Jornal da AMPARE - Ano XVIII | nº 56 | julho – agosto – setembro de 2019

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AMPARE Ano XVIII | nº 56 | julho – agosto – setembro de 2019

osofar é il f o d o h in “O cam bertação a li e d o h in m um ca cimento. e h n o c o t u a partir do si mesmo a r e c e h n o c Mas e não o t n e im t s e v é um in a. É difícil, s n e p m o c e r uma dói;” incomoda e

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ittencourt B M A s o c r Ma

Mensagem Ampare:

Sobre os felizes...

Socorro Acioli

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Pag. 5 Ampare: Quem somos e o que fazemos...

Pag. 10 Artigo:

Neuropsicologia com seus testes e escalas Lucimar de Albuquerque Mello

Imagem: tela de Jane Lemos

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EDITORIAL

REFLEXÃO

TOCANDO EM FRENTE

Caminhando e cantando e seguindo a canção

Almir Sater e Renato Teixeira

Assim vou seguindo... Assim vou levando... Bem assim...

Ando devagar Porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe, Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir Penso que cumprir a vida Seja simplesmente Compreender a marcha E ir tocando em frente Como um velho boiadeiro Levando a boiada Eu vou tocando os dias Pela longa estrada, eu vou Estrada eu sou Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir Todo mundo ama um dia Todo mundo chora Um dia a gente chega E no outro vai embora Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz…”

mais ou menos assim... Como na música. Meu lema? É simples: Hoje, melhor que ontem; amanhã, melhor que hoje. Em constante transformação... Lembrando que “nascemos sem saber de nada e morreremos sem saber de tudo”... E que nesse breve espaço, aprendemos um pouco a cada dia, como um eterno aprendiz. Usando vírgulas ao invés de pontos e reticências em vez de ponto final. Interrogação? Só para aprender e não fazer errado; e exclamação, só de Alegria! Bem assim... Mais ou menos assim... Socorro Capiberibe

EXPEDIENTE AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife Fundada em 23 de abril de 2001. CNPJ: 10.429.193 /001-54. Rua Oswaldo Cruz, 393, Boa Vista, Recife/PE – CEP: 50555-220. Fones: (81) 3222.6252 | 8517.1057 www.ampare-pe.com.br / ampare_pe@hotmail.com DIRETORIA PRESIDENTE: Wagner Saldanha Maia (Sócio Fundador) VICE-PRESIDENTE: Wilson De Oliveira Jr. (Médico / Idealizador da AMPARE) DIRETORA CULTURAL: Socorro Capiberibe (Sócia Fundadora) DIRETORA ADMINISTRATIVA: Ana Paula Hawatt (Psicóloga) DIRETORA TÉCNICA: Jane Lemos (Psiquiatra) DIRETORA FINANCEIRA: Francisca Modesto (Psicóloga) CONSELHO FISCAL Titulares: Amanda Britto Lyra, Maria Helena Baltar e Marcos Antonio Bittencourt Suplentes: Edson Rodrigues, Jaidete Almeida e Maria do Carmo Nigro Jornalista responsável: Maria Cândida Capiberibe Maia Cavalcanti | DRT/PE 3036 Revisão e assessoria de comunicação: Mariana Capiberibe Maia Fotografias: Maria Capiberibe Jung, Mariana Capiberibe Maia e Wagner Maia Impressão: Gráfica ArtFast Tiragem: 5.000 exemplares

Assim é a vida. Assim somos nós... *Compreendendo a marcha e ir tocando em frente...* Porque na estrada da vida não existe retorno. 2


MENSAGEM AMPARE:

Sobre os felizes... Socorro Acioli

Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos e costumo observar suas ações com dedicada atenção. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria, busco onde está o mistério, tento ler seus gestos e aprendo muito com eles. De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar. Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas continuam discretamente felizes. O primeiro hábito que eles têm em comum é a generosidade. Mais que isso: eles têm prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca. Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que têm, mesmo quando é muito pouco. Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas. Negam qualquer pequeno favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar, quase cobram medalhas e passam o recibo. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes. Cada vez mais. O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo. Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes

fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes. O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras. Escrevo essa crônica, grata e emocionada, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o caminho...

