JG_274 Julho / Agosto de 2022

Page 1

LMFerraz Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXVI | Edição 274 | Julho / Agosto de 2022 instagram.com/jornal_golpilheira www.jornaldagolpilheira.pt • notícias e opiniões • fotografias e reportagens • edições online • história e identidade • assinaturas e publicidade geral@jornaldagolpilheira.pt O Banco da (nossa) terra. R. Inf. D. feRnanDo, 2 • 2440-901 BaTaLHa TeL. 244 769 270 • WWW.CREDITOAGRICOLA.PT PUB facebook.com/jgolpilheira twitter.com/jgolpilheira Golpilheira honrou o padroeiro Senhor Bom Jesus dos Aflitos • p. 5 Uma comunidadegigantefestada PUBPUBPUB P. 3 P. Entrevista32 • p. 8-10 Cristina Maria celebra 15 anos de fado “AsImperfeitasCapelas são e serão sempre o meu palco”

Assembleia do CRG Direcção reconduzida pelos sócios No passado dia 29 de Junho, realizou-se uma Assembleia Geral Extraordi nária do Centro Recreativo da Golpilheira, tendo como pontos de agenda a eleição dos novos corpos gerentes para o próximo triénio e uma proposta de rectificação dos estatutos para conformidade legal.A reunião decorreu com normalidade, tendo sido apresentada apenas uma lista a eleições, constituída, maio ritariamente, pelos membros já em funções, a qual foi eleita. Fernando Ferreira e a sua equipa continuam, assim, à frente dos destinos da asso ciação até Também2025.as alterações propostas aos estatutos foram aprovadas por unanimidade dos menos de vinte sócios presentes. Açores Voo rumo ao Poente para além da bruma e no primeiro fervilhar da espuma, na terra em convulsão, oepousopisoprimitivo paraíso de novo em gestação. Mudou de local a loja do Mosteiro A loja do Mosteiro passou, do espaço que foi a cozinha con ventual, para o chamado claustro novo onde os nossos Bombeiros tiverem o primeiro quartel. Por aqui faz-se também a saída dos visitantes.Anova localização da loja, muito mais espaçosa do que a anterior, permite agora o acesso, sem ser necessário bilhete de ingresso, a quem quiser adquirir livros sobre temas de arte e de história e invulgares e belíssimas réplicas de peças que pertence ram aos palácios reais. Há igual mente pequenas peças de arte e livros próprios para Simultaneamente,crianças.fez-se o restauro do Claustro de D. Afonso V. A fotografia que se publica, para espicaçar a curiosidade dos leitores, foi tirada recentemente e dá bem ideia da louvável trans formação deste vasto espaço do Monumento.

LMF Pequena assembleia

- Em caso de emergência, não entre na água, chame o nadador-salvador ou ligue o 112. Ir ao mar e voltar só depende de si… Há coloridos diversos neste tempo de luz mais forte. Há tons vivos de festa e alegria, com músicas e danças que espantam espíritos sombrios. E há cinzentos negros de lutos e incêndios, de ténues vidas a esmorecer e de dores a apagar sorrisos. Há clarões tépidos de calma e descanso, de férias e serenos convívios. E há riscos carregados de suores no rosto e de dias mais duros no caminho. E perigos mil a espreitar em cada traço, com todas as cores do mundo em alerta vermelho. É de todos esses cambiantes este seu Jornal de Verão. Com os votos de que lhe sejam suaves...

Recomendações da Autoridade Marítima Nacional Época Balnear 2022

• Por transferência bancária para o IBAN PT50 0045 5080 4017 1174 2866 5 (enviar confirmação do nome e NIF do assinante, para geral@jornaldagolpilheira.pt).

- Não beber bebidas alcoólicas antes de mergulhar na praia;

- Frequentar as praias permanentemente vigiadas; - Respeitar a sinalização das bandeiras, das praias e as indicações dos nadadores-salvadores, dos agentes da autoridade e dos elementos que reforçam a vigilância nas praias; - Vigiar permanentemente as crianças; - Respeitar os períodos de digestão e não entrar em águas frias de forma repentina, de forma a evitar choques térmi cos abruptos que podem causar síncope cardíacas fatais;

PagamentodeassinaturasCaroassinante , apelamos à sua atenção para o pagamento atempado da assinatura, que é praticamente o custo do envio por correio. Poderá consultar o último ano pago na folha de endereço que acompanha o jornal. Por cada ano, são 10 euros (15 Europa; 20 outros países).

Sugerimos 4 opções: • No bar do CRG (das 07h30 às 24h00).

• Por Mbway, para o número 910 280 820 (identificar nome do assinante na descrição).

• Por cheque, para: Jornal da Golpilheira - Est. Baçairo, 856 - 2440-234 GOLPILHEIRA. Muito gratos pela colaboração! Cambiantes

Manifestações que são reflexo da alma do povo português Manifestações, umas re ligiosas outras profanas, que dizem muito da criatividade do Povo Português, que tememos ver desaparecer neste nosso mundo em convulsão, têm de merecer-nos renovado interesse e empenho em mantê-las. Refiro -me particularmente a três, todas de cariz religioso, uma delas já proposta para a classificação de “património imaterial da Huma nidade”, proposta que se justifica inteiramente e tem de merecer todo o nosso apoio. Trata-se da procissão, alumiada por mi ríades de conchas de caracóis transformadas em lucernas, em honra de Nossa Senhora, na sua invocação do Fetal. As outras, uma delas da Paróquia da Batalha, englobando portanto tanto a freguesia da sede do Concelho como a freguesia da Golpilheira, a da Santíssima Trindade, no desfile processional das ofertas, originais no formato, na ornamentação e nos seus “bolos de ferradura”. E a terceira, a “Encamissada”, na Rebolaria, resquício dos círios estremenhos, neste caso em honra de Santo António. Seria uma perda irremediável, não só em termos religiosos, mas culturais também, as populações do Reguengo do Fetal, da Batalha/ Golpilheira e da Rebolaria deixa ram adulterar-se ou perder-se es tes valores que reflectem, mais ao que qualquer outra manifestação popular, a alma do nosso Povo.

A época balnear de 2022 iniciou-se em algumas praias a 6 de Maio, estando progressivamente a estender a mais praias nacionais. A Autoridade Marítima Nacional recomenda a todos os banhistas o seguinte:

- Evitar as horas de maior exposição solar (11h – 16h);

2 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 .editorial. Luís Miguel Ferraz Director abertura . cadernomensal . José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

• 3Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 apoio

LMF Bonita praça LMF Restaurante sempre cheio LMF O carro mais original LMF Todas as turmas no palco

Depois de dois anos sem grandes festejos, podemos dizer que a população da Golpilheira estava desejosa de voltar a reunir-se em massa para as tradicionais festas de Verão. Foi o que se comprovou na primeira delas, o 53.º ani versário do Centro Recreativo, que terá recebido uma das suas maiores enchentes, a julgar pelo movimento do restau rante e bar e pela multidão na praça.Nasnoites de 9 a 11 de Ju lho, foi grande a afluência, com a animação, respectivamente, de Elsa Gomes e sua banda, do organista Graciano Ricardo e da Banda Kroll. No domingo, o destaque vai para as já habituais desci das de ladeiras em carros de rolamento e outros objectos deslizantes, com muita criati vidade, velocidade e destreza dos pilotos e com diversão geral regada a bebidas frescas em tarde escaldante. Tirando um ou outro susto e uns ar ranhões de cura rápida, tudo correu pelo melhor. Quanto ao carro mais original deste “Rodas de Aço”, o 1.º lugar foi para André Carvalho, o 2.º lugar para Filipe e Guilherme Monteiro e o 3.º lugar para Dalila Pereira e Erica, com menção honrosa atribuída ao conjunto de carros em madeira de JoséParaBagagem.oanohá mais; para este, ficam algumas imagens (todas as fotos em jornaldagolpi lheira.pt/fotografias).

Decorreu no passado dia 2 de Julho mais uma edição do “Dançarte”, festa que assinada o final do ano lectivo da Escola de Dança do Centro Recrea tivo da Golpilheira. Todas as turmas passaram pelo palco, cheias de energia e ritmos contagiantes, efusivamente aplaudidos pelos pais e amigos que enchiam a sala. No final, o agradecimento a todos os alunos, professores, pais, familiares, bailarinos convidados, ex-alunos e direc ção da escola, pelo espectáculo e por mais um ano de apren dizagem, diversão e dança saudável.

4 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022sociedade CRG comemorou 53.º aniversário em festa Tradição voltou a rolar a todo o gás

LMF Festa de encerramento de ano lectivo Hip hop encheu o CRG de alegria e movimento

LMF

LMF

LMF

A festa em honra do Se nhor Bom Jesus dos Aflitos animou a Comunidade Cristã da Golpilheira, nos dias 30 de Julho a 1 de Agosto, com uma das maires enchentes de sempre. Os festeiros de 2022 foram os quarentões de 1980, 1981 e 1982, pois estavam dois anos retidos pela pandemia, e deram excelente resposta à fome de festejos da população. A animação começou mui tos dias e semanas antes para eles e muitos outros volun tários que foram preparando tudo, à mistura com muito trabalho que dá montar este arraial. Levantar o mastro, colher murta e fazer o cordão, instalar os arcos, a iluminação e decoração, as estruturas de bares, quermesse e ou tros espaços, a preparação de comes-e-bebes, a preparação das celebrações, e este ano algumas preocupações adi cionais e obras de última hora para cumprir a legislação de segurança, tudo acaba por valer bem a pena, quando se vêem milhares de pessoas a celebrar, a festejar, a conviver em alegria.Esteano, por proposta do pároco, fez-se uma noi te de preparação espiritual, com confissões, Missa e uma procissão de velas em honra de Nossa Senhora de Fátima, na terça-feira anterior, que contou com a participação de algumas dezenas de fiéis. Na noite de sábado, tudo estava preparado e o res taurante recebeu o primeiro teste, com várias rodagens de lotação esgotada, o que se verificou também no domingo e, mais ainda, na segunda -feira. FV Music, Banda K Preta e Banda Kroll garantiram a animação de cada uma das noites, bem como o DJ Rider, pelas madrugadas do primeiro e últimoApesardias.do cansaço, no domingo, as 11h30, lá estavam todos, cerca de meia centena de festeiros, na Missa da festa, com uma igreja repleta de outros fiéis. Este ano, com participação especial do padre João da Felícia, missionário golpilheirense da Consolata, que já não vinha do Brasil visi tar a sua terra há meia dúzia de anos. Seguiu-se a procissão em redor de ambas as igrejas, com as imagens do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Fátima, que se veneram nesta igreja. Seguiam também as bandeiras, o Santo Lenho sob o pálio, os andores de ofertas e muito povo, com ritmo marcado pela Banda Filarmónica de S. Tiago dos Marrazes. Esta acompanhou também a tradicional sauda ção ao Padroeiro, cuja bandei ra desceu da igreja de Nossa Senhora de Fátima até à sua igreja primitiva, levado pelo grupo dos festeiros, na tarde de domingo. Logo depois, foi a vez do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” voltarem também a actuar na sua terra, depois da pandemia. Segunda-feira voltou a fes ta, com Missa pelos festeiros seguida de jogos tradicionais e a noite a terminar com a animada corrida de cântaros, com o recinto apinhado de gente como já não se via há muitosNãoanos.pôde haver fogo de artifício, devido ao risco de incêndio, mas nem por isso a festa deixou de ser grandiosa. Estão todos de parabéns! Para o ano há mais, tendo o grupo de 1983 agarrado a bandeira, com o convite aos presentes a que os ajudem, que são menos. Convidam-se todos os nascidos naquele ano, sejam nascidos, residentes ou até amigos da Golpilheira, a juntarem-se ao grupo. Ficam algumas imagens deste grande evento (todas as fotos em jornaldagolpilheira.pt/ fotografias). LMF Procissão de velas na terça-feira Jogos tradicionais LMF No final, cansados, mas felizes (e amigos) A emblemática corrida de cântaros 1981 e 1982

Golpilheira honrou o padroeiro Senhor Bom Jesus dos Aflitos Uma festa gigante da comunidade cristã

LMF Nascidos em 1980,

• 5Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 sociedade

Artesanato e gastronomia voltaram em força Fiaba recebe enchente como dantes...

6 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022sociedade

No passado dia 21 de Ju lho, a vila da Batalha acolheu mais uma vez a homenagem a Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, uma iniciativa da Câmara Municipal e do Exército Português. A evocação, associada à batalha de Macontene, que teve lugar a 21 de Julho de 1897, realizou-se nos mol des habituais, na praça com o mesmo nome do militar homenageado, considerado um dos batalhenses mais des tacados de todos os tempos e que a Arma de Cavalaria adoptou como patrono. Depois da apresentação da formatura à Alta Entidade que preside à cerimónia, foi colocada uma coroa de flores junto ao busto de Mouzinho de Albuquerque, seguindo-se intervenções de diversas entidades presentes e o descerramento dos Sabres de Bronze. Por fim, o desfile da Força a Cavalo, um dos mo mentos mais aguardados pelas pessoas presentes, nomeada mente, algumas crianças que vieram dos ATL para apreciar o evento.Nanoite do dia seguinte, ocorreu, no mesmo contexto e naquela praça, um concerto musical pela Orquestra Ligeira do Exército.

Homenagem a Mouzinho de Albuquerque

LMF Momento de abertura

JF Crianças apreciaram a parada a cavalo

Foi pelas 19h00 de quar ta-feira 15 de Junho que a comitiva de abertura da 30.ª edição da FIABA – Feira de Artesanato e Gastronomia da Batalha percorreu o recinto, cumprimentando as várias dezenas de artesãos, alguns a trabalhar ao vivo, comerciantes de produtos e artigos locais, responsáveis de instituições concelhias e, claro, equipas das associações que dão corpo ao parque gastronómico que é das principais atracções do recinto. O secretário de Estado da Administração Local e Or denamento do Território, Carlos Miguel, e o presidente do Turismo Centro Portugal, Pedro Machado, foram os convidados especiais para esta sessão, acompanhando o pre sidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, os vereadores e deputados municipais, os presidentes de junta e outras autoridades civis e militares da região.Napassagem pelos vários expositores e “tasquinhas”, destaque para a presença da comunidade ucraniana da Batalha, que acolheu a comi tiva com um bolo típico do seu país, apresentado inteiro às visitas, devendo cada uma partir um pedaço com a mão e “mergulhá-lo” num copo com sal. Iguaria apreciada pelos presentes, tal como as palavras de gratidão que esta comunidade dedicou ao Muni cípio e à população da Batalha pelo acolhimento e apoio que têm recebido nestes tempos mais recentes de guerra na sua Seguiu-sepátria. um momento de animação, protagonizado por várias dezenas de alunos da Academia Sénior da Batalha, nas classes de ginástica e dan ça, uma demonstração de que a idade não é entrave para a diversão e para os ritmos da alegria.Depois, as palavras de abertura. Raul Castro aprovei tou para agradecer o empenho de todos os envolvidos neste certame e para deixar votos de que seja mais um sucesso, à se melhança do que vinha sendo antes dos últimos dois anos de interregno por causa da pan demia. Pedro Machado frisou, precisamente, “como é bom estarmos aqui de novo” e a importância da retoma do sec tor do turismo, também pelo regresso deste tipo de eventos, onde “se mostra e promove o que de melhor temos no nosso país” em termos de património material e imaterial, artesa nato, gastronomia e comércio local. Carlos Miguel continuou o mote, sublinhando que estas feiras são oportunidade de fazer negócio, mas, sobretudo, de provocar o encontro entre as pessoas. “Que estes dias sejam de bons encontros, com muita saúde e ânimo”, desejou. Após o momento proto colar, rapidamente a zona de restauração se encheu, sendo de destacar a enorme afluência registada logo neste primeiro dia, apesar do clima salpicado de aguaceiros nem estar espe cialmente convidativo. O tempo foi melhorando e a afluência também, com muitos milhares de pessoas a encherem o novo espaço da feira, no novo Parque de Santa Maria da Vitória junto à zona desportiva da vila, durante os cinco dias do certame. Pelo palco passaram artis tas como Elsa Gomes & Banda, Ahkorda, Quim Barreiros, On Stage, Miguel Bravo, Banda Kroll e Catraia, além de outros apontamentos de animação com folclore e outras músicas, danças, apresentações de esco las, etc. Na tenda, pontuaram os DJ Nuno Fernandez, Angel, Hot Crazy Boy e “Usados com Garantia”.Nãopodemos deixar de destacar a forte presença da Golpilheira, a começar pela ha bitual tasquinha gastronómica a cargo do Centro Recreativo e pela representação “oficial” na tenda das juntas de freguesia. Mas muitos outros golpilhei renses por lá se encontraram em espaços de exposição, comércio e institucionais, tal como os que passaram pelo palco em apresentações de música e dança, sobretu do a demonstração de Hip Hop do Centro Recreativo da Golpilheira e o rancho folcló rico “As Lavandeiras do Vale do Lena”. Isto sem falar, claro está, na população em peso que frequentou o certame por esses dias… LMF Batalha associa-se a iniciativa do Exército Português

De 12 a 15 de Agosto, as Festas da Batalha prometem atrair multi dões, com um cartaz abrangente e dirigido a vários públicos. Animação diversificada, gastronomia tradicional, actividades desportivas e uma feira de actividades económicas integram tam bém este certame, a realizar no parque de eventos Santa Maria da Vitória. No que se refere aos concertos, todos com entrada gratuita, pelo palco das Festas da Batalha actuarão logo no concerto inaugural, no dia 12, o artista Anselmo Ralph, que será antecedido pela banda Mãe Lua. No dia seguinte, a noite reserva o espectáculo de Fernan do Pereira – conhecido como o “senhor das vozes”, cabendo a primeira parte do espectáculo à banda EN1. A 14 de Agosto, a noite reserva um dos concertos mais esperados, com a actuação dos “Quatro e Meia”, formação de Coimbra que surgiu em 2013 e que nos últimos tempos tem registado enorme sucesso. O concerto será antecedido pela actuação do músico batalhense Tiago Pinho, que acabou de lançar o seu mais recente tema “História Sem Fim”. Miguel Araújo, um dos principais músicos e compositores do nosso país encerrará a edição de 2022 das Festas da Batalha, no dia 15, com um grande concerto, acompanhado pela sua banda. Caberá ao também músico batalhense Tiago Borges & O Gato Mal tês a primeira parte desta noite festiva. Para além da música, o Desporto integra também o cartaz das Festas da Batalha com a tradicional prova de atletismo “Mestre de Avis” a realizar no dia 15, com partida na localidade de São Jorge, Porto de Mós, e chegada à Praça Mouzinho de Albuquerque, na Vila da Batalha, com uma extensão de cerca de 7 Integramkm. ainda a componente desportiva dos festejos duas competi ções entre as freguesias concelhias, no campo sintético da zona desportiva: a 12.ª edição do Torneio “São Nuno de Santa Maria” (futebol de 11 masculino), nos dias 13 e 14 de Agosto, e o Torneio “Dona Filipa de Lencastre” (futebol de 5 feminino, no dia 13 de Agosto. Os mais pequenos contarão com o espaço “KidZone”, onde serão instala dos insufláveis para utilização gratuita. No exterior, será também instalada uma zona com os tradicionais carrocéis e pista de carinhos de choque. Ainda no recinto, será instalada a “Gaming Zone”, espaço dinamizado pelo Centro Social Cultural e Recreativo das Brancas e que oferecerá aos mais novos jogos e outras actividades lúdicas. Os apreciadores da música electró nica também não foram esquecidos, es tando garantida animação, nos dias 12, 13 e 14, numa tenda por onde passarão, respectivamente, os DJ “Usados com Garantia”, Pedro Carrilho” e “2Glazen”.

