seus vise chegar a uma conclusão, terá de se zinhos para perguntar quem é a avaliar o certificado de aferição, a pessoa que está na fotografia. acta da medição, a fotografia que Logo que tenha sido averiguado serve de prova, eventualmente os quem é a pessoa que foi fotografada, autos referentes aos aparelhos, etc, será normalmente decretado, algumas portanto, a totalidade dos autos refesemanas mais tarde, um aviso de rentes às investigações em causa. multa administrativa (BußgeldbeMesmo que se comprove que coscheid). Para além do acto de que se meteu a infracção, persiste em muitos é acusado e das respectivas consecasos pelo menos a possibilidade de quências jurídicas, deverá constar se evitar a proibição de conduzir, padeste aviso o montante da multa e, no gando-se uma multa mais elevada, ou caso de ter sido pronunciada uma de se adiar consideravelmente tal proibição de condução, qual a duraproibição, com a finalidade de a ção da mesma. Frequentemente, são mesma ter lugar numa altura mais faindicados também os pontos a serem vorável, por exemplo, para quando se registados em Flensburg, mas não persiste qualquer direito a que tal indicação seja efectuada. Terá agora duas semanas para impugnar o aviso de multa. No caso de querer defender-se, deveria, o Victor Leitão Nunes mais tardar nesta altura, consultar Consultas em português um advogado para que o mesmo pro40210 Du ̈ sseldorf Immermannstr. 27

tiver férias. Outra chance de se escapar a um aviso de multa administrativa, é o prazo de prescrição relativamente curto que comporta três meses. O prazo de prescrição só começará a contar de novo se, dentro destes três meses, as autoridades fizerem chegar o questionário à mão da pessoa implicada, portanto do condutor. A partir da altura em que se receber o aviso de coima administrativa, o prazo de prescrição comportará seis meses. Por isso, o meu conselho é de se consultar um advogado a tempo e não se esperar que chegue tal aviso, para que aquele possa eventualmente dar informações acerca do prazo de prescrição e possíveis formas de comportamento com respeito ao processo em decurso. O seguro de protecção jurídica acarretará geralmente com as despesas referentes aos honorários de um advogado já a partir da emissão do questionário enviado no contexto do processo de coima administrativa. Muito obrigado pelo seu interesse!

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Crónica Luísa Costa Hölzl

Impressões estivais

A

inda mal chegada, o país invade-me: são cheiros, cores, uma madrugada lavada e azul, debruçada sobre a varanda lisboeta, depois os mesmos movimentos de há trinta anos para cá, numa espécie de coreografia que alguém traçou para mim e que vou cumprindo. As mudanças são impercetíveis, em vez de trazer filhos trago uma neta para a minha praia desde 1975, ao jantar somos quinze e ainda não estamos todos, teria decorrido da mesmíssima maneira vinte anos atrás, os jovens de hoje ainda miúdos, os intermédios sem brancas nem barriga, os patriarcas mais direitos, mas as vozes soam iguais, iguais as hierarquias, só que as histórias se atropelam porque o velho casal se multiplicou em três gerações e todos se lembram de mais uma achega e até a bisneta meio brasileira, do alto dos seus três anos, usa eloquentemente e em ritmo dengoso vocabulário e sintaxe fazendo rir os convivas. Aqui estou de novo, oiço as gaivotas gargalharem e o mar no seu sussurro cadenciado. Vamos apanhar sol, tomar banhos de mar, conversar com os amigos, recordar e repetir os gestos de sempre – como se estas duas semanas de veraneio quisessem provar-nos que a vida é eterna. Eterna neste paraíso que os responsáveis da terra teimam em destruir. A câmara oferece atividades aos

veraneantes, o que significa um semnúmero de contruções mais ou menos manhosas, andaimes, tábuas, plásticos, tudo para a criançada, pelos vistos farta de antemão das ondas, dos mergulhos, das carreirinhas, dos castelinhos de areia. Parecem preferir, crianças e progenitores, passar manhãs inteiras em filas para poder escorregar por um escorrega aerodinâmico, insuflável monstro, avatar dinossáurico da antiga bóia do patinho e que não deixa ver nem a foz do rio nem o pontal do farol. Para este paraíso terrestre chamado Praia da Rocha constituíram funcionários zelosos, descendentes dos muitos que haviam vertido, durante três décadas, em betão tudo o que era paisagem, um exército de fadas solícitas ou bruxas maldosas que, com varinha de condão transformaram o belo que ainda nos restava – a falésia de odor açucarado, aquele areal sem fim pontuado de guardasóis e toldos, o mar ao longe, azul ou de prata ou arroxeado conforme a altura do sol - num aglomerado de construções, propagando em letras garrafais quem as pagou. Os „jogos de praia“ decorrem – como poderia deixar de ser? – sob altifalantes gigantes que levam aos confins da falésia, aos prédios de apartamentos e até ao fundo do mar um ritmado incessante: monstros à solta, por isso as gaivotas entre as 8 da manhã (quando a discoteca ao ar livre encerra) e as 10

