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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXV | Edição 267 | Maio / Junho de 2021

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Centenário da trasladação para a Batalha (6-10 de Abril de 1921)

OS SOLDADOS DESCONHECIDOS Passam agora os 100 anos que ocorreu a trasladação para o Mosteiro da Batalha de dois soldados desconhecidos mortos na I Grande Guerra em França e em Moçambique. Contamos alguns pormenores da história desses dias. P. 3-5 O Presidente da República esteve na Batalha no dia 9 de Abril, também data do centenário da Liga dos Combatentes, e inaugurou o Memorial aos Combatentes Batalhenses. P. 6

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Lar da Misericórdia da Batalha já funciona

Foto: Joaquim Dâmaso

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Em memória de Manuel Rito

Inauguração a 5 de Junho • P. 7

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Um ano... • P. 2, 25, 31

Câmara defende opção • P. 12

Ecovia do Vale do Lena dá que falar...

Futsal Masculino • P. 19

Época atípica serviu de “estágio”


Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

abertura

.editorial.

Luís Miguel Ferraz Director

Um ano depois... Um ano depois... é hoje, 12 de junho outra vez. Muita coisa aconteceu num ano. Mesmo num ano em que parece nada ter acontecido. Talvez por estarmos mais fechados, escondidos sorrisos ou lágrimas por detrás de máscaras não necessariamente feitas de tecido, tantas vezes de egoísmos ou hipocrisias, nem sempre damos conta do mundo que vive e morre durante um ano. Notícias, números, estatísticas… sinais vazios para a nossa indiferença, até que seja à nossa porta que bata a sorte ou o infortúnio. Quantas famílias, quanta gente sentiu este ano pesado? Muitas, demais. E, ainda assim, felizmente, não todas, não a maioria. Por isso, apesar das incertezas da liberdade e dos confinamentos do sentimento, este será para muitos de nós o ano zero dos acontecimentos. Tu eras um homem de acontecimentos. Vivias intensamente – às vezes, talvez, demais – aqueles em que estavas, sofrias por não conseguires – por vezes – estar. E contavas, fotografavas, comentavas, dizias até à exaustão todo o sumo dos que acompanhavas, sobretudo quando eram acontecimentos que marcavam os teus ideais de terra, de pertença, de comunidade, de colectividade, de tradição, de desporto, de religião, de amizade, de vida, de coração. O teu coração parou, faz hoje um ano. Parte do coração deste Jornal parou, faz hoje um ano. E, no entanto, continua a bater por aqui, forte, em memórias, em

restos de milhares de letras ou imagens que por aqui deixaste, em sonhos que vão continuando nos que alimentaste. Gelou o meu coração, faz hoje um ano, incrédulo com essa última notícia que me deste já sem dizer nada. Com a mesma incredulidade que se mantém sempre que a recordo, ainda hoje, que faz um ano. E, no entanto, é desse gelo que brota, ainda agora, muito do calor que aqui tento acalentar, a cada letra, a cada imagem, sobretudo nas noites mais sombrias de cansaço ou de dúvida sobre se vale a pena avançar. Onde estás, sabes que é de coração gelado e quente que escrevo estas linhas, um ano depois. Não é só memorial, que esse continuará eterno enquanto durar o tempo deste jornal. Não é sequer homenagem, que essa não cabe em palavras e por mais que se faça nunca estará feita. Talvez seja um cumprimento, um olá, um abraço daqui ao eterno que tempo nenhum poderá vencer. Talvez seja apenas mais uma das vezes, como tantas durante este ano, em que me assaltas a memória e me fazes recordar momentos, palavras e acontecimentos que vivemos e contámos por aqui. Podia dizer que me fazes falta, tu sabes – onde estás –, mas não quero ceder à tentação desse egoísmo. De outro modo, continuas a ajudar, como podes, como sempre. Pode não ser a enviar textos doc-a, doc-b, e por aí fora, às vezes, até já não haver mais letras no abecedário. Pode não ser com cartões de memória, vários, cheios de gigas de imagens que recolhias avidamente. Um ano depois, pode ser apenas essa luz que continua de longe a inspirar-me que vale a pena lutar, mesmo quando o corpo não responde. Porque um dia poderá vir a luz, porque a esperança pode ser compensada com o sucesso, mesmo quando, inexplicavelmente, esbarramos com o fim precisamente quando tudo acaba de começar. O que hoje te queria dizer, passado um ano, é o renovado obrigado que te tenho dito, tantas vezes. E também que, neste ano vazio e pesado, esse teu derradeiro acontecimento foi o meu acontecimento. Foste a notícia que rompeu números e estatísticas, real e incrédula com uma bala perdida sem sentido. Como se pudesse haver sentido, outro sentido além daquele que descobriste nos últimos dias da tua longa busca. Creio que O encontraste. Creio que – onde estás – poderás agora dizer até à exaustão tudo o que o coração apertado não te permitia viver. Creio – é o que te quero dizer, Manel. Hoje, um ano que faz.

. caderno mensal .

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

Poesia de Maria Adelaide Simões Hoje, os versos a abrir esta secção do prestigioso “Jornal da Golpilheira” não são meus, mas duma poetisa, que embora a viver entre nós, é desconhecida da maior parte dos seus vizinhos. Trata-se, contudo, duma poetisa que pode ombrear com os melhores poetas nacionais. Na sua poesia há todos os ingredientes que fazem os grandes poemas: luminosidade, musicalidade, coerência, sentido profundo, bom conhecimento da Língua Portuguesa. A poetisa, que é também uma excelente pintora, vive quase à beira do Mosteiro na Quinta do Fidalgo, que foi residência da família Sales, a que ela pertence por ter casado com o eng.º Joaquim Sales de Oliveira Simões. Embora sendo natural de Torres Novas, ainda menina veio para a Batalha quando o seu pai, Guilherme de Lemos Branco, foi nomeado chefe da Repartição de Finanças do nosso concelho. De um dos seus três livros, “A Dimensão do Olhar”, recorto o poema “Quem és tu?”: Quem és tu Que vens pelas veredas do Outono Cortando os breves espaços fugidios Com teu luminoso chamamento? Quem és tu Que acordas com teus passos de veludo Propostas que me envolvem e consomem Submissa como sou às tuas leis? Que misteriosa condição Me obriga e pede A busca das palavras luminosas Com que se constroem os poemas?

Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira mandou construir a torre da Igreja Matriz (III) A fotografia a ilustrar o caderno deste mês reproduz o belíssimo Retábulo Renascença do altar da Santíssima Trindade, cuja confraria engloba toda a paróquia da Batalha, portanto as freguesias civis da Batalha e da Golpilheira. Está o retábulo na nossa Igreja Matriz. Situa-

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-se no altar à nossa esquerda quando estamos voltados para a capela-mor, o designado lado do Evangelho. Ora, ainda a propósito da torre mandada construir pelo Padre Dr. Coelho Pereira, reproduzo do excelente estudo da historiadora Dr.ª Maria da Luz Moreira, obra em que tive a honra de modestamente colaborar, “Junta da Batalha – Paróquia e Freguesia nos Séculos XIX e XX”, parte da acta de 6 de Março de 1899 da Junta de Paróquia da Freguesia da Santa Cruz, antecessora das actuais Juntas de Freguesia. Reunia então a Junta na sacristia do Mosteiro e era presidida pelo pároco, neste caso o Dr. Coelho Pereira: «Presenças: Presidente, Joaquim Coelho Pereira; Vogais: António Maria dos Santos [meu avô paterno], António dos Reis e Silva, José Saraiva e o secretário Manuel de Sousa Ligeiro. Deliberações/Trabalhos: António Maria dos Santos disse ter iniciado um peditório para obter as verbas para a substituição do sino (da Igreja Matriz), mas que achava que a actual torre ameaçava ruína. Como tal, deveria fazer-se “o possível para se remediar tal mal construindo nova torre. A junta concordou na necessidade que havia em fazer tal obra, mas notam a falta de meios com que luta”. Posto isto, o Presidente (Dr. Coelho Pereira), também Presidente da Associação do Coração de Jesus, disse que poderia conseguir alguns meios daí, tal como de esmolas particulares. Disse, ainda, que “era seu desejo quando os meios chegassem edificar ou reconstruir a torre e cobrir a Igreja a ela junta, quando a Junta nisso concordasse”.» (…) Meses depois, em reunião da Junta de Paróquia, em 1 de Julho de 1899, e na presença dos mesmos membros, o Padre Dr.

Joaquim Coelho Pereira dá conta de que «um devoto se tinha oferecido para mandar fundir o sino (lembro que o campanário da velha Igreja Matriz estava tão arruinado que ameaçava ruir e só tinha um sino igualmente em mau estado) quebrado e incapaz de servir, ficando à responsabilidade da Junta a despesa com o transporte». A Junta aceitou. (…) Finalmente, na acta de 20 de Outubro de 1900, na presença dos mesmos membros, o Padre Dr. Coelho Pereira expôs a ideia de que havia «grande necessidade» de se fazer obras na antiga Matriz que estava «em grande estado de abandono e desprovida de telhado, a torre ameaçava “ruina” e disse que se responsabilizava particularmente pela “restauração, reparação e conservação da antiga torre e Matriz, ficando todos esses benefícios na posse da Junta, a qual concedeu essa autorização”». (...) A fotografia do retábulo veio publicada no número, de Setembro de 1938, do Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, donde a trasladei. Publicação muito bem elaborada, refere a situação do templo e as obras que nos anos trinta ali foram efectuadas.

Acto de civismo e de cultura e defesa do património histórico A acção do Rev.º Padre Coelho Pereira, e da Junta a que presidia naqueles finais do século XIX e princípios do século XX, merece registo e louvor por ter contribuído decisivamente para a preservação do precioso monumento que é a nossa Igreja Matriz. Constitui também uma lição para o nosso tempo. Nunca é de mais lembrá-los e louvá-los.


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Centenário da trasladação para a Batalha (6-10 de Abril de 1921)

Franceses deram “exemplo”

Depois do fim da Grande Guerra (1914-1918), emergiu em diversos países a ideia de render homenagem aos soldados cujos corpos não tinham sido identificados. Em França, a ideia surgiu de Francis Simon e de Maurice Maunoury, como uma renovação de uma ideia anteriormente apresentada pelo príncipe Joinville depois da guerra de 1870. A decisão de inumar os restos mortais de um soldado não identificado morto no “Campo de Honra” sob o Arco do Triunfo, em Paris, foi tomada pelo Parlamento em 1920. Foram exumados oito corpos de soldados desconhecidos de diferentes sectores da frente de batalha, que foram transportados para a cidadela de Verdun. Aí foi feita a escolha pelo soldado Auguste Thin, soldado da guarda de honra e filho de um combatente desaparecido em combate durante a Grande Guerra, no dia 10 de Novembro de 1920, colocando PUB

Museu de Fotografia Vicentes/Funchal

Destacamos nesta edição o centenário da trasladação dos dois soldados mortos nos campos de batalha de França e de Moçambique para a Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, onde foram sepultados a 10 de Abril de 1921. Para tal, publicamos, com a devida autorização e ligeiras adaptações, o trabalho publicado pelo investigador Carlos Alves Lopes na página www.momentosdehistoria.com, onde apresenta diversas outras importantes recolhas sobre a história militar portuguesa. Esperamos que sirva para formação sobre um dos pormenores da nossa história e do nosso Monumento, bem como de homenagem aos que a fizeram e perpetuaram.

AHD – Legação em Paris, S3.E61.P1/36598

O(s) soldado(s) desconhecido(s)

Embarque do soldado desconhecido em França

um ramo de flores sobre um dos oito sarcófagos que se encontravam em câmara ardente. O escolhido foi, no dia seguinte, levado para o Arco do Triunfo, em cortejo fúnebre solene; os mutilados e uma família fictícia, uma viúva, uma mãe e um órfão acompanharam o transporte, ao som de tiros de canhão. A lápide tem escrito apenas “Ici repose un soldat français mort pour la France (1914-1918)” [aqui repousa um soldado francês morto pela França]. Ali ficou em câmara ardente até ao dia 28 de Janeiro de 1921, dia em que foi inumado ao centro do Arco do Triunfo, virado para os Campos Elíseos. Ainda durante o ano de 1921, a Itália, Portugal, a Bélgica e os Estados Unidos da América decidiram seguir esse exemplo de honrar o seu “soldado desconhecido” e outros se seguiram em 1922, como a Grécia, a Checoslováquia, a Jugoslávia e a Polónia. Todas as cerimónias foram protocolarmente muito similares à francesa, partindo da escolha de um corpo anónimo proveniente de um campo de batalha mítico para cada nação, sepultado depois solenemente como representando todo os outros.

Em Portugal

Em Portugal, foi a 18 de Março de 1921 que o Governo autorizou a transladação de

dois soldados desconhecidos, um da França (Flandres) e outro da África (Moçambique) para o “panteão” do Mosteiro da Batalha. Foi, ainda, decidido que a cerimónia seria efectuada no dia 9 de Abril de 1921 e para tal decretou esse dia como feriado nacional (Diário da Câmara dos Deputados, 41.ª Sessão, 18.03.1921, p. 21). Ainda em Março, o Governo português tratou, através do seu adido militar em Paris, da documentação necessária para a transladação do soldado desconhecido da França para Portugal. A 5 de Abril, por ordem do Senado da República, foi aberto um crédito para o Ministério da Guerra fazer face às despesas das homenagens a serem prestadas aos soldados desconhecidos (Diário do Senado da República, sessão 34.ª, 05.04.1921, p. 3-7).

6 de Abril de 1921 - O soldado desconhecido de França chega a Lisboa

O soldado desconhecido vindo da Flandres esteve primeiramente em câmara ardente no quartel do regimento francês n.º 129, caserna Kleber, no Havre, de 9 a 12 de Março de 1921, data em que se dá o cortejo fúnebre, ainda em Havre. Os restos mortais foram posteriormente transportados de França para Portugal no navio de transporte “Porto”, que atracou em Lisboa, no cais

Ataúde do soldado desconhecido de Moçambique no Funchal

de Santos, no dia 6 de Abril. Entre o cabo da Roca e o cais de Santos, o navio foi escoltado pelo contratorpedeiro “NRP Guadiana” (Mendes, 1989:35). No cais de Santos, esperava-o uma guarda de honra, com coroas e palmas, numa derradeira homenagem. O féretro do soldado desconhecido da França saiu do navio “Porto” transportado à mão por seis soldados de infantaria. Junto com ele regressaram três oficiais mortos em combate a 9 de Abril, o capitão Serrão Machado, morto por uma granada, o tenente Vidal Pinheiro e o alferes Carrazeda de Andrade, ambos mortos por gazes tóxicos (Século Ilustrado, 1921/787). O soldado desconhecido foi então levado para o arsenal da Marinha, para a casa da Balança, onde se juntou ao seu camarada de África, e ficou a aguardar pelo dia seguinte, data em que os dois seriam transportados para o Palácio do Congresso, actual edifício do Parlamento, em São Bento. À cerimónia estava presente o Presidente da República, António José de Almeida, o ministro da Guerra, Álvaro de Castro, e outros representantes do Governo e do Parlamento. A Igreja encontrava-se representada ao mais alto nível pelo bispo de Beja e Chefe do Corpo de Capelães no Front, D. José do Patrocínio Dias. Foram

acompanhados pela Banda da Marinha, que tocou a “Maria da Fonte”, e por uma salva de 21 tiros dos navios de guerra que se encontravam fundeados no Tejo (Serpa, 1959:372).

6 de Abril de 1921 - O soldado desconhecido de África chega a Lisboa

A 30 de Março de 1921, às 17h45, levantou voo um hidroavião da baía do Funchal para ir ao encontro do navio de transporte inglês “Briton”, da Union Castle Mail, que trazia a urna contendo os restos mortais do soldado desconhecido de Moçambique. Ainda nesse dia, desembarcaram no cais da Pontinha, na Ilha da Madeira, pouco depois das 20h00, os despojos mortais desse soldado morto nas plagas longínquas da África Oriental (Moçambique), na luta contra os alemães. A urna contendo os despojos passou a noite no posto de desinfecção marítima, sendo conduzida no dia imediato, pelas 13h00, para os Paços do Concelho, onde ficou em câmara ardente até ao dia 3 de Abril, data em que embarcou para bordo do cruzador “República”, que a transportou para Lisboa. Tanto na vinda para os Paços do Concelho como na ida para o cais, formaram-se luzidos e imponentes cortejos, tendo-se juntado no dia 1 de Abril as autoridades civis e

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Fotos: DR / Arnaldo Garcez, fotógrafo oficial do CEP

9 de Abril de 1921 - O cortejo de consagração dos dois soldados em Lisboa

Vagão para o transporte dos soldados desconhecidos para Leiria

militares, o corpo consular, alguns oficiais ingleses, representantes das diferentes escolas e agremiações, contingentes das forças militares da guarnição do Funchal, etc. Foram aparatosas as manifestações que se realizaram nesta cidade, de 1 a 3 de Abril, para glorificar o modesto soldado. O general Norton de Matos, Alto Comissário da República em Angola, que estava de passagem no Funchal, no dia 3 de Abril, a bordo do “Moçambique”, desembarcou e integrou o cortejo do Soldado Desconhecido (Elucidário Madeirense, Vol. II, 821). No dia 6 de Abril, chegou a Lisboa o soldado desconhecido de África, acompanhando-o outro herói de África morto em combate, o capitão Sebastião Roby, no navio “Zaire” e, depois, na lancha “Voador”, até ao arsenal da Marinha.

O soldado desconhecido de África ficou a aguardar no arsenal da Marinha, na casa da Balança, durante a noite e no dia seguinte, 7 de Abril, foi transportado, junto com o seu “irmão” de França para o Palácio do Congresso.

7 a 9 de Abril de 1921 - Câmara ardente no Palácio do Congresso

No dia 7 de Abril, os dois soldados desconhecidos foram conduzidos do edifício do arsenal da Marinha em cortejo até ao Palácio do Congresso, em cujo átrio ficaram até partirem de Lisboa, no dia 9 de Abril (Ilustração Portuguesa, n.º 791, 16.04.1921, p. 244). No dia 8, na sessão do Congresso, foi efectuada uma homenagem oficial (Diário da Câmara dos Deputados, 44.ª sessão, 08.04.1921, p. 4-49).

24 de Maio de 1922

O túmulo “ao abandono”... Um ano depois da trasladação, surgiam nos jornais registos sobre o abandono a que se encontrava votado pelos poderes públicos o túmulo dos soldados desconhecidos no Mosteiro da Batalha. Era uma vergonha para o País e principalmente para o Exército. Então, o Parlamento deliberou informar o ministro da Guerra, para que tomasse medidas para evitar o facto vexatório que era esta situação, observada também pelas delegações de países estrangeiros que vinham visitar a Batalha e encontravam os soldados desconhecidos completamente ao abandono. Foi votada, no Parlamento, uma verba suficiente para completar de forma

condigna a homenagem aos soldados desconhecidos, que são o símbolo da heroicidade da raça lusitana nos campos da Europa, África, no ar e no mar, durante a Grande Guerra. Por esta altura, existia também alguma polémica sobre a localização do túmulo dos soldados desconhecidos, havendo quem defendesse que o Mosteiro da Batalha era de difícil acesso, o que contrariava o culto que deveria existir a esses mortos, devendo construir-se um monumento em Lisboa para os trazer para a Capital (Diário da Câmara dos Deputados, 51.ª sessão, 24 de Maio de 1922, p. 27-29). Felizmente, não se concretizou...

No dia 9 de Abril, dia comemorativo do heroísmo de Portugal perante o ataque alemão, os soldados desconhecidos foram transladados da câmara ardente em que se encontravam no Parlamento para a Basílica da Estrela, onde se efectuou uma cerimónia solene de exéquias fúnebres. Foi o dia da consagração e de união de todos os portugueses. Assistiram às cerimónias o Chefe do Governo, Bernardino Machado, o Presidente da República e as delegações estrangeiras da Espanha, França, Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos da América e várias altas dignidades civis e militares. Com a presença do Patriarca de Lisboa, António Mendes Belo, e quase todos os prelados do continente, a Missa foi presidida pelo cónego Manuel Anaquim, com pregação de D. Manuel Mendes da Conceição Santos, arcebispo de Évora. Existiu um verdadeiro esforço de cooperação entre o ministro da Guerra, Álvaro

A população e a guarda de honra à entrada do Mosteiro

de Castro, e o bispo de Beja, D. José do Patrocínio Dias, para que as homenagens fossem verdadeiramente patrióticas e dignas dos soldados tombados em combate (Serpa, 1959:369). Terminada a cerimónia, o cortejo seguiu para a estação do Rossio, onde as urnas embarcaram para Leiria. Na maior comoção, o enorme cortejo atravessou Lisboa por entre uma multidão compacta que, assim, não negou o seu concurso às derradeiras homenagens aos mortos que simbolizaram a Pátria na guerra.

Junto à fachada principal da estação do Rossio, decorada com morteiros, sacos de terra e uma caravela, as missões estrangeiras receberam os féretros postadas em continência. Das janelas da estação, o Presidente da República e as delegações estrangeiras assistiram ao desfile. De seguida, os despojos dos soldados desconhecidos partiram em comboio para Leiria. Foram organizados três comboios para levar os que quisessem acompanhar e assistir às cerimónias na Batalha.

9 de Abril de 1924

A inauguração do lampadário na Batalha A ideia de uma “Chama da Memória” foi apresentada pelo jornalista francês Gabriel Boissy, em 1923, em sintonia com a opinião pública, que pedia mais conforto moral pelos familiares perdidos na guerra. Foi o Ministro da Guerra André Maginot que acendeu a “Chama da Memória”, a qual já mais se apagou, mesmo durante a ocupação alemã, na 2.ª Guerra Mundial. A “Chama da Memória” foi concebida como uma cerimónia perpétua. O monumento ao soldado desconhecido da Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, só recebeu o lampadário no dia 7 de Abril de 1924, uma obra do mestre Lourenço Chaves de Almeida. A inauguração solene e o acender da Chama da Pátria deu-se no dia 9 de Abril de 1924, dia em que se completavam 6 anos da Batalha de La Lys (Almeida, 2007:18-9). O lampadário foi criado em ferro forjado, ornamentado com figuras representando

soldados de todos os tempos, e a sua chama sempre acesa é produzida com uma torcida embebida em azeite. Foi oferecido pela 5.ª Divisão Militar, de Coimbra. Foi também no ano de 1924, antes da cerimónia de 9 de Abril, que as ossadas dos soldados foram tumuladas. Na laje da campa rasa estão escritos os seguintes dizeres: “Portugal eterno nos mares, nos continentes e nas raças, ao seu Soldado Desconhecido morto pela Pátria” (Guião de Visita ao Mosteiro da Batalha, p. 12). Na jornada do 9 de Abril de 1924, «precisamente no momento do silêncio, o Sr. Ministro da Guerra, o Sr. Américo Olavo, acenderá, na Batalha, junto do túmulo dos Soldados Desconhecidos o “Lampadário da Pátria”, devendo fazer uso da palavra nessa impressionante celebração, o general Sr. Simas Machado, comandante da 5.ª Divisão militar, os representantes oficiais das Ligas de Combatentes e da Comissão

de Padrões e, por último, o Sr. Ministro da Guerra (CAMPOS, Mário, “A jornada gloriosa do 9 de Abril”, in O Século, n.º 15.140, de 9 de Abril de 1924, p. 5).


