Jornal AMPARE - Especial de Fim de Ano 2017

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AMPARE Ano XVI | nº 51 | EDIÇÃO ESPECIAL DE FIM DE ANO – 2017

o especial ã iç d e a t s e Com s no, fechamo A e d im F de 017. Mais 2 e d o n a o s o nos realizado o lh a b a r t e um ano d o, carinho, ã ç a ic d e d com idade e n ig d , o s is m compro e rol da Saúd p m e , ia c n eficiê Mental.

Pag. 3 Artigo: Psicologia Positiva: o que vem a ser isso?

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Ana Paula Hawatt

Pag. 4 Ampare: Quem somos e o que fazemos...

Pag. 9 CHEGOU DEZEMBRO... ENTÃO É NATAL!!!

ós... E lá vamos n ano! m u is a m a r Pa nçoado! e b a o it u m Que seja 018!!! 2 o d in V m e B

Socorro Capiberibe

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Editorial

JORNAL AMPARE Edição Especial de Fim de ano – 2017 outras gentes que vão se tornando parte da gente também. E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados... haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma. Portanto, obrigado a cada um de vocês, que fazem parte da minha vida e que me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim. Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias. E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia, um imenso bordado de ‘nós’.” (Cora Coralina)

Com esta edição especial de Fim-de-Ano, fechamos o nosso ano de 2017. Mais um ano de trabalho realizado com dedicação, carinho, compromisso, dignidade e eficiência, em prol da Saúde Mental. É hora de agradecermos a Deus pelas conquistas obtidas, pelas metas alcançadas, pelas lições aprendidas, pelas sementes semeadas. Agradecemos a todos que acreditaram em nós, buscando apoio e tratamento nessa Associação e pedimos a Deus guiar-nos sempre em nossa caminhada, para que possamos oferecer sempre o melhor de cada um de nós e obtermos cada vez melhores resultados. Aproxima-se o Natal, a festa Cristã, a festa da família. E para brindar o “Nascimento do Menino Jesus” com nossos amigos e parentes, faz-se necessário “amar-nos uns aos outros como Cristo nos amou”!!! Difícil? Talvez. // Utopia? Não!!! Fica um texto para reflexão...

AMPARE & VOCÊ: AMIGOS, SEMPRE! AMPARE & VOCÊ: CRESCENDO JUNTOS... AMPARE & VOCÊ: AMPARANDO MAIS... AMPARE & VOCÊ: POR UMA VIDA MELHOR!

“Sou feito de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.... Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior... Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade... que me tornam mais pessoa, mais humano, mais completo. E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de

“Fazendo de cada companheiro um amigo, e de cada amigo um irmão, entramos em sintonia com o ESPÍRITO DO NATAL e tornamo-nos aptos a construir um FELIZ ANO NOVO” (?) // E que venha 2018 com muita PAZ e Bênçãos de DEUS!!!

EXPEDIENTE AMPARE – Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife Fundada em 23 de abril de 2001. CNPJ: 10.429.193 /001-54. Rua Oswaldo Cruz, 393, Boa Vista, Recife/PE – CEP: 50555-220. Fones: (81) 3222.6252 | 8517.1057 www.ampare-pe.com.br / ampare_pe@hotmail.com DIRETORIA Presidente: Wagner Saldanha Maia Dir. Administrativo: Ana Paula Hawatt Dir. Cultural: Socorro Capiberibe Dir. Financeira: Francisca Modesto Dir. Técnico: Jane Lemos CONSELHO FISCAL Titulares: Amanda Britto Lyra, Maria Helena Baltar e Marcos Antonio Bittencourt Suplentes: Edson Rodrigues, Jaidete Almeida e Maria do Carmo Nigro Jornalista responsável: Maria Cândida Capiberibe Maia Cavalcanti | DRT/PE 3036 Revisão e assessoria de comunicação: Mariana Capiberibe Maia Fotografias: Maria Capiberibe Jung, Mariana Capiberibe Maia e Wagner Maia Impressão: Gráfica ArtFast Tiragem: 5.000 exemplares

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ARTIGO

Psicologia Positiva: o que vem a ser isso? Ana Paula Hawatt*

Porque ser o mesmo, se podemos ser melhor.... Estamos vivendo uma mudança de paradigma, ao mesmo tempo que estamos nos sobrecarregando de obrigações e compromissos, estamos também refletindo e questionando sobre esse modo de vida. Surgia então a seguinte pergunta, para onde estamos indo? O que é de fato importante na vida e nos traz felicidade? Foi com esse questionamento que nasce a PSICOLOGIA POSITIVA e que tem como objeto de estudo O HOMEM FELIZ. A felicidade. O QUE É PSICOLOGIA POSITIVA? A Psicologia Positiva é um movimento crescente que se iniciou no final da década de 90, portanto bem recente, com o objetivo de potencializar as características positivas e virtudes dos seres humanos. Foi com o Psicólogo, Professor e Pesquisador americano MARTIN SELIGMAN autor de vários livros como felicidade autêntica, florescer e aprenda a ser otimista que se iniciou a sistematização de algumas ideias fundamentais que orientam essa abordagem. Conceitos como Bem-estar, resiliência, compaixão, otimismo e gratidão, garantiram um espaço de conhecimento e reconhecimento dentro das universidades do mundo, principalmente em HAVARD que concluíram que ser feliz é uma caracteristica importante e primordial na conquista das realizações pessoais.

