JG_265 Janeiro / Fevereiro de 2021

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Covid-19 • Confinamento regressa • Município prepara apoios em várias frentes, das famílias e escolas à economia • Vacinação está a decorrer • Cuidados • p. 2, 9-11, 25 PU

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXV | Edição 265 | Janeiro / Fevereiro de 2021

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Presidente da Junta fala do mandato • p. 4-5

Freguesias da Batalha ajudam a reeleger Marcelo • p. 3

Injustiça no preço da água • p. 20

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Solidariedade no Natal • p. 14-15

Base by Freepik

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Poluição dos porcos não acaba • p. 8

Inês conta experiência de voluntariado • p. 6

Casal de Mil Homens em 1724 • p. 26


Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

abertura

.editorial.

Luís Miguel Ferraz Director

Fechados O significado da imagem que escolhemos para a capa desta edição poderá não ser evidente para todos. No entanto, para os que estão em teletrabalho, alguns desde Março de 2020, ela representa o dia-a-dia a que nos habituámos para contactar colegas e amigos, programar tarefas, fazer reuniões, enfim... trabalhar em equipa. É também facilmente reconhecida por alunos e pais na sua relação com a escola, bem como por tantas e tantas famílias que não têm outra forma de se encontrar, dado o distanciamento físico a que estão obrigadas há semanas ou meses. De certa forma, esta imagem dos “meetings” ou encontros “online” tornou-se icónica de um tempo que, há cerca de um ano, mudou completamente o ritmo da nossa vida social. Quando virámos a página para 2021, havia no ar uma certa esperança de que o malfadado 2020 ficasse para trás como uma má memória e as coisas começassem a voltar à normalidade. Rapidamente nos apercebemos de que não iria ser assim, com a pandemia a agravar-se para números recorde de contagiados, de doentes internados e... de mortos. Apesar de começarem a circular vacinas, esta (2.ª, 3.ª, 4.ª?...) vaga mostrou como estamos ainda longe de descansar deste pesadelo. No concelho da Batalha, por exemplo, no início de Fevereiro, estávamos com cerca de 700 pessoas já atingidas, uma média de 130 casos activos e 11 mortos a lamentar. Quando todos afirmavam, inclusive o Governo, que não iríamos aguentar uma nova paralisação geral do País, eis que estamos, de novo, fechados em casa, com milhares de empresas e negócios encerrados, escolas sem alunos, e muita, muita embrulhada nas decisões que vão saindo do legislador, nitidamente à toa na forma como há-de responder ao problema. Ainda assim, e mesmo não concordando com muitas dessas decisões ou vendo como tantos tentam “furar o esquema” em proveito próprio, sem qualquer respeito pelos outros, este é o momento de cumprir o que nos pedem, de praticar uma cidadania responsável, em que o interesse comum obriga a sacrifícios pessoais. Para que nenhuma morte venha a pesar-nos directamente na consciência, além das que, colectivamente, sentimos serem nossa responsabilidade. Já todos percebemos que não “vai ficar tudo bem”. Apesar disso, a última palavra será de esperança. De que as coisas haverão de voltar a ser (mais ou menos) como eram. De que, um dia destes, poderemos respirar mais aliviados e retomar a vida. De que, pelo menos, tenhamos aprendido alguma coisa com isto. Até lá, votos de boa a saúde a todos!

. caderno mensal .

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

DR

2•

Cristóvão de Mendonça (Possível Descobridor da Austrália) O segredo foi a alma da missão de que fui um dos capitães que, em razão do sigilo ordenado pelo meu Rei, ficou ignorado para sempre. Naveguei para sul de Timor e encontrei uma terra de tal vastidão que não sei se era uma grande ilha ou um imenso continente. O silêncio necessário, mas que me foi adverso, fez de mim um soldado desconhecido entre os seus pares, obreiros assombrosos da maior epopeia do Universo.

Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira mandou construir a torre da Matriz da Batalha. Poucas pessoas saberão que a actual torre da Igreja da Exaltação da Santa Cruz, matriz da Batalha e da Golpilheira, foi mandada construir por um ilustre natural desta povoação que hoje é, merecidamente, capital duma freguesia civil. Pelo princípio do século XX, o então Prior da Paróquia batalhense, Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira, tomou a iniciativa de mandar construir uma torre, a actual, em substituição do arruinado campanário, já há muito sem serventia,

como se pode ver na fotografia acima, também do princípio do século XX. A nova torre sineira integrou-se facilmente no conjunto dum templo em que se revela nítido parentesco com o Mosteiro e onde o manuelino deu mais um passo no magnífico portal desenhado pelo mestre Boitaca (Boytac). E é curioso que no cimo da torre se conjuguem harmoniosamente ornatos manuelinos e barrocos. Ora, o Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira, natural da Golpilheira, onde nasceu a 11 de Agosto de 1872, filho de António Pereira Júnior e de D. Ana Hermínia Coelho Pereira, foi um sacerdote extremamente culto, tendo desenvolvido um inesquecível apostolado nas paróquias por onde passou. Pároco da Batalha desde 6 de Janeiro de 1899, aqui veio a falecer na sua casa da rua de Nossa Senhora do Caminho, onde sugiro, e com a aquiescência dos actuais proprietários, seja colocada uma lápide a recordá-lo. A sua morte prematura em 7 de Dezembro de 1929 abalou toda a paróquia. Conforme diz o Padre José Carreira no seu precioso livro “O Clero da Diocese de Leiria e o seu passado”, publicado em 1984, de onde colhi vários elementos, “no funeral para o cemitério da Batalha estiveram mais de duas mil pessoas”. Diz ainda o Padre Carreira que o Padre Dr. Coelho Pereira “foi consultor diocesano e o seu nome, por várias vezes, foi lembrado para uma diocese, opondo o humilde sacerdote sempre a mais tenaz resistência”.

A fotografia que se publica, que com a devida vénia transcrevo do Boletim n.º 13, de Setembro de 1938, da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, dedicada ao restauro efectuado naquele decénio no nosso templo, mostra o estado de ruína a que lamentavelmente chegou o precioso e histórico edifício.

Não percam a exposição da Capela do Fundador Logo que passar este tempo triste e redutor, que nos mantém impossibilitados de levar uma vida normal, não deixem os leitores de visitar a exposição sobre o Pintor e Escritor Almada Negreiros e a sua ideia sobre o destino de origem dos Painéis atribuídos ao pintor do século XV Nuno Gonçalves, patentes na Capela do Fundador do nosso Mosteiro. Réplicas perfeitíssimas dos celebrados Painéis e doutras obras de Arte (lembro que os Painéis originais estão no Museu de Arte Antiga, em Lisboa) estão expostas naquele magnífico espaço, constituindo não só um regalo para os nossos sentidos mas também e sobretudo uma preciosa lição sobre Arte e História e, simultaneamente, sobre Almada Negreiros. A exposição manter-se-á até Dezembro do corrente ano. Peço aos leitores que a visitem e façam o possível por levar as crianças, tentando despertar-lhes a sensibilidade e enriquecer-lhes o conhecimento.

Pagamento de assinaturas Caro assinante, com a continuidade da pandemia, não podemos fazer a cobrança de assinaturas porta a porta, como era hábito. Assim, apelamos ao pagamento por outros meios. Poderá consultar o último ano pago na sua folha de endereço. Por cada ano são 10 euros (15 Europa; 20 outros países). Sugerimos 4 opções: • Por transferência bancária para o IBAN PT50 0045 5080 4017 1174 2866 5 (meio preferencial; pedimos confirmação (nome e NIF) para geral@jornaldagolpilheira.pt). • Por Mbway, para o número 910 280 820 (enviar SMS a confirmar o nome do assinante). • No bar do CRG (quando voltar a abrir), diariamente, das 07h30 às 24h00. • Por cheque, para: Jornal da Golpilheira - Est. Baçairo, 856 - 2440-234 GOLPILHEIRA. Muito gratos pela colaboração, a direcção do Jornal da Golpilheira!


política • 3

LMF

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

As duas mesas de voto na Golpilheira

Presidenciais 2021

Freguesias da Batalha ajudam a reeleger Marcelo Os portugueses foram a votos a dia 24 de Janeiro de 2021, para eleger o Presidente da República para os próximos cinco anos. Em tempos muito difíceis de pandemia, e consequente isolamento e receio dos cidadãos, a taxa de participação abaixo dos 40% será a nota mais negativa, ainda assim acima do que muitos temiam que pudesse acontecer. O resultado que interessa é o do vencedor, tendo sido clara a decisão dos portugueses em renovar o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, com 60,70%

de percentagem e 2.533.799 votos expressos, acima dos números da sua primeira eleição, em 2016 (52% e 2.411.652 votos). Deixaremos outras leituras dos resultados para quem as saberá fazer melhor do que nós, sobretudo os sociólogos, politólogos e outros especialistas na análise dos movimentos sociais e políticos. Nota final para a forma bastante bem organizada e segura como decorreu o acto eleitoral, apesar de todos os condicionalismos deste tempo.

Aos nossos leitores, como habitual, apresentamos os números do concelho da Batalha e das suas quatro freguesias (Batalha, Golpilheira, Reguengo do Fetal e São Mamede). Encontramos como denominador comum nas quatro freguesias a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, com uma média de 66% no concelho, sendo a Golpilheira e São Mamede as que lhe deram vitória mais expressiva (72,81% e 72.36%, respectivamente). Outro facto em comum

foi a distribuição dos 2.º e 3.º lugares, respectivamente, por André Ventura (14,11% de média concelhia) e Ana Gomes (8,23% de média concelhia). Neste âmbito, a freguesia da Golpilheira foi aquela onde André Ventura teve menor percentagem (10,93%). Também o menos votado foi comum nas 4 freguesias, João Ferreira, com média de 1,31% no concelho. Os restantes candidatos obtiveram diferentes lugares na “tabela” em cada uma das freguesias.

Quanto à taxa de participação, mais uma vez, a Golpilheira supera claramente as restantes freguesias, com 56,32% dos eleitores a exercerem este acto de cidadania, bem acima da média concelhia de 50,12%, da média distrital de 44,70% e, mais ainda, da média nacional de 39,49%. Para que os leitores possam fazer as suas próprias leituras, apresentamos os quadros de cada uma das freguesias e da média concelhia na Batalha. LMF

Freguesia - Golpilheira

Freguesia - Batalha

Freguesia - Reguengo do Fetal

Freguesia - São Mamede

Média - Concelho da Batalha

Inscritos

100%

1.321

Votantes

56,32%

744

Marcelo R. de Sousa

72,81%

533

André Ventura

10,93%

80

Ana Gomes

6,83%

50

Marisa Matias

3,96%

29

Tiago M. Gonçalves

2,60%

19

Vitorino Silva

2,32%

17

João Ferreira

0,55%

4

EM BRANCO

1,21%

9

NULOS

0,40%

3

Inscritos

100%

7.507

Votantes

49,31%

3.702

Marcelo R. de Sousa

61,62%

2.216

André Ventura

14,29%

514

Ana Gomes

10,26%

369

Tiago M. Gonçalves

4,84%

174

Marisa Matias

3,87%

139

Vitorino Silva

3,39%

122

João Ferreira

1,72%

62

EM BRANCO

1,43%

53

NULOS

1,43%

53

Concelho e freguesias

Inscritos

100%

1.888

Inscritos

100%

3.280

Votantes

48,73%

920

Votantes

50,27%

1.649

Marcelo R. de Sousa

66,70%

593

Marcelo R. de Sousa

72,36%

1.157

André Ventura

13,39%

119

André Ventura

15,57%

249

Ana Gomes

9,11%

81

Ana Gomes

3,81%

61

Tiago M. Gonçalves

3,26%

29

Vitorino Silva

3,31%

53

Vitorino Silva

3,15%

28

Tiago M. Gonçalves

2,50%

40

Marisa Matias

2,92%

26

Marisa Matias

1,81%

29

João Ferreira

1,46%

13

João Ferreira

0,63%

10

EM BRANCO

1,85%

17

EM BRANCO

1,58%

26

NULOS

1,52%

14

NULOS

1,46%

24

Participação acima da média

Inscritos

100%

13.996

Votantes

50,12%

7.015

Marcelo R. de Sousa

66,01%

4.499

André Ventura

14,11%

962

Ana Gomes

8,23%

561

Tiago M. Gonçalves

3,84%

262

Marisa Matias

3,27%

223

Vitorino Silva

3,23%

220

João Ferreira

1,31%

89

EM BRANCO

1,50%

105

NULOS

1,34%

94

Membros das mesas eleitorais testados à Covid-19 Como medida de reforço da segurança das operações eleitorais do dia 24 de Janeiro, a Câmara Municipal da Batalha testou os membros das mesas de voto. Esta operação

realizou-se no espaço municipal adaptado a Centro de Testes e contemplou cerca de 100 pessoas que estiveram nas mesas de voto do concelho, nas eleições presidenciais.

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Este Centro de Testes está a funcionar desde 15 de Junho de 2020 e já realizou mais de 10 mil testes à Covid-19. Esta medida, informa a Autarquia, ‘’pretendeu tam-

bém constituir um forte apelo à participação cívica nas eleições presidenciais”. “Desde o início da pandemia que temos procurado assegurar as melhores condições de

segurança e protecção da nossa comunidade, sempre em articulação com as autoridades de saúde’’, refere o autarca local, Paulo Batista Santos. | AS

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

entrevista

Entrevista a José Filipe, presidente da Junta da Golpilheira

“A pandemia modificou a vida na nossa freguesia”

Depois de muitos anos envolvido na autarquia local e, depois, de um também longo interregno, o que motivou o seu regresso à presidência da Junta de Freguesia da Golpilheira, há 3 anos?

O meu regresso surgiu na sequência de um convite. Depois de reflectir, decidi aceitar, uma vez que ainda poderia fazer mais pela freguesia.

Sendo já uma freguesia diferente, naturalmente, de quando deixou a presidência, que diferenças foram divulgação/apoio

A grande diferença foi o novo edifício da Junta, bem como o pavilhão gimnodesportivo do Município da Batalha, ambos transitados do meu último mandato.

Que projectos trazia em mente para este novo desafio?

Os projectos que trazia em mente tinham em conta as expectativas face à experiência anterior com a excelente colaboração dos presidentes de Câmara com quem tive o gosto de trabalhar, Francisco Coutinho, Raúl Castro e António Lucas. Tais projectos rapidamente se desvaneceram, após reunião com o actual presidente que, desde logo, mostrou estar de costas voltadas para a Golpilheira, não dando apoio a qualquer projecto apresentado por nós até à presente data.

Uma das promessas eleitorais era a reabertura da extensão de saúde da Golpilheira, que parece agora uma ideia posta de parte. Era só uma esperança ou o que correu mal para que não se realizasse?

Mais recentemente, fizeram uma intervenção no cemitério…

O executivo: Sandra Alves, José Filipe e José Carlos Ferraz

A reabertura da extensão de saúde da Golpilheira não foi promessa eleitoral deste executivo nem nunca constou do nosso programa eleitoral. Foi sim uma promessa lançada pelos deputados da Assembleia da República – António Sales, Margarida Marques e Porfírio Silva –, aquando da festa convívio do PS realizada no Centro Recreativo da Golpilheira, no dia 23 de Setembro de 2017. No entanto, a reabertura não se verificou, não por falta de esforço da Junta, mas porque as instâncias superiores assim o entenderam, assim como o Município da Batalha, que desde logo garantiu que a extensão de saúde nunca seria reaberta e finalizou o acordo que existia com outra entidade de saúde para assistência à população no então posto médico. Não posso deixar de referir que, no geral, a população está satisfeita com os cuidados de saúde prestados pela Unidade de Saúde Familiar Condestável.

de surpresa, foi a reorganização de toda a orgânica interna da Junta, que simplesmente não existia aquando da tomada de posse. Embora este trabalho não tenha sido perceptível pela maioria da população, era inevitável que se fizesse. Destaco, pela complexidade do processo e valor monetário envolvido: a legalização da funcionária da Junta, a compra de todos os programas informáticos de contabilidade e gestão e respectivas formações, liquidação de toda a dívida existente à Segurança Social e a outros credores. O que causou maior desgaste foi a avultada dívida a fornecedores, herdada do anterior executivo, referente a trabalhos executados em

Sim. Aquando da tomada de posse do executivo, o cemitério encontrava-se em mau estado de conservação, pelo que toda a equipa se reuniu e procedeu a uma primeira limpeza. Consciente do valor sentimental que o espaço representa para toda a população da freguesia, foi prioritária a organização interna do mesmo. Procedeu-se ao mapeamento dos covatos, com a preciosa colaboração do Joaquim Manuel Bento Monteiro. Mais recentemente, os trabalhos contemplaram lavagem e pintura de muros; isolamento da cobertura dos gavetões de ossários; identificação/numeração de covatos e gavetões de ossários; colocação de painéis informativos com a planta do cemitério e vitrinas informativas.

O saudoso Manuel Rito, nosso director-adjunto, estava empenhado nos últimos dias da sua vida em limpar e restaurar a fonte do Casal do Benzedor… numa recente Assembleia de Freguesia foi referido o projecto de se fazer ali um parque de merendas. O trabalho de limpeza foi acabado? E como está esse projecto?

O projecto relativo à fonte do Casal do Benzedor, entre outros, foi também discutido

Em relação a trabalho efectuado, o que destacaria nestes 3 anos de mandato?

Nestes 3 anos de mandato a principal tarefa, que apanhou este executivo completamente

DR

Entrevista de Luís Miguel Ferraz

plena campanha eleitoral, com a qual nos debatemos praticamente durante 3 anos. Lamento que tenha sido necessário que um dos credores desse entrada com processo em tribunal para que a verba fosse transferida do Município para a Junta.

para si mais evidentes?

DR

Estamos a entrar no último ano do actual mandato autárquico e fomos ouvir o presidente da Junta da Golpilheira, José Moreira Filipe, sobre como tem decorrido esta missão, sobretudo neste último ano em que a pandemia veio alterar o rumo da nossa vida social. Não sendo um balanço final, podemos já perceber as principais acções desenvolvidas e que leitura fazer do actual estado da Golpilheira.

Junta presente na Semana Cultural de 2019


entrevista • 5

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

•ViagenspeloPassado•3 (Artigos sobre a Golpilheira em jornais do passado)

Num Mundo e num Tempo como os Nossos

DR

O povo da Golpilheira aguarda a criação da sua freguesia Para quem não o saiba, a Golpilheira é uma povoação situada na estrada que da batalha, pelo vale do Lena, vai entroncar na nacional n.º 1 no Vale Gracioso. Terra populosa, circundada por várias aldeias quase ligadas por recentes construções, possui um dos templos mais antigos da região, uma ermida do século XV com valioso interior pre-renascença, além doutro templo, situado nas proximidades, S. Bento da Cividade, já de traça setecentista mas que teve fundação muito anterior, e de uma igreja construída há poucos anos e, agora, em fase de ampliação. Tem associação recreativa e cultural que, no momento, está a edificar a sua sede, grupo coral, um dos melhores agrupamentos no género que não tem beneficiado da divulgação que merece, dirigido por Arnaldo Monteiro, uma invulgar vocação musical, zona agrícola extensa em que predominam o pomar, a vinha e a horta cujos produtos são conhecidos nos mercados pela sua qualidade, diversas explorações pecuárias, fábricas de artefactos de vime e uma cerâmica de arte com criações originais, algumas saídas de moldes do barrista Fernando Belo presentemente a seguir brilhante carreira artística nos Estados Unidos. Possui cemitério, de fundação recente. Está situada entre 4 e 5 quilómetros da sede do concelho, que é a Batalha. Na sua área ficam as ruínas da romana Collippo. Com vida própria, intensa actividade comunitária e a distância incómoda da sede de freguesia actual, igualmente a Batalha, a população vem lutando pela criação da sua freguesia, pelo que já proce-

Arranjo do cemitério foi uma das obras mais recentes

com o falecido Manuel Rito e sabemos o quanto esse espaço lhe era querido. O trabalho de limpeza foi iniciado e este continua a ser um grande objectivo deste executivo. No entanto, e em grande parte devido à pandemia, não foi possível nem viável dar continuidade ao projecto. Daí que tenha sido efectuada a transferência dessa verba para os trabalhos realizados no cemitério. Ciente da incapacidade financeira desta Junta para levar a bom porto este projecto, pedi apoio ao Município, não tendo obtido até à data qualquer resposta.

Neste último ano, a pandemia veio modificar por completo a vida da sociedade, praticamente em todo o mundo. Como sentiu o

impacto deste problema na nossa freguesia? Não posso negar que a pandemia modificou a vida na nossa freguesia, assim como em todas as outras. Desde o primeiro instante, esta Junta mostrou-se disponível para com os seus habitantes e com o Município, tendo prestado toda a colaboração solicitada.

Em geral, como avalia o desempenho do actual executivo? Quais as maiores dificuldades que encontraram? E quais as maiores alegrias que tiveram?

O desempenho do actual executivo excedeu as minhas expectativas iniciais, quer pela responsabilidade quer pelo espírito de equipa que se desenvolveu. A maior dificuldade encontrada foi a relação com o pre-

sidente do Município e tudo o que isso implica. A colaboração foi praticamente inexistente e não permitiu a realização de qualquer projecto. Mesmo com poucos recursos, foi garantida uma prestação de serviços de qualidade à população e penso que a mesma reconhece o esforço efectuado, assim como a disponibilidade da funcionária e de todo o executivo.

Em relação ao futuro, que projectos ou iniciativas tem planeadas para se realizarem ainda antes do final deste mandato?

Não prevejo realizar qualquer projecto de relevo, nem qualquer iniciativa habitual, como o passeio de idosos, que tanto acarinhámos, enquanto esta situação pandémica permanecer.

Câmara e Junta da Golpilheira assinam protocolo

Dívidas de obras pré-eleitorais pagas Ao fim de três anos de um longo processo negocial entre as autarquias locais, foram finalmente pagas, no dia 28 de Dezembro, as dívidas das obras feitas na Golpilheira no período que antecedeu as eleições autárquicas de 2017. Resumimos a história. O montante de cerca de 30 mil euros era devido, sobretudo a duas empresas, por asfaltamento e outros arranjos na rede viária. Quando o actual executivo da Junta de Freguesia (PS) tomou posse, não encontrou enquadramento em orçamento nem financiamento para as mesmas, atribuindo ao Município da Batalha (PSD) a responsabilidade por tê-las autorizado e, portanto, pela respectiva

liquidação. Já o Município, escudado no facto de não ser sua competência pagar obras das freguesias, exigia que a Junta assumisse a dívida e, posteriormente, protocolasse uma forma de receber esse financiamento. A Junta recusou sempre assumir essa despesa, sem ter primeiro assinado o protocolo que garantisse o compromisso da Câmara na transferência da verba, argumentando não ter responsabilidade legal nem cabimento em orçamento para tal. Enquanto isso, os empresários em causa ameaçavam avançar com processos judiciais para receber o pagamento. O assunto foi sendo abordado em sucessivas sessões da

Assembleia Municipal, onde acabou por se constituir um grupo de trabalho multipartidário para intermediar essa negociação. Enquanto isso, foi aprovado também ali, já em 2020, um novo regulamento protocolar de apoio e transferência de competências entre o Município e as freguesias, com espaço para encaixar uma solução para este e outros casos similares. Assim, tal como dizíamos no início, ao fim de 3 anos, foi finalmente assinado o protocolo, transferida a verba da Câmara para a Junta e por esta paga a dívida aos credores, num montante de 28.778,00 euros.