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No pórtico do Mosteiro, 90 bandeiras desfraldadas

10 de Abril de 1921 – Os soldados desconhecidos chegam à Batalha

Na edição de 11 de Abril do “Diário de Lisboa”, jornal fundado quatro dias antes, a 7 de Abril, dá-se a notícia pormenorizada das cerimónias do dia 10 de Abril, um domingo. O comboio com as urnas dos soldados desconhecidos, adornadas com palmas, coroas e flores, chegou à estação de Leiria pelas 13h00. No largo, uma multidão de povo faz as suas aclamações, enquanto uma filarmónica toca o hino nacional. Além do Presidente da República, está presente Afonso Costa, representante

de Portugal na Sociedade das Nações, bem como as delegações estrangeiras. O cortejo automóvel rumo à Batalha é saudado pelo caminho por milhares de pessoas com bandeiras e as crianças das escolas. Chega ao Mosteiro pelas 17h00, onde o esperava a guarda de honra e milhares de pessoas. Escreve o “Diário de Lisboa”: «As urnas vão entrando, conduzidas por oficiais generais, ouvem-se salvas de artilharia, que ressoam dentro da nave central do Mosteiro como uma nota fúnebre e gloriosa ao mesmo tempo. As bandas de música tocam hinos e marchas guerreiras. É

a hora soleníssima da glorificação dos heróis». À entrada, 90 bandeiras permaneceram desfraldadas após a entrada dos ataúdes no monumento. Já na Sala do Capítulo, discursou em primeiro lugar o presidente da Câmara de Deputados, Abílio Marçal, elogiando as qualidades do soldado português que se bateu na Europa e em África, ali representado nos restos mortais daqueles dois desconhecidos: «Está ali um pedaço da nossa alma, está ali um pedaço da nossa pátria». Depois, Afonso Costa aproveitou para explicar as razões que levaram Portugal a envolver-se no conflito e concluiu que «os soldados desconhecidos, só por si, justificam a nossa participação». E também o ministro da guerra enalteceu as «virtudes do exército português». Por fim, as palavras do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva: «Têm passado sob estas abóbadas muitos hinos e Te-deum de vitória, mas talvez nenhum tão grandioso como o de hoje. Os soldados da nossa terra deixaram mães, pais, esposas e foram para onde os mandava o dever. Morreram

A homenagem na Sala do Capítulo, a laje tumular foi colocada paralelamente à parede, virada para a porta; só em 1958, com a colocação do “Cristo das Trincheiras”, foi recolocada na posição perpendicular, virada para a imagem

e sobre a sua campa a morte tripudiava. Tinham vencido mais uma vez. Portugal inteiro trouxe-os para este monumento das nossas glórias. Aqueles soldados pregaram a lei do sacrifício, tão necessário da hora presente. A romaria ao templo da Batalha não deve terminar hoje, deve começar hoje. Precisamos aproveitar as lições daquelas mortes. Levai vossos filhos à Sala do Capítulo e dizei-lhes os seus feitos». Foi, assim, imponentíssima a jornada da Batalha, um acontecimento histórico digno de registo.

Alguma bibliografia MARTINS, Ferreira (1968), Grandes Chefes Militares Contemporâneos, (Joffre, Foch, Pétain, Lyautey), Lisboa, Edições Excelsior. ALMEIDA, Lourenço Chaves (2007), Memórias de um ferreiro, Coimbra, Imprensa Universitária Coimbra. SILVA, Fernando Augusto da, e Carlos Azevedo de Meneses (???? ), Elucidário Madeirense, Volume II, Funchal, (cópia digitalizada) MALHEIRO, A.Ménici (1934), Entre Milhafres, Braga, Editora Braga. SERPA, C J Gonçalves(1959), D.José do Patrocínio Dias, Bispo-Soldado, Lisboa, Oficinas da União Gráfica. MENDES, Agostinho de Sousa (1989), Setenta e Cinco Anos no Mar (1910-1085), 2ºVol.,I/II/III/IV Partes, Lisboa, Comissão Cultural da Marinha. RUDERICO (1932), Hoste Lusitana, Epopeia das Armas Portuguesas na Flandres, Barreiro, Tip. Comercial.

9 de Abril de 1958

A entronização do Cristo das Trincheiras na Batalha No sector português da Flandres, que ficava entre as localidades de Lacouture e Neuve-Chapelle, encontrava-se um artístico cruzeiro que dominava a paisagem da planície envolvente. Durante os meses de campanha, esse Cristo pregado no seu madeiro ali esteve à chuva e ao vento, a atrair os olhares dos soldados portugueses. No dia 9 de Abril de 1918, sobre aquela planície caiu uma tempestade de fogo de artilharia, durante horas a fio, que a metralhou, a incendiou e a revolveu. Era a ofensiva da Primavera de 1918 do exército alemão. A povoação de Neuve-Chapelle quase desapareceu do mapa, de tão transformada em escombros. A área ficou juncada de cadáveres e, entre estes, jaziam 7.500 portugueses da 2.ª Divisão do CEP mortos ou agonizantes. No final da luta, apenas o Cristo se mantinha de pé, mas também mutilado. A batalha decepou-lhe as pernas e o braço direito

e uma bala varou-lhe o peito. Este Cristo ficou no seu cruzeiro durante 40 anos erguido no mesmo local, até que, em 1958, o Governo português pediu aquele Cristo mutilado ao Governo Francês. Tornara-se um símbolo da fé e do Patriotismo nacional e passou a ser conhecido como o “Cristo das Trincheiras”. A imagem chegou a Lisboa de avião, a 4 de Abril de 1958, uma Sexta-feira Santa, acompanhada desde França por uma delegação de antigos combatentes portugueses da

Grande Guerra, que residiam em França, e por uma delegação de deputados franceses, chefiada pelo Coronel Louis Christians. Ficou em exposição na capela do edifício da Escola do Exército, até 8 de Abril, e milhares de portugueses a foram venerar. No dia 8 de Abril, a imagem foi transportada num carro militar para a Batalha, sem qualquer cerimonial especial, e aí ficou exposta na sala do refeitório do mosteiro para, no dia seguinte, se efectuar a entrega oficial. No

dia 9 de Abril, pelas 11h00, começaram a concentrar-se junto ao Mosteiro da Batalha numerosas entidades civis e militares, entre elas os embaixadores de Portugal em França e de França em Portugal, os adidos militares da França, da Bélgica e dos Estados Unidos, as altas patentes portuguesas do Exército, da Marinha e da Força Aérea. Ao meio-dia, iniciaram-se as cerimónias, com a chegada do coronel Louis Christian (França) e do ministro da Defesa de Portugal, coronel Santos Costa. A

guarda de honra foi prestada por um Batalhão do Regimento de Infantaria N.º 7, de Leiria. O andor que transportou o “Cristo das Trincheiras” entre a sala do refeitório e a sala do Capítulo esteve ao cuidado de representantes da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. O “Cristo das Trincheiras” foi então deposto sobre um pequeno plinto adamascado, à cabeceira do túmulo do “Soldado Desconhecido”. Terminadas as orações, o adido militar Francês, coronel Revault d’Allonnes, conferiu aos dois soldados desconhecidos duas Cruzes de Guerra, as quais foram depositadas sobre a campa rasa. A fanfarra do Regimento de Infantaria n.º 19, de Chaves, tocou a silêncio no final da cerimónia, enquanto uma Bateria de Artilharia do Regimento de Artilharia Ligeira de Leiria salvava com 19 tiros (Serpa, 1959:180-94).


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

actualidade

Marcelo presidiu ao centenário da Liga dos Combatentes

Combatentes da Batalha já têm monumento pelo mundo. Por isso o monumento apresenta na base simbólica dos túmulos um círculo dedicado às operações de paz.

Dia cheio de significado

Joaquim Dâmaso

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve na Batalha, no passado dia 9 de Abril, em mais uma comemoração do Dia do Combatente, assinalando o 103.º aniversário da Batalha de La Lys e o 100.º aniversário da Liga dos Combatentes. De facto, foi em 1921 que um grupo de ex-combatentes se organizou para fundar esta associação, depois de uma tentativa infrutífera ocorrida dois anos antes, mas que desta vez viria a resultar na Liga que formalmente se constituiria em 1923. O ano de 1921 é, ainda, significativo para os combatentes pela trasladação do “Soldado Desconhecido” para o Mosteiro da Batalha, assunto que destacamos nesta edição. Um século depois, ainda sob as condicionantes da pandemia, o dia foi comemorado de forma simples, com uma Missa em memória dos soldados falecidos, presidida por D. Rui Valério, bispo das Forças Armadas, a 85.ª Romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, onde foram depostas flores, e uma parada militar que incluiu a condecoração pela Presidência da República do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, neste dia

...nem para carros Inauguração do Memorial aos Combatentes Batalhenses

que marcou ainda o seu 81.º aniversário. A “prenda” maior foi, no entanto, a inauguração do monumento Memorial aos Combatentes Batalhenses, um desejo antigo agora concretizado no jardim em frente à estátua do Santo Condestável, junto ao Mosteiro. A obra custou 12.500 euros, pagos pelo Município, e é da autoria de Patrícia Soares, arquitecta da Direcção-Geral do Património Cultural. Representa 4 túmulos e outros tantos campos de batalha (Angola, Moçambique, Guiné e França) com os nomes

dos 12 batalhenses que neles perderam a vida, mas visa “homenagear também todos os outros” que daqui partiram para as diversas campanhas militares ao longo da história, como referiu António Alexandre Nobre Evaristo, presidente deste Núcleo. O único lamento foi o de as condições actuais não permitirem um festejo mais grandioso, mas esse ficou por ele prometido para outra ocasião mais propícia. Também Paulo Santos, presidente do Município, referiu a importância desta celebração de “honra aos militares que

viveram na pele circunstâncias piores” do que a pandemia que atravessamos. A representar o Governo, esteve Catarina Sarmento e Castro, secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes. Em resumo, foi um “dia de festa”, como frisou o tenente-general Chito Rodrigues, presidente nacional da Liga dos Combatentes, referindo ser uma homenagem ao papel dos antigos combatentes na defesa da Pátria, mas também àqueles que hoje continuam a desempenhar importantes missões em nome de Portugal

O Presidente da República não falou na Batalha, mas proferiu uma mensagem já em Lisboa, à tarde, em que resumiu este “dia cheio, um dia simples, mas um dia cheio de significado”, de homenagem aos combatentes. “Sem eles, não haveria Portugal”, disse, sublinhando que muitos foram os que “lutaram com valor, lealdade e mérito” numa “dimensão universal que sempre foi nossa, é nossa e será nossa”. Marcelo Rebelo de Sousa quis também homenagear a Liga dos Combatentes, sobretudo pelo papel de apoio social aos militares, ex-combatentes e aos seus familiares em vários domínios. Frisando que esta instituição soube adaptar-se aos desafios das novas gerações e cumpre fielmente “uma nova fase” dessa missão, em especial na defesa dos direitos dos combatentes, acompanhando a gratidão que está “no fundo do povo português”, entregou ao presidente da Liga as insígnias da Grande Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. LMF

Presidente da Câmara da Batalha distinguido O presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Batista Santos, foi um dos distinguidos pela Liga dos Combatentes com a Medalha de Honra Mérito Ouro, na cerimónia do “Dia Internacional dos Capacetes Azuis” da Organização das Nações Unidas (ONU), que decorreu a 29 de Maio, no Forte do PUB

Bom Sucesso, em Belém. A distinção foi atribuída em “reconhecimento da permanente disponibilidade e pronto apoio dedicado pela Câmara Municipal à Instituição”. A este propósito, a autarquia recorda que tem sido parceira do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, “um dos mais dinâmicos do país,

apoiando e associando-se às suas actividades”. Um dos mais recentes apoios foi a cedência das instalações do antigo Centro de Artesanato e a última foi a construção do “Monumento ao Combatente”, no Largo do Condestável, junto ao Mosteiro da Batalha, inaugurado a 9 de Abril pelo Presidente da República.

DR

Paulo Batista recebe medalha de ouro da Liga dos Combatentes

Momento da condecoração

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Inauguração foi a 5 de Junho

Uma aposta inovadora e de qualidade

Como sabemos, este lar foi construído junto ao CHNSC, nas Brancas, também da Misericórdia da Batalha. Além de permitir aproveitar equipamentos e sinergias dos colaboradores, esta é uma mais-valia importante, dada a possibilidade de assistência médica aos residentes, bem como por poderem usufruir dos serviços prestados naquela instituição,

Nova residencial junto ao Centro Hospitalar nas Brancas

prevenção de demências”. E concretiza que, “pelo facto de ter ao lado o Centro Hospitalar, este é um lar com uma vocação reabilitativa forte, beneficiando das sinergias do centro de fisioterapia e das equipas clínica e de enfermagem ali existentes”. À secretária de Estado, na cerimónia de inauguração, e às ministras, no dia da abertura, o provedor manifestou a disponibilidade da Misericórdia para integrar o projecto-piloto da “Unidade de Dia e de Promoção de Autonomia” e concorrer às linhas de apoio

como a fisioterapia, medicina de reabilitação, radiologia, análises clínicas, etc. O provedor da Misericórdia da Batalha, Carlos Agostinho Monteiro, defende que “é necessário complementar a intervenção desta residência e do apoio domiciliário com um novo projecto-piloto, designadamente uma Unidade de Dia e de Promoção da Autonomia, a integrar no âmbito da rede nacional de cuidados continuados, ao juntar as vertentes de residência e tratamento e as diversas valências sociais, com vocação reabilitativa e de

Secretária de Estado elogia o trabalho da Misericórdia

António Sequeira / Fotovisão

passando a Misericórdia de 140 para 155 trabalhadores, além dos cerca de 30 prestadores de serviços de saúde externos. Mas ainda há um esforço muito grande a fazer para o pagar. O provedor adianta que o projecto recebeu apoios na ordem dos 500 mil euros de entidades como a Caixa de Crédito Agrícola da Batalha, o Município e o Programa Operacional CENTRO 2020. E refere que a Misericórdia está a aguardar a resposta a uma candidatura feita ao PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais para poder aliviar o endividamento assumido pela instituição para concretizar este projecto.

António Sequeira / Fotovisão

Com a presença da secretária de Estado da Acção Social, Rita da Cunha Mendes, foi inaugurada no passado dia 5 de Junho a nova Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) “Nossa Senhora da Vitória”, propriedade da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia da Batalha. Apesar das limitações impostas pela pandemia, pode dizer-se que foi um dia de festa, sobretudo para os utentes que passarão a usufruir do equipamento, mas também para a equipa da Misericórdia da Batalha que teve este sonho, lutou por ele e, após um investimento de 1,6 milhões de euros e muitas dificuldades ultrapassadas, vê agora os frutos do seu esforço. A nova unidade entrou em funcionamento logo na segunda-feira seguinte, dia em voltou a receber a visita de representantes do Governo, neste caso, as ministras Marta Temido, da Saúde, e Ana Mendes Godinho, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Esta visita visou assinalar o 15.º aniversário da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, da qual faz parte o Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição (CHNSC) desde 2007. Serviu também para que as governantes conhecessem a nova ERPI, que tem a capacidade máxima de 30 utentes preenchida e já com lista de espera, o que prova a necessidade deste e de outros equipamentos similares que venham a surgir no concelho da Batalha. Este investimento permitiu, também, alargar a oferta local e regional de emprego,

António Sequeira / Fotovisão

Lar da Misericórdia da Batalha já funciona

do Programa de Recuperação e de Revitalização (PRR), “de modo a prestar aos cerca de 70 utentes em apoio domiciliário e 30 em Centro de Dia uma nova resposta integrada e permanente, com soluções ao nível da saúde, socialização, segurança, comunicação, actividades de vida diária, apoio aos cuidadores informais e uso de tecnologias no domicílio”. E reforçou: “queremos acompanhá-los dia e noite nas suas casas, com qualidade de vida, retardando a sua institucionalização”. Luís Miguel Ferraz

As ministras à conversa com colaboradores e utentes

Pagamento de assinaturas Caro assinante, com a continuidade da pandemia, não podemos fazer a cobrança de assinaturas porta a porta, como era hábito. Assim, apelamos ao pagamento por outros meios. Poderá consultar o último ano pago na sua folha de endereço. Por cada ano são 10 euros (15 Europa; 20 outros países). Sugerimos 4 opções: • Por transferência bancária para o IBAN PT50 0045 5080 4017 1174 2866 5 (meio preferencial; pedimos confirmação (nome e NIF) para geral@jornaldagolpilheira.pt). • Por Mbway, para o número 910 280 820 (identificar nome do assinante na descrição). • No bar do CRG, diariamente, das 07h30 às 24h00. • Por cheque, para: Jornal da Golpilheira - Est. Baçairo, 856 - 2440-234 GOLPILHEIRA. Muito gratos pela colaboração, a direcção do Jornal da Golpilheira!


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

entrevista sociedade eclesial

. palavra dopároco .

P. Armindo Castelão Ferreira Batalha e Reguengo do Fetal

Celebrámos em toda a Igreja, no passado dia 3 de Junho a Festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, habitualmente conhecida como Festa do Corpo de Deus. Esta pretende dizer-nos a todos e ao mundo em geral duas coisas: 1 - Cristo viveu mesmo entre nós “em carne e osso” (não foi um espírito ou um fantasma). Foi “em tudo igual a nós, menos no pecado”. 2 – Na Hóstia Consagrada Ele está verdadeiramente presente tão real e perfeitamente como viveu na Palestina: em Corpo, Alma e Divindade. Na Missa, Ele dá-Se na sua totalidade a quem O quer comungar. Quem comunga não recebe um sinal de Cristo, uma representação de Jesus, recebe o próprio Jesus tão real como está no Céu. Muitos crentes andamos atrás de objectos religiosos em que pomos a nossa confiança para nos protegerem: terços pendurados nos carros, sinal da cruz ao entrar em campo, água benta, esta ou aquela bênção. No entanto, tudo isto, todas estas coisas, são só sinais, não são presença. Sem a presença de Cristo, estes nada valem. Como diz o profeta Isaías: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? (Isaías 55, 1,2) Cristo e só Ele pode saciar a nossa sede. Porque é que não participamos na Missa? Porque é que não O recebemos na Comunhão? Ele é o dom mais precioso do Pai. Se tivéssemos de pagar pela Comunhão do Corpo do Senhor… Ele é dom gratuito. Pode haver quem comungue “como quem bebe um copo de água”, sem ter noção do que recebe e do compromisso que assume de se tornar no mundo uma presença viva de Cristo. Pode haver quem não comungue porque nunca lhe foi dado a conhecer este dom de Deus. Pode haver quem não comungue por se considerar indigno. Mas o Senhor veio, não para os santos, mas para os pecadores. Ninguém é digno de tão grande graça. Mas Deus aceita-nos com a nossa indignidade, basta querermos ser outro Cristo, viver a Sua vida. A Covid fez reduzir os participantes nas missas das nossas comunidades. Muitos irmãos viram-se impedidos de receber a Comunhão: doentes, idosos, internados em lares. Como sentiram esta falta!!! Não imaginam a alegria que vi no rosto dos utentes do Lar do Reguengo quando um ano depois voltei a celebrar com eles e a dar-lhes a Comunhão. Não só os utentes depois de um ano de privação ansiavam esta presença, mas também as colaboradoras… Costuma dizer-se: só apreciamos devidamente quando não temos. Se nos faltar a Missa nas comunidades, nos sacramentos, nos funerais… como iremos reagir? Se não tivermos sacerdotes para consagrar o pão e o vinho, como poderemos viver Cristo?!

A população cuidou da decoração das ruas

Percurso de automóvel

Golpilheira acolheu visita pascal Pelo segundo ano consecutivo, graças às limitações que a pandemia continua a impor-nos, não foi possível fazer-se a habitual “visita pascal”, o anúncio de Cristo Ressuscitado, de família em família por todas as casas da paróquia. No ano passado, um pouco “em cima da hora”, decidiu-se fazer um percurso de automóvel pelas ruas, mas foi feito com demasiada velocidade e apenas nas principais vias. Este ano preparou-se melhor essa visita, procurar passar em todos os caminhos transitáveis e com tempo suficiente para fazer uma oração junto das casas.

Na Golpilheira, aconteceu no dia 18 de Abril, 3.º domingo da Páscoa, e foi muito bem acolhida pelas pessoas, estando muitas famílias à porta, nas varandas, junto à rua, rezando e vivendo com emoção essa passagem cruz devidamente ornamentada num carro em que o pároco fazia a bênção, rezava e trocava algumas palavras breves com as pessoas. Muitos aproveitaram também para entregar o “folar” para o fundo paroquial, uma ajuda importante para o pagamento do ordenado do pároco e outras despesas da paróquia, cujas receitas

diminuíram drasticamente, dada a ausência de festas e eventos e muito menor participação das pessoas nas celebrações e respectivo ofertório. Também o pároco manifestou o seu contentamento com o modo como correu e comentou que esta será uma forma a considerar no futuro, quem sabe ainda com mais tempo e preparação, pois permiti-lhe o contacto pessoal com todos os paroquianos, o que não seria possível na tradicional visita pascal a pé. LMF

Festa paroquial

Santíssima Trindade sem “tradição” É a festa mais importante da paróquia, com seculares tradições associadas, sobretudo pela sua imponente procissão do Santíssimo e pelo cortejo que se lhe segue, com dezenas de andores e ofertas dos mordomos a percorrerem as ruas da Batalha. Este ano, pela segunda vez, por causa das limitações impostas pela pandemia, ficaram de lado as tradições e a festa resumiu-se à Missa solene, com a participação do respectivo imperador e os mordomos a entregarem a sua oferta apenas em dinheiro. No dia 23 de Maio, foi coroado o imperador, Fernando Marques Monteiro, dos Palmeiros, tendo feito um emocionante compromisso de cumprir uma promessa antiga feita à Santíssima Trindade por lhe ter valido num momento difícil da sua vida.

No dia 30, fez-se a Missa da festa, à tarde, no Mosteiro, com muita participação de povo, terminando com a adoração e uma procissão simbólica do Santíssimo no interior da igreja. Apesar de “não ser a mesma coisa”, como muitos dos presentes foram comentando, fez-se o possível por

LMF

Eucaristia – Missa – Corpo de Deus

LMF

armindo.ferreira3@gmail.com

Missa da festa

manter o principal do programa: a celebração da fé e a honra à Santíssima Trindade. Espera-se que, no próximo ano, já seja possível juntar os vários elementos processionais e o arraial, que são também importantes para a vivência festiva da comunidade cristã.


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Celebrações na Golpilheira

Profissão de Fé e Comunhão Solene

LMF

de a fazer no ano passado; a segunda, no dia 13 de Junho, para os do 6.º ano. Apesar de todas as limitações, foram duas celebrações bem preparadas e vividas, sobretudo pelos adolescentes que deram mais este passo importante a sua caminhada catequética e de vida cristã, bem como para as suas famílias. Para o dia 27 de Junho está marcada a Primeira Comunhão dos meninos do 3.º ano, às 16h30, também com reserva da participação aos familiares mais próximos. LMF

Com o retomar gradual das celebrações, estão a ser feitas algumas das mais importantes deste ano e outras adiadas do ano passado. Ainda sem possibilidade de participação massiva, na maioria dos casos apenas com a presença dos familiares mais próximos, estão a ser feitas no Mosteiro as dos vários centros de catequese, excepto da Golpilheira, que decorrem na nossa igreja. Assim, foram já feitas duas celebrações da Profissão de Fé e Comunhão Solene na Golpilheira: a primeira, no dia 16 de Maio, para o 7.º ano, que não teve oportunidade

Grupo do 7.º ano

Grupo do 6.º ano em duas rondas...

Inscrições para a catequese em todos os anos Será obrigatória a inscrição para a catequese em todos os anos, já que não se faz a passagem automática das crianças

e adolescentes de ano para ano. O pároco informa que as inscrições irão realizar-se no dia 28 de Agosto, das 09h30 às

13h00, e no dia 4 de Setembro, das 14h00 às 18h30. Quem não poder nestes dias e horários deverá contactar o pároco

ou os responsáveis locais. Os interessados deverão trazer a cédula de vida cristã, o cartão de cidadão e 10 euros para o

catecismo, o seguro para as actividades e o contributo para as despesas de funcionamento.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

eclesial cultura

. museudetodos . Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Urna funerária zoomórfica da Idade do Ferro

Música volta ao Mosteiro

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Nesta edição destacamos uma peça da Idade do Ferro exposta na área que o Museu dedica às Comunidades Agro-Pastoris. De rara beleza, esta peça representa os rituais funerários destas comunidades num contexto expositivo onde se exibem outros vasos com funções semelhantes. A urna cinerária que destacamos tem a forma de vaso ovalado, assente sobre fuste troncocónico com decoração geométrica. Na sua tampa sobressai-nos à vista a figura de um cavalo, elemento que remata a decoração da peça e que nos desperta para a importância deste animal nas comunidades do Bronze Final/Idade do Ferro. Oriundo de Ourique (Baixo Alentejo), este vaso funerário produzido em cerâmica terá sido cozido a baixas temperaturas. Com raiz etimológica na palavra latina cinerarius (relativo a cinzas), esta urna cinerária servia para as deposições funerárias, revelando a importância de rituais e da espiritualidade no seio destas comunidades. Na região da Batalha foram identificados vários vestígios arqueológicos que nos revelam rituais funerários e de enterramento das primeiras comunidades que aqui habitaram. Tal como noutras partes do Maciço Calcário Estremenho, a região da Batalha possui diversas grutas naturais que terão sido utilizadas para as deposições funerárias das comunidades agro-pastoris aqui identificadas. A título de exemplo, no vale da Pia da Ovelha foram encontradas as necrópoles de Buraco dos Ossos, Buraco Roto e Forneco da Moira. Ali se acharam urnas incinerárias que remontam a 2000 antes de Cristo. Com a introdução do ferro e do cavalo no século VIII a. C. por tribos do Norte e Centro da Europa, as comunidades agro-pastoris desta faixa ocidental da Península Ibérica tornaram-se mais aguerridas, ocupando montes e planaltos, como o testemunha o Castro da Rebolaria. Estas comunidades estabeleceram contactos com povos da bacia mediterrânica e da Europa Central e do Norte, até cerca do ano 150 a.C., altura em que Roma invadiu a Lusitânia. Para além desta urna, o MCCB exibe outros vasos funerários oriundos da Batalha e de outras partes do país, bem como pequenos fragmentos de cerâmica e elementos ornamentais encontrados em locais como o Buraco Roto (Reguengo do Fetal) ou Boiças (Rebolaria). Recorda-se que o MCCB abre de quarta-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, sublinhando que até ao dia 30 de Junho as entradas neste museu são gratuitas. Esperamos por si.