Na Cividade e na SardinhadasAreeirade

Festas da Batalha estão de regresso Concertos gratuitos para todos os gostos

vizinhos animam “bairros”

Não é preciso muito para fazer festa; basta alegria, vonta de de conviver e um espírito de partilha e boa vizinhança. Foi o que aconteceu, no dia 24 de Ju nho, no Largo de São Leonardo, na Cividade, e no dia 2 de Julho, na urbanização da Areeira, junto ao centro da Golpilheira. Os vizi nhos combinaram, compraram boas sardinhas, juntaram outros petiscos e bebidas a condizer, meteram música, enfeitaram o espaço público… e a festa aconteceu. São momentos como estes que ajudam a cimentar as boas relações e a harmonia entre todos e que contribuem para o bom ambiente em geral nas populações locais. Estão todos de parabéns pelo belo exemplo de boa disposição e camarada gem de rua ou de “bairro”. LMF LMF Vizinhos da Areeira LMF Vizinhos da Cividade

• 7Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 sociedade

8 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022entrevista

Tal como noticiámos na última edição, a artista Cristina Maria celebrou, num espectáculo nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, no dia 27 de Maio, os seus 15 anos como fadista profissional, uma carreira que desenvolve em paralelo à de Naturalescultora.daBajouca, considera-se “filha adoptiva” da Batalha, onde viveu alguns anos e acabou por ingressar na Escola de Artes e Ofícios Tradicionais, onde fez o curso profissional de mestre de cantaria, dentro do próprio Mosteiro. Foi aqui que iniciou a sua vida pública, pelo que muitos a identificam como batalhense e ela própria a assume “de Actualmente,coração”. vive no lugar dos Montes, no concelho de Alcobaça, numa casa que serve de espaço de exposição e de refúgio para a inspiração. Foi aí que es tivemos à conversa sobre a sua dupla carreira artística e sobre a vida em geral. Entrevista de Ângela Susano / LMF Chamou a esta casa “Duas artes”, que considera as suas duas pai xões. Qual surgiu primeiro? Não sei bem. Foi em 1994 que descobri a vocação e a paixão pelo trabalho na pedra, quando fui para a Escola de Artes e Ofícios da Batalha. Mas, nessa altura, já cantava, era instrumentista e fazia parte da Banda Filarmónica dos Mar razes, onde tocava clarinete, e cantava em festivais regionais de música.Aminha educação musical vem de quando a Dulce Pontes ganhou o festival da canção. Foi pelos 10 anos de idade que comecei a cantar e a participar em festivais, sobretudo com o fado-canção. Mas passei pela música tradicional e ainda in tegrei uma banda de pop-rock português, chamada “Águas Passadas”. Nesse percurso, quando decidiu optar pelo fado? Estive no Brasil a ensinar a arte da Cantaria Artística, através de um protocolo entre Portugal e o Brasil, e, quando regresso, venho com o propó sito definitivo de que era ao fado que me queria dedicar. Era o sonho de infância?... Não sei se ambicionei che gar onde estou, mas tenho conseguido alcançar muito mais do que sonhei. O meu sonho de criança, sem dúvida nenhuma, era ser cantora. Queria cantar, cantar, cantar… E a escultura? A escultura é algo que aconteceu por obra do acaso. Quando estudava na escola secundária da Batalha, muitas vezes perdia o autocarro para Santo Antão porque ficava junto ao mestre Alfredo Ri beiro, a vê-lo trabalhar. Por essa altura, em 1993, abre a Escola de Artes e Ofícios Tradicionais e conheci o Luís Jordão, director dessa escola e meu parceiro cultural até hoje. Eu queria muito ir para aquela escola, mas não havia alunos suficientes. Então, com ele, juntámos algumas pessoas e fizemos uma turma. No pri meiro contacto com a pedra e os materiais, percebi que também queria fazer aquilo. Tem referências ou influências? A minha maior referência, sem dúvida nenhuma, é o mestre Alfredo Ribeiro. Ele é o último dos mestres canteiros do Mosteiro da Batalha e uma referência de intervenção no nosso património a nível nacional. Ele é uma inspiração. Prova disso é a rosácea que fiz para o convento de São Francisco, em Santarém, com 4 metros de diâmetro, que é um diploma chamado “Portugal” ou chamado “Escola de Artes e Ofícios”, instituição que existiu pelo menos durante 22 anos.

Cristina Maria celebra 15 anos de fado “As Capelas Imperfeitas do Mosteiro são e serão sempre o meu palco”

No meu trabalho mais con temporâneo, que desenvolvo desde 2005, não tenho uma grande referência. Gosto bas tante do mestre João Cutileiro ou do Francisco Simões, mas não procuro essas influências. Não sei se é por estar tão dedicada a duas artes e não me sobrar muito tempo, mas ‘’bebo’’ muito pouco do que vejo de outros artistas. Sente que tem pouco tempo para fazer mais do que gosta? Na música, por exemplo, eu precisava de mais tempo para estudar, criar e melhorar. E se calhar com a escultura passa-se a mesma coisa. Todo o tempo que eu tenho dispo nível para entrar no atelier para o processo criativo, é usado para expressar algo que vem muito de mim, da minha educação da cantaria artís tica e que eu deixei evoluir. No processo de escolha das pedras e materiais, deixo-me, simplesmente, levar. Muitas vezes nem sei propriamente o que vou criar, é a própria pedra que me educa, a não ser que tenha uma temática prévia, como aconteceu com a exposição de homenagem ao fado, em 2013, intitulada “Esculturas do Meu Fado”. Aí trabalhei muito mais com os mármores brancos e pretos, por uma questão da ligação e da mensagem que eu queria transmitir. Algumas obras fo ram pensadas e maquetizadas, mas o meu maior gozo é saber que vou fazer, por exemplo, uma guitarra, mas sem fazer um esboço, a deixar-me levar. Essa exposição sobre o fado cor reu mundo… Sim. A exposição iniciou no Museu do Fado, passou por algumas casas de fado, monu mentos nacionais, o Teatro José Lúcio da Silva, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo em Tomar, entre outros. Depois, andou em digressão durante 7 anos, até 2019. A exposição mais forte e mais emblemática foi no Panteão Nacional, onde apresentei o meu 3.º álbum, “A Voz das Mãos”, de homenagem ao mestre Alfredo. Era um projecto de um ano que, felizmente, teve um sucesso muito grande e contou com boas parcerias. Passámos por Espanha, França e Itália, através do festival “Sete Sóis Sete Luas”, do qual faço parte, e também pelo Brasil e Israel. Ali existia o casamento per feito para quem é escultor e fadista. Em todos os locais, as duas artes andavam de mãos dadas: inaugurava uma exposição, fazia a visita guiada e acabava sempre por cantar... Como foi cantar no Panteão? Foi das coisas mais emble máticas e emocionantes da minha vida. Prestar homena gem à Amália ali, com o tema “Estranha forma de vida”, é indescritível.MasasCapelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha são e serão sempre o meu palco, porque a minha formação e aprendizagem foi lá, os meus melhores amigos foi lá que os fiz, é ali que sinto verdadeira emoção. Quantos concertos, nesse palco? Na Batalha muitas vezes, mas dentro das Capelas já foram quatro vezes. Também já cantei na igreja do Mosteiro da Batalha. Quando estudava na Escola de Artes e Ofícios, eu dizia: “um dia ainda vou cantar dentro do Mosteiro da Batalha”… e aconteceu. Foi dos espectáculos mais emble máticos para mim. Sempre com esta felicidade de casa cheia. Tenho já um núcleo de espectadores, fãs e amigos que são fantásticos, vindos alguns de longe para estar comigo nos concertos. Por falar nisso, como correu o último concerto, de comemoração dos 15 anos de carreira? Maravilhoso. Se não fos se a limitação imposta pela LMF “Este ano estou a dedicar-me um pouco mais à música”

• 9Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 entrevista pandemia, estariam mais de quinhentas pessoas. Mas foi muito bom, muito intimista, um espectáculo um pouco diferente daquilo a que o meu público está habituado. Teve alguns temas habituais do fado tradicional e do fado-canção, mas foi sobretudo dedicado aos meus temas originais, escritos e compostos para mim ao longo dos 15 anos de histó ria e que estão agora no álbum “Ponte do Regresso”. Tinha o receio de que as pessoas estra nharem este alinhamento, sem a minha típica “portugalidade” tradicional, mas os ecos que tenho recebido são de que não deram muito pela diferença, talvez por já conhecerem alguns temas ou pela belezas destas composições. Falou na pandemia… como foram estes dois anos? Estive praticamente só dedicada à escultura e em ex posição em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, primeiro com peças alusivas à “saudade”, precisamente relacionada com o isolamento que tivemos, e depois sobre as “tradições”. Foram anos muito difíceis. Dediquei-me bastante à escultura, e ainda bem, por que foi também uma forma de não desistir. Viver da escultura e da música em Portugal é uma grande aventura e é preciso ser muito persistente e ter uma grande paixão. Foi excelente eu ter tido essa resistência. Explorou algum estilo de escultura em particular? Não considero que haja propriamente um estilo. Há sempre uma mistura da minha raiz de cantaria ar tística, que leva ao rigor e detalhe no acabamento, mas tenho desenvolvido mais o contemporâneo, até como forma de intervenção. Dou exemplo de uma obra pública em pedra e ferro na cidade de Ponte de Sor, com cinco metros de altura. As curvas e o sentido ascendente são características naturais para mim… tenho dificuldade em fazer peças em horizontal. Até a cantar me sinto assim… e na própria vida, a querer crescer e elevar-me a novos desafios. É uma forma de estar que passa também para as minhas obras. O que está a fazer agora? Este ano estou a dedicar -me um pouco mais à música, porque é necessário “ressusci tar”. Estive dois anos parada, logo depois de, em 2019, ter apresentado o meu álbum “Li vremente’”, que estava numa fase muito boa a nível nacional e internacional. Depois, com a pandemia, parou. Quanto à escultura, a expo sição que retornou dos Açores vai estar no Turismo da Bata lha, durante o mês de Agosto. Fora isso, quem quer visitar, pode fazer marcação e vir até ao meu atelier ver as obras. Vou começar a preparar as coisas para o próximo ano e entrar num novo processo criativo que, possivelmente, vai ser apresentado nos 25 anos de carreira como escul tora, que comemoro em 2023. Aí espero revelar algumas novidades. Nestes 25 anos, que obras des tacaria? Destaco a rosácea do Con vento de São Francisco, em Santarém. Acho que é o meu filho mais emblemático e que vai marcar a minha histó ria, ao nível do património nacional. Destaco também a minha obra de homenagem à Amália Rodrigues, “Estranha Forma de Vida”, que já não me pertence – é propriedade da Fundação Montepio. E depois tenho outras. Também prestei homenagem a Saramago, em Itália, e tenho aquela de que falei em Ponte de Sor que é um monumento à música. Tenho centenas de obras espalhadas por todo o mundo. No meio deste percurso também deu aulas? Sim, terminei o curso em 1997 e comecei logo a dar aulas no ano seguinte, em Ansião. Depois voltei para a Escola de Artes e Ofícios da Batalha onde estive durante 8 anos. Sempre fomos uma grande família. Voltando à música, com quem costuma trabalhar? Desde que decidi dedicar -me ao fado “a sério”, comecei a trabalhar com o Custódio Castelo, em 2008, um virtuoso da guitarra portuguesa. É com positor e produtor e foi ele que produziu os meus 3 primeiros discos. Trabalhei também com o Caros Garcia, Carlos Leitão, Carlos Menezes, o Jorge Fer nando, enfim… tantos músicos. Nos últimos 6, 7 anos tenho os músicos residentes: o Ricar do Silva, na guitarra portugue sa, o António Neto, na guitarra clássica, e o Jorge Carreiro, no contrabaixo. O António Neto é produtor e compositor de alguns temas, nomeadamente do álbum “Livremente”. São a minha família da música. O que está previsto para os pró ximos tempos? Mais proximamente, vou actuar na Feira da Pedra, na Exposalão da Batalha, e depois no Museu do Fado. Em Agosto, vamos estar na Ilha do Pico, no Festival dos Baleeiros. No dia 2 de Setembro volto à Batalha para encerrar as “Sex tas do Fado”, uma iniciativa promovida pelo Município neste Verão. Depois vamos até Ponte de Sor e às festas do Sítio da Nazaré. Isto além de algumas noites de fado para eventos particulares e outros contratos que surgem mais inesperadamente. E o que aconteceu ao projecto de um espaço de exposição e fado no coração da Batalha? Era o espaço “Duas Ar tes”, na praça Mouzinho de Albuquerque. Não chegou a durar um ano. Estava num pri meiro andar, o que não atraía facilmente o visitante, e era muito exigente em termos de trabalho e tempo para atender as pessoas, mostrar as obras, cantar, serviço de café, etc. Mas tinha uma vista lindíssima para o Mosteiro e passaram ali pessoas do mundo inteiro. Foi muito interessante, era um espaço cultural para a Batalha, mas foi muito investimento pessoal e precisaria de outros apoios para continuar. > continua > LMF “Não sei se ambicionei chegar onde estou, mas tenho conseguido alcançar muito mais do que sonhei”

DR Na abertura da exposição no Turismo da Batalha, com o presidente Raul Castro e o professor Luís Jordão

O que falta para um maior media tismo a nível nacional? Há muitos factores, sendo o principal o facto de não trabalhar com editoras ou agentes há muito tempo. Hoje em dia, é muito importante a divulgação a nível digital, um aspecto que estou a trabalhar. Mas acredito que isso também vai melhorar… sinto que estou a entrar numa nova era a nível artístico e isso poderá mudar. Essa é também uma avaliação do estado da arte em Portugal… Não sei. Não creio que es teja mal. Falo por mim… acho que ainda não dei o “salto” que podia dar também devido ao facto de estar na “província”, pois os principais centros artísticos estão nas grandes cidades como Lisboa e Porto. É aí que estão as principais galerias, os artistas, curadores, etc., que podiam dar outro impulso a uma carreira. Mas tenho o meu público e colec cionadores mais fiéis... não te nho muito de que me queixar. Quanto à música, também há muita coisa boa a acontecer no nosso país, mas os artistas que estão por sua conta têm muito mais dificuldade de vingar e de chegar ao grande público nacional e internacional do que os que estão ligados às maiores produtoras e agentes. Fala de apoios. Ao virar estes 15 anos de carreira, a quem agradece? Uma pergunta interessan te que não costumam fazer -me… agradeço muito ao meu público, pois são essas pessoas que fazem de nós o que somos. Depois, aos meus familiares e amigos mais próximos e aos grandes músicos e colabora dores que tenho tido ao longo dos anos. Neste caso, à Câmara da Batalha, que se associou ao projecto e apoiou este álbum e concerto “Ponte do Regresso”, bem como à Gárgula Gótica, ao Xicofran, aos tradutores, produtores, editores, toda a família que faz parte desta minha história e são a nossa maior motivação. Para terminar… o fado continua a ser uma das maiores tradições nacionais? Continua. Embora, como qualquer expressão de arte, precise da sua evolução. Eu respeito, gosto e canto fado tradicional, mas sou sonha dora e criativa. O meu registo é mais o do fado musicado, o fado-canção, pelo que me encanta celebrar estes 15 anos com este álbum de originais, que mostra mais fielmente quem é Cristina Maria como fadista e como criadora.

LMF “Muitas vezes nem sei propriamente o que vou criar, é a própria pedra que me educa” “O meu maior gozo é (...) deixar-me levar”

10 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022entrevista PUB PUB Adelino Bastos PUB Licença de Exploração Industrial N.º 50/2010 SEDE: TRV. DO AREEIRO, 225 • ZONA IND. JARDOEIRA • 2440-373BATALHA FILIAL: CASAL DE MIL HOMENS • 2440-231 GOLPILHEIRA TELS: 244 768 766 • 917 504 646 E poderá voltar a abrir? Sozinha, para já, é impossí vel ter disponibilidade. Mas se o Município ou outra entidade me desafiarem para uma par ceria do género, cá estou! Para já, continuam as duas artes na vida… Sim, e não é nada fácil de conciliar, mesmo assim. Tento ir fazendo opções, dedicar-me mais a uma ou outra de tempos a tempos, pois tenho muito valor investido nesta dupla carreira e é disto que vivo, pelo que tenho de as alimentar a ambas para não desabar. Parou tudo com a pandemia e está a demorar um pouco a recuperação do mercado, mas já começam a surgir concertos e há pequenas coisas que tam bém são interessantes em salas privadas, nas associações, etc.

LMF A artista Maria Rosário Costa explica o processo criativo

Zelamos pela sua segurança!

PUB

• 11Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 cultura E.N. 1 - N.º 67 Santo Antão 2440-053 BATALHA Tel. 244 767 923 Fax 244 765 330 E-mail: geral@itvm.com.pt

A golpilheirense Maria Rosário Costa, residente há al guns anos nos Estados Unidos e, actualmente, no Algarve, veio à sua terra natal no do mingo 7 de Agosto e partilhou com todos a sua arte, numa exposição de várias dezenas de quadros a três dimensões (3D). Assumindo esta actividade como passatempo, embora faça alguns trabalhos para venda, a artista foi explicando como aplica várias técnicas que foi desenvolvendo como autodidacta, culminando em trabalhos de extrema precisão, delicadeza e pormenor estéti co assinaláveis. Tudo começou há cerca de 10 anos, quando viu trabalhos do género, ainda na América, e decidiu fazer o mesmo. Pega em imagens ou desenhos de que gosta e começa a reproduzi-los com a sobreposição de camadas de papel que lhes vão dando textura e relevo, como que a saírem do papel e a ganharem vida. A pintura e o uso de diversos outros materiais dão o toque final à obra, depois emoldurada como um quadro A mostra esteve patente no salão do Centro Recreativo da Golpilheira e foram muitas as pessoas que por lá passaram. Pena ter sido só um dia, mas haverá, com certeza, outras oportunidades para voltar por mais tempo. LMF

Está patente nas capelas imper feitas do Mosteiro da Batalha, até 30 de Outubro, a exposição “Fogo – Água – Terra – Ar”, constituída por pinturas de Nelson Ferreira. O artista apresenta nesta mostra uma colecção de ícones neo-bizantinos a têmpera de ovo, que valerá muito a pena visitar.

