Lusopress Magazine - Edição 20 - Unindo os Portugueses

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Caso Casa Pia

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SIÈGE SOCIAL RÉDACTION ET DÉPARTEMENT COMMERCIALE 1. av. Vasco de Gama 94460 VALENTON Tél: 01.56.32.92.78 DIRECTION Directeur de la publication

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João Cazenave

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crónica da direcção

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Em Setembro de 2002 um escândalo rebenta em Portugal, o mediático Caso Casa Pia que desde então muita tinta tem feito correr; a vida das crianças abusadas, hoje já homens, nunca mais será a mesma e a dos homens acusados também não; só ao fim de 8 longos anos se vê um pouco de luz ao fundo do túnel, o julgamento do Tribunal de 1ª Instância chega ao fim, com todos os réus acusados. Não ponho em dúvida que as crianças foram abusadas, mas os acusados foram julgados em primeiro lugar na praça pública e nos orgãos de comunicação social e só mais tarde no local competente, o Tribunal; acompanhei sempre que pude o caso e mantenho a mesma opinião desde o primeiro dia, alguns dos acusados são culpados mas entre eles há inocentes, não há provas circunstanciais dignas desse nome, incongruências são muitas e a falta de rigor também; assusta-me uma justiça assim no meu país quando, à altura em que escrevo esta crónica passada uma semana da sentença, os acusados não têm ainda conhecimento dos fundamentos para a sua acusação; vão recorrer e espero que a alguns estarem inocentes, houve um só que se deu como culpado, seja provada a inocência, casos mal julgados por incompetência são muitos e até um leigo como eu sabe que na falta de provas não se pode acusar ninguém. Não protejo de modo nenhum os pedófilos, acho que é um crime hediondo, mas que se faça justiça. Quando em Julho de 2008 o Presidente da República promulgou o acordo ortográfico ratificado a 16 de Maio do mesmo ano no Parlamento, não me suscitou qualquer dúvida, desde 1943 Portugal e Brasil tinham o objectivo de uniformizar o vocabulário que com sotaque ou sem ele é a língua dos dois países, nesse ano não aconteceu; décadas mais tarde, em 1986 nova tentativa sem os dois países chegarem a consenso. Em 1990 a Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa, depois de um trabalho exaustivo, reúnem-se com os representantes oficiais dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Princípe) para finalmente assinarem o Acordo Ortográfico, Timor-Leste adere depois da independência em 2004. Em Portugal foi posto em vigor a Janeiro de 2009, havendo um período de transição até 2015 que para mim já é amanhã, tal a dificuldade que estou a ter para alterar a minha ortografia. As publicações de imprensa portuguesa adoptaram desde Junho do corrente ano o acordo ortográfico e leitora de vários jornais e revistas nacionais é com alguma estranheza que leio os artigos onde aparecem palavras que me apetece corrigir, mas não, sou eu que estou errada e preocupada se cinco anos serão suficientes para aceitar naturalmente as alterações. No ano lectivo de 2010/2011 em Portugal o acordo não será ainda aplicado, a decisão não foi tomada de ânimo leve, as escolas têm que se adaptar às novas regras; para as crianças que agora iniciam a aprendizagem vai ser fácil, o problema são os manuais que irão acarretar mais despesa ao país e aos encarregados de educação. E falando em jovens são eles que nos governarão amanhã, assusta-me pensar que num futuro próximo seja obrigada a adoptar o modo de escrita que eles aplicam no envio de mensagens nas várias formas de comunicação, aí sim a língua portuguesa ficará completamente desvirtuada.

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sumário 2

01 crónica da direcção

32 entrevista

Caso Casa Pia

David Monteiro, Presidente da Academia do Bacalhau de Paris

04 entrevista Rui Azinhais Nabeiro

40 Ana Nave, responsável pelo serviço cultural no Consulado Geral de Portugal em Paris

48 Portugueses de Valor

12 entrevista

50 entrevista

Elisabeth dos Reis a família é o meu pilar

Carlos Ferreira

56 restaurantes 18 entrevista

Ilha Tropical novo restaurante em Saint Maur

Paulo Gonçalves

60 produtos

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26 empresa António José Agostinho tenho três pátrias

A Aveleda

70 passatempos 72 horóscopo


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entrevista

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“Desde os 10, 11 anos já andava a cheirar o café, posso dizer que sou um viciado no café, tal como o proprietário duma adega que é obrigado a provar o vinho também um produtor de café o tem de fazer e como se trata de um produto natural é preciso conhecermos as origens e daí nascerem as nossas ideias e o gosto por aquilo que se faz; como produto natural que é tem de ser acarinhado e isso faz-se provando-o, é o que tenho feito toda a minha vida; comecei muito cedo, a infância e adolescência passou-me quase ao lado mas valeu a pena; comecei com um tio, um homem audaz que foi quem deu aqui o início da emigração, o interior não tinha nada, tivemos a sorte de viver na raia, aqui vivia-se da audácia dos homens que partiam do interior para, neste caso, Espanha; Badajoz aqui mesmo ao lado era uma grande cidade que nos dava vida e atitude, trabalhei com Espanha durante muito tempo, só mais tarde entrei no mercado interno” dissenos Rui Nabeiro e acrescentou “estamos no café porque havia um tio que era um audicioso, foi e ainda é o meu inspirador, ele sonhava todos os dias, eu também ainda sonho todos os dias acordado. A pessoa que gosta da vida, que gosta de viver e sentir, tem espaço na noite para tudo e esses momentos são especiais para criar.

Quem não o fizer hoje amanhã é tarde

Rui Azinhais Nabeiro, empreendedor e altruísta, duas caracteristicas que o acompanham com reconhecimento que já ultrapassou fronteiras.


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entrevista

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Enveredou pela comercialização do vinho também a partir dum sonho? O que me levou a enveredar pela produção do vinho, foi um termo muito usado pelos portugueses “Saudade”. Campo Maior tem uma caracteristica que terra nenhuma do país tem, foi há um ou dois séculos atrás que o povo teve o privilégio de receber de alguém um talhão, (0,75 hectares de terra), todas as famílias com carência recebiam esse quinhão, dois talhões eram destinados para semear o pão (trigo ou cevada) e outro para semear oliveiras e vinhas, toda a gente tinha um bocadinho de terra, todos tinham direito assim ao azeite, pão e vinho. Gostava de reavivar também as talhas de barro que

eram criadas por artistas de Campo Maior, teria grande prazer se conseguisse encontrar um artista para fazer estes potes onde antigamente se guardava a produção de azeite e vinho da região. Há uns anos, numa visita a uma feira no estrangeiro, fiquei feliz de ver no stand de Portugal uma dessas talhas. O que acha fundamental para o sucesso empresarial? Tudo faz falta na vida e a área social é a parte mais importante que um cidadão possa e deva ter, o poder de preparar-se para isso e antes desse poder há a dádiva e providência de Deus de nos lançar ao mundo na perspectiva duma cultura e duma edu-


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entrevista 8

cação própria e natural, é essa atitude que eu tenho semeado pelos meus familiares e por todas as pessoas que me rodeiam que são os nossos colaboradores e por isso o êxito da nossa casa, o de pensarmos nos outros, o nosso grupo não é grande mas é bom, é sólido onde se tem o gosto pelo trabalho, eu digo sempre que a razão nº 1 é a parte social, é saber distribuir e também seguir sempre o meu lema “fazer hoje para que amanhã não seja tarde”, porque quem o fizer hoje já o deveria ter feito ontem. É o inspirador do sucesso Delta, como nasceu o nome? Não foi nada de transcendente, foi simples, trabalha connosco uma agência de patentes e marcas que já vai na 3ª geração, eu conhecia-a na 2ª, fizemos muito boa amizade, criámos muito confiança com essas pessoas que tratavam dos nossos produtos em Espanha, e eu ao querer entrar no mercado nacional, dirigi-me a eles, propuseram três nomes para a marca e a DELTA foi a 2ª proposta, logo me inspirou pela acústica, pela expressão natural ao pronunciar, diz-se em qualquer idioma. A marca Camelo é anterior, foi a continua­ ção do meu tio que teve a audácia de a criar e fazer, eu dei-lhe a criação, a educação, pus a empresa a caminhar com segurança, as pessoas trabalhavam no duro e violentamente, eu pu-los a trabalhar suavemente a fazer mais e melhor com menos esforço, aí foi a confiança que o meu tio e o meu pai depositaram em mim.

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A marca Delta está a conquistar não só o mercado da saudade mas todos os outros, qual o maior concorrente? É a Nestlé que com o mercado da Nespresso foi à frente, nessa altura já andávamos a navegar, a estudar o mercado das cápsulas, a Nespresso tem um esquema muito bem montado, mas em Portugal a Delta não receia a Nespresso, ninguém lhe tira hoje a vantagem. A sua familia trabalha toda consigo? Quando a minha família era jovem já tinha a familia dos colaboradores; conforme foram crescendo vieram trabalhar comigo, filhos e netos, se não tivesse a felicidade

...”Temos reuniões e as decisões são tomadas em conjunto. Sou homem que respeito e que gosto de ser respeitado tanto em casa como fora...”

de assim ser teria de decidir ou fazia sociedade com colaboradores ou teria que vender, mas felizmente o grupo vai continuar na família. As decisões cabem a quem? Temos reuniões e as decisões são tomadas em conjunto. Sou homem que respeito e que gosto de ser respeitado tanto em casa como fora, por isso os familiares reconhecem que estão perante um carácter forte e sabem doseá-lo. Em lazer ou trabalho qual o país que mais o marcou? Tenho corrido quase todo o mundo e cada país tem a sua maravilha, mas talvez Timor, aquela terra que ainda não era país quando a visitei pela primeira vez ficou-me sempre na memória, não esqueço a sensação de entrar naquele sitio, uma beleza natural impar, ver aquele povo carente, ver tudo a deitar fumo por todo o lado, um quadro tão pobre e miserável, fiquei sensibilizado e a pensar o que se poderia fazer para alterar aquela rumo, agi e verifico que tem evoluído bastante. Depois viajo pela Europa, cada país tem a sua beleza, mas gosto muito da Alemanha, em França, Paris para mim é um sonho, uma vida encantadora que faz mexer, Nova York também é fantástica.