#CadaUmDeNósCompõeASua HistóriaECadaSerEmSiCarrega ODomDeSerCapazDeSerFeliz

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A VIDA* Depois de muitas quedas, eu descobri que, às vezes, quando tudo dá errado, acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo. Eu percebi que quando me amei de verdade pude compreender que, em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa. Então pude relaxar... pude perceber que o sofrimento emocional é um sinal de que estou indo contra a minha verdade. Parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Desisti de querer ter sempre razão e com isso errei muito menos vezes. Desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece. Descobri que na vida a gente tem mais é que se jogar, porque os tombos são inevitáveis. Percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Também percebi que sem amor, sem carinho e sem verdadeiros amigos a vida é vazia e se torna amarga. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Música

Ampare recomenda

CANTINHO DO POETA // MÁRIO QUINTANA EM DESTAQUE

NANDO CORDEL MEDITAÇÃO

FAUSTO PAPETTI / INSTRUMENTAL MUSIC

ANDRÉ RIEU / ROMANTIC PARADISE

Filmes AMARGO REGRESSO

PERFUME DE MULHER

O ÓLEO DE LORENZO

Livros A CABANA

O PODER DO HÁBITO

*Mário Quintana

O FANTASMA DO PÂNICO OU O FUNDO DO POÇO Autor: Socorro Capiberibe Idioma: Português Editora: Socorro Capiberibe Assunto: Psicologia Edição: 4ª Ano: 2003

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AMPARE

Quem somos e o que fazemos...

“Jamais despreze uma pessoa deprimida. A Depressão é o último degrau do sofrimento emocional. É o momento exato em que a alma dói!” AMPARE! AMPARE: DESDE 2001 À SERVIÇO DA SAÚDE MENTAL AMPARE SEMPRE PENSANDO EM VOCÊ Seja bem-vindo!!! Conheça nossa associação. Fique por dentro das nossas atividades. Seja um associado!!!

Imagem da Internet

“Faze com alma o que na vida te for dado fazer, mas não te esqueças de integrar-te nos grandes planos de Deus”. (D. Hélder Câmara)

Fundada em 23 de Abril de 2001, por um grupo de portadores do transtorno do pânico e idealizada pelo médico pernambucano Wilson Alves de Oliveira Jr., a Ampare existe para “amparar” pessoas como você, que estão precisando de ajuda. E, apesar de criada inicialmente para os pacientes com pânico, hoje a Ampare acolhe também os pacientes com Depressão, TOC, Transtorno Bipolar, Hiperatividade, Déficit de Atenção e outros transtornos de ansiedade e do humor. Trabalhamos por uma Medicina mais humana e eficaz, que tem por base uma causa social, que visa sobretudo a acessibilidade dos pacientes, a um tratamento digno, adequado, e com melhor qualidade de vida para quem sofre de transtornos Emocionais: Psicológicos / Psiquiátricos. Temos um site informativo sobre o nosso trabalho, com artigos de médicos e psicólogos abordando sobre o Pânico, outros transtornos de ansiedade, depressão e seus tratamentos; além de entrevistas e depoimentos de pacientes, dicas de livros, agenda de palestras, cursos para estudantes e profissionais da área. Visite, fique por dentro e indique aos amigos: www.ampare-pe.com.br. Além do nosso site, a AMPARE também conta com uma página oficial no Facebook: www.facebook.com/AMPARE.oficial. Você pode acompanhar a Associação também no Instagram: ampare.oficial. E agora a AMPARE também dispõe de um canal no YouTube onde você pode assistir aos vídeos da Associação: AMPARE - PE OFICIAL Temos ainda um JORNAL de periodicidade trimestral com uma tiragem de 5.000 exemplares, que circula com êxito pelos meios médicos e demais meios sociais, levando a todos uma visão ampla de nossas atividades. Contamos com excelentes Profissionais: Médicos e/ou Psicólogos - que abraçando a causa humanista da AMPARE, prestam atendimento aos sócios dessa Associação, nos Consultórios da AMPARE, seguindo a nossa proposta eficiente e digna, que respeita os diferentes níveis sócio-econômicos dos pacientes. Para isso A AMPARE criou o “SPPA” (Serviço de Psicologia e Psiquiatria AMPARE) na própria Sede, que dispõe de 8 salas/consultórios, funcionando todos os dias, das 7:30 às 19:30h, com valores compatíveis ao nível sócio-econômico de cada um. O valor da consulta com os Psiquiatras é de R$100,00 (Nos consultórios da AMPARE). Quanto às sessões de psicoterapia com os Psicólogos, por serem semanais, tem o valor flexível: entre R$50,00 e R$100,00 - ajustado diretamente entre o profissional e o paciente, mediante avaliação sobre reais condições financeiras do paciente - (Nos consultórios da AMPARE). Com uma mensalidade simbólica de apenas R$20,00, você se torna associado da AMPARE e pode usufruir dos serviços prestados por esta associação; basta comparecer à AMPARE portando um documento com foto, ler e assinar o Regulamento da Instituição e preencher o cadastro de Associado. Associe-se já! Promovemos palestras em empresas, faculdades, colégios, igrejas etc., para divulgar os transtornos emocionais e o nosso trabalho. Para solicitar uma palestra fale conosco. Nossos contatos: (81)3222-6252 (Fixo) / 98517.1057 (oi) / 99504.0782 (Tim) / 989910240 (Claro) Nosso E-mail: ampare_pe@hotmail.com Nosso site: www.ampare-pe.com.br Nossa página oficial no Facebook: www.facebook.com/AMPARE.oficial Instagram: ampare.oficial Youtube: AMPARE - PE Oficial Grupo/comunidade vinculado à página do Facebook: AMPARE.oficial Nosso endereço: Rua Oswaldo Cruz, 393, Boa Vista, CEP 50050-220, Recife - PE (Térreo e 1º Andar do Prédio Anexo da Associação Médica de PE). Nosso horário de atendimento: de 2ª à 6ª feira, das 7:30h às 19:30h e aos Sábados das 8:00 as 13:00h.