Exposição nas Capelas Imperfeitas Ícones a têmpera de ovo

Golpilheirense mostra a sua arte Quadros 3D no CRG

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha Segredos e curiosidades sobre a História e o Património da Batalha • 4 “Batalha SemanaAnima”de férias no MCCB é um sucesso No âmbito do programa “Batalha Anima” da Câmara Municipal da Batalha, para a promoção da ocupação do tempo livre das férias de Verão de 2022 das crianças das fre guesias do Concelho, realizou -se a iniciativa “Férias de Ve rão no MCCB”. As actividades desta iniciativa decorreram entre os dias 19 a 22 de Julho e inseriram-se no chamado “programa vermelho”, dedica do exclusivamente às crianças entre os 6 e 12 anos. Nesta iniciativa promovida pelo MCCB – Museu da Comu nidade Concelhia da Batalha, no roteiro do dia 19 de Julho, as crianças começaram por co nhecer as profundezas da Ter ra, através de uma visita guiada às Grutas de Alvados. Pararam no miradouro do Chão das Pias, em Serro Ventoso, para inter pretação da paisagem e fizeram o seu almoço de piquenique no parque de merendas da Lagoa do Arrimal. Descobriram depois a importância do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) numa visita ao Centro de Interpretação do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiro (PNSAC). Neste Centro (CISAC) foram acolhidos pela bióloga Sofia

12 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022cultura

museudetodos .

Quaresma que lhes apresentou o recém-publicado vídeo sobre o PNSAC, comunicando com detalhe, bastante informação sobre o parque e a actividade importantíssima do ICNF. Ain da nesta visita conhecemos a exposição temporária e itine rante “Ictiofauna Nativa da Região Oeste”, onde descobri ram que o peixe mais comum do rio Lena é o ruivaco. Antes de coltar ao MCCB, ainda houve tempo para umas brincadeiras no Parque Verde de Porto de Mós.No segundo (20) e tercei ro (21) dias, as talhesBatalha,concentraram-seactividadesnaviladaquetemmuitosdeparaobservareque não passam despercebidos ao olhar perspicaz das nossas crianças. Através de divertidos jogos de investigação, os pe quenos exploradores ficaram a conhecer a biodiversidade do nosso concelho e até rea lizaram coloridos elementos decorativos, recorrendo aos elementos que a natureza nos dá. As tarefas incluíram um jogo de exploração junto à Ponte da Boutaca, sobre a biodiversidade do Concelho da Batalha, seguido de uma re flexão colectiva sobre algumas espécies encontradas e suas características, assim como a recolha de alguns elementos naturais para a realização de oficina de expressão plástica.

Os primeiros habitantes da Batalha chegaram há 300 mil anos e instalaram-se na Jardoeira e no Casal do Azemel A ocupação humana na Região da Batalha data de há 300.000 anos, sendo os prin cipais testemunhos as pedras lascadas encontradas em areias e cascalheiras depositadas pelo rio Lena. Pensa-se que foram realizadas por um hominídeo mais antigo que o de Neander thal, eventualmente uma forma próxima do Homo erectus. Os vestígios das primeiras comunidades foram encontrados nas zonas de Jardoeira e Casal de Azemel (freguesia da Batalha). A estação da Jardoeira, com cerca de 300.000 anos, é carac terizada por artefactos corres pondentes a uma cultura material ainda muito rude. Já em Casal de Azemel, com cerca de 200.000 anos, foram encontrados unifaces e bifaces que evidenciam uma cultura mais elaborada, fruto de um segundo fluxo migratório destas comunidades.Osbifaces (duas faces), con siderados os “canivetes suíços” pré-históricos, eram ferramentas de pedra, polivalentes, que se encaixavam perfeitamente na mão, sendo utilizadas pelos caçadores-recolectores do Paleo líticoAInferior.famosa reconstituição de um Homo erectus, em exposição no MCCB, revela as primeiras comunidades que se fixaram no território da Batalha. Coloca do propositadamente sobre as pedras, o “Jaime”, como é mais conhecido, direcciona o seu olhar sobre as vitrines onde estão ex postos alguns dos instrumentos líticos encontradas nas cam panhas arqueológicas feitas na Jardoeira e no Casal do Azemel. Visite o MCCB para saber mais curiosidades sobre os an tepassados humanos da Batalha. O museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às Siga-nos18h. através das redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas actividades.

.

MCCB No miradouro de Serro Ventoso DR Escavações arqueológicas no acampamento de Casal do Azemel DR Reconstituição de Homo erectus – Paleolítico Inferior

Para a diversão final do dia houve o jogo do “Bingo da Biodiversidade”.Nodiadedicado ao nosso grandioso Mosteiro, foi tempo de as crianças se encantarem com os contos tradicionais no Claustro Real do Mosteiro da Batalha, protagonizados pelo actor e contador de histórias Pedro Oliveira, d’O Nariz –Teatro de Grupo. O desafio do dia foi quase de detectives pro fissionais, com a exploração no Mosteiro através do jogo “Caça às Siglas”, feito em equipa, com as crianças a descobrirem as marcas de canteiro presen tes no Monumento. No último dia desta ini ciativa, na sexta-feira 22 de Julho, os pequenos foram a Constância, que é sempre uma viagem inesquecível em qualquer idade. Do cais de Al mourol partiram de barco até ao deslumbrante castelo, que visitaram atentamente e tira ram muitas fotografias para mais tarde recordar. De regres so ao cais, foi a vez de partirem em exploração ao Centro de Interpretação do Templário. Depois de um piquenique no Parque de Escultura Contem porânea da Barquinha, foi a vez do famoso Centro de Ciên cia Viva de Constância. Aqui ficaram a conhecer mais sobre o nosso fascinante sistema solar e as galáxias, através da visita ao planetário. Na visita à exposição “Física do Vôo”, as crianças tiveram momentos de verdadeira acção! Aprenderam um pouco sobre a física do vôo, “pilotaram” o avião a jacto Lockheed T-33 cedido pela Força Aérea Portuguesa e experimentaram a sensação de rodar num giroscópio humano - equipamento concebido pela NASA para treinar pilotos e astronautas numa situação de descontrolo da nave. Foram umas boas cambalhotas! Foi uma semana de muita aprendizagem e divertimento onde se verifica a natural curiosidade dos participantes pelo conhecimento do mundo em redor, que são a delícia para quem os acompanha. Graças ao dinamismo da Câmara Municipal da Batalha, do MCCB, dos colaboradores e adolescentes voluntários que auxiliaram as crianças, fez-se uma semana de sucesso, pois as crianças são sempre um óptimo investimento. Ana Margarida H. Rito com Emilie Baptista, Ana Moderno e Iolanda Brito (MCCB)

O

LMF Rancho da Nazaré LMF Praça cheia

5,

• 13Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 cultura

A pequena aldeia da Barrenta, em Porto de Mós, vai levar a cabo o 21.º Encontro Nacional de Tocadores de Concertina, no próximo dia 24 de Setembro.Estelugar, na União das Fregue sia de Alvados e Alcaria, conta com apenas 38 habitantes, mas nesse dia espera receber mais de 500 tocado res de concertina e muitos milhares de visitantes, amantes da cultura tradicional portuguesa oriundos de todas as partes do País. O primeiro encontro foi em 2002 e envolveu cerca de 40 tocadores, com o objectivo de dar “vida” a uma aldeia que só por si iria desaparecer com o passar dos anos se nada fosse feito para ter alguma visibilidade. Em 2019, marcaram presença mais de 550 tocadores e muitos cantado res ao desafio. Em 2020 e 2021 não foi possível a sua realização, em consequência da pandemia, mas a iniciativa foi assinalada online e pe las freguesias do município com um camião-palco. O encontro de 2022 pretende, assim, retomar a conti nuidade dos encontros presenciais e continuar a fazer desta iniciativa um dos maiores encontros de tocadores de concertina do país. Também os cantares ao desafio, acompanhado à concertina, têm sido uma grande aposta deste encontro, esperando -se este ano aumentar o leque de grandes nomes presentes, a nível nacional.Poresta altura, a aldeia mo biliza meios e infra-estruturas para responder às necessidades e proporcionar uma boa experiência aos visitantes. Para isso conta com o apoio e parceria de várias entidades, pois o Centro Cultural da Barrenta, entidade promotora, tem apostado em sinergias com as autoridades locais, no sentido de melhorar os acessos e condições de segurança. Os sabores tradicionais da re gião, o artesanato e os costumes locais também têm lugar nesta festa. Haverá dois pontos de tasquinhas, de forma a proporcionar o convívio e troca de experiências entre grupos e visitantes.Numaregião que reúne 100 concelhos, lugares com história, lendas, costumes e tradições, onde é possível descobrir a essência de um país, este evento é, sem dúvida, um marco que perpetua um dos instrumentos mais típicos da nossa cultura popular. Lencastre, n.º Batalha T. 244 766 569 Folclore da Batalha Largo do Condestável, junto ao Mosteiro da Batalha, voltou a ser o palco de mais uma edição da Gala de Folclore da Batalha, este ano em versão apenas nacional. Foi no passado sábado, 6 de Agosto, numa agradável noite de Verão, que regressou esta organização do Rancho Folclórico Rosas do Lena, da Rebolaria, um dos eventos mais carismáticos que se realiza na nossa região e sempre com alguns dos grupos folclóricos mais conceituados do País (e, noutras edições, do mundo). Este ano, o espectáculo foi aberto com dança contemporânea, pelo grupo “A Coluna do Lena”, e depois o folclore reinou, com o estrado inaugurado pelo rancho anfitrião. Os convidados que se seguiram foram: Rancho Folclórico Luz de Tavira, Rancho Típico de Esposade (Custóias), Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré, Grupo Etnofol clórico Renascer de Areosa (Viana do Castelo) e Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo. A compor o magnífico cenário arquitectónico do espaço esteve uma numerosa multidão de pessoas que vibraram com o espectáculo e aprovei taram para passar um agradável serão com serviço de petiscos e bar.

Comércio grossista de flores e artigos de decoração Fabrico de artigos em vime IC2 - Santo Antão • 2440-053 BATALHA T. 244765523 / 244767754 • F. 244767754 • cruzarte@gmail.com PUB PUB Rua D. Filipa de

| E. geral@ferragensdolena.pt Loja online www.ferragensdolena.ptem 22 ANOS desatisfeitosclientes TUDO para a construção e bricolagem! PUB PUB Mais um regresso Gala de

Meio milhar de tocadores de todo o País Encontro de Concertinas

A Câmara da Batalha vai oferecer os cadernos de fichas escolares aos alunos que fre quentam a rede pública escolar e que engloba o ensino básico e o secundário no próximo ano lectivo. Estima-se que 1.400 alunos beneficiem desta medida, que inclui também os estudantes que, não tendo a oferta formativa da sua prefe rência no Agrupamento de Es colas da Batalha, frequentem outros estabelecimentos de ensino localizados em conce lhosEstalimítrofes.decisão, que represen ta um investimento de cerca de 70 mil euros, “constitui-se como um relevante apoio às famílias do concelho, re presentando nalguns ciclos de ensino, mais de 60 euros por aluno”, esclarece nota da autarquia, justificando o in centivo “apesar de representar uma verba significativa para o orçamento municipal”. Para aderir ao programa basta o preenchimento de um formulário online em cm -batalha.pt e fazer a posterior aquisição nas livrarias ade rentes, que são assim também apoiadas pelo município. A edilidade adianta que “serão mantidos os apoios re lativos à natalidade”, nomea damente a atribuição de cerca de 440 euros por nascimento. Já quanto ao apoio à fre quência de creche, “atendendo ao princípio da solidariedade e da subsidiariedade, pretende -se reforçar o apoio às famílias em situação financeira mais vulnerável”, mas “por forma a tornar a medida do apoio mensal à creche mais justa e equitativa, passarão a ser analisadas, sempre que se justifique, as declarações dos rendimentos dos agregados para melhor determinar o apoio financeiro do Municí pio”. O PSD local já veio criticar a opção e acusar a maioria na câmara de “acabar com o apoio universal que estava em vigor para todas as famílias” e, assim, “reduzir o apoio à natalidade que era prática de anos anteriores”. Vales “MEGA” já disponíveis Manuais gratuitos O próximo ano lectivo inicia-se entre 13 e 16 de Setembro. Os vales para aquisição de manuais es colares gratuitos já estão disponíveis na plataforma “MEGA”, sendo resgatáveis à medida que os dados dos alunos são colocados pelas escolas na plataforma. Para beneficiar destes manuais, os encarrega dos de educação têm de registar-se na descarregarmanuaisescolares.pt,plataformaouaapp“EduRedeEscolar”.Aíterão

Para alunos naturais do concelho Cadernos de fichas gratuitos

Batalha obtém a melhor classificação nacional Residência de estudantes avança

14 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022sociedade

A candidatura “Casa da Obra”, submetida a financia mento do PRR pelo Municí pio da Batalha ao Programa de Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis, obteve a pontuação máxima no total das 145 candidaturas apre sentadas (4,24 valores num máximo de 5). “Após esta decisão favo rável, estão agora reunidas as condições para que este projecto de acolhimento a estudantes do Politécnico de Leiria – que passará a designar -se Universidade Politécnica de Leiria – possa obter finan ciamento a fundo perdido, fac to que não estava acautelado e que teria de ser suportado integralmente pelo orçamento municipal”, refere a autarquia em comunicado. O possível financiamento em 800 mil eu ros “é um apoio financeiro de manifesta importância para a Câmara”, destaca o presidente Raul Castro, defendo que será também relevante para o Con celho “a instalação de diversos Cursos Técnicos Superiores Profissionais em contexto de imersão empresarial e em estreita articulação com o Politécnico de Leiria”. A recuperação de um imó vel com identidade histórica e simbólica para os batalhenses e a inovação de soluções para a eficiência energética, a sus tentabilidade e a economia circular terão sido factores determinantes para a classi ficação. Com uma capacidade para acolher até 28 estudantes, o edifício tem área de constru ção de cerca de 800 m2 e conta com espaços para refeições, copa, zonas comuns e áreas dedicadas ao estudo.

Batalha organiza programa de Verão Voluntariado jovem O Município da Bata lha, em parceria com as instituições locais, está a promover o voluntariado jovem no período das férias escolares, com o objectivo de proporcionar aos jovens do concelho uma experiên cia de participação cívica. O programa destina -se a jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 25 anos, que poderão optar por realizar activi dades durante um período seleccionado, numa das quatro freguesias do Con celho, nas seguintes áreas: apoio a idosos e crianças, saúde, biblioteca, cultura/ património e na loja social. Todos os participantes estarão abrangidos por seguro de acidentes pes soais e um certificado de participação.

acesso aos vales para os manuais escolares, bem como à lista das livrarias aderentes, onde poderá ser feito o manuaistagemcorrespondelhõesforam5,464quais6,147passadotérioSegundolevantamento.notadoMinisdaEducação,noanoforamemitidosmilhõesdevales,dosforamresgatadosmilhões.Atéàdata,reutilizados2,3midemanuais,oqueaumapercendecercade65%dosareutilizar.

Lg. Goa, Damão e Diu • BATALHA Tel. 244 765 677 • talhosirmaosnuno@sapo.pt Produção e comércio de carnes Produção própria de novilhos Enchidos tradicionais PUBPUB ISAFLORES FLORES E PLANTAS NATURAIS E ARTIFICIAIS Arranjos • Festas • Casamentos • Funerais isasoaresflores@gmail.com Rua de Leiria, 586 • Casal de Mil Homens GOLPILHEIRA • 244768160 • 917731417 PUB CMB “Casa da Obra”

Estabelecimentos da Batalha Mais wifi nas escolas Depois da vistoria téc nica do Município ter de tectado algumas limitações na rede wifi de 13 escolas do concelho da Batalha, foi decidida a instalação de novos equipamentos, que permitirão melhorar a conectividade dos com putadores instalados nas salas de aula e permitir uso mais eficiente por parte dos alunos. A medida vai bene ficiar cerca de 700 crianças no próximo ano lectivo e incrementar a utilização das plataformas de gestão de conteúdos digitais, cada vez mais usados em contex to educativo.

No dia 14 de Julho, o Ho tel Lis Batalha completou 50 anos de início de actividade, sendo um dos pioneiros no ramo de hospedagem e tu rismo na “EstesBatalha.50anos são um marco importante num ne gócio que, inicialmente, era uma estalagem, depois foi necessário evoluir e passou às Pousadas de Portugal. Nes sa altura, era uma referência e a pousada mais luxuosa na nossa região”, ressalta o empresário José Frazão. Nos últimos anos, o sec tor de hotelaria e turismo foi um dos que mais sofreu devido às restrições impos tas pela pandemia do novo coronavírus, mas o Hotel Lis Batalha tem voltado à sua normalidade. “Temos alcan çado várias vitórias, após crises e pandemia. Estamos a atravessar um caminho positivo, como já aconteceu noutros tempos”, destaca. Este espaço hoteleiro está carregado de história. No período do 25 de Abril de 1974, esteve no centro do “furacão” e foi um dos focos de conflito político entre sindicatos. “Quando tive a oportunidade de comprar a pousada, senti que estava carregada de energias nega tivas. Fiz obras, em 2008, e voltámos a renovar em 2016. Foi desta forma que tentei remover as energias mais pesadas”.Localizado em frente ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no largo Mestre Afonso Domingues, o Hotel Lis Batalha conta com 40 quartos – um boutique hotel dedicado ao turismo inter nacional – e o Restaurante Vintage, aberto ao público em geral.“Criamos muita intimida de com o cliente, tratamo-lo pelo nome e acarinhamo-lo. Ajudamos a contribuir para que as pessoas venham mais à Batalha, prestando-lhes um bom serviço’’, concluiu José Frazão na ocasião da festa, que contou com muitos convidados, entre os quais representantes do poder e da cultura locais. Novo hotel para breve “Com o trabalho expe riente do Hotel Lis Batalha, a gerência vai lançar um novo hotel em Leiria que, com certeza, irá também colocar a região nas rotas turísticas do país e do mundo”, uma no vidade que foi confidenciada pela gerência, em primeira mão, ao Jornal da Golpilheira. Ângela Susano