(quando começam altitroantes os berros descabelados da menina da ginástica) gargalham alto, exigindo para si o devido espaço. E as cigarras, silenciadas durante todo o dia, cantam ao desafio. Assim a alma descansa um pouco, de leve, nos intervalos dos zunidos e bramidos, organizados pela câmara de Portimão e seus afins, ou antes: organizados por bancos e supermercados, aos quais a política local se verga em humildade neoliberal. Além do barulho, a praia este ano está semeada de bolas vermelhas porque um supermercado gigante, ao qual temos de ir com sacrifício para encher os frigoríficos da numerosa família, não espera que lá entremos, empurrando carrinhos e pagando contas monumentais, não, este ano, ele decidiu vir junto a nós. Temos o supermercado espalhado pelo areal em forma de presentes que – pasmem! – não vendem mas distribuem perdulariamente por uma multidão sedenta de bolas, guarda-sóis, livrinhos infantis alegadamente didáticos, que apelam à consciência ecológica das criancinhas e cujos invólucros de plástico vão fazer explodir os caixotes do lixo, já de si poucos e a abarrotar. Então este ano foi assim: às 8 da manhã andavam funcionários com redes a apanhar embalagens e panfletos publicitários que durante todo o dia a prolixidade duma (multi)nacional semeava pelo areal. Na passadeira

uma senhora, à tardinha, equilibravase sobre as tábuas com certa dificuldade pois segurava duas grandes bolas à frente do seu decote generoso. E uma família procurava em vão um pouco de sombra debaixo do toldo pejado de tralha oferecida, o que os fará ter de comprar mais protector solar no dito supermercado. E numa fila duas senhoras lutavam com impropérios e apertões por um reles guarda-sol! Isto é num cantinho duma praia, esta num cantinho duma região, por sua vez num cantinho dum país. Porém está aqui todo o Portugal no seu melhor: as crianças brincam e bulham, jogam computador de costas voltadas para a apetitosa rebentação, outras esperam pacientemente à torreira do sol por algo que lhes foi prometido, como se já treinassem para uma futura fila de desemprego. Os pais espreguiçam-se ao sol, os casalinhos beijam-se, as bisavós nadam lado a lado com as bisnetas, os casais que ultrapassaram as bodas de prata conversam sobre outros que lá não chegaram e que vivem em novas relações, pergunta-se pelos filhos, pelos estudos, pelo presente e pelo futuro, sempre na tentativa de agarrar o que nos agrada e esconjurar o que não desejamos. Lemos jornais e revistas para termos assunto, quem vem de fora troca os nomes dos políticos e terá a sensação que todos os anos ouve o mesmo discurso: isto está mal, muito mal mesmo, mas os prédios

cresceram no inverno, à avenida da praia deram um novo visual, com pista de bicicletas e arvorezinhas que oxalá cresçam em tamanho e graça. Quem lê a imprensa cor-de-rosa fala das caras que por lá aparecem, quem folheia revistas de modas sonha com um novo casacão, quem prefere jornais sérios inicia debates sérios e preocupa-se, entre duas fortes braçadas e um banho de sol com as inundações do outro lado do mundo, derrocadas em minas e incêndios em parques nacionais. E até há quem leia livros e troque sobre isso impressões: Caim de Saramago agradou, ficção picaresca cuja linguagem herética não escandalizou minimamente a octogenária católica, apostólica, romana. Reencontrei pois um país cheio de liberdade, onde se trocam opiniões, mas todas elas leves, harmoniosas, bafejadas pelo espírito de férias que rejeita conflitos ideológicos. O mundo das férias, do sol e do mar, das noites quentes e das manhãs lavadas, requer cérebros um pouco parados, nada de voos intelectuais, de artigos de várias páginas, de tratados filosóficos. Bastam curtas crónicas para nos sentirmos cansados, por isso libertamos do invólucro os livrinhos oferecidos, vamos lê-los aos mais novos. São patetas, ideais para este tempo e este espaço. A cabeça um pouco vazia, mas de coração leve regressaremos, como todos os anos, aos nossos afazeres...