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deu às diligências exigidas por Lei, como se tem vindo a noticiar. A Câmara Municipal concorda com o desejo do povo da Golpilheira. Porém, passados meses, que já devem somar um ano, o Ministério da Administração Interna continua sem dar resposta à petição da população, que não se pauta por exageros nem fantasias bairristas, nem assume desagradáveis aspectos reivindicativos, decompostos e arruaceiros, que são triste moda no nosso tempo. Gente educada e ponderada, quis seguir as vias legais e democráticas. Parece, infelizmente, que quem pede delicadamente, mesmo assistido por todas as razões como é o caso, nada alcança. Não creio que tenha de haver um número limitado de freguesias ou de concelhos, e não o número a que as necessidades e as exigências da vida local obriguem. Quando se permitem, para aí, tão dilatadas autonomias, extremamente perigosas para a unidade nacional, é de estranhar e de lamentar que não se atenda um desejo de pequena autonomia administrativa, que, sem acarretar quaisquer encargos para o Poder Central, nem prejuízos ao País, só pode proporcionar estímulos e benefícios locais. Ao Senhor Governador Civil peço a sua intervenção urgente, junto do Ministério da Administração Interna, para que se satisfaça, sem mais delongas, difíceis de justificar, o razoável pedido da gente trabalhadora, correcta e equilibradamente bairrista da Golpilheira. José Travaços Santos Em Região de Leiria, de 22-07-1978.

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

entrevista

Entrevista a Inês Monteiro, jovem voluntária da Golpilheira

“Um dia podemos ser nós a estar daquele lado” Inês Monteiro, jovem de 21 anos natural da Golpilheira, estudante do último ano do curso de Desporto e Bem-Estar no Instituto Politécnico de Leiria, não deixou que a pandemia a impedisse de realizar os sonhos. Por iniciativa própria, embarcou numa experiência de voluntariado e nem os tempos tão difíceis como os que vivemos actualmente a deixaram com medo de ir ajudar os que mais precisam. O Jornal da Golpilheira foi falar com ela, para partilhar com os leitores a sua experiência e mostrar que, apesar de tantas notícias de dores e tristezas, há muitas coisas positivas a acontecer na nossa sociedade por estes dias.

Entrevista de Ana Ribeiro

Como surgiu a ideia de ires fazer voluntariado?

Sempre quis fazer voluntariado e sempre gostei de ajudar os outros. Em Março do ano passado, quando a pandemia começou, inscrevi-me nas Forças Armadas para ser voluntária, pois nessa fase ainda não tínhamos bem noção da evolução da pandemia e eles começaram a recrutar voluntários. No final do ano, contactaram-me para ajudar no Convento de Santa Clara. Na semana passada, contactaram-me novamente para saber se ainda estava disponível para ir para um lar; fiz logo o teste à covid-19 para poder ir. Coloco-me sempre na situação deles, na pele deles, e penso “se fosse eu, também gostava que me ajudassem”, porque

luvas, máscaras e os EPI nos locais de equipagem. Conversamos com os idosos, fazemos videochamadas com os familiares, pois é a única forma de “receberem” visitas.

Que cuidados tinhas de ter?

Sempre que era necessário irmos aos quartos, mesmo que sejam pacientes “não-covid”, equipamo-nos com o equipamento de protecção individual, que inclui batas, “pezinhos”, duas máscaras, viseira, luvas, touca, etc. Tudo o que é necessário para a nossa protecção.

Registaram-se casos dentro do lar?

um dia podemos ser nós a estar daquele lado e isso nunca, jamais podemos subestimar.

Foi essa a tua primeira experiência como voluntária?

Já tinha feito voluntariado numa associação de cuidado a animais, a APAMG. Mas esta foi mais a sério, estar num lar, nesta fase em que estamos a viver, a pior altura desde o início da pandemia; era impensável dizer que não. Foi uma experiência curta, de 25 a 28 de Janeiro, mas o suficiente para retirar dela ensinamentos que levo para a vida toda.

O que é que os teus pais acharam da ideia?

Antes de ir, falei com os meus pais e eles não gostaram muito da ideia. Eles têm receio e eu temo por eles também. Mas tenho todos os cuidados necessários, sou bastante cautelosa nesse aspecto, tento não ter muito contacto directo

com eles, inclusive usamos casas de banho diferentes. Agora que acabei o voluntariado, porque, felizmente, os funcionários que estavam em isolamento regressaram ao lar no dia 1 de Fevereiro, fico em casa os 14 dias de quarentena para nos salvaguardar, apesar de saber que os meus pais não têm nenhuma doença de risco.

Porquê um lar, um sítio tão exposto à pandemia do covid-19?

Porque era onde era preciso ajuda. E porque não posso estar num hospital ou na “linha da frente”. Esta ajuda fez-me sentir útil numa altura em que o País e o seu sistema de saúde estão a “rebentar pelas costuras”. Só espero poder continuar a realizar mais voluntariado como este e experienciar mais momentos como estes que nos fazem sentir tão vivos e ao mesmo tempo tão frágeis. Tento fazer a minha parte, mas fica sempre um sentimento agridoce de que podia ter feito mais; mas acho que vai ser sempre assim.

Fotos: DR

Quais eram as tuas tarefas no lar?

Ajudava a dar os pequenos-almoços e os almoços e a medicação, tendo atenção se todos tomam a medicação conforme prescrito, pois há idosos mais autónomos e outros não tanto; neste caso, temos de lhes dar o comer. Repomos o material, como

Sim, infelizmente. Foram cerca de 50 pessoas, entre funcionários e utentes, segundo vi na comunicação social, mesmo na véspera de arrancar o processo de vacinação.

Quantos idosos estão alojados no lar e quantos deles já levaram a vacina?

Segundo o site do lar, “a estrutura residencial para pessoas idosas tem actualmente a capacidade máxima (lotada) de 84 idosos”. Quanto à vacinação, no site referem que foram vacinados um total de 102 utentes e colaboradores.

Tem tido algum tipo de apoio por parte da Camara Municipal?

Sim, tanto em equipamento de protecção como na logística de testes e vacinas.

Qual é a dureza de conviver com pessoas tão frágeis?

É um acordar para a realidade e perceber que, se correr bem, um dia vamos chegar à idade deles e podemos estar

exactamente ali, como eles, dependentes da ajuda dos outros. É triste depararmo-nos com esta realidade e só desejo que, quando for a minha vez, não estejamos a viver uma pandemia como agora.

Sentes que o voluntariado te enriquece?

De variadas formas. Acho verdadeiramente importante reconhecermos que somos elementos fundamentais na nossa comunidade e nos devíamos ajudar uns aos outros. Existem diversas formas de o fazer, o voluntariado é uma delas. Deveria ser considerado dever cívico. Enriquece-nos ao ponto de sermos melhores pessoas e não há nada mais gratificante do que isso.

O que retiras desta experiência?

Que qualquer um de nós pode ajudar, basta termos vontade, porque irá sempre haver alguém que precisa da nossa ajuda.

É essa mensagem que queres deixar às pessoas que podem ter esse desejo de ajudar e não sabem como?...

Sim. Às vezes, pensamos que não temos o que é preciso, mas para ajudar só precisamos mesmo de vontade; muitas vezes nem precisamos de ter formação. Procurem por instituições, projectos, comunidades… um exemplo: a Câmara Municipal tem um banco de voluntariado onde nos podemos inscrever e, caso seja necessário, somos chamados. Ou então agimos por conta própria e oferecemos a nossa ajuda àqueles que, por exemplo, estão em isolamento e precisam de ir às compras…


educação • 7

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Escolas da Batalha distinguidas

“Escola Amiga da Criança” Onze escolas do concelho da Batalha foram reconhecidas na 3.ª edição da “Escola Amiga da Criança”, uma iniciativa que reconhece, partilha e estimula projectos educativos que tornam a criança mais feliz, dentro do seu ambiente escolar e, agora, também em casa. A Escola Amiga é uma iniciativa da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), da LeYa e do psicólogo Eduardo Sá. Até 30 de Junho de 2021, as escolas e pais que pretenderem já podem concorrer à 4.ª edição da Escola Amiga, submetendo as suas candidaturas através do site escolaamiga.pt. Passamos a apresentar um breve resumo dos projectos distinguidos. Ângela Susano

Clube de Robótica

Ecoplastic

(Escola EB1/S Batalha) É um projecto de sustentabilidade os amb ient al que tem com o obje ctiv os, clad reci is eria mat de incentivar o uso para sensibilizar a comunidade escolar er a mov pro e itos háb a mud anç a de reciclagem.

(Escola EB1/S Batalha) Tem por objectivo a ocupação dos alunos durante os seus períodos livres, permitindo-lhes realizar actividades que sejam do seu gosto. No Clube de Robótico desenvolvem-se actividades ligadas à Robótica, à Impressão 3D, e à Inteligência Artificial.

(Escolas EB1 de Golpilheira, Rebolaria, S. Mamede, Casais Dos Ledos, Reguengo Do Fetal, Quinta Do Sobrado, Brancas e Faniq ueira, Escolas EB1/JI da Torre e da Batalha e Esco la EB1/S da Batalha) O obje ctiv o dest e espa ço/p roje cto é possibilitar aos alunos um con tacto próximo com a ciência, numa abordage m já científica, embora lúdico-didác tica, isto é, com contacto com instrum entos e ferramentas de laboratório, abor dando questões ligadas ao ambiente e que afectam o nosso quotidiano, através da realização de experiências lúdicas.

Animação da Leitura Escrita Criativa

(Escola EB1/S Batalha) Tem por objectivo a construção de textos colaborativos e criativos, com aplicação de técnicas de escrita, trabalha das em sala de aula e/ou na Biblioteca Esco lar.

(Escola EB1/S Batalha) Este projecto é da responsabilidade da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas da Batalha e oferece aos alunos uma abordagem criativa da leitura, tentand o contrib uir para melhor ar a aptidão do aluno no domínio da leitura, mas, sobretudo, o gosto pela leitura e a promoção da criatividade.

Ao Teu Lado Sempre A Aprender

Fotos: DR

Clube de Ciência – Projeto Laboratório Aberto

(Escola EB1 S. Mamede) A escola já não está circunscrita à sala de aula, hoje, literalmente, ela está nas nossas casas e no mundo, estamos separados, mas continuamos a colaborar; os professores estão empenhados e comprometidos em todo este processo, e os pais querem ajudar os seus filhos a aprender.

Papelões

(Escola EB1/S Batalha) As professoras propuseram a todos os alunos uma actividade prática que consistia na construção de papelões para as salas de aula da escola sede, reutilizando materiais. O projecto tem como objectivos estimular a reutilização de materiais, permitindo que os alunos tomem consciência que estes ainda são valiosos e que a reutilização permite poupar recursos ao planeta.

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

ambiente

Governo recua na ETES e todos protestam

Poluição dos porcos sem solução à vista Numa visita à região de Leiria, no passado dia 30 de Dezembro, o ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Matos Fernandes, declarou que o Governo não irá construir a – há tantos anos prometida – Estação de Tratamentos de Efluentes Suinícolas (ETES), alegando “ausência de entendimento com os empresários do sector suinícola”. Imediatamente choveram críticas sobre estas declarações, desde os municípios e associações ambientais da região aos próprios empresários visados, todos acusando o Governo de dar o dito por não dito, de não cumprir promessas feitas e não investir como deveria na protecção ambiental. Uma das queixas que seguiu, no próprio dia, para o Ministério do Ambiente foi do Município da Batalha. O presidente da autarquia, Paulo Batista Santos, considera “graves” as consequências ambientais dessa decisão, uma vez que as descargas ilegais persistem e têm vindo a agravar-se nos últimos meses” e pergunta: “quais foram os resultados do estudo realizado pela AdP Energias?” e “qual a alternativa viável do Governo para o tratamento dos efluentes suinícolas e de despoluição da bacia hidrográfica do Lis?”. Na comunicação enviada, o autarca recorda o processo desta ETES, considerada “um projecto de relevante interesse público e essencial ao plano de despoluição da bacia hidrográfica do Lis, bem como de regularização do sector pecuário da região e com impacto directo, entre outros, nos municípios de Leiria, Pombal, Ourém, Batalha, Marinha Grande e Porto de Mós”. Numa região

GNR em acção no rio Lis

Mais descargas ilegais de efluentes pecuários O Comando Territorial de Leiria da GNR, através do Núcleo de Protecção Ambiental de Leiria, detectou três descargas ilegais de efluentes pecuários na localidade de Bidoeira de Cima, no concelho de Leiria, no passado dia 27 de Janeiro. No decorrer de uma acção de policiamento direccionada para a prevenção e detecção de alterações às características dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Lis, os militares da Guarda detectaram uma descarga de efluentes pecuários a escorrer livremente para uma linha de água, afluente da Ribeira da Carreira que desagua no rio Lis. No decorrer das diligências policiais, constatou-se que a descarga era proveniente de uma lagoa de armazenagem de efluentes de uma exploração pecuária. Na sequência

desta acção foi elaborado um auto de notícia pelo crime de poluição de descarga de efluente pecuário directamente para a linha de água, crime este punido com pena de prisão até cinco anos, tendo os factos sido remetidos para o Tribunal Judicial de Leiria. Ainda no decurso desta acção, foram detectadas mais duas descargas de efluentes pecuários para o solo sem qualquer tipo de mecanismo que assegurasse a sua depuração, as quais eram provenientes de duas explorações agro-pecuárias, resultando na elaboração de dois autos de contra-ordenação ambiental enviados para a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. / Administração da Região Hidrográfica do Centro, puníveis com uma coima que pode ascender aos 144.000 euros.

em que a actividade pecuária está fortemente presente, são “mais de meio milhar de suiniculturas, com um efectivo animal superior a 300 mil cabeças, o que representa mais de 1.000 m3 diários de efluentes suinícolas”, dos quais a ETAR do Coimbrão apenas consegue tratar cerca de 60 m3 por dia. Assim, são frequentes as descargas não controladas, “com graves consequências ambientais para os recursos hídricos, mas também do ponto de vista da saúde pública e do bem-estar das populações”. O projecto da ETES foi a concurso público em Agosto de 2015 e já teve financiamento europeu aprovado no montante de 9,16 milhões de euros, entretanto perdido “pela inércia dos responsáveis e incapacidade de decisão por parte da tutela governativa”, recorda o Município da Batalha. Já em 2019, o Governo chamou a si a gestão do processo, transferindo 1 milhão de euros para a AdP Energias, do Grupo Águas de Portugal, realizar estudos técnicos e económico-financeiros e iniciar a “construção de uma solução integrada para a recolha, o tratamento e a valorização dos efluentes agro-pecuários e agro-industriais na região de Leiria. E, em Setembro passado, o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, apresentou em Leiria a “Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-pecuários e Agro-industriais 2030”, cuja estratégia passava pela “urgência na resolução dos problemas ambientais diagnosticados, em particular na qualidade das massas de água”. Pelos vistos, uma vez mais, tudo foi por água abaixo… LMF

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Idosos acima dos 80 anos e doentes de risco na 1.ª fase

Batalha prepara a vacinação Câmara “oferece” Exposalão para centro regional de vacinação

DR

A vacinação de idosos com 80 anos ou mais e de pessoas com doenças de risco entre os 50 e os 79 anos abrange cerca de 1.500 pessoas no concelho da Batalha, segundo os dados disponíveis da Saúde, sendo uma tarefa coordenada pelas autoridades de saúde e com o apoio logístico da Câmara Municipal. A campanha de vacinação contra a covid-19 foi planeada de acordo com a disponibilidade das vacinas contratadas para Portugal, que estão a ser administradas faseadamente a grupos prioritários, até que toda a população elegível esteja vacinada. A convocatória de idosos com 80 anos ou mais e de pessoas com doenças de risco entre os 50 e 79

anos será preferencialmente feita por mensagem SMS, sempre que haja informação do número de telemóvel do utente no sistema.

Entretanto, o Município comunicou ao Ministério da Saúde a disponibilização do espaço de 16.000 m2 da Exposalão para acolher um centro regional de vacinação para a 2.ª e 3.ª fases do plano nacional. Além dos amplos pavilhões, várias infra-estruturas anexas e parque de estacionamento para 1.000 viaturas, este local beneficia de centralidade, bons acessos e facilidade de instalação de equipamento de gestão de filas e evitar de aglomerações. A Autarquia informa que já assegurou “um acordo de disponibilidade imediata” com a entidade proprietária do espaço. AS/LMF

Escola em tempos de pandemia

Câmara garante refeições e meios digitais aos alunos A Câmara Municipal da Batalha fornece diariamente mais de uma centena de refeições em regime de “take-away” aos alunos do ensino obrigatório e beneficiários da Acção Social Escolar, através do refeitório da escola secundária. Todos dias os alimentos são distribuídos no refeitório ou entregues ao domicílio gratuitamente, integrando um almoço e um reforço alimentar para cada

criança ou jovem inscrito no agrupamento de escolas, pelo período que seja necessário e como forma de minimizar os impactos sociais da terceira vaga da pandemia da covid-19. A autarquia e o Agrupamento de Escolas da Batalha estão igualmente a preparar o regresso às aulas não presenciais no próximo dia 8 de Fevereiro, no sentido de assegurar equipamentos e acesso

à internet por parte de todos os alunos, com prioridade para aqueles que integram os escalões 1 e 2 do abono de família definidos pela Segurança Social. Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Batista Santos, “é muito importante que ninguém fique para trás no processo educativo e ao nível das condições alimentares”. Ângela Susano

Medidas em contexto pandémico têm de considerar número e idade dos filhos Perante a actual situação pandémica e o anúncio das novas medidas a implementar pelo Governo, incluindo o fecho de creches, escolas e universidades, em conjugação com a obrigatoriedade do teletrabalho, a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas urge o Governo a ter em consideração as famílias com filhos, que têm estado em sobrecarga desde o início da pandemia. Assim, para adequar o impacto das medidas às diversas realidades das famílias, é imperativo que se sejam tidas em consideração as seguintes variáveis, em cada agregado familiar:

1. A existência ou não de filhos; 2. O número de filhos; 3. A idade dos filhos. Estas variáveis podem fazer alterar drasticamente a capacidade de resposta dos profissionais, impondo-lhes, em muitos casos, uma carga de obrigações impossível de suportar. Assim, a APFN vem propor as seguintes medidas: 1. Agregados com filhos até aos três anos – redução horária de duas horas|dia por cada filho, com compensação integral pelo Estado; 2. Agregados com filhos dos 4 aos 12 anos – redução horária de uma hora|dia por cada filho, com

compensação integral pelo Estado. Representando milhares de famílias portuguesas, a APFN pôde acompanhar, no último ano, inúmeras situações de sobrecarga familiar por falta de adequação das políticas em contexto pandémico. Apelamos ao Governo para que, neste contexto que hoje se apresenta, tenha em consideração a realidade das famílias portuguesas, para que elas sejam efetivamente capazes de corresponder a todas os difíceis desafios que enfrentam. APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas 21 de Janeiro de 2021

Antes do surto de Janeiro

Câmara testa e pede vacinas para lar do Reguengo do Fetal No passado dia 5 de Janeiro, a Câmara da Batalha conclui a entrega de 200 testes rápidos à Covid-19 no Lar do Reguengo do Fetal, principal estrutura residencial para idosos (ERPI) do Concelho. Na mesma ocasião, o Município pediu às autoridades de saúde pública que iniciassem ali a vacinação aos 82 utentes e 75 profissionais, a que acrescem outros tantos utentes em regime de apoio domiciliário. Para o Município, “este projecto surgia na prossecução da estratégia de prevenção no actual contexto da pandemia da Covid-19, com o intuito de prevenir o risco de contágio e de surtos na comunidade, com prioridade para o meio escolar e junto das IPSS do concelho da Batalha que dispõem das valências de creche e de apoio a idosos”. Esta iniciativa não veio a tempo de evitar o surto que ali ocorreu na segunda quinzena de Janeiro, com alguns dos referidos testes a revelar casos positivos. A vacinação acabaria por realiza-se no dia 27 desse mês, segundo informação da instituição.

Câmara oferece protecção

Alunos e pessoal das escolas recebem 50 mil máscaras A Câmara Municipal da Batalha, através do seu serviço de Protecção Civil, distribuiu 50.000 máscaras cirúrgicas por alunos, docentes e pessoal não docente de todas as escolas públicas do concelho de todos os graus de ensino, quando ainda estavam a decorrer aulas presenciais. Na acção de distribuição de uma caixa de 50 por cada um, foi feita sensibilização para a importância do seu uso diário. “Consideramos que se o Estado obriga, e bem, os cidadãos a utilizar máscara em espaço público e nas escolas para controlar a pandemia, então deve dar todas as condições para que cada um as possa usar com o mínimo de custo possível. Se o Estado Central não tem capacidade de fornecer regularmente máscaras, deve o Estado Local fazê-lo”, considera Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha. Recordamos que, desde Maio de 2020, a Câmara da Batalha começou a distribuir gratuitamente máscaras aos munícipes e empresas do concelho e também a pessoas com baixos rendimentos, desempregados e idosos. Este programa é assegurado com o apoio das juntas de freguesia e realizado através da plataforma www.batalhaonlife.pt, que também tem assegurado a inscrição para a realização de testes à Covid-19.


Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

sociedade

Câmara com “lucro” de 1,9 milhões

Município fecha 2020 com saldo positivo

A Batalha registou em 2020 um saldo positivo de 1,9 milhões. O valor já foi considerado para o cálculo dos fundos disponíveis de Janeiro e afecta maioritariamente ao reforço de programas de apoio às famílias, pequenas empresas e instituições locais bastante atingidas pelos efeitos da pandemia da Covid-19. Os programas orientados para o apoio à comunidade consubstanciam-se em medidas de protecção sanitária – distribuição gratuita de máscaras e disponibilização de testes –, acções de apoio social às famílias com filhos em idade escolar, distribuição de produtos alimentares e entrega de medicamentos à população com mais de 65 anos. Para apoiar os pequenos negócios e empresas mais susceptíveis pelas consequências da pandemia, o município da Batalha disponibilizou meio milhão de euros para o designado Programa de Relançamento da Economia e do Investimento, já a decorrer até 28 de Fevereiro, o período de pré-qualificação das candidaturas.

GNR | Contra a violência nas escolas

#NaoSouUmAlvo

DR

A Guarda Nacional Republicana (GNR) lançou uma campanha nacional de sensibilização com o mote #NãoSouUmAlvo, no passado dia 30 de Janeiro, Dia Internacional da Não Violência e da Paz nas Escolas. Uma imagem a circular em centenas de locais de norte a sul do País e um vídeo nas plataformas digitais (por exemplo, em facebook.com/GuardaNacionalRepublicana) foram alguns dos meios escolhidos, contando com a parceria de cerca de 150 municípios. Embora ainda não esteja tipificado na legislação penal como crime, “poderão estar em causa os crimes de ofensas à integridade física, injúrias, ameaça e coacção”, refere a GNR em comunicado, indicando que “nas escolas, a maioria destes actos ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida, ocorrendo muitas vezes através dos meios digitais, mais concretamente, nas redes sociais”. Em 2020, a GNR policiou cerca de 4.500 escolas com mais de 630 mil alunos e sinalizou mais de 5.600 crianças e jovens vítimas de 467 crimes em ambiente escolar. Para o evitar, aconselha “os pais a estarem atentos às alterações no humor dos filhos, abatimento físico e/ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, piores resultados e desinteresse na escola, queixas físicas permanentes (dor de cabeça, de estômago, perturbações no sono, nódoas negras), irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento, pois podem traduzir sintomas de uma vítima de bullying”.

Batalha mantém medidas excepcionais

ATL gratuito e isenção de taxas A Câmara da Batalha prolonga, até 31 de Março de 2021, as medidas excepcionais e temporárias de apoio às famílias e empresas, nomeadamente, a isenção do pagamento do estacionamento público na vila da Batalha, as taxas aos feirantes do mercado municipal e as concessões municipais. A autarquia da Batalha decidiu, igualmente, manter a gratuitidade do serviço muni-

cipal dos Centros de Actividades de Tempos Livres (ATL) até ao final do primeiro trimestre de 2021. Assim, só as famílias que não beneficiem de apoio da acção social escolar terão de pagar as refeições. Apesar de actualmente fechados estes serviços, dado o confinamento, as isenções poderão ser prolongadas por outro período, caso seja necessário, quando voltarem a abrir.