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PERFIL DO SEU PSICOLOGO

Joana Pimentel Moreira Psicóloga Clínica Terapeuta Cognitivo-comportamental

1. O QUE A LEVOU A ESCOLHER A PROFISSÃO?

confiança e o respeito entre o paciente e o Psicólogo.

Sempre gostei de escutar as pessoas e busquei uma profissão onde pudesse transformar essa escuta em amparo, acolhimento. Uma forma de, através do meu trabalho, minimizar ou extinguir o sofrimento humano. Sinto-me muito gratificada.

4. QUE SUGESTÕES VOCÊ DARIA PARA UMA FORMAÇÃO ACADÊMICA MAIS QUALIFICADA?

2. COMO PSICÓLOGA CLÍNICA, COMO VOCÊ VÊ O USO DA MEDICAÇÃO NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO PÂNICO E OUTROS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE? Depende da gravidade do transtorno. Transtornos leves são passíveis de tratamento com psicoterapia, desde que haja o comprometimento do paciente. No caso de transtornos moderados a graves, considero importante o uso da medicação e um trabalho integrado entre o Psicólogo e o Psiquiatra. 3. NA PRÁTICA CLÍNICA O QUE CONSIDERA MAIS IMPORTANTE PARA A EFICÁCIA DO TRATAMENTO? Na psicoterapia considero muito importante a colaboração do paciente no seu tratamento, a formação de uma boa aliança terapêutica, a empatia, a

Aprender fazendo. Deveria haver mais aulas práticas, com resolução de problemas da vida real. Também deveriam ser mais bem desenvolvidas as habilidades socioemocionais, tais como colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade. São habilidades necessárias para todo ser humano e que as escolas/ faculdades não ensinam.

7. UM HOBBY: Praia com a família e ler um bom livro deitada numa rede. 8. UM SONHO: Um mundo com menos desigualdades, menos violência e mais tolerância. 9. UM FILME: A Vida é Bela. 10. UMA MÚSICA:

5. EM SUA OPINIÃO, O TRANSTORNO DE PÂNICO TEM CURA OU CONTROLE?

Espatódea (Nando Reis) e Pegadas na Areia (Padre Antônio Maria).

Acredito que tem controle. Na terapia cognitivo-comportamental ensinamos ao paciente a “prevenção de recaídas”, que, sendo utilizada de forma adequada e no momento certo, junto com uma psicoeducação bem feita, possibilita ao paciente uma boa qualidade de vida e o controle sobre o transtorno do pânico.