• 15Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022

Na Biblioteca da Batalha Reiki nos tempos livres No dia 27 de Julho, as coor denadoras dos Núcleos de Rei ki da Batalha e de Porto de Mós participaram na actividade intitulada “Reiki”, em parceria com a Biblioteca Municipal da Batalha. Durante o período da tarde, estiveram com 50 estu dantes dos 10 aos 15 anos, que na sua maioria não “faziam a menor ideia do que era Reiki”, mas estavam super-curiosos para saber afinal o que é. Com muitos risos à mistu ra, cepticismos à parte, estes jovens divertiram-se e apren deram o que é esta técnica. Praticámos meditação e, no fim, criámos um círculo de Rei ki, onde todos podemos sentir a sensação do Reiki a fluir pelas nossas mãos, coração e mente. Após a aprendizagem dos 5 princípios do Reiki pedimos a estes jovens para escreverem num papelinho uma palavra ou frase que gostassem de ou vir quando chegassem a casa. No final da tarde, retiraram um papelinho para levarem. E como nada é por acaso, sobrou um papelinho, que nos encheu a todos o coração: “És a melhor pessoa do mundo!”. Todos ficámos de coração cheio! As organizadoras Agosto com novidades a caminho Hotel Lis Batalha celebra 50 anos de actividade

sociedade DR

Autarquia distribui 160 mil euros Mais apoio às associações

DiadoInternacionalReiki PUB Festa

A Câmara da Batalha tem aberta até 20 de Agosto uma segunda fase de candidaturas para apoio anual às associações concelhias, nomeadamente, ao investimento em obras de conservação e melhoria de ins talações e aquisição de equi pamentos, com o tecto total de 84 mil euros, e ao desporto federado, até ao máximo total de 82 mil euros. Na primeira fase, já foram atribuídos 40 mil euros aos programas de des porto federado e actividades regulares.Adisponibilização deste valor pela autarquia da Batalha “pretende dotar as associações concelhias de recursos finan ceiros com o intuito de mitigar os efeitos da pandemia criando condições para a recuperação da actividade associativa”, refere Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha.

viço reveste-se de grande relevância na componente da segurança rodoviária na rede municipal”, aponta o presidente da autarquia, des tacando “a valia ambiental deste projecto”, dada a remo ção imediata de líquidos ou peças das viaturas na faixa de rodagem. Meditação

DR Raul Castro, José Travaços Santos e José Frazão

Tel/Fax 244 767 863 Tlm. 914 961 2440-234Ruajcferraz.seguros@gmail.com543doOuteirinho,20GOLPILHEIRA AGENTE PRINCIPAL PUB Tel. 262 596 TojeiraRuawww.caixifer.comgeral@caixifer.com896doDepósitodeÁgua•2460-619ALJUBARROTAdeProfissionaisCaixilharia PUB Contacto para para agendamento de 916138734sessões 15 de

Pela segurança rodoviária Novo serviço pós-acidente Garantir um rápido res tabelecimento da circulação rodoviária das vias municipais após a ocorrência de sinistros automóveis e disponibilizar uma eficaz aplicação de conhe cimentos nessa matéria consti tuem os principais objectivos do protocolo outorgado entre o Município da Batalha, a empresa Eurosistra Portugal e os Bombeiros Voluntários concelhios.Nostermos do protocolo, o “serviço de eaúteis,apósprazoderátodospós-acidente”restabelecimentoestádisponívelosdiasdoanoeresponassimquechamado,nomáximode30minutosumacidentenosdiasou45minutosdurantenoite,aossábados,domingosferiados.“Aprestaçãodesteser

A constituição de uma nova empresa municipal para gestão das águas no concelho da Batalha, e fim do contrato de concessão com a Águas do Lena, tem provocado algu ma contestação por parte da oposição do PSD na autarquia e de outros partidos também na Assembleia Municipal. A acusação é que se vão criar novos encargos para o municí pio, novos empregos públicos e aumento dos preços deste serviço para a população, com dúvidas sobre a eficiência do novo modelo, quando o exis tente deu provas de qualidade. Em nota enviada à impren sa, a maioria MIBT vem defen der a sua posição, defendendo que foi feito “estudo de viabi lidade económica e financeira da operação para um horizon te de 15 anos” e que o contrato de concessão de exploração e de gestão do sistema de capta ção, tratamento e distribuição de água para consumo público no concelho da Batalha, “o qual findou em Janeiro de 2020 e que tem vindo a ser renovado mensalmente” tinha “parecer desfavorável relativamente ao estudo de sustentabilidade económica e demais docu mentos do concurso público para uma nova concessão” por parte da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. A Câmara esclarece, ainda, que “o estudo da empresa municipal apenas considera na estrutura de recursos huma nos os colaboradores técnicos que pertencem actualmente à empresa concessionária”, bem como que “o tarifário proposto é significativamente mais van tajoso para os consumidores finais do que aquele que foi apresentado pelo anterior executivo, para uma concessão a ser gerida por privados”, sen do “ligeiro” o agravamentos de preços. A nota garante que “o tarifário manter-se-á como um dos mais baixos da região”.

Promete ir a 85% dos batalhenses Nova rede de fibra óptica Aumentar a conectivi dade através de fibra óptica de última geração e refor çar as infra-estruturas de rede móvel com a instala ção de duas novas estações nas freguesias do Reguengo do Fetal e de São Mamede são os principais objecti vos vertidos no protocolo outorgado no Município da Batalha, em Julho pas sado, com a participação do director de Engenharia e Operações da Altice, José PedroParaNascimento.esteresponsável, “é com enorme satisfação que, passados três anos, a Altice Portugal regressa ao Município da Batalha para anunciar o reforço do seu investimento em redes de última geração”, considerando que “o dia de hoje marca mais um passo no caminho que estamos a construir transformando Portugal num país a uma só velocidade”.“Esteéum investimen to que consideramos estra tégico”, aponta Raul Castro, presidente da autarquia, sublinhando que esta me lhoria “chegará a cerca de 85% dos munícipes, incluin do empresas”.Astelecomunicações de última geração, supor tadas por fibra óptica, são cruciais para o desenvolvi mento dos territórios, no meadamente para o tecido produtivo e empresarial. Eiras, 245 - 2440-232 Golpilheira Email: geral.ccbatista@sapo.pt • Tel. 244 765 404 / Telm. 962 343 232 de materiais de construção Aterros e embelezamentoJardinagemdesaterrosedeespaços PUB DO PAÚL, 40 - 2440-231 GOLPILHEIRA T. 244 765 894 / 969 013 430 SILVA CONSTRUÇÃO CIVIL E OBRAS PÚBLICAS 20.ª campanha de segurança rodoviária Cap Magellan volta à estrada A Cap Magellan, maior associação de jovens lusófonos e lusófilos na Europa, promove a língua, a cultura lusófona e acções de cidadania. Este ano, a associação organiza a 20.ª edição da campanha “Sécur’été, Verão em Portu gal”, que pretende contribuir para a redução do número de acidentes de viação e, con sequentemente, do número de vítimas, especialmente durante as longas viagens efectuadas nas férias de Verão. Esta última dirige-se a todos os jovens de França e, em par ticular, aos lusodescendentes que vivem em França ou de passagem pelo território fran cês, principalmente da Bélgica, do Luxemburgo, da Alemanha, da Suíça e dos Países Baixos, que vão de carro para Portugal durante as suas férias. No dia 30 de Julho, vários representantes do Estado e parceiros estiveram presentes na fronteira de Vilar Formo so com os representantes e voluntários da associação, desejando as boas-vindas aos automobilistas que viajavam para Portugal e dando conse lhos sobre como evitar aciden tes vergaduratambémrodoviários.Esteano,participaramnacampanhadeennacionaldepreven ção de incêndios “Emigrante chama”, cujo objectivo é sen sibilizar para as precauções a tomar para evitar incêndios em zonas rurais e florestais. Durante este mês de Agos to, a equipa da Cap Magellan e os seus voluntários irão continuar a mobilizar-se para levar a cabo várias actividades de sensibilização, nomeada mente, entre os mais jovens: - 1 a 30 de Agosto: distri buição do guia de Verão nas praias do norte ao centro de Portugal;-5a7 de Agosto: Festival + Solidário em Castelo Branco; - 9 a 24 de Agosto: acção de prevenção rodoviária durante a turnê do Vilamoura nas dis cotecas portuguesas do norte ao centro de Portugal; - A meados de Agosto: intervenções em directo nos canais da RTP para fazer o relatório da campanha.

Rua das

Freguesia do Reguengo do Fetal PDM suspenso e novas pedreiras proibidas

&ARTÉRIASPRAÇASUNIPESSOAL,LDA. JOSÉ SANTOS

16 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022sociedade

Nova empresa municipal criada Câmara explica razões de assumir a gestão das águas

ESTRADA

Fornecedor

A Câmara da Batalha fez um pedido de prolon gamento da suspensão do PDM por mais um ano junto da Comissão de Coordena ção e Desenvolvimento Re gional do Centro (CCDRC), para garantir que conti nua a proibição de novas explorações de pedra na área zona das pedreiras históricas do Mosteiro da Batalha, no lugar da Torre. E a CCDRC já autorizou essa suspensão, “uma decisão de manifesta relevância, que suspende todas as preten sões de pesquisa e explora ção de recursos geológicos na freguesia de Reguengo do Fetal”, esclarece Raul Castro, presidente da Câ mara da Batalha. Esta é, no entanto, uma solução temporária, deven do ser prosseguido o esfor ço por garantir a preser vação daquele património natural e histórico, o local de onde comprovadamente saiu grande parte da pedra para a construção ex-libris batalhense.

PUB

• 17Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 sociedade

Ecopontos monitorizados

Foi com muito entusiasmo que, no dia 10 de Julho, o Aves da Batalha reuniu famílias no Jardim dos Infantes, na Batalha, durante uma manhã recheada de momentos dedi cados, especialmente, aos mais pequenotes, partindo do tema “Aves para Todos”. A actividade teve início com a leitura de uma histó ria alusiva à problemática da poluição dos rios – “Penas, o Investigador”, de Sofia Quares ma – e que serviu de incentivo para que os pequenos partici pantes partissem à descoberta da personagem principal do livro, “Penas”, um guarda-rios determinado em proteger o rio. E não é que o “Penas” nos brindou com o seu voo em fle cha sobre as águas do rio Lena! Foi, talvez, um dos momentos mais surpreendentes de toda a manhã.Ascrianças tiveram, tam bém, a oportunidade de apren der algumas características que ajudam a distinguir e a identificar as aves, brincando até com imitações de sons de poupas, corujas e perdizes! Um outro momento que despertou a curiosidade dos miúdos e graúdos foi a “dis secação” de egagrópilas de coruja-das-torres, regurgita ções que contêm ossos do seu alimento preferido, os ratos! Em suma, foi uma manhã muito gratificante para todos nós e, no final, as crianças receberam um kit para cons truírem, em suas casas, come douros para aves. Estamos ansiosos por ver as fotos desses comedouros prontinhos para alimentar as aves!OAves da Batalha agra dece a participação de todos e deseja ter contribuído para despertar os sentidos dos mais pequenos para o meio natural que os rodeia. Aves da Batalha Um minuto por dia…

• Ao substituir as máquinas de lavar, optar por electrodo mésticos que consomem menos água. Na utilização, use os pro gramas eco e as máquinas sempre com a carga máxima.

• Fechar a torneira do duche durante o ensaboamento. Por cada 2 minutos no banho com a torneira aberta são gastos cerca de 24 litros de água.

Vamos fechar a torneira à seca

• Em situação de seca, evitar lavar o carro. Se tiver mesmo que o fazer, não usar mangueira, que pode consumir até 400 litros de água.•Controlar os gastos de água através da leitura mensal do contador ou da factura da água. Desta forma também poderá identificar consumos anormais que podem ter origem em fugas de água.Mais informações em portal daagua.pt.

Sob o mote “Vamos fechar a torneira”, o Grupo Águas de Portugal e a Agência Portugue sa do Ambiente, em parceria com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos e com o financiamento do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Acção Climática, lançam uma campanha de co municação com o objectivo de sensibilizar para a importância de reduzir os consumos e fazer um uso eficiente da água no contexto de seca que se vive em Portugal. Explorando o conceito de “tempo”, a campanha multimeios reforça que uma torneira aberta durante um minuto pode gastar até 12 litros de água, o suficiente para garantir as necessidades básicas diárias de 1 milhão de portugueses.Algunsconselhos

Concurso de poesia A Valorlis desafia a população a participar no concurso de poesia “Reutilizar Poesia, Reciclar Palavras”, criado com o intuito de despertar a população para a importância da recicla gem através da expressão literária. O concurso é direccionado a amantes de escrita e poesia, maiores de 10 anos, residentes nos seis concelhos da área de intervenção da Valorlis (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós). Os poemas vencedores serão impressos em sacos reutilizáveis personalizados, integrando uma colecção destes sacos com mensagens de incentivo à reciclagem. Os interessados em participar, devem enviar os trabalhos até ao dia 12 de Setembro, acompanhados da ficha de inscrição disponível com o regulamento em valorlis.pt.

Resumo da actividade “Aves para Todos”

• Aproveitar a água do du che, enquanto está a aquecer, para outros usos, como descargas na sanita, lavagem de chão, rega de plantas, etc.

Reciclar à beira-mar A Valorlis irá marcar pre sença nas praias da região, durante o mês de Agosto, com a campanha “Eco Praias”, realizada em parceria com os municípios da região, com acções de sensibilização sobre a reciclagem destinadas às colónias de férias e restantes veraneantes.Duranteestas acções será promovido o “Recycle BinGo”, uma aplicação que funciona como um jogo, que pretende premiar o bom desempenho ambiental dos cidadãos. A missão principal é fazer visita ao ecoponto habitual e separar os seus resíduos. Ao fazermos check-in des bloqueamos um conjunto de simpáticos bichinhos, os EcoGifts, com os quais vamos preenchendo os nossos cartões BinGo. As EcoMoedas ganhas podem ser trocadas por prémios, como vales de desconto no supermercado e muito mais. Marta Loia Guerreiro, administradora executiva da Valorlis, explica que “pretende-se incentivar a população a adoptar hábitos de reciclagem em momentos de lazer, recordando a importância de não deixar resíduos no areal e encaminhando-os para reciclagem”. Assim, “estas acções visam esclarecer dúvidas e mitos sobre a reciclagem, de forma a melhorar a qualidade e quantidade de resíduos recicláveis produzidos nas praias da região que são encaminhados para valorização”.

úteis para uma boa utilização da água: • Fechar a torneira durante a lavagem dos dentes ou durante o barbear. Desta forma, poderá reduzir entre 10 a 30 litros de água por dia.

• Não lavar a louça ou roupa à mão com água corrente, utili zando para tal o lavatório tapado ou um alguidar ou bacia. • Aproveitar a água da la vagem de frutas e legumes para regar as plantas. Regar as plantas nas horas de menos calor devido à evaporação. Não regar em excesso e escolher espécies com menor necessidade de água ajuda a reduzir o consumo.

A Valorlis está a instalar um novo sistema de 50 sensores de enchimento e 750 sensores de baldeação em ecopontos de superfície escolhidos criteriosamente, de modo a tornar a gestão mais eficiente no que diz respeito à optimização dos circuitos de recolha de resíduos recicláveis, nomeadamente em locais a maior distância de recolha. Com a aplicação desta tecnologia, é possível verificar e acompanhar o nível de enchimento dos contentores e, deste modo, adequar de forma dinâmica os circuitos de recolha, cruzando o histórico de enchimento dos ecopontos com os dados recolhidos em tempo real. Os sensores de baldeação estão também implementados no projecto de “Recolha de Proximidade - Ilhas da Marinha Grande”, um projecto-piloto que disponibiliza contentores de 1.000 litros para separação de recicláveis mais próximo do cidadão. Este sistema reduzirá o erro humano no registo das recolhas e permitirá melhorar a qualidade de resposta aos munícipes abrangidos.

• Não deitar na sanita resí duos que devem ir para o lixo. Além de entupir os esgotos, cada descarga do autoclismo represen ta entre 10 a 15 litros de água. Fazer descargas de autoclismo apenas quando necessário.

• Confirmar que deixa as torneiras bem fechadas. Uma simples torneira a pingar pode significar um desperdício de 30 litros de água por dia.

VALORLIS DR Os mais novos adoraram

O roteiro de Agosto será o seguinte: dia 6 – Praia Fluvial do Agroal; dia 7 – Pedrogão; dia 13 – S. Pedro de Moel; dia 14 – Vieira de Leiria; dia 20 – Pedrogão; dia 21 – Osso da Baleia; dia 27 – Vieira de Leiria.

18 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 P. Tiago Alexandre Silva Vigário Paroquial da Batalha e do Reguengo do Fetal tiago.silva@leiria-fatima.pt . dpalavraaparóquia . eclesial Férias com Deus... Compreendo que possa não ser o seu caso... Mas a grande maioria das pessoas experimenta, de alguma ou de outra forma, este tempo de Verão como um tempo de férias. Tantas pessoas que deixam a sua vida normal de trabalho e passam uns dias com a família ou os amigos, onde se revigoram as forças. Daqui a algum tempo, vê-las-emos regressar do período de descanso para as suas ocupações laborais. Virão com mais dinâmica e, provavelmente, lamen tando que, por uma ou outra razão, não pudessem alargar a temporada de recuperação das suas fadigas. Enfim, férias são férias e quem não tem saudades dessas ocasiões mais despreocupadas?!“Abençoadoquem fez o des canso!”, assim se costuma dizer. Mas a verdade é que foi Deus quem o “inventou”. No livro do Génesis, depois de ter criado este mundo onde nos é permitido viver, Deus verificou que tudo era muito bom e, ao sétimo dia, descansou. Esta linguagem bíblica não nos deve levar a pensar que Deus, como nós, que somos limitados e frágeis, se cansou e teve por isso de repousar das suas fadigas criacionais ao sétimo dia. Mas apenas que Deus tudo dispôs para que o homem pudesse usufruir das maravilhas que a criação lhe oferecia para poder, em seu proveito, aspirar a realizar a sua vocação ao trabalho, da melhor forma. E, para lhe dar o exemplo, uma vez terminada, com brio, a obra-prima da criação, ensinou-lhe que quem trabalha deve descansar para revigorar as suas energias. Um trabalho exacerbado conduz à alie nação e à desordem da existência. O descanso é dado ao ser humano também como um tempo para o necessário, vital mesmo, encontro com o seu Senhor. Assim se entendia no Antigo Testamento o dia de sábado, que foi assumido, mas completado, pelo dia da res surreição de Jesus, o Oitavo Dia, o domingo, o Dia do Senhor. Os cristãos reconhecem que a pessoa humana deve trabalhar, comprome ter-se nas ocupações domésticas e profissionais, mas antes de tudo precisa de Deus, que é a luz interior de Amor e de Verdade. Sem amor, até as actividades mais importantes perdem valor, e não dão alegria. Sem um significado profundo, todo o nosso fazer reduz-se a um activismo estéril e desorganizado. E quem nos dá o Amor e a Verdade, a não ser Jesus Cristo? Onde encontrar descanso? “Vinde a Mim, vós todos que andais cansados e oprimidos” (Mt 11, 28). Descansar, mais do que não trabalhar, é agir de outro modo. E férias e tempo livre devem ser tempo de mais liberdade, vivido sabiamen te, ocupado naquilo que equilibra, pacifica, cultiva e relaciona melhor com os outros, com o espaço e com o tempo. Numa palavra, o que nos humaniza.Hátrês coisas que certamente nos descansam. São as nossas fontes de Jacob: no frio ou no calor, na própria terra ou em terra estrangeira. A primeira é sentir-se e saber-se amado! Não há nada que mais descanse, dando a necessária segurança que cada um precisa para gerir a sua vida, tanto nos sucessos como nos desaires. Como precisamos de ouvir esse “amo-te” semanal de Deus... A segunda fonte é ter um sentido na vida, ou seja, estar profundamente convencido de que há futuro, que vale a pena empenhar-se porque, mesmo na dor ou na travessia do deserto, se tem a certeza de que Deus está e a seu tempo tudo se converte em bem para os que o amam. Esta fonte chama-se esperança. E a esperança cristã, essa vida sem fim que já vemos acontecida em Cristo e começada nos santos, é o mais pleno reservatório de esperança. Sem o horizonte de eternidade, o coração humano está, de uma forma ou de outra, vazio. A terceira fonte vem de ser reconhecido e saber que se tem lugar neste mundo. Ou seja, estar convencido que se tem uma missão única, como membro único que somos da sociedade e do corpo místico que é Cristo e a sua Igreja. O meu lugar na missa dominical não deve ganhar pó durante as minhas férias. Na Eucaristia dominical, na igreja junto à praia ou na aldeia natal da família, onde quer que haja uma igreja católica, encontramos profundo descanso, daquele que a alma bem precisa. Se “onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração” (Mt 6, 21), não deixemos de buscar Jesus, também nos tempos mais tranquilos. Talvez seja esse o momento oportuno, o momento da graça, em que depois de tanto correr, parando, somos afinal alcançados por Ele. Festa da Santíssima Trindade A minha primeira participação…