A estimativa orçamental das decisões municipais, para o ano de 2021, incluindo os benefícios no âmbito do programa municipal “Crescer Mais” – apoio à creche e à natalidade, chegará a mais de quatrocentas de famílias e representa uma expressão financeira superior a 200 mil euros. Ângela Susano

Município reforça parcerias

Apoios aos bombeiros, juntas de freguesia, estudantes e idosos A Câmara Municipal da Batalha decidiu atribuir um apoio aos Bombeiros Voluntários do Concelho, no valor de 30 mil euros, para financiar despesas de investimento e material de protecção à Covid-19. A autarquia decidiu, igualmente, dar novos apoios financeiros às 4 freguesias do concelho para intervenções de conservação de infra-estruturas públicas e rede viária municipal. Para o autarca local, Paulo Batista Santos, “a parceria com as freguesias e instituições do concelho é muito relevante na estratégia de coesão e de-

senvolvimento em rede que incrementámos no presente mandato, procurando antecipar um processo de descentralização com benefícios para as populações”.

Bolsas de estudo

A renovação e atribuição de bolsas de estudo para apoio aos alunos a frequentar o ensino superior, também foram reforçadas, atendendo ao aumento do número de candidaturas e à actual situação de pandemia. O valor inicial é de cerca de 50 mil euros, conforme proposta da Comissão de Análise das Candidaturas.

Medicamentos a idosos

A Câmara da Batalha aprovou, ainda, a afectação de uma verba de 30 mil euros no ano de 2021 para comparticipar as despesas com a medicação a 200 idosos do concelho. A referida proposta foi aprovada por unanimidade pelo executivo e significa um aumento para 150 euros – mais 50 euros – do valor de comparticipação municipal, visando apoiar o referido segmento da população que se encontre em situação de comprovada carência socioeconómica. AS

Comércio local adere à campanha solidária

Distribuição de cabazes de Natal O Município da Batalha promoveu, no período do Natal, uma acção solidária de entrega de cabazes, lenha e gás, com a colaboração da Loja Social da Batalha, dos serviços da Segurança Social, das IPSS e de equipas municipais da acção social, que identificaram as pessoas em situação de maior vulnerabilidade. O presidente, Paulo Batista Santos, lembra que “esta iniciativa solidária é habitual no Concelho, mas este ano em particular foi possível alargá-la a mais famílias, fruto da colaboração do comércio e empresas locais, a quem

estamos muito reconhecidos”. Foram “mais de duas dezenas de lojas, minimercados, padarias e pastelarias de todas as freguesias que aderiram a este projecto solidário, que chegou a 374 famílias”. Além das ofertas, o Município adquiriu cerca de 12 mil euros em produtos alimentares e outros no comércio local. Uma outra acção solidária partiu do Grupo Biscana, com apoio logístico d Autarquia, que possibilitou a distribuição de roupas e outros adereços por esta empresa às famílias carenciadas do concelho, num total superior a 7.000 peças

entregues a “mais de três centenas de pessoas, entres adultos e crianças”.

DR

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Câmara da Batalha contesta aumentos

A Valorlis anunciou o aumento médio de 8,5% do tarifário para 2021, sendo de 100% da TGR, significando que a região terá de suportar um custo efectivo de 57,40 euros por cada tonelada de resíduos depositados em aterro. Em ofício dirigido à administração da empresa concessionária, detida pela EGF – Empresa Geral de Fomento, holding do Grupo Mota-Engil e Urbser (Espanha), o presidente da Câmara da Batalha reclama desse aumento “sem justifica-

ção económica ou de melhoria da qualidade do serviço, pugnando pela sustentabilidade de um serviço essencial para as populações”. Paulo Santos considera que “está em causa o incumprimento da proposta técnica vinculativa” dos accionistas privados e a “violação dos pressupostos do processo de privatização”, uma vez que “a empresa reclama compensações indevidas”. Na mesma comunicação, o autarca recorda que “a empresa apresenta um valor

acumulado de exploração superior a 10 milhões de euros nos últimos 3 anos”, pelo que tem garantida a sustentabilidade económico-financeira da concessão, e considera “inaceitável que a holding EGF esteja a financiar-se à custa da região de Leiria e dos cidadãos que terão pagar este aumento nas facturas da água nos próximos meses”. E promete “tudo fazer” para que tal não aconteça. LMF

Município investe 500 mil euros na economia

Projectar e relançar o concelho Já estão abertas as candidaturas para a pré-qualificação ao programa “Projectar e Relançar o Concelho da Batalha – Pós-covid-19” do Município de Batalha de apoio à economia. O período de submissão de candidaturas está aberto até 28 de Fevereiro, devendo as empresas remeter à câmara a documentação. O programa, com uma dotação financeira de 500 mil eu-

ros, “tem por objectivo apoiar micro e pequenas empresas que tenham sido particularmente afectadas pelo contexto pandémico, tendo em vista a criação e manutenção de postos de trabalho”, adianta o Município. “São sectores elegíveis de apoio o comércio a retalho (com volume de negócios até 100 mil euros), o alojamento, a restauração e actividades similares”, acrescenta.

Das tipologias de apoio a atribuir às empresas elegíveis, destaca-se a atribuição de até 660 euros por trabalhador, apoio à instalação de actividade, apoio à habitação e apoio à promoção (85% de apoio a fundo perdido, até 2.500 euros). As candidaturas de pré-qualificação deverão ser enviadas para o e-mail geral@ cm-batalha.pt. AS

DR

Tarifas do lixo sobem 8,5%

Valorlis apresenta números

Reciclagem cresceu 10% em 2020

O ano de 2020 registou um aumento de 10% na separação nos ecopontos face a 2019. Em todos os materiais (vidro, papel e cartão, plástico e metal) foi notório o aumento, sendo que a separação nos ecopontos de plástico e metal foi a que registou um crescimento superior (mais 12% que no ano anterior). Marta Guerreiro, administradora-delegada da Valorlis, destaca que “mesmo nos tempos difíceis que todos atravessamos, verificámos que a separação de resíduos é já uma prioridade para muitos munícipes”. E acrescenta que “cada cidadão da região, ao separar e depositar os resíduos no ecoponto, contribuiu para que no final de 2020 tenha sido possível enviar para reciclagem materiais que permitem produzir ou poupar recursos muito significativos”. Em 2020 foram enviados para reciclagem um total de 13.802 toneladas de resíduos, parcelarmente, 5.256 toneladas de vidro, 5.878 toneladas de papel/cartão e 2.688 toneladas de embalagens de plástico e metal. Ângela Susano

Bombeiros Voluntários da Batalha

Amianto retirado da cobertura do Quartel Foi no passado dia 19 de Dezembro que se deu por concluído o processo de remoção total do amianto que se encontrava na cobertura do edifício do quartel dos Bombeiros Voluntários da Batalha. Este foi um projecto ambiental e de protecção da

saúde que já terá sido reclamado há vários anos pelos utilizadores do quartel, representando um investimento de cerca de 60 mil euros, sendo que este foi 100% financiado pelo Município da Batalha, enquadrando-se no protocolo de colaboração realizado entre

DR

Pagamento de quotas e inscrições

Telhado foi integralmente substituído

Nesta fase difícil de pademia, os Bombeiros da Batalha continuam firmes na sua ação, assegurando 24h/24h o socorro à população do Concelho. A direcção apela a que se evitem deslocações da população aos quartéis e recorda que o pagamento de quotas pode ser feito por multibanco/ homebanking, bastando pedir as referências pelo telefone 244 768 500 (serão enviadas por SMS). Inscrições ou informações: www.bv-batalha.pt

os Bombeiros e o Município da Batalha. O autarca Paulo Batista dos Santos refere que “o amianto está associado a diversos casos de doenças cancerígenas, daí a importância desta intervenção na protecção dos nossos bombeiros”. Também foi conhecido que, no transacto dia 21 de Dezembro, foram entregues 50 testes rápidos à Covid-19 aos bombeiros, pois estes são colocados em situações de risco diariamente, levando a serem, mais que outros, susceptíveis de serem contagiados pelo vírus, apesar de estar em vigor um protocolo de prevenção ao coronavírus. Miguel Santos


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Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Capitel Jónico de Collippo Plínio, autor latino do século I d.C., mencionou a cidade romana de Collippo na sua “História Natural” (vol. IV), colocando-a entre os oppida (cidades) litorais, a sul do rio Douro. Collippo (Batalha/Leiria) ficaria entre Conimbriga (Condeixa-a-Velha) e Eburobritium (Óbidos). A cidade terá sido criada na época do imperador Augusto, à semelhança das vizinhas Conimbriga e Sellium (Tomar). A importância da cidade túrdula (pré-romana) de Collippo como cidade-capital já estabelecida viria a condicionar a escolha para a sua sede, num outeiro. Aponta-se que a localização do centro da cidade de Collippo fosse em São Sebastião do Freixo, pequena povoação da freguesia da Golpilheira. Esta possibilidade foi defendida por estudiosos no século XVI, tendo por base as ruínas ainda visíveis naquela época (Bernardes, 1999). Apesar das dúvidas e teorias discutidas sobre a localização exacta do centro, muito por conta do desaparecimento das ruínas, esta é a opção mais aceite. As diversas campanhas de escavação no local, destacando-se aquelas realizadas nos anos 60 do século XX, revelaram vestígios escultóricos e arquitectónicos que indiciam o centro da cidade romana. O capitel jónico que destacamos nesta edição foi um dos mais relevantes achados de Collippo, contribuindo para a compreensão da história da cidade. Considera-se que esta peça, junto com outros elementos arquitectónicos de coluna, pertencesse a um templo de culto à deusa Minerva, já que foi encontrada uma cabeça da estátua desta divindade. Não é, todavia, certa esta relação. O capitel, datado do século I, pertence à ordem jónica (uma das ordens da arquitectura clássica: dórica, jónica e coríntia). A peça assentava sobre uma coluna, compondo um edifício que serviria a cidade. Apresenta uma harmonia geométrica na sua composição, destacando-se o detalhe decorativo em espiral nas volutas (nos cantos) e a decoração lateral com folhas repetidas, semelhantes às folhas de oliveira. A peça é executada em calcário de grão fino, matéria prima da nossa região. O capitel é produto de oficina local, revelando que o canteiro teria conhecimento dos modelos da romanidade. O papel do artífice não se limitou ao decalque puro e simples, tendo adaptado novidades que lhe chegavam e acordo com a aceitação por parte da clientela local (Fernandes, 1999). O capitel jónico encontra-se exposto à entrada do Museu. Foi cedido por empréstimo pela paróquia do Reguengo do Fetal. Fontes:

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

local cultura

FERNANDES, Lídia (1999) – «Sobre um Capitel Jónico de S. Sebastião do Freixo – Batalha», in Actas III Colóquio Sobre História de Leiria e da Sua Região. Vol. I. Leiria: Câmara Municipal de Leiria, pp. 93-108. BERNARDES, João P. (1999) - idem.

Em Março de 2022

Congresso da Padroeira adiado A Comissão Organizadora do Congresso Internacional “Mulher, Mãe e Rainha. 375 anos da Coroação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal”, de que falámos na passada edição, anunciou que, “devido às contingências sanitárias que actualmente o País enfrenta o Congresso será adiado para os dias 24, 25 e 26 de Março de 2022”.

Para assinalar a efeméride dos 375 anos da Coroação, que ocorre este ano, será entre-

tanto anunciada uma jornada noutros moldes.

Uma exposição inédita que celebra uma ideia ousada e original do artista português

Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha - 15 pinturas primitivas num retábulo imaginado A Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha, tem patente uma interessante e inédita exposição, deste o passado mês de Dezembro: 15 pinturas primitivas num retábulo imaginado por Almada Negreiros para aquele mesmo local. As quinze obras que compõem o retábulo que Almada imaginou incluem várias pinturas primitivas (dos séculos XV e XVI), nomeadamente os icónicos Painéis de S. Vicente. Desde a sua descoberta, e ao longo do século XX, estes painéis geraram um interesse público muito intenso. Almada Negreiros (1893-1970) também se dedicou a esta obra, ainda que de um ângulo completamente original: o da geometria. Começando por um estudo de perspectiva dos painéis, Almada foi complexificando as suas análises geométricas. Com o tempo, foi juntando cada vez mais pinturas até definir um retábulo de quinze obras. Após visita à Batalha ficou convicto de que o conjunto era destinado à parede Norte da Capela do Fundador, do Mosteiro da Batalha. Nesta exposição, além da reconstituição em tamanho natural do retábulo que idealizou – uma instalação com mais

de dez metros de altura – os trabalhos de Almada expostos na Capela testemunham o seu longo e intenso processo de pesquisa. Desenhos, cadernos de autor, e até maquetes tridimensionais realizadas por ele, poderão ser vistas, muitas delas pela primeira vez. A exposição, comissariada por Simão Palmeirim, pode

ser visitada até Dezembro deste ano de 2021, na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha. O projecto terá continuidade com o lançamento, no início do próximo ano, de um importante estudo dos investigadores Simão Palmeirim e Pedro Freitas.


cultura • 13

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Aprovada candidatura com Alcobaça, Coimbra e Tomar

Pelo segundo ano consecutivo

“Artes à Vila” vence “Iberian Festival Awards” DR

Foi aprovado pela CCDR Centro a candidatura “Lugares Património Mundial do Centro – Rede Cultural 2.0”, submetida pelo Município da Batalha, com Alcobaça, Coimbra e Tomar como parceiros, com o objectivo de concretizar um programa cultural em rede até Julho de 2022. As acções a realizar contemplam seminários, actividades culturais e exposições, com uma dotação aprovada de 300 mil euros. Das diversas acções previstas para a Batalha, destacam-se diversos espectáculos de fado, um concerto itinerante com a

DR

Batalha aposta na cultura

participação de filarmónicas, o grupo de música tradicional Ahkorda e Quinta do Bill e ainda o “Festival à Janela”, a realizar nas freguesias do

concelho da Batalha e com transmissão online. AS

Património material e imaterial

CEPAE faz levantamento na região de Leiria O Centro do Património da Estremadura (CEPAE), com sede na Batalha, está a fazer um novo levantamento do património material e imaterial das freguesias do distrito de Leiria e concelho de Ourém. O último levantamento semelhante remonta ao final da década de 70 do século XX, então “coordenado por Carlos Eugénio (1910-1981), a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian”. “Este é um projecto ambicioso e importante para a região e será uma excelente ferramenta de consulta para as juntas de freguesia, câmara municipais, investigadores e outras instituições”, refere

o CEPAE numa nota de imprensa. O CEPAE assinala que, “usufruindo das novas tecnologias e de melhor e mais rápida comunicação”, o novo levantamento “tem uma dimensão mais ambiciosa”, estando em curso o envio de um questionário com 12 tópicos para as juntas de freguesia. “Este questionário irá permitir receber informações, por exemplo, relativas a monumentos, museus, núcleos museológicos, centro de interpretação, acção cultural (associações), ensino (estabelecimentos e cursos), locais de convívio, festividades, publicações, personalidades,

artes, artesanato, património ambiental”, entre outros, esclarece a referida nota. Após a recepção do questionário, o CEPAE vai “cruzar toda a informação e fazer algumas edições com todo este levantamento, e desenvolver uma base de dados que poderá ser constantemente actualizada”. “Tanto as edições, assim como a consulta da referida base de dados, estarão, posteriormente, disponíveis para consulta, com o objectivo de serem mais uma ferramenta para quem quer estudar, investigar ou escrever sobre a região”, adianta. Ângela Susano

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Decorreu, já no passado mês de Outubro, a 5.ª edição da gala dos “Iberian Festival Awards”, promovidos pela Aporfest e inseridos na programação “Talkfest – International Music Festivals Forum”, que reconhece e premeia toda a indústria dos festivais de música ibéricos. O “Artes à Vila”, festival da Batalha, foi o vencedor na categoria de “Best Small festivals” referente a 2019, pelo segundo ano consecutivo. Por lapso, não demos esta notícia na última edição, mas para as boas notícias há sempre espaço e nunca é tarde… Feliz por ter recebido mais um prémio, Eduardo Jordão, director do festival “Artes à Vila” afirmou que “receber um prémio de destaque internacional é um enorme privilégio e motivação para toda a equipa continuar a promover a arte e a cultura nacionais”. A organização considera o prémio “mais um contributo para a democratização da cultura e diversidade na oferta artística numa região rica em património cultural”. Recordamos que este festival se realiza desde 2018, organizado em parceria pela associação “Batalha pela Cultura” e o Mosteiro da Batalha, com produção da Seivabruta. A oferta é de um fim-de-semana cheio de concertos, exposições, oficinas, conferências e outras actividades que celebram as raízes de Norte a do Sul do País, do folclore ao fado, do cavaquinho ao acordeão, com músicos consagrados e artistas emergentes. Nestes 3 anos, já passaram pelo cenário do Mosteiro da Batalha nomes como Manuel Cruz, Luís Portugal, Isabel Silvestre, Sete Lágrimas, Paulo Bragança, Daniel Pereira Cristo, Guitolão António Eustáquio & Carlos Barretto, Desidério Lazaro, Remexido, Júlio Pereira, Celina da Piedade, Natália Juskiewicz, entre muitos outros. Recordamos que a edição de 2020, por causa da pandemia, decorreu em formato online. Quanto à edição deste ano 2021, não se sabe ainda como decorrerá, mas a organização promete não baixar os braços e continuar a trazer arte e cultura ao seu público. Poderá rever edições passadas e acompanhar as novidades em artesavila.pt.

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

ambiente local eclesial

. palavradopároco . P. Armindo Castelão Ferreira Pároco da Batalha e do Reguengo do Fetal

Escuteiros da Batalha

Campanhas solidárias

armindo.ferreira3@gmail.com

São José e o Dia do Pai

1. Pai amado

“A grandeza de São José consiste no facto de ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus. Como tal, afirma São João Crisóstomo, «colocou-se inteiramente ao serviço do plano salvífico»”.

2. Pai na ternura

“Dia após dia, José via Jesus crescer «em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52). Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer”.

3. Pai na obediência

“José sente uma angústia imensa com a gravidez incompreensível de Maria: mas não quer «difamá-la», e decide «deixá-la secretamente» (Mt 1, 19). Diante da revelação do anjo: «Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo» (Mt 1, 24). Com a obediência, superou o seu drama e salvou Maria”.

4. Pai no acolhimento

“José acolhe Maria, sem colocar condições prévias. Confia nas palavras do anjo. «A nobreza do seu coração fá-lo subordinar à caridade aquilo que aprendera com a lei; e hoje, neste mundo onde

é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher, José apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se decide pela honra, dignidade e vida de Maria»”. “Deus intervém por meio de acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos primórdios da história da redenção; é o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7). Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egipto (cf. Mt 2, 13-14)”.

DR

5. Pai com coragem criativa

Prendas prontas para entrega

Não havia melhor forma de entrar com o pé direito em 2021! Os caminheiros querem agradecer a todos os escuteiros do Agrupamento que abraçaram este desafio de melhorar o natal das meninas do Lar de Santa Isabel, em Leiria. Assim como os Reis Magos, 6 de

Janeiro foi o dia de irmos até ao lar e entregar os presentes às meninas! Obrigados a todos por deixarem o mundo melhor! Sempre alerta para servir! Caminheiros do 194 Batalha

6. Pai trabalhador

“Um aspecto que caracteriza São José é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”

7. Pai na sombra

“O escritor polaco Jan Dobraczyński, no seu livro ‘A Sombra do Pai’, narrou a vida de São José em forma de romance. Com a sugestiva imagem da sombra, apresenta a figura de José, que é, para Jesus, a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os seus passos sem nunca se afastar d’Ele”.

Oração

Se imitar José é ser para ele “fonte de alegria”, pedir a sua intercessão é sinal de confiança. Como o Papa Francisco, confiemos a São José os nossos maiores problemas e dificuldades: «Glorioso Patriarca São José, cujo poder consegue tornar possíveis as coisas impossíveis, vinde em minha ajuda nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa protecção as situações tão graves e difíceis que Vos confio, para que obtenham uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está colocada em Vós. Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder. Ámen».

DR

Se Deus quiser, no dia 19 de Março iremos celebrar o Dia do Pai. É o dia de São José, pai do Menino Jesus. Este ano, a celebração tem algo de especial. Por proposta do Papa Francisco, desde o dia 8 de Dezembro do ano passado até ao dia 8 de Dezembro deste ano, celebramos o ano de São José. Porquê esta celebração? Em 8 de Dezembro de 1870, o Papa Beato Pio IX declarou São José como “Padroeiro da Igreja Católica”. Gostaria que neste ano o dia 19 de Março, Dia do Pai, fosse especial para São José. O que é que o poderia tornar especial? Os filhos dão prendas aos seus pais. E se os pais dessem uma grande prenda ao pai do Menino Jesus?! Vós, que sois pais, qual a melhor prenda que os vossos filhos vos poderiam dar?! Eu não sou pai, mas, se o fosse, o que mais me alegraria o coração seria ouvir do meu filho: “tal pai, tal filho”. Não será essa também a melhor prenda que vós, pais de cá da terra, podereis dar ao pai do Menino Jesus, nos 150 anos desta sua missão de padroeiro universal da Igreja? O que é que ele tem que seja de imitar? O Papa Francisco, na Carta Apostólica Patris Corde, apresenta-nos sete pontos da vida de São José:

Juntaram-se vários caixotes

Nós, pioneiros do 194 Batalha, demos por terminado o ano de 2020, mas de coração cheio perante a adesão à iniciativa de solidariedade. Num ano atípico como este, foi necessário algum isolamento individual e cada um de nós cresceu um pouco sozinho. Contudo, no final do ano, apercebemo-nos da imensidão de pessoas afectadas, a vários níveis, perante a pandemia, e, como a união faz a força, juntamo-nos para, como escuteiros, ajudar. Como tal, decidimos criar um projecto para ajudar uma instituição e dar um pouco de nós e do que temos. No fim de alguns contactos, o Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, de Fátima, solicitou a nossa ajuda e listou as suas maiores necessidades, às quais tentámos responder da melhor

forma. O principal donativo foi roupa quente individual e de cama. Cumprimos todas as normas de segurança e, consequentemente, não houve qualquer tipo de repercussão negativa no projecto. Houve, sim, um aumento do espírito natalício, bem como de grupo e uma enorme energia positiva que gostaríamos de voltar a alcançar. Como dizia BP, “um escuteiro deve fazer uma boa acção por cortesia e boa vontade, sem aceitar recompensa”, no entanto, não há melhor recompensa do que a sensação de ser útil e prestável ao outro e esta não podemos negar. Esperemos que este tenha sido o primeiro de muitos dos nossos projectos, porque juntos tornar-nos-emos arquitectos de um futuro melhor. Pioneiros do 194 Batalha


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Campanha da catequese

Esta campanha surgiu na sequência de um apelo da Casa de São Miguel, do Centro de Acção Social do Santuário de Fátima, que acolhe meninas institucionalizadas, recebido no local de trabalho pela catequista Sílvia Pereira. A empresa onde trabalha já anteriormente tinha apoiado a instituição com roupas e calçado e, este ano, dada a pandemia e com receio de que pudessem não apoiar, decidiu ela mesma colocar mãos à obra. Inicialmente, à semelhança do que havia já feito no ano anterior, em que apadrinhou com o marido 14 crianças de uma instituição de Torres Vedras, Sílvia pensou fazê-lo também a título individual. Assim, contactou a instituição para tentar aferir as reais necessidades da mesma e, face à resposta que teve e porque neste ano atípico as instituições estão a passar por necessidades acrescidas, pensou que precisava de ajuda: era necessário amplificar a campanha, dadas a necessidade de roupas, calçado, fraldas, produtos de higiene, etc. Assim, propôs a campanha às colegas de catequese da Golpilheira, que prontamente se dispuseram a ajudar no que pudessem. Nesta instituição estão 19 meninas, a mais nova com 10 meses de idade e várias crianças pequenas, outras adolescentes e jovens até aos 23 anos. Como é Natal e todas as crianças gostam de receber presentes, especialmente as que se encontram em contexto de maior vulnerabilidade, pediu a cada sala que “apadrinhasse” uma ou duas delas, oferecendo uma prenda adequada à idade de cada uma das “afilhadas”. Foi feito um folheto para divulgação que foi colocado na página de Facebook da Comunidade Cristã da Golpilheira e distribuído pelos locais onde está a ser dada catequese, para dar a conhecer aos pais o projeto. Quase todas as classes de catequese aderiram, gerando-se uma onda de amor e solidariedade gigante. Cada catequista ficou encarregue de, junto dos pais, organi-