Artes à Vila 2021

O festival “Artes à Vila” está de regresso ao Mosteiro da Batalha, nos dias 25 e 26 de Junho, com o lema das “músicas bonitas” a encher as Capelas Imperfeitas. Dulce Pontes será o nome mais sonante de um cartaz que inclui ainda Moçoilas, Remexido, Ovo Mau, Labaq & Yo-

sune, Telmo Pires, Filipe Sambado, Benjamim, Não Simão e JP Simões. Apesar de ainda condicionado pela pandemia, o certame volta a trazer um fim-de-semana com exposições, oficinas, conferências e outras actividades que celebram as raízes e apresentam músicos consagrados e artistas emergentes do panorama nacional e das músicas do mundo. De entre essas actividades, destacamos as duas visitas guiadas às Gárgulas do Mosteiro “Do céu ao Solo”, por Patrícia Alho, às 10h30 e às 15h00 do dia 26, e as duas visitas guiadas à exposição “Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha”, na Capela do Fundador, pelo curador Simão Palmeirim, às 14h00 e às 16h00 do dia 27. Inscrições para ambas a enviar a geral@mbatalha.dgpc. pt. Quanto à exposição, recordamos que está patente até 21 de Dezembro. Trata-se da mostra das quinze

obras que compõem o retábulo que Almada Negreiros imaginou criado para aquele espaço, incluindo várias pinturas primitivas (dos séculos XV e XVI), nomeadamente, os icónicos Painéis de São Vicente. Festival multipremiado, o Artes à Vila terá também transmissão online e em directo, no Facebook, Youtube, Instagram e website do festival, a partir do Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Resumimos o programa musical:

25 de Junho

– 17h00: Moçoilas / Remexido – 20h00: Ovo Mau / Labaq & Yosune / Telmo Pires

26 de Junho

– 17h00: Filipe Sambado / Benjamim – 20h00: Não Simão / JP Simões / Dulce Pontes

Centro do Moinho de Vento promoveu na Batalha

I Festival de Teatro Infantil O Centro Infantil Moinho de Vento promoveu, de 17 a 21 de Maio, o I Festival de Teatro Infantil da Batalha, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória e com transmissão online. A iniciativa pretendeu “estimular o gosto pela expressão dramática dos mais novos”, referia em nota enviada ao Jornal da Golpilheira a APDRB – Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha, que detém aquele centro infantil.

Assim, foram apresentadas “cinco sessões de três representações teatrais dirigidas aos alunos do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo de diferentes estabelecimentos públicos e privados, o que abrangeu cerca de duas centenas de crianças”. A instituição recorda que o público foi limitado por causa da pandemia, pelo que se fez a transmissão na página de Facebook do Centro Infantil, para permitir uma participação

mais alargada. A iniciativa contou com alguns apoios comerciais e a parceria do Mosteiro de Santa Maria da Vitória e da Junta de Freguesia da Batalha. Conforme ao cariz social da associação, teve também uma vertente solidária, sendo pedido a cada criança que assistiu presencialmente que trouxesse um bem alimentar não perecível para ser entregue à Loja Social da Batalha.

Protocolos institucionais

CEPAE estende rede O Centro do Património da Estremadura (CEPAE) está a assinar, desde Maio, cerca de uma dúzia de protocolos com várias instituições dos diversos concelhos em que actua, com o objectivo de “alargar PUB

a sua dinâmica envolvendo associações e pessoas com a finalidade de promover e valorizar o património material e imaterial da região”, explica o presidente da associação, Adélio Amaro. Colectividades, ran-

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chos folclóricos, grupos de teatro e outros promotores de artes e cultura são os parceiros desejados nesta rede de trabalho em prol do património material e imaterial da região.


cultura • 11

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Cultura e arte aos Lugares Património Mundial do Centro

O Mosteiro da Batalha recebeu, no dia 2 de Junho, a conferência de imprensa de apresentação do ciclo “Rede Cultural 2.0”, que acontece no âmbito da operação Lugares Património Mundial do Centro. Este ciclo, apoiado por fundos comunitários, prossegue a lógica da primeira Rede Cultural e vai levar concertos, exposições e outras formas de arte e cultura aos quatro sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial na região: Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Convento de Cristo em Tomar e Universidade de Coimbra, Alta e Sofia. A apresentação contou com a presença de Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, e dos autarcas dos municípios envolvidos. Na ocasião, o anfitrião, Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha, elogiou o facto de esta Rede Cultural 2.0 contemplar uma verdadeira “programação em rede”: “O que vai acontecer em Alcobaça estará ligado com o que acontece em Coimbra, Batalha ou Tomar, numa lógica de que, na mesma região, se associe a programação cultural com a componente do turismo

e da promoção da região”. Por outro lado, sublinhou, esta iniciativa prevê “a preservação dos valores patrimoniais e potencia o Lado B dos monumentos, contando novas histórias de cada um”. Pedro Machado realçou “o que está na génese deste grande projecto, que é valorizar, promover e conhecer os nossos quatro patrimónios mundiais com a chancela da UNESCO e o que isso representa para o Portugal”. “A primeira geração desta Rede Cultural teve eixos extraordinários, desde logo a criação associada aos lugares: ultrapassámos a barreira entre o património frio edificado e a criação artística, que foi sempre um dos grandes objectivos, e trouxemos vivências para estes Lugares”, destacou. Além disso, continuou, “aliciou novos públicos para o património, nomeadamente os mais novos, e envolveu as comunidades locais, trazendo valor acrescentado. Foi uma aposta que valeu a pena. Esta segunda geração do programa traz novos desafios, nomeadamente a consolidação da rede, que está a crescer, e o aumento da visibilidade do projecto”. Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, enalteceu a circunstância

DR

Batalha integra Rede Cultural 2.0

Apresentação do programa

de este projecto conciliar “a História, o Património e a Cultura”. “O património é importante, mas ele tem de ser vivido por todos nós, se não é apenas uma construção fria e não é isso que queremos. Só com projectos destes é que nos conseguimos apropriar do património”, frisou. Carina Gomes, vereadora da Câmara Municipal de Coimbra, lembrou que esta rede cultural surge ainda durante uma pandemia que afectou profundamente a Cultura. “O sector da Cultura é um dos que sente mais lentamente a retoma. Temos feito um esforço enorme para apoiar os nossos artistas e esta iniciativa é um contributo importante para esse efeito”, disse. Esta ideia foi também assinalada por João Santos, vereador da autarquia de Alcobaça: “A Cultura tem sido muito

afectada pela crise. Com este projecto estamos a ajudar os artistas e o turismo. Desta forma, não só potenciamos a cultura e o património, como apoiamos a economia local”.

Um programa cultural multifacetado

A Rede Cultural 2.0 vai desenvolver um programa integrado de valorização cultural e turística, combinando os recursos únicos e de excelência sediados na região Centro e inscritos na lista Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Em Alcobaça, o ciclo de programação inclui um concerto pela Orquestra Clássica do Centro (que é parceira cultural), a 24 de Julho, assim como um concerto com artistas locais de celebração do Património da Humanidade, a 1 de Agosto, e um concerto

comemorativo “Amália Hoje”, em Maio ou Junho de 2022. Na Batalha, a programação teve início a 14 de Maio, com um concerto da Orquestra Clássica do Centro e dos Ahkorda. Segue-se, a 11 de Setembro, um concerto itinerante com um artista nacional e a Orquestra Clássica do Centro, e, em Maio de 2022, um espectáculo do projecto Trovas, de recolha de temas musicais do passado na região. Em Coimbra, terá lugar um espectáculo musical “Fado Património Vivo”, a 27 e a 18 de Julho, a que se seguirá, a 5 de Setembro, um concerto itinerante com um artista nacional e a Orquestra Clássica do Centro. De 13 de Novembro a 31 de Dezembro, acontecerá a 4.ª edição do Anozero - Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra. Em Tomar, o programa integra o conjunto de concertos “Tomar Cultura Viva”, complementado com visitas temáticas animadas aos espaços patrimoniais, de 1 de Julho a 3 de Setembro, e, a 4 de Setembro, um concerto itinerante com um artista nacional e a Orquestra Clássica do Centro. Programa completo em https://bit.ly/2SKwSSt.

Câmara defende a valorização nocturna do monumento

Mosteiro está mal iluminado O Mosteiro da Batalha, monumento nacional e que integra a Lista do Património da Humanidade definida pela UNESCO, desde 1983, é uma das mais belas obras da arquitectura europeia e ponto de interesse científico e de atracção turística para Portugal. “A sua conservação

e valorização constitui uma opção estratégica, pelo que a situação de elevada degradação e insuficiente iluminação do Monumento é motivo de forte preocupação para o município da Batalha”, esclarece o autarca Paulo Batista Santos. Em nota à imprensa, a autarquia recorda que “tal como

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é referido por especialistas em património e arquitectos, a iluminação artificial é um instrumento que, devidamente utilizado, poderá ter um papel fundamental não só na valorização do património como na requalificação dos centros históricos”. Assim, tem desenvolvido contactos

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com conhecidos especialistas em iluminação do património e solicitou reunião com o Director-Geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, a quem pretende apresentar um projecto de valorização nocturna do monumento, “como forma de tornar ainda mais especiais as caracterís-

ticas únicas do Mosteiro da Batalha, bem assim melhorar as condições de iluminação e segurança do espaço público envolvente”. O Município manifesta mesmo a sua disponibilidade para “liderar uma candidatura a fundos europeus” para esse projecto.

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AGENTE PRINCIPAL


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

sociedade

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Imagem retirada da apresentação do projecto

Deputados do Parlamento Europeu viram o rio

Crítica ao ministro, pedido aos eurodeputados e “não” a pecuárias

Câmara defende a opção

Guerra aos porcos

Ecovia do Lena dá que falar...

Tem sido tema de décadas, com especial destaque nos últimos meses, sobretudo depois de o Governo dar o dito por não dito e decidir não avançar com a tão badalada e há anos prometida Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES) em Leiria. A meados de Abril, o presidente da Câmara da Batalha voltou a insistir com o ministro do Ambiente nesse assunto, classificando de “leviana” a sua decisão. Em ofício dirigido a João Matos Fernandes, o autarca da Batalha lembra as “graves consequências ambientais para a região de Leiria”, pois “os sítios de sempre para a descarga de efluentes suinícolas são o rio Lena, o rio Lis e a ribeira dos Milagres”. De facto, o ministro tinha afirmado na Assembleia da República que a solução para a poluição na bacia hidrográfica do Lis seria promover a “valorização agrícola”, ou seja, o espalhamento dos efluentes nos terrenos… Perante esta opinião, Paulo Batista aconselha o ministro a delegar o assunto “a outro membro do Governo ou ao próprio primeiro-ministro, António Costa”, de quem espera mais “sensibilidade ambiental”. Já a meados de Maio, a Câmara tomou outra decisão, a de não deferir “os pedidos de reconhecimento de empreendimento de carácter estratégico apresentados para suiniculturas, até que haja um sistema sustentável para tratamento dos efluentes pecuários”. Na prática, significa que as pecuárias que queiram regularizar a sua exploração terão de ter “um sistema de gestão de efluentes pecuários” legalizado, ou terão de esperar que haja ETES. “O apelo que faço aos responsáveis governativos é que chega de artifícios e estudos técnicos na procura de soluções que todos sabem que não passam de paliativos para um grave problema ambiental da região, cuja evidência aponta para a necessidade de construção de uma estação dedicada de tratamento dos efluentes das suiniculturas”, refere o autarca da Batalha. Já no dia 24 de Maio, no âmbito de uma visita dos eurodeputados Paulo Rangel, Lídia Pereira e Álvaro Amaro ao concelho da Batalha, o presidente batalhense levou-os às margens do rio Lena e apelou à intervenção da Comissão Europeia para forçar o Governo português a concretizar na região de Leiria a designada prioridade europeia da transição ambiental justa. “Esta é uma questão nacional que deverá merecer a atenção das instituições europeias”, sendo evidente que “o Ministério do Ambiente em Portugal funciona como uma força de bloqueio ao desenvolvimento sustentável e, por esquecimento ou mera incompetência, continua a ignorar as preocupações dos cidadãos e das empresas agro-pecuárias da região”. Os deputados comprometeram a “realizar acções concretas junto do Governo e da Comissão Europeia” para resolver o problema… LMF

Destacámos na nossa última edição a obra em curso no vale do Lena, desde a ponte de Casal de Mil Homens, na Golpilheira, até à Batalha. Trata-se de uma ecovia que será adaptada, em grande parte, no traçado dos actuais caminhos agrícolas que atravessam o Paul, a Canoeira, o Baçairo, a Abrunheira e a Ponte de Almagra, em direcção ao Crasto e à Ponte Nova. O assunto tem dado que falar, desde logo, a partir da “queixa” da Junta de Freguesia da Golpilheira de não ter sido informada em pormenor sobre o projecto nem sobre o início das obras. A Junta defende, ainda, que o percurso pedestre deveria ter outro traçado, mais próximo das margens do rio, e que não deveria ter sido ocupado o actual caminho agrícola para esse fim, já que será complicada a convivência entre os peões e o trânsito automóvel. Vários populares se juntaram a esse protesto, questionando, sobretudo, como se garantirá o acesso a máquinas agrícolas aos terrenos sem danificar o piso e a sinalética do novo percurso. Recorde-se que esta via é, ainda, usada por muitos automobilistas para a entrada na freguesia, apesar de ser estreita ao ponto de não permitir o cruzamento fácil de dois veículos. O piso em alcatrão é outros dos defeitos PUB

apresentados para a finalidade de caminho ecológico. A Câmara tem vindo a rebater estas críticas, referindo que o projecto está a ser desenvolvido há vários anos, já foi apresentado em Assembleia Municipal e está devidamente publicado no portal do Município. Lembrando que não é possível fazer qualquer construção junto às margens do rio e que “os percursos disponíveis devem ser optimizados de forma a que a intervenção seja mínima e, dessa forma, não se altere a fauna e a flora ali existentes”, a autarquia defende que esta é a solução ideal para promover a “mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes”, com uma “estratégia de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente, as zonas urbanas”. Em vários meios, desde cartazes a vídeos nas redes sociais, o Município tem vindo a destacar as boas opções ali tomadas para promover o usufruto das caminhadas na natureza e a requalificação das vias existentes, incluindo o aproveitamento futuro desta via para a ligação a Leiria a pé e de bicicleta, inclusive pelos estudantes do ensino superior, em parceira com o IPL. Para tal, serão colocados pontos de distribuição de bicicletas eléctricas, um deles junto ao

pavilhão da Golpilheira. Outra parceria, com o grupo Aves Batalha, fará que se coloquem ao longo do traçado alguns painéis informativos sobra a fauna e a flora locais. O percurso, correspondendo a uma adaptação proposta num estudo de alunos de Turismo do Agrupamento da Batalha, terá uma ramificação também pedonal até ao Colipo, no topo nascente da freguesia da Golpilheira. “Localizado a Norte da vila da Batalha, o açude do rio Lena é o ponto mais forte da intervenção”, entre a rua da Ponte Nova e o Jardim da Cerca”, lê-se no sítio da Câmara. De resto, “as infra-estruturas existentes devem ser aproveitadas, eliminando a necessidade de criar novas, pelo que a intervenção deve ser autónoma, excluindo-se situações em que se verifique a sua degradação”. Em entrevista que publicámos na última edição, o presidente da edilidade, Paulo Batista Santos, garantia que o acesso aos moradores e terrenos agrícolas será assegurado, embora se preveja a limitação de outro tipo de trânsito automóvel. E explicava, ainda, que só no final, após regularização das bermas e colocação de sinalética, se poderá avaliar a obra. Essa conclusão está prevista para Agosto deste ano. LMF


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Bombeiros Voluntários da Batalha

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho da Batalha assinalou, no passado dia 18 de Abril, o 43.º aniversário da sua fundação. Sem grandes festejos, dada a situação de pandemia que vivemos, o dia iniciou-se com o hastear das bandeiras no quartel, seguindo-se uma romagem ao cemitério da Batalha. Ao final da manhã, uma sessão solene frente ao quartel serviu para enaltecer o papel que esta associação tem desempenhado ao longo destes anos no serviço à população concelhia, bem como para algumas promoções e condecorações.

2020 dá mais prejuízo

Em assembleia geral do passado dia 21 de Maio, foram aprovadas as contas da associação relativas a 2020, um ano marcado pela pandemia, cujos efeitos se fizeram sentir de forma “pesada” na sua actividade e nos resultados apresentados.

Segundo o relatório da direcção, foi especialmente notória a “quebra de receita do transporte de doentes e o aumento dos encargos salariais”. Ainda assim, foi feito algum investimento em formação profissional, rádios Siresp, equipamentos de protecção individual, equipamento informático e alguns melhoramentos nas instalações. A corporação recebeu, ainda, uma nova viatura ligeira de combate a incêndios, oferecida pela empresa Calzedonia. A obra de maior vulto, financiada pela Câmara da Batalha, foi a substituição do telhado do pavilhão e respectiva instalação eléctrica, que estava já planeada para este ano. Embora com todas as condicionantes dos tempos que vivemos, a associação “continuou, dentro das possibilidades económicas, a corresponder às solicitações do comando no que se refere aos meios humanos e também à manutenção e melhoria da

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Festa dos 43 anos

Parada no quartel no dia do aniversário

operacionalidade dos Bombeiros da Batalha. As receitas situaram-se nos 634 mil euros, menos 35 mil do que em 2019, e as despesas em cerca de 763 mil euros, mais 40 mil do que no ano anterior. Contas feitas, regista-se um saldo negativo de cerca de 129 mil euros, dos quais 63 mil euros correspondiam a reembolsos já transferidos no início de 2021. “O aumento de salário mínimo e o consequente aumento dos funcionários influenciaram também negativamente os resultados” refere a direcção, sublinhando

que “apesar da diminuição da despesa em fornecimentos e serviços externos, o que mais influenciou o resultado negativo foi a quebra de receitas em transporte de doentes e em serviços de INEM e a inexistência de eventos”. Assim, para cumprir compromissos assumidos e manter as contas a fornecedores em dia, “foi necessário mobilizar valores das aplicações financeiras, sendo intenção da direcção efectuar a sua reposição de modo a que exista maior segurança financeira na Associação”. Além dos apoios da au-

tarquia e outras instituições, a direcção agradeceu alguns donativos particulares, apesar de em menor número do que em anos anteriores. Uma nota especial foi dada sobre a “Loja Social, uma vertente importante desta associação, tanto mais em tempos de dificuldades como foi o ano 2020”, sublinhando-se “o papel de todas as voluntárias e das coordenadoras, permitindo minorar as dificuldades das pessoas em situações mais vulneráveis”. LMF

Município aposta na prevenção

Nova equipa em acção contra incêndios O Município da Batalha e o Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria promoveram uma reunião de trabalho para planeamento da época de incêndios, no passado dia 21 de Abril, com diversas entidades intervenientes nesta área, bombeiros e autarcas. No encontro, foram analisadas acções e logísticas e PUB

apresentado um projecto inovador de constituição de uma Equipa de Vigilância e Intervenção para o patrulhamento, combate inicial, rescaldo e vigilância pós-incêndio, que será coordenada pelo comando dos Bombeiros Voluntários. A Câmara já aprovou um financiamento de 21.256 euros para esta equipa, que será

constituída por três bombeiros e irá operar 24h/24h, nos meses de Julho, Agosto e Setembro, com maior foco na vigilância, detecção e alerta nas freguesias do Reguengo do Fetal e de São Mamede, as de maior risco neste domínio. Segundo nota da autarquia, a equipa visa, também, “contribuir para uma maior

proximidade dos bombeiros à população, prevenir comportamentos de risco, com formações e entrega de panfletos informativos sobre as medidas preventivas, bem como assegurar mais rapidez e capacidade para um combate inicial de um incêndio rural. “É um projecto inovador em termos nacionais e integra-se

nas medidas de reforço do dispositivo local de prevenção de fogos florestais e segurança de pessoas”, rerefe o presidente, Paulo Batista Santos. Recorde-se que 61,82% (6.396,31 há) do total do território concelhio é floresta, sendo 11,36% (1.175,81 ha) de área agrícola e 8,71% (901,70 há) de terrenos incultos.

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sociedade

Município aprova contas de 2020

“Lucro” de 2 milhões

“A Câmara Municipal da Batalha vive uma situação financeira saudável e apresenta meios libertos positivos de 1.912.361 euros, valor este que compara com os 1.886.542 euros em 2019, ou seja, registou um aumento de 1,4%, que serão aplicados em novos projectos de investimento e reforço de medidas de apoio social à população”. A afirmação é comunicada pela autarquia em nota à imprensa, dando conta de que “o cash-flow que foi gerado em 2020 (1.847.036 euros) é superior ao valor total das dívidas a terceiros a curto prazo existentes no final de 2020, que ascendiam a 1.307.129 euros”, resultando num rácio de autonomia financeira de 89%”, segundo o relatório do auditor. Também o prazo médio de pagamento se situa nos 13 dias, um dos mais baixos a nível nacional, e o endividamento “encontra-se ao mais baixo nível da última década”, em cerca de 2 milhões de euros. Os membros do executivo do PSD e do PS votaram as contas favoravelmente e o vereador eleito pelo CDS-PP absteve-se. “Com um endividamento municipal praticamente residual e dispondo de uma elevada capacidade de execução de fundos europeus, o Município poderá encarar o seu futuro com ambição de fazer mais projectos e chegar a mais famílias”, refere o autarca da Batalha, Paulo Batista Santos, sublinhando os resultados obtidos apesar da crise provocada pela pandemia e os 1,2 milhões de euros afectas ao apoio social e estímulo económico nesse contexto.

Delegação de novas competências

Câmara mais “social”

A Câmara e a Assembleia Municipal aprovaram por unanimidade receber novas competências na área da acção social em 2021, o que representa mais acção ao nível do planeamento e coordenação social, a elaboração da carta social municipal, a emissão de parecer sobre a criação de serviços e equipamentos sociais com apoios públicos e o desenvolvimento de programas de promoção de conforto habitacional para pessoas idosas. Passam também a ser atribuições municipais o serviço de atendimento e de acompanhamento social, bem como a elaboração dos relatórios de diagnóstico técnico e acompanhamento e a atribuição de prestações pecuniárias de carácter eventual em situações de carência económica e de risco social. O município irá assegurar, ainda, o acompanhamento dos contratos de inserção dos beneficiários do rendimento social de inserção, bem como desenvolver a componente de apoio à família para crianças que frequentam o ensino pré-escolar da rede pública. Estas são áreas em que a Câmara já intervinha, mas que agora recebem um reforço financeiro, na ordem dos 30 mil euros anuais, e a possibilidade de recrutamento de mais profissionais na área social. Para o presidente, Paulo Batista Santos, “é hoje uma evidência que as autarquias têm um papel fundamental no apoio às populações em matéria de acção social, garantindo numa dimensão de proximidade uma resposta mais eficaz aos cidadãos, em especial aos mais vulneráveis socialmente”. O autarca defende que “tão importante como reclamar mais recursos junto do Governo, como parece ser apanágio de alguns eleitos, nesta fase de pandemia, é fundamental redefinir prioridades e assumir que os municípios devem desempenhar um papel central na recuperação económica dos territórios e reforçar as medidas de apoio social à população”.