11. UMA REALIZAÇÃO:

6. UMA PESSOA QUE ADMIRA: Meus pais, pessoas que me transmitiram valores como ética, fé e cuidado com o próximo.

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Meus dois filhos. 12. UMA MENSAGEM: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” CARL JUNG.


ARTIGO

Refletindo sobre a filosofia e o filosofar na vida Marcos A M Bittencourt – Psicólogo clínico

Aprendi “Filosofia” mas não “filosofar”. Conheci do conteúdo dos pré-socráticos” aos existencialistas europeus e adentrei na pós-modernidade. Mas o que aprendi foi mero assentimento intelectual de experiências alheias, de frases soltas, de afirmações de homens que passei a admirar. Mas, em que isso me ajudou, se não me tornei tributário e responsável pela pergunta em torno de minha própria existência? Conheci perguntas que eram dos outros e respostas que não eram minhas, algumas delas, vindas em pacotes salvíficos. Enfim encontravam respostas para tudo, menos para mim. Compreendi então que sabia “filosofia”, mas não sabia “filosofar”, pois prosseguia apenas admirando o conteúdo dos outros. Mas que não se confunda esse “vazio” com o sentimento expresso por Jules Lachelier sobre o filosofar quando menciona “sua congenital ambigüidade e seu caráter de processo contínuo de totalização”. Não é o vazio metódico (esvazio-me para experimentar e conhecer), mas o vazio de idéia, de sen-

tido, o vazio da acomodação. Aqui está a essência do filosofar. Essa tarefa não existe e não é, mas pretender “continuar sendo”, é uma tarefa infinita que envolve leituras e releituras em cada estação da vida. O caminho do filosofar é um caminho de libertação a partir do autoconhecimento. Mas conhecer a si mesmo é um investimento e não uma recompensa. É difícil, incomoda e dói; isso, porque não suporto o ser que verdadeiramente sou e não estou disposto a repensá-lo. Prefiro, antes,

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“racionalizá-lo” e justificar-lhe com as fantasias do que eu gostaria de ser. O conhecimento de si é a maior das rebeldias e não gosto de encarar rebeldes, só passivos. O caminho do “continuar sendo” e do autoconhecimento envolve o abandono de falsas imagens próprias que é uma espécie de visão que o Criador tem de nós, nua e crua e não aquela visão que a sociedade, o estado e outros grupos têm de nós. Crescemos acreditando que temos que moldar nossa vida para atender as expectativas de pessoas e instituições


e deixamos a vida de lado. Mas que não se confunda a expectativa que os outros têm de nós com a necessidade de filosofar não apenas sozinho mas no grupo e com o grupo. Animais irracionais atendem à expectativa instintiva para o que foram criados. O ser humano deve “aprender” e aprender demanda filosofar partilhando e “com-partilhando”. A minha autovisão também projeta a visão do outro. Esse é o processo educativo, onde eu me permito, dentro desse exame filosófico, construir e ser construído num movimento logo que envolver o outro, ou seja, pela educação.

Será que vale à pena viver assim, sem exame, sem uma tarefa que envolva a interrogação ética, sem uma interrogação que coloque em perigo o castelo de cristal que construímos, sem um questionamento que apresente nossa imagem narcísica deformada no movimento da água? Será que vale à pena viver representando um papel no circo da vida, sem se dispor a tirar a máscara e desnudar a nossa mais verdadeira face frente aos refletores? Mais cômodo é repetir o que nos ensinaram desde que fomos paridos. Essa tarefa do filosofar há de requerer uma experiência de “krísis”, em que nos permitamos transitar entre o exame e a decisão, em que rompemos com a lógica do passado, discernindo-o para construir, já no presente, um sentido que nos mova às decisões.