Fotos: DR

Golpilheira alegrou o Natal de 19 meninas da Casa de S. Miguel, em Fátima

As catequistas Lourdes e Sílvia, com a irmã Nanci Leite (ao centro)

zar, se assim o entendesse, a recolha de donativos monetários para ajudar a custear o valor das prendas. Graças também a donativos de empresas e de tanta gente envolvida, cada criança/ jovem não recebeu um, nem dois, mas sim três presentes ou mais, sendo que dentro de cada um iam vários itens. Dada a divulgação que foi feita, a ajuda foi chegando também de outros golpilheirenses, até residentes no estrangeiro, de onde foram recebidos 100 euros de Inglaterra e 150 euros da Suíça. Juntando a 30 euros de alguém residente na freguesia, esse dinheiro foi usado para adquirir produtos de higiene pessoal e roupa interior para todas as meninas. Assim, concretizou-se uma linda campanha que uniu crianças, catequisas, pais e outras pessoas e empresas locais, como o Supermercado São Bento, que doou chocolates para todas, da Fátima Cruz, que doou inúmeros artigos, desde roupa, calçado, acessórios e bijuteria, da empresa Sepitra, que doou máscaras reutilizáveis, papel higiénico, gel de banho e detergentes vários, e da Junta de Freguesia da Golpilheira, que serviu como local para entrega de donativos. Ao todo, juntaram-se 46 caixotes de roupa, calçado, brinquedos, livros e produtos de higiene pessoal: 26 desodorizantes em roll-on, 3 desodorizante em spray, 7 cremes de rosto, 1 creme de mãos, 3 cremes de corpo para bebé, 8

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cremes de corpo adulto, 1 máscara para o cabelo, 3 perfumes, 11 embalagens de fraldas, 12 embalagens de toalhetes, 65 embalagens de pensos higiénicos, 6 embalagens de pensos diários, 2 caixas de tampões, 39 champôs, 4 amaciadores, 30 frascos de gel de banho, 36 pastas de dentes, 35 escovas de dentes, 1 gel íntimo e 3 sabonetes. Foram ainda entregues 72 rolos de papel higiénico industrial, 60 litros de detergente para o chão, 30 litros de detergente para os vidros, 12 embalagens de detergente multi-superfícies, 10 litros de desinfetante de superfícies, 10 litros de gel de banho e 250 máscaras reutilizáveis. Por fim, 5 caixotes com presentes, onde iam mais de 60 prendas e 1 caixote de chocolates. As catequistas Sílvia Pereira e Lourdes Carvalho trataram de toda a logística de recolha, triagem, organização, acondicionamento, a partir de cada sala de catequese e também da entrega na instituição, que aconteceu

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no domingo 19 de dezembro. A diretora da Casa de São Miguel, irmã Nanci Leite, ficou maravilhada com tanta coisa, à medida que iam sendo descarregados os caixotes. Com uma mão no rosto e outra no peito, ia dizendo: “Ai pensos, ai papel higiénico, ai tanta coisa!”, incrédula e grata com tão grande generosidade. Agradeceu de coração todo o amor e as contribuições de quantos, das mais variadas formas, se juntaram a esta causa. No final, as catequistas organizadoras comentavam a sua felicidade por terem levado um pouco mais de alegria àquelas crianças e jovens e diziam que “seria bom que esta campanha se pudesse voltar a organizar e quem sabe pudesse servir de incentivo a outros centros de catequese, pois de que vale apregoar o amor ao próximo se nada fizermos para amenizar o seu sofrimento?”. A todos os que contribuíram deixam um agradecimento e votos de Feliz Natal!

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AGENTE PRINCIPAL


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

eclesial

Jornada Mundial da Juventude

JMJ Lisboa 2023 já tem hino de procura também promover a paz, a união e a fraternidade entre os povos e as nações de todo o mundo.

A caminho…

nização desta Jornada em Portugal foi anunciada em 2019, pelo Papa Francisco, no final da Jornada desse ano, no Panamá. Inicialmente prevista para 2022, foi adiada um ano, por causa da pandemia que, entretanto, atingiu o mundo.

O que é a JMJ

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. Apresenta-se como um convite a uma geração determinada em construir um mundo mais justo e solidário. Com uma identidade claramente católica, é aberta a todos, quer estejam mais próximos ou mais distantes da Igreja. Acontece todos os anos a nível diocesano, por altura

do Domingo de Ramos, e a cada dois, três ou quatro anos como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, sempre com a sua presença. Reúne milhares de jovens para celebrar a fé e a pertença à Igreja. Desde a primeira edição, que se realizou na cidade de Roma em 1986, com o Papa São João Paulo II, a Jornada Mundial da Juventude tem-se evidenciado como um laboratório de fé, um lugar de nascimento de vocações ao matrimónio e à vida consagrada e um instrumento de evangelização e transformação da Igreja. Visa proporcionar a todos os participantes uma experiência de Igreja universal, fomentando o encontro pessoal com Jesus Cristo. É um novo impulso à fé, à esperança e à caridade de toda a comunidade do país de acolhimento. Tendo os jovens como protagonistas, a Jornada Mundial da Juventu-

A semana em que decorre o encontro é, no entanto, apenas o culminar de um longo processo de preparação, evangelização e vivências diversas por todas as dioceses do mundo. Pode dizer-se que uma Jornada começa assim que outra acaba. Também a JMJ 2023 está a propor um itinerário de preparação, desde 2019, especialmente pela constituição de grupos de catequização com o título “Say Yes” (“diz sim”), que envolvem adolescentes e jovens do 8.º ao 10.º ano. A partir dos temas das jornadas já realizadas, fazem um caminho de reflexão e oração que ajudará a uma vivência mais consciente do encontro com

LMF

Foi esta manhã (27.01.2021) apresentado oficialmente o hino da Jornada Mundial da Juventude que irá decorrer em Lisboa em 2023 (JMJ 2023). Com o título “Há Pressa no Ar”, tem letra de João Paulo Vaz, sacerdote, música de Pedro Ferreira, professor e músico, ambos da diocese de Coimbra, e arranjos do músico Carlos Garcia. A letra foi inspirada no tema da Jornada, «Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39), e desenvolve-se em torno do ‘sim’ de Maria e da sua pressa para ir ao encontro da prima Isabel, como relata aquela passagem bíblica. Assim, “ao cantarem este hino, os jovens de todo o mundo são convidados a identificarem-se com Maria, dispondo-se ao serviço, à missão e à transformação do mundo”, refere a Fundação JMJ Lisboa 2023, responsável pela organização deste evento mundial. A letra “evoca também a festa da JMJ e a alegria centrada na relação com Deus”. O tema foi gravado em duas versões – em português e na versão internacional em cinco idiomas (português, inglês, espanhol, francês e italiano) – e está já disponível, bem como as respectivas partituras e o vídeo oficial, no sítio lisboa2023.org. Recordamos que a orga-

o Papa. Também na Golpilheira se constituiu um destes grupos “Say Yes”, que escolheu como nome próprio “Sim Cristo”. Têm feito a caminhada desde o ano passado e, por vezes, apresentam alguns dos seus passos à comunidade cristã, como aconteceu no passado dia 8 de Dezembro, em que mostraram o logótipo da Jornada e a cruz personalizada que estão a construir, à imagem da cruz peregrina que está a percorrer todo o mundo, bem como o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, outro símbolo que todos os grupos receberam. Uma das próximas tarefas que terão será, com certeza, aprenderem e “decorarem” este novo hino, que irão, com certeza, cantar muitas vezes… LMF

Grupo “Sim Cristo” da Golpilheira apresentou símbolos da JMJ

Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima

Projecto “Explica-me” assinala 6.º aniversário O projecto “Explica-me” iniciou-se no dia 31 de Janeiro de 2015, pela equipa da Cáritas Jovem, um grupo da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima que surgiu por iniciativa de amigos e antigos monitores da Colónia Balnear da Cáritas de Leiria, que pretendiam dar uma nova expressão ao trabalho desenvolvido pelos jovens nesta organização. O “Explica-me” consiste num projecto exclusivamente assente no voluntariado de jovens com idades compreen-

didas entre os 18 e os 35 anos, com formação académica superior, ou com frequência universitária, em várias áreas do conhecimento. Todos os sábados de manhã, divididos por dois turnos, os voluntários prestam o seu apoio, dando explicações gratuitas a crianças e jovens do 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, de famílias economicamente mais carenciadas acompanhadas pela Cáritas Diocesana de Leiria. O “Explica-me” tem como objectivos combater o

insucesso escolar e garantir um melhor aproveitamento escolar, orientar a metodologia de estudo nas disciplinas cujos educandos tenham maior dificuldade e esclarecer questões relativas aos conteúdos e trabalhos das diversas disciplinas académicas. Este projecto apresenta-se, assim, como uma resposta alternativa às dificuldades apresentadas pelas famílias no campo da educação. O ano lectivo de 2020/2021 foi iniciado no “Explica-me”,

preconizando as medidas de segurança para a sua realização, estando actualmente o apoio a ser concedido a 18 crianças e adolescentes, e contando com a participação de 20 voluntários. Todavia, atendendo à situação actual, de modo a salvaguardar o bem-estar e saúde de todos os intervenientes, as explicações presenciais neste ano lectivo foram interrompidas, estando o apoio a ser disponibilizado através dos meios digitais. Ao longo de seis anos de

existência do projecto, cerca de 60 crianças e adolescentes foram já apoiadas com a colaboração de 60 jovens voluntários envolvidos. Dado não ser possível a realização de nenhuma actividade para assinalar a data, foi elaborado um vídeo com o testemunho de actuais e anteriores explicadores do projecto, que pode ser visto em facebook.com/ jovemcaritas.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Autárquicas 2021

Teremos eleições autárquicas, previsivelmente no último trimestre de 2021, e começam já a surgir algumas movimentações políticas dos vários partidos, em ordem a prepararem as respectivas candidaturas. Em nota enviada à imprensa, a concelhia da Batalha do PSD faz saber que constituiu já uma “comissão autárquica” para organizar as candidaturas social-democratas às freguesias e órgãos municipais, câmara e assembleia municipal, “concretizando uma opção de descentralização e maior transparência nos processos de decisão”. Para tal, foram convidadas 21 pessoas “dos vários quadrantes, idades e profissões, que vão desde autarcas de funções, médicos, engenheiros, economistas, empresários, profissionais liberais, empregados por conta de outrem, jovens empreendedores e reformados, de todas as freguesias, cuja missão principal será definir o melhor perfil das candidaturas para apresentar aos batalhenses nas próximas eleições”. Um outro grupo de trabalho, mais alargado, foi constituído “para a de-

finição do programa estratégico para o próximo ciclo eleitoral 2021-2025”, com “várias personalidades independentes e que irão construir as bases do programa eleitoral a desenvolver num período pós pandemia e bastante exigente para a sociedade geral, empresas e as famílias, em particular”. A par disso, vários dirigentes associativos foram convidados a “colaborar na definição de num novo modelo de reforço do movimento associativo para os próximos anos e estruturar mecanismos locais de sustentabilidade e dinamização das associações e do voluntariado”. Para André Loureiro, presidente do PSD da Batalha, “a participação e colaboração destas personalidades locais contribuem para a credibilização da actividade pública, bem assim são um sinal claro de abertura dos partidos que é essencial para aproximar os cidadãos da actividade política”. Com o lema «Somos Batalha», este pretende ser “um projecto mobilizador, multidisciplinar e inovador para o futuro do concelho da Batalha”, conclui o dirigente.

DR

PSD da Batalha cria comissões de trabalho

É dos Vidais e residiu na Golpilheira

Cristóvão Ferreira é o “Melhor Jovem Agricultor” Cristóvão Ferreira, de 35 anos, natural dos Vidais, no concelho das Caldas da Rainha, foi o vencedor da 8.ª edição do Concurso Nacional de Jovens Agricultores, atribuído em Dezembro de 2020 pela CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal ao melhor projecto de investimento jovem. Segundo o Jornal das Caldas e o site “jornaloeste.pt”, onde encontrámos a notícia, “o investimento realizado baseou-se na utilização de modernas técnicas produtivas e na introdução das melhores tecnologias de gestão e controlo da produção”. A notícia explica que este jovem já residiu na Golpilheira, mas, após tirar o curso de engenharia civil e

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trabalhar algum tempo na área, decidiu voltar à terra natal com a família e criar a sua empresa agrícola, um pomar de macieiras com cerca de 25 hectares. O seu objectivo é “inovar e concretizar novos projectos”, esperando vir a “produzir cerca de 1.500 toneladas de maçã Gala IGP Alcobaça” dentro de dois anos. Cristóvão Ferreira irá representar Portugal no Concurso Europeu de Jovens Agricultores em 2021 e “pretende levar a mensagem a Bruxelas da necessidade dos jovens agricultores receberem o apoio financeiro no início do investimento”, algo que, no seu caso, só foi possível graças ao apoio da Caixa Agrícola das Caldas da Rainha.

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desporto/ /sociedade

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Futsal masculino distrital parado

Na última edição, prometemos apresentar a equipa de futsal masculino sénior do CRG. No entanto, o confinamento obrigou a uma pausa nos treinos e competições e não nos foi possível realizar esse trabalho. Esperamos daqui por dois meses já poder fazê-lo. Continuam apenas as competições “profissionais”, os campeonatos nacionais seniores, como é o caso do futsal feminino, onde está a equipa do CRG. Golpilheira e Sporting tinham ainda um jogo em atraso, correspondente à jornada 6, que se realizou no dia 16 de Janeiro. O Sporting deslocou-se à Batalha e, apesar da forte resistência da equipa da casa, sobretudo na primeira parte, o Sporting venceu por 1-4. O Sporting inaugurou o marcador ao minuto 12 e a equipa orientada por Teresa Jordão respondeu dois minutos depois, com Ana Lopes a rematar para o empate. Ao intervalo, o 1-1 verificava-se no placard e, por isso, o Sporting teve de puxar dos galões na segunda metade. Logo no dia seguinte, dia 17, novo

grande jogo para a Golpilheira, que visitou o Benfica no Pavilhão n.º 2 da Luz. Contra a melhor equipa em prova, o CRG perdeu por 8-0. Entretanto, iniciou-se a segunda fase do campeonato, com as melhores equipas a disputarem o título de campeão e as menos fortes a discutirem a manutenção neste patamar para a próxima época, entre as quais o CRG. O primeiro jogo seria dia 23, com a Lusitânia Lourosa, mas foi adiado. No dia 30, a Golpilheira visitou o Sporting, voltando a perder, desta vez, por 3-1. Ângela Susano/LMF

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Futsal feminino nacional continua em jogo

“Morte medicamente assistida”

Deputados aprovam eutanásia em Portugal Enquanto o País se debate com o drama de uma média de 300 mortes diárias por covid-19 e os números mais altos de sempre em infectados e internados por causa da pandemia, o Parlamento português levou à votação uma lei, no passado dia 29 de Janeiro, para despenalizar a morte medicamente assistida (eutanásia). Votos contados, a lei foi aprovada, com 136 deputados a favor (95 do PS, 19 do BE, 14 do PSD, 3 do PAN, 2 do PEV, 1 da IL e as 2 deputadas não inscritas Joacine Moreira e Cristina Rodrigues), 78 contra (56 do PSD, 10 do PCP, 9 do PS, 5 do CDS e 1 do Chega) e 4 abstenções (2 do PS e 2 do PSD). O projecto de lei aprovado qualifica como “eutanásia não punível” a “antecipação da morte por decisão da própria pessoa, maior, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva, de gravidade extrema, de acordo com o consenso científico, ou doença incurável e fatal, quando praticada ou ajudada por profissionais de saúde”. Isto poderá realizar-se nos “estabelecimentos de saúde do Serviço Nacional de Saúde e dos sectores privado e social que estejam

Os próximos jogos previstos são:

06/02 – CRG/GD Chaves (Batalha) 13/02 – Águias S. Marta/CRG (Penafiel) 20/02 – CRG/Povoense (Batalha) 27/02 – CRG/Venda Luísa (Batalha) 06/03 – Póvoa/CRG (Póvoa do Varzim) 13/03 – Lusitânia Lourosa/CRG (Lourosa) 20/03 – CRG/Sporting (Batalha) 11/04 – Chaves/CRG (Chaves) 24/04 – CRG/Águias S. Marta (Golpilheira) 22/05 – Povoense/CRG (Póvoa de Santa Iria) 29/05 – Venda Luísa/CRG (Condeixa-a-Nova) 05/06 – CRG/Póvoa (Golpilheira)

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devidamente licenciados e autorizados para a prática de cuidados de saúde, disponham de internamento e de local adequado e com acesso reservado”. Recorde-se que não se trata de doentes que estejam exclusivamente dependentes de máquinas para viver, nem de pessoas cuja vida esteja a ser prolongada artificialmente sem perspectiva de cura (distanásia), mas sim de pessoas que pedem para morrer por estarem em grande sofrimento e não sentirem esperança de cura, embora continuem vivas se não houver uma intervenção médica directa para as matar. A lei seguiu para o Presidente da República, que entretanto decidirá se a aprova, se a veta ou se a envia para análise para o Tribunal Constitucional (o artigo 24.º da Constituição da República Portuguesa, sobre o “Direito à vida”, diz, no n.º 1, só isto: “A vida humana é inviolável.”). Caso esta lei venha a ser aprovada em definitivo, Portugal será o 4.º país na Europa e o 7.º no mundo a legalizar a eutanásia.

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Grupo inter-religioso critica aprovação da eutanásia

Igrejas unidas em defesa da vida Católicos, ortodoxos, evangélicos, adventistas, mórmons, judeus, islâmicos, hindus, budistas… todos, a uma só voz, condenam a recente aprovação da lei que legaliza a prática da eutanásia em Portugal. Em comunicado, criticam o “niilismo moral, o relativismo ético e a indiferença individualista” de que padece a maioria dos deputados no Parlamento, alinhados com uma cultura que oferece

a “morte” e o “descarte” a quem grita por ajuda com tal sofrimento que, muitas vezes, já não vislumbra outra saída. Mas há outras saídas, como a oferta de proximidade humana e de companhia espiritual, bem como a melhoria das respostas de cuidados de saúde, sobretudo de cuidados continuados e paliativos. O grupo critica, ainda, o contexto em que os deputados o fizeram, na penumbra do “segredo”,

quando o país está soterrado na dor, na solidão, na doença e na morte, e sobretudo na luta sem tréguas e até à exaustão de tantos profissionais que procuram combater esta pandemia e evitar a morte de tantos portugueses. “Religiões-Saúde” é o nome do Grupo de Trabalho Inter-Religioso constituídos por membros das seguintes Igrejas: Aliança Evangélica Portuguesa, Comunida-

de Hindu Portuguesa, Comunidade Islâmica de Lisboa, Comunidade Israelita de Lisboa, Igreja Católica, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, União Budista Portuguesa, União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia. Dada a acutilância do comunicado, aqui o publicamos na íntegra:

Princípio ético, ancestral e universal: «não matarás»! Atordoados pelo tsunami provocado pela pandemia em número de mortos e infectados e incrédulos face ao número de ambulâncias que acorrem aos cuidados de saúde ficando horas e horas à espera de cuidados, à angústia das famílias e desespero de muitos doentes, à transferência de doentes para as ilhas e de iminente transferência para o estrangeiro, ao zelo e entrega dos profissionais na luta pela saúde e pela vida, apesar da falta de meios, da escassez de pessoal e do cansaço, eis que, sem os habituais holofotes da imprensa, sem solenidade e com sublime indiferença à realidade da cidade e do país, a maioria relativa dos deputados levou a Assembleia da República a oferecer aos portugueses uma lei para morrer (ou matar?), a eutanásia. A pessoa humana é frágil e vulnerável. É próprio do homem amparar, acompanhar, curar e cuidar com compaixão o seu semelhante doente, vulnerável e frágil. Aquilo que a Assembleia Parlamentar ofereceu como saída à pessoa que sofre gravemente é a morte a pedido (por enquanto). O que esperar face às dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, à pobreza, à grave insuficiência de cuidados continuados, à inexistência de

uma rede de cuidados paliativos, ao depósito de idosos em muitos lares, às graves insuficiências do SNS? A ideologia ganha terreno à Ética e a política passou a ocupar-se também do morrer, tornando o futuro cada vez mais preocupante. Do niilismo moral, do relativismo ético e da indiferença individualista o que de humano e nobre poderemos esperar? Face àquilo que consideramos ser uma ruptura no dique da vida e um retrocesso civilizacional em função das ideologias do desejo: a) Reforçaremos o nosso empenho na proclamação dos valores da vida e na formação humana suportada pelos mesmos porque consideramos que cada ser humano é portador de uma dignidade intrínseca anterior a qualquer critério de autonomia, liberdade ou qualidade de vida e que não depende das fases da vida por que passa nem das suas condições, dos papéis sociais que desempenha nem da cultura a que pertence. Cada pessoa é, na verdade, única e irrepetível, insubstituível e necessária à sociedade de que faz parte. Não há vidas descartáveis. b) Assumimos o desafio de uma maior proximidade aos doentes através do acompanhamento espiritual porque não somos indiferentes

ao pedido de um doente terminal que pede para morrer. Sabemos pela experiência de acompanhamento compassivo que esse pedido é não só um grito suplicante por ajuda no controlo sintomático da dor, mas é também um pedido dramático de proximidade humana e um desejo de sentido espiritual. Por isso, clamamos para que, no sistema de saúde, não nos impeçam de o fazer e que deste sejam retirados os entraves existentes. c) Continuamos a afirmar o princípio ético, ancestral e universal, “não matarás” porque acreditamos que a vida é um dom que recebemos de Deus, que tem um caracter sagrado e que uma finalidade última e por isso temos o dever de a cuidar até ao seu fim natural. O princípio “não matarás” conduziu a humanidade pelas vicissitudes da história até ao respeito pela vida e pela dignificação da pessoa humana, consagrando nos direitos humanos e nos códigos constitucionais da maior parte das nações, bem como nas grandes tradições religiosas o respeito pela vida própria e o respeito pela vida do outro. Lisboa, 30 de Janeiro de 2021 Grupo de Trabalho Inter-Religioso “Religiões-Saúde”

Dez juristas em campanha sobre inconstitucionalidade da lei O Movimento cívico “Stop Eutanásia” lançou uma campanha de comunicação com a participação de 10 professores de direito, na qual alertam para a inconstitucionalidade da despenalização da morte medicamente assistida, que consideram violar o direito à vida.

Denominada “Eutanásia? A vida humana é inviolável”, a ideia foi juntar constitucionalistas que dão a cara em cartazes com o artigo 24.º da Constituição, para mostrar a inconstitucionalidade da lei, e dão a sua voz por esta causa nas redes sociais e nos órgãos de comunicação,

procurando chegar a um maior número de pessoas”, revela a agência Lusa. A iniciativa é aberta a outros professores de direito que se queiram juntar à campanha, informou o movimento, estimando que “a estes nomes se venham a juntar muito outros”.