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18 Agenda Tome Nota

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

IMPORTANTE As informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de

Endereços Úteis Embaixada de Portugal Zimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500 Telefone de emergência (fora do horário normal de expediente):

0171 - 9952844 Consulado -Geral de Portugal em Hamburgo Büschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484 Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück Schloßwall 2 49080 Osnabrück

Tel:0541/40 80 80 Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf Friedrichstr, 20 40217 -Düsseldorf

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Alfredo Stoffel Telefone: 0170 24 60 130 Alfredo.Stoffel@gmx.de José Eduardo, Telefone: 06196 - 82049 jeduardo@gmx.de Maria da Piedade Frias Telefone: 0711/8889895 piedadefrias@gmail.com Fernando Genro Telefone: 0151- 15775156 fernandogenro@hotmail.com AICEP Portugal Zimmerstr.56 - 10117 Berlim Tel.: 030 254106-0 Federação de Empresários Portugueses (VPU) Hanauer Landstraße 114-116 60314 Frankfurt Tel.: +49 (0)69 90 501 933 Fax: +49 (0)69 597 99 529

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Tel: 069/979880-44;45 Consulado-Geral de Portugal em Stuttgart Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974 Conselho das Comunidades Portuguesas: Alfredo Cardoso, Telelefone: 0172- 53 520 47 AlfredoCardoso@web.de

Citações do mês

Às associações, clubes, bandas , etc..

"O remorso no coração do homem é mais eficaz do que todas as sovas que ele possa apanhar." Textos Judaicos "Fanático é o sujeito que não muda de ideia e não pode mudar de assunto." Churchill , Winston

Julho 2011 NEUSS - Encontra-se patente, até ao próximo dia 4 de Março de 2012, no Siza-Pavillon, Raketenstation Hombroich, em Neuss, uma exposição sobre a obra do arquitecto português Álvaro Siza Vieira, intitulada “Von der Linie zum Raum”. Até 17.07.2011 – HAMBURGOExposição sobre o 400 anos do cemitério dos judeus portugueses em Hamburgo com cerca de 200 sepultaras. A exposição está aberta ao pública da 9h00 à 21h00. Local: Carl von Ossietzky Staats- und Universitätsbibliothek, Von-Melle-Park 3, Até 15.08.2011 – HAMBURGO – Exposição de Pintura Episódios dos Lusíadas. Local: ConsuladoGeral der Portugal, Büschstr. 7 , da 9h00 às 17h00 8.07.2011 –LANGENFELD – Concerto do grupo de fado Sina Nossa: Local:Marktplatz Langenfeld, - Início: 19h45 9.07.2011 – HAMBURGO Concerto dos grupos Natiruts (brasileiro) e Terrakota (português) . Local: Fabrik (Barnerstr.

36). Início: 20h00 10.07.2011 – FELBACH - Terceira edição da Festa do Verão no parque do Centro Português de Fellbach. Durante todo o dia 10.07.2011 – GÜTERSLOH – Jogo de Futebol entre o FC do Porto e o FC Gutersloh no estádio Heidewaldstadion, em Gütersloh Início: 19h30 11.07.2011- DUISBURG – Concerto do grupo de fado Sina Nossa: Local:Bezirksbibliothek Duisburg Rheinhausen. Início: 19h00 10.07.2011 - MÜNSTER - Convivio da Comunidade da Missão Católica. Início: 11hoo com missa no campo. Local: Sportanlage Sentruper Höhe Pl.1 Münster 14.07.2011 – ESTUGARDA- Actuação do grupo de Trio Fado. Local: Museum für Naturkunde/Schloss Rosenstein, Rosenstein 1,, 70191 Stuttgart 16.07.2011 – OBERHAUSEN – FC Porto defronta o Borussia Mönchengladbach, no Niederr-

heinstadion, em Oberhausen.. Início: 19h30 Hamburgo, Até 31 do 07. 2011 – Exposição de Fotgrafias HansJürgen Odrowski sobre Portugal. Local: Restaurante Aquário, , Rambachstr. 4 31.07.2009 Hitzacker – Concerto de Telmo Pires.Local: Festival, großer Saal: Início:19h00

BERLIM - Liga Europeia de Futebol de Praia nos dias 8, 9 e 10 de Julho em Berlim, no Pavilhão O2. Participação Selecção Portuguesa. Os jogos da selecção nacional, que é a campeã em título, são: Dia 8 de Julho (sexta-feira) às 18h00 – Portugal vs. Turquia Dia 9 de Julho (sábado) às 16h45 – Portugal vs. Roménia Dia 10 de Julho (domingo) às 16h30 – Portugal vs. Rússia

Associação Portuguesa em Emsdetten organizou convivio de solidariedade

Grupo de Fados Gerações Actuações em qualquer parte da Alemanha e em todos os tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

Realizou-se no passado dia 19.de Junho um almoço convívio com o intuito de angariar donativos para crianças necessitadas em Portugal. A iniciativa coube a um grupo de senhoras que, em conjunto com a Associação Portuguesa em Emsdetten, soube reunir cerca de cem pessoas que se juntaram para uma acção nobre. No final, o Presidente da Associação disse que a iniciativa rendeu a quantia de 1600,-€ que, na próxima oportunidade ,será enviada para a instituição SOS Criança. Esta iniciativa de solidariedade já vai no terceiro ano consecutivo. Através do nosso jornal, a Direcção da Associação Portuguesa em Emsdetten agradece a todas as pessoas que contribuíram com o que puderam e participaram no convívio.