Foi com muita ansiedade e expectativa que esperei a realização da festa. Depois de dois anos na Batalha e sem conhecer ainda esta festa, esta expectativa foi muitas vezes acompanhada de algumas do res de barriga. Mas, à medida que vi o grupo dos nascidos em 70, 71 e 72 a crescer em número, em actividade e em entusiasmo, percebi que nada havia a Tivetemer.deir procurando ajustar-me ao que era a ex periência das pessoas que há anos vivem este acontecimen to. Fui também fazendo as minhas sugestões e propondo alguns ajustes. Não sabia, nem ninguém sabia se estes iriam resultar.Não sei se resultaram. Mas o certo é que a beleza dos andores e ofertas e a alegria dos que as carregavam compensavam todo o empe nho e esforço, e o trabalho de todos os que as prepararam era enorme.Oespírito que transparecia das celebrações, o ambiente criado na bênção das ofertas e andores, a missa de sábado com o mosteiro totalmente composto com tanta alegria, serenidade, a beleza dos can tos executados pelo nosso coro dos mais jovens… Que beleza! Louvei e dei graças à Santíssima Trindade por tudo o que nos proporcionou nesta celebração.Depois o arraial, o jantar, a beleza das luzes, a alegria dos que se juntavam na casinha das filhós, mesmo a paciência e boa disposição de quem tinha de esperar para tirar a senha para o jantar. A música do serão. Era paz e harmonia no reencontro das pessoas, no convívio… Graças a Deus. Mas o melhor estava guar dado para o Domingo: o mos teiro, cheio que nem um ovo, a participação de todo o povo, as respostas na celebração, a beleza do canto sempre tão be lamente executado pelo nosso coro (digno de um mosteiro). Quantas vezes me comovi. Chegou a faltar-me a voz, a mim que costumo dizer que palheta não me falta. Faltou por vezes, mas foi de emoção…Depois, a procissão do Santíssimo, a ido ao Carva lho do Outeiro, o almoço, o arraial, a venda dos bolos, os concertos belos da orquestra do Conservatório, o Rancho Rosas do Lena… Na segunda, dia 13, foi celebrada a missa dos mordo mos no auditório. A imperatriz aí se despediu com palavras simples, mas saídas do fundo do seu coração. À saída, num ambiente tão familiar criado pelos membros da comunida de paroquial, pelos festeiros nascidos em 1970, 71 e 72, estava a sardinha e o pernil a sair dos assadores. Era dia de SantoMuitoAntónio.obrigado a todos os que se empenharam nesta realização que, de certeza, foi mesmo de louvor à Santíssima Trindade.Pedimos à Santíssima Trindade que os frutos desta festa Lhe sejam agradáveis: comunhão, união, misericór dia, que conduzam à paz, à alegria, ao Esperamosamor.que para o ano hajaOsmais.jovens de toda a pa róquia nascidos em 1973 não deixarão de encontrar a melhor maneira de realizar a Festa em 2023.Ainda não temos candi datos ao lugar de imperador. Quem terá a coragem e ou sadia? P. Armindo (Ecos do Domingo) Prémios das ofertas 1.º – Ana Rita Bastos Rodrigues (Casal Franco) 2.º – Maria Vieira Conceição (Jardoeira) 3.º – Maria Luísa Pereira Silva (Golpilheira) 4.º – Rancho Rosas do Lena 5.º – Artur Jorge Henriques Monteiro (Golpilheira) 6.º – Maria da Luz Monteiro (Casal do Alho) 7.º – Sílvio Patrocínio (Jardoeira) Contas (divulgadas pela paróquia) Receitas: 40.779,19 euros Despesas: 18.505,09 euros Saldo: 22.274,10 euros

LMF Uma tradição religiosa de séculos

O pároco Conferência de São Vicente de Paulo promove solidárioTeatro

A Conferência de S. Vicente de Paulo da Ba talha vai organizar um espetáculo solidário, no dia 10 de Setembro, pelas 21h30, no auditório de S. Nuno de Santa Maria, pela companhia TASE de Santa Eufémia, com a peça “Va mos a tempo avó”. É um teatro-comédia com o tema da sustenta bilidade. Este espetáculo destina-se a angariar fun dos para auxiliar as famí lias carenciadas da nossa paróquia. Rosa Abraúl DR Telhado da igreja DR Nova escada de emergência no salão LMF O grupo no final da Missa

Apelo paróquiafamíliasàsda asaAcolhimentojovensparaJMJ2023

Comunidade Cristã da Golpilheira Obras na igreja e no salão

A Comissão da Igreja da Golpilheira levou a cabo mais algumas obras para melhoria das condições no principal templo da freguesia. A principal foi a substi tuição da porta lateral, que apresentava algum desgaste e não oferecia as medidas necessárias para acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida, por exemplo, em cadeira de rodas. Foi pedido o projecto ao arquitecto da obra, Humberto Dias, que aconse lhou uma porta de vão único, com inclusão de vitral, tendo em conta a fachada existente e a necessidade de mais lumi nosidade na zona mais escura ao fundo da igreja. O desenho do vitral foi oferecido pela artista Sílvia Patrício, autora dos restantes vitrais, que op tou pelo prolongamento das linhas geométricas da janela que fica na mesma linha, por cima da Outroporta.problema prendia -se com a deficiente protecção do interior quanto à luz, calor e raios UV, nomeadamente, na zona do presbitério, com riscos para a preservação das imagens de arte sacra exis tentes, bem como causando desconforto térmico para os utilizadores. Assim, foram es tudadas várias opções, tendo -se optado pela colocação de películas exteriores nos vidros da clarabóia, que cortam 99% dos raios UV, 70% do calor e cerca de 50% da luminosida de. A obra foi executada por empresa da especialidade, com as devidas condições de segurança e Recordamosgarantias.queoprogra ma de vitrais está completo e foi também substituída toda a cantaria de rodapé e esca das da fachada principal. Do projecto inicial, está ainda por realizar a certificação da instalação eléctrica de todo o edifício, incluindo as salas de catequese, e a climatização/ ventilação do espaço da igreja, cujo estudo está em curso. Mais segurança no salão Há dois anos que não tí nhamos festas e o retomar veio revelar algumas condições legais novas, a que tivemos de responder, nomeadamente, no âmbito da segurança na utili zação do salão e também do espaço exterior, para a emis são das respectivas licenças. Assim, tivemos de realizar um Plano de Emergência, que identificou um conjunto de obras necessárias e a aquisi ção de extintores, sinalética e outros equipamentos de protecção e segurança para todo o recinto. A intervenção mais onerosa foi a abertura de portas de emergência e respectivas rampas e escadas de acesso, em ambos os pisos, bem como o asfaltamento do solo anexo ao espaço, para permitir a livre circulação de pessoas. No projecto de obras, que ascendeu a cerca de 27.000 euros, associou-se a esta finali dade a melhoria das condições do recinto onde se realizam com regularidade festas e en contros de confraternização, por vezes, com várias centenas de pessoas.Aindasob o efeito dos con dicionamentos da pandemia, que obrigaram ao cancelamen to de eventos e, consequente mente, à reduzida realização de receitas, estas obras surgem numa altura complicada. Mas porque as consideramos ur gentes e necessárias, decidi mos executá-las desde já, ten do submetido candidatura de apoio ao investimento junto da Câmara Municipal e contando, como sempre, com o generoso apoio da população. O saldo da recente festa em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos será também uma preciosa ajuda. A todos agradecemos o apoio! A Comissão da Igreja Festa da Palavra do 4.º ano Crianças receberam a Bíblia No dia 5 de Junho, as 11 crianças do 4.º ano da catequese da Golpilheira fize ram a sua Festa da Palavra, em que receberam a sua própria Bíblia para a vida! A Missa foi presidida pelo padre Tiago Silva, vigário paroquial, e a recomendação de sempre não foi esquecida: este não é um livro para a prateleira, mas para ler todos os dias e meditar! Foi uma festa bonita, a última do ano catequético de 2021/2022, e aqui deixamos uma imagem do grupo.

Apelamos às famílias da paróquia que aceitem o convite da organização das Jornadas Mundiais da Juventude para se oferece rem para acolher os jovens estrangeiros que virão par ticipar no evento, no Verão de 2023.Asinscrições e as con dições do que é pedido à família de acolhimento estão no link vicarial.sabilidadetepequeno-almoço.lhamOfamilias-de-acolhimento”.com/jmj2023/prejornadas/“sdpjleiria.quesepedeéqueacoparadormiredaroOrestanprogramaédarespondaorganizaçãoNestemomentoasfamíliasdaparóquiainscreveram-separareceber30jovens.Precisamosdereceber100.Porquenão?

• 19Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 eclesial

Depois do interregno da pandemia, voltou a realizar-se o torneio de futsal promovido pelo Município da Batalha, entre 6 de Junho e 2 de Julho, entre equipas constituídas por atletas naturais ou residentes no concelho da Batalha. O organizador foi o Núcleo do Sporting da Batalha, vencedor ante rior, que voltou a con seguir o primeiro lugar nesta edição, vencendo na final, por 4-3, a AR Amarense.Participaram 2 equi pas femininas (a vence dora CCRQS Palmeiros e a SR Relvense) e 16 mascu linas, entre as quais duas da Golpilheira, uma ins crita pelo CRG, outra pela Comissão de S. Bento. O CRG chegou às meias-finais, que per deu contra o campeão NSB, por 2-0, e garantiu o 3.º lugar do torneio, ao vencer por 4-1 a ACDR São ComoMamede.prémio indi vidual, destacamos o de melhor jogador do tor neio, entregue a Miguel Jorge, do CR Golpilheira. Outros prémios atribuí dos: melhor marcadorRicardo Rodrigues do SR Relvense; melhor defesa / guarda-redes - Jorge Oliveira e João Silva do AR Amarense; jogador mais velho - José (?); me lhor jogadora feminina Deisy Mendes do CCRQS Palmeiros; melhor mar cadora feminina - Edna Peralta do SR Relvense; melhor defesa / guarda -redes feminina - Marisa do CCRQS Palmeiros; taça da disciplina para AR Amarense e ACR Calvaria de Baixo.Estão todos de para béns pelo desportivismo, bons jogos disputados e saudável convívio que trouxeram ao pavilhão da Golpilheira durante cerca de um mês.

CMB Ed. D. Dinis - P. 2 - 2.º AB Parceiros - Leiria Tel./Fax: 244 872 808 Telem. 919 009 www.contaline.ptinfo@contaline.pt966

LMF Equipa do CRG em 3.º, com futsal de 1.ª

Golpilheirenses no “Extreme Peneda Xures” Prova dura de BTT António Bagagem e Joaquim Ferraz, dois veteranos amantes da natureza, da aventura e do BTT, naturais da Golpilheira, participaram em evento épico: “Extreme Peneda Xures”, no passado dia 18 de Junho, na Reserva da Biosfera do Parque Natural da Peneda Gerês. Cruzando as serras da Peneda, Xures, Soajo, Amarela e Laboreiro, passando pelos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e pelos espanhóis de Lobios, Lobeira e Entrimo, foi um percurso com 136 Km, com um desnível acumulado de subida de 3.900 D+, onde a beleza paisagística e a capacidade de superação de cada um são as principais notas de registo. Foram quase 11 horas a pedalar e os dois golpilheirenses conseguiram o 1.º e 2.º lugares na categoria de “e-Bike”, além de poderem apreciar paisagens de cortar a respiração. Em 30 anos de BTT, este terá sido o evento mais exigente para estes dois elementos do grupo “Skydoi Btteam”.

Federação de Ciclismo “castiga” abandono da Pia do Urso Centro de BTT perde homologação

Contabilidade e Gestão de Recursos Humanos Consultoria Fiscal e Gestão Empresarial PUBPUB desporto

sitosmentoatendendoem-estruturaodestatugalcursos“Cyclin’Portugalintitulada–PerCicláveisdePor2022”.Aprincipalrazãonãoinclusãoseráfactode“estainfraterperdido,2021,ahomologação,aoincumpridediversosrequitécnicosexigidosno regulamento actualmen te em vigor”, refere nota da autarquia. Nesse ano ainda figurou no catálo go, mas já “não reunia os requisitos técnicos que o habilitavam a cumprir as normas vigentes dos Centros “Cyclin”, antes designados por Centros de BTT. “É uma frustração perceber que todo o in vestimento realizado e a notoriedade conquistada por este equipamento no nosso país não tenha sido capitalizado nos últimos anos”, aponta Raul Castro. O presidente da Câmara lamenta que “aquela que foi conside rada uma das melhores 100 ideias de turismo em Portugal pela Revista Evasões e que duran te anos foi exemplo de funcionamento de um Centro de BTT moderno não tenha sido aprovei tada” e garante que “o Município vai encetar urgentemente os traba lhos conducentes à recu peração da homologação desta kmapresentadelocalizadainfra-estruturanafreguesiaSãoMamedeequemaisde300detrilhoscicláveis”.

O Centro de BTT da Batalha – Pia do Urso, inaugurado em 2012 e o primeiro do país a ob ter homologação pela Federação Portuguesa de Ciclismo, não cons ta da mais recente pu blicação editada pela federação,

Futsal: Torneio Município da Batalha NSB venceu e CRG em 3.º lugar

20 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022

No passado dia 25 de Ju nho, o CRG organizou a 1.ª edi ção do Torneio de Futsal Sub19 Feminino “Teresa Jordão”, cujo nome presta homenagem à emblemática treinadora da associação, durante décadas, e que visa promover e dinamizar o futsal de formação desta categoria.Oevento contou com a participação de mais de 75 atletas, de 5 equipas de várias regiões do país, além do clube anfitrião: Leões de Porto Sal vo, Sporting Clube de Portu gal, Futsal FEIJÓ - Associação Desportiva de Laranjeiro e Feijó, Nun’Álvares Futsal e Oliveira do Bairro Sport Clube. Com cerca de duas cente nas de pessoas a assistir, em prol da diversão e da partilha do mesmo objectivo, este foi um dia dedicado à formação do futsal feminino através do convívio, da partilha de experiências e da participação de todos. No final, o vencedor, com todo o mérito, acabou por ser o Futsal Feijó, que levou para casa o troféu desta primeira edição do torneio.

LeandroFlávio Vencedoras do Distrital DR LeandroFlávio Teresa Jordão entrega Taça do “seu” torneio Casal de Mil Homens 2440-231 GOLPILHEIRA Tel. 244 769 260 • 919 725 andreiauto@mail.telepac.pt794 Serviços mecânicos de excelência!Agoracom lavagem automática de pesados e furgões! PUB • LAVAGEM DE ROUPA DOMÉSTICA E INDUSTRIAL • LIMPEZA A SECO • TRATAMENTO DE PELES Praceta Infante D. Pedro I • Célula B • Lote 10 - R/C Dto. 2440-069 BATALHA • Tel. 244 768 244 Deixe a sua roupa aodecuidadoquemasabecuidar! PUB apoio/divulgação desporto

Futsal Feminino do CRG organizou Torneio “Teresa Jordão”

AFL veio à JunioresGolpilheirareceberam

Taça de Campeãs

• 21Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022

No passado dia 25 de Junho, a Associação de Fu tebol de Leiria, na pessoa do presidente da direcção, Manuel Nunes, efectuou a entrega ao Centro Recreativo da Golpilheira da Taça e das medalhas respeitantes ao pri meiro lugar do Campeonato Distrital de Futsal de Juniores Femininos. Na ocasião, esti veram presentes o presidente e o vice-presidente do CRG, Fernando Joaquim Ferreira e Rui Jorge Fernandes, bem como o vice-presidente da Câmara Municipal da Batalha, Carlos Agostinho Monteiro, e o presidente da Junta de Freguesia da Golpilheira, José Carlos Ferraz. Ex-atleta do CRG Beatriz Santos na seleção campeã do mundo Portugal venceu a final do Campeonato do Mundo Universitário de futsal fe minino, no passado dia 24 de Julho, em Guimarães, ao vencer o Brasil por 5-4, nas grandes penalidades, depois de o tempo de jogo ter ditado 5-5. Uma das campeãs do mundo, integrante desta selecção nacional, é Beatriz Santos, de 19 anos, natural de Caldas da Rainha, actual atleta do Sporting, mas que fez parte da sua formação na equipa do Centro Re creativo da Golpilheira. Em 43 presença ao serviço da selecção nacional, já marcou seis golos.