Médicos católicos apelam ao veto do Presidente da República

“Os médicos não são agentes da morte!”

O Parlamento aprovou hoje a lei que legaliza a eutanásia. O dia 29 de Janeiro de 2021 é um dia pesaroso para Portugal. Neste sentido, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses apela ao Exmo. Sr. Presidente da República para que escute os portugueses e evite que um dos primeiros actos do seu segundo mandato seja a aprovação de uma lei que torna Portugal membro de um grupo indigno e minoritário de sete países que aprovaram a eutanásia. Ao longo destes anos, sobretudo desde 2015, os senhores deputados não quiseram escutar o ruidoso clamor de protesto por parte da Sociedade Civil, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e outras associações de bioética, de declarações conjuntas das conferências religiosas e de condenações unanimes da Ordem dos Médicos e de outras associações de profissionais de saúde. Finalmente, rejeitaram a petição de quase 100.000 cidadãos que solicitou a realização de um referendo sobre esta matéria.

Processo insano

A presente pandemia causada pelo SARS-CoV-19 veio pôr a nu a insanidade deste processo. Por um lado, comovemo-nos e aplaudimos o empenho abnegado dos profissionais de saúde para salvarem todas as vidas de todos os doentes, com e sem COVID-19; em contraste, espantamo-nos com a obstinação dos Deputados em consagrar leis que permitem provocar a morte, a pedido, dos mais frágeis, mais doentes e que mais sofrem, num país em que lamentavelmente a maioria ainda não tem acesso aos cuidados paliativos (Observatório Português dos Cuidados Paliativos, Outono 2019, acedido em https://repositorio.ucp.pt/ bitstream/10400.14/30228/4/9789725407158). Somos médicos e nada nos move mais que o cuidar dos que sofrem. Com esta lei, o Estado oferece apenas uma opção à maioria dos doentes em sofrimento extremo, a morte a pedido. Consideramos que a aprovação de uma lei da eutanásia neste momento é uma afronta ao período mais crítico da história do SNS. A dignidade da vida humana, consagrada na nossa Constituição e no nosso Código Deontológico, é diariamente reafirmada pelo esforço diário e admirável de todos os profissionais de saúde, nas condições limite que a presente pandemia criou. Os médicos não são agentes da morte e a eutanásia não é, a nosso ver, um acto médico. Este não é o tempo de legislar sobre a morte. É o tempo de lutar pela vida e criar condições para tratar dos doentes. Associação de Médicos Católicos Portugueses 29 de Janeiro de 2021


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

sociedade

GNR apresenta balanço

Operação Censos Sénior 2020 A Guarda Nacional Republicana, durante o mês de Outubro de 2020, realizou a operação “Censos Sénior”, com o objectivo de identificar a população idosa que vive sozinha, isolada, ou sozinha e isolada, através da actualização dos registos das edições anteriores. Durante a operação, os militares privilegiaram o contacto pessoal com as pessoas idosas em situação vulnerável, no sentido de sensibilizarem divulgação/apoio

e alertarem este público-alvo para a adopção de comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes, nomeadamente em situações de violência, de burla, furto e ainda para prevenir comportamentos de risco associados ao consumo de álcool, bem como para a adopção de medidas preventivas de propagação da pandemia covid-19. Assim, durante a operação, foram realizadas 34 acções

em sala e 3652 acções porta a porta, abrangendo um total de 20.747 idosos. Desde 2011, ano em que foi realizada a primeira edição da operação “Censos Sénior”, a Guarda tem vindo a actualizar a base de dados geográfica, então criada, proporcionando assim um melhor apoio à nossa população idosa, o que certamente contribui, por um lado, para a criação de um clima de maior confiança e de empatia entre os idosos e os militares

da GNR e, por outro, para o aumento do seu sentimento de segurança. Na operação “Censos Sénior 2020”, a GNR sinalizou 42.439 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica, ou outra que possa colocar em causa a sua segurança. Destes, 1090 foram identificados no distrito de Leiria. A GNR continuará a acom-

panhar os idosos sinalizados, através de visitas regulares às suas residências, no sentido de realizar mais acções de sensibilização e fazer a avaliação da sua segurança, colaborando com as demais entidades locais, na procura da melhor qualidade de vida da população idosa, em especial dos mais vulneráveis.

Distrito de Leiria com grandes disparidades no custo

Famílias com mais filhos pagam a água mais cara por pessoa A 5.ª edição do “Estudo Comparativo dos Tarifários de Abastecimento de Água de Portugal”, realizado pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), revela as inúmeras diferenças no preço da água em Portugal considerando o município em que se vive e também a dimensão familiar. A média da tarifa fixa de abastecimento de água do distrito de Leiria cifrou-se em 2,99€, ligeiramente abaixo dos 3,00€ da média nacional, mas, no que diz respeito à tarifa variável, em 2019, o preço médio no distrito de Leiria (0,90€/m3 consumido) foi superior ao da média nacional (0,81€/m3). O estudo considerou o consumo diário por pessoa de 120 litros (3,6 m3), valor padrão internacional de consumo por pessoa, e as componentes fixa e variável do tarifário de abastecimento de água para consumo doméstico. Os preços não incluem IVA. Vendo quadro e comparando, por exemplo, a Marinha Grande (MG) e a Batalha (BT), somando as tarifas fixa e variável, vejamos: uma pessoa que viva sozinha paga 3,71€ (MG) / 4,36€ (BT); uma pessoa que viva numa família de 3 pessoas paga 4,13€ (MG) / 5,01€ (BT); uma pessoa que viva numa família de 5 pessoas paga 2,26€ (MG) / 5,86€ (BT);

e uma pessoa que viva numa família de 7 pessoas paga 3,10€ (MG) / 6,87€ (BT). Refira-se que a Marinha Grande não cobra a tarifa fixa às famílias com 5 ou mais pessoas. Comparando a “justiça” dos preços por pessoa, vemos, no caso da Batalha, que uma pessoa que viva sosinha paga 4,36€, enquanto uma pessoa que viva numa família com 5 pessoas (casal com 3 filhos, por exemplo) paga 5,86€ pelos mesmos 3,6 m3 de água consumida (valor, ainda por cima, a multiplicar por 5 pessoas na factura final!); ou seja, o agregado com 5 pessoas paga 7,5€

euros a mais, por mês, para o mesmo consumo. Portugal tinha em 2019 um total de 207 municípios com um tarifário específico, de aplicação universal, para as famílias numerosas. Das 16 do distrito de Leiria, não apresentam esta tarifa as autarquias de Batalha, Bombarral, Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos, Óbidos e Pombal. O estudo integral, que contou com o apoio mecenático da Fundação Millennium BCP, está disponível em www.apfn. com.pt/estudoagua/RelatorioEstudoAgua2019.pdf. Luís Miguel Ferraz

Tarifa Fixa

MUNICÍPIO

Alcobaça Alvaiázere Ansião Batalha Bombarral Caldas da Rainha Castanheira de Pêra Figueiró dos Vinhos Leiria Marinha Grande Nazaré Óbidos Pedrógão Grande Peniche Pombal Porto de Mós

Tarifa Variável

(Por agregado/ mês)

1 Pessoa (Por pessoa/ mês)

3 Pessoas 5 Pessoas 7 Pessoas (Por (Por (Por pessoa/ pessoa/ pessoa/ mês) mês) mês)

4,00 €

2,54 €

3,22 €

3,56 €

3,42 €

2,60 €

2,44 €

3,06 €

3,25 €

3,63 €

* 2,58 €

2,23 €

3,12 €

2,97 €

4,33 €

2,39 €

1,97 €

2,62 €

3,47 €

4,48 €

4,50 €

2,16 €

2,53 €

3,27 €

4,28 €

3,09 €

2,00 €

2,88 €

3,37 €

3,77 €

1,66 €

2,27 €

2,50 €

2,48 €

2,43 €

2,06 €

2,13 €

2,49 €

2,98 €

3,62 €

4,50 €

1,87 €

2,61 €

2,63 €

2,60 €

** 2,40 €

1,31 €

1,73 €

2,26 €

3,10 €

3,99 €

2,07 €

3,01 €

3,28 €

3,47 €

3,00 €

1,62 €

2,49 €

3,09 €

3,65 €

2,50 €

2,13 €

2,32 €

2,29 €

2,42 €

4,79 €

1,69 €

2,90 €

3,30 €

3,54 €

3,30 €

2,02 €

2,02 €

2,02 €

3,94 €

2,19 €

2,16 €

2,94 €

2,81 €

3,06 €

* Tarifa Fixa sofre uma redução para 2,06€ nos agregados com 5 ou mais elementos. ** Isenção da tarifa fixa nos agregados com 5 ou mais elementos.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Jardim-de-Infância da Golpilheira

Por agora, estamos todos em casa, para evitar o crescimento da pandemia, mas prometemos voltar em breve, cheios de vontade de brincar, aprender e estar com os amigos! Antes de irmos embora, deixámos estes trabalhos para o nosso Jornal...

esperamos que gostem!

Sondagem APCOI em Portugal

65% das crianças com obesidade sofrem bullying escolar Segundo uma sondagem da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) junto de 512 encarregados de educação, a maioria revelou já ter tido que lidar com pelo menos um episódio de bullying escolar ou preconceito relacionado com o peso da criança, nos últimos dois anos lectivos.

Insultos, alcunhas e comentários inapropriados foram os principais actos discriminatórios cometidos contra crianças com excesso de peso na faixa etária entre os 6 e os 14 anos. Os episódios reportados foram na maioria realizados por colegas da mesma turma (47%), seguindo-se

situações com alunos de outras turmas da escola (40%) e ainda ocorrências com professores ou pessoal não docente (13%). A pandemia da COVID-19 parece ter agravado a situação: 1 em cada 5 crianças com obesidade foi vítima pela primeira vez de um ataque de cyberbullying nas redes sociais

relacionado com o seu peso durante os meses de confinamento e ensino à distância. Para alertar sobre os efeitos do bullying, da discriminação e do estigma associados à obesidade a APCOI junta-se à ECPO (Coligação Europeia de Associações de Pessoas com Obesidade) na campanha “Peo-

ple First #LivingWithObesity” que inclui o lançamento de um spot de vídeo, infográficos educativos e outras acções de sensibilização. Em Portugal, todos os materiais e informações desta campanha serão divulgados no site www.apcoi.pt.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

temas

. crónicasdeviagem.2 João Miguel Silva / JoMi • instagram.com/joaombbsilva • Youtube: JoMi Silver Durante 348 dias eu decidi pegar na mochila e explorar a Ásia. Não pude viajar mais por causa da Pandemia, mas sou um sortudo por poder ter viajado durante tanto tempo. Já vos contei um pouco dessa história numa entrevista publicada na edição de Março/Abril de 2020 neste jornal. O meu nome é João, ou JoMi para alguns, sou natural da Golpilheira, tenho quase 31 anos, estudei Bioquímica, fiz mestrado, Erasmus na Turquia 1 ano, trabalhei

em Inglaterra 4 anos em Indústria farmacêutica e nunca deixei de seguir o que sinto e o que me faz feliz e, acima de tudo isso, nunca me deixei influenciar pelos “padrões normais” que as pessoas à volta nos impingem. Não digo que o meu estilo de vida esteja certo, mas certamente também não está errado… algo muito importante que tenho aprendido durante as minhas viagens através da interacção com outras culturas é que ninguém está certo ou errado sobre a maneira

de viver, desde que não prejudique ninguém à sua volta. É importante respeitar, aceitar as diferenças e apostar no que se sonha sem temer “opiniões” exteriores e abdicar da sua felicidade pela dos outros, que inevitavelmente, irá causar infelicidade dentro de nós. Tenho vindo a aconselhar e ajudar a abrir horizontes a muitas pessoas à minha volta e quero aqui deixa claro que, se precisares, sabes onde me encontrar (contactos acima)!

Na edição de Maio/Junho de 2020 publiquei a primeira crónica de viagem sobre as comidas nos diversos países por onde andei. Vou agora desenvolver um pouco mais sobre a cultura de cada um deles, dividindo esta rubrica em várias partes, com a minha perspectiva sobre a cultura, gastronomia, paisagem, histórias e muito mais. Espero que gostem...

De mochila às costas pela Ásia: Singapura

Fotos do autor

Singapura possui um balanço perfeito entre a Natureza e o Urbanismo. É um país minúsculo, talvez o único do mundo que tenha obtido a sua independência pelo facto de os colonizadores (na altura, a Malásia) não gostarem deles e os terem expulsado. Singapura sofreu em poucos anos dezenas de mudanças, durante a segunda guerra mundial pertenceu ao Império britânico, Japão e Malásia, sendo forçada a adoptar as línguas, horários e hábitos, até finalmente adquirir a independência e tornar-se uma das maiores potências mundiais actualmente e um dos melhores sítios do mundo para se viver. A qualidade de vida é extremamente alta, as escolas apostam muito na cultura, música, arte e dão imensa

liberdade às pessoas. É ao mesmo tempo um país com imensas regras: é proibido fumar em locais públicos e na rua, e mandar lixo para o chão dá multa, bem como é ilegal vender e comer pastilhas, tornando-o um dos países mais limpos do mundo! Estive apenas 5 dias e fiquei fascinado, a limpeza é um facto, poderíamos andar descalços ou comer do chão que cada superfície está incrivelmente limpa e desinfectada, a segurança e o respeito estão a níveis difíceis de descrever e as pessoas são supersimpáticas e abertas. Adorei andar a pé pela cidade e sentir que apesar de estar numa metrópole superconcentrada, não ouvia o som dos carros, não existiam buzinadelas e tudo é tão verde em todo

Marina Bay, o hotel mais caro e luxuoso

o lado. Dá a sensação de que estamos numa selva com prédios e penso que as minhas fotografias conseguem ajudar a exprimir isso. Quais as minhas dicas? Andar a pé, experimentar a comida e interagir com as pessoas. Apesar de Singapura ser uma cidade considerada cara, é possível comer por menos de 5 euros nas “food corners” (comida de esquina) e a comida é deliciosa. Existe uma influência enorme da China, Japão, Índia e outras culturas, que torna a comida tão irresistível que só vais querer experimentar tudo o que vês. Para dormir, consegui bons sítios a 10 euros por noite em hotéis cápsula, com pequeno-almoço incluído e existem diariamente vários eventos ao ar livre com concertos e

Jardins “Gardens by the Bay”

teatros (lembram-se que referi que eles apostam muito na cultura?). Resumindo, é possível explorar Singapura com apenas 30 euros por dia e explorar das zonas mais urbanísticas às reservas naturais. Top 5 de locais a explorar em Singapura: Gardens by the Bay, Resevoir, Marina Square, Little India e Clarke Quay. Fora isto, aconselho todos a andar pelas ruas, sentar nos locais mais tradicionais e experimentar a comida. Provavelmente irão ter pessoas a sentarem-se ao vosso lado e a tentar saber de onde são e porque estão ali, não tenham receio, abram os vossos horizontes, partilhem e irão receber tanto deles e ainda serem convidados a ficar nas suas casas com as suas famílias e jantar com eles. Espero que tenham

gostado deste testemunho, se tiverem mais perguntas já sabem onde me encon-

trar. Para a próxima edição falarei da Malásia, não percam. Obrigado!

“Duck noodles” (noodles de pato), deliciosos

Cascata interna no aeroporto mais luxuoso do mundo


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt

A Floresta Portuguesa enquanto Identidade Nacional

Igreja de Casais dos Ledos A construção desta capela foi iniciada em 11 de Setembro de 1976. A mesma foi inaugurada posteriormente, já em 1984, no dia 6 de Maio. A construção da mesma foi resultado da contribuição do povo dos Casais dos Ledos, Casal do Arqueiro, Casal do Marra, Pinheiros e outros. Segundo informações recolhidas, antes desta capela, existiu outra mais ou menos no mesmo local, construída em 1918, por promessa de um militar da 1.ª Grande Guerra. Sobre o assunto, transcrevo o seguinte, que recebi de uma pessoa amiga: “A capela foi mandada construir por José Batalha, natural dos Casais e que fora militar da I Grande Guerra. A mãe deste senhor fez uma promessa de mandar erguer uma capela em honra de Nossa Senhora do Rosário, caso o filho voltasse com vida, porém, essa senhora faleceu pouco antes do regresso do filho a Portugal. A Guerra terminou a 11/11/1918 e José Batalha, em cumprimento da promessa que a sua mãe fizera, logo após o seu regresso, iniciou a construção da Capela (fins de 1918, início de 1919) e a construção durou cerca de 2 anos, tendo sido inaugurada em 1922”. A Padroeira dos Casais dos Ledos é Nossa Senhora do Rosário. A festa em sua honra celebra-se neste lugar no 1.º domingo de Outubro. Pinheiro manso (Pinus pinea)

beiro, é provável que o pinheiro-bravo tenha sido introduzido na Península Ibérica durante a Idade Média e que seja das árvores mais antigas entre nós, com a sua maior difusão a partir do século XV. Segundo Luís Neto (2016), o primeiro documento de protecção de árvores no País é de 13/07/1310, assinado por D. Dinis, sobre o corte de árvores no Campo de Ourique e das matas dos abades de Alcobaça. Ainda de acordo com este autor, citando Jorge Arroteia (2009), na Idade Média, a zona de Leiria e a bacia do Lis apresentavam uma formação vegetal multifacetada com pinhal, carvalho, ulmeiros, castanheiros, oliveira-brava (zambujo) e azinheiras. Tratava-se de uma diversidade resultante, segundo Orlando Ribeiro, da combinação de um clima temperado setentrional e meridional e da proximidade ao mar. As actividades industriais e comerciais que foram alterando as estruturas da Idade Média foram, em simultâneo, devastando a floresta portuguesa, consoante a necessidade de produtos de lenha, a pastorícia, o crescimento urbano e a construção naval. Até ao final do século XIX, a floresta em Portugal foi vista apenas como um recurso de exploração para o progresso da vida humana. Nos últimos 150 anos, a área florestal do País

quintuplicou – representava 7% em 1845 e, actualmente, cobre 36% do solo –, mas a visão que ainda temos da floresta é apenas de exploração económica e de muita incúria. A grande perda de biodiversidade advém das tensões antrópicas (feitas pela mão do homem) e, cá em Portugal, os incêndios têm sido a causa antrópica predominante. Segundo o INE (Estatísticas do Ambiente, 2019), em 2019 houve 10.832 incêndios rurais com uma área ardida de 42 mil hectares. Mesmo no terrível e horrendo ano de 2017, houve 31,6% de matos ardidos, 43,7% em 2018 e 37,8% em 2019 No ano de 2015, a área total ardida de matos foi de 59,3%. Ou seja, o grande foco de incêndio neste País não são as florestas de eucaliptos, mas sim os matos selvagens e devolutos. Aliás, os eucaliptos e os ancestrais pinheiros-bravos deste país geram quase 6 mil milhões de euros de exportação. Assim, como diz David Attenborough (2020), a verdadeira tragédia do nosso tempo tem sido o declínio da biodiversidade do Planeta. Quanto maior for a biodiversidade, mais segura é a vida na Terra. E nós ainda não começámos a olhar para a floresta portuguesa sob este prisma irrecusável.

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Segundo a Global Forest Watch, entre 2010 e 2019, o Planeta perdeu 24 milhões de hectares da sua cobertura de árvores. No período 2002-2019, a perda de cobertura arbórea da Terra foi de 16%. De acordo com a mesma fonte, nas últimas duas décadas, Portugal perdeu 45% da sua cobertura arbórea, cerca de 1 milhão de hectares. De acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6), que tem por base o ano de 2015, 67,2% da ocupação do solo em Portugal continental é feita de floresta, matos e pastagens, o que representa um aumento de 8,3% no decénio 2005-2015. Segundo Orlando Ribeiro (1995), “a fisionomia da vegetação é por certo o sinal mais expressivo de um território…”. É a sua vestimenta vegetal onde ainda se ouve o cacarejar agudo dos açores (Accipter gentilis). Do ponto de vista das espécies, podemos considerar que a floresta portuguesa ainda se mantém autóctone, onde os pinheiros-bravos e mansos representam 26%, o sobreiro 23%, a azinheira 11% e os carvalhos e castanheiros 5%, i.e., 65% da floresta. A floresta portuguesa é antiga e faz parte indissociável da identidade nacional. E a árvore mais antiga de Portugal é o pinheiro, com as suas variadas espécies, mas sobretudo o Pinus pinaster. Para Suzanne Daveau, após um longo período de desflorestação na Europa durante a época romana e a Idade Média, houve uma mutação da cobertura vegetal na Europa, e o pinheiro-bravo é considerado por muitos como a espécie indicadora de uma regressão dos ecossistemas naturais. Reza a lenda (André, J. e Cordeiro, M., 2015) que as primeiras sementeiras de pinheiro-bravo do Pinhal do Rei em Leiria foram espalhadas pela Rainha Santa Isabel e que teriam sido trazidas de Landes, através do Golfo da Biscaia (Gasconha) pelos marinheiros de D. Dinis. Ainda há muita controvérsia sobre a fundação do Pinhal de Leiria (uma das primeiras florestas plantadas no mundo e quase exterminada em 2017). O que se sabe é o que o rei D. Dinis, o rei lavrador, foi o seu grande impulsionador. Na verdade, o Pinhal de Leiria vem desde o século XIII e fora estrategicamente aumentado pelo rei D. Dinis no século seguinte. E também não é certo que os primeiros pinheiros da Mata Nacional tenham sido os bravos (Pinus pinaster), na medida em que há antigos vestígios de pinheiro-manso (Pinus pinea) nas proximidades de São Pedro de Moel. Segundo Orlando Ri-

José Eusébio Médico veterinário


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

temas

.política.

.combatentes.