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Ler e meditar

O Grande Livro Receitas Bacalhau

Como Cortar Trabalhos de Bruxaria Formato: 14x21cm Páginas: 152 Preço: 25,00 € Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis de executar quepermitem criar uma aura de protecção.

Aprenda a Proteger-se Contra a Inveja e MauOlhado Formato: 15,5 X 23 cm Paginas: 156 Preço: 19,90 € Nas alturas de maior fragilidade, há que mcriar uma protecção efectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas. Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fórmulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possa repelir esse encantamento maligno.

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Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhau tem uma tradição muito particular e original na gastronomia portuguesa. Neste livro, fique a conhecer as origens da pesca deste peixe, as suas principais características, a melhor forma de o arranjar e outros aspectos importantes, como a melhor forma de o escolher, conservar e amanhar. Deleite-se com as nossas receitas e experimente-as todas. Fique, ainda, a conhecer as tradições deste peixe noutros países do Mundo.

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Formato: 14 X 21 cm. Páginas: 144 Preço: 25,00 € Na primeira parte desta obra encontrará um vasto número de orações aos anjos da guarda, que certamente serão do seu inteiro agrado. Na segunda parte deliciar-se-á com a listagem completa dos 72 anjos protectores. Cada um destes anjos confere características particulares mao modo de ser e de amar dos seus protegidos. Conheça o seu anjo e as características que ele lhe imprime na sua vida. Estes seres celestiais estão constantemente ao nosso lado, para nos proteger ou para nos afastar dos perigos.

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Autor: Anabela Quental Formato: 14 X 21 cm. Páginas: 148 Preço: 22,00 € Há milhares de anos atrás, o homem, os deuses, os astros e a natureza viviam em comunhão perfeita e a astrologia e a religião estavam intimamente ligadas. Com os tempos desenvolveu- mse uma cultura astrológica mais sofisticada. A abordagem feita nesta edição aos signos e às várias situações do quotidiano é bastante genérica e ligeira, mas procurou-se falar das áreas de vida mais importantes

Aprenda a Viver Sem Stress Formato: 15,5 X 23 cm. Páginas: 100 Preço: 18,99

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Formas de pagamento Junte a este cupão um cheque à ordem de PORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a morada do jornal ou, se preferir, podepagar por débito na sua conta bancária. Se o desejar, pode ainda receber a sua encomenda à cobrançacontra uma taxa que varia entre os 4 e os 7 € que é acrescida à sua factura. Não se aceitam devoluções, a não ser por motivos de encomenda danificada. NOTA Nos preços já estão incluídos os custos de portes correio e IVA

Os Signos, Astros e o Seu Destino

Capa dura Nº de Páginas: 176 Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €

Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto a desperdiçar? Quanto mais tempo da sua vida está disposto a continuar a sofrer? Quanto da sua vida está disposto a finalmente reivindicar hoje? Quanto mais tempo vai deixar que os outros mandem nas suas escolhas? E, se reivindicar a sua vida, acha que fica a dever alguma coisa aos outros?

 Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo. Quando você cede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua vida. Você vive em permanente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive em stress.

 . "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

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Vidas

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

Nove anos de desilusões e de solidão Estou aqui há nove anos e durante estes anos todos o nosso jornal tem sido uma companhia que muito estimo e é com alegria que todos os meses o recebo na caixa do correio . Vim, como já disse, há 9 anos para a Alemanha morar para uma cidade perto de Hamburgo. Digo que estes 9 anos foram de martírio, pois pensava vir resolver a minha vida aqui na Alemanha. Sou separada do meu homem que, sinceramente, não sei por onde anda, daí que ainda não me tenha divorciado. Quando vim para aqui trouxe comigo a minha filha. Trazia muitas esperanças que a minha vida melhorasse. Trazia vontade de lutar e vontade de mudar de vida, talvez até fazer um pé de meia e depois retornar. Cheguei também aqui com saúde, com bastante saúde. Os primeiros meses e anos foram duros. Pensava que quando se muda de situação a dureza da vida é uma coisa normal e que lutando e sendo persistente acabamos por conseguir um pouco de felicidade. Mas não foi isto que aconteceu. Cheguei aqui com a pequena nos braços e com a ajuda de compatriotas arranjei casa e trabalho na gastronomia. Não ganhava muito mesmo trabalhando todos os dias no duro. A minha filha foi para uma escola que era frequentada por filhos de nossos vizinhos. Com muitas dificuldade lá se integrou e o hoje não tem problemas com o alemão, graças a deus. Quando a minha filha chegava da escola, o tempo era para tratar das suas coisas deixar-lhe de comer para a noite e eu ia trabalhar até às