Então, o filosofar nos expõe contra nós mesmos, mas também nos direciona em relação ao mundo de “vida”. Isso ocorre quando assumimos “a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana”. Somos instados a jamais aceitá-los sem antes examiná-los. Pessoas sem exame vivem dentro de uma caverna, mas não por culpa inata. Nascemos dentro de uma caverna. Temos um legado de uma caverna escura, sombria e úmida e nos acostumamos a viver dentro dela sem vislumbrarmos a possibilidade de uma outra vida. Até que um dia resolvemos ir além da visão curta que tínhamos dos limites da caverna, não obstante os perigos e incertezas por que passaríamos nesse “exame”. Descobriria enfim um mundo novo, um mundo de luz e cores, mas não sem preço: seria considerado louco e pagaria com a pena de morte. Prefiro a morte ainda que seja do desprezo de quem se julga dono da verdade, ainda que seja o descaso, ainda que seja a morte física do que viver morrendo. Não quero ser um “Zé Ninguém”. Não aceito a “vida numa gaiola”, como seu eu fosse o experimento da expectativa alheia. Corro o risco de aceitar o contrato que os outros assinaram para minha vida, corro o risco de deixar de ser “eu”. Prefiro a morte como conselheira, aquela voz branda e silenciosa, revelando-me verdades novas e me convidando a viver e não a filosófica. “Melhor é ir à casa onde há luto que ir à casa onde há festa, pois ali se vê o fim dos homens e os vivos o aplicam ao seu coração” (Eclesiastes 7:2, Bíblia Sagrada). O que a morte

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nos ensina é “Carpe Diem”, pois não há tempo a perder. Por isso, quero assinar um novo contrato de vida. Se não o assinei antes de nascer, ainda há tempo. Que nesse contrato tenha cláusulas que me permitam participar do “todo da vida”,da vida que se manifesta em mim, que me permita estar consciente de minha finitude e de minha temporalidade, que me permita aceitar o fato de que adoeço e sou imperfeito, errando. Enfim, que eu aceite o fato da morte física como parte da vida. Lembro-me de um documentário (Nós que aqui estamos por vós esperamos, Brasil, 1999, dir: Marcelo Masagão, cor, 73 min) que assisti certa vez sobre as grandes transformações e personagens mundiais do Século XX, cuja apreciação foi feita a partir de um cemitério, no qual, as lápides informavam que a maioria de seus atores viveram muito pouco. Mas se o pouco que vivessem houvesse sentido. De certa forma, chega a banalizar a vida e a morte para que nós possamos pensar mais sobre elas. Lembrando Sêneca, temos muito tempo para viver, o problema é que não sabemos viver e a vida passa rápido, por isso torna-se curto: “Não é curto o tempo que temos, mas dele muito perdemos. A vida é suficientemente longa e com generosidade nos foi dada, para a realização das maiores coisas, se a empregamos bem. Mas, quando ela se esvai no luxo e na indiferença, quando não a empregamos em nada de bom, então, finalmente constrangidos pela fatalidade, sentimos que ela já passou por nós sem que tivéssemos percebido” (SÊNECA, Lucius Annaeus. A brevidade da vida. Ed. Escala, São Paulo, 2007). E aqui termino.


ARTIGO

O sucesso da vida Por Ana Paula Hawatt, Psicóloga Clínica da AMPARE

Nos últimos tempos tenho observado atentamente um discurso predominante, imperativo e contagiante de como ter uma VIDA DE SUCESSO. Livros sobre esses temas estão sempre entre os mais vendidos. Nas redes sociais são feitas lives e webinários*. O tempo inteiro um verdadeiro bombardeio de informações, fórmulas mágicas de como alcançar tudo que se deseja, basta seguir passo a passo as instruções. Nesse momento começo a me questionar o que de fato está por trás desses discursos, o que queremos encobrir. Enquanto isso acontece, aumenta o número de consumo de bebidas alcoólicas, abuso de drogas licitas e ilícitas, e cada vez é maior os casos de depressão e transtornos de ansiedade. Penso que o que realmente se impõe como questão relevante é a definição do que é o sucesso. Vejo a necessidade de ressignificar a vida humana e entender o que de fato é fundamental para o bem estar do indivíduo, quais valores e princípios são importantes. Acredito que, isso sim, deveria ser o FOCO DA NOSSA SOCIEDADE ATUAL. Nessa perspectiva observo uma sociedade complexa, com uma necessidade de se promover a todo custo, uma exposição talvez nunca vista. Estamos o tempo todo precisando mostrar e postar algo, precisamos exibir o sucesso, a felicidade e a boa forma. Dessa maneira, sinto uma busca desenfreada por CRIAR situações, o