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...”Portugal precisa do trabalho de todos, dos que estão lá fora e também dos que aqui estão e os portugueses têm muito que fazer e trazer para Portugal...”

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O que tem a dizer da acção levada a cabo por Bill Gates. Em Portugal haveria viabilidade para donativos de parte das grandes fortunas? Propor aos milionários americanos darem 50% da fortuna para os mais desfavorecidos, contribuirem assim para alimentos, educação e saúde é notável. Bill Gates fez um marketing popular de grande alcance, hoje, o mundo informático onde ele se meteu toda a gente o compra, o café também toda a gente o compra mas a rentabilidade é completamente diferente e não tem nada a ver um oriundo dos Estados Unidos e um oriundo de Portugal, os mercados são diferentes. Admiro-o bastante, desde que criou a Fundação tem ajudado muita gente. À minha dimensão tenho duas opções: ou realizo a minha própria fortuna pessoal e ela é minha ou então faço uma riqueza duns meios que são uma fábrica e uma empresa que crescem no seu património onde diariamente há um investimento diário, nas máquinas, nos carros, no fundo é um bolo se cortarmos esse bolo ao meio ficamos sem força, faço a minha distribuição diária e permanente, não há dia nenhum que não o faça, gostava de fazer mais e uso esta minha teoria “quem não o fizer hoje amanhã é tarde”.

Que opinião tem acerca das directrizes governamentais. Desde que nasci que sou da área socialista, sou um homem ligado ao PS, o meu pai era talvez um homem mais virado à esquerda. Para governar é preciso ouvir bem e ter bons elementos e acho que o Governo tem bons elementos, mas é preciso que não se tenha o azar como este governo tem tido, tudo tem sido negativo, a crise mundial, os incêndios; depois há outra coisa, não dividimos as tarefas, não dividimos os meios, não aproveitamos o que temos, todos temos de trabalhar mais, independentemente do Governo, qualquer cidadão tem de fazer mais. Aceitaria um cargo político? Não, já fui autarca durante muitos anos e hoje se quero ser útil é onde estou e onde está a minha capacidade o que eu hoje faço é o lado prático e não o lado político. Acha bem os autarcas só se poderem candidatar três vezes? Completamente de acordo, não se deve cair na rotina, não é aconselhável.

Como analisa as pessoas que trabalham consigo, com quem faz negócios, com quem se relaciona? Avalio as pessoas pela parte humana, olhos nos olhos. Para terminar, que mensagem quer deixar aos nossos leitores? Agradeço a oportunidade de me levar até essa família de portugueses que residem lá fora e que ao lerem estas palavras saibam acarinhar e tirar a ilação necessária. Sempre que venham a Portugal viagem com calma e tranquilidade para chegar em paz às famílias que sempre os aguardam com ansiedade. Quero também transmitir-lhes que Portugal precisa do trabalho de todos, dos que estão lá fora e também dos que aqui estão e os portugueses têm muito que fazer e trazer para Portugal, da mesma forma os portugueses que aqui estão devem ter o mesmo sentimento pelos que trabalham lá fora; habituei-me antes de 1974 a visitar os países onde estavam os emigrantes e eu sou no fim de contas, um emigrante por natureza.


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Elisabeth dos Reis

a família é o meu pilar Elisabeth dos Reis nasceu já em França, a cultura, a língua e os costumes portugueses foram-lhe transmitidos por seus pais, Odete e Armando Lopes.

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Desempenha nas empresas familiares os cargos de Directora Geral e Directora Administrativa onde gere a parte jurídica, gestão e contabilidade. Faz as previsões, estuda as perspectivas da empresa e sempre que é oportuno tenta implementar novas técnicas e novos métodos de trabalho para a empresa evoluir. “Ser filha do pai nunca é fácil, os pais são mais exigentes e tenho de duplicar o meu esforço para provar que o meu trabalho é tão bom como o dos outros, porque o que ele pede a um funcionário a mim pede o dobro; comecei a trabalhar nas empresas há dezasseis anos mas não ocupei logo o cargo que tenho, comecei por baixo”, disse Elisabeth dos Reis.

Dedica muito do seu tempo à actividade profissional, e a vida pessoal? É verdade a vida pessoal fica prejudicada, mas é preciso muita presença e devoção ao trabalho, muito sacrifício, chegamos de manhã e quando damos por nós já é noite, o tempo voa. Hoje consigo organizar melhor o meu tempo mas tive dois, três anos envolvida noutros projectos, os meus filhos foram muito compreensivos, tenho um marido extraordinário que esteve ao pé de mim e que se ocupou dos nossos filhos, tive e tenho também a presença da minha mãe a quem agradeço, que sempre que eu preciso está lá, é a vantagem de trabalhar em

família, nesse aspecto tenho sorte, porque se não fosse este apoio não tinha hipótese de concluir os meus projectos. A familia é o meu pilar, tenho muita sorte na vida, uma pessoa não se constrói sozinha, há sempre uma equipa à volta, quando não se está bem com a família não se pode ser feliz; há o entendimento, a partilha e nos momentos dificeis há sempre um apoio, não se tem sucesso sozinha, às vezes as pessoas que estão por trás podem não fazer mais, mas fazem muito para essa pessoa conseguir aquilo a que se propõe. Quer-nos falar desses projectos? Um deles é a School Time que nasceu por


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acaso, na idade da pré-escola inscrevi os meus filhos numa escola inglesa porque acho que é importante falar esse idioma, eles falam francês e português uma terceira língua é uma mais-valia; eu penso que dar às crianças a possibilidade de conhecerem várias linguas é dar-lhes uma abertura de espirito muito grande.

Nessa escola havia muitas coisas boas e outras menos boas; entretanto criei amizade com a professora da minha filha e que mais tarde foi também do meu filho; eu perguntava-lhe porque não se aventurava ela a criar a própria escola mas mostrou-se sempre receosa, mais tarde foi ela que veio ter comigo dizendo que tinha um projecto

mas só o levaria para a frente se eu entrasse com ela, foi assim que me vi envolvida e que nasceu a School Time. Há quanto tempo abriu e onde se encontra a escola? A escola está situada em Saint-Maur, vamos começar agora o terceiro ano lectivo,


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o primeiro ano não foi fácil, no segundo os pais já conheciam e correu melhor, no início do terceiro já temos lista de espera e incrições para o próximo ano, é uma vitória. A partir de que idade a escola admite crianças? Aceitamos crianças a partir dos 18 meses até aos 6 anos, da 2ª a 6ª feira, sem interrupção, a 4ª feira é opcional mas é uma maisvalia, eu própria que sempre trabalhei tive o problema das 4ªs feiras com os meus filhos; a vida dos pais também é facilitada, não precisam andar a correr dum lado para outro para levar os filhos às diferentes actividades, temos vertentes um pouco diferentes, além do inglês também temos chinês, yoga, xadrez, dança e música. No fim do ano fazemos uma festa com a actuação dos meninos, numa sala cedida pela Mairie de Saint-Maur. A escola tem ido de encontro às necessidades dos pais que nos têm solicitado fazermos também a primária, neste momento só nos falta o espaço. Dirige a escola e as empresas, fale-nos do outro projecto em mãos. As coisas aparecem pouco a pouco, foi ao longo dos anos que comecei a apreciar a decoração e arquitectura dos vários sítios por onde passava, tenho a sorte de viajar pelos diferentes países e inspirar-me no

que vou vendo; o ramo de imobiliária e decoração começou pela aquisição de um apartamento na neve que decorei e logo tratei do aluguer, ao ver a rentabilidade propus ao meu pai investirmos na imobiliária; a construção, a venda e o aluguer levou-me a optar também pela decoração; a MGI é a empresa que gere o aluguer de apartamentos mobilados que me tomou alguns anos; a programação, a negociação, fazer conceitos diferentes, porque fazer igual não é difícil, foi um trabalho que demorou dois anos, dia e noite. As pessoas que visitam os apartamentos gostam da decoração, comentam o bom gosto e qualidade. A Elisabeth gosta de arriscar? Sou segura nos investimentos, herdei um bocado do meu pai o espirito para o negócio, é inato, não se aprende nas universidades, a melhor escola é a da vida, ver as pessoas à nossa volta felizes faz-nos sentir bem. Sinto que alcancei êxito quando verifico que a empresa está bem gerida, que o meu pai tem tudo debaixo de si, mas que nós ajudamos. Os seus filhos estão na fase da adolescência a fase dos conflitos, é difícil ultrapassar? Sou muito exigente com eles, mas tem os seus frutos, eles estão a passar as crises de

adolescência mas desde o momento que há regras definidas, eles sabem que não as podem ultrapassar e se as ultrapassam sabem que têm as consequências; a compreensão é fundamental e para compensar a minha ausência sempre que posso tiro férias e aí desfruto de todo o tempo com eles. Quando tem esse tempo como gosta de o gerir? Gosto de música, oiço Paulo Gonzo, Rui Veloso, Dulce Pontes e outros; adoro cozinhar e viajar. Uma palavra para as mulheres portuguesas. As mulheres portuguesas em geral não devem ter medo, devem arriscar, tenho muito orgulho do povo português, em França ou no resto do mundo, os portugueses sabem fazer tudo. A imagem trasmitida de França para Portugal não é a melhor, os portugueses em Portugal ainda têm a imagem dos primeiros emigrantes dos anos 50 e 60 que se sujeitavam a trabalhos que outros não queriam fazer, mesmo esses devem ser respeitados e recordados como heróis, arriscaram, deixaram família à procura de melhor vida, foram corajosos, essa imagem está distorcida, actualmente temos médicos, cientistas, escritores, artistas plásticos, directores de empresas, a opinião tem de mudar.