O que faz o indivíduo ser feliz ou não? O que na realidade mais interfere e difere os humanos? As evidências mostram que não necessariamente são os acontecimentos em si que determinam a reação de cada pessoa, mas a forma de pensar, a qualidade dos pensamentos, a maneira de interpretar e reagir aos fatos da vida cotidiana que realmente os diferenciava. A partir desta constatação de BEM-ESTAR que independia do fato vivido, e portanto suscitava uma sensação de felicidade, que a psicologia passou a se dedicar, ou seja, as emoções positivas que seria a pedra angular da nova abordagem psicológica e produtora de recursos internos. Quais EMOÇÕES POSITIVAS devemos cultivar ou até mesmo desenvolver para ter uma vida mais feliz e satisfatória. alegria, gratidão, serenidade esperança, amor entre outras. Outro fator é o ENGAJAMENTO ou seja, atenção plena (mindfulness) , a entrega ao momento presente, isso faz com que se valorize cada instante atribuindo sentido as experiências vividas, estas serviriam de reserva emocional para o enfrentamento e discernimento necessária a uma vida consciente e feliz. A presença-ausência é um estado perigoso e corrosivo, de incomensuráveis prejuízos a médio e longo prazo, ele distancia e enfraquece as relações pessoais que dependem do olhar e escuta do outro para se efetivarem.

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A psicologia positiva recomenda : Foque no que funciona, não valorize apenas o que lhe falta, aprecie o belo. Agradeça sempre as pessoas gratas são mais felizes, elas não olham para o mundo com cobranças nem rancores, elas tem uma força pessoal, encaram tudo de forma otimista e positiva. Descubra o seu propósito, o que você realmente tem talento, aquilo que gosta de fazer, aquilo que você não mede tempo nem esforço para executar, dedique seu tempo aquilo que traz prazer e ajude pessoas. Aceite sua forma de ser, entenda o que você não consegue mudar em você mesmo, não se puna nem se castigue por isso, se trate com amor e respeito, muitas vezes tratamos muito melhor o outro do que nós mesmos, Não critique os outros, se permita errar e Aprenda com seus erros, faça planos e construa metas, tenha disciplina ela ajuda na realização dos seus projetos. Pratique o bem, seja gentil e delicado não permita que o outro altere seus valores nem seu coração. Esses são alguns dos conceitos que a psicologia positiva trabalha. O homem continua sendo um ser complexo e inspirador. Compreendo que todo conhecimento que tenha como objetivo ajudar o homem nessa existência é valido, portanto estamos sempre aberto para as novidades do nosso universo. *Psicóloga & Diretora da AMPARE


AMPARE

Quem somos e o que fazemos...

BEM VINDO À AMPARE – Associação dos Amigos Pacientes de Pânico em Recife – Desde 2001 cuidando da Saúde Mental!

Imagem da Internet

“Faze com alma o que na vida te for dado fazer, mas não te esqueças de integrarte nos grandes planos de Deus”. (D. Hélder Câmara)

“A Vida é uma passagem gloriosa, de uma oportunidade imperdível.” (Maria Helena Baltar - Psicóloga da Ampare)

Fundada em 23 de Abril de 2001, por um grupo de portadores do transtorno do pânico e idealizada pelo médico pernambucano Wilson Alves de Oliveira Jr., a Ampare existe para “amparar” pessoas como você, que estão precisando de ajuda. E, apesar de criada inicialmente para os pacientes com pânico, hoje a Ampare acolhe também os pacientes com Depressão, TOC, Transtorno Bipolar, Hiperatividade, Déficit de Atenção e outros transtornos de ansiedade e do humor. Trabalhamos por uma Medicina mais humana e eficaz, que se traduza em tratamento digno e adequado, e uma melhor qualidade de vida para quem sofre de transtornos psicossomáticos. Temos um site informativo sobre o nosso trabalho, com artigos de médicos e psicólogos abordando sobre o Pânico, outros transtornos de ansiedade, depressão e seus tratamentos; além de entrevistas e depoimentos de pacientes, dicas de livros, agenda de palestras, cursos para estudantes e profissionais da área...Visite, fique por dentro e indique aos amigos: www.ampare-pe.com.br Temos também um JORNAL de periodicidade trimestral com uma tiragem de 5.000 exemplares, que circula com êxito pelos meios médicos e demais meios sociais, levando a todos uma visão ampla de nossas atividades. Contamos com excelentes Profissionais: Médicos e/ou Psicólogos - que abraçando a causa humanista da AMPARE, prestam atendimento aos sócios dessa Associação, em seus próprios consultórios e com hora marcada, seguindo a nossa proposta eficiente e digna, que respeita os diferentes níveis sócio-econômicos dos pacientes. A AMPARE também dispõe de um “SPPA” (Serviço de Psicologia e Psiquiatria AMPARE) na própria Sede, todos os dias, das 7:30 às 19:30h, com valores compatíveis ao nível sócio-econômico de cada um. O valor da consulta com os Psiquiatras para este ano de 2018 será de R$100,00 (Nos consultórios da AMPARE). Quanto às sessões de psicoterapia com os Psicólogos, por serem semanais, tem o valor flexível, sendo ajustado diretamente entre o profissional e o paciente, mediante avaliação sobre reais condições financeiras do paciente - (Nos consultórios da AMPARE). Esses valores variam entre 50,00 (valor mínimo) e 100,00 (valor máximo). Com uma taxa simbólica de apenas R$20,00 por mês, você se torna associado da AMPARE e pode usufruir dos serviços prestados por esta associação. Associe-se já! Promovemos palestras em empresas, faculdades, colégios, igrejas etc., para divulgar os transtornos emocionais e o nosso trabalho. Para solicitar uma palestra fale conosco. Nossos contatos: (81)3222-6252 (Fixo) / 98517.1057 (oi) / 99504.0782 (Tim) / 989910240 (Claro) / 98873.7400 (Socorro Capiberibe / Diretoria), Nosso E-mail: ampare_pe@hotmail.com Nosso endereço: Rua Oswaldo Cruz, 393, sala 01, Boa Vista, CEP 50050-220, Recife - PE (Térreo e 1º Andar do Prédio Anexo da Associação Médica de PE). Nosso horário de atendimento: de 2ª à 6ª feira, das 7:30h às 19:30h e aos Sábados das 8:00 as 12:00h.