que ao mesmo tempo traz alegria e gera sofrimento. Para obter esse nível de excelência humana vamos precisar nos desumanizar, traçar uma rotina milimetricamente preenchida, na qual não haja nem espaço, nem tempo para exercer a própria humanidade. Temos que ser quase robôs, dar input* à sua programação sem nenhuma intercorrência. Chamo intercorrência sentimentos e emoções inerentes à condição humana; estas, muitas vezes, interrompem e até podem desviar o foco. Ser humano é ser triste e alegre, é ter medo e ter coragem, é não ter vontade, é ter conflitos e dilemas, é ser contraditório. Na FORMATAÇÃO para o sucesso consta: hora ideal para acordar, exercitar-se, estudar, trabalhar, meditar e agradecer os alimentos que contribuem para um corpo perfeito. Ou seja, o gosto, a vontade, os desejos, os erros e acertos que criam experiência e proporcionam maturidade e sabedoria ficaram preteridos pelo imperativo do manual de sucesso. Também se é cobrado saber qual o propósito de vida; como se viver, ter uma vida

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mais real e simples, já não fosse suficiente. Precisamos ser brilhantes em algo, nos destacar, ser referência, e com isso teremos sucesso, dinheiro e uma vida cheia de sentido e significado. Infelizmente não é bem assim; isso é relevante, mas não garante bem estar. A vida plena é aquela em que ajustamos nossos desejos às nossas verdadeiras possibilidades. Muitas vezes somos mesmo limitados, seja pela nossa biologia, ou pela nossa história de vida, o que não não nos condena à infelicidade. Na maioria das vezes bem estar é SABER-SE QUEM É, é conhecer nossas potencialidades sem negar os próprios limites, é aceitar a vulnerabilidade, é saber conviver com o OUTRO; é deixar fluir o que faz a diferença e realmente traz sentido à vida, é AMAR E SER AMADO. Creio eu que o VERDADEIRO SUCESSO DA VIDA é aprender a conviver de forma harmoniosa com as pessoas. *1 Webinário: Vem do Inglês; designa uma palestra ou seminário transmitido ao vivo pela internet. *2 Dar input: funcionar, ter êxito.


ARTIGO

Neuropsicologia com seus testes e escalas Lucimar de Albuquerque Mello

O meu olhar irradia fascínio, quando obtenho resultados através dos testes neuropsicológicos que aplico, os quais confirmarão a precisão de um diagnóstico correto, com o propósito de beneficiar o paciente em sua plena reabilitação promissora. Aí sim, sinto-me agraciada constantemente, com o encantamento da realização profissional. A NEUROPSICOLOGIA é uma aplicação da Psicologia e da Neurologia que estuda as relações entre as funções cerebrais e o comportamento cognitivo, sensorial, motor, emocional e social do indivíduo. Tem como objetivo avaliar, investigar as áreas cerebrais e possíveis lesões, compreender e criar hipóteses de diagnóstico dos efeitos cognitivos e comportamentais causados por desordens neurológicas, resultando em dados suficientes para que se faça um plano de reabilitação para o paciente. Por isso, quanto mais cedo o paciente for diagnosticado, melhor será o prognóstico de recuperação. A avaliação neuropsicológica consiste em uma entrevista com o paciente e com os familiares, aplicação de testes e escalas, utilização de exames e imagem. A partir desses procedimentos, é feito um relatório do perfil neuropsicológico do paciente. É importante ressaltar que o fechamento do diagnóstico é dado pelo médico. O psicólogo apresenta as habilidades e dificuldades do paciente a partir dos resultados obtidos e o médico conclui o diagnóstico. O Neuropsicólogo pode avaliar, ainda, a personalidade em conjunto com a avaliação cognitiva, como também pode avaliar essa personalidade separadamente. Essas duas avaliações são de suma importância, pelo fato de que muitos transtornos de personalidades vêm acompanhados de défi-