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Nova Delta - Crescimento sustentado em França

Pensar global e agir local Paulo Gonçalves é natural de Campo Maior, formado em Economia com um mestrado em gestão de empresas, veio há dois anos e meio para França imbuído no projecto da Nova Delta do Grupo Nabeiro.

Com que espírito aceitou este desafio? Este projecto em França tem sido um desafio interessantissimo. O “capital” de milhão e meio de portugueses em França é uma excelente base para trabalharmos. Quando nos instalámos em França, solicitámos números à Embaixada de Portugal que nos cedeu as

estatisticas actualizadas em 2007; grosso modo 800.000 portugueses recenseados; na realidade há que contar também os portugueses que não estão recenseados e os lusodescentes sem nacionalidade portuguesa. O AICEP ajudou de alguma forma à dinaminação e instalação da Nova Delta em França? Não tivemos apoio mas também não o procurámos; de qualquer forma chegará o momento em que o faremos. Estrategicamente, queremos implantar a Marca DELTA no mercado francês, sustentando inicialmente o crescimento na comunidade portuguesa que nos conhece e onde existe uma notoriedade de Marca forte. Paralelamente, estamos a entrar no mercado da restauração francês.

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Neste momento já tem a percentagem das vendas relativamente ao mercado conquistado? Quando chegámos o café era vendido exclusivamente ao mercado comunitário português, actualmente 30% das nossas vendas dirigem-se ao mercado francês e a outras comunidades emigrantes, grandes consumidoras de café. Qual a expectativa a curto prazo? Em termos de objectivos queremos atingir em 2011 as 300 tonelados vendidas no mercado da restauração aqui em França, apoiados por parceiros e directamente. Temos um plano para nos próximos 3 anos chegarmos às 500 toneladas e nessa altura atingir uma quota de clientes de 50%


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do mercado comunitário português e os outros 50% no restante mercado. Temos também objectivos em termos de distribuição geográfica; estamos a criar uma rede de distribuição a nivel nacional, em França através de parceiros; Na região Parisiense e ao nivel da Restauração actuamos com estrutura directa e com bons parceiros. Em caso de boa oportunidade, perspectivamos a aquisição de uma outra empresa para sustentar o crescimento da marca; para o segmento mais forte que representa 65% da fatia do mercado de café em França - grandes e médias superficies – entraremos mais tarde pois implica que tenhamos uma estrutura adaptada a isso, temos de ter capacidade de resposta. Hoje trabalhamos o pequeno retalho da comunidade portuguesa. Finalmente,

site de e-procurement; o seu networking é bom e baseia-se essencialmente em boas empresas francesas.

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falar-vos no segmento sobre o qual temos tido sucesso em Portugal que é o das cápsulas para o lar e Empresas, o qual já tem um colaborador especificamente afecto e para o qual estamos a envidar os esforços necessários.

E em França como está a correr esse mercado? Aqui ainda estamos limitados, estamos a vender aos associados da CCIFP e fizemos agora uma parceria com uma empresa de consultoria na restauração e que tem um

Quantas toneladas de café comercializam neste momento? Em França directamente vamos terminar o ano com 200 toneladas; Para o ano vamos ficar com a distribuição da Côte d´Azur e a estrutura logistica que aqui vamos ter vai servir de suporte aos distribuidores que temos no centro da Europa, as entregas logisticamente poderão serão feitas directamente mas essencialmente o acom-


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entrevista 22

panhamento/transferência de know-how será gerido a partir de Paris. Os objectivos foram superados? Somos determinados e nesta casa aprendemos a lutar pelos nossos objectivos, não estou surpreendido com o que fizemos mas sabemos que é pouco; estamos sedentos de conseguir mais e sabemos que ainda há muito a fazer. Quando cheguei aqui havia dois vendedores, um deles só trabalhava a meio tempo, vamos terminar o ano com 15 colaboradores, entre vendedores, administrativos e técnicos.

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A Nova Delta dá assistência técnica aos seus clientes? A nível da restauração a maior parte dos clientes solicita-nos assistência em termos do equipamento, a onerosidade depende do investimento e dos consumos. Geralmente, damos assistência gratuita aos distribuidores que por sua vez têm de a dar aos seus clientes, daí termos uma equipa de dois técnicos que faz os nossos clientes directos e indirectos, para haver uma uniformização do serviço.

Que opinião tem de Portugal e do rumo que está a levar? Sou um optimista em relação em Portugal e em relação aos portugueses, muitas vezes somos pessimistas, temos a ideia, provavelmente por uma questão cultural recente, que os politicos é que têm de resolver tudo; não é assim, aprendi através do meu percurso ( educacional, académico e profissional), que nós é que temos que pensar o que devemos fazer pela nossa familia, região e pelo nosso pais; não nos podemos concentrar apenas no que está mal mas sim também no que

está bem; nisso a comunicação social tem ajudado a progredir esse aspecto. Falando em coisas positivas, que opinião tem do Sr. Rui Nabeiro? Sou suspeito. Tenho a melhor, dá um apoio total, está sempre disponivel para responder, ouvir ao telefone, para deslocar-se se assim for necessário a uma determinada filial; é um homem com uma qualidade humana e uma capacidade de trabalho notáveis, normalmente é o primeiro a entrar na Empresa e o último sair. As suas qualidades filantrópicas são conhecidas por todos e fá-las diariamente, é uma personalidade admirável.


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Que outros produtos são comercializados pela Delta? Começámos a comercializar vinhos e azeites, duas produções que são duas paixões do Sr. Nabeiro; os clientes estão a aceitar bem pois são de extrema qualidade, cultivados na região do Alentejo e transformados/ embalados através de processos tecnológicos e meios modernos; por natureza a nossa estrutura na base está adaptada a trabalhar o mono produto, somos especialistas no café; estes produtos são um complemento. O nosso vinho da marca ADEGA MAYOR (referências Branco, Tinto, Rosé, Reserva e Garrafeira) está direccionado para o cliente que dá mais importância à qualidade e é menos sensivel ao preço; para este último lançámos agora o Caiado com uma excelente relação qualidade/preço.

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o alargamento da familia em França são também desafios interessantissimos.

Construiu a pulso um Grupo Empresarial de 22 Empresas e com cerca de 40 Departamentos Comerciais em Portugal, Espanha e França. A Marca DELTA está presente em 25 paises nos 5 Continentes. Que mais dizer?

Quais são os maiores concorrentes? Os cafés Richard e Lavazza são as duas empresas principais concorrentes e depois temos alguns portugueses, de qualidade, respeitamos todos e não subestimamos ninguém.

de escritórios, até ao fim do ano esta área é suficiente no entanto já foi tomada uma decisão estratégica — vamos aumentar em breve a capacidade do armazém em mais 700 m2, numa área adjacente às nossas instalações, o que nos vai permitir antecipar oportunidades futuras.

As Azeitonas de vários tipos - Marca AGRODELTA – são uma excelente companhia para a mesa a qualquer refeição.

O que foi para si mais difícil de superar em França? Em termos profissionais, foi ter encontrado muitas vezes nos restaurantes/clientes/ comerciantes uma grande sensibilidade ao preço em detrimento da qualidade do produto — essa é a parte negativa, esquecendo-se muitas vezes que o barato sai caro.

A Nova Delta tem instalações próprias em Gonesse, qual a área instalada? Temos 650 m2 de armazém e mais 300 m2

Pessoalmente, é um meio totalmente novo para mim, longe da familia e amigos. A criação de amizades e porque não

Umas palavras para os leitores. Ainda sou jovem para estar a transmitir mensagens de esforço e crença mas gostava de dizer a todas as pessoas que têm os seus negócios que há sempre soluções para dar a volta por cima e com trabalho chegamos sempre lá – “querer é poder” é uma máxima que faz todo o sentido. É o nosso perfil psicológico e o ambiente externo que nos definem — a vivência, as origens familiares, a educação e a formação revelam-nos; conheçam-se e sejam persistentes. Reconheço-me na máxima “Pensar global e Agir local” pois tentarmos compreender o Mundo global e agirmos diariamente a uma microescala naquilo que depende de nós, é de facto, uma forma sã de viver a vida em sociedade. Durante o mês de Setembro a Nova Delta fará o lançamento dos Cabazes de Natal com produtos oriundos do Alentejo.


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empresa 26

António José Agostinho

tenho três pátrias

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Começava o ano de 1959 quando na freguesia de Delgada concelho de Bombarral nascia António José Agostinho; foram os pais a trazê-lo para França em Agosto de 1965 onde fez toda a escolaridade. Profissionalmente é o PDG da Inter Service Pompes e nos tempos livres pratica o desporto automóvel. A actividade da empresa que hoje dirige foi iniciada por seu pai que com espirito aberto, não limitou a trabalhar só em França, Portugal e Itália foram os países para o início da internacionalização. O Grupo cresceu e está já instalado na Suíça, Luxemburgo e Bélgica. É na Itália, concretamente na cidade de Bolonha que está instalada a fábrica onde os camiões são transformados, para a função final que é a bombagem de betão. O grupo é constituído por 24 empresas onde trabalham cerca de 930 pessoas, 100 das quais na região de Paris.