Atendimento ao Munícipe e apoio aos licenciamentos

Câmara renova plataforma digital A Câmara Municipal da Batalha desenvolveu uma nova plataforma de atendimento que visa agilizar a tramitação de operações urbanísticas e o contacto digital com os diversos serviços da autarquia. A nova plataforma, com o endereço https://atendimento. cm-batalha.pt, foi criada no âmbito da estratégia de desmaterialização de processos de obras particulares, tornando possível muito proximamente a tramitação de todo o tipo de processos de operações urbanísticas de uma forma digital (ePaper), opção que irá facilitar os processos internos de tramitação e evitar duplicações. Cada interveniente no processo (seja o requerente de obra e/ou o técnico por ele

mandatado, por exemplo o arquitecto ou engenheiro civil responsável), após registo na plataforma e utilizando a sua senha de acesso à aplicação, deve submeter todos os documentos em formato digital referentes à obra a licenciar e autenticados através de assinatura digital qualificada. A utilização de formatos normalizados – e por isso mesmo iguais para todas as pessoas – garante a segurança da informação e a integridade dos ficheiros e conduz a uma transparência total de todo o procedimento de tramitação de processos na Câmara Municipal. Na plataforma de atendimento digital encontram-se disponíveis requerimentos editáveis para efectuar vários

serviços ou pedidos de licenciamento junto dos respectivos serviços municipais. Depois de seleccionado o serviço e preenchido o requerimento, basta remeter por email para requerimentos@cm-batalha. pt. Este projecto de modernização dos serviços municipais representa um investimento de cerca de 15 mil euros e conta com a parceria da AIRC – Associação de Informática da Região Centro e de outros parceiros tecnológicos. Para o Município da Batalha, trata-se de mais um investimento de apoio à economia local e de proximidade aos cidadãos, agilizando processos e disponibilizando soluções que possam simplificar a interacção com a Câmara.

Batalha recebe quase meio milhão de “recompensa”

Regeneração urbana dá prémio O Município da Batalha recebeu um prémio financeiro de 476 mil euros “pela boa execução do Plano de Acção de Regeneração Urbana”. Em comunicado, o município explica que o “Programa Operacional Regional do Centro revelou a atribuição de um prémio financeiro de 361.576,77 euros, a que se junta o saldo da operação do novo Parque de Eventos de Santa Maria da Vitória, de 114.628,34 euros, perfazendo um total 476.205,11 euros de montante de reforço de comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional”.

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Parque Santa Maria da Vitória

O Plano de Acção de Regeneração Urbana da Batalha foi desenvolvido em parceria com a Unidade de Investigação – CARME - Centro de Investigação Aplicada em Gestão e Economia, do Instituto Politécnico de Leiria. “Deste plano constam as intervenções já concluídas da operação urbanística de salvaguarda aos impactos do ruído e poluição sobre o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (517.041,20 €), a Casa do Conhecimento e da Juventude da Batalha (559.966,61 €), a reabilitação do Edifício do Dr. Gens (580.874,34 €) e a requalificação do Antigo Campo

de Futebol, junto ao Mosteiro, para Parque de Eventos Santa Maria da Vitória (1.043.050,00 €)”, adianta a autarquia. No total, o somatório ascende a 2,7 milhões de euros, nas áreas da reabilitação de edifícios e regeneração de espaços públicos. Para o autarca local, Paulo Batista Santos “este plano encontra-se concluído no prazo previsto e permitiu realizar uma verdadeira revolução ao nível da reabilitação dos edifícios públicos existentes na vila da Batalha e requalificar toda a zona envolvente do Mosteiro”. Ângela Susano


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Galardão PME Excelência 2020

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Dez empresas de excelência no Concelho

Passagem pelo Centro Recreativo

Programa “Domingão” na Batalha

Camião da SIC na Golpilheira Nestes tempos de pandemia, o programa “Domingão” da SIC tem sido gravado em Lisboa, alternando com imagens colhidas por um camião animado por alguns artistas, em trânsito pelas ruas de diversas localidades. No domingo 30 de Maio, essa “viagem” decorreu pelas ruas da Batalha e localidades próximas, incluindo a Golpilheira. Embora o tema do programa não tenha sido a Batalha, foi possível

observar algumas paisagens locais e as pessoas que, à beira dos caminhos, usufruíram de alguns momentos de animação e música popular. Segundo a Câmara Municipal, que contratou esta animação, foi uma forma de lembrar a Feira de Artesanato e Gastronomia da Batalha (FIABA), que ocorreria por esta altura – não exactamente naquele domingo, que seria, sim, o das grandes festas paroquiais

da Santíssima Trindade – e que este ano, devido à pandemia, nem uma nem outra puderam ainda realizar-se. O convite ao programa pretendeu, ainda, “promover o concelho da Batalha, reconhecer o associativismo local e sobretudo afirmar a nossa confiança no futuro próximo para todos voltarmos a festejar a cultura e as tradições locais”, afirmou na ocasião Paulo Santos, presidente do Município.

Dez empresas do concelho da Batalha foram distinguidas com o galardão PME Excelência 2020 (PME-E), segundo a informação divulgada pela Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI). No conjunto dos municípios do distrito de Leiria, foram distinguidas 214 empresas. Os resultados da região estão acima da média dos últimos anos. Na Batalha, as empresas que se destacaram pelos melhores desempenhos económico-financeiros e de gestão desenvolvem actividade nos sectores da fabricação (5), publicidade (2), comércio (1), transportes (1) e restauração (1). São elas: Atwoo Car Cosmetics, Lda. (comércio por grosso não especializado), Comumspace, Lda. (agência de publicidade), Induzir – Indústria e Comércio de Equipamentos, Lda. (fabricação de fornos e queimadores), José Carlos Bento – Construções Metálicas, S.A. (fabricação de estruturas de construções metálicas), Patrovitrans – Transportes, Lda. (transportes rodoviários de mercadorias), Plásticos Rodifel, Lda. (fabricação de artigos de plástico), Sérgio Carreira, Unipessoal Lda. [Pensão Vitória] (restaurantes tipo tradicional), Velvet Design e Publicidade, Lda. (agência de publicidade), Vidros Cerejo, Lda. (fabricação de vidro plano) e Vitor Manuel Pereira Alberto, Lda. (fabricação de artigos de plástico). Esta iniciativa do IAPMEI “foi criada com o objectivo de reconhecer as PME que se evidenciam pela qualidade dos seus desempenhos económico-financeiros e se mostram capazes de atingir altos padrões competitivos”. AS

Primeiras candidaturas aprovadas

O Município da Batalha aprovou a meados de Abril as primeiras 15 candidaturas no âmbito do designado Programa Municipal de Relançamento da Economia e do Investimento, no montante global de cerca 30 mil euros. Recorde-se que este programa municipal visa atribuir apoios às actividades económicas, de carácter extraordinário, não reembolsáveis, tendo em vista a manutenção dos

postos de trabalho e mitigação de situações de crise empresarial, constituindo um incentivo para apoio à normalização da actividade das empresas e pequenos negócios locais. Este programa tem dotação inicial de 500 mil euros, destinados, sobretudo para a dinamização e recuperação económica do tecido empresarial do concelho, designadamente, apoiando as actividades de alojamento, restauração,

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Apoio de 30 mil euros a 15 empresas

Turismo é uma das prioridades

comércio e serviços, que por força do estado de emergência tiveram que interromper a sua

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actividade. Foi uma “decisão unânime” do executivo que “está

a revelar-se essencial para a economia e manutenção do emprego, sobretudo ao nível das microempresas familiares, que representam mais de 90% das candidaturas entregues”, esclarece o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. Ao todos foram entregues cerca de uma centena de pedidos “que se encontram em análise de verificação regulamentar”.

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

política

Apresentação de candidatos às eleições autárquicas O PSD da Batalha apresentou oficialmente, no passado dia 21 de Maio, os cabeças de lista às próximas eleições autárquicas, que já tinham sido anunciados. Além da recandidatura à Câmara do actual presidente, Paulo Batista Santos, lidera a lista à Assembleia Municipal o empresário batalhense Alfredo Monteiro de Matos. O partido apresentou também oficialmente os quatro candidatos a encabeçar as listas às juntas de freguesia concelhias: Rosa Abraul (Batalha), Cesário Santos (Golpilheira), Carlos Fiúza (Reguengo do Fetal) e Marco Vieira (São Mamede). O actual presidente da Assembleia Municipal, Júlio Ribeiro Órfão, será o mandatário da candidatura concelhias do PSD. A sessão contou com a presença de cerca de centena e meia de pessoas que integrarão as

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PSD mostra confiança na continuidade

Apresentação pública dos candidatos

diversas listas e outros apoiantes, como foi o caso de Rui Rocha, ex-autarca e presidente da Distrital de Leiria do PSD, que como por referir que “as candidaturas do PSD no concelho da Batalha não são do senhor A ou do senhor B, de falsos independentes que não prestam contas a ninguém, são candidaturas da comunidade, que têm rosto, onde todos contam e todos são protagonistas, disponíveis e

mobilizados para servir a população”. Defendendo que “também não são voltadas para o passado, para a mera obra física, feita muitas vezes apenas para agradar a alguns”, Rui Rocha considerou que este projecto “está orientado para a comunidade, liderado por um dos melhores autarcas do País, e focado nas pessoas concretas que vivem e sentem o concelho da Batalha”. Também Alfredo de

Matos sublinhou “a linha da exigência, do rigor e da competência” do actual presidente, dando como exemplo a forma como tem respondido às “dificuldades que esta pandemia trouxe ao nosso país”. Afirmou-se “consciente do desafio que está pela frente neste concelho” e da “enorme tarefa que caberá aos futuros autarcas”. Num tempo “que não se compadece com meras lógicas de poder pelo

poder, é mesmo preciso trabalhar, e trabalhar muito para recuperar os níveis de desenvolvimento e dar respostas concretas aos cidadãos e empresas”, referiu. Na intervenção final, o candidato e actual presidente da câmara começou por um “profundo agradecimento” aos profissionais dos vários sectores que têm ajudado na luta contra a pandemia. Apresentando-se “com a mesma humildade com que o fiz há quatro anos”, Paulo Santos afirmou que está “para vencer, com muita determinação, coragem, respeito e dignidade”, com um projecto de “ambição colectiva” que procura “valorizar o capital humano e imaterial” do concelho e das freguesias, “apostar mais na promoção turística, na modernidade da tecnologia e da indústria”, “afirmar uma Batalha com mais emprego, uma terra

onde seja agradável viver e de oportunidades”, e “reduzir as barreiras arquitectónicas e as barreiras geracionais”. Sob o lema “Somos Batalha”, para o futuro próximo apresentou como prioridades “a criação de uma agenda mobilizadora e elegível aos apoios COMPETE e Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para as áreas mais dinâmicas do concelho”, “um programa de revitalização dos centros cívicos das freguesias e de apoio ao comércio tradicional”, “o desenvolvimento de uma Rede de Aldeias Criativas e de promoção turística”, “a criação de uma Bolsa de Habitação Jovem destinada a recuperar habitações para arrendamento a preço controlado a jovens que queiram empreender e fixar-se no Concelho”, “a construção do Centro de Inovação Social da Batalha”.

dade de uma alteração no modo de governar localmente, com o objectivo de devolver o poder às pessoas e dar-lhes condições para fazerem mais por si próprias e pelo seu concelho”, os candidatos vêem uma “forte mobilização de muitos cidadãos cansados e preocupados com o rumo do actual estado de governação do Município da Batalha”, pelo que a Iniciativa Liberal “propôs-se a auscultar as necessidades dos batalhenses e tem vindo a desenvolver um programa político forte que devolva a esperança e o futuro aos batalhenses”.

E adiantam como pilares “a transparência da governação, o crescimento e o desenvolvimento económico do Município, a capacitação e a melhoria das condições de saúde no Concelho e o desenvolvimento de uma política de proximidade”. Dário Florindo, consultor especialista em temas de Governo e Sector Público, de 27 anos, adianta os objectivos a que se propõe: “Os batalhenses são um povo orgulhoso do seu esforço e da sua história. Querem um município orientado para o futuro, com decisões transparentes,

Dário Florindo

com menos taxas, com menos burocracias, com menos propaganda política e mais e melhores cuidados de saúde, mais prosperidade e oportunidades de negócio, um turismo mais forte e um município com uma visão estratégica a longo prazo, capaz de

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O partido Iniciativa Liberal concorre, pela primeira vez, às eleições autárquicas no concelho da Batalha, tendo agendada uma sessão de apresentação oficial da candidatura para o próximo dia 27 de Junho, pelas 17h00, na praça Mouzinho de Albuquerque, na Batalha. Em nota enviada à comunicação social, são, no entanto, já revelados os cabeças de lista à Câmara e à Assembleia Municipal, respectivamente, Dário Florindo, de S. Mamede, e Ricardo Vala, na freguesia da Batalha. Afirmando-se “confiantes na necessi-

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Iniciativa Liberal estreia-se na Batalha

Ricardo Vala

responder aos desafios climáticos e tecnológicos, com projectos que tragam valor acrescentado e que permitam gastar melhor os nossos impostos. Enfim, um Município orientado para a melhoria da qualidade de vida dos batalhenses”. Para Ricardo Vala,

administrativo, de 53 anos, “deve ser função da Assembleia Municipal fiscalizar a acção governativa da Câmara, garantindo aos cidadãos do nosso concelho a liberdade para realizar o seu projecto de vida”. Nessa linha, compromete-se a “garantir que a Câmara será um agente facilitador e não um obstáculo na vida dos munícipes” e está empenhado em “provar a todos os nossos eleitores, incluindo os mais jovens, que a Iniciativa Liberal é o verdadeiro projecto político alternativo, sério, e que veio para ficar”.


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

s de 2021 no concelho da Batalha e suas freguesias O Movimento Independente “Batalha é de Todos”, liderado por Raul Castro, apresentou-se oficialmente no passado dia 28 de Maio, numa conferência de imprensa que decorreu num restaurante do Reguengo do Fetal. Além de Raul Castro como candidato à Câmara, a que já presidiu nos anos 90 do século passado, o Movimento que conta com o apoio do PS às próximas eleições autárquicas anunciou António Lucas, também ex-presidente da autarquia nos anos 1997 a 2013, como mandatário da candidatura e Joaquim Ruivo, actual director do Mosteiro da Batalha, como cabeça de lista à Assembleia Municipal.

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Movimento Independente “Batalha é de Todos”

António Lucas, Raul Castro e Joaquim Ruivo

Na apresentação, António Lucas destacou o facto de “esta candidatura ser verdadeiramente independente, uma vez que agrega representantes de todas as forças políticas”, assumindo que “o nosso partido é a Batalha”. Declarando que “somos cidadãos

com militância activa e é isso que nos move”, o ex-autarca adiantou o desejo de “voltar a aproximar a autarquia dos munícipes, com disponibilidade constante e permanente para ouvir os cidadãos, e alterar o paradigma dos dois últimos mandatos, de

uma gestão autocrática e centrada em alguém”. Quanto ao candidato ao executivo, lembrou que “Raul Castro já deu provas de que sabe descomplicar e resolver os problemas”. Também Joaquim Ruivo frisou que “Raul Castro fez a diferença

quando foi presidente” e manifestou a sua confiança em que “vai voltar a fazer a diferença”. Quanto ao desafio que aceitou de encabeçar a lista à Assembleia Municipal, referiu a sua “ligação de 25 anos com a Batalha” numa “militância cívica pela cultura e património” como base para uma intervenção, agora, mais política. E parte com segurança: “Ao longo deste tempo, pude testemunhar a qualidade da acção do Raul Castro e do António Lucas em prol da Batalha e da sua população”. Na sua intervenção, Raul Castro explicou que este movimento independente “surgiu de um conjunto de vontades, de pessoas de vários quadrantes, que se articula-

ram para devolver a Batalha aos batalhenses”. Frisou que “são pessoas que não querem uma carreira política, mas que querem estar mais perto dos munícipes” e defendeu uma campanha eleitoral com “debate de ideias para a Batalha” e sem respostas a “provocações”. Assegurando que esta “é uma candidatura para ganhar”, o também ex-presidente da Câmara de Leiria concluiu que “estamos todos aqui para desempenhar uma missão cívica e disponíveis para darmos o melhor de nós mesmos, em equipa. Sabemos o que é preciso fazer; não sabemos se podemos fazer tudo o que queremos, mas vamos fazer melhor do que está a ser feito”.

apresenta Samuel Moniz, técnico de mecatrónica, de 34 anos, afirmando que “pode fazer a diferença e trazer o dina-

Samuel Moniz

mismo que falta a esta freguesia”. Para a Batalha anuncia-se Fernando Bastos, enfermeiro e ex-coman-

Diana Felgueiras

dante dos Bombeiros da Batalha, de 54 anos, e para o Reguengo do Fetal surge Diana Felgueiras, gestora de património,

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Francisco Coutinho

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putado eleito pelo mesmo partido. Promete “continuar a ser a voz crítica e construtiva, tal como tem sido no actual mandato, sempre com a única intenção de defender e promover o que é melhor para a Batalha e para todos os batalhenses”. Também em relação às juntas de freguesia há já alguns candidatos, como é o caso da Golpilheira, onde se

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Embora sem apresentação oficial, o CDS da Batalha tem revelado nas redes sociais alguns nomes de cabeças de lista às próximas eleições autárquicas, além do já anunciado candidato à Câmara Municipal, o actual vereador Horácio Moita Francisco. Foi o caso de Francisco Coutinho, que repete a liderança da candidatura à Assembleia Municipal, onde é actualmente de-

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CDS revela nomes para Assembleia e freguesias

Fernando Bastos

de 30 anos. Tal como nas últimas eleições, o lema das candidaturas do CDS é “Batalha no Coração”.

Também o partido Chega anunciou a corrida aos órgãos autárquicos da Batalha, como em diversos outros concelhos do distrito de Leiria, numa cerimónia nos Pousos, no passado dia 9 de Junho. Com a presença do líder nacional, André Ventura, de

alguns dirigentes regionais e de cerca de duas centenas de apoiantes, anunciou-se Sara Santos como aposta para a Câmara da Batalha e, segundo lemos no Jornal da Batalha, também de Edmundo Caetano para a Assembleia Municipal, José Bento para a Junta

de Freguesia da Batalha e Bruno Oliveira para o Reguengo do Fetal. No Facebook da candidata ao executivo, médica veterinária de 31 anos, refere não ter “qualquer vício político” e concorrer para fazer a “ruptura”, pois “há anos que a Batalha é gover-

nada pelos mesmos”. Aponta a luta contra a burocracia e a procura da proximidade com os cidadãos como algumas das suas prioridades, bem como “apoiar e incentivar o empreendorismo na Batalha, nomeadamente apoiar o crescimento do turismo, in-

centivar os empresários locais e apoiar as ideias dos jovens empresários”. Apostada em oferecer “mudança”, Sara Santos promete disponibilidade para “ouvir os munícipes” e deseja “um concelho em que as famílias gostem e que sintam orgulho de viver”.

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Chega também vai a votos na Batalha

Sara Santos


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desporto

Atlético Clube da Batalha

Protocolo aprovado pelo Município

Sempre a “formar campeões”

UDB aposta em nova modalidade

Triatlo chega à Batalha

Fotos: DR

Uma “Escola de Formação Desportiva de Triatlo” para jovens é o mais recente projecto da UDB – União Desportiva da Batalha. O triatlo é composto por três modalidades – natação, ciclismo e corrida –, por essa ordem e sem interrupção entre as mesmas. Assim, esta modalidade ensina as crianças a nadar, a pedalar, a correr e a fazer um conjunto de actividades lúdicas apropriadas à sua idade. O projecto engloba participações em provas e competições, de acordo com a calendarização da Federação Portuguesa de Triatlo, entidade que apoia esta nova

aposta. Os treinos começaram no passado dia 5 de Abril e os atletas da UDB já participaram em algumas provas, sendo a primeira prova oficial o IV Duatlo Jovem Portalegre - Prova do Campeonato Nacional Jovem, onde iniciaram um percurso que se espera de muitas conquistas, sobretudo ao nível da formação desportiva, atlética e da personalidade. Os interessados em integrar esta escola deverão contactar para triatlo@udb.pt ou espreitar em facebook.com/ UniaoDesportivadaBatalha. Ângela Susano

Benjamins

O Atlético Clube da Batalha surgiu em 2012 e desde então que tem vindo a fazer história com os atletas locais. Um clube desportivo que se dedica à formação e à competição envolvendo todas as disciplinas do Atletismo, com o lema “mais importante do que formar campeões no Atletismo é formar campeões na vida”. Ao longo de quase 10 anos, tem desenvolvido diversas actividades desportivas, culturais, recreativas e académicas, por forma a corresponder às necessidades regionais, contribuindo, assim, para a ocupação de tempos livres dos atletas mais jovens, preocupando-se com o correcto desenvolvimento das crianças e jovens e com uma adequada formação motora complementar de aquisição de competências desportivas, que vai para lá do atletismo. Durante o mês de Abril, foram várias as competições em que marcaram presença, tais como: - Torneio de Preparação de Iniciados – com destaque para o atleta Alexandre Rosário, com o 3.° lugar no Lançamento do Peso; –Campeonato Distrital, em que Joana Bagagem se sagrou campeã distrital de sub-20 nos 5 km; – Torneio de Preparação de Infantis, em que participaram de 9 atletas, com destaque para Eduardo Santos, no 2.º lugar do Peso Masculino, Sara Gomes em 3.º lugar no Peso Feminino, Martim Soares com o 3.º lugar nos 60 metros e Leonardo Mendes também 3º nos 600 metros;

– Torneio de Preparação De Lançamento Longos, com destaque para o atleta Alexandre Rosário, com o 3.° lugar no Lançamento do Martelo; – Torneio de Preparação de Benjamins, onde estiveram presentes 10 atletas e para casa trouxeram 7 medalhas!

Os treinos decorrem durante a semana, junto à zona desportiva da Batalha, para atletas dos 5 aos 65 anos. Venha experimentar! Para mais informações, envie um e-mail para acbatalha.2012@hotmail.com Inês Monteiro

Leonardo Mendes campeão distrital

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O antigo e abandonado campo de futebol da Jardoeira poderá acolher uma pista de atletismo em tartan, numa parceria entre a Câmara Municipal da Batalha e as associações locais que dinamizam várias actividades de atletismo. A autarquia aprovou um protocolo onde caberá ao Município desenvolver o projecto da pista de tartan para a prática oficial do atletismo, que implica um investimento estimado de 310 mil euros e que necessitará do acordo prévio da Sociedade Recreativa da Jardoeira, proprietária do espaço. Segundo nota de imprensa, “a infra-estrutura desportiva vai ter as medidas oficiais e respeitar as características técnicas exigidas pelas entidades que regulam a modalidade, nomeadamente a Federação Internacional de Atletismo”. Segundo o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos, “este projecto surge na sequência de uma proposta do Atlético Clube da Batalha, clube dedicado ao atletismo e em especial à formação, pelo que surge como o parceiro natural para o objectivo duplo de dotar o Município com uma nova resposta desportiva e requalificar um equipamento que está há vários anos ao abandono”.

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Batalha poderá ter pista

A Golpilheira esteve muito bem representada pelo jovem Leonardo Mendes, no Quilómetro Jovem organizado pela Associação Distrital de Atletismo, na tarde de 6 de Junho, na pista do estádio municipal de Leiria. O Leonardo percorreu as duas voltas e meia à pista de Leiria em 3m11s27cs, sendo o vencedor na sua faixa etária de infantis. É mais um jovem atleta promissor da Golpilheira que dá nas vistas com as cores do Atlético Clube da Batalha. Há um longo caminho a percorrer, mas a estrutura técnica e directiva do ACB saberá corresponder às expectativas.

Joana Bagagem nos nacionais

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A atleta da Golpilheira Joana Bagagem, que representa o Atlético Clube da Batalha há vários anos, participou no dia 12 de Junho no Campeonato Nacional de Esperanças (Sub23) que se realizou no estádio Cidade de Coimbra. Já na época passada, conseguiu qualificar-se para os 2.000m obstáculos dos Campeonatos Nacionais de Juniores (Sub-20), tendo conquistado uma medalha. Esta época, continuou a marcar presença em campeonatos nacionais em pista coberta e ao ar livre, numa prova que exige marca de qualificação; Joana foi a 9.ª melhor nos 3.000 metros obstáculos, com 11m32s36cs. Segue-se o Campeonato Nacional de Juniores, no sábado 19 de Junho, em Viana do Castelo, com Joana a ter possibilidades de alcançar uma medalha.