SPPA Serviço de Psicologia e Psiquiatria da AMPARE PSICOLOGIA

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cits cognitivos e podem confundir o quadro prevalente. Da mesma forma, o profissional pode utilizar escalas para avaliação de humor, de ansiedade, de depressão, que podem estar causando o quadro de déficit cognitivo. O Neuropsicólogo é procurado, geralmente, através de encaminhamento do Neurologista, do Psiquiatra, de pessoas próximas ou até mesmo do próprio paciente, que busca esse tipo de atendimento. Ao identificar habilidades e déficits, o Neuropsicólogo deve oferecer um plano de tratamento, no qual ele pode atuar ativamente ou encaminhar para profissionais especializados, de acordo com cada necessidade apresentada pelo paciente. O tratamento é a reabilitação que busca adotar estratégias nas quais o paciente pode compensar aquilo que está deficitário, pelo que ainda está preservado. No entanto, não cabe ao Neuropsicólogo medicar. Para todas as pessoas que apresentarem prejuízo cognitivo, de modo que isso interfira nos relacionamentos

SPPA

• Alexandra Albuquerque • Alessandra Bacelar • Amanda Britto • Ana Paula Hawatt • Carmita Nigro • Cláudia Portela • Clenes Calafange • Cristina Jatobá • Edson Rodrigues • Eufrázio Araújo • Flávia Rocha

Serviço de Psicologia e Psiquiatria da AMPARE PSICOLOGIA

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(81) 3222.6252

• Francisca Cleide • Jacilene Cansanção • Jaidete Alves de Almeida • Joana Moreira • José Padilha • Lucimar Albuquerque Mello • Marcos Bittencourt • Maria Helena Baltar • Roseane Oliveira • Suellen Cansanção • Tereza Márcia


interpessoais, na família, na escola, no trabalho, na rotina diária, é sugerida a avaliação neuropsicológica. Os pais que observarem que seus filhos apresentam dificuldades escolares, como notas baixas, dificuldade na aquisição da linguagem em leitura e escrita, atraso maturacional das vias auditivas, agitação, muitas brigas com os colegas, procrastinação no desenvolvimento motor, isolamento inapropriado, desatenção em aula e principalmente muita queixa dos profissionais responsáveis, faz-se necessário maiores investigações. Na adultidade, por exemplo: pessoas que sofreram um traumatismo crânio-encefálico, e após esse traumatismo houve uma lesão no cérebro, através de avaliações poderão ser identificados quais lobos cerebrais foram prejudicados e qual o tipo de reabilitação mais adequada a ser aplicada. Outro exemplo da busca de uma avaliação neuropsicológica é quando se tem dúvida, em um transtorno psiquiátrico, de quais funções cognitivas tem alteração e, junto com o Psiquiatra e/ ou o Neurologista, o Neuropsicólogo poderá trabalhar um plano terapêutico para a reabilitação dessa pessoa, com o objetivo de remissão desses sintomas, os quais são muito incapacitantes e desconfortáveis. Após os 60 anos de idade, qualquer alteração de memória deve, sim, ser investigada para descartar qualquer quadro degenerativo progressivo. Se os familiares observarem que aquele membro da família está esquecendo os nomes de pessoas próximas ou distantes a ele, onde ele guardou os objetos, se ele conta diversas vezes a mesma história e não percebe que já falou; se a pessoa apresenta tremor nos membros, alteração da marcha, rigidez, redução das tarefas diárias; em todos esses casos é importante procurar um Neuropsicólogo para uma avaliação detalhada de suas funções. E, sobretudo, é importante já ter levado essa pessoa a uma consulta médica especializada. Concluímos, então, que a avaliação Neuropsicológica se aplica a todas as faixas etárias, trazendo uma gama de possibilidades que favorecem uma melhor qualidade de vida para o indivíduo, desde os casos menos incapacitantes aos mais graves.

REFLEXÃO A GENTE VAI EMBORA E FICA TUDO AÍ... Os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco,as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status. A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal. A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos. A vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente. A GENTE VAI EMBORA... As brigas, as grosserias, a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor. A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. Os problemas moram dentro de nós. As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos. A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita. A GENTE VAI EMBORA, pois é... É bem assim: Piscou, a vida se vai... O cachorro é doado e se apega aos novos donos. Os viúvos se casam novamente, andam de mãos dadas e vão ao cinema. A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora. Quando menos se espera, A GENTE VAI EMBORA. Aliás, quem espera morrer? Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor. Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos dos outros. Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro. Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber. O tempo voa. A partir do momento que a gente nasce, começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa! Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa. O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?! Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!! Até porque, A GENTE VAI EMBORA...