Como é que se reflectiu a crise na Inter Service Pompes? Sofreu o que todas as empresas sofreram, fizemos o que foi preciso para nos adaptarmos e ultrapassarmos a situação, actualmente já estamos com muito trabalho, desde Março deste ano, voltámos à normalidade. Os empresários têm de estar preparados para essas eventualidades, não entrámos em pânico porque as raízes do grupo são sólidas e tínhamos capacidade para ultrapassar a crise. Uma pessoa na vida nunca pode baixar os braços tem de se combater, quanto mais complicado é o problema mais realizado me sinto quando o resolvo, é o sonho que nos faz continuar a ir para a frente. O trabalho é também desempenhado em Portugal com o mesmo envolvimento e embora acredite no país onde nas-

ceu e querendo continuar aí a investir, António Agostinho reconhece: “Portugal está a passar uma crise mais complicada que em França, já se arrasta há muitos anos e está um bocado assustador, está numa situação debilitada, mas continuo a acreditar, temos obras importantes em Portugal, estamos agora a fazer a construção do metro que vai da Estação do Oriente até ao aeroporto, estamos também na maior obra do Algarve que é uma extensão da Quinta Vale do Lobo, temos lá trabalho para alguns anos, são


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moradias e apartamentos de luxo. Concorremos e ganhámos toda a prestação de serviços de bombagem de betão.” Em França quais são os seus potenciais clientes? Trabalhamos mais com grupos importantes de construção. Estamos bem equipados, acompanhamos a evolução, adquirimos toda a tecnologia que nos ajude a trabalhar mais e melhor. Na Europa somos os primeiros a ser certificados a nível de formação e segurança de trabalho. A partir do momento que somos lideres do mercado temos de estar à frente de tudo, em todos os níveis e por isso nos escolhem.

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África, China e América do Sul, nomeadamente o Brasil, são mercados a conquistar? Não estamos muito interessados, estive há pouco em Angola e concluí que não é um país onde possamos ter um trabalho duradouro, não é estável o suficiente para mim; a instabilidade do país não nos permite ir para lá com máquinas do valor das nossas. Uma máquina pode ir de 400.000 euros até um milhão de euros, estarmos a fazer um trabalho num país sem segurança, para onde teriamos 20 ou 30 máquinas é um risco muito grande, enviar material


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velho não faz parte da nossa filosofia, todos os trabalhos que desenvolvemos foi sempre com material novo. De todos os países que conhece onde se sente em casa? Nesse sentido considero-me um homem muito feliz, tenho três pátrias onde me sinto mesmo bem: a Portugal vou todos os meses, nasci lá e é onde tenho as minhas raízes, em França porque foi cá que fiz a minha vida e onde tenho muitos amigos e sinto-me bem na Itália porque é um país que eu adoro, gosto muito da mentalidade. Até gastronomicamente os três países me preenchem, em Portugal delicio-me com os vários pratos de bacalhau, em Itália a nossa empresa está instalada em Bolonha a capital da

massa, assim tenho o privilégio de comer excelentes massas onde há cozinha tradicional e em França a fama da gastronomia francesa fala só por si. Viajando para os vários países como concilia a vida familiar com a profissional? Tenho a sorte de ter uma esposa muito compreensiva e a de ter os meus dois filhos a trabalharem comigo. Sinto-me feliz por eles darem continuidade ao trabalho, estamos juntos também no lazer, sempre que podemos corremos juntos. Aguardo que eles me ultrapassem nas duas situações, porque quer dizer que sou bom professor, quando o aluno ultrapassa o professor é porque o professor é bom.


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Portugalidade, solidariedade e amizade David Monteiro, é o jovem Presidente da Academia do Bacalhau de Paris eleito a 14 de Janeiro de 2010. Com esta posse herdou da Direcção anterior a organização do Congresso Mundial anual. O tempo afigurou-se-lhe escasso para o trabalho que tinha pela frente, apenas seis meses, mas rodeado de elementos da Direcção o evento que terá lugar a 8, 9 e 10 de Outubro vai realizar-se como previsto e como descrito no sitio internet seguinte: www.bacalhau.fr Das 52 Academias que existem pelo mundo, uma delas organiza cada ano o Congresso Internacional sempre num continente diferente. Este ano, é a vez de Paris, para o ano será no Brasil e no ano seguinte em Moçambique.

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Sabe qual a origem da escolha do nome “Academia do Bacalhau”? A Academia como congrega um grupo de fiéis amigos nada melhor que lhe dar o nome de BACALHAU, conhecido por fiel amigo, porque estava presente na mesa dos pobres e nos liga de certo modo a Portugal. O bacalhau é uma palavra-chave para que haja uma interligação entre os portugueses, no mundo inteiro.

Pode esclarecer o que são realmente as Academias do Bacalhau? Desde o início da fundação da nossa Academia do Bacalhau de Paris, há 12 anos, penso que é primordial dar a


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conhecer o que são as nossas instituições e o papel que têm desempenhado. É pois necessário conhecer a origem deste movimento mundial, fundado há quatro décadas (1968) em Joanesburgo na Africa do Sul, e que hoje conta com mais de 50 Academias espalhadas pelos cinco Continentes. É nomeadamente necessário conhecer as razões do seu aparecimento, os seus símbolos e as suas normas, como e porquê se difundiu por todo o Mundo e por que razão o próprio Governo Português lhe atribui grande importância na Comunidade Portuguesa e, por último, por que razões se realiza anualmente um Congresso Mundial. Quais as expectativas para o Congresso 2010? As expectativas são as melhores. Devido à frequência anual dos Congressos Internacionais e ao número importante de Academias, a oportunidade para a Academia de Paris organizar de novo o evento, será só daqui a 10 ou 15 anos, por esse motivo temos que aproveitar bem esta oportunidade e fazer o nosso melhor. Tive a oportunidade o ano passado, de assistir ao Congresso organizado na África do Sul, e temos visitado outras Academias nomeadamente as de Lisboa, Estoril, Porto e Luxemburgo. Brevemente, está previsto alguns Compadres irem à de Nova York, e de Porto Santo na Madeira, a expensas próprias, no âmbito de promover o Congresso 2010.

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Pelo contacto que tive com os compadres, compreendi que normalmente é preciso um mínimo de um ano e meio, para tratar de toda a logística; nós tratámo-la em seis meses, o que é muito pouco. A direcção anterior, da qual eu já fazia parte, demitiu-se por razões profissionais. O anterior Presidente, Luís Malta, atingiu a altura da reforma e do regresso a Portugal, deixando por isso de ter disponibilidade para

permanecer em França. Para substituir a Direcção da Academia, estavam previstas várias listas de candidatos, mas finalmente, só a que eu encabeçava se apresentou. Decidimos então alargar ao máximo o seu número de elementos de direcção e fomos eleitos por unanimidade. Apesar de tão pouco tempo, podemos organizar o Congresso. Devia ser a antiga direcção a organizar o Congresso e só depois se demitir? Como disse, a demissão foi devida a problemas particulares; eu apoiava o Luís Malta a ir até ao fim, já tínhamos trabalhado juntos e era mais confortável, mas aconteceu o contrário e eu só quero que o Congresso se realize. Depois, vamos expor ideias; eu sou pela integração e pelo trabalho de grupo, não digo que faço melhor que os outros, não estamos aqui para fazer uma revolução, consultarei os sócios fundadores. Se a modifica-

ção for mal interpretada, estamos prontos para desmistificar. Tem sido fácil com o seu espírito jovem incutir nos compadres mais velhos as suas directrizes? A Academia, como outras organizações do género, tem que ter em conta a experiência de alguns, neste caso os fundadores da Academia de Paris. É muito importante contabilizar os conhecimentos dessas pessoas, a dinâmica, as experiências, o trabalho colectivo, cuja partilha é de grande importância e positiva se a conjugarmos com a da juventude. A maioria dos meus amigos é composta de gente com mais idade do que eu. Tem tido apoio a esta nova responsabilidade? A minha família apoia-me moralmente, os amigos também e os elementos da nova Direcção implicaram-se e ajudam-me segundo as suas disponibilidades profissionais. Mas o que é importante é o objectivo final, e esse é atingido com o esforço do colectivo. Qual é a programação? O Congresso decorre em 3 dias, o que não impede algumas Academias terem um programa mais alargado, como é o caso da Academia da Venezuela representada por 150 pessoas com um circuito organizado por eles; visitarão o sul de França, Bordéus, os Castelos da Loire, a região de Champagne, vêm a Paris e depois terminam em Portugal.


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O programa do Congresso começa da seguinte forma: - Está prevista na sexta feira dia 8, uma recepção e um passeio de 2h30, no maior barco que cruza o rio Sena, onde será servido um jantar, com ambiente musical; - Sábado 9, alugámos a Sala Wagram, sala histórica e prestigiosa muito bem situada (perto dos Campos Elíseos), onde se pode receber até 700 pessoas, o que é o ideal para os trabalhos da Assembleia Geral Anual, que deverá ter início no segundo dia; seguir-se-á um almoço, onde estarão presentes os compadres e comadres (o local do almoço será divulgado nos próximos dias. A tarde do dia 9, ficará livre se não houver necessidade de prolongar os trabalhos; estávamos a prever de início, que este dia fosse passado na Câmara de Paris, mas como é um local muito administrativo e burocrático, a resposta demoraria e o tempo aqui é importante. Os compadres podem regressar ao hotel, onde mais tarde os iremos buscar para o jantar de Gala, que terá lugar na Sala Wagram, onde haverá uma animação musical, com música portuguesa, francesa e talvez estrangeira. Prevemos leilões, tômbola e uma exposição de obras de artistas portugueses. Neste jantar, gostaríamos de contar com a presença do Presidente da República Portuguesa, do Primeiro-Ministro Português, do Presidente da Comissão Europeia, do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, do Sr. Embaixador de Portugal em França, do Sr. Cônsul de Portugal em Paris e de alguns deputados da Assem-