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Contra a ferradura, pela liberdade lutar

2021: ano de soluções, que não nos faltarão, com tantos sabichões

A (re)eleição do Professor Marcelo Rebelo de Sousa confirma, acima de tudo, a salvaguarda de um país democrata, social, progressista, respeitador do estado de direito e das suas instituições. Constata-se, além disso, que a maioria dos portugueses revê-se no centro, em posições moderadas e que a alternativa ao actual governo passará pela conquista de grande parte desse eleitorado. Mas nem tudo são boas noticiais neste país à beira-mar plantado. Com a aproximação dos partidos do centro aos extremos políticos, iniciada pelo Governo de António Costa em 2015 aquando da aliança aos partidos de extrema-esquerda, legitimou o voto útil nos partidos extremistas, anti-sistema e radicais. A teoria da ferradura, defendida inicialmente pelo escritor francês Jean-Pierre Faye, demonstra as parecenças totalitárias e autoritárias entre os partidos de extrema-esquerda e extrema-direita. A ascensão ao poder destes partidos tende a

posta insegurança e criminalidade (em 2020, Portugal foi considerado o 3.º país mais seguro do Mundo!). No Bloco de Esquerda e no PCP, a retórica é antiga e repetitiva, do malvado euro e o lucro dos bancos alemães contra os trabalhadores portugueses. As evidências parecem confirmar a teoria da ferradura dos partidos extremistas do espectro político e das políticas antidemocráticas assim que chegam ao poder, levando geralmente a um aumento da pobreza e da corrupção. Tudo para a sua perpetuação no poder. Tudo para salvar a nação contra um inimigo artificialmente criado. Cabe aos portugueses não cair no engodo e aos responsáveis políticos democratas e moderados demonstrar que a Democracia é o único regime que garante a liberdade, o desenvolvimento e o respeito pelos direitos humanos. Esqueçam a luta entre direita e esquerda, a verdadeira luta que teremos nos próximos anos será pela liberdade contra o totalitarismo.

transformar os países em democracias iliberais ou mesmo em estados ditatoriais, manipulando a opinião pública, enfraquecendo as instituições e a separação de poderes e diminuindo as liberdades individuais e colectivas, através da suposta superioridade intelectual, moral e ética dos seus líderes. Estes partidos tendem a criar inimigos e “fake news” para chegar ao poder e legitimar as suas políticas. Acontece na Hungria com o regime nacionalista de Viktor Orbán e o suposto problema da imigração, acontece na Polónia com o Partido Lei e Justiça e a suposta teoria internacional anti-polaca. Na Venezuela, os inimigos preferidos de Nicolás Maduro são os capitalistas selvagens americanos. Já na Bielorrússia, o problema de Aleksandr Lukashenko, há 26 anos no poder, são os neoliberais ao serviço das nações estrangeiras. André Ventura e o partido Chega tentam trilhar o mesmo caminho, através dos “Portugueses de Bem”, dos “imigrantes de Iphone” e da su-

.agricultura. DR

José Jordão Cruz Engenheiro Técnico Agrário

Preparação de terreno e plantação de vinha - 1 Para instalar uma vinha nova, é muito importante planear bem a sua instalação, pois o elevado custo de uma plantação de vinha que se quer de qualidade, a começar pela aquisição do enxerto pronto (planta já enxertada pelo viveirista, ou seja o multiplicador de plantas de videiras), cujo porta-enxerto deve ser bem enraizado e isento de doenças, nomeadamente do lenho. É muito importante que o viveirista seja certificado, dando garantias de qualidade varietal e de sanidade… Também se pode instalar só o bacelo bravo / porta-enxerto, procedendo-se no ano seguinte à enxertia no local definitivo, com a casta pretendida. Importante também é fazer análises de solo, para melhor podermos escolher o porta-enxerto, a adubação de fundo e a correcção do pH do solo, e até análises mais completas para detectar doenças do solo, nomeadamente os nemátodos. No caso de se ir instalar a nova vinha no mesmo terreno aonde já havia outra, deve o terreno

ser cultivado com cereais, pelos menos, durante 3 anos. Como os cereais são culturas consideradas esgotantes, o terreno fica muito mais limpo de infestantes, nomeadamente gramíneas, e sanitariamente mais apto a receber a cultura da vinha de futuro, pois os nemátodos são microorganismos que não deixam desenvolver o sistema radicular das plantas. Neste período em que semeamos os cereais, estes microorganismos pouco ou nada sobrevivem. Após estes cuidados, devemos preparar bem o solo, com uma lavoura profunda de cerca de um metro, nunca inferior a 80 cm. Nunca se deve fazer esta operação com o terreno muito húmido, pelo que a prática deve ser feita no Verão. Aproveitar esta operação para se incorporar os nutrientes necessários, conforme os resultados das análises. A época de plantação vai desde Dezembro (em certos locais) até fins de Maio, no caso de não se conseguir fazer mais cedo, devido a condições climatéricas

desfavoráveis, nomeadamente, chuvas intensas. As plantas, quer sejam os bacelos bravos ou barbados ou já enxertados os enxertos prontos, devem ter um bom desenvolvimento radicular, com o mínimo de 3 raízes bem conformadas, não descurando uma boa solidificação na zona da enxertia como um bom desenvolvimento da parte aérea da planta. Devem cortar-se as raízes, de modo a facilitar a plantação. Se utilizarmos um abre-covas, as raízes devem ser cortadas de modo a que fiquem com 7,5 / 10 cm de comprimento. Se se plantar com ferro / hidro-injector, as raízes devem ser cortadas de modo que fiquem com 3 a 4 cm de comprimento. Isto, no caso de se plantar a videira já enxertada, pois no caso de enxertos prontos, já estão convenientemente preparados os lançamentos e podados, pelo que não será necessário podar a parte aérea. No caso de se plantar o bacelo bravo ou barbado / porta-enxerto, a poda da parte aérea será num único lançamento de 2 olhos.

Está vencido 2020, quiçá, um dos anos mais problemáticos e traumáticos para a generalidade dos portugueses, talvez com excepção de uma significativa parte da geração que combateu nas guerras coloniais, dadas as profundas sequelas físicas e psicológicas que nela ainda perduram. Entretanto, chegados a 2021, é legítima a esperança de que as vacinas que vão surgindo para combater a pandemia do Covid-19 tenham a eficácia que todos desejamos, libertando-nos, finalmente, das imensas angústias que este vírus nos tem provocado. Todavia, é preciso termos consciência de que as vacinas, mesmo que de eficácia já confirmada, não geram, só por si, o “milagre” de nos libertar, de um dia para o outro, quer da pandemia, quer dos terríveis estragos que tem provocado nas nossas vidas, em especial no âmbito socioeconómico, mas também no da saúde, seja física ou mental; isto ao contrário do que muita gente parece julgar, não apenas pelo que já vai dizendo, como, pior do que isso, pelo comportamento cívico, em nosso entender muito censurável, que vem assumindo. Comungamos das preocupações das entidades públicas, designadamente as responsáveis pela área da saúde no nosso país, que, diariamente, alertam, infelizmente não com o sucesso necessário, para o excesso de confiança de demasiada gente que, se, até aqui, já se julgava imune ao vírus (para já não falar nos negacionistas militantes…), agora, que a vacina já começou a ser aplicada, deve julgar, pelos seus comportamentos descuidados, que o vírus já desapareceu, como se este tivesse medo da dita, quando a realidade é que talvez nem daqui a seis meses tenhamos a imunidade de grupo suficiente para podermos deslocar-nos de um lado para outro, confraternizarmos em família alargada ou em grupo, com a segurança mínima, necessária. Sabemos que estes comportamentos menos cívicos não são exclusivos do povo português, mas, sem dúvida, que nós continuamos a fazer jus aos nossos antepassados lusitanos, sobre o quais, já há mais de dois mil anos, o célebre imperador romano, Júlio César, terá dito: “Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar”. Para infelicidade nossa, continuamos como há 2000 anos. Com efeito, esta questão de não nos deixarmos governar deve fazer parte do nosso ADN que, em

contrapartida, parece ter-nos dado determinadas e especiais características, designadamente de uma rara estirpe de clarividência e inteligência, únicas entre os povos que habitam o planeta Terra. Se não, vejamos dois ou três exemplos: 1 – No futebol português, os milhões de adeptos da modalidade, além de quase todos fanáticos irracionais do seu clube favorito, são também os maiores experts na matéria, quanto a metodologias do treino, superando largamente, nas tácticas e na técnica, qualquer treinador, seja de que equipa for. 2 – Na política e arte da governação, quase todos sabem mais que os que exercem o mister. Aliás, para os nossos milhões de experts, que são quase todos menos os que estão nesse exercício, os termos “político” e “governante” são sinónimos de incompetente e corrupto. Todavia, dá-se aqui um paradoxo, quando tais sumidades não têm qualquer problema em reeleger políticos efectivamente corruptos, já julgados e condenados pela justiça, com argumentos de pasmar: tais políticos “governaram-se”, mas também fizeram “obra”; isto como se tal “obra” tivesse sido custeada por estes! 3 – Finalmente, a pandemia veio revelar-nos outra extraordinária faceta de milhões de portugueses, que também sabem muito mais de medicina do que qualquer profissional da área, incluindo virologistas, epidemiologistas e afins, pois se não fosse a “incompetência” de toda esta “gentalha” provavelmente nem a pandemia, sequer, cá tinha chegado. E, então, relativamente, às actuais ministra da Saúde e directora-geral da DGS (isto para já não falar no “monhé” e no “celinho”…), para toda esta miríade de iluminados estamos perante o supra-sumo da incompetência e nós, portugueses, temos tido tanto azar que a “velha” até apanhou o vírus e, para nossa desdita, nem este foi capaz de lhe “limpar o cebo”. O principal responsável pelo conteúdo deste artigo só tem de se curvar reverencialmente perante tantos e tão “sapientes” concidadãos! Mas, não raro, assalta-o uma dúvida: como é que esta ditosa pátria portuguesa, que tais filhos tem, ainda continua na cauda da Europa, em termos de desenvolvimento económico e social, literacia, riqueza média “per capita”, etc., etc.? Cuidem-se, caríssimos, cuidem-se. E dêmos tempo ao tempo para, em 2021, conseguirmos livrar-nos do “bicho”.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

.saúde.

Homenagem ao Meu Amigo “Manel”

Abrir o livro… Era frequente encontrar o Manuel Rito, após a minha despedida do serviço do Município, em algumas das minhas caminhadas pela Célula B. Normalmente, ele passava por ali, a seguir ao almoço, no desempenho de funções do seu CRG. Éramos conhecidos, já de há longa data, sendo normal conversarmos os dois. A sua curiosidade era bastante grande sobre o motivo da minha recente despedida do Município, ocorrida em Agosto de 2017. Aflorei este assunto com ele, algumas vezes, aquando do acompanhamento do “Manel” em sua casa, no decurso da depressão que o voltou a atacar em Julho de 2019; conversávamos muito os três, pois a sua esposa estava sempre presente, enquanto o acompanhei. A melhor maneira de prestar a minha homenagem ao meu amigo “Manel” é “abrir o livro” e falar um pouco dos motivos que levaram a que me despedisse do serviço do Município, do cargo de Médico Veterinário Municipal e de Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia. Eu era funcionário do Município há mais de 35 anos! Quando me despedi, fui criticado por bastante gente, desde colegas médicos veterinários e bastantes veterinários municipais, por colegas do município e não só, por pessoas que se relacionavam comigo e até por amigos. Até houve um colega que me disse que eu era burro, ao que eu lhe perguntei: “conheces quase todos os colegas, quantos a nível nacional faziam o que eu

fiz?” Ao que ele me respondeu: “Nenhum, só tu!”, tendo-lhe eu retorquido: “Por isso é que o Eusébio é diferente”. E diziam-me que tinha feito mal, com aqueles anos todos de serviço, nunca me devia ter despedido, aguentava mais algum tempo e por mais um “pouquinho” saía com a reforma por inteiro. Alguns desses amigos até se afastaram de mim e algumas dessas amizades nunca mais foram iguais, até me atrevo a dizer que, se calhar, nunca mais o serão. E sabem… algumas haviam de cerca de trinta anos de amizade sincera, julgava eu. Afinal, andava enganado. É claro que existiam amigos comuns com a principal pessoa que provocou o meu despedimento. Sabem meus amigos, o dinheiro não é tudo na vida, acho que a nossa saúde, a todos os níveis, e a nossa vida têm muito mais valor do que o dinheiro. O dinheiro é importante, para conseguirmos viver e ter uma vida digna, mas sem ele conseguimos viver, sem a saúde é que é muito

Ana Maria Henriques Médica Interna

mais difícil viver. E o dinheiro não compra a vida nem consegue comprar alguma da saúde. A nossa vida e a nossa saúde valem muito mais do que todo o dinheiro do mundo. Acho que foi a decisão de toda a minha vida que mais me custou a tomar. Mas não estou nada arrependido de a ter tomado, nem ainda nunca me arrependi. Na altura, achava que a tinha que tomar, contra tudo e contra todos, custasse o que custasse, e inclusive até contra elementos da minha própria família. Hoje, não tenho dúvidas de que foi a decisão mais acertada que tomei. Eu estava quase em depressão, na altura, apenas eu me apercebendo de tal. A situação que eu estava a começar a atravessar era a mesma que o “Manel” tinha vivido há cerca de 25 anos, quando foi atacado pela primeira vez pela depressão. Nessa altura, o “Manel” foi traído pelos amigos, em quem ele confiava. Eu estava também a ser traído por pessoas em quem confiava, acima de tudo por uma pessoa, que julgava e se fazia de minha amiga. E eu julgava que o era. O “Manel” não foi, nem era capaz de fazer aos amigos o que eles lhe fizeram a ele. Eu, como o “Manel”, também não era capaz de fazer a ninguém o que me fizeram a mim, o que me fez um amigo. E não éramos capazes de o fazer por sermos “bons de mais”, tanto o “Manel”, como eu. Dr. Eusébio

divulgação/apoio

Guia para 2021 Todos desejámos um 2021 melhor que 2020, com menos preocupações, mais amigos e família e mais actividades ao ar livre. O mês de Janeiro deixou muito a desejar, com mais do mesmo. Não sei como vamos ultrapassar esta doença, nem sei o que virá depois dela. Já sabemos muito, mas ainda há muito a descobrir, no entanto ela está aqui, todos já sabemos qual o nosso papel e sabemos que passa por nós o seu controlo. A gestão da doença e dos recursos para a resolver não tem sido fácil, nem sempre correcta nem consensual, mas eu acredito que todos faremos o nosso melhor. Quando passamos muito tempo em casa, descobrimos que algumas coisas que sempre nos incomodaram se tornaram insuportáveis. A nossa casa deve ser funcional, limpa e agradável. A ciência diz-nos que somos mais felizes quando temos de escolher entre menos opções. Será que precisamos de tanta roupa ou de tantos talheres diferentes. Não considero o minimalismo a solução para todos, mas será que damos utilidades aos três quebra-nozes, quando compramos sempre nozes descascadas? Alguém pode estar mesmo a precisar daquelas toalhas de mesa que nunca usamos. Uma casa com menos coisas torna-se mais fácil de arrumar e limpar, com menos lixo e pó acumulados. Menos trabalho a limpar, torna as tarefas domésticas mais simples e menos stressantes, logo mais saudáveis. Nas consultas que faço a jovens e adolescentes, pergunto sempre: qual é o teu desporto? Encontrarmos uma actividade física de que gostamos é uma arte que deve ser trabalhada preferencialmente nestas ida-

des. O hábito de praticar uma actividade física (de que se goste) fica enraizada e criamos uma necessidade saudável. Com todas as limitações e privações que sofremos actualmente, temos de adaptar a nossa actividade física, mas nunca devemos deixar de a praticar. Se jogamos numa equipa, fazemos treinos em conjunto online, se gostamos de caminhadas, descobrimos um percurso isolado, se praticamos natação... experimentamos coisas diferentes. A alimentação caseira é um benefício das restrições actuais. Planear as refeições, fazer compras bem organizadas e descobrir novas receitas. Preparar refeições, orientar crianças em tele-escola e, ainda por cima, estar em teletrabalho não é tarefa fácil, mas com organização e colaboração de todos é possível. Todos temos saudades da comida de alguns restaurantes (e os restaurantes também têm saudades nossas!), levantar a comida em segurança também é possível. Já todos sabemos que não devemos estar muito tempo ao telemóvel, no tablet ou a ver televisão, mas agora trabalhamos e temos aulas desta forma. É difícil um equilíbrio saudável no que toca a tempo de écran, parece que já não sabemos fazer nada sem o telemóvel na mão. Será que ainda temos rádios em casa? E aquele monopólio com peças em falta? O tempo em família deve ser aproveitado para conversas, é uma arma contra o desânimo e a tristeza. Ao longo deste ano, vou tentar descrever as atitudes mais saudáveis a ter nesta nova realidade. Como sobreviver aos dias fechados em casa, como manter uma actividade física, como comer bem e como resistir ao uso do telemóvel.

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.impressões. Por Luísa M. Monteiro A Canja Nunca em lado nenhum comi uma canja tão saborosa quanto a que é preparada pela minha mãe. Tento fazer igual, com meia galinha que ela me deu. Depois de o caldo ferver um bocado, o meu filho entra na cozinha e diz-me: — Cheira à Golpilheira! [ou seja, à casa da avó]

Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição R. Principal, 26 • Brancas 2440-090 Batalha Tel. 244 769 430 www.centrohospitalarbatalha.com


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temas

. história .

Saul António Gomes Historiador

Casal de Mil Homens num documento de 1724 Casal de Mil Homens, como vem referido num antigo documento de 1724, é um lugar da atual freguesia da Golpilheira, concelho da Batalha. O topónimo tem a sua história, claro está, mas não revela aparentemente a relevância do passado das suas terras. Poucos saberão que neste mesmo lugar existia, na Idade Média, a aldeia da Abrunheira, desaparecida na voragem do abandono dos homens e do tempo mas que a documentação preservada no arquivo dos frades pregadores da vizinha Batalha, felizmente, muito recorda. Com ela, aliás, desapareceu no tempo, também, uma outra antiga aldeia, a do Furadouro, que um ribeiro desse nome ainda hoje recorda, todavia. Estas são, aliás, terras curiosamente deslembradas porque foi junto delas que, em remotos séculos, existiu a cidade romana de Collippo, de que pouco se fala, ou, ainda, a importante estrada e ponte da Canoeira, pela qual passou o poderoso exército do rei castelhano, D. Juan I, no dia 14 de agosto de 1385, quando evoluía, saído de Leiria, para a Batalha Real de Aljubarrota, nos vizinhos campos ao Mosteiro da Batalha, onde sofreu pesada derrota; como por aqui se alongam, ainda, as terras ribeirinhas do outrora designado Rio de Alpentende, que, ainda por 1530, documentos veneráveis designam de Alpintim, em certos mapas Ribeira da Azoia, hoje Rio Lena, em cuja imediações tinham, já na data referida, quinta e solar os Ceia-Trigueiros. Collippo, Alpentende, Abrunheira, Furadouro e Canoeira são nomes que coincidem, em parte ou no todo, com o espaço onde na atualidade se situa justamente Casal de Mil Homens. O topónimo diz-nos que o nome adveio de, nesta terra ter morado, em determinado momento, algum vizinho ou lavrador conhecido pelo apodo de Mil Homens. Casal não se confunde, enquanto célula de povoamento de um espaço geográfico, com aldeia. Quem tenha sido esse Mil Homens, o livro aberto da memória dos habitantes deste antigo lugar o dirá certamente melhor do que o autor destas linhas. Casal de Mil Homens existia já antes de 1724, ano em que o vemos registado num documento notarial, lavrado pelo tabelião leiriense Manuel de Oliveira de Freitas. Recebeu este, nas suas casas de morada, em Leiria, a 10 de dezembro desse ano, Joaquim Coelho e sua mulher, Maria Rodrigues, acompanhados pelos seus familiares, Francisco Alves de Sousa e Águeda Maria Henriques, seus parentes próximos. Lavrou-se então, estando igualmente presente o Reverendo Beneficiado José de Figueiredo, uma escritura de empréstimo de 50 mil réis, a juro de 6,25%, que o Pe. José de Figueiredo entregou, em contadas moedas de ouro, aos sobreditos Joaquim Coelho e Maria Rodrigues. Estes viviam acima da Venda da Cortiça, nome de sítio também ele

significativo, pois era frequente, nesses séculos, encontrar-se vendas dispersas pelas principais estradas e vias que ligavam vilas e cidades. Onde se documentem vendas, aliás, é certo que aí era lugar de passagem importante. Cortiça, por seu lado, evoca a riqueza das matas de sobro que, também no passado mais remoto, abundavam nas paisagens estremenhas e leirienses. Joaquim Coelho e sua mulher hipotecaram, como garantia do cumprimento do contrato de juro, um olival que possuíam junto á Cerca da Galga e, ainda, uma terra ao Furadouro, ambas as propriedades avaliadas em 70 mil réis, garantia, pois, suficiente para segurança do empréstimo em causa. Como fiadores, ainda, foram dados os irmãos e cunhados dos juristas, Francisco Alves de Sousa e a sua mulher, Águeda Maria Henriques, nomes que deixam entrever que se tratava de uma família rural local de evidentes posses e património.

DOCUMENTO

1724 DEZEMBRO, 10, Leiria - Contrato celebrado entre Joaquim Coelho e sua mulher, Maria Rodrigues, moradores no Casal de Mil Homens, acima da Venda da Cortiça, com o Reverendo Beneficiado José de Figueiredo, sobre o empréstimo de 50.000 réis, a juro de 6,25% ao ano. Foram fiadores, Francisco Alves de Sousa e a sua mulher, Águeda Maria Henriques, irmãos e cunhados dos devedores e também residentes no dito Casal de Mil Homens. Arquivo Distrital de Leiria - Registos Notariais de Leiria: V-62-B-8,fls. 48v-49v. Saibam quantos este publico instromento de carta de obrigação de divida [Fl. 49] a rezão de juro com fiança a elle virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil e setesentos e vinte e quatro annos aos des dias do mes de dezembro do dito anno nesta cidade de Leyria, nas cazas de morada de mim tabalião ao diante nomeado, ahy forão prezentes Joachim Coelho e bem assim sua mulher Maria Rodrigues pessoas que eu tabalião conhesso moradores no seu Cazal chamado Mil Homens por sima da Venda da Cortissa termo desta dita cidade pellos quais ambos marido e mulher juntamente e por cada hum delles de per sy ahy foy dito perante mim tabalião e das mesmas testemunhas ao diante nomeadas que hera verdade que elles forão sabedores de que o Reverendo Beneficiado Jozeph de Figueiredo desta dita cidade tinha dinheiro para empregar em juros que lhe rendessem por cuja cauza elles pedirão fosse servido querer lhes dar sincoenta mil réis a rezão de juro de seis e quatro por sento por tempo de huum anno, porquanto lhes herão nessessarios para sertos dezempenhos que com elles queriam fazer, no fim do qual anno lhos pagarião e os reditos que nelles pella dita rezão se montace que lhes farião escritura de divida em a qual lhes obrigarião bens bastantes hiquivalentes a dita quantia e a seus reditos que se fossem vensendo e lhes davão bom fiador que se obrigaria como prinsipal pagador e lhes farião todas as mais siguransas que nessessarias fossem debaixo da qual promessa e sigurança elle dito Reverendo Beneficiado fora servido prometer lhes a dita quantia a rezão de juro e com efeito logo ao assinar desta escritura lhes forão logo obrigados, contados e entregues os ditos sincoenta mil réis todos

em dinheiro de contado sem lhes faltar nem hum so real por moedas de ouro das correntes neste Reyno da mão delle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo que lhos deu e contou para este efeito em minha prezença e das testemunhas ao diante nomeadas e diso he aqui dou minha fee. E por assim elles ditos Joachim Coelho e a dita sua mulher Maria Rodrigues da dita quantia estarem entregues disserão que por esta escritura se comfessavão e constituhião devedores da dita quantia dos ditos sincoenta mil reis a elle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo ou a seus herdeiros os quais lhes promitião pagar da feitura desta escritura a hum anno todos em hum so pagamento na mesma forma que agora da sua mão os resseberão e asim mais tres mil e sento e vinte e sinco reis que nelles tanto se monta de reditos do dito dinheiro com os quais reditos do dito dinheiro lhes continuarião puntualmente em cada hum anno no cazo que no fim dos ferias se não distratem a parte prinsipal dos ditos sincoenta mil reis primitindo-o assim elle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo ou seus herdeiros que elels devedores ou seus herdeiros tenhão em suas maons a dita quantia mais digo quantia mais tempo que este dito primeiro anno porque agora por elle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo lhes fora entregue porque não o primitindo assim ficando elles devedores obrigados ou seus herdeiros a distratarem o dito juro todas as vezes que por parte delle dito Reverendo beneficiado ou seus herdeiros lhes for pidido passado este dito primeiro anno como dito fica sem que a parte prinsipal dos ditos sincoenta mil réis lhes possão ser discontados os sobreditos do dito juro porque o fez serião sempre livres e dezembargados para elle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo ou seus herdeiros visto como são avansos e rendimentos do seu dinheiro que agora delle resseberão e foi outrosi contrato lisito e observado em todo este Reino. E a seguransa de tudo diserão elles devedores que se obrigavão como com efeito logo obrigarão por suas pessoas e todos seus beins assim moveis como de rais havidos e por haver de qualquer genero e condissão que sejão e aonde lhes forem achados porquanto a tudo deste dito juro prinsipal e reditos que se forem vensendo disserão que os havião por obrigados e em expessial disserão que obrigavão e ipotecavão a este dito juro e a seus reditos que se fossem vensendo os bens de rais seguintes: Item hum olival que elles devedores tem aonde chamão a Serca da Galga que parte do sul com o lagar de Mathias Lopes Cardozo digo Lopes Cardozo desta cidade e do norte com herdeiros de cama [Fl. 49v] delles devedores, que disserão valeria quarenta mil reis. Huma terra que esta ao Furadouro que parte do norte com herdeiros da cama delles devedores e das mais partes com os mesmos herdeiros que disserão valia trinta mil reis. O que tudo assim disserão estava nos ditos logos em o termo desta dita cidade e que partião mais as ditas propriedades com aquellas comfrontassois e dyvizois com quem de dereito devão e hajão de partir, as quais disserão que obrigavão, hipotecavão a este dito juro e a seus reditos que se forem vensendo por suas, forras, livres, hizentas e dezembargadas sem deverem couza alguma a nenhuma outra pessoa salvo a este dito juro e a seus reditos que se forem vensendo como dito he, pella qual sua fazenda aqui nomiada e pella outra que lhes for achada disserão elels devedores se poderia haver tudo o que deixar de satisfazer sem que hipoteca expissial derrogue a geral dos mais