Casimiro Gomes


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Futsal Sénior Masculino

Época atípica serviu de “estágio”

Esta foi uma época toda jogada em tempo de pandemia, com interrupções pelo meio... deu para fazer um trabalho consistente com a equipa? Infelizmente, as condições atípicas desta época não permitiram fazer um trabalho tão consistente como o desejado. Os horários iniciais no pavilhão da Golpilheira obrigavam-nos a iniciar os aquecimentos na rua. Só houve uma volta no campeonato e, em oito jogos, jogámos apenas um em nossa casa, e um segundo em casa emprestada, na Quinta do Sobrado. No entanto, adaptámo-nos conforme o necessário. Qual foi a principal dificuldade de jogar nestas condições? Não considero as diferenças existentes nesta época como sendo dificuldades, mas sim como sendo um esforço comum de adaptação, necessário para que todas as normas fossem cumpridas e a saúde de todos estivesse em primeiro lugar. Nunca tivemos público nos pavilhões, o que também não variou muito da época anterior (embora realce o facto de ter tido bastantes pessoas no exterior do pavilhão no único jogo que fizemos em casa), viajávamos sempre de máscara, desinfectávamos as mãos frequentemente… mas dificuldades, se existiram, não foram relevantes para o desempenho dos jogadores em campo.

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O campeonato de futsal masculino teve apenas uma “volta” este ano, devido à pandemia. Prestes a terminar, com a Golpilheira a meio da tabela da 1.ª divisão distrital de Leiria, fomos conversar com o treinador do CRG, Pedro Marques, para uma avaliação da época. Entrevista LMF Como foi a rotina de treinos e jogos? Havia testagem frequente, esforços adicionais?... Novamente, a pandemia alterou por completo os nossos hábitos como equipa. Em vez do tradicional quadro A4 para explicar a táctica e movimentações, tínhamos um enorme quadro, para conseguir manter os jogadores a uma distância segura em tempos de paragem ou pausa; tivemos de fazer exames à COVID duas vezes (alguns jogadores e elementos da equipa técnica fizeram mais vezes); antes de entrar no pavilhão, era-nos medida a temperatura, tínhamos de desinfectar as mãos e só podíamos tirar a máscara quando o treino começasse realmente dentro da quadra; eu tinha de ter várias folhas de presença com a informação toda de todos os elementos que participassem no treino, tanto para mim como para as senhoras funcionárias do pavilhão; não pudemos ter um jogo de apresentação nem jogos de treino em nossa casa, pois não eram permitidos e – o ponto mais complicado – não podíamos usar os balneários. Só se podia tomar banho em dia de jogo. Este último ponto, claramente, era ilógico… mas eram as regras e foram cumpridas. Foram estabelecidos objectivos no início da época ou pairava alguma incerteza sobre como iria correr?

Equipa

bastante perto do que eu lhes pedia, a temporização nas bolas paradas foi melhorando, mas ainda está muito longe daquilo que eu queria. O que faltou a esta equipa foi algum “traquejo”. No entanto, tenho de lhes dar mérito por já conseguirem manter a cabeça fria e, mesmo a perder, souberam ter o discernimento para encontrar soluções e dar a volta ao resultado, algo que não acontecia na época passada. A nível individual, eu falava com cada jogador de forma privada e explicava-lhes o que eu queria deles, a forma como deveriam evoluir e os erros que teriam de corrigir. Em grande parte, isso foi conseguido.

A incerteza pairou sempre. Houve equipas que nem foram inscritas por não acreditarem na verdade desportiva desta época. Antes do início da época, em reunião com a direcção, foram estabelecidos objectivos comuns que foram atingidos. Quanto aos meus objectivos individuais, também os considero cumpridos. Lembro que, numa época tão atípica, os resultados não eram o mais importante. Na verdade, disse muita vez aos meus jogadores que estávamos numa época “de estágio” e que, se queriam errar, que errassem agora. Houve momentos cruciais durante certos jogos em que mantive jogadores dentro de campo em vez de os substituir por jogadores com mais experiência, para que evoluíssem, que aprendessem com os erros (que seriam posteriormente corrigidos) e que se tornassem melhores jogadores.

Em termos gerais, como avalia o campeonato deste ano em termos de organização e justiça nos resultados? No início da época, já havia equipas claramente candidatas à subida, principalmente devido à qualidade técnica dos jogadores nelas existentes. Quanto a isso, não houve grandes surpresas. No entanto, o facto de termos jogado quase sempre fora e de haver apenas uma volta tirou alguma “verdade desportiva” ao campeonato. Lembro que, antes da paragem em Janeiro, a Golpilheira tinha a melhor defesa do campeonato, tendo sido a única equipa a ganhar à Sismaria. Jogámos sempre de cabeça erguida contra as equipas candidatas e demonstrámos

Que avaliação faz da prestação da equipa este ano? É sempre complicado responder a uma pergunta sobre a prestação de uma equipa. Eu exijo sempre mais dos meus jogadores, tanto a nível individual como colectivo. Há sempre algo a melhorar. Há sempre algo a corrigir. De uma forma geral, a equipa evoluiu. Os esquemas tácticos foram assimilados, os trabalhos ofensivos e defensivos estiveram

Nacional de Todo-o-Terreno | Cesário foi 1.º em Beja realizadas as duas últimas provas”, tendo ficado no 3.º lugar da classe T8, pela qual estava a competir. Confessando o desejo da sua equipa de “tentar ir um bocadinho mais além” este ano, na classe da Taça de Portugal, não podia ter começado de melhor forma, ao conquistar o 1.º lugar na sua categoria nesta

prova de Beja. “Ainda me parece surreal, mas é verdade”, comenta. “Foi um fim-de-semana em que tudo correu bem, andámos sempre na frente desde o prólogo até ao último sector, com o carro a portar-se bem”, refere, esperando que “a pandemia nos deixe fazer o resto das provas e que corram todas assim. DR

Finalmente, o Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno voltou ao activo, nos dias 14 a 16 de Maio, com a primeira prova da época 2021, em Beja. O piloto golpilheirense Cesário Santos recorda que “a época de 2020 ficou meio confusa em termos de classificações, por não terem sido

ser uma equipa a ser respeitada e tida em conta no futuro. Infelizmente, após a paragem, alguns jogadores voltaram completamente em baixo de forma, alguns nem sequer voltaram… Sei que isto não é desculpa, pois afectou todas as equipas, mas acho que a Golpilheira tinha capacidade para, numa época sem todos estes condicionalismos, fazer um pequeno brilharete. Já há perspectivas sobre a próxima época em termos de constituição e preparação da equipa? Neste momento, já é formal a minha renovação para mais uma época. Reuni-me com os directores, foram estabelecidos os objectivos comuns para a próxima época e, em breve, começarão as reuniões individuais com os jogadores. Eu preciso de saber com quem conto. Se um jogador achar que não tem vida para isto, não há problema. Continuamos amigos… Mas uma época é desgastante. Há muito trabalho para todas as partes e, se eu tenho sempre tudo preparado, desde microciclos, unidades de treino, análise completa das equipas adversárias, etc., também me reservo o direito de lhes exigir a máxima dedicação ao longo de dez meses. Posso também dizer que gostaria de ter alguns reforços – e já estou a trabalhar nesse sentido – mas mantendo sempre o núcleo da equipa.


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infantil

CPCJ da Batalha promoveu “webinar” “A Exposição de Crianças e Jovens aos perigos da Internet” “Na net, nada é inocente; nem o simples clicar num like!” Este foi um dos alertas que o inspector Pedro Azevedo, do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria, deixou no “webinar” que orientou no passado dia 9 de Abril. A iniciativa partiu da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Batalha, com o apoio da Câmara Municipal, e inseriu-se no seu programa de actividades do Abril – Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância e “Campanha Laço Azul”. O uso e abuso da internet e redes sociais por parte dos mais novos, os perigos a que estes estão expostos e as suas consequências, nomeadamente do foro criminal, foram o tema principal da intervenção. A prevenção e a necessidade de um apertado controlo parental foram dois dos tópicos abordados pelo inspector Pedro Azevedo, lembrando que o uso apropriado das novas tecnologias por parte dos mais novos é responsabilidade de pais e educadores. Referiu que, assim como ensinam os filhos a atravessar ruas movimentadas, terão de os ensinar a “andar” na internet e redes sociais em segurança, não se expondo nem expondo outros a riscos ou mesmo perigos. Educação e alerta foram, pois, as linhas de acção aconselhadas para assegurar a defesa do superior interesse das crianças, adolescentes e jovens que navegam nesse mundo tão globalizado e desafiante como é o das novas tecnologias.

Batalha debateu

Prevenção de maus-tratos a crianças e jovens O Município da Batalha e o Tribunal Judicial da Comarca de Leiria promoveram, no passado dia 29 de Abril, um debate sobre o tema “Maus-tratos a crianças e jovens: Prevenção e Protecção”, com transmissão online. Inserido num ciclo de colóquios com o nome “Encontros com a Justiça na Comarca de Leiria”, entre os oradores estiveram o juiz desembargador Paulo Guerra e a procuradora Helena Gonçalves, que coordena o Gabinete de Família, da Criança e do Jovem da Procuradoria-Geral da República. Elisabete Moita, directora do Centro Distrital de Leiria da Segurança Social, André Gonçalves, chefe da Secção de Informações e Investigação Criminal do Comando Territorial de Leiria da GNR, e Paulo Batista Santos, presidente da Câmara de Batalha, foram outros dos oradores.

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Mais famílias beneficiadas e nova creche em Setembro

Apoios à infância reforçados Mais de centena e meia de famílias irão beneficiar do apoio à mensalidade da creche, no âmbito do programa “Crescer Mais” do Município da Batalha, que abrange todas as crianças que frequentam as respostas de creche a funcionar no Concelho. Este apoio municipal às famílias com filhos foi ajustado em função do período de interrupção do serviço de creche e das reduções de mensalidade realizadas pelas instituições, garantindo a comparticipação integral do custo efectivo, num valor global de 39 mil euros para os primeiros quatro meses do ano. Recorde-se que

as creches e os centros de actividades de tempos livres com a actividade suspensa foram obrigados a reduzir o valor das mensalidades cobradas às famílias em “pelo menos 40%”. A comparticipação familiar relativamente à frequência da resposta de creche abrange as IPSS e as entidades privadas, nomeadamente, o “Jardim da Isabel”, as escolinhas do “Trevo” (Reguengo do Fetal) e do “Pinheirinho” (São Mamede), a creche do Centro Infantil do Moinho de Vento e o Jardim de Infância Mouzinho de Albuquerque. Para Paulo Batista Santos, presidente da Câmara, “este

apoio, na ordem dos 100 mil euros anuais, é uma opção clara de apoiar a natalidade no concelho da Batalha, com resultados positivos e, nesta fase da pandemia, é também uma importante ajuda às famílias com filhos”. A oferta deste serviço vai, entretanto, ser reforçada, com a abertura da creche municipal, na Jardoeira, que visa reduzir o défice de cobertura no concelho da Batalha, situada em cerca de 40% da procura. Esta que será a primeira creche municipal da região representa um investimento de 600 mil euros e deverá estar concluída em Setembro deste ano.

Aberta a convívios familiares ou de grupos

Quinta do Escuteiro convida A Quinta do Escuteiro – Centro Escutista da região de Leiria-Fátima, situado na Quinta do Sobrado, na Batalha, irá proporcionar visitas gratuitas a famílias ou outros grupos de até 6 pessoas, no âmbito da comemoração do seu 35.º aniversário. As visitas, embora gratui-

tas, têm inscrição obrigatória através de formulário google (https://forms.gle/j6nXmRMEKiTae13DA) e estão programadas para as quartas, quintas e sextas das 17h00 às 20h00 e sábados das 10h00 às 12h00. Este Centro Escutista com cerca de 4 hectares, na sua maioria densamente arboriza-

dos, coloca-se assim ao serviço da Comunidade, sem descurar a sua função educativa através da realização de actividades escutistas e de formação ambiental. Poderá obter mais informações junto dos agrupamentos de escuteiros da região de Leiria-Fátima.

Associação Casa d’Árvore

Férias de Verão na Floresta A Associação Casa d’Árvore – ABCNatur vai dinamizar um programa de “Férias na Floresta”, de 5 a 30 de Julho, destinado a crianças de idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos. Será dada a oportunidade às crianças de, em pequenos grupos, se rodearem

de natureza e sentirem-se à-vontade com os desafios inerentes a estar na floresta, com jogos e propostas que as ajudarão a desenvolver uma maior conexão com a natureza, com o outro e consigo mesmas. O programa desenvolve-se na Mata Nacio-

nal de Leiria (Marinha Grande) e as inscrições decorrem até 27 de Junho em forms.gle/ FnU1pJ513HFyZXmQ9. Mais informações em 911750464 ou casadarvore.abcnatur@ gmail.com.

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Jardim-de-Infância da Golpilheira Cá estamos com mais obras de arte! E as férias quase a chegarem...


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temas

. crónicasdeviagem.4 João Miguel Silva / JoMi • instagram.com/joaombbsilva • Youtube: JoMi Silver

De mochila às costas pela Ásia: Tailândia Bangkok e perdi-me pelos mercados de flores, muito caril verde e caril vermelho e bairros na periferia onde ninguém está habituado a ter viajantes a andar a pé; e assim conheci o lado mais autêntico de uma cidade conhecida pela diversão, festas, “massagens” e prostituição. Durante 7 dias, assisti a combates de “Muay Thai” (desporto rei) gratuitamente no estádio, “PingPong Show” (é melhor não revelar detalhes, mas envolve muita nudez) e sexo ao vivo em barracões ilegais nos subúrbios (sim, é verdade, porque não?). O destino seguinte foi Sukhothai, uma cidade ancestral pouco famosa, a meio caminho de Chiang Mai, onde pude desfrutar de 1 dia incrível de construções de pedra e estátuas fascinantes. Chegado a Chiang Mai, imediatamente me apaixonei e é, sem dúvida, o meu sítio favorito. O Norte da Tailândia é mais calmo e tradicional, a cidade tem uma arquitectura magnífica e perdi horas simplesmente a andar pelos vários distritos. Foi também onde provei grilos e gafanhotos pela primeira vez (que petisco! Poderia comer todos os dias... fritos em óleo cheio de especiarias, alho e malagueta, sabem a

batatas fritas de presunto, um vício). Foi também aí que fiz um tour de 4 dias e 3 noites pela selva. Sem internet, sem electricidade e isolado nas montanhas, tomei banho com elefantes, nadei em lagos e saltei cascatas, dormi em casas de bamboo e aprendi a cozinhar pratos tradicionais. Uma experiência inesquecível de contacto com a natureza, que recomendo a todos fazer. Os meus 23 dias na Tailândia acabaram em Chiang Rai, onde visitei os templos mais bonitos de sempre, fui de mota até ao Corno de Ouro, conversei com mulheres girafa e comi, comi, comi muito caril verde e vermelho, que até hoje não consigo dizer de qual gosto mais. A Tailândia superou as minhas espectativas. Não fiquei fã do Sul, amei o Norte. Gastei pouco mais de 300 euros e experimentei tanta coisa nova! A próxima aventura começa numa viagem de barco de 2 dias do Norte da Tailândia até Luang Prabang, no Laos, mas isso fica para a próxima edição. Muito obrigado e boas férias!

O templo azul

Mulher pescoço de girafa

Paisagem da Selva em Chiang Mai

Temploes e mais templos...

Dar banho ao elefante

Estátua de jade em Chiang Mai

Estátua em Sukhothai

Crocodilo no espeto

Fotos do autor

Chegámos à Tailândia, conhecida pelos “Currys”, “Pad Thai e Café”, “TukTuk”, “Muay Thai”, e “LadyBoys”. A primeira paragem foi em Krabi, famosa pelas ilhas paradisíacas e festas da Lua Cheia. Cheguei de madrugada, após uma estranha viagem num autocarro cheio de peluches, onde fui deixado no meio de uma vila aleatória durante horas, confiando que me viriam buscar mais tarde (e vieram) e depois deixaram-me na cidade. Foi o voto de confiança imediato de que não iria ser tratado como um turista a quem tentam extorquir dinheiro à primeira oportunidade. Paguei cerca de 8 euros por uma viagem de 6 horas, com direito a água, snacks, mantinha e entrega à porta do meu hostel. Decidi não ir para as ilhas, pois tinha demasiada energia para ficar simplesmente parado a apanhar sol. Em vez disso, aluguei pela primeira vez uma mota e explorei a costa. Águas cristalinas, selvas densas e muito calor. Escalei até ao topo de um templo; 1260 degraus e 3 litros de água depois, desfrutei de uma vista incrível, ao som dos monges a tocar e dos macacos a roubar comida. Após 2 dias, segui directamente para

Muay Thai é o desporto rei


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.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt

José Eusébio Médico veterinário

O Reguengo do Fetal é das freguesias mais antigas do País e, como paróquia católica, é mais antiga do que o bispado de Leiria (1545). A freguesia fora desmembrada da freguesia de São Martinho e fundada no ano de 1512 pelo Bispo da Guarda, D. Pedro, e também prior-mor do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Inicialmente, a freguesia tivera por denominação Reguengo da Magueixa, tornando-se Reguengo do Fetal apenas em 1910. Segundo a obra «Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria (1898)», no ano da criação da freguesia, o Reguengo contava com oitenta moradores. A toponímia Fetal provém da lenda da pastorinha faminta. Por tradição oral e também escrita pelos frades crúzios em 1211 que, num ano de forte estiagem e fome no Reguengo, uma rapariga esfaimada e chorosa, que andava a apascentar ovelhas num outeiro, vê diante de si, saída do meio dos fetos, a imagem de Nossa Senhora dizendo-lhe que, ao chegar a casa, terá a arca cheia de pães e pede-lhe que relate o milagre ao povoado, e que naquele sítio se erga uma ermida de invocação à Senhora da Fé. No sítio da aparição, ao pé de uma fontinha e da feteira, os reguengueiros encontraram a imagem de Nossa Senhora e, em pouco tempo, erigiram uma pequena ermida (foto acima). A lenda, o milagre e a construção do templo são o que Mircea Eliade denomina de «hierofania»,

Ermida da Sr.ª do Fetal

i.e., a manifestação do sagrado no espaço. Para o homem religioso, o espaço não é homogéneo e, a partir da experiência religiosa, há o espaço sagrado e o profano. O levantamento da ermida, então chamada de capelinha do milagre, atraiu diversas romarias de devotos da Senhora do Fetal e, com o tempo, tornou-se demasiado pequena para os receber. No ano de 1585, com as esmolas dos fiéis, a cerca de oitenta metros da capelinha, ergueu-se a Igreja de Nossa Senhora do Fetal. Entre a lenda da pastorinha faminta e a devoção à Nossa Senhora do Fetal há uma ligação histórica com Leiria e a construção do antigo hospital D. Manuel de Aguiar. Segundo Afonso Zúquete (1943),

D. Manuel de Aguiar, o décimo sétimo Bispo de Leiria (1790-1815) fora um homem piedoso, sábio, de notável governo e que empreendeu várias obras na cidade. Na época desse bispado, as instalações do hospital da Misericórdia já eram insuficientes para a prestação de saúde à população. Decidiu, então, D. Manuel de Aguiar construir um novo hospital a partir de um projecto grandioso. Toda a construção, iniciada em 1798 e terminada em 1800, foi financiada, sobretudo, pelos rendimentos das paróquias da Diocese. Segundo Joaquim Ribeiro Gomes Calado (2012), o custo final da obra foi de 18 contos de reis, dos quais, 14 contos de reis saíram da Igreja de Nossa Senhora do Fetal.

Uma outra história intrigante envolve o Reguengo do Fetal e São Mamede. Segundo Mapone (2007), é contado por tradição oral que, em finais do século XIX, havia uma vasta região que abrangia o Reguengo do Fetal, São Mamede, Perulheira, Chainça. Arrabal, Santa Catarina da Serra e estendia-se até Fátima e que era chamada de «Charneca do Algar D’Água». Eram bons terrenos para quem, nesta época do Portugal rural, vivia dos baldios e dos bons matos como fontes abastecedoras de matérias-primas e, por isso, eram terrenos muito cobiçados. Por tradição oral, é dito que as rixas entre o povo do Reguengo do Fetal e de São Mamede eram de uma violência física extrema. Fora difundida a noção de que esses campos, por serem de primeira necessidade, deveriam ser considerados bens públicos. O facto é que uma parte fundamental dessas rixas provinha da indefinição dos limites dos territórios e as câmaras municipais, assim como a Igreja, não se entendiam nessa matéria. E por um metro quadrado de terra se pode morrer ou viver. Na foto abaixo, podem ver uma parte da boa terra fértil do Reguengo do Fetal e que dantes fazia parte da «Charneca do Algar D’Água».

Igreja de Santo Antão Esta igreja foi construída em finais do séc. XVI. A padroeira é Nossa Senhora dos Remédios e o padroeiro Santo Antão. A festividade em Santo Antão realiza-se no 2.º domingo de Agosto. A festa já não se realiza há pelo menos dois anos, por falta de pessoal para a organizar. Segundo a obra “O Couseiro ou Memórias do Distrito de Leiria”, o templo surge já referido na 1.ª metade do século XVII como tendo um retábulo muito antigo. Em 1984, o edifício recebeu uma intervenção de restauro, tal como surge referido na inscrição colocada na fachada. Na década de 90 do século XX, o retábulo gótico foi roubado, tendo posteriormente sido localizado e recuperado em Itália. A obra foi então entregue à paróquia da Batalha, tendo ficado provisoriamente depositado no Mosteiro da Batalha, até integrar novamente o património da capela de Santo Antão.

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Reguengo do Fetal – Lendas e Histórias

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temas

.política.

.cartasaodirector.

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Problemas...

Liberdade, dá-me luz em 1984 1 – A polémica instalou-se relativamente à comemoração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 no seguimento da comissão organizadora, liderada pelo professor e comentador Adão e Silva, que terá uma remuneração mensal perto dos 4.500 euros durante 4 anos, sem contar com a restante equipa de apoio. Pertenço à geração da liberdade, e agradeço de coração a todos aqueles que permitiram que o nosso país seja uma democracia. Mas, mais do que comemorar, é precisar cumprir os objectivos da revolução dos cravos e, no seu seguimento, do 25 de Novembro. Há todo um país por cumprir, desde o desenvolvimento económico, à justiça ou à igualdade de oportunidades. Por isso, que o Governo perca menos tempo/dinheiro e faça uma cerimónia digna, sem grandes excessos, e mais na acção concreta na melhoria das condições de vida dos portugueses.

2 – Sob o pretexto dos direitos digitais e do combate à desinformação, foi aprovada na Assembleia da Republica uma lei que prevê à atribuição de selos de qualidade a entidades “fidedignas”, tutelada pelo Governo, abrindo a porta, no final da linha, a que seja o Estado a dizer a todos nós o que é verdade ou mentira nos conteúdos partilhados nas redes sociais. Creio que a liberdade e a democracia saem prejudicadas com esta nova lei, sendo uma arma ou meio facilmente utilizado pelos governos que queiram impor a sua verdade e não a verdade efectiva, associado normalmente a regimes autoritários e que agora estão ao dispor do um governo dito “democrata”, lembrando o lápis azul ou o ministério da Verdade do Romance de George Orwell “1984”.

3 – Antes da pandemia, o Mosteiro da Batalha recebia cerca de 400.000 visitantes ao longo do ano, sendo o 3.º monumento da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) com mais visitantes, sendo então uma importante fonte de receita para o Ministério da Cultura. Assim, é transtornante e dificilmente compreensível como o Governo e a DGPC não resolvam o problema da falta de iluminação do monumento, que se arrasta há imenso tempo, não trazendo a dignidade e beleza que o Mosteiro tanto merece. O Município da Batalha já propôs liderar o projecto para a iluminação exterior do monumento e apresentar uma candidatura aos fundos europeus de forma a resolver o problema. Estará o Governo à espera da receita da Raspadinha do Património?

.política.