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Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: – “Pai, começa o começo!”. O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, aquele mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta pra mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito. Meu pai faleceu há muito tempo e não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de tantas decisões e desafios que enfrentamos. Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis… Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: “Pai, começa o começo!”

Música

Ampare recomenda

UMA PAUSA PARA A REFLEXÃO...

ROBERTO CARLOS E CAETANO VELOSO E A MÚSICA DE TOM Roberto e Caetano cantam os maiores clássicos do mestre Tom Jobim. Esse encontro conta a história de um movimento musical que de tão sublime e cativante, deixou de ser do Brasil para ser do mundo. 40 ANOS DE MÚSICA - TOQUINHO & MPB 4 No CD 40 Anos de Música estão reunidos a arte e a técnica de Toquinho e seu violão com a harmonia vocal do MPB4, num show essencialmente intimista e acústico.

ANDRÉ RIEU - DREAMING ‘Dreaming’, é o novo DVD do maestro e violonista holandês Andre Rieu. Ele é um dos maiores vendedores de discos do mundo, incluindo o Brasil, e tornou-se famoso por suas grandiosas performances.

Filmes VIRANDO A PÁGINA Keith Michaels (Hugh Grant) foi um roteirista de sucesso, mas a fama desapareceu e ele enfrenta problemas financeiros. Por isso, aceita dar aulas de roteiro para universitários, embora despreze a atividade. Ele deve lidar com a fama, com a falta de prática no ensino e com a atração por Holly Carpenter (Marisa Tomei). UM PLANO BRILHANTE Richard e Kate são um casal divorciado com uma relação conturbada. Ele está prestes a se aposentar, mas descobre que roubaram os ativos de sua empresa. Eles percebem que o homem não se preocupa com os empregados e armam um plano para recuperar o dinheiro roubado pelo empresário inescrupuloso UM DIVÃ PARA DOIS Dr. Bernie (Steve Carell) é um famoso terapeuta de casais que resolveu casos bem complicados. Quando Kay (Meryl Streep) consegue arrastar seu teimoso marido Arnold (Tommy Lee Jones) para o divã do Dr. Bernie, nada será como antes, pois dividir o mesmo divã com o marido será muito mais complicado do que dividir a mesma cama.

Pe Fabio de Melo

Livros A ÚLTIMA CARTA DE AMOR Autor: Jojo Moyes Com personagens realisticamente complexos e uma trama bem-elaborada, A última carta de amor entrelaça as histórias de paixão, adultério e perda de Ellie e Jennifer. Um livro comovente e irremediavelmente romântico.

PALAVRA DE MÉDICO - CIÊNCIA, SAÚDE E ESTILO DE VIDA Autor: Drauzio Varella Da verdade sobre os perigos do glúten na dieta à condenação genética do racismo, o leitor encontrará em Palavra de médico um passeio pelas últimas descobertas da medicina e um convite a uma vida saudável.

Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

O FANTASMA DO PÂNICO OU O FUNDO DO POÇO Autor: Socorro Capiberibe Idioma: Português Editora: Socorro Capiberibe Assunto: Psicologia Edição: 4ª Ano: 2003

Cora Coralina

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ARTIGO

Lidando com a frustração Jacilene Cansanção Bittencourt*

“Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma da outra – vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez, aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz...” Reinhold Niebuhr (1892 – 1971)