1724 Dezembro, 10, Leiria - Fólio final do empréstimo de 50 mil réis, a juro de 6,25% ao ano, realizado entre Joaquim Coelho e Maria Rodrigues, sua mulher, do Casal de Mil Homens, com o Reverendo beneficiado José de Figueiredo (Imagem do autor com autorização do Arquivo Distrital de Leiria). seus beins nem pollo contrario. E que pera maior segurança e abastansa desta escritura assim do primcipal como reditos della que se forem vensendo disserão elles devedores que apresentavão ahy por seus fiadores e prinsipais pagadores e fieis depuzitarios a Francisco Alves de Souza e a sua mulher Agueda Maria Henriques moradores no dito Cazal de Mil Homeis termo desta dita cidade que outrosy prezentes estavão pessoas que outrossy [eu] tabalião conhesso pellos quais ambos marido e mulher juntamente e por cada hum delles ahy foy dito perante mim tabalião e das mesmas testemunhas ao diante nomiadas que hera verdade que elels herão contentes e lhes aprazia de serem fiadores e prinsipais pagadores e fieis depuzitarios dos ditos devedores seus irmaons e cunhados Joachim Coelho e da dita sua irmã Maria Rodrigues do mesmo Cazal de Mil Homeis de toda a dita quantia e importansia dos ditos sincoenta mil reis a rezão de juro de seis e quarto por sento e de seus reditos que se forem vensendo para que sendo cazo que elles devedores a tudo não dem inteira satisfação como ficam obrigados tudo se aja e possa haver pellos bens e fazenda delles ditos fiadores ou de seus herdeiros aonde quer que lhes forem achados porquanto a tudo deste dito juro e sua obrigação disserão que os havião por obrigados como fiadores e prinsipais pagadores e fieis depuzitarios delles ditos devedores e que para maior segurança poderia o dito Reverendo beneficiado Joze de Figueiredo ou seus herdeiros haverem seu pagamento de tudo prinsipal e reditos pello milhor modo e bem parado delles ditos devedores ou delles ditos fiadores que qual escolher quizerem para seu pagamento porquanto a tudo disserão assim elles devedores como fiadores que se obrigavão como originarios devedores e para tudo assim huns como os outros pagarem, comprirem e realmente satisfazerem disserão que se desaforavão de juizes de seu foro e de todas as leis, liberdades, privilegios que por sy e em seu favor alegar possão e de nada querem uzar nem chamar antes a todo o contheudo nesta escritura responderem perante o juis de fora desta dita cidade ou quem seu cargo servir que hora e hao diante for e de estarem por seus mandados e sentensas athe todo rialmente pagarem e satisfazerem ainda no cazo que va morar a outra parte fora da sua justiça para o que

poderão ser sitados na pessoa do alquaide da vara desta dita cidade que outrosy hora he e ao diante for e querem e são contentes que pella satisfação se aja e possa haver sentença por que sejão executados sem que de nada do contheudo nesta escriptura possão alegar dereitos nem embargos alguns de nenhuma instansea ainda que seja no cazo de agravo ou apellação ou de revelia e cazo que contra elles queirão vir querem e são contentes [Fl. 50] lhes não sejão rissibidos e lhes seja denegado todo o remedio de dereito the com efeito primeiro depuzitarem toda a dita quantia e seus reditos que se forem vensendo em a mão delle dito Reverendo Beneficiado Joze de Figueiredo ou de seus herdeiros ou quem quizerem passasse a clauzula depuzitaria da ley e na forma da ley que que Sua Magestade que Deos guarda sobre os depozitos mandou publicar da qual por mim tabalião forão adivirtidos em rezão do prejuizo della, a qual me rifiro e de seus conhisimentos e pidimentos nesta nota a escrivi. E que sendo outrosy cazo que faltem com o pagamento na forma que ficão obrigados sendo por esta cauza demandados pagarião a pessoa que andar na arrecadação do dito juro e reditos delle a duzentos réis por dia que venserião do dia da sitassão athe a rial emtrega sem que possão alegar que são mais custas pessoais que aquellas que a Ordenação dispoem. E em fee e tistimunho de verdade assim o disserão e outorgarão, pidirão e asseitarão depos de lhes ser lida esta escritura por mim tabalião prezentes as mesmas testemunhas que disserão por ella em todo e por todo estavão e nella consentião e outorgavão e eu tabalião a asseito pellos auzentes a que tocar possa quanto em dereito devo e posso. E forão testemunhas a todo prezentes que com elles devedores e os fiadores aquy assinarão, meu filho Garsia Antonio que assinou a rogo das dita[s] devedora e fiadora por ellas dizerem não sabião assinar por suas maons, Antonio Carlos de Pinna do Bairro da Fonte Grande desta cidade e Manoel Correia de Misquita do Bairro dos Anjos desta cidade. E eu Manoel de Oliveira de Freitas tabalião de notas que o escrevy. (Assinaturas) A rogo das sobreditas Garsia Antonio. - (Sinal) de Joachim Coelho devedor. - Francisco Alves de Souza. Manoel Correa de Misquita. - Jozeph de Figueiredo.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

. história . Miguel Portela Investigador

Os sinos do Senhor Jesus da Pedra em Óbidos: uma encomenda aos mestres sineiros Anselmo Manuel e António Manuel Introdução Na segunda metade do século XVIII, a Confraria do Senhor Jesus da Pedra, em Óbidos, mandou fabricar a dois importantes mestres sineiros de Santarém – Anselmo Manuel e António Manuel –, três sinos para sua igreja. Presentemente, pouco se conhece sobre estes dois mestres sineiros bem como do contrato desta empreitada artística. Assim, iremos de forma breve e sucinta apresentar elementos que permitem elucidar os leitores sobre esta matéria. Anselmo Manuel: alguns dados genealógicos da sua família Anselmo Manuel filho de Francisco Fernandes e de Luísa Fernandes, natural do Carvalho da freguesia de Santiago de Vila Chã (c. de Ponte da Barca) contraiu matrimónio, em 18 de novembro de 1764, na igreja de S. Nicolau, em Santarém com Margarida Gerarda filha de Francisco dos Reis e de Maria da Esperança natural e batizada na antiga freguesia de Marvila (c. Santarém) (doc. 1). Do casamento de Anselmo Manuel com Margarida Gerarda nasceram os seguintes filhos: Joaquim batizado em 25 de agosto de 1765 na igreja de S. Nicolau, em Santarém (doc. 2); Luísa que foi batizada em 9 de agosto de 1767 na referida igreja (doc. 3); António batizado em 11 de outubro de 1769 na referida igreja, o qual veio a chamar-se António Manuel e foi mestre sineiro (doc. 4); José que foi batizado em 13 de outubro de 1771 na referida igreja (doc. 5); e Ana que foi batizada em 2 de setembro de 1774 na referida igreja (doc. 6). Foi na cidade de Santarém que este mestre sineiro instalou a sua oficina, tendo fabricado inúmeros sinos para capelas, igrejas, mosteiros e conventos um pouco por toda a estremadura. Lembremo-nos que em 1824 foi reparado um sino da torre norte do Palácio Nacional de Mafra chamado “o Bizarro, refundido em Mafra por um artista portuguez chamada Antonio Manuel, no reinado do senhor D. João VI, como consta da inscripção – REPARATO SALUTIS ANNO IMPERANTE JOANNE VI FIDELISSIMO REGE DOMINO NOSTRO MDCCCXXIV – ANTONIUS EMMANUELIS SCALABI NATUS FECIT” (GOMES, Joaquim da Conceição – Monumento de Mafra. Idéa geral da sua origem e construcção e dos objectos mais importantes

que o constituem. Segunda Edição correcta e augmentada com muitas notas e com uma Notícia de Cintra, seus Edificios e Arredores. Lisboa: Imprensa Nacional, 1871, pp. 20). Os sinos da igreja do Senhor Jesus da Pedra Em 14 de março de 1791 foi lavrado pelo tabelião José Garcia Botelho da vila de Óbidos a escritura de contrato de obrigação da feitura dos sinos para o Senhor Jesus da Pedra ajustados aos mestres sineiros Anselmo Manuel e António Manuel (doc. 7). Reconhecemos que por parte de Anselmo Manuel e seu filho António Manuel foi dito que eles “tinham justo e contratado com a Meza da Confraria do Senhor Jezus da Pedra extramuros desta villa a fazerem e fundirem tres sinos para a Igreja do dito Senhor Jezus da Pedra”, ficando registado que “o mayor vinte arobas, o segundo quinze, e o terçeiro chamada a sineta cinco arobas com pouca diferença delles, e isto pello preço de duzentos e outenta reis por cada aratel, e de tomarem os sinos velhos em desconto a rezam de cento e sessenta reis por cada aratel”. Obrigaram-se os ditos mestres a entregar os sinos perfeitos e acabados até “os fins do prezente mez com pouca diferença de sorte que se possam apromptar para tocarem no dia da Festividade do mesmo Senhor que hade ser a tres de mayo do corrente de tal sorte que os ditos sinos novos fiquem sem falha ou defeito algum”. Em síntese Com os elementos aqui expostos revelámos mais uma página pouco conhecida da história do Senhor Jesus da Pedra, no caso concreto da empreitada de fabrico de três sinos pelos mestres escalabitanos Anselmo Manuel e António Manuel.

APÊNDICE DOCUMENTAL DOCUMENTO 1

1764, novembro, 18, Santarém [S. Nicolau] – Registo de casamento de Anselmo Manuel com Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Casamentos de S. Nicolau – Santarém [1745-1773], Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 1768/SGU, assento n.º 1, fl. 114. < Anselmo Manoel e Margarida Gerarda > Aos dezouto dias do mes de novembro de mil e setecentos e secenta e quatro annos nesta Parochial Igreja de S. Nicolao da villa de Santarem; corridos os banhos sem empedimento algum feito tudo o mais que dispõem o Sagrado Consilio Terdentino e Constituições do Patriarchado em minha prezensa e das testemunhas abaicho nomeadas e asignadas se receberão com palavras de prezente por marido e molher Anselmo Manoel filho legitimo de Francisco Fernandes e de sua molher Luiza Pereira do lugar do Carvalho, freguezia de S. Thiago da villa de Cham de Montanha, Comarcha de Villa Real, Arcebispado de Braga ahonde o contraente foy baptizado e agora asistente na villa de Santarem ahonde se desobrigou as Quaresmas próximas pasadas e as antecedentes na cidade de Lisboa o que mostrou por denunciasõins despensadas algumas pello Emmenentissimo de Reverendissimo Senhor Cardial Patriarcha; com Margarida Gerarda filha de Francisco dos Reis e de sua molher Maria da Esperança natural e baptizada na freguezia de Nossa Senhora de Maravilla desta mesma villa ahonde foy baptizada e se desobrigou todas as Quaresmas pasadas exseto a de secenta e quatro que foy nesta freguezia sendo a tudo prezentes por testemunhas que comigo asignarão alem de outras muintas Francisco dos Reis e Jozé da Costa todos moradores nesta villa em fé de que fis este asento que asignei hoje dia, mes e era ut supra. (a) O Prior António de Sequeira e Padua (a) Francisco dos Reis (a) De Joze + da Costa

DOCUMENTO 2

1765, agosto, 25, Santarém [S. Nicolau] – Registo de batismo de Joaquim filho de Anselmo Manuel e de sua esposa Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Batismo de S. Nicolau – Santarém [1760-1777], Cópia em microfilme. Portugal, Torre

Vista geral da “Capela do Senhor da Pedra” em Óbidos. Postal ilustrado do início do século XX.

do Tombo, mf. 1767/SGU, assento n.º 1, fl. 93. Aos vinte e sinco dias do mes de agosto de mil e setecentos e secenta e sinco annos nesta Parochial Igreja de São Nicolao da villa de Santarem baptizei e pus os Santos Olleos a Joaquim filho de Anselmo Manoel e de sua molher Margarida Gerarda moradores nesta freguezia. Forão padrinhos Nicolao de Brito Cardozo asistente na freguezia do Salvador desta mesma villa e por devoção Nosa Senhora da Conceição em fé de que fis este acento que asignei hoje dia, mes, e era ut supra. (a) O Prior António de Sequeira e Padua

DOCUMENTO 3

1767, agosto, 9, Santarém [S. Nicolau] – Registo de batismo de Luísa filha de Anselmo Manuel e de sua esposa Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Batismo de S. Nicolau – Santarém [1760-1777], Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 1767/SGU, assento n.º 4, fls. 126-126v. Aos nove dias do mes de agosto de mil e setecentos e secenta e sete annos nesta Parochial Igreja de São Nicolao da villa de Santarem baptizei e pus os Santos // [fl. 126v] os Santos Olleos a Luiza filha de Anselmo Manoel e de sua molher Margarida Gerarda moradores nesta freguezia. Forão padrinhos João Ferreira e sua molher Luiza Jgnacia Roza e tocou com procuração sua Joze dos Reis Cabral Tizoureiro da Mizericordia morador na freguezia do Salvador e os padrinhos nesta de São Nicolao. Em fé de que fis este acento que asignei hoje dia, mes e era ut supra. (a) O Prior António de Sequeira e Padua

DOCUMENTO 4

1769, outubro, 11, Santarém [S. Nicolau] – Registo de batismo de António filho de Anselmo Manuel e de sua esposa Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Batismo de S. Nicolau – Santarém [1760-1777], Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 1767/SGU, assento n.º 2, fls. 176. Aos onze dias do mes de outibro de mil e setecentos e secenta e nove annos nesta Parochial Igreja de São Nicolao da villa de Santarem baptizei, e pus os Santos Olleos a António filho de Anselmo Manoel e de Margarida Gerarda moradores nesta freguezia. Foi padrinho António Manoel Leite Pacheco Malheiro e Mello morador

na freguezia de Alcassova e tocou por procuração sua o Padre Jozé de Oliveira Peixoto, em fé de que fiz este acento que asignei hoje, dia, mes, e era ut supra. (a) O Cura Manoel Tristão Collaço

DOCUMENTO 5

1771, outubro, 13, Santarém [S. Nicolau] – Registo de batismo de José filho de Anselmo Manuel e de sua esposa Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Batismo de S. Nicolau – Santarém [1760-1777], Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 1767/SGU, assento n.º 4, fl. 204. Aos treze dias do mes de outubro de mil seteçentos e setenta e hum annos nesta Parochial Igreja de São Nicolao da villa de Santarem baptizei e pus os Santos Olleos a Joze filho de Anselmo Manoel e de sua molher Margarida Gerarda moradores nesta freguezia. Forão padrinhos Garsia Jozé da Silva morador na freguezia de Santa Iria da Rebeira desta mesma villa e Maria da Conseição da freguezia de São Nicolao e tocou com procurasão sua seu conhado Jozé da Costa tãobem desta mesma freguezia, em fé do que fis este acento era ut supra. (a) O Prior António de Sequeira e Padua

DOCUMENTO 6

1774, setembro, 2, Santarém [S. Nicolau] – Registo de batismo de Ana filha de Anselmo Manuel e de sua esposa Margarida Gerarda. A.N.T.T., Livro de Batismo de S. Nicolau – Santarém [1760-1777], Cópia em microfilme. Portugal, Torre do Tombo, mf. 1767/SGU, assento n.º 1, fl. 254v. Aos dous dias do mes de septembro de mil, setecentos setenta e quatro annos nesta Parochial Igreja de São Nicolao da villa de Santarem de licensa minha o Padre António Machado de Carvalho baptizou e pos os Santos Oleos a Anna filha de Anselmo Manoel e de sua molher Margarida Gerarda moradores nesta freguezia. Forão padrinhos Henrique Manoel morador na freguezia da Louriseira, e tocou com procuração sua Pedro Jozé Nolasco morador nesta mesma freguezia, e por devoção a Senhora Santa Anna. Em fé de que fis este acento que asignei, hoje dia, mes e era ut supra. (a) O Prior António de Sequeira e Padua

DOCUMENTO 7

1791, março, 14, Óbidos – Escritura de contrato de obrigação da feitura dos sinos para a igreja do Senhor Jesus da Pedra ajustados a Anselmo Manuel e a seu filho António Manuel moradores em Santarém. Arquivo Distrital de Leiria, Livro notarial de Óbidos [1788-1798], do tabelião José Garcia Botelho, Dep. V-93-D-5, fls. 126v-127. Escriptura de ajuste e obrigação que fizerão Anselmo Manoel e seo filho Antonio Manoel da Ventena digo Antonio Manoel da villa de Santarem com a Meza do Senhor Jezus da Pedra extramuros desta villa sobre a factura dos sinos da mesma Igreja do Senhor Jezus da Pedra. Em nome de Deos Amen. Saibam quantos este publico instromento de escriptura de ajuste, contrato, e obrigaçam ou como em Direito melhor se possa dizer e mais valer virem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil seteçentos noventa e hum annos aos quatorze dias do mez de março do dito anno em

esta nobre villa de Obidos e escriptorio de mim Tabaliam ao diante nomeado apareceram partes prezentes, e outorgantes a saber de huma Antonio Joze de Faria como Procurador da Meza da Confraria do Senhor Jezus da Pedra extramuros desta villa, e da outra parte Anselmo Manoel, e seo filho Antonio Manoel moradores na villa de Santarem, logo ahi pellos ditos Anselmo Manoel, e seo filho Antonio Manoel me foi dito na prezença das testemunhas abaxo nomeadas e assignadas que elles tinham justo e contratado com a Meza da Confraria do Senhor Jezus da Pedra extramuros desta villa a fazerem e fundirem tres sinos para a Igreja do dito Senhor Jezus da Pedra com as clauzulas, condiçõens e obrigaçõens seguintes a saber // que os referidos tres sinos terá o mayor vinte arobas, o segundo quinze, e o terçeiro chamada a sineta cinco arobas com pouca diferença delles, e isto pello preço de duzentos e outenta reis por cada aratel, e de tomarem os sinos velhos em desconto a rezam de cento e sessenta reis por cada aratel, os quaes sinos novos se obrigam a dalos perfeitos e acabados the os fins do prezente mez com pouca diferença de sorte que se possam apromptar para tocarem no dia da Festividade do mesmo Senhor que hade ser a tres de mayo do corrente de tal sorte que os ditos sinos novos fiquem sem falha ou defeito algum e que todas as despezas da factura dos ditos sinos e acomodação delles elles tres sera tudo a sua custa e por conta delles mesmos Mestres, cujo contrato, e obrigaçam se obrigam cumprir, e asseitão debaxo da obrigaçam de to- // [fl. 127] de todos os seus bens moveis e de raiz prezentes e futuros, e que sendo cazo que por falta do cumprimento deste ajuste e contrato se mova demanda ou letigio querem responder no Juizo Geral desta villa perante o Doutor Juiz de Fora della que hoje hé e ao tal tempo for para o que renunciavam o Juizo de seo foro, terra ou lugar onde viverem, e seos domiçilios tiverem, e todos os mais seos privilegios, leis e liberdades, ferias geraes e expeciaes e tudo o mais que em seo favor seja e allegar possão porque de nada se querem valer, nem ajudar senam em tudo muito inteiramente cumprir e guardar esta escriptura e suas clauzulas na forma que nella se declara, e logo pello dito Procurador da Meza da dita Confraria do Senhor Jezus da Pedra foi dito que em nome da dita Meza, e rendas da mesma Confraria se obrigava á satisfaçam da dita obra no cazo que ella se effectue como asima se declara; e em fé e testemunho de verdade assim o outorgaram, pediram e aceitaram, e mandaram fazer este instromento nesta minha Nota para della serem dados os traslados necessarios que pediram, e aceitaram, e eu Tabaliam por quem tocar auzente tanto quanto em Direito o devo e posso fazer sendo a tudo prezentes por testemunhas que assignaram com os ditos outorgantes depois de por mim Tabaliam lhes ser lida a prezente escriptura que houveram por boa António Januário Nunes dos Reis, e António Jozé Baptista ambos moradores nesta villa que aqui assignaram com os ditos outorgantes de seos signaes costumados que dou fé estarem prezentes e eu Jozé Garcia Botelho Tabalião que o escrevi. (a) Antonio Jozé de Faria (a) Ancelmo Manoel (a) Antonio Manoel (a) Antonio Januario Nunes dos Reis (a) Antonio Joze Baptista


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sugestões de leitura

Paulus Editora . Espiritualidade . À venda em www.paulus.pt Samaritanus Bonus – Sobre o cuidado das

pessoas nas fases críticas e terminais da vida Congregação para a Doutrina da Fé

A Congregação para a Doutrina da Fé apresenta neste documento a posição da Igreja que afirma o sentido positivo da vida humana como um valor já perceptível pela recta razão, que a luz da fé confirma e valoriza na sua inalienável dignidade. Não se trata de um critério subjectivo ou arbitrário; trata-se ao contrário de um critério fundado na dignidade natural inviolável – enquanto a vida é o primeiro bem, porque condição para a fruição de qualquer outro bem – e na vocação transcendente de cada ser humano, chamado a compartilhar o Amor trinitário do Deus vivo: «o amor muito especial que o Criador tem por cada ser humano “confere-lhe uma dignidade infinita”». O valor inviolável da vida é uma verdade basilar da lei moral natural e um fundamento essencial da ordem jurídica. Assim como não se pode aceitar que um outro homem seja nosso escravo, mesmo se no-lo pedisse, do mesmo modo não se pode escolher directamente atentar contra a vida de um ser humano, mesmo se este o requeresse.

Vimos do mar e da montanha (livro+CD) Alfredo Teixeira João Andrade Nunes

O conjunto de criações musicais que aqui se coligem tem uma característica saliente. Trata-se de música que transporta uma experiência comunitária. Primeiramente, porque quase todos estes cânticos, hinos ou aclamações atravessaram a experiência de diferentes comunidades crentes, habitaram a oração de diversos grupos, transportando, assim, a vida partilhada de todos os que lhes deram voz e ouvido (ou seja, corpo). Mas, também, porque transportam a experiência de músicos que, estando habituados a desenvolver a sua actividade em contextos profissionais, descobrem no ambiente celebrativo cristão um lugar de hospitalidade para viver uma outra experiência espiritual e musical. Trata-se de um projecto que procura conciliar, de forma criativa, a qualidade artística com as exigências próprias da música escrita para a liturgia das comunidades. Conta com a participação de músicos, com experiência profissional, que desenvolvem a sua actividade a partir da paróquia de São Tomás de Aquino.

O Principezinho

para gente pequena e grande Redescoberto por Anselm Grün

Desde a sua primeira publicação em 1943, O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, encantou os leitores, apesar – ou talvez por causa! – das suas críticas ao mundo dos adultos. Crianças e adultos continuam a retornar a esta história e lançam-se numa curiosa viagem ao pequeno e distante asteróide B-612 em busca do seu habitante mais famoso, até o encontrarem aqui na terra para usufruírem das suas lindas histórias e amizade. Nesta nova edição sumptuosamente ilustrada, os episódios mais importantes do original são seguidos de comentários de Anselm Grün, nos quais o monge e sacerdote interpreta a história do seu ponto de vista espiritual, iluminando as muitas referências ao Novo Testamento e a Jesus. Desta forma, os leitores encontrarão uma perspectiva totalmente nova na leitura do texto.