tantas da noite. A pequena ficava em casa sozinha e eu quando chegava já ela dormia profundamente. A minha alegria era estarmos juntos de manhã ao pequeno almoço e no dia que eu tinha folga que nunca era ao fim-de-semana. A nossa vida andava desencontrada. Mas ela compreendia que tinha de ser assim e eu dava graças a deus por isso. Em quatro anos de trabalho mudei várias vezes de patrão na tentativa de conseguir melhores condições, mas, ao fim e ao cabo, era tudo igual. Trabalhar nas cozinhas de restaurantes é muito duro e ganha-se pouco. Neste entrementes, pensava que a ser assim a minha vida nunca melhoraria. O que eu ganhava não era assim muito e não dava para juntar como eu antes pensava. Comecei a ficar arrependida de ter vindo e a pensar que aquilo não era vida. Às vezes pensava encontrar um homem para partilhar a vida e ter alguém que me desse ânimo e em quem eu poderia encontrar um pouco de felicidade, mas com o trabalho e as preocupações em educar a minha filha não tinha tempo para me ocupar com isso. Também não encontrava pessoas com quem me desse e tivesse assim uma vida social. Como também trabalhava aos sábados e domingos não tinha a oportunidade em fazer amizades. De modo que a minha vida era casa e trabalho e ainda a preocupação com a minha filha. Não sei porquê, mas fiquei a sentir-me desgostosa, triste e depressiva. Não estava contente com a minha vida e pensava que se eu

mudasse para um trabalho que fizesse um horário normal as coisas poderiam talvez correr melhor. Mas não dominava, nem hoje domino, o alemão para me aventurar a outras coisas. Nisto comecei também a ficar doente, coisa que eu não conhecia, a sentir-me mal por tudo e por nada e como comecei muito a ir ao médico e a ficar de baixa os patrões avisaram-me que assim não podia ser e, com medo de perder o trabalho, decidi não mais ficar de baixa. Enfim, tinha de levar a minha cruz ao calvário e aguentava. Uma das coisas que mais me falta é ter uma vida social, isto é, amizades com quem eu possa sair e conversar. Mas, porque tinha e tenho um horário de trabalho anormal, é muito difícil conseguir isso. Também me faltava uma companhia masculina e sentia a falta quando me sentia muito só. Não era aquela solidão de quem está só em casa, mas sim o sentimento que me ocupava de não ter alguém que me esperasse em casa e a quem eu pudesse contar o meu dia, encostar a minha cabeça na esperança de que as carícias fossem um remédio para as carências. E era isso que me sentia: carente. Falei com a minha filha sobre o que eu sentia e ela disse-me que achava bem que eu quisesse um amigo e dei graças a deus por ter uma filha compreensiva. Os dias corriam e eu sentia-me não muito bem; cansada, triste e cada vez mais desgostosa. Fui ao médico e depois de um exame geral chegou-se à conclusão que eu organicamente nada tinha. Foi assim que o médico me

passou uma guia para um psicólogo que por sua vez me mandou para um psiquiatra para ser medicamentada com anti-depressivos. Passei a ser medicamentada e a ir ao médico psiquiatra regularmente. Dizia-me ele que uma das razões para este meu estado era eu estar deslocada do meu país e não me dar bem com a nova situação. Certo como certo é que para alem da minha situação eu andava a precisar de alguém. Cheguei aqui com 40 anos, tenho agora 49 anos, acho-me nova e atraente e o facto de não ter ninguém a meu lado era e é como uma doença que me moía... Bom, a vida continuava e o meu trabalho no restaurante era outro e passei, ao fim de alguns anos, para a mesa. Pensei que seria menos duro, mas enganeime. Era mais duro e mais exigente o que me requeria uma atenção que desgastava. Mas estava contente. Ao menos falava com pessoas. Elas sorriam-me, pediam-me isto e aquilo e fazia-me bem esta relação. Tornei-me até conhecida de alguns cliente que iam amiúde ao restaurante e tratavam-me de forma familiar. O meu alemão já dava, ou melhor, era suficiente para a nova função. Não requeria longos diálogos porque o empregado que atendia dizia-me para eu levar os pratos para a mesa tal e tal e era assim. Apesar desta súbita alteração, a minha vida não se alterou porque requeria a mesma ocupação. Antes de recolher a louça das mesas eu tinha de preparar o restaurante: pôr mesas, limpar, etc . Quando chegava a casa por