Vivemos numa época em que grande parte das pessoas não sabe lidar com as frustrações. Na pós-modernidade é proibido discordar, frustrar. Espera-se que todos concordem com o “politicamente correto”, posto que discordar é coisa de reacionário. Nada de deixar de atender o desejo das crianças em casa para não provocar traumas, é o que é proclamado. Assim, testemunhamos uma geração despreparada para a frustração, para o “não” que, uma vez não vivenciado pedagogicamente seja no lar, seja fora dele, pode ser o gatilho para levar o sujeito ao transtorno depressivo. Na batalha da vida todos nós temos que administrar nossos sonhos, angústias, expectativas e, consequentemente, possíveis frustrações. Os sonhos, por exemplo, são agentes mobilizadores da nossa vida. Precisamos estar focados em um ideal. Mas, todos em algum momento da vida vamos nos deparar com os desapontamentos perante uma expectativa fracassada. Mas a frustração não pode ser considerada como uma vilã de nossas vi-

das. A frustração é aprendida e deve ser ensinada e exercida nos primeiros anos de vida. Não é saudável permitir que a criança tenha todos os seus desejos e vontades atendidos, pois o a sua capacidade de suportar a frustração será pequena e terá problemas de adaptação em várias áreas de sua vida. Ouvir um “não” na hora correta é extremamente enriquecedor para o desenvolvimento emocional, criando a habilidade de lidar com a frustração ao longo de toda a sua vida. Para saber lidar com a frustração é preciso ter clareza quanto à natureza das experiências decepcionantes porque passamos, pois entendemos que existem realidades que podemos modificar e outras que não podemos mudar. Assim, a forma como a frustração vai ser enfrentada, depende de como você lida com ela. Se você tem um nível de tolerância saudável em relação à frustração, mesmo que esteja em uma situação que não goste, como um emprego, por exemplo, você terá a clareza de que aquilo você pode mudar, mas não no momento que você quer e assim enfrenta o emprego até que surja uma nova proposta viável. E não apenas isso, operar para que essa mudança ocorra. Existem situações que você não pode mudar e ainda tem que aprender a conviver com o problema, como por exemplo, um trauma na infância (assédio, estupro, acidentes, perdas de entes queridos), momentos estes, impossíveis de serem mudados. É necessário dar continuidade à vida mesmo em meio ao sofrimento. Costumo dizer diante da minha prática clínica de que o passado não pode se fazer presente na vida de uma pessoa para sempre. O

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passado não pode e nem deve ser esquecido, pois ele faz parte da história de cada um. Imagine-se dentro de um carro onde tudo que está à sua frente é o presente e o seu passado é representado pelo retrovisor. Quando dirigimos, o nosso foco é sempre olharmos para frente, o espaço é amplo e as olhadas no retrovisor são rápidas e o espaço é bem pequeno. O retrovisor serve, tão somente, para nos orientar na direção a seguir. Nós não podemos fixar o olhar no retrovisor, por que assim não conseguiríamos dirigir, assim é a vida, não podemos fincar o pé no passado e deixar de avançar para tudo o que a vida tem para nos oferecer. Àquilo que você não pode mudar, amolde-se! Além do aprendizado que devemos ter em relação à frustração, convém lembrarmos que nós somos pessoas e pessoas são diferentes entre si e assim reagem e se emocionam de forma diferente diante de um mesmo fato. Ao se deparar com um obstáculo para a realização de um sonho, comece identificando cada sentimento e se permita que venham à tona e nunca negando a tristeza, ao menos para você mesmo. Tente falar sobre a sua frustração para um familiar, um amigo ou um profissional. Abordar o tema pode até dar a sensação de que piora a angustia, mas esvaziar-se do desconforto te levará a superação do problema. Lidar com o sentimento é o primeiro passo para superar a fase ruim que se está enfrentando. Outro ponto importante é a atitude ao identificar a dor e ver o que possível ser feito a partir desse momento. Atitude é ato, é prática, é posicionamento, é decisão. É decidir por uma mudança e ter disposição pa-


ra isso. Aceitar a condição não é acomodar. Assim é permitido ter um novo olhar e seguir em outra direção ou até fazer diferente ainda que no mesmo caminho. Para que as portas se abram é necessário levantar-se da cadeira. Para superar a frustração também é necessário ter força interior e não ter pena da sua condição atual, pois tudo isso é momentâneo. Nada de se vitimizar. Se transformar em vítima apenas lhe coloca numa posição onde você pode ser visto pelos outros, nutrindo a fantasia de que está sendo apreciado. A vida não é uma linha reta, todos nós temos altos e baixos a serem enfrentados, só não podemos perder a capacidade de lutar e de ter fé *Psicóloga Clínica, Membro do SPPA (Serviço de Psicologia & Psiquiatria AMPARE) . Texto escrito para o site: www. emmeioaosofrimento.com.br

UMA PAUSA PARA A GRATIDÃO:

A AMPARE (Associação dos Amigos dos Pacientes de Pânico em Recife), agradece à psicóloga Jacilene Cansanção Bittencourt, uma das psicólogas pioneiras a integrar o “SPPA” (Serviço de Psicologia & Psiquiatria da AMPARE), pelo brilhante trabalho realizado e pelos serviços prestados a essa instituição, como diretora, com dedicação, eficiência, ética e dignidade, ao longo desses quase dezessete anos de AMPARE, quando integrou a primeira diretoria, desde novembro de 2001, até outubro de 2017. Os nossos sinceros agradecimentos e a satisfação de continuar a tê-la conosco como psicóloga do “SPPA”!