Psicóloga Clínica – CRP- 02/7176, graduada pela Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO) / Pós-graduada em Neuropsicologia pela ESUDA/ Terapeuta com Abordagem Centrada na Pessoa/ Diretora e Psicoterapeuta da Companhia Multicultural Constelar da Pessoa Idosa/ Membro do Serviço de Psicologia e Psiquiatria da AMPARE.

Fonte: Internet

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Jura que você precisa de um psicólogo? POR RUTH MANUS

Até quando vamos ter que explicar que ter um psicólogo ou ter um psiquiatra é algo absolutamente normal?

Foi numa festa... Estava conversando com alguns amigos e comentei a respeito de algo que a minha psicóloga havia me dito. Um deles arregalou os olhos e disse “você tem uma psicóloga?”.Respondi tranquilamente que sim! E perguntei o porquê do espanto. Ele disse que, ao ler meus textos, eu sempre pareci uma pessoa muito bem resolvida e que nunca imaginou que eu precisasse de terapia.

controlado para procurar este tipo de apoio. Mas não. Você pode estar ótimo. Mas pode ficar ainda melhor. Nós não fazemos ideia de quanta coisa a gente deixa mal resolvida no nosso caminho, nem do quando elas influenciam as atitudes que temos hoje. Todas as vezes que dizemos “eu sou assim” para justificar nossos defeitos, é importante sabermos que poderíamos não ser assim. Poderíamos ser melhores e mais felizes!!!

Acho que todo mundo que tem um psicólogo, um psiquiatra ou qualquer tipo de terapia de apoio já se deparou com uma situação dessas. Muitos se surpreendem, muitos ainda carregam velhos estigmas, acham que é frescura, acham que é exagero. Chega a ser engraçado nos depararmos com esse tipo de pensamento em 2018.

É, de fato, algo viável. Mas é isso. Ninguém fica chocado quando alguém diz que vai gastar milhares de reais para colocar silicone. Ninguém acha absurdo que um homem faça um implante capilar ou que uma mulher faça um tratamento para celulite. De fato, eu também acho que tudo o que faz as pessoas se sentirem melhores é válido. Mas fazer terapia ainda causa espanto. Terapia ainda é vista por muitos como sinal de fraqueza, de segredos ou de desequilíbrio. Eu digo com toda certeza: só consigo escrever, ser julgada, tomar porrada, ser criticada e seguir em frente toda quarta e todo domingo porque tenho apoio!

É curioso (e satisfatório) ver como todos os cuidados com o corpo estão sendo cada vez mais valorizados: exames preventivos, alimentação saudável, exercícios físicos. As pessoas têm medo de ficarem feias, velhas e doentes. Eu também tenho! Por isso nos matriculamos na academia, compramos vegetais orgânicos, reduzimos as frituras, fazemos exame de sangue, usamos filtro solar. Mas muita gente acha que isso basta. Que corpo saudável é vida saudável.

Só aprendi a escrever sobre sentimentos porque me habituei a falar do meus. Só consegui lidar bem com o passado quando me ajudaram a afastar fantasmas escondidos. E eu não tenho a menor vergonha disso, assim como acho que ninguém deveria precisar ter!”

Mas nem sempre é! A cabeça faz parte do nosso corpo, as ideias fazem parte da nossa vida, as lembranças fazem parte da nossa história e os sentimentos fazem parte da gente. Não é só o neurologista quem cuida da cabeça, nem é só o cardiologista quem cuida do coração. Psicólogos e psiquiatras não são nem um pouco menos importantes do que os demais.

#façaterapia #cuidedasaúdeemocional #vivabem

27 de Agosto: Dia do Psicólogo A AMPARE parabeniza todos os PSICÓLOGOS!

Sim, custa dinheiro, como tudo na vida. Mas não tenho dúvidas de que, no meu caso, é um dinheiro absolutamente bem gasto! Ainda há quem pense que é preciso estar deprimido ou des-

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Flávia Rocha

Psicóloga Clínica

Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental 81. 991523231

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