volta da meia noite estava estoirada. Tomava um duche e deitavame ao lado da minha pequena até adormecer. Mas a ideia de ter alguém não me saía da cabeça e quando pensava nos meus dias de folga sair com gente que conhecia do restaurante lá estava o meu principal afazer a impedir-me: a minha garota. Eu fazia questão de lhe dedicar o dia, o único dia que tinha de folga. Às vezes apalavrava encontros com homens que conhecia ocasionalmente mas não passava disso e as coisas morriam antes de nascer. Nisto não sabia para onde me virar. Depois de ter chegado com tantas esperanças: ganhar dinheiro, construir uma vida, arranjar um companheiro e desta maneira dar uma pai à minha filha, elas tenham morrido pouco a pouco. Quer dizer que a Alemanha foi para mim uma desilusão porque não me preencheu enquanto ser humano. Isto para não falar no tempo nem na forma como às vezes eu era tratada pelas pessoas.. Em suma, depois disto e destes 9 anos aqui passados volto ao meu país para recomeçar tudo de novo lá na terra de onde eu nunca deveria ter saído Maria Pinto Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar e de trabalhar os textos que nos enviam. Obrigado.

Como é possível tudo isto num Portugal Europeu? Este ano por motivos familiares estive três vezes em Portugal. Fui lá e cada vez estou mais desiludido com o país de que sempre tanto gostei e do qual sempre tive tanto orgulho. Não sei os porquês, mas sempre tive um sentimento muito portuguesinho a pontos que nos tempos activos em colectividades mostrava algo Portugal com orgulho. Hoje, e depois de ver tantas coisas que me deixam pensativo e me desagradam no país do qual eu tinha tanto orgulho, dou graças a Deus de o meu pai (Deus lhe tenha a alma em descanso) um dia ter vindo para a Alemanha . Como é possível num Portugal europeu os doentes continuarem meses e meses à espera de ter uma consulta médica? Como é possível um doente ir

tirar um TAC e só cinco meses depois ter novamente consulta para o médico lhe comunicar o resultado, vindo esse mesmo doente a falecer passado quatro semanas? Como é possível uma pessoa estar nove meses à espera de ser operada por doença renal e por fim terem que lhe tirar um rim derivado infecção que se alastrava? Como é possível que uma doente um dia após ser operada por motivo de incontinência urinária levar uma repreensão de uma enfermeira em voz alta e de má cara em frente de outros doentes e visitantes que no quarto se encontravam? Como é possível um doente dar entrada num hospital e estar mais de hora e meia à espera de ser atendido e vir a falecer no mesmo dia por ataque cardíaco?

Como é possível haver num Hospital Distrital apenas dois médicos urologistas para uma população de mais de 90 mil habitantes e dois dias mais tarde ler-se no jornal que há 84 mil médicos desempregados? Como é possível um padre não acompanhar um funeral ? Motivo: não tinha tempo? Como é possível num mercado uma pessoa querer comprar um queijo fresco por setenta cêntimos e depois de dar volta aos bolsos apenas juntar 58 cêntimos e ir-se embora sem o comprar? (murmurando que já tinha tomado quatro comprimidos mas ainda não tinha comido nada.) Como é possível uma pessoa ir comer ao restaurante e depois mandar apontar? Como é possível pedirem-me € 500 para uma notificação de herança sobre um automóvel sem

valor que até para o abater ainda teria de pagar? Como é possível todos os dias ler-se no Jornal que um filho matou o pai, um pai matou a mãe, um sobrinho matou a tia, uma tia matou… Como é possível acontecer tantas e tantas outras coisas que dariam para encher páginas deste jornal e ainda se diga que o futuro vai ser pior? Como é possível que eu durante todos estes anos não me tenha apercebido de tudo isto? Talvez por ir de férias no verão e andar sempre de óculos escuros, ou talvez porque ainda não tinha chegado a hora de me confrontar pessoalmente com a realidade Esta é a realidade do dia a dia com a qual fui confrontado e num curto prazo de tempo em Portugal.