SALA DE LEITURA

“RUMO À 2018” // BOA VIAGEM Atenção senhores passageiros! Está na hora de renovar o passaporte! Estaremos dentro de pouco tempo, começando mais uma viagem, com um tempo previsto em todo o trajeto de 365 dias. Carimbem o passaporte, definam o destino e embarquem na plataforma 2018. Quem tiver mágoas, ressentimentos, pendências e tristezas antigas na bagagem, favor descarregá-las no Balcão 2017, ao lado dos banheiros. Recomendamos o uso dos sapatos da boa vontade e as camisas do otimismo, evitando, durante a viagem, as saias justas da competitividade insana e os nós da gravata da ambição desenfreada. Os passageiros que portarem sorriso nos lábios, coração aberto e mãos prontas a construir, terão assento preferencial ao lado da janela da felicidade. Solicitamos a todos que apertem o cinto da esperança e recomendamos que ninguém, em hipótese alguma, utilize a saída de emergência durante a viagem. Caso haja períodos de turbulência, mantenham a calma e a confiança no piloto desta aeronave, o Grande Comandante Universal. Em qualquer situação de medo ou desespero, contem também com nosso atendimento de bordo realizado permanentemente por nossos anjos do espaço que estarão ao lado de cada passageiro. Recomendamos durante todo o trajeto, atitudes de solidariedade, de atenção e carinho, principalmente, com as crianças e idosos, o que garante a participação em nosso programa de milhagem. O ar das cabines, em virtude das ações do homem, está extremamente seco, por isto, sugerimos a ingestão de água durante toda a viagem. Além disto, moderação com os alimentos gordurosos. Recomendamos também exercícios físicos como exercitar as pernas, braços e pés, evitando os inchaços prejudiciais à saúde. Importante lembrar, que embora tenhamos pessoas viajando em classes diferentes, nada assegura que na próxima viagem os passageiros terão direito aos mesmos assentos. Portanto, respeito e bom relacionamento com cada companheiro de viagem, independente da classe a qual pertença, será motivo de avaliação no momento do check-out. Para isto lembramos utilizarem o crachá da amizade e palavras de agradecimento e compreensão. Teremos, como já é de conhecimento de todos, muitas escalas durante o trajeto, o que implica na necessária entrada e saída de pessoas, valendo recordar em todos os momentos da contínua confiança no Grande Comandante Universal. A todos, uma excelente viagem! Autor desconhecido / Fonte: Whatsapp

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ARTIGO

A importância da terapia com casais José Teotonho Padilha*

A Terapia Cognitiva com Casais é uma modalidade terapêutica para a harmonização da relação conjugal em momentos de crises nessas interações pessoais. A evolução e cristalização de conflitos quando não cuidadosamente tratadas, produz danos e sequelas graves que podem levar a quadros críticos de relativa incapacidade entre os parceiros para o enfrentamento e a solução conjunta desses problemas. A importância e o foco principal da Terapia Cognitiva com Casais é ajudar os parceiros nas suas dificuldades de interação, numa perspectiva de busca do entendimento e de uma vida conjugal saudável. Esta modalidade surgiu há cerca de 30 anos e vem ocupado lugar de destaque na cura e no suporte aos casais que de uma ou de outra forma, estão muito envolvidos em dramas infindáveis e desagregadores da convivência. Neste sentido a terapia com casais trata da aceitação plena, da compreensão mútua e do respeito digno e humano para se alcançar a melhor qualidade de vida entre os casais que buscam este suporte profissional. Os processos desagregadores da vida conjugal se instalam naturalmente de maneira geral, de forma lenta e quase são imperceptíveis. Eles vão dando lugar a pequenas discussões e desentendimentos como costumam acontecer. Não raro são enfrentados e

nem sempre solucionados no dia-a-dia, talvez pela não atenção dada aquele fato ocorrera em má hora, ou num momento inoportuno, ou por uma palavra inapropriada que não deveria ter sido dita ou até mesmo por uma contrariedade que logo passa. Ledo engano, são questões pequenas, porém que devem ser encaradas e resolvidas face a face. Muitos casais reagem bem a esses fenômenos e superam seus entreveros, ora pela história de vida entre ambos, ora pela compreensão que têm um com o outro, ora pela aceitação plena e até mesmo pelo amor construído. E assim, vivem suas vidas naturalmente, confrontando realidades, muitas vezes difíceis e até cruéis porque existem atenuantes fortes e significativas de suporte e apoio. Na verdade, elas funcionam como forças impulsoras produtivas que sem dúvida, têm origem na identificação dos relacionamentos sustentáveis dos parceiros. Impossível prever que a vida seja sempre assim para todos. Pois, a subjetividade humana é algo altamente imprevisível. Muitos cônjuges trazem consigo realidades fortemente estruturadas por crenças básicas instauradas de maneira prematura sobre a natureza da interação do casal, e são aprendidas quase sempre de fontes primárias como os pais, os preconceitos assimilados, as regras da cultura, e até mesmo pelas primeiras experiências românticas. Essas crenças disfuncionais não são identificadas claramente pelo indivíduo. Elas são ideias vagas que na verdade, se manifestam como pensamentos automáticos disparados pela mente e que ativam as chamadas distorções cognitivas (pensamentos e