Dália Silva Especialista de Exportação e simpatizante da Iniciativa Liberal

Vamos continuar a dar a comida já mastigada aos nossos alunos? Segundo um estudo da OCDE, metade dos jovens portugueses de 15 anos não consegue distinguir uma opinião de um facto quando está a pesquisar na Internet. Creio que é um sintoma de como estamos a falhar na educação das novas gerações. Ao querermos dar a comida já mastigada para lhes facilitar a vida, esquecemo-nos de que é nosso dever ensiná-los a caçar. Saber reconhecer quando um texto é tendencioso, perceber o que é real e o que é infundado são ferramentas básicas que temos de transmitir às novas gerações. Da mesma forma como ensinamos Matemática ou Português. Mas será que vamos lá com o actual modelo de ensino onde o professor debita matéria e o aluno memoriza? Não é isto dar a comida já mastigada também? Precisamos de um sistema de ensino mais dinâmico, que se vá adaptando às novas realidades e que dê aos nossos alunos estas ferramentas. Mas como conseguimos esse dinamismo se tudo é definido pelo Estado central, rígido, que não olha às necessidades locais, onde se abafam todas as iniciativas e se

nivela por baixo em nome da igualdade? Mas mesmo que tivessem autonomia, qual é o incentivo das escolas para criarem novas formas de ensinar? O que propomos é que as escolas sejam autónomas, que tenham capacidade de gerirem e contratarem, de criarem o seu próprio projecto educativo. E que sejam as famílias a escolher que escolas querem frequentar em função do critério que considerem mais importante, seja ele o projecto educativo, a forma de ensino, as instalações, os perfis dos docentes, entre outros. O que considerarem mais importante e não apenas o local de residência. O Estado deve financiar as famílias e não as escolas. Cada família usará esse valor escolhendo a escola que considera mais adequada e com que mais se identifica. As escolas obtêm o seu financiamento atraindo o maior número possível de alunos. Desta forma, ao competirem pelos alunos e consequente financiamento, as escolas obrigatoriamente irão focar-se na qualidade da sua oferta, sendo mais dinâmicas e inovando na forma de ensinar.

Com o mesmo custo para o Estado, é possível alterar o paradigma actual de ensino, criando uma maior diversidade de oferta para as famílias e mudando o foco para a qualidade. Só assim se terá em conta a motivação dos alunos, a importância de ensinar a pensar e a ter em conta as necessidades locais. Em 2020, o Município da Batalha aceitou a transferência de algumas competências na área da educação. Daqui a alguns anos, possivelmente chegaremos à conclusão de que esta meia medida apenas trouxe mais problemas, porque a escola é agora gerida não só pelo Ministério de Educação, mas também pelo Município local e pela Direcção Escolar. Será isto uma forma de agilizar ou de criar ainda mais burocracia? Não seria mais simples e eficaz as escolas e os professores terem flexibilidade na forma como os objectivos pedagógicos são atingidos pelos alunos, fazendo face à sua realidade? Como seria termos uma escola livre e orientada para resultados? Fica a questão.

Existe um problema grave que a Junta de Freguesia não pode desconhecer, ainda que não seja da sua competência, tem obrigação de informar as entidades competentes. Trata-se de uma pessoa invisual que todos os dias se desloca para o Centro de Dia da Azoia para almoçar, deslocando-se a pé, tanto do lado direito como do lado esquerdo da estrada. Se há um acidente, quem assume a responsabilidade… o motorista, sem culpa alguma? Ora, não seria de juta causa a Junta de Freguesia alertar esta a assistência social para este caso? Dirão que já vem do “tempo da outra senhora”, mas alguém terá de dar o primeiro passo, antes que seja tarde. Outro assunto. Na estrada do Paul, antes da ponte, a seguir à estrada que vai dar ao IC2, há uma floresta de mato e resíduos que lá vão colocar. Não deveria a Junta de Freguesia obrigar a fazer limpeza a todo aquele canto? Se houver um incêndio, até o lugar de Santo Antão pode estar em risco. Se a lei assim exige, os proprietários deverão assumir as consequências. Manuel Gomes João

Rancho Rosas do Lena Com os nossos cumprimentos, é nossa grata obrigação agradecer a V. Ex.ª a preciosa oferta do Jornal, que tão superiormente dirige, o que vem constituindo não só uma fidedigna fonte de informação como de conhecimento que nos têm sido generosamente facultados ao longo dos anos. Jornal independente, com um aspecto gráfico de grande qualidade e uma colaboração do mais alto nível, temas variados e uma feliz e fidedigna cobertura dos acontecimentos não só da freguesia da Golpilheira, mas do nosso Concelho e da nossa região, é sem dúvida um dos nossos melhores órgãos de Comunicação Social, o que honra sobremaneira quem o dirige. Creia-nos sempre gratos. Aproveitamos o ensejo para recordar, com saudade e com gratidão, o antigo director-adjunto do jornal, Manuel Carreira de Almeida Rito, que tantas vezes acompanhou as actividades deste agrupamento, fazendo sempre reportagens que proporcionavam uma viva imagem dos acontecimentos. Não obstante a paragem forçada pela pandemia, temos continuado, embora individualmente, a realizar diversas tarefas de manutenção dos valores patrimoniais do agrupamento e da preparação de próximas actividades, entre elas as exposições temáticas inseridas no tema “O Museu desceu à Vila”. Renovando os agradecimentos, subscrevemo-nos com a mais elevada consideração e a maior estima. O presidente da direcção, José António Bagagem

.impressões. Por Luísa M. Monteiro Vejo num banco de jardim, ao lado de uma garrafa de leite vazia, um livro. Ninguém por perto, um livro sozinho. Anita Shreve — Tudo o Que Ele Sempre Quis, assim se chama. A autora pouco ou nada me interessa (julgo pertencer àquele grupo de escritores que vende facilmente em supermercados). Passo quase indiferente. Entro no carro. Deixo-me estar por dois ou três minutos. Reparo então nas grandes nuvens cinzentas. Chuva por certo. Que tristeza, um livro à chuva. Passa uma mulher. Talvez o veja; o leve. Mas vai voltada para dentro. Outra mulher. Outra ainda. Nenhuma delas o vê (é impossível não ser visto). Aumenta a ameaça de chuva. Saio. Recolho o livro. Venho com ele voltado para cima, pelo que se entreabre, e leio na folha de rosto: Boas Leituras! — numa bonita caligrafia. Trago-o por compaixão, talvez. Por sentir necessidade de lhe dar abrigo. Vem chuva. Pode ser que ressurgindo o sol eu volte a pousá-lo ali, naquele banco de jardim. Não; seria abandoná-lo. O livro não pode voltar a ser abandonado. Ou deixado. Ainda que com aquela mensagem feliz. Hei-de encontrar um melhor destino para ele. Por ora vai comigo.


temas • 25

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

.saúde.

Homenagem ao meu amigo “Manel”

Ana Maria Henriques Médica Interna

Os amigos

Com “os amigos”, penso terminar por aqui a minha homenagem ao amigo Manel, até porque estamos prestes a comemorar o primeiro aniversário da sua morte, julgando até que, quando este artigo for publicado, talvez o mesmo já tenha ocorrido. Tudo o que se diga e escreva acerca do Manuel Rito nunca encerrará o assunto, pois acho que o “legado” que ele deixou à “sua Golpilheira” é tão grande e o amor que tinha às suas gentes e ao seu CRG nunca esgotarão o tema, assim como a bondade que ele tinha dentro dele para com todas as pessoas e, acima de tudo, para com os “golpilheirenses”. Disso dou testemunho e pude comprová-lo, pelo percurso de vida que trilhei com ele. Há quatro anos, eu era uma pessoa que não tinha alegria, andava cabisbaixo e triste e não transmitia alegria aos outros. Eu sentia que não era eu e que me estava a transformar para pior. Hoje, eu sou a mesma pessoa, não mudei, mas o meu estado de espírito é outro e transmito alegria e sorrisos por todos os poros e a toda a gente com quem me cruzo. Se me perguntarem o que me aconteceu para me transformar assim, digo-vos que foi o meu despedimento das funções que

desempenhava no Município da Batalha, funções de Médico Veterinário Municipal (MVM) e de Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia (ASVC). Ocupava esse cargo há mais de 35 anos, que era repartido pela autarquia e pela Direcção Geral de Alimentação e Veterinária. A minha demissão foi provocada, principalmente, pelos comportamentos de algumas pessoas que desempenhavam cargos e funções no Município. Eu considerava essas pessoas amigas, até pela relação de proximidade provocada pelo trabalho, e elas tiveram comportamentos para com o MVM e com a ASVC que eu achava e ainda hoje considero terem sido incorrectos. Os actos ficam com quem os pratica, assim como as palavras ficam com quem as profere. Na altura, eu tinha muitos amigos – e ainda hoje tenho e mantenho muitos amigos. O número de amigos que mantenho não deve ser inferior aos que tinha então. Não excluí nenhum dos que tinha, no entanto, houve alguns que se auto-excluíram eles próprios do meu lote de amigos. Talvez eles se tivessem excluído, por comportamentos menos próprios que tiveram, ou por o conceito de amizade deles ser diferente do meu. O amigo Manel Rito teve a primeira depressão há mais de 25 anos, tudo motivado pela traição que lhe moveram as pessoas que ele considerava “amigas”. Essas mesmas pessoas prometeram “algo” ao Manel. Ele confiou totalmente e depois “apunhalaram-no” pelas costas.

Para ele, isso foi terrível, nunca tendo conseguido “digerir” essa traição e nunca a esquecendo. Viveu mais de 25 anos com essa dor dentro dele, tendo-lhe causado uma “ferida” no seu íntimo, que nunca sarou, e que de vez em quando se avivava, fazendo-o recair, indo-se abaixo, entrando em depressão. Eu também senti o mesmo que o Manel sentiu. No entanto, comecei a entender o que me estava a acontecer como um chamamento de Deus para outra missão que Ele tinha para mim, talvez devido à minha fé e oração, aliados a outros factores. Aconteceu também o mesmo, muito recentemente, a um presidente de Câmara, que não aguentou tal traição, acabando por terminar da pior maneira... Pode acontecer a qualquer um de nós e ninguém está livre. Quando confiamos “quase cegamente” numa pessoa e acontece “esta traição”, é terrível o que sentimos e o que se sente. É uma dor muito grande, que ninguém consegue entender, apenas quem passa por isso. É uma dor que não se sente, mas que “mói” constante e incessantemente. A ferida crónica do Manel, que o fazia sofrer muito, sofrimento esse que se estendeu também aos seus familiares, apenas foi sarada em 2019. Alguns meses antes de falecer, o Manel falou com as pessoas com as quais andava “diferente”. Fez as pazes e ficou em paz com todos e com ele próprio também. Deus levou-o, quando achou que estaria totalmente curado. Dr. Eusébio

Benefícios da actividade física A prática regular de actividade física é indicada para as pessoas de todas as idades. Nos adultos, os benefícios desta prática são conhecidos por todos, mas mesmo assim existe muita dificuldade na sua integração no dia a dia. Para pôr os pontos nos “ís”, segue uma lista não exaustiva dos benefícios da prática regular de actividade física: combate a obesidade e o excesso de peso; contribui na melhora da auto-estima; ajuda no desempenho cognitivo; reduz o stresse (ajuda a controlar os níveis de cortisol); ajuda a regular o sono; melhora a postura; contribui para a melhoria da aparência da pele, regula o funcionamento de muitos órgãos, como coração, pulmão, rins e intestino; ajuda na prevenção e controle das doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e problemas respiratórios. Para o fim, deixo um benefício que considero ser menos conhecido: ajuda a combater a depressão e deixa-nos mais felizes. A prática de exercício físico leva o cérebro a libertar neurotransmissores que combatem a depressão, de forma semelhante à medicação (nunca substituindo uma prescrição médica). Encontrarmos uma actividade física de que gostamos é uma arte que deve ser trabalhada logo em criança. O hábito de praticar uma actividade física (de que se goste) fica enraizada e criamos uma necessidade saudável, com benefícios excelentes. As crianças beneficiam de actividades em grupo (dança, desportos de equipa…) mas qualquer actividade trará benefícios. As razões reportadas para não fazer actividade física são principalmente a falta de tempo,

.agricultura. José Jordão Cruz Engenheiro Técnico Agrário

Casta de videiras BICAL demais uma grande realidade. Muito ainda há a fazer com castas que não deviam passar ao esquecimento, pois podem ser uma agradável surpresa, no que diz respeito ao néctar que os nossos sentidos poderão apreciar. Como é evidente, cada casta tem o seu quê. A Bical resiste muito bem às podridões, mas quanto ao oídio ou farinheiro, como é dito no calão agrícola, já é complicado. Mas nada que o homem do campo e os técnicos não resolvam.

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DR

Esta videira de uvas brancas oriunda de Portugal, autóctone, nomeadamente do Dão e Bairrada, também lhe chamam o borrado das moscas, pois os bagos aparecem sarapintados de escuro, que parecem os dejetos das moscas. Com a bem-aventurada evolução do nosso país no que diz respeito à tecnologia de vinhos, no sentido de satisfazer a avidez do consumidor em ser presenteado com novas sensações sensoriais, a recuperação de castas autóctones tem sido por

motivação ou interesse, sendo que os custos também são referidos por algumas pessoas. A falta de tempo é a principal justificação, mas se 15 minutos diários já podem fazer a diferença, veja no seu telemóvel quanto tempo passa por dia nalgumas aplicações; provavelmente, as prioridades é que não são as melhores e o tempo gasto em actividade física hoje será tempo ganho no futuro. As recomendações para a prática de exercício físico são de 75 minutos semanais de alguma actividade física de intensidade vigorosa (que nos deixa com a respiração muito acelerada, sendo difícil manter uma conversa, como correr, desportos) ou 150 minutos de intensidade moderada (respiração acelerada, mas ainda permite manter uma conversa, como caminhar ou andar de bicicleta). Este tempo pode ser combinado como desejado e deve também incorporar outras actividades, como o treino da força (ginásio, carregar sacos) e equilíbrio (dançar). Com todas as limitações e privações que sofremos actualmente, temos que adaptar a nossa actividade física, mas nunca devemos deixar de a praticar. Se jogamos numa equipa, fazemos treinos em conjunto online, se gostamos de caminhadas, descobrimos um percurso isolado, se praticamos natação... experimentamos coisas diferentes. Todas as actividades aqui referidas podem ser realizadas em casa / rua e com poucos ou nenhuns custos. Considero a falta de motivação / interesse a principal razão efectiva para não fazer actividade física e espero contribuir para algumas mudanças com este artigo.

Na enxertia em bancada e ao ar livre, dependendo do porta-enxerto utilizado, geralmente não dá problemas de solidificação na soldadura. Sendo a videira bical utilizada na Bairrada e Dão, não temos contactos de outras regiões para a sua multiplicação. Mas nunca sabendo, quando alguém se lembrar de a experimentar noutra região do nosso Portugal, porque não?! – estamos preparados para isso.

Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição R. Principal, 26 • Brancas 2440-090 Batalha Tel. 244 769 430 www.centrohospitalarbatalha.com


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

temas

. história .

Saul António Gomes Historiador

Paço da Golpilheira DOCUMENTOS Doc. 1

1788 ABRIL, 1, Leiria - Ana Maria, viúva de Manuel Moreira, de Leiria, presta fiança como tutora e curadora da sua filha menor, dando como fiador a Manuel Carreira, ferrador, morador no Paço da Golpilheira. ADLRA - Notariais de Leiria: V-60-C-22, fls. 81v-82v. Fiança e obrigaçam que dá Ana Maria viuva de Manuel Moreira desta cidade para lhe serem entregues os ussos e bens de sua filha orphã menor. Saibam quantos este publico instromento de carta de obrigaçam e fiança ou como em direito mais valido seja e dizer se possa virem que sendo no anno do nacimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil setecentos outenta e outo annos ao primeyro dia do mes de abril do dito anno nesta cidade de Leyria e cazas de morada de mim tabeliam ao diante nomiado ahy foy prezente Donna Maria viuva que ficou de Manoel Moreyra desta dita cidade pessoa conhecida de mim tabeliam e das testemunhas ao diante nomiadas e assignadas, pella qual me foy logo ditto perante as mesmas testimunhas que era verdade que ella fizera huma suplicaçam por escripto a raynha nossa senhora que Deos guarde em que lhe dissera que per falecimento do dito seu marido lhe ficara huma filha menor da qual pretendia a suplicante ser tutora e administradora, obrigando se a educa la e sustenta la á sua custa nam chegando para isso o rendimento de sua legityima pello que em fim e concluzão da dita sua petiçam, pedindo a dita senhora se dignasse conceder lhe provizam de tutoria na forma costumada. E receberia merce. Na qual petiçam fora posto o despacho, que sim, na forma ordenada em observcancia do qual despacho se passara a provizão do theor e forma seguinte: Dona Maria por graça de Deos raynha de Portugal e dos Algarves daquem e dalem mar em Africa, senhora de Guiné etcª. Mando a vós provedor da comarca de Leyria que vos informeis do contheudo na petiçam atraz em pessoa de Anna Maria viuva e achando que hé assim como diz e que será proveito da orphã menor sua filha na dita petiçam declarada conceder se lhe o que pede, hey por bem que lha entregueis com sua legitima e bens e que seja sia tutora enquanto se nam cazar, obrigando se de a doutrinar e sustentar á sua custa do que lhe for necessario nam chegando pera isso o rendimento da dita legitima e dando fiança segura e abonada e lha entregar por inteiro sem deminuição alguma do principal á dita orphã quando cazar ou se emancipar e pella justiça lhe for mandado e com a sua qualidade guardará o juiz delles a forma do seu regimento e havendo moveis lhe seram entregues pella avaliação do inventario, ao qual se juntará a escriptura da dita fiança com esta provizam que se cumprirá como nella se conthem fazendo primeiro tranzito pela minha chancelaria mor do reyno. A Raynha nossa senhora o mandou pellos ministros abaixo assignados e dos eu conselho e seos dezembargadores do Paço. Manoel Joze Pereyra a fez, em Lisboa a vinte e quatro de setembro de mil setecentos outenta e sete. desta cento e vinte reis. Antonio Leyte Pereira de Mello Virgolino o fez escrever a João Xavier Telles da Sylva. Joze Bernardo da Gama e Attayde, Jozé Ricalde Pereira de Castro. Pagou trinta réis e aos officiais duzentos e vinte reis. Lisboa vinte e sete de setembro de mil setecentos outenta e sete. Como vedor, Antonio Joze de Moura. Em observancia da qual provizam fizera ella ditta outorgante outra sua pitiçam por escripto ao Doutor Dom Joze Maldonado mosso fidalgo da Caza de Sua Magestade e seu provedor com alçada em esta dita cidade e sua comarca com predicamento do primeyro banco e nella contador de sua real fazenda em que lhe dissera que ella obtivera a provizam junta derigida a sua senhoria para se [Fl. 82] para se fazerem as deligencias ordenadas peara se lhe entregarem seos filhos e bens para ser sua tutora e os administrar; pello que pertendia que sua se-

LMFerraz

Um dos mais antigos topónimos documentados em Leiria é o de Palatium Randufi, ou seja, Palácio de Randufo. Vem inserido no foral da vila de Leiria de 1142, encontrando-se registado, também, em documentos posteriores que o localizam perto de S. Sebastião de ou do Freixo. A documentação medieval, em língua portuguesa, refere-o como Paço de Randufo. Este antropónimo Randufo, nome certamente do cavaleiro e presor dessas terras, em contexto da reconquista e do povoamento liderado por D. Afonso Henriques e pelos seus cavaleiros de Coimbra, todavia, desapareceu cedo, permanecendo apenas o topónimo Paço. Referir-se-lhe-á, creio, o atual topónimo Cumeira do Paço, povoação da freguesia da Barreira, concelho de Leiria. Por Monte Redondo, a norte do concelho leiriense, documentos modernos referem o Paço da Albarda, hoje apenas conhecido por Paço. Por outro lado, Cumeira é topónimo frequente na documentação antiga relativa a esta região. Alude aos cumes ou cimalhas das serras que tomam o nome, por norma, de povoações a eles vizinhas ou próximas, caso das “cumeiras de Aljubarrota”, referidas na carta de doação do couto de Alcobaça, em 1153, ao abade de Claraval, futuro S. Bernardo, depois bipolarizada em Cumeira de Cima (Porto de Mós) e Cumeira de Baixo (Aljubarrota). Mas encontramos mais lugares “cumeiros” ou “cumeeiros” nos documentos antigos. Por outro lado, o topónimo “Paço” afirmou-se noutros lugares. É o caso do Paço da Golpilheira, assim referido, ainda, em documentos do século XVIII, como é o caso dos instrumentos notariais que aqui publicamos, e que dão notícia deste lugar. No Paço da Golpilheira habitava, em 1788, um Manuel Carreira, ferrador, e “homem abonado de bens de raiz” (doc. 1). No Paço da Golpilheira, ainda, possuía a Mitra de Leiria bom número de terras, as quais, por contrato de aforamento em três vidas, lavrado a 28 de junho de 1794, em Leiria, entregou a Leonor Maria e a seu marido, Manuel Carreira, moradores justamente neste referido lugar do Paço da Golpilheira (doc. 2). Estas terras foram em tempos medievais do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, tendo passado, no contexto da criação da diocese de Leiria, em 1545, para a mitra episcopal desta cidade. Sabemos que, em 1342, o rei D. Afonso IV autorizou este mosteiro a receber uma quinta na Golpilheira (Leiria), que lhe pretendia deixar o cónego Vicente Lopes, para ajuda das despesas da enfermaria dos religiosos crúzios. Na cabeça dessa quinta estava certamente o paço ou solar, que será recordado na documentação posterior, como referimos, como Paço ou Paço da Golpilheira. Os bispos de Leiria foram senhorios dessas terras até às reformas e nacionalizações liberais oitocentistas. Não se confunda esta quinta, doada a Santa Cruz de Coimbra, com as muitas outras terras deixadas, um século antes, pelo cónego da Sé de Coimbra, Domingos Moniz, a esta mesma instituição, que deterá esse rico património também até época muito tardia. Estes e outros preciosos e numerosos documentos para a história da Golpilheira e da região de Leiria foram já por nós publicados no livro Golpilheira Medieval - Documentos Históricos, editado pelo Jornal da Golpilheira e pela Câmara Municipal da Batalha, em 2009.