Venho partilhar este mês a minha mais recente e provavelmente mais espectacular e imprevisível aventura de sempre, num País que provavelmente muitos não sabem onde fica nem muito menos que existia, o Quirguistão!“Porquê o Quirguistão?” – muitas pessoas perguntaram-me, antes de eu ir, ao que facilmente respondo: “Porque não?!”. Porquê ir para destinos turísticos onde já sabemos o que vamos ver/fazer e o factor surpresa praticamente não existe? Para mim, o sentimento de insegurança e desconforto de ir para um mundo des conhecido é o que me faz crescer mais e mais a vontade de ir, pois existem infinitas possibilidades e expectativas não faltam! Vamos recuar 3 anos, quando estava em Bangkok, Tailândia, para dar mais um exemplo de que viajar abre caminhos para onde nunca imaginaríamos ir. Foi lá que conheci a Uulkhan, uma rapariga do Quirguistão que vivia no Dubai e estava de férias. Estivemos cerca de 3 dias juntos a explorar a cidade e ficámos muito próxi mos. Passaram-se 3 anos e mantivemos contacto quase diário, até que decidimos estar juntos mais uma vez, e porque não no país dela, pois não há nada melhor do que conhecer um novo lugar com alguém de lá, que te possa dar a conhecer mais sobre a cultura, tradições, comida e ajudar a viajar entre cidades, locais onde dormir, uma vez que quase ninguém no Quirguis tão fala inglês, especialmente pelas aldeias. Mas onde fica o Quirguistão? Este pequeno paraíso da Ásia Central é cercado pela China, Tajiquistão, Uzbequistão e Cazaquistão, onde a famosa Rota da Seda era cruzada para ligar a Ásia à Europa. Com apenas 6 milhões de habitantes, pouco urbanizado e rodeado de muitas montanhas que chegam aos 7 mil metros de altura, tornam este país um deserto de Verões muito quentes e Invernos gelados com paisagens únicas e absolutamente incríveis.Comecemos pela capital, Bisqueque, uma cidade não muito bonita, mas com algum encanto. No ar paira aquele cheiri nho a União Soviética, com estátuas em bronze gigantes, bandeiras em todo o lado, edifícios imponentes e exageradamente grandes, típicos desses tempos como forma de mostrar poder. Estive 2 dias por lá para me ambientar, perceber o estilo de vida e iniciar as provas gastronómicas! As línguas oficiais são é o Quirguiz e o Russo e a comida tem bastante influência da Rússia e da Turquia, principalmente. Os pratos turcos são deliciosos, por outro lado, os pratos mais tradicionais são imensamente carregados de carnes vermelhas, batata, massa e muito pouca verdura. Como sem pre digo, a comida de um país ensina-nos sobre a sua história. Devido ao extremo de temperaturas, a agricultura é difícil de manter, daí a alimentação ser mais baseada em carnes de vaca, búfalo, cavalo e ovelha. Refeições pesadas e calóricas, cheias de gordura, hidratos e proteína, para aquecer no Inverno e dar força para trabalhar é a base por lá, onde nada é desperdiçado e até intestino de cavalo eu experimentei! Seguindo para as montanhas, a primei ra paragem foi Karakol, a Este de Issyk-Kul, o 10.º maior lago do mundo. Iniciámos uma das maiores caminhadas que já fiz, cerca de 40 kms a pé, das 7 da manhã até às 9 da noite pelas belas montanhas de Altyn-Arashan. Caminhámos com cavalos selvagens, bebemos água das nascentes, apanhámos boleias de lenhadores e tirá mos centenas de fotos a paisagens difíceis de descrever.Nodiaseguinte, levantando cedo de novo, pois não havia tempo a perder, apanhámos um Marshrutka (táxis baratos e partilhados que toda a gente usa para se deslocar em grandes distâncias), que custou cerca de 3 euros para uma viagem de 2 horas até Jeti-Ögüz. Após descansar um pouco, decidimos dar um passeio pelas famosas montanhas dos 7 touros, onde acabámos numa festa de família cheia de música, comida e bebida, muita dança e onde me deram a provar leite de égua – e eu claro que nunca negaria a mais uma

• instagram.com/joaombbsilva • Youtube: JoMi Silver autordoFotos Montanha dos 7 touros Vale de Altyn-Arashan A família em festa na aldeia A Uulkhan nas Montanhas Interior de um Yurt Mercado em Bisqueque Cozido de cavalo

João Miguel Silva / JoMi

Quirguistão

novaRelaxarexperiência!também é importante e em Jeti-Ögüz passámos a tarde seguinte num antigo resort soviético, que mais parecia estar em ruínas, com árvores a crescer lá dentro, paredes partidas e chão destruído, contudo ainda estava em funcionamento e foi óptimo relaxar nas águas termais das montanhas ricas em metais pesados como o rádio, por exemplo. Após mais um jantar delicioso prepa rado pelas pessoas da vila, decidimos no dia seguinte irmos para a beira da estrada e seguir à boleia até à vila de Tong, região central do lago onde ficámos a dormir nos tradicionais Yurts do Quirguistão. Recomendo a todos a experiência de ficar nos Yurts nos aldeamentos com famílias que cozinham para nós, contam histórias e tratam-nos como parte da família, foi a melhor maneira de terminar esta viagem e descansar.Foram8 dias no Quirguistão e podem não acreditar, mas gastei apenas 130 euros no total! Nestes 130 euros estão incluídos os alojamentos, comida, taxis, bebidas e presentes! Um país acolhedor e barato, onde as pessoas mesmo não falando a língua são prestáveis e ajudam no que seja preciso. Claro que a experiência não teria sido a mesma sem ter comigo a Uulkhan. De boleias a dumplings de borrego, de cas catas a Yurts, de nadar em lagos a brincar com cavalos selvagens, do desconhecido a uma paixão para sempre, o Quirguistão é um país fascinante e recomendo a irem sem medo! Para dicas e perguntas eu estou aqui para ajudar... há tanto para explorar ainda! Boas Férias! Mercados de rua nas aldeias À boleia de um camionista Exterior de um Yurt (tenda tradicional)

22 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022temas . crónicasdeviagem.11

José Eusébio Médico veterinário Igreja de Santa Maria Madalena Esta Igreja foi construída mais ou menos no ano de 1500. Está situada dentro do recinto do cemitério da Batalha, na entrada lateral do lado direito. Quem entra no cemitério quase nem dá por ela, até porque está sempre fechada e situada numa ala lateral. O interior desta capela está um pouco degradado e em mau estado de conservação. do Choupico, 129 2440-231 244 765 498 965 170 426 nelson.gomes.atelier@gmail.com atelier nelson.gomes.atelierinstagram.com/ateliernelsongomesfacebook.com/ temas

PUB PUB Rua

GOLPILHEIRA

pró-activa dos municípios, no sentido de estimular a certificação das explorações rurais e, sobre tudo, os eucaliptais. Trata-se de uma medida preventiva contra o flagelo anual dos incêndios e pro motora do aumento da eficiência e rendibilidade da actividade silvícola.

No período de 2010-2020, as vendas anuais de pasta, papel e cartão foram, em média, cerca de 2,5 mil milhões de euros. Excluin do o ano atípico da pandemia, em dez anos, o crescimento do volume de negócios do sector foi de 32%. No âmbito de uma lógica de economia linear, mais vendas, mais produção, exige mais tensões sobre a matéria -prima. Segundo o ICNF, em Portugal continental, entre 2005 e 2015, a espécie vegetal que mais cresceu em espaço florestal foi o eucalipto (59,1%), em de trimento do pinheiro-bravo, que diminuiu 84,8%. O sector portu guês da celulose é extremamente competitivo a nível internacional, orientado, em larga escala, para o mercado exportador, com uma taxa de cobertura das exporta ções acima de 2 (o País exporta duas vezes mais do que importa) e que representa mais de 4% das exportações nacionais. Ou seja, a fileira do eucalipto tem uma relevante importância estratégica para a economia nacional, contri buindo para a criação de cerca de 100 mil postos de trabalho. A economia é, desde sempre, uma relação matricial interactiva entre o uso dos recursos, o processo produtivo e o consumo. E nem sempre as interacções inter-sectoriais têm um equilíbrio sustentável, considerando como sustentabilidade a seguinte defi nição: satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as necessidades do futuro. Em Portugal, cerca de 192 mil hectares (5% da floresta nacional) estão sob a gestão das 14 em presas de celulose associadas da Associação da Indústria Papeleira (CELPA) e toda a área explorada, em propriedade própria e arrenda da, está certificada. Em Portugal continental, as empresas CELPA são responsáveis por 17,4% do eucaliptal, cerca de 147 mil hec tares. São cerca de 1,1 milhões de m3 de madeira. O restante do eucaliptal está na posse de minifúndios privados, onde cerca de 2/3 está em condições de abandono ou sob má gestão. As 14 empresas CELPA, que acabam por ter uma configuração eco nómica tipo cartel (oligopólio), produzem 100% da pasta de fibra virgem nacional e cerca de 90% de todo o papel e cartão. Numa estrutura cartelizada e de bens homogéneos, a formação final de preços acaba por ser concertada entre as empresas. Por isso, os cerca de 700 mil hectares (470 produtivos) acabam por estar sujeitos às condições negociais de preço por parte das empresas CELPA.Apesar do acentuado pro cesso de eucaliptização da flo resta portuguesa, a estrutura silvícola de minifúndio e sujeita a preços de mercado cartelizado não permite, em muitos casos, a exploração eficiente da proprie dade rural, daí haver cerca de 2/3 de eucaliptal ao abandono e sob risco iminente de incêndio. Uma das soluções para este problema é a certificação. Desde 2005/2006, há em Portugal dois sistemas de certificação florestal: o FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Programme for the Endorse ment of Forest Certification). Em 2021, de acordo com esses dois sistemas de certificação, houve o registo de 17,8% da floresta em Portugal já certificada, o que está muito aquém dos padrões europeus, na ordem dos 60%. Uma das questões fundamentais do processo de descentralização administrativa (e, eventualmente, regionalização) é uma governança

• 23Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 A economia do eucalipto .r umos&andanças. Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt autordoFotos .templosdanossaterra.

O Município vai agora desenvolver o pro jecto para apresentação numa próxima reunião, que oportunamente divulgaremos nos canais de comunicação da Junta.

Não!Ex-combatentes?Semprecombatentes.

24 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022temas

Como ter o melhor cartaz de sempre nas Festas da Batalha? .política. Pedro Marques Membro da Coordenação do Núcleo da Iniciativa Liberal de Leiria .JuntaInforma. Coluna da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira .combatentes. Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes Ecovia do Vale do Lena, A Câmara Municipal da Batalha, em cola boração com esta Junta de Freguesia, promoveu uma reunião, no passado dia 4 de Julho, no Centro Recreativo da Golpilheira, para a qual foram convidados os proprietários dos terrenos confinantes com as estradas agrícolas onde passa a “Ecovia do Vale do Lena”. O encontro tinha como objectivo apresen tar o projecto e ouvir a opinião das pessoas sobre o mesmo, procurando assegurar as condições de segurança para os peões e veículos que cada vez mais circulam nesta via. Segundo Raul Castro, presidente da autar quia, pretende-se alargar a actual ecovia em 1,5 metros para cada lado, de forma a possibilitar a criação de uma ecovia apenas para peões e duas faixas de circulação, para que todos estejam em segurança. Após algumas trocas de ideias, foi esta a solução aceite pela maioria dos presentes.

Pintura de muros A Junta de Freguesia da Golpilheira, com a colaboração da Câmara Municipal da Batalha, levou a cabo trabalhos de arranjo de exteriores na zona central da freguesia, entre as duas igrejas, dado o mau estado de conservação em que se encontravam. Os trabalhos consistiram na reparação e isolamento da pia da fonte da Golpilheira, lava gem das grades e pintura dos muros da mesma fonte, assim como dos muros envolventes das igrejas e do recinto da festa em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos. Durante os preparativos da festa, a Junta de freguesia prestou toda a colaboração e apoio possível aos festeiros de 2022. Em conjunto com o Município, estamos a trabalhar para que possamos também pintar os muros envolventes à igreja de São Bento, para que fique também preparada para os festejos que se Desejamosaproximam.atodos os festeiros das comis sões de festas muito sucesso! O executivo da Junta A ideia para este artigo surgiu durante um debate sobre as Festas de Batalha que este ano contam com um cartaz menos sonante e com menos um dia de festa. Os mais sérios certamente estão muito felizes porque se poupou nos gastos com artistas, enquanto os mais festeiros prefe riam cantores mais sonantes. Gostos à parte, já todos ouvimos uma multitude de opiniões sobre este tema. E é absolutamente natural, uns de nós vêem o copo meio cheio enquanto outros vêem o copo meio vazio. No entanto este artigo não é sobre cantigas, mas sobre como conseguir pagar melhores artistas sem onerar os munícipes. As associações Quando chega Agosto, a maioria das asso ciações não consegue ter disponibilidade para servir nas festas. Os associados estão fatigados pela exigência de organizarem as festas dos seus lugares, pela participação na FIABA, ou simples mente estão a gozar de umas merecidas férias. Isto é claramente visível no número muito inferior de associações participantes nas Festas quando comparado com a FIABA. Meter mais água no copo Uma das formas de meter mais água no copo, isto é, de aumentar as receitas com as Festas da Batalha para o Município, podia passar por leiloar o aluguer de uma parte dos cubículos inutilizados destinados às associações. Numa fase inicial, devia ser dada a possibilidade a todas as associações de participarem nas Festas, livre de qualquer custo. Depois, com as vagas que não fossem preenchidas, e através de um processo anónimo para garantir a competitividade das ofertas, os restaurantes da região seriam convidados a indicar quanto estariam dispostos a pagar para poderem ocupar e explorar estes cubículos durante as Festas. Quem oferecesse mais teria o direito de explorar a vaga. Já fazemos algo parecido A ideia não só não é inovadora como que o nosso Município já faz algo similar na FIABA. Na verdade, os artesãos que queiram expor os seus produtos e comercializá-los nos cubículos têm de pagar ao Município 100 euros. A melhor e a pior das hipóteses Na melhor das hipóteses, podemos conseguir uma fonte de receita importante, que ajude a custear as despesas com as Festas da Batalha, e quiçá melhores artistas para satisfazer os festeiros mais exigentes. Sendo realista, penso que numa fase inicial seria possível angariar 5 mil euros com o aluguer de 5 cubículos. Talvez com um pouco mais de optimismo, se os cinco cubículos iniciais passassem a dez e o valor leiloado por cubículo passasse de mil para dois mil euros, o Município poderia facilmente encaixar 20 mil euros com esta proposta. E se correr mal? No pior dos casos, nenhum dos restaurantes se mostraria interessado em ocupar os cubículos e a proposta cairia por terra sem ter qualquer impacto nas contas do Município. Tal como todos vemos o copo de forma diferen te, também todos temos ideias diferentes e todas elas merecem ser discutidas. No entanto, no final de contas, não devemos avaliar a qualidade das ideias e das políticas públicas pelas suas intenções, mas sim pelos resultados que elas geram.

Fomos arrancados de casa na adolescência, quase todos obrigados, muitos antes dos 20 anos de idade, para uma aventura desconhecida, da qual alguns não voltaram.Amámos o nosso país, de fendendo-o, longe de tudo e de todos, mesmo com o sacrifício da nossa própria vida. Protegendo até os que nos detestam, desdenham, ignoram, mas que, sem nós, hoje poucos ocupariam as posições de decisão que Despedimo-nosocupam. de amigos e familiares e de tudo o que conhe cíamos. Aprendemos de tudo para, depois, não podermos ser mais nada e nos espalharmos ao vento, pelos cantos mais distantes da Terra, elevando o nome de Portugal. Fizemos novos amigos e novas famílias. Reunimo-nos agora, os que sobrevivemos, para podermos falar do que só nós vivemos e entendemos. Tornámo-nos irmãos e irmãs, independentemente da cor, raça ou Tivemoscredo.muitos momentos bons e outros tantos maus; vimos morrer o camarada, o amigo da nossa terra, ao nosso lado. Não dormimos o suficiente. Adquirimos hábitos bons e maus, adições, como medicação psiquiá trica.Trabalhámos muito, combate mos ainda mais, e divertimo-nos de menos. Não ganhámos grande coisa, pois nada paga a vida. Experienciámos a felicidade da carta, do telefonema, mas tam bém a tristeza de perder eventos importantes.Nãosabíamos quando, ou mesmo se, veríamos a nossa casa novamente, a nossa família e amigos.Crescemos rápido e, mesmo assim, nunca crescemos. Lutámos pela nossa liberdade, assim como pela liberdade dos ou tros (os tais para quem os militares são desnecessários e parasitas da nação, mas que continuam a ter fechadura da porta em casa...). Alguns de nós vimos o comba te real; felizes os que não o viveram. Lidámos com a guerra física e a maioria de nós também com a psicológica.Vimos, experimentámos e su portámos coisas que não podemos descrever ou explicar totalmente, pois nem todos os nossos sacrifí cios foram Participámosfísicos.em cerimónias e rituais consagrados pelo tempo, fortalecendo nossos laços e cama radagem, no funeral do camarada que morreu, que deu a vida para que pudéssemos nós voltar e vermos os nossos entes queridos. Contávamos uns com os outros para fazer o nosso trabalho e, às vezes, sobreviver. Lidámos com a vitória e a tragédia. Celebrámos e lamentámos.Homenageamos os que “parti ram”, sempre que podemos. Sim, não esquecemos os que perdemos ao longo do caminho. Quando a aventura acabou, uns voltaram para casa, alguns recomeçaram noutro lugar e outros nunca mais Contamosregressaram.histórias incríveis, hilariantes, tristes, das nossas façanhas e aventuras. Compar tilhamos um vínculo tácito com os camaradas, que a maioria das pessoas não experimenta e poucos entenderão.Elogiamos o nosso próprio “ramo” e rimos dos outros dois – no entanto, sabemos que, se necessário, estaremos ao lado dos nossos camaradas todos juntos como um só, num piscar de olhos. Ser um combatente é algo que não se conquista, é algo imposto e que não se perde nunca. Não tem valor monetário, mas, ao mesmo tempo, é uma dádiva inestimável e incompreensível, inenarrável.Sóospatriotas reconhecem os combatentes e agradecem pelo seu serviço – coragem e abnegação. Quando nos cruzamos, damos aquele pequeno aceno de cabeça para cima, ou um leve sorriso, sabendo que compartilhamos e ex perimentamos coisas que a maioria das pessoas não tem. Então, de nós para os restantes combatentes lá fora, elogiamo-los e agradecemos por tudo o que fizeram e sacrificaram pelo País. Tentem lembrar-se dos bons tempos e façam as pazes com os maus. Compartilhem as vossas “estórias”; conservemos as me mórias, não morramos só porque o nosso corpo desaparece. Mas, o mais importante, fi quem firmes e orgulhosos, pois conquistaram o direito a serem chamados de “militares comba tentes”, uma condição que se ganha para sempre e que só morre connosco – quando se deixa de ser solteiro é para sempre, quando se é militar combatente é para sempre! Abraçamos todos os cama radas: os que nos comandaram, os que comandámos e os que partiram.

• 25Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 temas

Ana Maria Henriques Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar .saúde.

.doleitor.

Rastreio do cancro do Cólon e Reto O cancro dos intestinos é um dos mais frequentes em países desenvolvidos, sendo um grande responsável pelas mortes por cancro, com mais de 10.000 novos casos por ano. Os factores de risco para desenvolver este tipo de cancro são: 1. Alimentação: uma dieta rica em carnes vermelhas e em gordura de origem animal; 2. Obesidade; 3. Tabaco; 4. Álcool; 5. Idade e género: mais de 90% dos diagnósticos surge a partir dos 50 anos e é mais frequente no sexo masculino; 6. Antecedentes pessoais de doença do intestino (pólipos, cancro do intestino, colite ulcerosa, doença de Crohn);

Operação da GNR

.impressões.