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ideias confusas e irrealistas) produtoras de comportamentos desadaptativos indutores desses embates. O histórico de traumas, as frustrações não superadas, as perdas doídas de entes queridos, principalmente de filhos (lutos prolongados), problemas financeiros e insatisfações demandadas pelas diferentes personalidades dos cônjuges criam, hiatos muitas vezes intransponíveis e difíceis de produzirem uma vida conjugal saudável. Como se sabe, a interação humana de um casal depende sobremaneira das personalidades dos parceiros. E fazendo uma pequena apologia ao construto Personalidade, podemos dizer que ela é formada por dois componentes fundamentais: o primeiro, é o da genética herdada ou DNA (temperamento) e o segundo, é o do ambiente (caráter) onde acontece toda a assimilação de crenças, sejam elas funcionais ou disfuncionais, e que se tornam estruturas rígidas, difíceis de serem identificadas, tocadas e modificadas sem a ajuda terapêutica para atenuá-las. Manifestações mais contundentes como aquelas dos transtornos emocionais e da personalidade, como no caso do transtorno do pânico, da depressão, das ansiedades social, específica ou generalizada, da histeria, da bipolaridade, da síndrome de borderline, do transtorno obsessivo-compulsivo e de outras doenças mais graves, como as psicoses. A genética por si só é imutável, mas as influências do ambiente podem com tratamento adequado, atenuar as suas manifestações mais contundentes como as dos transtornos mentais e dos transtornos da personalidade propriamente ditos, e até certo até ponto, serem controlados com a compreensão


e a ajuda de tratamento psicológico e psiquiátrico adequados, além da imprescindível ajuda e colaboração de cada um dos parceiros. Neste sentido a terapia com casais trabalha com a psico-educação pela aceitação plena, pela compreensão e pelo respeito digno e humano, com o objetivo de alcançar a melhor qualidade de vida entre os cônjuges, sejam eles casados, noivos ou namorados. O objetivo da Terapia Cognitiva com Casais, de acordo com Datillio e Padesky (1988), tem como princípio fundamental a abordagem das crenças básicas dos parceiros para a reformulação e a reestruturação de um relacionamento produtivo. A meta é modificar as expectativas irrealistas; revisitar e repensar momentos significativos da história do casal; corrigir falhas nas interações e empregar procedimentos de autoinstrução para diminuir a convivência destrutiva e reativar o bem-estar comum. *Psicólogo Clínico Terapeuta Cognitivo-Comportamental Especialista em Casais, Jovens e Adultos

Flávia Rocha

Psicóloga Clínica

Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental 81. 991523231

CANTINHO DO POETA

CHEGOU DEZEMBRO... ENTÃO É NATAL!!! (Por: Socorro Capiberibe)

É Natal... É Natal... Não um Natal rico, de mesa farta, de presentes caros, de beijos e abraços falsos e falsos votos de felicidades... Mas, um Natal de paz, reflexão, solidariedade, sinceridade, amor e perdão. Um Natal simples e humilde como foi o do Menino Jesus em Belém. É Natal... Festa da família e dos amigos. Festa de todos os Cristãos... Não importa raça, classe social, sexo, idade ou religião. É Natal... Há dois mil anos atrás Jesus nasceu. Trouxe uma mensagem de paz para o mundo. Cumpriu sua missão. Pregou o bem, o amor ao próximo, a união entre os povos, a caridade. Morreu para nos salvar. Deixou uma lição de amor para a humanidade. É Natal... Que a chama do amor que Ele acendeu em cada coração, possa permanecer acesa por todos os dias de nossas vidas... Que a semente de paz que Ele plantou, possa germinar em todas as nações... Que Ele viva eternamente em todos os homens de todas as gerações... Que possamos ser um dia o povo que Ele idealizou. É Natal... Se cada um de nós, cada ser

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humano vivente sobre a face da Terra, contribuir com apenas um tijolo para a construção de um mundo melhor, de um mundo mais justo onde não haja fome, nem guerra, nem descriminação e nem violência... Se todos pusermos em prática a Palavra de Cristo.... Aí, sim! Somente desta forma poderemos viver verdadeiramente um Feliz Natal! Não um Natal rico, de mesa farta, presentes caros e falsos sentimentos... Mas um Natal de verdade, de paz e amor, do abraço fraterno, do aperto de mão sincero, do amor verdadeiro... O Natal do mundo inteiro, o Natal da união. Um Natal simples e humilde como foi o do Menino Jesus em Belém. Do livro da autora: “SOCORROCAPIBERIBE.COM. VOCE // FACE A FACE (Memórias) Site da autora: www.socorrocapiberibe.com.br ”NO ACONCHEGO DO MEU CORAÇÃO TE ACOLHO, JESUS... TE DOU MEU CORAÇÃO... FAZ DELE TUA MORADA... E QUE CADA DIA QUE SE RENOVA EM MINHA VIDA SEJA VIVIDO COMO SE FOSSE NATAL. SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA CASA, MAS DIZEI UMA SÓ PALAVRA E SEREI SALVO!!!”