Escola do Paço é um bom exemplo da excelente localização que teria aqui um palácio... nhoria fosse servido manda la cumprir e em seu cumprimento admiti-la a justificar em como era muito capaz de ser sua tutora e administradora dos ditos seos filhos e que conservava o estado de viuvez com honestidade e bom procedimento para o despois ser admitida a nomiar fiador e a justificar a sua idoneidade, pedindo emfim a concluzão da dita sua petiçam o dito ministro fizesse merce admiti la a dita justificaçam cumprida a dita provizam e receberia merce. A qual petiçam sendo assim aprezentada ao dito ministro em ella mandara por seu despacho que justificasse, E justificando a sua capacidade por testemunhas que judicialmente lhe foram perguntadas pello ditto ministro com o escrivão de seu cargo e feito sumario de seos dittos e junto aos auttos, e sendo lhe estes feitos atuados concluzoz e sendo per elle vistos e examinados, em elles dera e proferira a sua sentença do theor, forma seguinte: Visto o que pello depoemento das testemunhas se verifica ser a justificante Anna Maria a mesma contheuda na provizão juntta e viuva que ficou de Manoel Moreyra, desta cidade, e que do mesmo lhe ficara a unica filha que declara em sua suplica, e que tem juizo e capacidade para a doutrinar e governar lhe os bens e se conserva no estado de viuva honesta e bem procedida, portanto assim a julgo per sentença e interposta a minha authoridade judicial, em seu cumprimento lhe seja entregue a dita sua filha com sua legitima e bens satisfeitas primeiro as clauzolas ordinadas na referida provizam e pagar a justificante as custas. Leyria vinte e dois de dezembro de mil setecentos outenta e sete. Dom Joze Maldonado. Em virtude da qual sentença fizera ella dita outorgante outra sua petiçam per escripto ao dito ministro em que lhe dissera que justificando neste juizo os requizitos de huma provizão que alcansara do tribunal do Dezembargo do Paço para ser tutora de sua filha menor que lhe ficara per falescimento do dito seu marido por tal fora julgada dando fiança ao que a supplicante satisfazia e nomeava por fiador abonador e principal pagador a Manoel Carreira, ferreyro, do Paço da Golpilheira, deste termo, o qual era homem abonado em bens de rais seos proprios em direito capaz de afiançar a dita tutella. Pedindo em fim a concluzão da dia sua petiçam ao dito ministro, fosse servido admitir a supplicante a justificar a idoneidade do dito fiador e mandar que seja na sua escriptura de fiança ajuntando-se aos auttos com ella se lhe passasse sentença de tutoria na forma do estillo. E receberia merce. A qual petiçam sendo assim aprezentada o dito doutor provedor em ella mandara por seu despacho que justificasse e justificada a idoneidade e abonação do dito fiador por testemunhas que judicialmente lhe foram aprezentadas pello dito ministro com o escrivão de seu cargo e feito sumario dos seus ditos a junto aos autos se lhe fizeram estes comcluzos e nelles dera e pusera o seu despacho do theor seguinte: Lavre escriptura. Maldonado. Em virtude do que ditto he, disse ella ditta outorgante Anna Maria viuva do dito Manoel Moreyra que sendo lhe entregues a pessoa e bens da ditta sua filha orphã menor ella dita outorgante pella prezente escriptura se obrigava pellos bens de sua miação assim movens como de raiz a doutrinar digo de raiz a doutrinar e a sustentar a ditta sua filha orfã menor á sua propria custa e despeza de tudo que lhe for necessario não chegando pera isso o rendimento da sua legitima e a lhe entregar todo por inteiro sem diminuição alguma do principal quando se cazar ou emancipar e quando pella justiça lhe for mandado fazer a dita entrega sem falta, quebra ou diminuição alguma. E para mayor segurança se sua obrigaçam disse ella digo

obrigação de entrega dos ditos bens disse ella ditta outorgante aprezentava ahy por seu fiador principal pagador e fiel depozitario a Manoel Carreyra, ferreyro, do Paço da Golpilheira termo desta dita cidade, o qual sendo outrossim prezente e pessoa conhecida de mim tabaliam e das mesmas testemunhas e por elle me foy ditto perante ellas que era verdade que elle era[Fl. 82v] era contente e lhe aprazia de ser fiador principal pagador e fiel depozitario della della [sic] outorgante Anna Maria viuva em toda a quantia da emportancia desta escreptura com as clauzolas e obrigaçoins para que sendo cazo que ella a tudo nam dê inteira satisfação e por seos bens se nam poder haver se haja digo haver tudo o que faltar se haja e possa haver pellos bens e fazendas delle ditto fiador assim movens como de raiz prezentes e futuros e aonde quer que lhes forem achados, que a todo disse o havia por obrigado e hipotecado com o originario devedor. E pera todo assim cumprirem, pagarem e realmente satisfazerem disseram que se dezaforavam de juiz e juizes de seu foro e de todas as leis, liberdades e previlegios que por sy e em seu favor allegar possam e que de nada queriam uzar nem chamar antes a todo o contheudo nesta escriptura responderem perante o doutor provedor da comarca ou perante o juiz dos orphãos desta mesma cidade que hora são e ao diante forem e de estarem por seos mandados e sentenças athe todo realmente pagarem e satisfazerem sem que a nada do contheudo nella possão allegar duvidas ou embargos alguns em nenhua instancia antes tudo querião pagar via executiva na forma que se cobra em semilhantes bens e dividas de orphãos. E em fé e testemunho de verdade assim o disseram e outorgaram e mandaram fazer este publico instromento em esta notta e della dar o traslado ou traslados que cumprirem deste theor que aceitaram, e eu tabeliam pellos auzentes a que tocar possa quanto o direito me permite. E foram testemunhas a tudo prezentes perante os quais esta per mim lhes foi lida que com elles aqui assignaram: Manoel de Almeida do lugar da Faniqueira termo da vila da Batalha e Joaquim Monteiro filho de Luiz Monteiro do lugar da Golpilheira termo desta cidade e a rogo da dita outorgante por nam saber escrever assignou Francisco Joze Pedro desta cidade e declaro que esta se assignou aos vinte e dois dias do mes de mayo do dito anno tudo sem embargo de sua continuação. Testemunhas os sobreditos. Joaquim Antonio das Neves publico tabeliam de nottas que o escrevi. (Assinaturas) Manoel Carreira. - A rogo Franncisco [sic] Joze Pedro. - Joaquim Monteiro. - Manoel de Almeida.

Doc. 2

1794 JUNHO, 28, Leiria - Aforamento efetuado pela Mitra de Leiria, em três vidas, a Leonor Maria, e a seu marido, Manuel Carreira, do lugar do Paço da Golpilheira, de certas terras que a dita mesa episcopal possuía neste lugar. ADLRA - Notariais de Leiria: V-60-C-29, fls. 20v-22v. Escretura de renovação de prazo em tres vidas que faz a Exmª Mitra Episcopal deste Bisppado de Leyria a Lionor Maria e seu marido Manoel Carreira do lugar do Passo da Golpilheira, termo desta cidade. Saybam quanttos este publico instromento [e] carta de aforamento e novo aforamentto e renovação de prazo em vida de tres pessoas compridas e acabadas ou como em direitto mais valido seja dizer se possa virem que sendo no anno do nascimento de Nosso Senhor Jezus Cristo de mil setecentos e noventa e quatro annos aos vinte e outto dias do mes de junho do dito anno em esta cidade de Leiria e cazas de morada de mim tabalião ao diante nomia-

do e assignado ahi foi prezentte o Reverendo Doutor Joaquim de Oliveira desta ditta cidade pessoa que eu tabaliam conhesso como procurador para este efeitto bastante que disse ser da Exmª Mitra Episcopal deste Bisppado de Leyria como me fes certo com sua procuração que me aprezentou assignada pello Exmº e Reverendíssimo Dom Manoel de Aguiar bispo desta mesma cidade e bispado, a qual no fim desta notta hira tresladada ou os treslados que della sahirem em virtude da qual procuração e poder que em ella lhe eram consedidos disse elle dito reverendo procurador prezente mim tabalião e das mesmas testemunhas ao diante nomiadas e assignadas que era verdade que entre os mais bens de rais que a dita Exmª Mitra pesuhia e lhe pertensião de que andava de manssa, quietta e pasifica posse bem assim hera hum prazo de livre nomiação de que tinha cido ultimo ademenistrador digo ultimo admenistrador o Reverendo Luis Carreira Matozo hoje falecido, murador que foi no lugar do Passo da Golpiheira, termo desta dita cidade que pagava a dita Exmª Mitra de foro em cada hum anno mil e trezentos e trinta e tres reis e meio e huma galinha e o dizimo de todos os fruttos do dito prazo, o qual prazo consta das propriedades seguintes: Hum cazal no sitio do Passo da Golpilheira que consta de cazas, palheiros, corraes, vinhas, terras, olival com suas arvores de frutto e sem elle que parte de todas as partes com fazenda do dito prazo. Huma terra chamada a da Burinheira que parte de nascente com estrada publica e sul com terra do cazal, puente e norte com Luis Carreira do Cazal da Cortissa. Mais huma terra no sitio da Tourinheira chamada a da Sevada que parte do nascente com a vinha de João Henriques do Cazal da Faniqueira e herdeiros de João de Seia e do sul com o ribeiro. Mais huma terra no sito da Tourinheira chamada a dos Basselos que parte do nassente com a viuva de João Henrriques do Cazal da Faniqueira e herdeiros de João de Seia e do sul com o ribeiro, e tudo he olival. Mais outra terra chamada da Insua que parte do nascente com Manoel Carreira do Cazal da Cortissa e com o Sargento mor Joze da Cunha Seia da villa de Porto de Moz e do puente com o rio. E que partia mais as ditas propriedades assima devizadas e confrontadas com aquellas mais confrontasois e devizoens com quem dereitto dereittamentte devam e hajam de partir de [Fl. 21] divizar e confrontar do qual prazo hera enfiteutta em terceira vida o ditto Reverendo Luis Carreira Matozo do Passo da Golpilheira, falessido e as vidas acabadas, por cuja cauza sabendo istto Leonor Maria, mulher de Manoel Carreira, do lugar do Passo da Golpilheira, deste termo, fizeram huma sua pitição por escritto ao dito Exmº e Reverendissimo Senhor Bispo Dom Manoel da Aguiar, a qual hé do tior e forma seguintte: Exmº e Reverendíssimo Senhor. Dis Lionor Maria cazada com Manuel Carreira, do Passo da Golpilheira, que ella supplicante ficou herdeira oneversal do Reverendo Luis Carreira Matozo que era enfiteutta de hum prazo de que he senhor diretto a Exmª Mitra deste Bisppado, o qual prazo nomiou o dito reverendo padre na supplicante e o direitto da sua renovação como mostra na certidão do testamento com que falesseu, cujo prazo he no dito sitio do Passo da Golpilheira e paga de foro mil e trezentos e trinta e tres reis e huma galinha anualmente alem dos dizimos que produzir, pagos no seleiro da Exmª Mitra, portanto pede a Vossa Exª Reverendíssima seja servido mandar lhe fazer nova escritura de renovação na pessoa della supplicante, visto os requirimentos que ajuntta e não tem atrazados. E resebera merce.


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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Despacho. Fassa-se a escritura de renovação. Batalha, seis de junho de mil setecenttos e noventa e quatro, com huma rubrica. E sendo tresladada a ditta pitiçam e despacho como ditto he logo pello dito reverendo procurador, o Doutor Joaquim de Oliveira desta ditta cidade me foi ditto em prezenssa das mesmas testemunhas que em nome da dita Exmª Mitra Episcopal deste bispado per este publico instromento de sua propria e livre vontade sem constrangimento de pessoa alguma afurava e de novo emprazava e fazia renovação de prazo das ditas propriedades em esta escretura divizadas e confrontadas com todas as suas pertenssas, serventias e logradoiros nas pessoas dos ditos Lionor Maria e seu marido Manoel Carreira do dito lugar do Passo da Golpilheira, deste termo, para que elles de hoje em diante o logrem e pessuam e disfrutem sem contradição de pessoa alguma e sejão a primeira vida no ditto prazo nomiado com a faculdade de puderem nomiar a segunda vida e a segunda a terseira, com tal condição e declaração porem que assim elles inclinos primeira vida como a segunda e a terseira que no dito prazo subsederem seriam obrigados a pagar de foro e penção em cada hum anno mil e trezentos e trinta e tres reis e huma galinha e o dizimo de toda a novidade que no dito prazo se criar tudo postto medido e entregue no seleiro da dita Exmª Mitra livre e dezembargados ou honde se costumam cobrar semelhantes foros tudo livre e dezembargado de qualquer tributto que haja e possa aver e o dito prazo ou foro delle se lansse ou lhe seja lansado porque tudo o que aviesse e lhe fosse lansado averia por contta, risco e despeza delles ditos inclinos primeira vida e das mais que no ditto prazo subsederem e que o ditto pagamento do ditto foro prensipiariam elles dittos inclinos logo a fazer por dia de Nattal do prezente anno de mil e settecentos e noventta e quatro annos e dahi em diante assim elles inclinos primeira vida como as mais que no dito prazo sussederem continuariam com o mesmo pagamento todos os annos pello ditto dia de cada hum anno, sem falta, quebra ou demenuição alguma sendo outrossim obrigados a trazerem o dito prazo sempre muito bem amanhado e repairado em forma que não reseba danificação alguma para que findas e acabadas as dittas tres vidas fique o ditto prazo sempre milhorado e não pejorado, livre e dezembargado para a ditta Exmª Mitra de novo o afurar e emprazar a quem quizer na forma de dereitto [Fl. 21v] de dereitto e que os pessuidores que forem do dito prazo o não puderam vender nunca, aliar, descambar, devidir nem repartir per nenhum cazo ou rezão que seja sem expressa lissença e consentimento da dita Exmª Mitra dereita senhoria e sem primeiro lho fazerem saber para dizer se o quer pera si e sua admenistração tantto pello tantto quanto per venda lhes outrem der e não o querendo por venda como ditto fica neste cazo com a dita licenssa o puderam vender a quem quizerem e por elle mais lhe der comtantto que numca seria as pessoas defezas em dereitto mas sim as de sua condição e de quem se espere bom pago e cultura e repairos no dito prazo e a pessoa que o comprar alem de pagar o dito foro e dizimo na forma ditta todos os annos pello dito dia e tempo e satisfazer a todas as mais clauzollas e condisois nesta escretura declaradas seria mais obrigado a pagar o laudemio do presso por que o dito prazo vendido for que sera de des reis hum rial tantos quantas vezes vendido for o dito prazo e do tempo que delle estiver de posse a hum mes faze-lo logo saber a dita Exmª Mitra direta senhoria pera saber quem he e de quem a de cobrar o dito foro sob pena de que deixando de satisfazer a todo o conteudo nesta escretura ou deixando de pagar o dito foro tres annos ainda que entropelados sejam cairem em comisso e perderem o dito prazo com todas as bemfeitorias que nelles estiverem feittas sem que por algum modo os poção repetir nem alegar em pena de seu descuido e que se obrigava elle dito reverendo procurador pellos bens e rendas da dita Exmª Mitra a lhe fazer este dito afuramento novo emprazamento e renovação de prazo em tres vidas sempre bom de paz e justo titullo de lho defender e emparar de quem lho tolher, tomar ou embargar quizer sendo em tudo a dita Exmª Mitra autora e defensora assim em juizo como fora delle o que se deve intender dando porem elles ditos inclinos primeira vida como as mais que no dito prazo subsederem pontual satisfação ao ditto foro e dizimos todos os annos e a todas as mais clauzullas e condisoins desta escretura porque querendo em algum tempo alguma pessoa mostrar judisialmente que o dito prazo lhe pertensse e não aos inclinos que no tal tempo o pessuirem em tal cazo seriam os mesmos inclinos obrigados a defende lo e empara-lo a sua propria custta e despeza sem que os bens e rendas da dita Exmª Mitra lhe fiquem por hisso obrigados a contrebuirem com despeza alguma porque a sua tenção hera obviamente segurar os foros e rendas ainda que he a senhora e pusuidora e não purgedicar a terseiro nem tirar o dereitto

a quem o tiver e que com estas clauzullas condisoens pennas e obrigasoins nesta escretura declaradas e todas as mais per direitto e leis novissimas premetidos e observados em semilhantes aforamentos disse elle dito reverendo procurador que em nome da dita Excelenticima Mitra avia por feitto findo e acabado este dito afuramento de renovação de prazo em tres vidas na forma e maneira que nesta escritura se contem e sendo prezentes os ditos inclinos Lianor Maria e seu marido Manoel Carreira do dito lugar do passo da Golpilheira, termo desta dita cidade, pessoas conhecidas das mesmas testemunhas por elles me foi ditto perantte ellas que era verdade que elles asseitavam este dito afuramento novo aforamento e renovação de prazo em tres vidas na forma e maneira que nesta escritura se contem e declara e que se obrigavam per todos os seus bens assim movens como de rais avidos e por aver de qualquer genero e condiçam que sejam e honde quer que axados lhe forem a pagarem pontualmentte cada hum anno o dito foro dos ditos mil e trezenttos e trinta e tres reis e huma galinha como tambem os dizimos de todos [Fl. 22] todos os fruttos que no ditto prazo se criarem na forma da escretura antiga e tudo pago e emtregue no seleiro da Exmª Mitra ou honde se costumam pagar estes foros e tudo pello ditto dia e tempo de cada hum anno, livres e dezembargados de todo e qualquer tributto, tudo na forma nesta escretura expressado a cujos pagamentos se não puderiam em tempo algum chamar lezos ou emganados nem menos alegar secas, esterlidades, innundasons outros cazos pensados ou não pensados, o que Deus Nosso Senhor tal não permitta sendo servido, porque sem embargo de todo pagariam pontualmente o dito foro todos os annos e dariam cabal satisfação a todas as clauzullas e condisons desta escritura sem que a nade do contiudo nella poção alegar duvidas ou embargos alguns em nenhuma instancia antes tudo pagariam via executiva na forma que se cobram semelhantes foros e devidos. E em fe e testemunho de verdade assim o disseram e outorgaram e mandaram fazer este publico instromento nesta notta e della dar os treslados nessessarios que cumprirem deste teor que asseitaram. Eu tabeliam como pessoa publica estipulantte e asseittantte asseitei e estipulei em nome da pessoa ou pessoas aqui auzentes [a que] tucar possa tantto quanto o apoio/divulgação

Marcações, reservas e take-away:

244 766 709 244 768 568

dereitto me permitte e o dereitto digo e o tior da procuração he pella forma seguintte: Dom Manoel de Aguiar per merse de Deos e da Santa Se Apostolica bispo de Leiria e do Conselho de Sua Magestade Fidelicima. Pello prezente alvara constetuimos nosso em tudo bastante procurador ao Reverendo Doutor Joaquim de Oliveira nosso promotor para que em nosso nome e da nossa Mitra possa assignar todas e quaisquer escrituras de emprazamentos ou constetuisois de prazos a nossa Mitra pertensentes com todas as clauzullas nessessarias e por direitto permitidas para o que tudo lhe consedemos os puderes que o mesmo direitto nos faculta e averemos por bem e valiozo todo o que por elle foi assignado sobe a obrigação das rendas da nossa meza episcopal. Dado em Leiria sob o nosso signal e sello de nossas armas em os quatorze de junho de mil setecentos noventta e quattro. Lugar do sello. Bispo de Leiria. E sendo assim tresladada a dita procuração como ditto he com ella disseram estas partes que outorgavam esta escritura como nella se contem sendo a tudo testemunhas prezentes perantte as quais esta por mim lhe foi lida e declarada que todos comigo tabeliam aqui assignaram Francisco da Costta desta cidade, Francisco da Silva da villa de Aljubarrota, ambos assistentes em caza de Francisco Possidonio de Abreu Coutinho desta ditta cidade e a rogo da sobredita inclina assignou Joaquim Antonio Pereira desta mesma cidade e o dito reverendo procurador de como resebeo a ditta procurassam tambem assignou. Eu João Barbosa de Sa Gutterres publico tabaliam de nottas que escrevi. E declaro que pellos dittos inclinos Lionor Maria e seu marido Manoel Carreira me foi ditto que a terra chamada a dos Basellos no mesmo sitio da Tourinheira partia do nascentte com Joze de Souza de Castello Branco, assistente na cidade de Lisboa e do poentte com João Henrriques da Caza [Fl. 22v] da Caza do Matto. Testemunhas as sobredittas. Sobredito tabaliam João Barboza de Sa Guterres a escrevi e declarei. (Assinaturas) Manoel Carreira. - A rogo: Joaquim Antonio Pereira. - + Da testemunha Francisco da Silva. - Francisco da Costa. - Como procurador, Joaquim d’Oliveira e Souza. recebi a propria procuração: Joaquim de Oliveira e Souza.

•ViagenspeloPassado•5 (Artigos sobre a Golpilheira em jornais do passado)

A criação da freguesia da Golpilheira É grande aspiração do povo da Golpilheira a criação duma freguesia, a desanexar da da Batalha, tendo por sede aquela antiga e progressiva aldeia. Contando um número de eleitores que já ultrapassa os mil , possuindo três igrejas, duas das quais com inegável valor histórico, as ermidas do Senhor dos Aflitos e de S. Bento da Cividade, a primeira das quais um templo quatrocentista com um valioso interior pré-renascentista, duas escolas primárias com 6 salas de aula, cemitério, indústrias de vime e cerâmica artística e grande actividade agrícola e pecuária, um centro recreativo, cultural e desportivo que vem desenvolvendo uma notável acção principalmente nos campos da música coral e do teatro, tem todas as condições para constituir uma autarquia local. Tanto a Câmara como a Junta de Freguesia da Batalha são claramente favoráveis à nova freguesia, cujos limites se definiriam da seguinte forma: a começar no lugar de S. Sebastião do Freixo, do lado Nascente para o Norte continuaria até à vala do Moinho de S. João, proximidades da Quinta da Serrada com o limite do concelho de Leiria, demarcado por estradas, serventias e ribeiro; a partir do Moinho de S. João, passaria pela estrada camarária até à estrada nacional n.º 1, atravessando-a e seguindo por uma serventia pública até ao rio Lena, continuando por este até um pouco acima do Casal da Ponte de Almagra onde desagua o ribeiro do Carvalho; segue por este até a sua nascente (proximidade a Norte do Casal do Alho), prosseguindo em recta por serventia de fazendas até ao Ribeiro Agudo que passa a Poente do lugar do Bico Sacho, seguindo por este até à nascente do dito ribeiro e referido lugar de S. Sebastião. A criação da freguesia da Golpilheira iria proporcionar à população local a possibilidade de interferir directamente no desenvolvimento da sua comunidade e de participar na administração da sua terra e evitar-lhe-ia os incómodos das deslocações à Batalha para tratar dos assuntos que são do âmbito das respectivas Juntas. Foram entregues, na Assembleia da República, dois projectos de lei propondo aquela freguesia, um de 1979, do Partido Social Democrata (deputado José Bento Gonçalves e outros, retomado pelo deputado Fernando Costa), e outro de 1981, do Partido Socialista (deputado Guilherme Gomes dos Santos e outros). A propósito das diligências efectuadas e das demoras que tem havido, a Câmara Municipal da Batalha, em 10 de Julho último, deu o seguinte esclarecimento: 1) Em sequência da movimentação feita por diversos membros da população da Golpilheira e povoações limítrofes, foi oportunamente despoletado o processo para a criação da freguesia da Golpilheira, apoiado pela Assembleia e Junta da Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara da Batalha. 2) Em continuação destas diligências e com interferência do deputado José Bento Gonçalves do Partido Social Democrata – PSD, actualmente (Julho último) Subsecretário de Estado do Fomento Cooperativo, e outros, deu entrada na Assembleia da República com o n.º 2320, em 13/7/1979, o projecto de lei n.º 316/I, que propunha a criação da freguesia da Golpilheira. 3) Todos os processos pendentes e respeitantes à criação de novas freguesias ficaram suspensos por parte da Assembleia da República, conforme projecto de lei n.º 143/II, que fundamentalmente estabelece as normas por que se deve reger a criação das novas freguesias. 4) Em 27/5/1981, o deputado do Partido Social Democrata – PSD, Fernando Costa, entendeu ser oportuno retomar o andamento do processo, o que acolheu o bom despacho desta Câmara. 5) Nestes termos e na cadência do acompanhamento que, desde 1979, esta Câmara vem dando à população da Golpilheira e povoações limítrofes, continuamos a apoiar a criação da freguesia, que apenas aguarda a aprovação por parte da Assembleia da República e consequente publicação no Diário da República, uma vez que o processo se encontra concluído desde que, em 13/7/1979, deu entrada na Assembleia da República o projecto de lei n.º 316/I. 6) Julgamos perfeitamente concluído, assim, o processo e esclarecida convenientemente a posição desta Câmara.– J.T.S. [José Travaços Santos], em A Voz do Domingo, 20-09-1981


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sugestões de leitura

As Aparições da Virgem Maria

– Doutrina e História José Manuel Díez Quintanilla

Fundação AIS

Fátima, Pontmain, Banneux, Lourdes… todos estes lugares passaram a ser conhecidos em todo o mundo por neles terem ocorrido aparições de Nossa Senhora. Dar a conhecer o essencial desses encontros da Mãe de Deus com a humanidade é o propósito de um livro que tem a chancela da Fundação AIS e que foi lançado a 13 de Maio deste ano. O autor aproveitou o primeiro confinamento para investigar, meditar e escrever sobre nove aparições de Nossa Senhora. É um relato também da história da profunda devoção que a humanidade tem devotado à Virgem Maria. Começando pela primeira aparição, com a vinda de Nossa Senhora desde a Palestina a Saragoça para pedir ao Apóstolo São Tiago que construísse ali uma igreja, o livro segue, em ordem cronológica, primeiro em Guadalupe (1531) e depois no séc. XIX em França (Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em 1830; Nossa Senhora de La Salette, em 1846; Nossa Senhora de Lourdes, em 1856; e Nossa Senhora da Esperança, em Pontmain, em 1871). Depois vem Portugal, com as aparições em Fátima, aos três pastorinhos, que tiveram início precisamente num dia 13 de Maio, no já longínquo ano de 1917, e termina com duas aparições na Bélgica: em Beauraing, em 1932; e em Banneux, em 1933. O livro inclui um pequeno texto de D. José Ignacio Munilla, bispo de San Sebastián, diocese de Espanha, e apresentação do padre Marco Luís. Afirma este que é se trata de “um itinerário das aparições de Nossa Senhora com predominância nos últimos séculos e em continente europeu, com um forte denominador comum de apelo à conversão”. E acrescenta que o autor, além de ter estudado e meditado sobre as aparições, também rezou sobre elas. Com ele, além da devoção especial a Nossa Senhora, partilha o projecto “Rádio Maria”, que também iniciou as suas emissões em Portugal neste dia 13 de Maio: o padre Marco Luís é o director editorial em Portugal e Quintanilla é o presidente desta emissora em Espanha.