“Verão Seguro 2022”

A Guarda Nacional Republica na (GNR) tem em curso a “Opera ção Verão Seguro 2022”, até dia 15 de Setembro, em todo o território nacional, através do reforço de patrulhamento, de apoio e de fiscalização a fim de garantir a se gurança, a ordem e a tranquilidade públicas, com particular ênfase nas zonas de maior aglomerado de veraneantes e turistas, nos estabe lecimentos de diversão nocturna considerados mais críticos, nos principais eixos rodoviários e nos locais de festas, romarias e eventos de grande dimensão, bem como a garantia da protecção da natureza e doComambiente.oaproximar da época estival, é expectável um crescente número de turistas nas zonas turísticas na área de responsa bilidade territorial da Guarda, registando-se assim um aumento substancial de população. Esta população flutuante, nacional e estrangeira, requer da GNR um esforço acrescido para garantir a segurança de pessoas e bens e garantir a tranquilidade pública. A GNR irá empenhar várias valências de reforço, de forma fle xível, em acções coordenadas de patrulhamento e de fiscalização, dando especial atenção: - Garantir a sua missão de vigilância na orla costeira, consi derando também praias e locais junto à costa; - Intensificar as acções de apoio, regulação e fiscalização da circulação rodoviária, com parti cular ênfase para as vias de comu nicação com maior sinistralidade e volume de tráfego mais intenso; - Intensificar o patrulhamento junto aos estabelecimentos de di versão nocturna e de maior aglo merado de pessoas, bem como garantir a segurança de eventos, festas e romarias sazonais. Para promover e facilitar o policiamento de proximidade no que se refere aos turistas e numa conjuntura de cooperação inter nacional, a Guarda irá realizar diversas acções de patrulhamento misto e conjunto, em vários pon tos do País, com a Guardia Civil, a Gendarmerie Nationale francesa e a Arma dei Carabinier italiana, contribuindo para o clima de segurança de quem visita Portu gal. Para além do patrulhamento misto, irá garantir atendimento, acolhimento e encaminhamento diferenciado, para estes cidadãos em específico. Os militares desenvolvem ainda acções de informação e sensibilização, no âmbito do po liciamento de proximidade, por forma a prevenir potenciais riscos e perigos, por forma a reforçar o sentimento de segurança durante a sua estadia.

7. Antecedentes familiares de cancro dos intestinos (responsável por 15% dos casos). Os sintomas iniciais podem ser a mudança dos hábitos intestinais e/ou das fezes, sangue nas fezes, dor abdominal sem explicação, perda de peso não intencional e anemia. Este rastreio é adequado a pessoas saudáveis, com ou sem factores de risco e sem sintomas. Um dos métodos de rastreio é a Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF), sendo este um método pouco invasivo e relativamente simples de fazer (colheita de amostra de fezes). Nos centros de saúde são distribuídos os kits e, depois de seguir as instruções de realização, devem ser devolvidos no mesmo sítio. Após o proces samento da amostra, são realizados testes para detectar sangue microscópico. Se o resultado da PSOF for positivo o utente é convocado pelo médico de família e é proposto para fazer uma colonoscopia. Neste exame, é introduzido uma pequena câmara pelo ânus e observada a parede do intestino para detectar a causa da perda de sangue. Com frequência é detectada a causa e imediatamente tratada. Consoante o resultado é aconselhada a repetição do exame dentro de 1 a 10 anos. A colonoscopia também é o método de rastreio adequado a algumas pessoas. O rastreio do cancro do cólon e recto (intestino) é aconselhado a todas as pessoas com mais de 50 anos. É totalmente gratuita e deve ser repetida de 2 em 2 anos se o resultado for negativo. Carta ao director Agradecia a publicação desta carta, a fim de dar um parecer. Quando foi das eleições, muita coisa estava mal e é verdade de que sim. Com a vinda de novos agentes políticos, ainda que fossem os mesmos, as coisas muda ram para bem ou para o mal, mas mudaram: fizeram-se passeios onde se pôde na estrada do Paul, mais recen temente uns bancos para os passeantes descansarem. Nada a criticar, porém, a Câmara ou a Junta de Freguesia deveriam olhar para aquele barril de pólvora que existe a seguir à estrada que vai ter ao IC2. O primeiro-ministro queixa-se que há quase 9.000 parcelas sem cadastro, mas daquela sabe-se quem são os proprietários. Haja vontade. Manuel João Gomes A FESTA — Então, Paulo, este ano a Festa só leva estes arcos?, pergunto do alto das escadas da Casa da Prima Maria (não a sinto, a Casa, ainda como minha, não pelo menos como sendo completa mente minha, ou nossa, apesar de o ser — esta é uma história bonita, completa, de que falarei talvez numa outra altura); perguntei, dizia eu, ao meu antigo vizinho e amigo de infância, o Paulo, quando o avistei do alto das escadas: — Tão poucos arcos para a festa, Paulo?, meia dúzia, apenas, eram os que eu via (lá em cima, no Oiteirinho, em frente ao café). Os dias a aproximarem-se eu já quase desgostosa. Sempre fora um arraial grande, trabalhoso é certo, e muito bonito. O Paulo é electricista camarário e, talvez por ser da terra, e pela boa-vontade que o caracteriza, é sempre ele o responsável pela iluminação dos arcos de madeira, dos cordões de murta (colhida numa madrugada dois ou três dias antes do início da festa) e dos múltiplos e variados espaços do arraial: a quermesse, as zonas de comes-e-bebes, as bancas de jogos tradicionais, os palcos. Há alguns anos que devido à pandemia não se fazia o arraial, e talvez por isso, a equipa (este ano composta maioritariamente pelos elementos nascidos no início da década de oitenta — ainda que ajudados pelos que quase sempre colaboram, sem o impulso dos quais, garantiu-me o Sérgio mais tarde, a festa certamente não se realizaria), mas este ano a equipa, dizia eu, talvez por eu passar mais por ali, talvez movida por uma maior saudade da Festa, eu via-a nitidamente motivada. A Luísa, sempre na organização da quermesse: meninos, vamos agora almoçar; encontramo-nos às sete e meia (da tarde, hora de começar o arraial, isto já no sábado.) — Os outros arcos?, respondia-me o Paulo então três dias antes: ah, só se montam na quinta-feira, diz ele, é que, como temos de cortar o trânsito (a estrada será o ponto de encontro entre todos e o grande salão de festas), quanto mais tarde os montarmos melhor; é sempre à quinta que o fazemos. (Eu tão longe já destes procedimentos. Também em tempos fui à murta, às matas nacionais, numa das madrugadas antes da festa — os incêndios do Pinhal, terão eles destruído a murta?, perguntava-me muita vez; também em tempos eu fiz rifas e ajudei na quermesse; depois porém desliguei-me de tudo. Mas hoje; hoje soube-me bem acompanhar a pro cissão; andar por entre as pessoas, a fotografar. Como se nesse momento eu tivesse reencontrado o quê de mim que há muitos anos deixei lá atrás. Lá estão agora os arcos, enfeitados com a murta; iluminados à noite. Lá está o mastro, o símbolo máximo do arraial. Não há foguetes — este ano não haverá foguetes — mas há luz. É a Festa. Todo o ano se espera pela festa. Todo o ano se vai preparando a festa. Depois, enfim, cada qual vai à sua vida. Até então é a comunhão total.

Por Luísa M. Monteiro

No final do ano de 1815, Fr. Francisco Henriques de Fa ria, mestre em Santa Teologia e prior do Real Convento de Nossa Senhora da Vitória, da vila da Batalha, e demais fra des conventuais nomeavam seu bastante procurador a Fr. João de Nossa Senhora do Rosário Brito, a fim de, em Leiria, proceder à entrega de 224 mil réis, custo da com pra de certas casas situadas nesta cidade, as quais os dominicanos pretendiam usar como novo celeiro para recolha do trigo e cevada que, havia séculos, recebiam anualmente nas rendas do almoxarifado de Leiria. Essas casas, descritas em 1815 como de três anda res e com suas lojas, ficavam na então chamada Rua de São Pedro, junto à Rua Di reita que ia para a Sé. Eram propriedade dos herdeiros do Padre António Pires, quarta nário que fora da catedral, os quais residiam em Urzelhe, no termo de Miranda do Corvo. A aquisição deste edifício, apesar de traduzir um investimento elevado, revelava-se mais em conta para os padres dominicanos do que os custos e demora que a recuperação do anti go celeiro, destruído pelos invasores der,Sãodocumentação.velho,talha.padresjá,Leiria,situadasalgumasaliás,Orfeãoametadeque,docorrespondermasdasemprédiodocumentoserralheiro,Sul,Nortecidade,aose,acarretavam.napoleónicos,Situadas,comosedisnaRuadeSãoPedropédaRuaDireitadestaascasaspartiamdocomruapúblicae,docomManuelAntónio,eruapública.Odacompradestenãoépormenorizadomatériadeidentificaçãoconfrontaçõesdoimóvel,estenãopodedeixardeaumapartealçadonortedoedifíciomaistarde,nasegundadoséculoXX,veiofuncionarcomosededodeLeiria.Esseedifício,resultadaagregaçãodehabitaçõesantigas,emplenaJudiariadeasquaispertenciamdesdeoséculoXV,aosdominicanosdaBaNelasestariaoceleiroqueimado,referidonaAmencionadaRuadePedrodeverácorresponassim,apartedaartéria

Lado norte do prédio adquirido em 1815 para celeiro novo do Mosteiro da Batalha em Leiria (atual Rua Vaz Teixeira).

Documento 1815 novembro, 20, Leiria –Compra efetuada pelo Mosteiro da Batalha, aos herdeiros do Pe. António Pires, beneficiado que fora da Sé de Leiria, residentes em Urzelhe (concelho de Miranda do Corvo), de umas casas de três andares, situadas na Rua de São Pedro, junto à Rua Direita, de Leiria, pelo valor de 224 mil réis, a fim de nelas se fazer um celei ro para recebimento do trigo e da cevada das ordinárias de que os padres dominicanos recebiam, to dos os anos, no almoxarifado de Leiria. O anterior celeiro fora quei mado e arruinado pela «Invasão dos Francezes» Arquivo Distrital de Leiria –Notariais de Leiria: V-60-D-5, fls. 76-78.Compra que fazem o Rmo Pe. Mestre Prior e mais religiosos do Real Mosteiro de S. Domingos da villa da Battalha aos herdeiros do Revdº Quartanario da Cathedral desta cidade, Antonio Pires. Saibão quantos este publico instromento de pura venda de hoje para sempre virem que no anno do Nascimento de Nos so Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e quinze, aos vinte dias do mês de novem [fl. 76v] de novembro do dito anno, nesta cidade de Leiria e cazas de mo rada de mim tabalião ahi sendo prezente o Muito Revdº Quarta nario da Sé Cathedral desta cida de, Joaquim Joze Vieira da Silva, e pessoa minha conhecida e das testemunhas abaixo nomeadas e assignadas, procurador bastante que mostrou ser dos herdeiros do Revdº Quartanario da dita Cathedral Antonio Pires, cujos nomes constão pella procuração ao diante copiada, por elle me foi dito na presença das mesmas testemunhas que seus consti tuintes herão senhores e possui dores pacíficos de huma morada de cazas na Rua de São Pedro ao pé da Rua Direita desta cidade, partem do Norte com rua publi ca e Sul com Manoel Antonio, serralheiro, e rua publica. A qual propriedade disse o dito reveren do procurador que em nome de seus constituintes e na mesma forma que elles a possuirão a vendia deste dia para sempre ao Rmº Pe. Mestre Prior e mais relligiozos do Real Convento de S. Domingos da villa da Battalha, para elles e seus sucessores por sua, livre, izenta e dezembarga da por preço de duzentos e vinte e quatro mil réis livres de siza e mais custas para os ditos ven dedores seus constituintes, os quais duzentos e vinte e quatro mil réis comfesou elle dito re verendo procurador em minha prezença e das mesmas teste munhas de que dou fé terem já recebido seus constituintes em dinheiro corrente neste reino da mão de Fr. João de Nossa Senho ra do Rozario Britto, relligiozo e procurador do dito real conven to. E por elle reverendo procura dor foi mais dito que em nome de seus constituintes dava plena e geral quitação aos ditos reveren dissimos compradores e a seus sucessores e nelles cedia e tras passava todo o domínio, direito, posse e acçoens que seus consti tuintes tinhão em a dita proprie dade vendida e em suas perten sas, serventias e logradoiros cuja posse lhe dá, real, civil, actual, corporal, natural e judicial, quer a tomem ou nam, lha comferem pella clauzolla Constituti sendo necessario. E que obrigava elle reverendo procurador todos os bens prezentes e futuros de seus constituintes a validade e firme za desta venda, defendendo-a elles sempre em juizo e fora dele, fazendo-a sempre boa e de pas e justo titulo. E sendo prezente o sobredito Fr. João de Nossa Se nhora do Rozario Britto, pessoa minha conhecida e das mes mas testemunhas, procurador bastante que mostrou ser dos reverendissimos compradores por elle me foi dito perante as mesmas testemunhas que elle aceitava esta compra com todas as comdiçoens declaradas. A qual propriedade os reve rendissimos seus constituintes compravam em razão da neces sidade que tem de cazas para seleiro nesta cidade para cujo prestimo somente as tem desti nado e não para outro fim e isto em razão de terem sido queima das e alagadas pella Invazão dos Francezes as cazas de celeiro que tinhão nesta cidade e não poderem com as muntas despe zas que requer a sua reedifica ção pellas muitas que tem feito e vão fazendo com os reparos do convento por ser da mesma sorte queimado e alagado pellos mesmos Francezes. E em fé e testemunho de verdade assim o disserão e outorgarão, sederão e aceitarão.

E o theor da certidão de siza e procuraçoens hé o seguinte: Siza. O Doutor Thomas Lei te Pereira de Mello, juis de fora, crime e orfaons com alssada em esta cidade de Leiria e seu termo [fl. 77] termo, prezidente das sizas pello regimento dellas em a mesma cidade e termo, Povoa de Monte Real e seu destrito, tudo por Sua Alteza Real o Prin cipe Regente, nosso senhor que Deus guarde, etcª. Faço saber que o Redº Prior e Religiozos do Comvento de São Domingos da Battalha derão entrada da com pra que fizeram aos herdeiros do Rdº Beneficiado Antonio Pires, que foi desta cidade, de huma morada de cazas na Rua de S. Pedro ao pé da Rua Direita; par tem do Norte com rua publica e Sul com Manoel Antonio, sarra lheiro e rua publica, em preço de duzentos e vinte e quatro mil réis de que pagou de siza ao recebe dor dellas, o Capitão Francisco Joze de Araujo Pereira, quarenta e quatro mil e oitocentos réis, de que lhe passou recibo, em virtu de do qual se fez termo no livro dos bens de rais, donde se lhe passou a prezente que assigney com o dito recebedor e escrivão. Leiria, dezassete de novembro de mil oitocentos e quinze. Desta e termo cento e oitenta réis e de assignar quarenta réis. E eu Manoel Carlos de Oliveira Soito Rodrigues que a escrevy. Leite. Manoel Carllos de Oliveira Soi to Rodrigues. Francisco Joze de Araujo Pereira. Pagou de sellos oitenta réis. Leiria, dezassete de novembro de mil oitocentos e quinze.ProcuraçãoMachado.bastante que fa zem Mathias Rodrigues Peres e sua molher, João Pires, solteiro, Joze Simões e sua molher e Ma noel, solteiro, e Micaella, solteira, todos estes do lugar de Urzelhe, João Pires e sua molher do lugar das Serdeiras e Manoel Pires e Joze Pires e outro Manoel Pires, tudo do lugar de Urzelhe, termo da villa de Miranda do Corvo. Saibão quantos este publico instromento de procuração bas tante virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e quinze anos, aos treze dias do mês de novembro do dito anno, neste lugar de Urzelhe, que hé termo da villa de Miranda do Corvo, onde eu tabalião vim para efeito de fazer este instro mento, ahi sendo prezentes por suas próprias pessoas Mathias Rodrigues Pires e sua molher, João Pires, solteiro, Jozé Simões e sua molher, Manoel, solteiro, Micaella, solteira, filha que ficou de João Pires, Maria de Jezus, todos estes de Urzelhe, e João Pires e sua molher do lugar das Serdeiras, todos do termo da vi lla de Miranda do Corvo, por el les me foy dito na presença das testemunhas ao diante nomea das que elles na melhor forma e via de Direito fazião, ordenavão e constituião por seus certos e em tudo bastantes procuradores com poder de substabelecer esta em hum e muntos procuradores, ficando esta em seu vigor, a Ma noel Pires, cazado, e a Jozé Pires, solteiro, e a Manoel Pires, soltei ro, todos do lugar de Urzelhe, do mesmo termo, para que elles em seus nomes como se elles pre zentes fossem, possam vender humas cazas que ficarão do Padre Antonio Pires, beneficiado que foi da Sé da cidade de Leiria, e estes como sobrinhos que são para que elles possão vender as ditas cazas, fazer escritura dellas e as signar a dita escritura em nome delles constituintes e tudo o mais obrado pellos ditos seus procura dores in solidum ou por qualquer de seus substabelecidos, disserão havião por bom por suas pessoas e bens. E em fé de verdade assim o outorgaram e me requererão esta que assignaram. E a rogo das sobreditas molheres assig nou Joaquim Alves [fl. 77v] Alves Amado, deste dito lugar, sendo mais testemunhas prezentes Joze Roza, Joaquim Ferreira, do lugar de Urzelhe, que aqui assignarão depois deste lhe ser lido por mim tabalião, Joze Antonio de Moraes Seco que o escrevy e assigney. Lugar do signal publico. Em fé de verdade. Joze Antonio de Moraes Seco. João Pires, Mathias Rodri gues Pires. Manoel Pires, Joze Simões. De João Pires, huma crus. A rogo, Joaquim Alves Ama do. Joze Roza. Joaquim Ferreira. Substabelecemos todos os pode res desta procuração no Senhor Reverendo Padre Beneficiado Joaquim Joze Vieira, desta cidade, comforme nos são concedidos e lhe comcedemos os poderes que Edifício do antigo celeiro do Mosteiro da Batalha, em Leiria, depois sede do Orfeão de Leiria, no final do século XX: Ruas Vaz Teixeira (Norte) e Latino Coelho (Poente e Sul).