ARTIGO

Experiência com o Alzheimer da minha mãe Maria do Carmo Nigro de Andrade (Carmita)

Diante de um diagnostico inesperado CID-10 G30 – DOENÇA DE ALZHEIMERem 1994 onde a paciente era minha mãe, Tereza Marinho Nigro com 68 anos de idade e, diante de uma doença irreversível, degenerativa que pouco a pouco ia lhe deixando mais e mais dependente e ausente da vida e do seu convívio familiar. Daquela data em diante, houve uma reformulação nas nossas vidas porque o avanço da sua doença Mal de Alzheimer foi galopante e o seu declínio fora desesperador. Num espaço de 6 meses, passamos à morar num mesmo ambiente, onde sempre a prioridade era ela. Em todos os momentos em que esta enfermidade surgira, a dedicação, o amor, o reconhecimento das suas qualidades de mãe, esposa, irmã, filha, amiga lhe fizeram ter um tratamento especial onde todos a respeitavam e se dirigiam a mesma como se não existisse doença alguma. A primeira providência foi trazer os objetos e quadros mais significativos da minha mãe para o seu quarto e espalhados pela sala, corredores e etc. Onde ela observava e lembrava-se das pesso-

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as que faziam e fizeram parte de sua vida. Necessitava de rever o ambiente como se estivesse na sua própria casa. No horário da manhã, era sempre incentivada a olhar para um calendário grande, observar e se conscientizar do dia, o mês e o ano em que estávamos vivendo, fazia também palavras cruzadas, os 8 erros do jornal local, e fazíamos jogos diversos (dominó) revitalizando a sua memória. Sua medicação sempre era reajustada diante de inquietação motora e falta de compreensão dos fatos. Sua neurologista foi Norma Campos que por um período de 14 anos e meses sempre lhe acolheu como maior carinho, dedicação e competência. Desde o período inicial, como filha e responsável pela sua saúde, vida e tratamento, participei de palestras e encontros da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer). Precisei parar os atendimentos em um dos consultórios para me dedicar à minha principal paciente, minha mãe. Os papéis foram invertidos: de filha passei a ser mãe. Neste momento de angústia e dor fez-se necessário paciência, fé e amor. À tarde, sempre saía com ela para casa dos familiares e amigos, para à missa, passeava de carro com as pessoas de seu convívio como: Mãe Nelci e Elenita que a conheceram quando ainda estava com saúde plena.

Ao mesmo tempo, em julho do mesmo ano (1994) nasceu minha primeira neta, Flávia Maria, que minha mãe fez questão de comprar quase todo o seu enxoval, adquirindo diversas peças iguais, exatamente quando iniciou a decadência desta doença e do seu estado de saúde física e mental. Ela dissera duas frases significativas neste momento: “Esta criança é a minha última alegria”. Algum tempo depois ela me fez um pedido: “Minha filha, nunca me deixe sozinha”. Nesta fase ainda conseguia formar frases e ter certa coerência. Após 7 (sete) anos, a doença se agravou e, ela precisou de home care. Durante todos este tempo ficou aos cuidados da clínica médica, Tereza Ribeiro, esta sendo minha amiga de infância e vizinha, sempre esteve presente. Na fase inicial, os principais sintomas eram: fazer perguntas repetidamente, não atacava os botões da blusa corretamente, os sapatos ou sandálias também eram trocados. Além disso, não tinha mais lágrimas para chorar. Sempre queria que sua vontade prevalecesse e, forçava às pessoas a lhe darem os remédios várias vezes. À proporção que a doença se agravou, mesmo com todos os estímulos, os órgãos foram paralisando e foi necessária a sonda nasogástrica, iniciando dessa forma uma vida vegetativa

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• Alexandra Albuquerque • Alessandra Bacelar • Amanda Britto • Ana Paula Hawatt • Carmita Nigro • Clenes Calafange • Cristina Jatobá • Edson Rodrigues • Flávia Rocha

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• Francisca Cleide • Jacilene Cansanção • Jaidete Alves de Almeida • José Padilha • Marcos Bittencourt • Maria Helena Baltar • Simone Wanderley Lustosa • Suellen Cansanção • Tereza Márcia • Zenilda Leal


Tereza Marinho Nigro e a neta

onde era preciso fazer massagens em todo o corpo para estimulação. Foi acompanhada por uma equipe multidisciplinar formada por fonoaudióloga, fisioterapeuta, e os cuidadores que se revezavam para não haver desgaste emocional diante dessa enfermidade. No decorrer desse período, era preciso que à minha mãe escrevesse o sue nome completo, como exercício, diversas vezes, reconhecesse às pessoas nas fotografias, se lembrasse de fatos como: casamento, nascimento dos filhos, sua escolarização, seu piano, sua infância e adolescência. Estes, não eram esquecidos, faziam parte de sua memória seletiva. Quando começou a esquecer e não reconhecer às pessoas mais próximas, neste momento, é que sentimos uma tristeza muito grande e que tivemos de agir, pensar e fazer tudo por ela, adivinhando suas necessidades e pensamentos. Por ser uma paciente diabética, sempre contou com a endocrinologista Heronilda Borges, que sempre lhe atendeu antes de todos os pacientes devido a sua inquietação, prestou seus cuidados médicos e depois, passou a atendê-la em domicílio por conta da sua debilidade física. Hoje, algumas medicações orais ou adesivos retardam à evolução rápida

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dos sintomas, em até 10 ou 12 anos. Mas, mesmo assim, tem que haver uma equipe multidisciplinar, colaborativa, unida para que este paciente tenha uma vida aparentemente salutar como se não estivesse comprometido. Vale salientar que as pessoas com mal de Alzheimer devem ser vigiadas pelos familiares e/ou cuidadores. Em relação aos cuidados essenciais para que elas não sofram maus tratos como: violência, doses excessivas de medicação, falta de asseios corporais e etc. Durante o dia e também ao deitar eram colocadas músicas religiosas e de cantores que ela apreciava (Roberto Miranda, Altemar Dutra) para haver o relaxamento e à recordação deste tempo feliz. Enquanto estávamos na sala, colocávamos o CD de Altemar Dutra, “encosta sua cabecinha no meu ombro e chora”, neste momento me pedia para dançar com ela, e encostava a cabeça no meu ombro. Era neste momento que ficava mais calma e fazia uma retrospectiva da sua vida. Bem no inicio enquanto os sintomas estavam surgindo, sua personalidade sofreu modificações, utilizava de palavras inadequadas e fazia comentários indevidos, onde às implicâncias era justamente com as pessoas que mais amava. Tereza Marinho Nigro e a bisneta