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Joaquim Soeiro Pereira Gomes

Passam, em 2021, oitenta anos sobre a primeira edição deste romance que, à época, denunciava um Portugal sem esperança e que, durante duas décadas, foi livro de leitura permanente nas escolas secundárias portuguesas. A Quetzal marca o reencontro com «os filhos dos homens que nunca foram meninos», personagens de um livro inesquecível que ocupa a memória de muitos portugueses. De novo nas livrarias, com edição de capa dura e cuidados gráficos acrescidos, um romance que, em 1941, trouxe à luz do dia a denúncia do trabalho infantil, da dureza da condição operária, da pobreza e da injustiça social. Ao contrário de muitos outros romances de natureza programática, e graças à qualidade da escrita de Soeiro Pereira Gomes e a um conhecimento detalhado daquele mundo real, ultrapassa o quadro ideológico a que estaria destinado numa leitura estritamente política – e deve agora ser relido para que não esqueçamos o sofrimento desses anos, nem um autor que não pode ser retirado das nossas livrarias, agora finalmente reabertas.

Almoço de Domingo José Luís Peixoto

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

...e música

O mais recente romance de José Luís Peixoto é uma homenagem a Rui Nabeiro, fundador da Delta e Comendador, por ocasião dos seus recentes 90 anos de vida. Misturando ficção e realidade este é um romance biográfico que reconstrói parte da história portuguesa, olhada a partir de Campo Maior e das memórias de um homem que nasceu em 1931. A sua vida é um filme cheio de aventuras, enredos de risco, apostas negociais, incursões políticas – e os segredos nunca contados por detrás de um sorriso. Até hoje. Em pano de fundo, o Alentejo da raia, onde o contrabando é a resistência contra a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de Abril, por figuras como Marcello Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.

Paulus Editora . Espiritualidade .

Círculo de Leitores

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São José, acompanhai meus passos

Eu Decido Cozinhar... para Toda a Semana

- Pedido de proteção ao guardião das nossas famílias P. Claudiano dos Santos, ssp

Livro devocional que propõe um itinerário de oração com São José, protetor das famílias e padroeiro universal da Igreja. Um livro para auxiliar os fiéis na compreensão sobre a trajetória, a devoção e a importância de São José na história da Salvação. Apresenta ao leitor nove reflexões baseadas nas Sagradas Escrituras e na tradição da Igreja sobre São José, além de orações e hinos a ele dedicados. Neste livro, o glorioso patriarca da Igreja é apresentado aos fiéis como verdadeiro modelo de vida e santidade. O leitor poderá rezar com as várias orações da tradição da Igreja dedicada ao pai adotivo de Jesus e com as ricas ilustrações presentes na obra, que auxiliam nas reflexões dos temas e orações propostas. Nesse caminho, a presente publicação revela-se como um devocionário tanto para os devotos como para todos aqueles que desejam conhecer de perto quem foi São José, que como a sua presença, silenciosa e obediente, foi de extrema importância para o plano salvífico de Deus. E o seu exemplo continua a ensinar os cristãos de hoje, em vários aspetos da vida quotidiana.

Ide a José

- O mistério de São José na vida da Igreja P. David Palatino (org.)

São José é o Padroeiro da Igreja. Pai adotivo de Jesus e incansável intercessor do povo de Deus. Esta figura silenciosa e atuante na história redentora do homem tem um papel importante e necessário na vida da comunidade eclesial. Este livro quer apresentar as várias dimensões teológicas, históricas, litúrgicas e artísticas do esposo da Virgem Maria. Sete textos de diversos autores que decidiram, como único ideal, apresentar um pequeno “tratado” de josefologia, num tempo em que a devoção e atenção sobre o artesão de Nazaré ganham mais destaque.

Todos os caminhos vão dar a tua casa P. João Luís Silva

Todos os caminhos vão dar a tua casa é o novo livro do P. João Luís Silva, que conta com 55 testemunhos de figuras bem conhecidas de todos os portugueses – desde a televisão à cultura, passando pela literatura, política e religião –, sobre a experiência de cada uma delas na sua relação com a Virgem Maria, a Mãe de Fátima. Para o autor, este livro é «um tributo à Senhora mais brilhante que o Sol, à Rainha de Portugal, que nesta pandemia acalentou no seu Coração Imaculado cada um de nós com o perfume do seu manto. Desse jardim intemporal germinou este “beijo escrito” pela mão de várias figuras públicas da nossa sociedade como um testamento que nos leva a contemplar na oração o seu sorriso materno: enquanto houver portugueses tu serás o seu amor, no segredo de cada nome sussurrado». A venda deste livro reverte a favor do Projeto MENTALizar da Fundação São João de Deus, que intervém junto de pessoas e organizações na promoção da Saúde Mental.

CD

Relaxing Piano Meditations Fátima Teixeira Powerful Creators No momento atribulado que vivemos, em que a ansiedade se instala e a transformação se faz obrigatória, a mudança começa dentro de cada um de nós. São muitas e variadas as técnicas recomendadas por especialistas para aquietar a mente, sendo uma das mais faladas a “Meditação”. Mas será que nós sabemos meditar? Será que existe uma só forma de o fazer? A beleza do ser-humano é o facto de ser único, em comportamentos, pensamentos, reacções e atitudes. Será que queremos ser formatados? O que é isso de “Mindset”?

Sandra Thomann

Cozinhar e/ou comer são uma fonte de prazer. Mas o ritmo de vida atual e as preocupações com a saúde, a alimentação, a ecologia trazem desafios à cozinha e à mesa. O Círculo de Leitores apresenta uma nova coleção que vem responder às atuais mudanças do estilo de vida e às novas problemáticas no domínio da culinária prática e quotidiana: em seis volumes, «Eu Decido Cozinhar» propõe mais de 200 receitas, além de nos trazer as mais recentes tendências gastronómicas e ainda pequenos gestos diários que ajudam a melhorar a alimentação e a saúde. Este primeiro volume traz 8 menus concebidos de acordo com as estações do ano e 30 propostas de preparações de base para fazer nos fins de semana, que se desdobram em 50 refeições! Escolha o seu menu, faça as compras necessárias e reserve cerca de duas horas ao domingo para preparar todos os pratos da semana. Nos dias seguintes, basta juntar os ingredientes e aquecê-los!

Pergaminho À venda em www.pergaminho.pt Gosto de Ti

Antti Ervasti, Matti Pikkujämsä

Gosto de Ti é um conceito inovador que se propõe divulgar princípios básicos de saúde mental e bem-estar emocional através de textos curtos e ilustrações evocativas. Os psicoterapeutas Antti Ervasti e Elina Rehmonen juntaram-se ao galardoado ilustrador Matti Pikkujämsä para criar este projeto gráfico de desenvolvimento pessoal. O livro - e os produtos que dele derivaram - encorajam as pessoas a refletir sobre a sua vida e encontrar conforto e alegria em diversas fontes, salientando a importância da comunicação e da autodescoberta. Cup Of Therapy tornou-se uma marca internacionalmente reconhecida, com workshops, eventos e merchandising disponíveis em todo o mundo.

Capelas Imperfeitas... almas (des)feitas Vaz Pessoa

Rasgas-me toda!!!... Mary Louise

Fernando Jorge Vaz Machado, escritor e poeta batalhense, acaba de dar à estampa mais dois livros de poemas. “Capelas Imperfeitas... almas (des)feitas”, sob o pseudónimo de Vaz Pessoa, apresenta-se como continuação da obra “Coruchéu Poético”. No seu interior, percorrem-se as quatro freguesias do concelho da Batalha, sobre as quais o autor vai descrevendo o sentimento que lhe despertam pessoas, paisagens, factos e histórias locais. Com a chancela da Chiado Books, esta é mais uma obra onde os apreciadores da escrita deste autor poderão desfrutar de algumas horas de leitura. Já com o pseudónimo de Mary Louise, o segundo livro “Rasgas-me toda!!!...” surge na continuidade da escrita lasciva e cheia de segundos sentidos que se apresentou na obra “Seduz-me”. Para um público mais aberto a leituras fortes, esta edição de “O Declamador” inclui mais de meia centena de poemas e textos em prosa poética.

Fátima Teixeira acredita no respeito da individualidade e na capacidade das nossas diferenças elevarem a vibração energética global. Compositora, pianista, produtora e co-fundadora do “Powerful Creators”, projecto que conecta o poder das afirmações positivas com as emoções e as frequências da música, assume como missão ajudar as pessoas a elevarem a sua vibração energética e a criarem o “Momentum”. Nessa linha, apresenta este trabalho discográfico “Relaxing Piano Meditations”, com lançamento digital no final de Maio e já disponível em plataformas como Spotify, Instagram, Facebook, Insight Timer ou Youtube. Informação mais detalhada no sítio www.powerfulcreators.net.


sugestões de leitura • 29

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

Guerra & Paz Editores O Banqueiro Anarquista

À venda em www.guerraepaz.pt Campos de Concentração Nazis

Fernando Pessoa

Depois da inédita publicação numa pequena edição própria de “Na Farmácia do Evaristo”, a Guerra e Paz Editores publica agora uma nova edição de “O Banqueiro Anarquista”, uma das obras de referência de Fernando Pessoa, publicada em vida, e uma das inúmeras obras que expõem a resposta filosófica e política de Fernando Pessoa face aos acontecimentos do seu tempo. Neste conto em forma de diálogo, o banqueiro anarquista – do qual pouco mais sabemos – é, à excepção do narrador – de quem não sabemos nada –, a única personagem. Considera-se um «grande comerciante e açambarcador notável» e defende ser anarquista, «na teoria e na prática». Usando de uma lógica inabalável, o Banqueiro irá demonstrar ao amigo, que o interpela de tempos a tempos para manter a ideia dialogante da trama, que ele é que é «o verdadeiro anarquista». Uma obra ficcional, cheia de humor e de argumentos surpreendentes, que se lê de uma assentada,

Feira dos Anexins

D. Francisco Manuel de Melo

Pouco se sabe sobre a origem deste texto repleto de metáforas e alcovitice, e ainda menos sobre as pretensões que o autor, D. Francisco Manuel de Melo, teria ao escrevê-lo, assiná-lo com o pseudónimo jocoso de «Dr. Tudo Esquadrinha» e depois abandoná-lo. Certo é que é um dos clássicos da literatura portuguesa que mais foram, ao longo dos anos, «relidos com prazer e por estudo», referiu-o Camilo Castelo Branco.Na obra, as personagens falam entre si como cão com o gato, por meio de trocadilhos, ditos populares e jogos de palavras – que ainda hoje usamos (sem sabermos de onde vêm) – dando-lhe, como referiu Alexandre Herculano, «as graças e toque próprio da nossa língua portuguesa». Uma obra bem-humorada e admirável que imortaliza o que de mais genuíno e criativo tem a língua portuguesa, escrita por uma figura proeminente do século XVII e um marco incontornável do Barroco Português, considerado um «insigne soldado, diplomata e escritor».

Carta do Achamento do Brasil

– Sobreviventes e Fugitivos Inês Figueiras

Pêro Vaz de Caminha

A dimensão da abominação nazi, alimentada pelo discurso de ódio de Hitler, levou à criação de um distópico e complexo sistema de segregação, paralelo aos conflitos da II Guerra Mundial, composto por campos de concentração, campos de prisioneiros de guerra, campos de trânsito, campos de trabalhos forçados, campos de extermínio, bordéis de prostituição forçada e centros de eutanásia, de interrupção forçada de gravidez e de «germanização» de crianças. Com os espancamentos, a escravidão, a violação, a fome, a privação de sono, a tifo e de outras enfermidades, o destino era quase certo: o gaseamento e os fornos crematórios. Registam-se 11 milhões de mortos, vítimas do inferno na Terra. Mas, entre os horrores dos campos nazis, existiram também alguns milagres. Pessoas que sobreviveram ou conseguiram até fugir de campos de concentração e cujos relatos têm vindo a ajudar os historiadores a apurarem a dimensão da monstruosidade nazi. Algumas dessas histórias estão reunidas neste livro fascinante.

Três Filhas de Sua Mãe

Pierre-Félix Louÿs

Há aqui prostitutas e perversões, mas não mulheres humilhadas. As mulheres descritas nesta obra são livres e buscam o seu próprio prazer, rasgando a capa da normalidade e do aceitável. O autor, figura provocadora, progressista e incompreendida do seu tempo, derruba todos os muros, o desviante torna-se normal e a perversão eleva-se a princípio moral. Neste clássico do erotismo universal, a mulher é vista como usufrutuária do desejo, relegando a figura masculina para um mero instrumento sexual. As heroínas deste livro não só se impõem aos seus amantes, como tomam a iniciativa, gozam desalmadamente e procuram também cumprir as suas fantasias mais sórdidas e mais reprováveis aos olhos da sociedade. O resultado é um vasto cardápio de perversão e de comportamentos desviantes. Mas basta aos leitores alguma coragem e muita curiosidade para descobrirem ou redescobrirem novos prazeres.

Documento único nos escritos da expansão, a Carta do Achamento do Brasil apresenta-nos, através da narração de Pêro Vaz de Caminha, escrivão da Armada de Pedro Álvares Cabral, o fascínio que os navegadores portugueses demonstraram pela terra à qual viriam a chamar Brasil, aquando da sua chegada a terras de Vera Cruz, em 1500. Considerado a «certidão de nascimento» do Brasil, este é um grande texto da História da Humanidade: relato sem rede e de total inocência do encontro feliz de dois povos e de duas culturas que se desconheciam. O texto histórico, que andou perdido e foi depois reencontrado em 1773 no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, é agora publicado pela Guerra e Paz, numa edição que adapta a linguagem para o português contemporâneo, respeitando a versão integral da Carta de Caminha. Esta edição conta com um deslumbrante texto do professor Onésimo Teotónio Almeida.

Lendas Tradicionais Portuguesas

Num país com quase 900 anos de História, muitas são as estórias que nos chegaram pela boca dos nossos avós, que as ouviram dos avós deles à volta das fogueiras em que se aquecia a noite e se fumavam os enchidos da aldeia. Apelidadas de lendas, essas estórias fantásticas, quase sempre com uma base factual, marcaram a História de Portugal e deram inclusive origem aos nomes de algumas das nossas localidades. Como contributo para perpetuar essa tradição oral e celebrar a memória colectiva, a Guerra e Paz Editores, com o apoio do Grupo Cofina, publica Lendas Tradicionais Portuguesas, livro que, divulga e valoriza uma parte deste património imaterial tão rico, centrando-se, em particular, nas lendas de amor, por vezes felizes, outras vezes trágicas, mas aqui incluídas pela sua beleza ou curiosidade. Incluem-se narrativas originárias de todos os distritos e regiões autónomas de Portugal. Uma obra de divulgação da cultura popular portuguesa, que vai querer partilhar com familiares e amigos ou nas redes sociais.

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poesia/ /obituário

O tempo tem tempo

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

. Poesia . DesenhodaMelita

Iludido é mentira, O tempo é um professor Mas ser ignorado me faz ira O tempo destrói o amor. Escolheste o teu caminho, Que caminhes em Felicidade Não vás depressa tem cuidadinho É o que resta da amizade. Em nada temos a obrigação, Fizeste a tua escolha certa O tempo faz sangrar o coração. O tempo levou a ilusão, O sentimento já não aperta Morreu algo que foi paixão. José António Carreira Santos

Golpilheira, tua loucura é minha Há dias que me perco Num carro a cair Sem saber aonde ir Na loucura do cerco Um café sempre me espera Uma voz amiga Passo louco na intriga Liberto-me na desespera Outros sem jeito Na Batalha me vasculham Minhas mágoas atrapalham Nessa loucura de preceito Deixa-os ser loucos Malucos, me chamam Ofensas derramam Ah, Golpilheira dos moucos Entre vós, sou mais um Um poeta louco Varrido social, tão pouco Mas sou eu e mais nenhum Vaz Pessoa

.AGRADECIMENTO obituário . Manuel Vieira de Sousa N. 13.04.1932 • F. 28.04.2021

Sua esposa, filhas, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

QUOTAS e ASSINATURAS

Lembre-se que poderá pagar as quotas de sócio e a assinatura do jornal ao balcão do CRG. Obrigado! CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

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Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas quarenta e nove a folhas cinquenta verso, do Livro Duzentos e Sessenta e Um - B, deste Cartório. Manuel Neves da Silva, NIF 122 320 603 e mulher Maria Celeste da Piedade Ribeiro da Silva, NIF 139 725 253, casados sob o regime da comunhão adquiridos, ambos naturais da freguesia de S. Mamede, concelho da Batalha, lá residentes na Rua do Chão Carvalho nº 2, lugar de Demó, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, do prédio rústico, composto de terra de cultura, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, sito em Demó, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, a confrontar de norte com João da Silva Neto, de sul, nascente e de poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 10.962, com o valor patrimonial de IMT de €141,03. Que, adquiriram o referido prédio, no ano de mil novecentos e noventa e oito, por doação verbal de Manuel Neto da Silva e mulher Adelina das Neves da Silva, pais do marido, residentes que foram em Demó, São Mamede, Batalha, não dispondo os justificantes de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado prédio por usucapião. Batalha, cinco de março de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos – 46/6

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e trinta e quatro a folhas cento e trinta e cinco, do Livro Duzentos e Sessenta e Cinco - B, deste Cartório. José Manuel de Oliveira Henriques, NIF 176 447 490 e mulher Célia dos Santos, NIF 178 085 006, casados sob o regime da comunhão adquiridos, ele natural da freguesia de São Pedro, concelho da Torres Novas, ela natural da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, lá residentes na Rua Principal nº12, no lugar de Barreiras de Água, São Mamede, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores de sete quinze avos indivisos do prédio rústico, composto de terra de cultura com oliveiras e carvalhos, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, sito em Barreira de Água, freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, que confronta de norte com Custódio Mendes, de sul, de nascente e de poente com caminho, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número dois mil novecentos e quarenta e dois/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 11219, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €28,88. Que, adquiriram o identificado direito no prédio no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por doação verbal de Silvino António da Silva e mulher Maria Rodrigues da Silva, avós da mulher, residentes que foram no dito lugar de Barreira de Água, contudo sendo esta uma transmissão meramente verbal, não dispõem os justificantes de título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado direito no prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado direito no prédio por usucapião. Batalha, um de junho de dois mil e vinte e um. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Golpilheira, edição n.º 267, 01.06.2021

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e trinta e sete a folhas cento e trinta e oito, do Livro Duzentos e Sessenta e Três - B, deste Cartório. José Luís Ribeiro dos Santos, NIF 114 265 232, viúvo, natural da freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, lá residente na Estrada da Batalha, n.º 9, Covão da Carvalha, declara que com exclusão de outrem, que é dono e legítimo possuidor, de um sexto indiviso do prédio rústico, composto de terra de cultura com oliveiras, pinhal e mato, com a área de cinco mil cento e setenta metros quadrados, sito em Serrada Velha, freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, que confronta de norte com José Gomes Mateus, de sul com António Mendes Tomás e outros, de nascente com Manuel Gomes Mendes e de poente com caminho, descrito na Conservatória do Registo Predial de Batalha sob o número mil quatrocentos e dois/São Mamede, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 2876, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT de €166,89. Que, o justificante adquiriu o identificado direito no prédio no ano de dois mil, já no atual estado de viúvo por compra verbal a Alice da Silva Oliveira, viúva, residente que foi nos Estados Unidos da América, já falecida, não dispondo, assim, o justificante de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entrou na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possui o identificado direito no prédio, em nome próprio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, amanhando o prédio, dele recolhendo os frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o referido direito no prédio por usucapião. Batalha, vinte e nove de abril de dois mil e vinte e um. A funcionaria com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos – 46/6

Certifico, pala fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas trinta e um a folhas trinta e três, do Livro duzentos e cinquenta e oito - B, deste Cartório. Luís Mendes de Sousa Dimas, NIF 180 802 402, divorciado, natural da freguesia de Vermoil, concelho de Pombal, residente na Estrada Nacional 356, n.º 27, Jardoeira, Batalha, titular do cartão de cidadão número 07509540 8 ZX1 válido até 17/01/2030, emitido pela RP, que outorga no qualidade de único sócio e gerente, em representação da sociedade comercial por quotas “LISDIMAS – CONSTRUÇÕES LDA”, número único de matrícula e pessoa coletiva 504 085 921, com sede na Estrada Nacional 356, n.º 27, Jardoeira, freguesia e concelho da Batalha, matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Batalha, com o capital social de cinco mil euros, declara que com exclusão de outrem, a sociedade sua representada é dona e legítima possuidora do prédio rústico, composto de terra de semeadura com oliveiras, com a área de oito mil quatrocentos e cinquenta metros quadrados, denominado por Mioqueiro, sito em limite da Golpilheira, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número nove mil setecentos e noventa/Batalha, onde se mostra registada a aquisição do identificado prédio a favor de Maria Taciana Tavares Proença Vaz Preto de Abrunhosa, casada com João Caetano de Abrunhosa, residentes em Castela Branco, pela apresentação dois, de vinte de setembro de mil novecentos e sessenta e cinco, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 228, que provém do artigo 1363, da freguesia da Batalha, com o valor patrimonial para efeitos de IMT €2.513,79. Que, a sociedade que representa adquiriu o identificado prédio no ano de mil novecentos e noventa e nove, por compra verbal à mencionada Maria Taciana Tavares Proença Vaz Preto de Abrunhosa e marido João Caetano de Abrunhosa, já falecidos. Que, tendo a aludida compra sido meramente verbal, não tem a sociedade título formal que a comprove para proceder ao registo predial. Que, face ao acima descrito, e não obstante não ter qualquer título formal que o comprove, a justificante, está na posse e fruição do identificado prédio, há mais de vinte anos, sem qualquer oposição de quem quer que seja, desde o seu início, com a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, a sociedade que representa adquiriu o identificado prédio por usucapião. Batalha, três de dezembro de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos – 46/6

Jornal da Golpilheira, edição n.º 267, 01.06.2021

Jornal da Golpilheira, edição n.º 267, 01.06.2021

Jornal da Golpilheira, edição n.º 267, 01.06.2021

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Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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a fechar • 31

Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021

. Tintol & Traçadinho .

. telefones úteis . 112

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

Vêm aí tempos de campanha eleitoral... vamos a ver se todos sabem comportar-se decentemente... pois todos falam de democracia e defendem que deve haver várias opiniões... e que não faz sentido tratar como inimigo quem pensa diferente!...

244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 769 101 244 765 497 244 764 080 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

Acho que sabem... mas, pelo sim, pelo não, vou avisá-los!

Avisamento

.fotodestaque. LMF

. ficha técnica Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about Director . Composição . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Equipa JG . Adelino Rito, Ana Margarida Rito, Ângela Susano, Cristina Agostinho, Diogo Alves, Isabel Costa, Miguel Santos. Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Eusébio, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Márcio Lopes, Miguel Portela, Saul António Gomes. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10). NIF . 501101829. Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333. Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 900 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira E-mail: geral@jornaldagolpilheira.pt

Manuel Rito (12.06.2020 * 12-06-2021)

Nesta edição, a foto em destaque é um memorial. Passou este mês um ano que faleceu o nosso saudoso directoradjunto e amigo Manuel Carreira Rito. Não podíamos esquecer – ainda que fosse possível esquecer! – a cada edição, a sua presença espiritual, a saudade do seu convívio, a falta da sua colaboração a enriquecer o nosso Jornal. Alguns familiares e amigos quiseram marcar esta memória com uma celebração, para a qual convidaram a presidir o padre Pereira, também seu amigo. Foi no passado dia 19 de Maio. No final da celebração, o presidente da Assembleia Geral do CRG, Carlos Agostinho Monteiro, e o presidente da direcção, Fernando Ferreira, proferiram algumas palavras de homenagem, de gratidão e, sobretudo, de união na mesma fé de que em Deus continua presente junto de nós.

. recordar é viver .

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E saudades de uma boa festa à moda da Golpilheira... quem não tem?! Aqui, os festeiros do Senhor dos Aflitos do ano 2000, todos sem máscara... que maravilha que era, e não o sabíamos! Provavelmente, não será ainda este ano que poderemos voltar a estes arraiais, mas poderá acontecer qualquer coisa no primeiro domingo de Agosto... estejam atentos aos avisos!... | LMF LMF

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Jornal da Golpilheira • Maio / Junho de 2021


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