Acabei por perceber que o ansioso desejo de regressar definitivamente a Portugal nem sempre é das melhores opções, principalmente quando chegamos a uma certa idade quando nos encontramos doentes e os filhos se encontrem na Alemanha ou noutro país. Para o meu pai, infelizmente já não foi possível mas a minha mãe regressou nove anos depois ao país onde viveu e trabalhou e onde eu tenho a certeza que em caso de necessidade terá a assistência devida e a nossa ajuda. Mais um como é possivel não posso deixar passar! Como é possível … mais uma vez os portugueses votarem em políticos como um Dr. Paulo Portas? Antonio Horta Gelsenkirchen


Passar o Tempo

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

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CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91

Previsões para Julho de 2011

Por Maria Helena Martins

CARNEIRO Amor: Poderá ser invadido pela saudade, viva mais focado no presente. A felicidade espera por si, aproveite-a! Saúde: Procure fazer uma vida mais salutar. Cuidar da sua saúde não é uma questão de querer. É um dever. Dinheiro: Esta não é uma boa altura para investir nos negócios. TOURO Amor: Dê mais atenção à sua família. Ela também necessita de si. Que o Amor seja uma constante na sua vida! Saúde: Poderá ter dificuldades em dormir. Dinheiro: Se pretende abrir um negócio não o faça já. Espere por dias melhores. GÉMEOS. Amor: É uma boa altura para os nativos solteiros iniciarem um relacionamento estável. Procure intensamente sentimentos sólidos e duradouros, espalhando em seu redor alegria e bem-estar! Saúde: O descanso e o exercício físico são fundamentais para conseguir aguentar a pressão exercida sobre si durante este mês. Dinheiro: Planifique a sua vida profissional para que possa ser mais organizado e rentabilizar o seu trabalho. CARANGUEJO Amor: Ponha as cartas na mesa e evite esconder a verdade. Enfrente os seus medos e as suas dúvidas e será feliz! Saúde: É possível que se sinta psicologicamente esgotado. Descanse mais.

Dinheiro: É possível que tenha alguns problemas com o seu patronato. LEÃO Amor: Esqueça o seu passado afectivo e parta em direcção à felicidade. Que o futuro lhe seja risonho! Saúde: Andará mais impaciente nesta altura. Dinheiro: Financeiramente tudo se apresenta estável. VIRGEM Amor: Altura ideal para efectuar a mudança que tanto necessita de fazer. É tempo de um novo recomeço! Saúde: Canalize a sua energia para actividades de lazer. Faça apenas aquilo que realmente gosta. Dinheiro: Esforce-se por aumentar os níveis dos seus rendimentos, para conseguir melhorar a sua situação económica.

veite para fazer o que já tinha planeado. SAGITÁRIO Amor: Saiba desculpar e pedir desculpa. O seu par apreciará a sua atitude. Siga a sua intuição, siga o caminho do amor! Saúde: Faça mais exercício físico. Olhe mais pela sua circulação sanguínea. Dinheiro: Tente poupar algum dinheiro. Mais tarde poderá precisar dele. CAPRICÓRNIO Amor: Mês de grande harmonia entre o casal. Aproveite ao máximo os momentos de alegria para agradecer a Deus tudo o que tem! Saúde: Modere o seu estado de ansiedade. Dinheiro: Êxitos a nível pessoal e profissional.

BALANÇA Amor: Evite as discussões com alguém que lhe é muito querido. Agora é tempo para desenvolver a paciência e a vontade de partilhar. Saúde: Previna-se contra gripes. Dinheiro: Dê mais valor ao seu trabalho, e só terá a ganhar com isso.

AQUÁRIO Amor: Sentirá a necessidade de fazer alguns sacrifícios para manter o bem-estar familiar. Rejeite pensamentos pessimistas e derrotistas. Dê mais de si. Saúde: Tendência para sentir uma ligeira indisposição que o conduzirá à redução do seu ritmo diário. Dinheiro: Poderá ter as condições necessárias para se dedicar a um projecto deixado na gaveta.

ESCORPIÃO Amor: Poderá ser surpreendido pelo seu par. Aproveite a surpresa. Viva o presente com confiança! Saúde: Tente manter a calma, pois o seu sistema nervoso anda um pouco frágil. Dinheiro: Este é um momento favorável, apro-

PEIXES Amor: Sentir-se-á liberto para expressar os seus sentimentos e amar espontaneamente. Que o Amor seja uma constante na sua vida! Saúde: Estará melhor do que habitualmente. Dinheiro: Boa altura para pedir aquele aumento ao seu chefe.