AGRADECIMENTOS Sou grata a Deus pela família que me foi presenteada por Ele, onde tive pais maravilhosos, um casal muito unido onde a base de tudo era e é o amor. Ainda agradeço ao meu irmão Bebeto que é o meu apoio, o melhor amigo de todas as horas. Meu esposo Ailtom também foi fundamental na dedicação e paciência. Ao levantar, dizia sua primeira frase: “Bom dia D. Tereza”. Sempre esteve ao meu lado dando suporte em todos os momentos. A dedicação da minha filha Flávia Tereza, como profissional da área de saúde (Enfermeira Ana Néry) e neta, que foi essencial no tratamento e revezamento hospitalar. A bisneta Flávia Maria (Bióloga) também contribuiu nos cuidados, vigilância e carinho onde havia empatia das duas. Agradeço às minhas tias: Tia Herun, Tia Beth, Tia Berta, Tia Laís que em João Pessoa era assistida por elas, bem como Tia Ruth, que em Olinda a visitava diariamente e sempre lhe ajudava com todo o carinho. Outra pessoa que muito contribuiu foi a cuidadora Miminha, que sempre a tratou com carinho, respeito e dedicação. Todos da família colaboraram. Novamente agradeço a Deus por me ter concedido esta profissão de psicóloga, da qual me orgulho e me realizo, que faz de mim um ser humano sensível, capacitado para assumir uma missão de “ser mãe”, amiga, terapeuta e curadora da minha própria mãe, com toda a dignidade, paciência, amor e sem perder a consciência dos nossos valores.

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• Ana Cláudia Gonçalves • Daniela Teles • Diva Alencar • Fabiana Maciel • Fabiana Maia • Jane Lemos

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• Janduirtes Figueiredo • Luciano Viana • Pedro Russo • Rafael Braga • Samia Berardo • Tereza Amélia


PERFIL DO SEU MÉDICO

Pedro Cerqueira Russo Psiquiatra

O que o levou a escolher a profissão de Médico? Escolhi porque sempre admirei essa profissão. Nunca pensei em ser outra coisa, na verdade. Como deve ser tratado o TP e demais transtornos de ansiedade? Devem ser tratadas com muita paciência e persistência principalmente. Os métodos empregados deverão ser os mais adequados para cada paciente, pois não se pode estabelecer um caminho inflexível e intolerante. Usualmente o melhor é a associação de psicoterapia e medicação, mas alguns pacientes podem se beneficiar de uma delas isoladamente, a depender da gravidade da doença e das características próprias de cada pessoa. Na prática médica, o que considera mais importante para a eficácia do tratamento? O tratamento para ser eficaz precisa que vários aspectos estejam entrelaçados. A exemplo disso, podemos citar a adesão ao tratamento, uma boa relação medico-paciente, cooperação da família, exposição pelo medico de forma bem explicada acerca dos efeitos colaterais das medicações. O TP tem cura ou controle? Podemos dizer que palavra “cura” não é o que realmente encontramos para pacientes portadores do Transtorno

do Pânico, mas podemos oferecer tratamento adequado e que na imensa maioria dos casos tem resultados excelentes, de forma que há um retorno total às atividades laborais. Em sua opinião como está o ensino universitário no país? Minha opinião é no sentido de que atualmente existem muitas universidades ofertando o ensino, contudo em grande parte sem qualidade e sem uma rigorosa fiscalização do MEC. Mas importante é observar que muitas dessas, oferecem um bom curso preparatório e que a força de vontade do aluno faz toda a diferença na formação de um bom profissional. Que sugestões daria para a melhoria da formação acadêmica? Penso que é muito importante que as universidades selecionem bons profissionais para ministrarem as aulas, assim como também é muito importante que as aulas práticas e laboratoriais ocorram. Como está o serviço de saúde pública no país? Infelizmente encontramos um quadro deficitário de saúde Pública, com hospitais lotados e falta de medicamentos. Profissionais de saúde pouco capacitados e com pouca estrutura à sua disposição.

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Que sugestões daria para melhorá-lo? Acho que se o país fosse menos corrupto e se as verbas destinadas à saúde fossem regularmente empregadas, o quadro da saúde Pública em nosso país seria diferente. É fundamental que haja um numero mais de hospitais, profissionais, leitos, medicamentos e portanto, uma maior cobertura para os necessitados. Uma palavra amiga: Vai dar certo. Pessoa digna: Patch Adams Um hobby: estar com os amigos Um Livro: Como eu era antes de você Um filme: A procura da felicidade Uma música: Far away Um sonho: ter filhos Uma realização: ajudar com a medicina Uma frase...: Gratidão não prescreve Uma mensagem: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Eclesiastes)


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