O Senhor nasceu para nós

‑ O Natal com Papa Francisco

Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é a Palavra de Deus que Se fez carne. É o Senhor que nasceu para nós! Papa Francisco deixa para todos uma mensagem especial de ternura na encarnação da Palavra na pobre humanidade pecadora e ferida. Em tempos de pandemia, este livro é um suspiro de beleza e nobreza que emanam da fragilidade de uma divina criança, envolta em faixas, em uma manjedoura, que nasceu em Belém, na Judeia, mas que nasce todos os dias em cada coração. Este Pequenino é Palavra mais luminosa do que o sol, encarnada num pequenino filho de homem, Jesus, luz e Senhor do mundo. Com “O Senhor Nasceu para nós”, o leitor irá acompanhar um pensamento do papa Francisco do dia 25 de Dezembro à Epifania do Senhor. É uma excelente leitura, mesmo já depois do tempo natalício…

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Poder – Uma força sedutora Anselm Grün

Para muitas pessoas, a Igreja é sinónimo de poder, mas, muitas vezes, aqueles dentro da Igreja não conseguem perceber o que é, de facto, a sua autoridade. Neste livro, o padre Anselm Grün explora as relações entre a Igreja e o poder e como essas justaposições frequentemente levam a abusos. Mas este padrão de comportamento ou consciência vai além dos círculos eclesiais, alcançando também o nosso ambiente pessoal, incluindo famílias, amigos e relacionamentos. O autor também explora os aspectos espirituais e psicológicos do poder e dá pistas sobre como usar esse “poder” para o bem de todos e a fazer com que a energia sedutora da autoridade sirva para fins morais. O resultado é uma abordagem cuidadosa e consciente da influência e do status.

Um acontecimento na vida do homem Luigi Giussani

Este é o quarto volume da série “Cristianismo à Prova”, com as lições de Don Giussani nos Exercícios Espirituais da Fraternidade de Comunhão e Libertação. O fundador do CL sublinha fortemente a natureza do Cristianismo: o acontecimento de Deus que se faz carne, que se torna homem, e que irrompe assim na existência histórica e concreta do Homem. Assim se pode compreender o alcance que o cristianismo tem na vida humana, mesmo numa época de profunda confusão e solidão como é a nossa. Neste contexto, o acontecimento de Cristo propõe-se como novidade que alcança os homens e as mulheres do nosso tempo através de um encontro humano que ilumina e muda radicalmente a vida, transformando-a numa experiência de irredutível positividade e em última instância de alegria.

«Sou Feliz, Feliz, Feliz» Ricardo Figueiredo

Se a meta da pessoa humana é alcançar a felicidade, não obstante os obstáculos da vida e as incertezas do caminho, neste livro apresenta-se a história da vida e o testemunho dessa “felicidade” que encontrou a jovem religiosa irmã Clare Crockett que, «nos dias de hoje, nos mostra que é preciso dizer aos jovens que é possível ser-se feliz, pertencendo a Jesus e vivendo uma vida totalmente entregue fora da lógica do mundo. O “tudo ou nada” que vivia a irmã Clare lembra-nos a vitalidade e radicalidade a que cada jovem é chamado; serve de antídoto a esta sociedade sedentária e acomodada ao bem-estar egocêntrico, lembrando a sede de Deus que desperta o desejo de mudar tudo para ser pertença d’Aquele que é Todo para nós e em nós».

A Bíblia do princípio ao fim Alberto de Mingo Kaminouchi

A Bíblia é para nós, crentes, num sentido fundamental, a nossa história. Num outro sentido, também faz parte da história dos que partilhamos uma cultura que, com o calor da fé, ressurgiu das cinzas do mundo antigo, no Ocidente europeu, durante os séculos da Idade Média. Convido-vos a iniciar uma viagem, numa dupla trajectória, tal como a Bíblia está dividida: em Antigo e Novo Testamento. Ambos são testemunhas do assombro de homens e mulheres que afirmam ter sido chamados pelo Criador. Espero que, juntos, possamos, também nós, entrar em contacto com este Mistério cuja revelação desencadeou a maior aventura que o ser humano pôde imaginar. – O autor.

A viagem de Jacinta Marto Carla Barbosa Rocha

Gostas de viajar? Sabes que hoje em dia não é nada como antigamente, e se calhar já ouviste várias vezes os teus pais ou os teus avós dizerem: antigamente é que era bom… Olha que não. Com esta viagem especial vais ver que tudo mudou, e vais conhecer a vida de uma menina muito especial e que fez uma viagem mais especial ainda. Trata-se da pastorinha Jacinta Marto, vidente de Fátima, que fez a sua última viagem… a Lisboa. Vamos com ela nesta aventura?

Génese

Robin Cook Bertrand Editora A Morte é só o início. Quando o corpo da assistente social de 28 anos Kera Jacobsen aparece na mesa de autópsias da médica-legista Laurie Montgomery, no Instituto de Medicina Legal de Nova Iorque, tudo leva a crer que foi vítima de uma trágica overdose. Porém, para Laurie e a sua nova interna de Patologia, a brilhante mas enigmática doutora Aria Nichols, há pormenores que não se encaixam numa overdose. A família e amigos de Kera garantem que ela nunca consumiu drogas. Os administradores do hospital onde Kera trabalhava insistem para que o caso seja abafado. E, apesar de Kera estar grávida de dez semanas, ninguém parece saber quem é o pai – e se ele possui a chave para os últimos momentos de Kera. E quando a melhor amiga de Kera e também sua colega é assassinada, a necessidade de respostas torna-se ainda mais urgente. Claramente, há alguém que não quer que o segredo de Kera seja revelado… e se Aria se aproximar mais da verdade, ela e Laurie podem ser os próximos alvos do assassino. À venda em www.bertrandeditora.pt.

Como aprendi a compreender o mundo Hans Rosling Temas e Debates

Eis as memórias, comoventes e divertidas, de Hans Rosling, génio sueco da estatística, extraordinário investigador e co-autor do bestseller global “Factfulness”, com Ola Rosling e Anna Rosling Rönnlund. Foram os factos que o ajudaram a explicar a maneira como o mundo funciona. Mas foram a curiosidade, a empatia e o empenho que fizeram de Hans Rosling (1948-2017) um dos mais populares investigadores do nosso tempo. “Como Aprendi a Compreender o Mundo” é a história, contada pelo próprio Hans Rosling, de como se tornou um pensador revolucionário. O seu relato transporta-nos do calor sufocante das urgências de um hospital em Moçambique ao Fórum Económico Mundial em Davos. Em colaboração com a jornalista sueca Fanny Härgestam, Hans Rosling escreveu esta memória com a mesma alegria do comunicador que fazia o mundo inteiro parar para o ouvir. O seu principal legado – a importância de um conhecimento do mundo baseado em factos – nunca foi tão premente como hoje. À venda em www.temasedebates.pt.

Sentir & Saber António Damásio Temas e Debates

De um dos mais eminentes neurocientistas mundiais, um novo, sucinto e luminoso livro, totalmente dedicado à investigação do fenómeno da consciência e à sua relação com a vida. Nas últimas décadas, numerosos filósofos e cientistas cognitivos têm debatido a consciência como se fosse uma questão à parte, dando-lhe um estatuto especial, o de problema único, não apenas difícil de investigar, mas insolúvel. Porém, António Damásio está convencido de que as mais recentes descobertas da Neurobiologia, da Psicologia e da Inteligência Artificial nos facultam as ferramentas necessárias para solucionar este mistério. Este é um guia indispensável para a compreensão da consciência, essa capacidade humana fundamental que informa – e transforma – o modo como experienciamos o mundo que nos rodeia e a nossa percepção do lugar que nele ocupamos. Um livro brilhante, para deleite dos seus leitores fiéis e que fará com que outros possam conhecer o seu pensamento ficar a admirá-lo a partir de agora. À venda em www.temasedebates.pt.

Uma vida no nosso planeta David Attenborough Temas e Debates

Sir David Attenborough é, provavelmente, o naturalista mais reconhecido mundialmente, graças às mais de sete décadas como divulgador de ciência e da vida animal na televisão. Ao longo dos seus 94 anos, foi testemunha do declínio em espiral da biodiversidade, consequência da sobre-exploração dos recursos naturais do planeta. Este livro é o seu testemunho, memória de um mundo que já não existe, mas também a sua visão para o futuro, onde a Humanidade passará a ser a guardiã atenta da Terra e a extraordinária resiliência da natureza resgatará a sua biodiversidade. A obra acompanha um documentário com o mesmo título que estreou na Netflix em Outubro de 2020. É em parte um livro de memórias e em parte um alerta para o declínio dos lugares selvagens do nosso planeta e da sua biodiversidade. Uma leitura fascinante, chocante e assustadora, mas ao mesmo tempo uma mensagem de esperança no futuro, num discurso que nos prende da primeira à última linha, claro e de fácil compreensão. À venda em www.temasedebates.pt.


sugestões de leitura • 29

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Montanha distante

Avé-Marias

Um passageiro reservado entra no táxi de um motorista curioso. As circunstâncias do passageiro intrigam o condutor mais do que seria profissionalmente aceitável. O que se segue é uma aventura automobilística num universo distópico; a história de um encontro-desencontro amoroso num cenário de opressão política, longe de ser previsível. Algures entre a ficção científica, o thriller, a sátira distópica e o conto de fadas contemporâneo, Montanha Distante é um retrato e um auto-retrato. Um mundo alternativo que não deixa de ser, também, aquele em que vivemos. António Ladeira nasceu na Cova da Piedade, em 1969, e viveu em Portugal até 1993. Licenciado em «Estudos Portugueses» e doutorado em «Línguas e Literaturas Hispânicas», é professor de literaturas lusófonas e director do programa de português da Texas Tech University, nos Estados Unidos. Depois de cinco livros de poesia, letras de músicas e alguns livros de contos editados em Portugal, Brasil e Colômbia, este é o seu primeiro romance. À venda em www.onyva.pt.

Inesperado, tendo em conta o percurso do autor, mas bem ao seu estilo, Avé-Marias é um olhar sobre as mulheres reais e os seus papéis ao longo da História tendo como ponto de partida aquele que é o texto fundamental em que se baseia cultura ocidental: a Bíblia. Votadas desde a Antiguidade ao silêncio e limitadas à reprodução e às actividades domésticas, ao longo da História as mulheres foram sempre remetidas para a sombra. Segundo Hernâni Carvalho, acontece o mesmo na Bíblia, onde vê a mulher, essencialmente, como amante, esposa e mãe, um papel na vida familiar, dependente do marido ou do pai na vida social, económica, política e religiosa. Um lugar, portanto, secundário, acessório, carregado de deveres e sem direitos. Neste livro, olha essas mulheres que por vezes desempenharam papéis determinantes e acabaram retratadas como meras espectadoras, convidando a uma reflexão sobre o tratamento subalterno que ainda hoje, séculos e séculos depois, se dá às mulheres em muitos lugares. À venda em www.contrapontoeditores.pt.

Estação

Por onde aquele rio corre

O livro “Estação”, pela On y va, recupera poemas que foram publicados no DN Jovem entre 1984 e 1989 por José Carlos Barros, que os escreveu entre os 16 e os 25 anos de idade. Esses poemas tornaram-no o mais destacado e premiado colaborador do suplemento na área de poesia. Os livros de poemas que José Carlos Barros publicou nas décadas seguintes, quase uma dezena, foram apenas a confirmação do encanto de uma voz tão singular na poesia portuguesa. José Carlos Barros nasceu em Boticas em 1963. Licenciado em Arquitectura Paisagista pela Universidade de Évora, foi director do Parque Natural da Ria Formosa. Além dos livros de poesia, é autor de dois romances. Foi distinguido com vários prémios literários. Vive no Algarve, em Vila Nova de Cacela, desde finais dos anos oitenta. “Um verso é o que procuro ainda entre a luz e a cor dos teus cabelos”, escreve. À venda em www.onyva.pt.

«Estes portugueses não eram turistas, que já por ali viajavam nesse tempo, mas também eles se maravilharam com aqueles grandes espaços planos de amplo horizonte, também eles apreciaram observar toda aquela vida selvagem». Sílvio A. Abrantes recorda a sua chegada ao Congo Belga em meados do século XX. A experiência de emigração, que viveu com a mãe e com os seus seis irmãos, é agora recordada neste livro, que é mais do que uma colecção de memórias; é um documento histórico que recorre a dezenas de fotografias, um breve glossário toponímico, uma cronologia histórica e ainda uma lista de seus conterrâneos que nasceram, viveram ou trabalharam na actual República Democrática do Congo. Nele cabem os desafios de uma família portuguesa em adaptação a uma nova realidade, mas também os acontecimentos sociais e políticos que marcaram aquele período, entre os quais, os tumultos de 1959, a independência (1960), a Revolta dos Simbas (1964) e a zairização de Mobutu (1973). À venda em www.guerraepaz.pt.

António Ladeira Editora On y va

José Carlos Barros Editora On y va

O cão atravessa a cidade António Manuel Venda Editora On y va

Este livro reúne 25 poemas que são, ao mesmo tempo, 25 histórias. Primeira incursão de António Manuel Venda na poesia, mostra-nos um universo muito próximo daquele que o autor privilegiou na sua escrita em prosa durante mais de duas décadas. Percebe-se o fascínio pelo sul, pelas montanhas que lembram dinossauros diante do mar, por monstros e fantasmas que surgem com a noite, por flores capazes de tantos prodígios, pelos animais que parecem os verdadeiros senhores da terra. E percebe-se, sobretudo, o fascínio pela surpresa, pela súbita transformação, algo capaz de fazer do nada aparecer um gigante do fogo, um comboio de sorrisos ou uma bruxa nem boa nem má. Como se à distância de um verso se possa contar com uma dimensão em que tudo é simplesmente possível. “(…) o cão atravessa a cidade como se fosse numa das duas montanhas do meu país do sul (…)”, escreve. À venda em www.onyva.pt.

Barlavento

Luís António dos Santos Editora On y va A publicação viu a luz do dia em 1943 e apresenta-se em trajes modernistas, com uma escrita sintética incomum. Se encararmos a capa original, assinada por alguém denominado Otelo, como o cartaz consciente do produto velado por detrás dela, dir-se-ia estarmos perante uma obra de traje modernista, em linhas depuradas e estilo minimalista. A verdade é que há uma continuidade entre a capa e a escrita. Forçando a comparação, tal como a capa transmove de forma depurada a tradicional chaminé algarvia, também o escritor, de forma inovadora, interpreta certo conservadorismo de valores. Estilisticamente, impera a frase curta e com pouca avaliação sentimental, quadro quase assético para a exposição dos acontecimentos, quase sem concessões líricas ou psicanalíticas. A sintaxe roça a linguagem telegramática, num toque minimal pouco frequente nas letras portuguesas. – Excerto do prefácio de David Roque. Esta nova edição surge na comemoração dos 500 anos da criação de Ferragudo. À venda em www.onyva.pt.

ásio « A leitura é o geinnte » da m

Hernâni Carvalho Contraponto

Sílvio A. Abrantes Guerra e Paz Editores

O fim dos tempos Sylvia Browne Pergaminho

Todos nós tememos as catástrofes que assolam a humanidade. As constantes notícias sobre atentados terroristas, instabilidade política e económica, desastres ambientais e novas doenças e pandemias podem levar-nos a perguntar se estaremos a testemunhar o fim do mundo. Neste livro, a célebre médium Sylvia Browne ajuda-nos a não temer o fim dos tempos. Demonstrando que o conhecimento é poder, analisa a forma como diversos povos e religiões consideram o fim do mundo, bem como as antigas crenças sobre o Juízo Final e as previsões de profetas de diversas tradições. Abordando temas potencialmente assustadores com clareza, sabedoria e serenidade, responde a perguntas como: O que nos aguarda nos próximos cinquenta anos? Que sentido têm as profecias de Nostradamus e do Apocalipse? O que acontecerá nos nossos momentos finais? Uma leitura fascinante e perspicaz, ideal para todos aqueles que já se perguntaram o que o futuro nos reserva e o que podemos fazer para impedir uma catástrofe. À venda em www.pergaminho.pt.

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e trinta e oito a folhas cento e trinta e nove verso, do Livro Duzentos e Cinquenta e Nove - B, deste Cartório. Manuel Magalhães Monteiro Cerejo, NIF 147 728 363, solteiro, maior, natural da freguesia e concelho da Batalha, residente na Estrada da Cela, nº 23, Brancas, Batalha, declara que com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor, de um oitavo indiviso do prédio rústico, composto de terra de semeadura, com a área de três mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Cancelas, freguesia e concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número mil quatrocentos e oito/Batalha, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 9046, com o valor patrimonial para efeitos de IMT €175,29. Que, adquiriu o referido direito no prédio, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por doação verbal de José Monteiro Cerejo e mulher Maria Ribeiro de Magalhães, atualmente falecidos, residentes que foram em Brancas, Batalha; Que, sendo esta uma transmissão meramente verbal, não dispõe o justificante de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entrou na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possui o referido direito no prédio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de proprietários plenos, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriu o referido direito predial por usucapião. Batalha, vinte e um de janeiro de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes, Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Golpilheira, edição n.º 265, 25.01.2021

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quarenta e duas a folhas cento e quarenta e três, do Livro Duzentos e Cinquenta e Oito - B, deste Cartório. José Santos Gomes Tomaz, NIF 173 377 076 e mulher Celeste da Conceição Ribeiro, NIF 199 812 411, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, onde residem na Estrada de São Mamede, nº 20, no lugar de Vale de Ourém, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto de terra de cultura, oliveiras e mato, com a área de três mil novecentos e trinta e três metros quadrados, sito em Vale Ourém, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, a confrontar de norte com Célia Maria Ribeiro Tomás, de sul com Celeste da Conceição Ribeiro, de nascente com Estrada de Santo António e Herdeiros de José Gomes Mateus e de poente com Delfim Carreira Ribeiro e Matilde dos Santos Mendes, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 16368, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e atribuído de €542,46. Que o outorgante marido adquiriu o identificado prédio no ano de mil novecentos e trinta e nove, por partilha verbal por óbito de seu pai Alípio Gomes Tomaz, residente que foi no mencionado lugar de Vale de Ourém, sem que no entanto ficasse a dispor de título formal, mas desde logo entraram na posse e fruição do dito prédio. Que em consequência daquela partilha verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, vinte e oito de dezembro de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes, Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Golpilheira, edição n.º 265, 25.01.2021

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g . . a . l d a l u a t rn ac o e j r . p w m w e w ... s do u t a b i sa


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poesia/ /obituário

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

Eu poeta me confesso

. Poesia . Passos de Vida

Venho humildemente confessar-me... sou poeta. Venho humildemente pedir desculpa, estou possuído pela Poesia. Se isto é loucura, eu louco me confesso. Se isto é perdição...estou perdido pela poesia. Se isto é sofrer...não há Cruz melhor. Se isto é amar...amo-te poesia... Se escrever é amar a literatura... perdoa-me poesia que sou promíscuo. Ser poeta é dançar Tango com a poesia. Ser poeta é ter uma Valsa de Viena de Áustria com a prosa. Ser poeta é ouvir Mozart e nunca esquecer Vivaldi. Ser poeta é amar o que não vemos. Ser poeta é sentir, Deus dentro de nós. Ser poeta é ter vós ao pé de mim...sem nunca vos conhecer. Ser poeta é ter orgasmos de prazer...no escrever. Ser poeta é somente ser feliz, mas somente ser feliz... na infelicidade que poucos nos entende. Vaz Pessoa

. obituário . AGRADECIMENTO

Quitéria Carreira Domingos Bernardo

N. 09-03-1923 • F. 05-01-2021 Seus sobrinhos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm desta forma agradecer todo o apoio nesta altura de dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua ente querida à sua última morada, esperando que descanse em paz junto dos seus que já partiram. A todos, muito obrigado. “Aqueles que amamos nem sempre estão junto a nós, mas nunca saem do nosso coração”

apoio/divulgação

À memória de Manuel Carreira Almeida Rito, diretor-adjunto do Jornal da Golpilheira Marcam-nos a diferença de pessoa para pessoa temos como sentença algo que não nos perdoa. Todos nós damos um valor ao valor que damos em vida por isso sentimos a dor da partida com saudade dedicação e amor. O grande amigo Manel fez a sua entrega quase total era o seu enorme fel com atenção para não deixar mal. A sua humildade e honestidade será com dignidade recordada no que resta marca saudade porque de vida já não há nada. A sua extrema competência, dela apenas ficou um triste vazio continuamos na inocência porquê rever um lugar tão frio.

Marcações, reservas e take-away:

244 766 709 244 768 568

Um homem de valor que deixou exemplos de vida palavras escritas com dor sentimentos sentidos na sua partida. José António Carreira Santos, Marinha Grande (colaborador) PS. Sentidos pêsames à sua extremosa família, companheiros do jornal e amigos. 23-08-2020.

AGRADECIMENTO AGRADECIMENTO

Laura Paula Vieira

N. 27-03-1931 • F. 11-01-2021 Seus filhos, Maria Isabel Grosso Valério, Margarida Vieira Grosso de Matos e Paula Maria Vieira Grosso Lucas, genros, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todo o apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. “Aqueles que amamos não morrem... Apenas partem antes de nós…”

AGRADECIMENTO

João do Fetal Gomes Prior

José Henriques Grosso

N. 03-07-1939 • F. 01-02-2021

N. 25-06-1926 • F. 29-01-2021

Sua esposa, filhos, genros, nora, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

Sua esposa, filhos, noras, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

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OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

. Tintol & Traçadinho .

. telefones úteis . 112

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

a fechar • 31

244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 769 101 244 765 497 244 764 080 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

Finalmente, está a chegar a vacina contra a covid!!! Já viste se pertences ao grupo de “prioritários”?...

Não. Eu pertenço ao grupo dos “vai tu primeiro, que eu vou lá ter”...

Confinabar

.fotodestaque. DR Não!

Todos sabemos que não há sistemas perfeitos. Todos sabemos que há coisas que deviam funcionar melhor e que os serviços que pagamos nos parecem sempre demasiado caros para a qualidade que têm. Todos podemos exigir mais e melhor. Mas não há nada que justique isto. Se não há condições para depositar o lixo, façamos chegar uma reclamação aos serviços, procuremos uma alternativa, ou esperemos por outro dia em que o caixote esteja vazio. Além disso, há aqui muitos materiais, como plásticos, cartões e vidros, cujo lugar é no ecoponto e não no lixo. Esta falta de civismo, para não lhe chamar coisa pior, foi partilhada no facebook por um cidadão da nossa freguesia, em protesto pela porcaria à sua porta. Infelizmente, não é caso único, pois já aqui temos publicado outros semelhantes. Haja decência!...

. ficha técnica Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about Director . Composição . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Equipa JG (nesta edição) . Adelino Rito, Ana Margarida Rito, Ângela Susano, Cristina Agostinho, Diogo Alves, Isabel Costa, Miguel Santos. Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Eusébio, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Márcio Lopes, Miguel Portela, Saul António Gomes. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10). NIF . 501101829. Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333. Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 900 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira E-mail: geral@jornaldagolpilheira.pt

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Em Março de 1997, não havia ensino à distância. Nem era preciso, já que todas as crianças podiam sair livremente de casa, sem medo de contrair um vírus... Enfim, coisa que dá saudades nos dias que correm. Esta foto foi tirada numa visita do Jornal da Golpilheira às escolas cá da freguesia. Fica o desafio a quem consiga identificar estas criancinhas, que agora devem à volta de 30 anos. Alguns, talvez, já terão agora os seus filhos nos mesmos lugares... isto, quando eles puderem voltar a entrar nas escolas para ocupar esses lugares... | LMF

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de Joaquim Vieira


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2021

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