Um rapaz está noivo há três anos. - Não achas que já é tempo de casarmos? — pergunta à noiva. - Acho que sim. Mas quem nos quererá? ••• - Querida: há cinco meses que nos namoramos e tenho vindo todas as noites à tua casa. - E então? - Então... creio que já é altura de nos casarmos para poder sair de noite com os meus amigos! ••• No Tribunal da Golegã, um réu, muito esfarrapado, afirmava e jurava por alma de todos os seus defuntos que um relógio que o acusavam de ter roubado era dele. - Ora bem — disse-lhe o juiz — Como é que você pode justificar ser o dono de um objecto de tanto valor? - Era do meu pai. - Seu pai nunca teve, decerto, rendimentos que lhe permitissem ter um relógio assim! - Teve, sim senhor: era gatuno ••• - Muito chatos são os meus vizinhos de cima! Calcula lá, que ontem passaram a noite a bater com um pau no soalho! - Não conseguiste dormir, toda a noite, não? - Sim. Mas não me ralei. Levei o tempo todo a tocar trompete. ••• Ele: Provavelmente houve algum pedaço de asno que te fez a corte antes do nosso casamento? Ela: Ainda o perguntas!... Com toda a certeza que houve. Ele: Nesse caso, o que devias ter feito era casar com ele. Ela: Pois foi exactamente o que eu fiz.

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Uma mensagem secreta da Al-Qaeda faz soar as campainhas de alarme em Washington. Seduzido por uma bela operacional da CIA, o historiador e criptanalista português Tomás Noronha é confrontado em Veneza com uma estranha cifra. Ahmed é um menino egípcio a quem o mullah Saad ensina na mesquita o carácter pacífico e indulgente do islão. Mas nas aulas da madrassa aparece um novo professor com um islão diferente, agressivo e intolerante. O mullah e o novo professor digladiam-se por Ahmed e o menino irá fazer uma escolha que nos transporta ao maior pesadelo do nosso tempo.

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Sociedade

PORTUGAL POST Nº 204 • Julho 2011

Portugal tem 4 milhões de famílias a viver em 6 milhões de alojamentos Portugal está organizado em mais de quatro milhões de famílias, com cerca de 2,6 membros cada uma, a viver em quase seis milhões de alojamentos, "um número significativamente maior" que em 2001, disse a presidente do INE. A responsável do Instituto Nacional de Estatística (INE), Alda Carvalho, apresentou os primeiros resultados preliminares do Censos 2011, e fez questão de salientar "a excelente adesão dos cidadãos", principalmente nas respostas através da internet. As respostas ao Censos através da internet ultrapassaram metade do total, a taxa "mais elevada até agora conhecida" a nível internacional, frisou a presidente do INE.

"Constituímos 4.080 mil famílias com cerca de 2,6 membros, vivíamos em 5.880 mil alojamentos, mais 16,3 por cento relativamente a 2001, e esses alojamentos inseriam-se em 3.550 mil edifícios, o que representa um acréscimo de 12,4 por cento face a 2001", resumiu Alda Carvalho. "Somos um pouquinho mais em número, mais 1,9 por cento, e temos ao nosso dispor um número significativamente superior de alojamentos e edifícios", referiu. A população residente cresceu 1,9 por cento para 10,55 milhões de pessoas. Em 2011, as famílias registaram uma subida de 11,6 por cento, para 4.079.577, e os maiores acréscimos, tal como da população, ocorreram nas

regiões do Algarve e da Madeira, com mais 24,8 por cento e 26,4 por cento, respectivamente. Nos alojamentos, a subida foi de 16,3 por cento, para 5.879.845, com um acréscimo mais acentuado também no Algarve e Madeira, com 36,9 por cento e 36 por cento, respectivamente. De acordo com as estimativas actuais, a preparação e execução dos censos envolveram um custo de 46 milhões de euros, numa operação que decorreu desde 2006 a 2011. Aquele valor representa um decréscimo de 20 por cento face ao investimento realizado em 2001, uma poupança a que não é alheia a evolução tecnológica registada na última década, como referiu Alda Carvalho.

Concessão de vistos de trabalho para portugueses cresce 29 por cento no Brasil O governo brasileiro concedeu 209 autorizações de trabalho para cidadãos portugueses no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados pela Coordenação Geral de Imigração (CGIg), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número representa um aumento de 29 por

cento na comparação com os três primeiros meses de 2010, quando 162 portugueses foram autorizados a trabalhar no Brasil. O crescimento reforça a tendência dos últimos anos. O governo brasileiro deu a cidadãos portugueses 679 autorizações de trabalho em 2008, 708 em 2009 e 798 em 2010.

A alta no número de vistos de trabalho para os portugueses supera o aumento geral de concessões. Considerando todas as origens, o Brasil deu visto de trabalho a 13.034 imigrantes entre Janeiro e Março, número 13 por cento superior ao do primeiro trimestre de 2010. PUB

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