bleia da República e da Nato (OTAN). - Domingo 10 de Outubro, está prevista uma recepção na Embaixada de Portugal (com o apoio do Sr. Embaixador de Portugal e do Dr. Victor Gil), onde será recordada a comemoração do Centenário da Implantação da República, no 5 de Outubro de 1910. Na segunda-feira dia 11, para os compadres que ainda estiverem em Paris e que quiserem, estamos a pensar prolongar o passeio até Bruxelas onde se prepara uma nova Academia, cuja Direcção está a ser estruturada; aguardamos somente algumas respostas. Se até lá, a boa organização se mantiver, faremos na quarta feira 13 de Outubro à noite, o jantar de Oficialização da Academia do Bacalhau de Bruxelas. Qual é a participação monetária de cada um dos compadres? Não esquecendo à crise que atingiu todos os países e o facto de certos compadres que vêm de países longínquos, já estão sobrecarregados com o preço da viagem, tentamos reduzir os custos sem pôr a ABP em dificuldades; foi decidido então que a participação individual é de 350 € (para o casal, de 600 €) para os três dias em Paris. Para este evento temos alguns parceiros oficiais, a quem foi preciso explicar o que é a Academia, a que se propõe e o retorno que poderão ter. Depois do Congresso quais são as iniciativas no imediato? Queremos organizar eventos culturais, turísticos e lúdicos que sejam agradáveis para angariar fundos para beneficência;

pensamos organizar passeios em França ou fora, como fizemos recentemente no Douro e que correu muito bem. A Academia do Bacalhau de Paris tem tido uma linha de conduta que iremos manter, com um número de Compadres humanistas de qualidade sempre aumentando. Para fazer parte da Academia tem que se assistir a três jantares seguidos, ou cinco alternados, depois de em consenso ser sido aceite como compadre, e pagar uma quota anual de € 50. Estamos a pensar também, ao exemplo do que se faz noutras Academias, termos comadres de pleno direito que também pagam a sua quota e têm direito a voto e a estarem presentes nos jantares mensais. A Academia do Bacalhau quer criar e fortalecer os laços existentes. Há três palavras-chave na Academia: Portugalidade, Solidariedade e Amizade. O que pretendemos é que todos os elementos da Academia transmitam duma certa forma filantrópica essa amizade e através da angariação de fundos para a solidariedade social, ponham em relevo os valores de Portugal e das suas Comunidades Portuguesas. Uma forma de “estar na vida”, que é sobretudo uma forma de “ser”. O que é que o realizaria mais enquanto Presidente? Queremos ter acções concretas na Diáspora Portuguesa da Região Parisiense, implicando Franceses. Gostaria pessoalmente de ver um dia uma Casa de Portugal em Paris. Penso eu, que seria interessante ver associações com uma certa representação, juntarem-se com o objectivo de conseguir manter o antigo Consulado de Nogentsur-Marne, como Património da Comunidade Portuguesa em França, para evitar que seja vendido a entidades alheias. Seria benéfico para a comunidade portuguesa residente em França.


O último jantar da ABP antes do Congresso coincidiu com a comemoração do 12º aniversário da Academia. O casal Moreira do Restaurante A Ponte recebeu os Compadres que desta vez se fizeram acompanhar pelas esposas.

12º aniversário da Academia do Bacalhau de Paris

João Heitor Ao Compadre João Heitor, solicitámos que nos definisse o nome da associação e o que espera do Congresso que se aproxima: Academia do Bacalhau a definição é simples, o bacalhau é o fiel amigo e aqui somos todos amigos e também de quem precisa do nosso contributo, nas várias Academias do Bacalhau enaltecemos a solidariedade, a amizade e fraternidade, a finalidade destes jantares para além do convívio é sabermos que os fundos conseguidos são direccionados para uma causa nobre, pode ser a oferta duma ambulância a uma aldeia no interior de Portugal, uma bolsa de estudo a um estudante que não poderá prosseguir os estudos ou outro destino. Quanto ao Congresso, virem pessoas de vários horizontes, de várias culturas, todos com uma coisa em comum que é o trabalho, tudo o que vier que venha por bem; a reunião nesta linda cidade da luz é óptima ideia, o que desejo é que seja a luz para toda a comunidade e todo o Portugal , a particularidade das Academias é levar Portugal aos cinco continentes.

O Compadre Luis Gonçalves fez um pequeno depoimento: Este vai ser um bom jantar, está muita gente e estou feliz pelo aniversário que hoje se comemora. Quanto ao Congresso o meu maior desejo é que nas outras Academias se venha a falar pela positiva da organização. Eu sou um compadre tranquilo da Academia, a renovação fui eu que a lancei há uns anos estando portanto de acor-

do, custa-me é ver às vezes certas atitudes. Esta direcção é jovem, a anterior não tinha as estruturas que esta tem, um Presidente é de todos e o espiríto da Academia é o de trabalharmos em conjunto para a mesma causa. Não fui convidado para esta Direcção mas estou sempre disposto para ajudar, mesmo com alguns desentendimentos sinto-me integrado, tenho boas relações com os Compadres, o que eu gosto sobretudo é viver e conviver. Luis Gonçalves e mulher

Manuel Moreira e David Monteiro LUSOPRESS magazine | n.º 20 | Setembro/Outubro 2010

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Ana Nave é a responsável pelo serviço cultural no Consulado Geral de Portugal em Paris, função que desempenha há cerca de um ano e meio.

Cultura e mecenato de mãos dadas “Tudo o que acontece sob jurisdição do Consulado passa por mim, aos eventos culturais seja qual for a natureza, o Consulado abre as portas, exposições, representações de teatro, fotografia, vários tipos de artes plásticas, tentamos que seja um encontro da comunidade, o que queremos é que as pessoas que passam aqui, em média são 700 utentes por dia, possam ver exposições, trabalhos feitos por artistas da comunidade ou por artistas residentes em Portugal ou por artistas franceses, por exemplo no próximo semestre temos um olhar francês sobre a realidade portuguesa, é um fotógrafo francês que se dedicou a fotografar Portugal de norte a sul, a exposição vai ter fundamentalmente fotografias do norte já que a comunidade portuguesa é maioritariamente do norte” esclareceu Ana Nave.

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Como comunicam ao grande público o que vai acontecendo? Como referi são em média 700 pessoas que frequentam o Consulado e que ao assisti-

rem às mostras que fazemos transmitem a amigos e familiares, os media que circulam na comunidade também são um dos meios importantes de informação e assim vêm explicitamente para ver a exposição ou assistir ao espectáculo o que queremos é aproveitar a vinda das pessoas ao Consulado para poderem ver o que se vai fazendo na comunidade., o Consulado é um local de comunicação e de abertura., fazemos uma divulgação alargada a favor da comunidade e para comunidade. Ao escolher os temas baseia-se nas preferências do grande público? Há temas que são mais apelativos e que interessam mais que outros, tentamos alargar, não quer dizer que não façamos conhecer temas que aparentemente são menos receptivos mas que ao se depararem até gostam.


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Sobre o Fado fizemos uma exposição e aproveitando o tema organizamos uma noite de Fado; o ano passado em Dezembro e depois repetimos em Janeiro, fizemos uma pequena intervenção: as pessoas estavam na sala de espera e de repente começava a acontecer uma peça de teatro bilingue, a peça tinha a duração de 5/10 minutos em que a pessoa é surpreendida e tem contacto com um momento cultural. A receptividade tem sido positiva? Sim, os utentes gostam, tenho a preocupação de os questionar, o que tentamos é por o Consulado ao serviço da comunidade na perspectiva cultural, fazemos uma programação cultural de modo a fidelizar o público, as pessoas já sabem que aqui no Consulado acontecem exposições, que há teatro.

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Como são decididas as várias mostras? Recebo as propostas, fazemos uma reunião com o Cônsul-Geral, analisamos o projecto e decidimos. No dia da música tivemos um cantor brasileiro alargamos as iniciativas à lusofonia, para o ano gostávamos de comemorar o dia com uma semana lusófona.

CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO CONSULADO GERAL DE PORTUGAL EM PARIS “Dupla Pertença” é o tema da primeira edição do concurso de fotografia organizado pelo Consulado Geral de Portugal em Paris e destinado a fotógrafos amadores. Serão premiados os três melhores trabalhos, escolhidos por um júri especialmente constituído para o efeito. Esta iniciativa, realizada com o apoio do Banco Espírito Santo, procura salientar através da fotografia, essa relação entre Portugal e a França, amplamente vivida pelos portugueses residentes no estrangeiro. As candidaturas estão abertas até às 20h00 de 15 de Outubro de 2010. Os trabalhos devem ser enviados para o endereço electrónico foto.consulado@free.fr. Cada concorrente poderá enviar um máximo de 3 fotografias a cores ou a preto e branco. O regulamento do concurso está disponível na página de internet do Consulado www.consuladoportugalparis.com Serão seleccionadas vinte e cinco fotografias para uma exposição nas instalações do Consulado. Os vencedores serão anunciados durante a cerimónia que irá marcar a abertura da mostra fotográfica.

Que outras manifestações o Consulado tem levado até à comunidade? A programação tem de ser equilibrada, houve teatro, fotografia, escultura, cerâmica, mesas redondas, pintura. Organizamos um calendário cultural para todo o ano, temos no entanto de deixar alguns espaços para o que aparece expontâneamente,

como mesas redondas, o lançamento do livro tudo tem de ser encaixado, temos uma programação anual mas não somos inflexíveis, no primeiro semestre deste ano tivemos uma exposição cujos lucros foram a favor das vítimas das cheias da Madeira, surgiu sem estar programada e quisemos encaixá-la.


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Concurso de fotografia do Consulado Geral em Paris com o apoio do Banco Espírito Santo (BES) Edição de 2010

Regulamento 1. Objectivo O presente concurso de fotografia é uma iniciativa regular do Consulado Geral de Portugal em Paris, realizada com o apoio do BES no âmbito da sua política de mecenatoe apoio à fotografia, e que visa promover, através da expressão fotográfica, a criatividade e a reflexão social em torno da comunidade portuguesa em França. 2. Tema O concurso de 2010 será subordinado ao tema “Dupla pertença/Double appartenance”, ou seja, a pertença simultânea a dois territórios geográficos, sociais, culturais e afectivos distintos que são o país de origem (Portugal) e o país de acolhimento (França). Pretende-se que os trabalhos fotográficos apresentados a concurso reflictam, de forma clara e expressiva, essa dualidade vivencial que marca, tanto em território francês como português, o espaço físico e a geografia sentimental da comunidade portuguesa e lusodescendente em França. 3. Condições de participação 3.1. O concurso é aberto a fotógrafos amadores. 3.2. Os concorrentes poderão candidatar-se individualmente ou em grupo. 3.3. É vedada a participação aos membros do júri e aos funcionários do Consulado Geral em Paris.

...”Tivemos agora um contacto com o Instituto Camões, recebemos seis exposições de Lisboa que eventualmente serão expostas também nalgumas associações que têm valor e que são muito importantes para a comunidade.”

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Fizemos um recital de poesia no semestre passado com a presença do poeta Nuno Júdice que foi evocativo do centenário da República e agora durante a semana de 4 a 8 de Outubro vamos ter uma exposição que feita de propósito para comemorar o 5 de Outubro, organizada pelo Instituto Camões e pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas que convidaram 10 ilustradores portugueses a trabalhar 10 temas a partir de textos de autores contemporâneos. O que gostava de realizar e que ainda não foi possivel fazer? Gostavamos de fazer aqui exposições passíveis de itinerância, ainda não conseguimos reunir condições, têm que ter caracteristicas especificas, temos que ter a certeza que podem circular pelas associações, estamos a trabalhar nesse sentido. Tivemos agora um contacto com o Instituto Camões, recebemos seis exposições de Lisboa que eventualmente serão expostas também nalgumas associações que têm valor e que são muito importan-

4. Envio das fotografias 4.1. O prazo para apresentação de candidaturas termina às 20h00 do dia 15 de Outubro de 2010 (sexta-feira). 4.2. Cada concorrente (individual ou colectivo) poderá enviar por email, para oendereço de correio electrónico do Consulado Geral ( foto.consulado@free.fr ), até ummáximo de 3 fotografias (a cores e/ou a preto e branco). Cada imagem que servirá apenas para visualização e avaliação não poderá exceder os 300 Kb, podendo o Consulado Geral solicitar posteriormente, a todo o momento, o envio das imagens em alta qualidade. O concorrente poderá atribuir um título às fotografias. 4.3. No corpo do email enviado deverá constar o nome, a morada e o contacto telefónico do concorrente. 4.4. Não poderão ser submetidas a concurso fotografias cujos direitos de autor não pertençam integralmente e sem excepção ao participante ou se encontrem consignados, mesmo que temporariamente, a terceiros. Ao participar no presente concurso, cada concorrente cede gentilmente o direito de reprodução das suas obras para publicação e reprodução nos materiais de comunicação e outros suportes de promoção, produzidos e difundidos pela organização e/ ou respectivos parceiros. 4.5. Não serão aceites fotografias que tenham sido premiadas noutros concursos. 5. Júri 5.1. Na presente edição, o Júri é constituído, por designação do Consulado geral e do BES, pelos três seguintes elementos: a) Luís Ribeiro Soares, fotógrafo profissional; b) Paulo Dentinho, correspondente da RTP em Paris; c) Artur Silva, jornalista da Rádio Alfa de Paris. 5.2. O Júri verificará a conformidade formal dos trabalhos, apreciará a qualidade técnica, artística e documental das fotografias e atribuirá os prémios estabelecidos. 5.3. Das decisões do Júri, tomadas por unanimidade ou maioria, não caberá recurso. 6. Prémios 6.1. O Consulado Geral e o BES atribuem os seguintes prémios, em material fotográfico, às três melhores fotografias: 1º prémio - Scanner profissional Epson Perfection V700 Photo; 2º prémio - Máquina fotográfica Canon G11; 3º prémio - Trépied Manfrotto 190X (com rótula). 6.2. O Júri poderá atribuir uma Menção Honrosa (sem correspondência pecuniária) a trabalhos que, por unanimidade, sejam considerados merecedores dessa distinção. 6.3. O Júri reserva-se ainda o direito de não atribuir algum dos prémios previstos neste regulamento, por razões relacionadas com os critérios de apreciação e selecção dos trabalhos a concurso. 6.4. Os prémios serão entregues em cerimónia a realizar no dia 5 de Novembro no Consulado Geral em Paris. 7. Divulgação dos resultados 7.1. Os resultados serão divulgados através dos competentes órgãos de comunicação social e da página oficial do Consulado Geral ( www.consuladoportugalparis.pcom ). 7.2. Apenas os autores das três fotografias premiadas serão obrigatoriamente notificados dos resultados. 8. Exposição De entre as fotografias apresentadas a concurso, o júri seleccionará as 25 que serão objecto de exposição a realizar nas instalações do Consulado Geral em Paris, de 5 a 19 de Novembro de 2010. 9. Disposições finais 9.1. A participação dos concorrentes implica a aceitação sem reservas de todas as disposições deste regulamento, cujo não cumprimento conduzirá à nulidade do acto de participação. 9.2. Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pelo Júri.


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tes para a comunidade. As associações não têm intuito de produzir o cultural mas existe uma preocupação nesse sentido, a comunidade portuguesa residente aqui pode desenvolver um trabalho muito interessante, fazer com que as pessoas se encontrem já é um grande trabalho.

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Tem algum desafio para os membros da comunidade? Isto é uma estrada com dois sentidos para além de as pessoas virem cá também gostávamos que participassem, pretendemos ser uma montra também para os artistas da comunidade, convido-os a virem expor, cantar, representar ou franceses que de algum modo tenham obras com ligação a Portugal. No semestre passado lançámos um concurso de fotografia com o título Dupla Pertença e pretendemos que os portugueses aqui em França nos mostrem sinais da nossa portugalidade, as associações, o folclore são sinais de Portugal e dos portugueses, tragam-nos fotografias que podem ser de emigrantes em Portugal, as pessoas da comunidade pertencem cá e lá; o envio dos trabalhos termina a 15 de Outubro, foi constituído um júri para apreciar os trabalhos; em Novembro vai haver uma cerimónia, vão ser seleccionadas as 25 melhores fotos, serão anunciados os vencedores, os três primeiros têm direito a um prémio, material fotográfico de qualidade, para ama-

dores. Esta ideia nasceu para que as pessoas se sintam mais próximas do Consulado. Essa iniciativa tem o apoio de alguma entidade? O Banco Espirito Santo é o mecenas da fotografia e contamos com o apoio dessa instituição bancária neste concurso. A banca é um mecenas da cultura, gostávamos de alargar o mecenato às empresas que terão os seus benefícios em função da lei que protege os mecenas.

Que mensagem quer deixar aos leitores da Lusopress Magazine? Venham ao Consulado, acompanhem o esforço cultural, participem no concurso fotográfico, sentimos que se assim for, vale a pena. Muito importante é haver mecenas, às vezes uma quantia irrisória é o suficiente para apoiar um pintor, um escultor ou outro artista que sem esse apoio não será possivel participar.


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AS PRIMEIRAS PERSONALIDADES DAS 100 A NOMEAR PARA A OBRA

“PORTUGUESES DE VALOR”

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AMILCAR SANCHES........................ CRITICO MUSICAL.................................. FR ANGELO DA SILVA........................... ALFYMA................................................... FR ANTÓNIA GONÇALVES................... CANELAS................................................. FR ANTÓNIO BAPTISTA....................... PROFESSOR.............................................US ANTÓNIO FERNANDES................... ARGONET................................................ FR ANTÓNIO SEABRA.......................... GRUPO SEABRA......................................US ARMANDO FONTOURA.................. SHERIFF....................................................US ARMANDO LOPES........................... RÁDIO ALFA............................................ FR ARMANDO RIO................................ RIO CREDITS............................................ FR AUGUSTO AMADOR....................... VEREADOR..............................................US CARLOS DOMINGOS....................... TCDC......................................................... FR CARLOS FERREIRA.......................... CFM........................................................... FR CARLOS VINHAS.............................. CCIFP........................................................ FR DIAMANTINO MARTO.................... MARTO..................................................... FR ELISABETH DOS REIS...................... SCHOOL TIME......................................... FR EMANUEL LOPES............................. MERVEILLES............................................ FR FERNANDO AFONSO...................... KSM........................................................... FR FERNANDO COSTA......................... EURELEC................................................. FR FERNANDO CRESPO....................... SOC. FERNAND POSE............................ FR FERNANDO LOPES.......................... SFB............................................................ FR JOÃO BRAZ...................................... CBO........................................................... FR JOÃO HEITOR................................... EDITOR..................................................... FR JOAQUIM BAPTISTA ...................... PEDRA ALTA............................................ FR JOAQUIM CASIMIRO...................... POWER CONCRETE................................US JOAQUIM MACHADO..................... ELMO........................................................ FR JORGE PINHO.................................. APRM........................................................ FR JORGE TEIXEIRA.............................. LE PORTUGAL SAVEURS....................... FR

JOSÉ AGOSTINHO .......................... ISP............................................................. FR JOSÉ CORREIA................................. J´OCEANE................................................ FR JOSÉ LOPES...................................... SCP............................................................ FR JOSÉ MAFRA.................................... DELTA....................................................... FR JOSÉ OLIVEIRA................................ SPAP......................................................... FR JOSÉ STUART................................... STUART DIFFUSION.............................. FR LUÍS PIRES........................................ ESCRITOR.................................................US MADALENA SÁ DA BANDEIRA...... BES............................................................ FR MANUEL CASTRO........................... ATLANTICO.............................................. FR MANUEL FARIA................................ CALYPSO.................................................. FR MANUEL DA SILVA.......................... SBNI.......................................................... FR MANUEL SILVA REIS........................ RCV........................................................... PT MARCO OLIVEIRA........................... LUSITANOS ST MAUR............................ FR MARIA DO CÉU GONÇALVES........ AGRIBÉRIA............................................... FR MÁRIO CASTILHO .......................... APCS......................................................... FR MICHAEL MARTINS......................... ILHA TROPICAL....................................... FR MOISÉS MACHADO........................ MÉDICO.................................................... FR PAULO MATOS................................. PM CONSTRUCTION..............................US PAULO MARQUES........................... CIVICA...................................................... FR PAULO DENTINHO.......................... JORNALISTA............................................ FR RAMIRO FERNANDES..................... MENILMONTANT.......................... FR ROGÉRIO VIEIRA.............................. NAPOLEON.................................... FR RUI NABEIRO.................................... DELTA............................................. PT ULRICH AMADO.............................. DESPORTISTA ............................... FR VICTOR GIL ...................................... CONSELHEIRO ASS. SOCIAIS................ FR VICTOR MARIANO........................... ETS MARIANO................................ FR


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Positivando a vida Carlos Fernando da Silva Ferreira natural de Leiria, nasceu no ano de 1965. Em Fevereiro de 1970 veio para França onde fez toda a escolaridade; Carlos Ferreira pensava prosseguir os estudos para ser piloto profissional mas a candidatura a uma bolsa foi recusada pelo Estado francês, a aviação perdeu um piloto mas França ganhou um empresário na área dos materiais de construção, que mantém ainda o sonho. “Penso ainda conseguir realizar o meu sonho e tirar o brevet, não para já, neste momento estou ocupado com os meus clientes, privilegio-os , tenho uma preocupação constante, sou rigoroso e gosto de os receber como gostaria de ser recebido, a ordem e a higiene são fundamentais, se queremos receber as pessoas, para se sentirem bem temos de criar condições; aqui a empresa tem de estar impecável quer no interior quer no exterior, a imagem vale muito” afirmou Carlos Ferreira.

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Os materiais que comercializa compra-os onde? Os materiais básicos é complicado comprar fora, nomeadamente em Portugal porque é material pesado e o transporte encarece, estou a iniciar uma nova actividade com uma empresa criada antes das férias para a comercialização de produtos com requinte, só materiais importados de Portugal, com linhas modernas (pedras, madeira,

...”por vezes aqui pensam que só se encontram materiais de construção de qualidade em Espanha ou Itália, e eu estou a fazer conhecer que em Portugal também existem”.

inox), porque por vezes aqui pensam que só se encontram materiais de construção de qualidade em Espanha ou Itália, e eu estou a fazer conhecer que em Portugal também existem. Veio com 5 anos mas a portugalidade está bem patente. Em Portugal sinto-me bem, aqui tenho o bem-estar, os amigos e a família, estou repartido entre os dois países , ou seja a minha vida activa tem de ser cá mas a minha vida recreativa e de descanso é lá, a portugalidade e os valores foram-me transmitidos pelos meus pais e hoje tento fazer o mesmo com os meus filhos; em casa falamos português com eles, é uma riqueza podermos comunicar em duas línguas, o ideal e devido à globalização é falar pelo menos três idiomas. A portugalidade também é transmitida através das nossas acções, na educação, nos exemplos que lhes damos, dos amigos que nos rodeamos que nos dizem que os nossos filhos são bons cidadãos portugueses.


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No seu círculo de amizade também estão incluídos franceses. Relaciono-me do mesmo modo com franceses e portugueses, dois povos e duas culturas diferentes mas quando se criam laços de amizade as fronteiras não existem. Como encarou e resolveu as contrariedades que lhe apareceram ao longo da vida? Todos os problemas têm solução, temos de positivar, os percalços que me foram acontecendo serviram para aprender e não repetir os mesmos erros, em primeiro lugar para mim está a família e se eu errar é ela que é prejudicada hipótese que não posso colocar porque é da minha família que ao longo da vida tenho recebido o apoio e a força para continuar a lutar e sem ela não seria o homem que sou, é a minha base , o meu apoio, a família é fundamental .

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Quando visita Portugal como encontra o estado de espírito das pessoas? Há no entanto uma insatisfação generalizada mas nunca se viveu tão bem como agora, as pessoas estão sempre a reclamar, faz parte da qualidade humana, quanto mais temos mais queremos.

Ricky e os Guitar Express

Tem um horário intenso de trabalho, dedica-se à família, sobra-lhe tempo para desporto ou outro hobby? O tempo realmente é curto, mas pratico golfe e gosto muito de viajar. O golfe é um desporto que nos põe modestos, quanto mais jogamos mais tomamos consciência que temos muito a aprender, e também é óptimo para aliviar o stress, esquecemo-nos de tudo; as viagens abrem-nos os horizontes. Com uma boa organização do meu tempo ainda me dedico à Academia do Bacalhau de Paris, sou um compadre recente, só há dois anos é que comecei a ser levado por amigos, no principio ia lá para partilhar tempo com os amigos agora estou-me a aperceber que temos uma missão para desenvolver . Para levar a cabo a missão o que há a fazer no imediato? Há certos valores que para os manter temos de dar meios à associação , o que estamos a desenvolver é um trabalho forte , criar uns bons alicerces para quem vier depois de nós dar continuidade. Sermos da mesma comunidade o que faz é comunicarmos mais depressa mas não torna as coisas mais simples quando nos deparamos com contrariedades.


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entrevista 54

A primeira grande acção desta direcção é a organização do Congresso, como é que está a correr? Um dos elementos da direcção perguntava-me: se as coisas correrem mal qual é o plano B? respondi que é igual ao plano A, vai correr tudo bem. A equipa é unida, trabalha com um envolvimento tão importante que pode tirar a objectividade mas estamos tão envolvidos que os problemas que possam aparecer serão resolvidos, a direcção eleita há pouco tempo, está embuída no espirito positivo. Estamos a trabalhar no curto prazo por causa do Congresso, mas a longo prazo, depois do Congresso gostava de partilhar momentos com os compadres mais antigos, muitas coisas terão de ser alteradas e melhoradas, tive a oportunidade de visitar várias Academias, deixaram-me orgulho pela organização. Em França somos a maior comunidade portuguesa fora de Portugal e a Academia deve estar ao nível da grandiosidade da nossa comunidade, a seguir ao Congresso temos de nos por ao nível das maiores Academias, os compadres antigos devem estar connosco para continuarmos a ser unidos em prole duma causa: a beneficiência. A organização deste Congresso tem toda a Direcção empenhada e também muitos compadres que mesmo não fazendo parte da Direcção têm contribuído com trabalho para que o mesmo seja um sucesso.

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Por que motivo é que as mulheres não podem fazer parte da Academia? Esse é um dos pontos que eu quero propor numa próxima reunião, mudar o painel para compadres e comadres, temos mulheres na região de Paris que fazem falta à Academia e não estou a falar só de mulheres de compadres, há mulheres cujos maridos não são compadres e que deviam integrar a Academia.


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restaurantes 56

novo restaurante em Saint Maur O ambiente tropical do novo restaurante de Michael Martins leva-nos a um qualquer recanto do Brasil, uma esplanada com 80 lugares sentados, mais um salão onde se poderão sentar 120 pessoas e um local completamente independente preparado para 160 pessoas com condições de aluguer do espaço. O grupo musical que animou

Michael e Jessy

bar e eu aproveitei o espaço que ela tem e os bons utensilios de trabalho para a transformar na Ilha Tropical, o meu objectivo é sempre agradar ao cliente e prestar o bom serviço”. Jessy Martins, profissional da restauração exemplar, disse: “O ambiente tropical foi sempre opção do Michael, eu argumentava que misturar as duas coisas podia não correr bem, até aqui tinhamos falta de espaço e era dificil coordenar os dois ambientes, agora como o temos vamos aproveitar, acho que vai funcionar. Estamos abertos a críticas para melhorar, na nossa casa todos dão opinião e nós aproveitamos as boas. Queremos evoluir, quem sabe abrir um outro local mais tarde, uma casa tem de funcionar sem os patrões, nós tivemos uma boa formação.”

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Bia e Joaquim Martins são os pais do jovem dinâmico e empreendedor Michael Martins que com a sua esposa Jessy abriu um novo. O jovem casal conta com o apoio incondicional dos pais de Michael que orgulhosos do filho afirmaram à nossa reportagem:

Salão dos eventos Atarefado para dar atenção aos muitos amigos que marcaram presença na inauguração, Michael explicou sucintamente o que pretende do novo espaço: “Eu e a minha esposa somos uma fusão, queremos demonstrar o que gostamos, eu um bocadinho de Portugal e ela um bocadinho do Brasil. Durante a semana o menú é quase exclusivamente português mas ao sábado haverá Rodizio à Brasileira com cortadores profissionais e música brasileira. Esta casa era um

Joaquim e Bia Martins, pais de Michael


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restaurantes 58

O famoso rodízio à brasileira

“Sinto-o muito motivado, é um desafio, o negócio que estava aqui instalado estava parado, é um desafio ainda maior. Eles estão preparados para o trabalho que têm pela frente; o Michael teve formação para outra profissão mas é da restauração que ele gosta, os estudos são uma coisa e a vida real é outra, ele adaptou-se e é feliz” disse Joaquim Martins. Bia Martins era a mãe, Michael ter realizado o sonho é para ela mais uma etapa ganha. “Conheço o Rio de Janeiro e poder aqui em França ter o mesmo ambiente agrada-me. Eles fizeram bem em apostar e investirem no Ilha Tropical.” Jessy e a filha

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Eliseu Fernandes comemorava o aniversário com a esposa Gaby e amigos


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produtos Velhos documentos do século XVII fornecem a chave da sua história... A Aveleda é uma empresa familiar que, há mais de três séculos, é dirigida por gerações da mesma família, cujo talento foi desde sempre devotado a produzir vinhos cuja qualidade tem sido amplamente reconhecida em Portugal e a nível internacional. Preservando até hoje o seu cariz familiar, a Aveleda evoluiu ao longo dos tempos combinando dedicação, tradição e inovação. Basta um breve passeio pela Quinta da Aveleda para perceber que aqui a qualidade e perfeição são algo de natural... algo que está presente nos mais pequenos detalhes da história da família Guedes que procura aplicá-las em tudo o que faz há mais de 300 anos.

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Foi neste cenário que foi encontrado e materializado o conceito das Follies, gama de vinhos lançada pela empresa em 2006.

A gama Follies, composta por três vinhos brancos e dois tintos, integra conhecidas castas Portuguesas (por exemplo Alvari-

E S E VEND RESTAURANTE NO LE BOURGET

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MOTIVO RETIRADA

A FUNCIONAR EM PLENO COM HABITAÇÃO MAIS INFORMAÇÕES LIGUE 06 75 12 68 46

nho e Touriga Nacional) e Francesas (Chardonnay e Cabernet Sauvignon) que estão na origem de blends muito interessantes


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produtos Nasceu assim o Grande Follies tinto. A elegante complexidade de aromas deste vinho é caracterizada por intensas notas de cassis, chocolate e compota, integradas com as de madeira e folha de tabaco.

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como é o caso do vinho Aveleda Follies Maria-Gomes/Chardonnay e do vinho Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon.

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Após várias vindimas de experimentação, a equipa de viticultura da Aveleda identificou na Quinta da Aguieira (propriedade que a Aveleda detém na região da Bairrada) uma parcela de vinha da casta Touriga Nacional com uvas de enorme concentração e em excepcionais condições de maturação. A colheita desta parcela foi separada tendo sido efectuada uma vinificação independente.

Paralelamente ao lançamento do Grande Follies tinto, a Aveleda lançou também o Grande Follies branco, vinho que acaba de receber a Grande Medalha de Ouro no Concurso «Os Melhores Vinhos da Bairrada» e de ser galardoado com 93 Pontos pela prestigiada revista americana Wine Enthusiast que o descreveu como um «impressive wine». Além da gama Follies, e dos restantes vinhos do seu portfolio (Casal Garcia branco e rosé, Aveleda Fonte, Quinta da Aveleda e o Charamba Douro, um dos vinhos mais premiados da Aveleda),a Aveleda produz também a aguardente Adega Velha. Adega Velha Produzir uma grande aguardente como


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produtos 64

a Adega Velha, requer tempo, mas não só. É necessário muito mais. Para começar, as uvas de elevada qualidade são cuidadosamente seleccionadas nas vinhas da Quinta da Aveleda. O resultado é um vinho leve, equilibrado na acidez e na graduação alcoólica. O vinho é posteriormente submetido a lentas e cuidadas destilações em alambique Charentais. A magnífica cor âmbar e a riqueza do bouquet, resultam de um longo repouso de 10 anos em cascos de carvalho da região de Limousin. A Adega Velha, que apresenta um bouquet complexo e harmonioso, é por muitos considerada uma das melhores Aguardentes de Portugal. A sua origem em uvas aromáticas e frescas com baixo grau alcoólico confere-lhe a suavidade, o aveludado e o complexo de aromas tão apreciado. Apesar de ser a vinha e o vinho o ex-libris da empresa, a Aveleda produz, desde 1987, de forma tradicional dois tipos de queijo: Queijo Quinta da Aveleda amanteigado e Queijo Quinta da Aveleda curado.

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Estes queijos são produzidos a partir do leite obtido na vacaria existente na Quinta desde o século XIX. A sua produção é limi-

tada e com amplo recurso a mão-de-obra de modo a garantir a obtenção de um produto com uma elevada qualidade, com o mesmo sabor e textura que o produzido pelos nossos antepassados. Pelas suas características, os queijos Quinta da Aveleda podem ser apreciados em qualquer ocasião como no início de uma refeição, como aperitivo, ou no final da mesma, como sobremesa.

Os produtos da Aveleda são distribuídos em França pela empresa: Le Portugal des Saveurs Tel: 01.49.34.15.50 contact@portugaldessaveurs.fr Para mais informações, consulte o site www.aveleda.pt.


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música 66

Nelson Ritchie

lança “Amanhã”

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“AMANHÔ é o nome do novo álbum de Nelson Ritchie, que recentemente chegou ao mercado. Do alinhamento deste novo trabalho fazem parte os temas ‘Amar é o segredo’ e ‘Amanhã sei que vais partir’, que chega agora às Rádios Nacionais. Este trabalho de Nelson Ritchie contou com a participação de novos compositores e produtores reconhecidos no nosso panorama musical, como Tony Carreira, Ricardo Landum, Ménito Ramos, Paulo Martins, M.Fredriksson e Niclas Lundin. Seguindo a linha do primeiro álbum (“Primeiro Sinal”, editado em 2008), Nelson Ritchie apresenta temas originais sendo fiel à sua inspiração pop romântica com uma sonoridade muito actual.

Biografia Nelson Ritchie nasceu a 16 de Março de 1987 em Dourdan, uma pequena cidade a 50km de Paris (França), e desde muito cedo esteve próximo do meio musical, muito devido ao pai o produtor musical, José Antunes, e ao tio Tony Carreira. Enquanto jovem, Nelson Ritchie descobre a sua paixão pela música ao tocar a viola baixo do seu pai, dos tempos em que este fazia parte de numa banda em Paris. Depois de 2 anos numa escola de música, onde aperfeiçoou as técnicas de viola baixo, Nelson Ritchie começa a gravar as primeiras maquetas musicais no seu próprio computador. Aos 18 anos, Nelson Ritchie muda-se para Portugal e começa a realizar o seu sonho ao gravar o primeiro trabalho discográfico, intitulado “Primeiro Sinal”, um álbum composto integralmente por temas originais, com influências românticas, latinas e pop rock. A repercussão nos media e público foi tão receptivel que Nelson Ritchie ganhou o primeiro prémio na categoria de “Artista Revelação 2008” da Rádio Romântica FM, entregue em Março de 2009. Nelson Ritchie continua a escrever a sua história… Contactos: Cristina Santos Dyam Produções musicais Lda. cristinasantosdyam@gmail.com Tel. 927 510 099 / 212 977 885


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passatempos 70 Sopa de Letras Descubra neste quadro e em todas as direcções (horizontal, vertical e diagonal) nome de vegetais.

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AGRIÃO AIPO ALFACE ALHO BATATA BERINGELA BETERRABA CEBOLA CENOURA COENTRO

COGUMELO COURGETE COUVE OREGÃO PEPINO PIMENTO POEJO RABANETE SALSA TOMATE


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horóscopo 72

CARNEIRO ( 21/3 a 20/4 ) A não ser pelos relacionamentos, a energia fica menos densa neste período. As mudanças dão um tempo e você consegue definir mais concretamente alguns passos necessários. Estruturas começam a ser construídas. TOURO ( 21/4 a 20/5 ) O amor continua sendo o foco de seus pensamentos e energias e isso não acontece à toa: há um movimento em direção à novas conquistas e novos romances chegando até você. Trabalho intenso e exigente. GÊMEOS (21/5 a 20/6 ) Nesta fase você pode começar a sentir algumas dificuldades com seu amor. Procure entender que a sua forma de amar e mude o que for necessário. Seus sentimentos de rejeição estão muito aflorados. Não faça tempestade em copo d’água. CARANGUEJO ( 21/6 a 20/7 ) As dificuldades em sua vida familiar e doméstica ficam mais afloradas neste momento. Evite confrontos e brigas, pois não levarão a nada. Olhe mais para as suas necessidades emocionais, pois o amor bate novamente à sua porta.

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LEÃO ( 21/7 a 22/8 ) O mês está óptimo para exercer sua criatividade. O amor está mais forte dentro de você e al-

gumas necessidades emocionais mais afloradas. Vida familiar e doméstica em óptima fase.

fluir e coloque um ponto final no que já não serve mais.

VIRGEM (23/8 a 22/9 ) A vida volta a funcionar de forma mais tranqüila, mas suas finanças devem ser olhadas com muito cuidado. Não se envolva em nenhum investimento de risco. nesta fase o melhor que você tem a fazer é não gastar além do necessário.

CAPRICÓRNIO ( 22/12 a 20/1 ) Carreira e vida profissional exigem mais de você neste momento. Procure não se envolver em disputas e discussões, pois isso só prejudicará a sua imagem diante de superiores. Mantenha-se focado.

BALANÇA ( 23/9 a 22/10 ) Saturno volta a cobrar posturas e coloca você novamente em situações difíceis. Passado e futuro voltam a lutar por supremacia, mas em breve tudo ficará claro e você poderá tomar as decisões acertadas. Agora não faça nada.

AQUÁRIO ( 21/1 a 19/2 ) Marte se aproxima de venus em escorpião e se você for do primeiro decanato já começa a perceber os movimentos que se desenham em sua carreira e vida profissional. Tenha paciência e neste momento apenas observe.

ESCORPIÃO ( 23/10 a 21/11 ) Marte se aproxima de venus que transita por seu signo e se você for do primeiro decanato já começa a sentir essa energia. Prepare seu coração, pois uma nova paixão se aproxima. Finanças em ótima fase.

PEIXES (20/2 a 20/3 ) Nesta fase o passado volta a incomodar e brigar com seus planos futuros. Amor e relacionamentos voltam a fazer parte de suas preocupações. Deixe a energia rolar solta, pois o Universo começa a desenhar um novo futuro para você.

SAGITÁRIO (22/11 a 21/12 ) Esta é uma fase de maior introspecção e você deve respeitar isso. Um amor do passado pode voltar a fazer parte de sua vida ou pensamentos. Deixe a energia

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