Detalhe das assinaturas

26 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 . história . Saul António Gomes Historiador A ampliação do celeiro do Mosteiro da Batalha na cidade de Leiria em 1815 temas

hoje chamada Rua Vaz Tei xeira, que vai das escadinhas da Rua Latino Coelho para a Rua Direita, cortando a antiga Rua do Aljube. É nela que, efetivamente, entre casas recuperadas e diversas ruínas, se pode observar, ainda hoje, as paredes, com os generosos vãos prote gidos por grades de ferro, impedindo assaltos, das casas adquiridas, em 1815, pelos padres da Batalha, para estabelecerem aquele que foi o seu último celeiro em Leiria.

autordoFotos

“Nova” imagem da Senhora do Fetal

o Direito nos permite para assignar a dita escritura também em nossos no mes. Leiria, dezassete de novembro de mil oitocentos e quinze. Manoel Pires. Manoel Pires. Joze Pires, sol teiro. Reconhesso a letra dos signaes supra ser dos próprios comtheudos. Leiria, dezassete de novembro de mil oitocentos e quinze. Lugar do signal publico. Em testemunho de verdade. Joze de Mattos Falcam e Faria. Fr. Francisco Henriques de Faria, Mestre em Santa Theologia, Prior deste Real Comvento de Nossa Se nhora da Vitoria da villa da Battalha, da Ordem de S. Domingos, com os mais padres abaixo assignados. Pella prezente fazemos nosso bastante procurador a Fr. João de Nossa Se nhora do Rozario Britto, nosso sub dito, para que por nós e em nossos nomes possa assignar huma escri tura de compra de humas cazas na cidade de Leiria, que constão as ditas cazas de três andares com suas lo ges e mais pertensas e logradoiros, citas na rua chamada de São Pedro, junto a Rua Direita que vai para a Sé, cuja compra se faz aos herdeiros do Reverendo Padre Quartanario Pires, que foi da mesma cidade de Leiria. As quaes cazas compramos para o uso de seleiro deste mesmo convento para nelle se receber o trigo e cevada das ordinárias que Sua Alteza Real, que Deus guarde, nos manda pagar annoalmente pello almoxarifado da mesma cidade de Leiria. E tudo quanto for feito e assignado pello dito nosso procurador, o havemos por firme e valioso, como se por nós fora feito. Dada neste Nosso Real Comvento de Nossa Senhora da Vit toria, da villa da Battalha, sob nossos signaes somente, aos doze dias do sem de novembro de mil oitocentos e quinze. Fr Francisco Henriques de Fa ria. Mestre e Prior. Fr. Manoel Jeroni mo Garcia. Fr. Francisco Joze de Santa Rita. Fr. João Manoel da Natividade. Fr. Joam de Santa Anna. Fr. Francisco de Santa Maria ReconhessoJordam.ossignaes supra serem próprios das pessoas nelles comtheudas, Battalha, dezasseis de novembro de mil oitocentos e quinze. Lugar do signal publico. Em testemunho de verdade. Joze Maria Bello dos Reis. Pagou quarenta réis do sello. Batalha, dezasseis de no vembro de mil oitocentos e quinze. Goes. Bello. E tresladado tudo como dito hé, disseram que outorgavão esta escri tura sendo testemunhas prezentes perante as quaes esta por mim lhe foi lida, que todas aqui assignaram, Antonio Barreira, do Cazal do Pinhei ro, termo [fl. 78] termo desta cidade e Ignacio Antonio do Coitto e Veiga, da mesma cidade. E eu Joze de Mat tos Falcam e Faria, publico tabalião de notas que o (Assinaturas)escrevy.Recebi a procu ração, Joaquim Joze Vieira da Silva. – Recebi a procuração, Fr. João de Nossa Senhora do Rozario Britto. –Ignacio Antonio do Coitto Veiga.Antonio Carreira. Reguengo dá exemplo de conservação de arte sacra

Tal como noticiámos há alguns meses, a paróquia do Reguengo do Fetal decidiu enviar para restauro a mul tissecular imagem de Nossa Senhora que se venera no seu santuário, dado o grande desgaste que apresentava desde que recebeu a última intervenção, por volta do longínquo ano de 1680. A preciosa obra de arte sacra foi enviada para um gabinete da especialidade e os trabalhos foram executados por pessoas tecnicamente preparadas para o efeito, o que constitui um verdadeiro exemplo de boas-práticas nes te domínio, como sublinhou Marco Daniel Duarte, director do Departamento do Patri mónio Cultural da Diocese de Leiria-Fátima, por ocasião da apresentação pública da peça após o restauro. A sessão, presidida pelo pá roco, padre Armindo Ferreira, decorreu na própria igreja do Santuário de Nossa Senhora do Fetal, no passado dia 25 de Junho, com cerca de meia centena de pessoas a querem saber mais sobre a sua história e o tratamento que acabara de receber.António Neto, um dos pa roquianos que acompanhou os trabalhos, lembrou alguns pormenores do percurso deste santuário e da sua imagem, em que a história e a lenda se cru zam numa narrativa carregada de sinais de fé, devoção e tra dição que o povo do Reguengo tem sabido preservar ao longo de séculos. Para o caso, servia, sobretudo, a informação de que a última vez que esta ima gem foi alvo de uma interven ção de restauro foi nos anos 80 do século XVII, “trabalho realizado por um religioso da Arrábida, a mando de D. Frei José de Lencastre, bispo de Leiria entre 1681 e 1694. Mais pormenores dessa história, enquadrada no con texto global do culto mariano desde a Igreja primitiva, foram fornecidos por Marco Daniel Duarte, doutorado em His tória da Arte e que integrou a Comissão Científica destes trabalhos. Mostrando exem plos da figuração de Maria ao longo dos séculos, chegou a esta “imagem da ‘Virgem em Majestade’, sentada num trono e com o Menino no colo, ela mesma a servir-Lhe de trono”, um tipo de representação iniciada a meados do século XIV e que neste caso, “estando quase a olharem-se o Menino e a Mãe”, a aproxima das “marcas da ternura típicas da ‘devotio moderna’ que vigorou de finais desse século até ao século XVI. Por comparação com outras obras e estudos, defendeu a tese de que o seu autor será João Afonso, ou algum discípulo da sua oficina de Coimbra, feita em meados do século XV. Na equipa técnica inte grou-se Vanessa Henriques Antunes, investigadora do ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que está a estudar cientificamente os materiais e a policromia da imagem, após a “análise estra tigráfica por espectroscopia Raman”. Uma espécie de raio X, que a leva a corroborar a hipótese de a autoria ser de João Afonso, até pelo tipo de calcário “macio e brando” por ele comprovadamente usado. A última palavra foi das duas técnicas que conduziram a intervenção, Milene Santos e Daniela Morgadinho, mestres em Conservação e Restauro na empresa

conservação-pigmentação,feitotudonãoséculoXVdedescobertatopoeiras,dosdedesteemPatrimónio”,“Salvaguardarparaexplicardetalheasdiversasetapasdelicadoprocesso,desalimpezadasimpurezasanos,comocera,fumoeatéaopreenchimendefalhasnaesculturaeàdasduascamadastinta,aoriginaldoséculoearepinturaefectuadanoXVII.“Aopçãofoiadeseremovernada,porqueéhistória”,peloquefoioretoquepormicroquepermiteavisíveldetodos esses elementos. É um proces so minucioso e moroso, mas o resultado à vista de todos pôde comprovar ser o indicado para uma imagem que, além de obra de arte, tem de cumprir a função de objecto de culto e ter a estabilidade suficiente para estar num altar à veneração do povo.Restava um conjunto de conselhos sobre os cuidados a ter de ora em diante no seu manuseamento, limpe za e conservação, para que assim perdure sem grandes alterações durantes mais uns séculos…Aonosso Jornal, a Comis são revelou que este restauro custou cerca de 5 mil euros à paróquia, tendo havido com participação de donativos particulares e do programa de apoio ao associativismo do Município da Batalha. 510 anos de paróquia e candidatura a património nacional Esta sessão cultural inte grou-se num programa festivo mais vasto que por aqueles dias serviu para assinalar os 510 anos da fundação da paró quia (e freguesia) do Reguengo do Fetal.Naocasião, António Neto aproveitou para partilhar alguns dados sobre essa longa história, sobretudo à volta deste santuário e das tradições culturais e religiosas com ele relacionadas. Uma das mais carismáticas é a procissão nocturna (“procissão dos ca racóis”) feita nos dois sábados da semana festiva de Nossa Senhora do Fetal, o último dos quais sempre o primeiro sábado de Outubro, entre o santuário e a igreja matriz. Dada a sua importância para a comunidade e para o ritmo religioso, cultural e social da freguesia, a paróquia, a junta de freguesia local e o Município da Batalha estão a preparar a candidatura desta procissão a Património Ima terial Nacional. Para tal, estão a solicitar a colaboração de todos no envio de contributos (livros, fotografias, vídeos, jor nais, poemas, prosas, registos orais, etc.) para formalizar e justificar esta candidatura. Luís Miguel FerrazLMF A imagem restaurada LMF Sessão foi também cultural

• 27Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 temas

Lucerna À venda em www.lucernaonline.pt

Jesus e as Raízes Judaicas da Eucaristia- Que segredos encerra a Última Ceia? Brant Pitre «São Paulo ensina-nos que a Euca ristia remete para a cruz e a cruz remete para a ressurreição. O que os cristãos consomem na Sagrada Comunhão é a humanidade de Jesus, crucificada e ressuscitada. Tivemos acesso a ela por via da dor, mas recebemos a hóstia como penhor da glória eterna e, com ela, a graça para suportar o resto. Mas só conseguiremos apreciar verdadeiramente tudo isto quando tivermos aprendido a ver “como era no princípio”, a ver como os olhos dos primeiros cristãos, que eram judeus e estavam a assistir ao final do mundo antigo, que conheciam bem, e ao nascimento de um mundo novo, a Jerusalém celeste. Este belo livro de Brant Pitre fornece-nos aquilo de que precisamos para essa apreciação do que foi, a fim de podermos ver, com ainda maior clareza, o que é “agora e sempre, e pelos séculos dos séculos”». – Prefácio. Caminho Josemaria Escrivá Este livro nasceu para ajudar a fazer uma oração que leve a viver o dia a dia em união filial com Deus, tendo atingido uma tiragem global de mi lhões de exemplares, com edições em inúmeras línguas, pelo que se tornou um clássico da literatura espiritual. Nas suas páginas, encontram-se reflexões sobre passagens da Sagrada Escritura, relatos de conversas fruto de experiên cias pessoais, fragmentos de cartas, tudo num estilo coloquial e directo, segundo o carácter pessoal e profundamente humano do seu autor, São Josemaria Escrivá, que convida as pessoas de boa vontade a viver «seguindo os passos do Mestre» (n.º 213), assumindo com sentido de responsabilidade a missão divina: «“Ide, pregai o Evangelho… eu estarei convosco…” – Isto disse Jesus… e disse-to a ti» (n.º 904). O Fim da Ansiedade Gio Zararri «Quer eliminar a ansiedade da sua vida? Precisa de voltar a sentir que é você quem controla o seu presente, e não a falta de sorte? Está cansado de acordar todas as manhãs com sintomas difíceis de suportar? Quer saber a razão de toda essa ânsia e o que pode fazer para acabar de vez com tanto sofrimento e preocupação? Se neste momento o seu único desejo é superar esse inexplicável problema que surgiu na sua vida, este livro vai ajudá-lo. Por experiência, digo-lhe que, se parar de temer e começar a tentar compreender, tudo se resolverá muito mais cedo do que imagina. “O Fim da Ansiedade” chegou às suas mãos com um propósito: ajudá-lo a reencaminhar a sua vida. Seguindo os passos simples aqui propostos, não só conseguirá superar para sempre a ansiedade, como se sentirá capaz de realizar muitos dos sonhos que talvez um dia tenha considerado impossíveis.» – Apresentação.

O Apartamento de Paris Kelly Bowen Uma história belíssima sobre a paixão, a intriga e a coragem du rante a hora mais negra do mundo e a batalha de uma mulher para desvendar a verdade mais de meio século depois. Paris, 1940: As tro pas nazis podem ter ocupado Paris, a cidade do amor, mas a glamorosa Estelle Allard brilha num mundo alheio às agruras da guerra. Po rém, quando assiste impotente ao desaparecimento dos seus amigos e conhecidos, promete a si própria tudo fazer para ajudar à derrota dos alemães. Paris, 2017: Quando Aurelia Leclaire obtém por herança um faustoso apartamento em Paris, fica chocada ao descobrir aquilo que parece ser um passado de segredos da sua avó, incluindo uma surpreendente colecção de obras de arte e vestidos de alta-costura. A 75 anos de distância, ambas mostram a coragem de enfrentar os perigos de um mundo ameaçado e em mudança. A Conspiração paraMatar Lourenço de Médicis Eric Frattini Desde 1435, os Médicis, uma família florentina odiada por muitos e lou vada por outros, dirigiram a política italiana por meio de intrigas, diplo macia, negócios, sequestros, tortu ras e assassínios. No dia 26 de Abril de 1478, um grupo de conspiradores tentou pôr fim à vida de Lourenço de Médicis e do seu irmão Juliano na catedral de Florença. Teriam de ser mortos ao mesmo tempo para evitar qualquer represália, mas o plano dos assassinos falhou e abateu-se sobre eles uma atroz onda de vingança. Os protagonistas desta história são também o duque de Urbino e o papa Sisto IV; os papéis secundários são desempenhados por Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Piero della Francesca e Angelo Poliziano. Os autores deste conluio nunca foram identificados com absoluta certeza. Mas, passados 526 anos, um professor de História descobrirá quem foi o verdadeiro cérebro por detrás da conspiração. A Fantástica Viagem da Sementinha Maria Isabel Loureiro Ilust.: Norberto Nunes «Era uma vez uma sementinha que se encontrava em cima de um muro.» É assim que começa “A Fantástica Viagem da Sementinha”, de Maria Isabel Loureiro, autora com cerca de 30 livros infantis e mais de 100 livros didácticos pu blicados, muitos deles integrados no Plano Nacional de Leitura. Este livro conta-nos a aventura de uma sementinha de maçã, desde o momento em que é deixada em cima de um muro até que se transforma numa frondosa macieira. No fundo, trata-se do ciclo da Natureza, explicado, de forma muito divertida, aos mais pequenos. “A Fantástica Viagem da Sementinha” é um clássico da literatura infantil nacional, que tem conquistado gerações. Quantos de nós não interpretámos esta peça de teatro na escola ou em casa? Esta nova edição inclui ilustrações de Norberto Nunes e uma versão especificamente para teatro – através da leitura de um código QR.

rh editora À venda em www.editorarh.pt Gestão de Pessoas em Tempo de Pandemia José Bancaleiro e Nuno Moreira (Coords.) Este é um livro com história. Re colhe 50 experiências de gestores de pessoas de empresas de norte a sul de Portugal durante um período único e irrepetível. Foram tempos disruptivos, «sem rede», duros e muito exigentes, nos quais os gestores de RH tiveram de «mostrar a sua raça», tornando-se autênticos pilares das suas organizações. Estas são as suas estórias. O público-alvo preferencial são gestores, quadros superiores de empresas, investigadores, consultores, formadores, di rectores e técnicos de recursos humanos, psicólogos, empreendedores e estudantes do ensino superior nas áreas da psicologia, gestão, eco nomia, comportamento organizacional e sociologia das organizações.

História da Eternidade Jorge Luis Borges Esgotado há alguns anos, este livro de Jorge Luis Borges regressa às livrarias com nova imagem de capa, que utiliza os elementos do tríptico das Tentações de Santo Antão, de Hieronymus Bosch. Uma reflexão sobre o tempo, o infinito e o finito, entre outras questões que só abrem as portas para a admirá vel sabedoria de um dos grandes «autores do mundo». Para Platão, o tempo era uma imagem em movimento da eternidade. Borges cita o filósofo no início deste livro. O texto que dá o título a História da Eternidade ocupa-se do tempo e da sua negação e examina os dois conceitos opostos da eternidade: a alexandrina, de raiz platónica, e a cristã, nascida com a doutrina trinitária e formalizada por Santo Agostinho. Outras passagens deste volume são digressões luminosas que apresentam quer a doutrina de Nietzsche sobre o eterno retorno, quer as ideias sobre o movimento da história – pequenos tratados de filosofia e literatura.

28 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022desugestõesleitura Quetzal À venda em www.quetzaleditores.pt

Bertrand À venda www.bertrandeditora.ptem Pergaminho À venda em www.pergaminho.pt

O cérebro a 100% Jill Bolte Taylor Durante mais de 50 anos, fomos educados para acreditar que o nosso cérebro está claramente dividido em duas partes: o hemis fério direito, emocional e criativo, e o hemisfério esquerdo, racional e analítico. Só que, tecnicamente, isso não é bem verdade… Cada hemisfério cerebral tem o seu próprio lado emocional e racional. E cada uma destas partes tem com petências específicas, resultando em personalidades específicas. É como se vivessem, dentro do nosso cérebro, quatro personalidades – e quando as conseguimos identificar e optimizar, são como uma equipa-maravilha capaz de nos pôr a viver a nossa melhor vida. A neurocientista Jill Bolte Taylor ajuda a identificar estas quatro personalidades e a reconhecê-las – em nós e nos outros. Conhecendo estas facetas do nosso funcionamento neurológico, seremos capazes de tomar melhores decisões, delinear estratégias mais eficazes, desenvolver a nossa intuição, controlar as emoções negativas e viver uma vida mais realizada e completa.

Vespa em Portugal - A Beleza em Duas Rodas Pedro Pinto Há poucos símbolos tão caris máticos de juventude e liberda de. Popularizada pela imagem de Audrey Hepburn e Gregory Peck com cabelos ao vento no filme “Férias em Roma” (1953), a Vespa transformou-se no ícone de fuga às convenções e constrangimentos sociais. A história desta pequena moto de pouca cilindrada, originalmente criada em Génova, Itália, com motores que sobreviveram aos bombardea mentos da Segunda Guerra Mundial, chega às livrarias nacionais num livro escrito por Pedro Pinto, autor de As Motos da Nossa Vida e 50 Motos Portuguesas. Acessível, prática, cómoda e rápida, a Vespa foi o primeiro transporte de várias gerações de jovens e de milhares de famílias, a viatura de trabalho de centenas de empresas. «Uma moto que parecia um brinquedo», cheia de cosmopolitismo, glamour e mais de 70 anos de uma história que também se conta em português. Este é o livro que relata a sua história em Portugal. O Meu Irmão Serge Yasmina Reza Os Poppers são uma família judaica. Gente instruída, inteligente, caloro sa, mimada e (maravilhosamente) insuportável. O mais recente ro mance da francesa Yasmina Reza é a história desta família. Num tom leve e bem-humorado, tratam -se temas sérios, num jogo de equilíbrios que junta e separa os membros desta família. A autora demonstra aqui a sua suprema arte de nos observar, de nos fazer rir e pensar e, tal como acontece em quase toda a sua obra, a história desta família funciona como um espelho da nossa condição de hu manos: como lidamos com as relações amorosas e familiares, com o envelhecimento e com a morte – e como quase sempre estamos em conflito connosco e com os outros, numa eterna comédia humana. A narrativa centra-se em redor de três irmãos, agora na casa dos cinquenta, e numa viagem que fazem juntos a Auschwitz.

Fedra Jean Trad.:RacineVasco Graça Moura Fedra, filha de Minos e Pasífaa, é mulher de Teseu, rei de Atenas. Apaixona-se por Hipólito, seu enteado, filho de Teseu e Antíope, rainha das Amazonas. Esta terá incutido na sua sucessora a paixão pelo filho. Hipólito não corresponde aos sentimentos de Fedra. Ele ama Arícia, uma princesa prisioneira, a quem, por razões de Estado, está impedido de se ligar. Fedra, na au sência de Teseu e julgando-o morto, revela o seu amor por Hipólito, mas Teseu regressa. A rainha tenta justificar-se e acusa o enteado de a ter seduzido. Tomado pela cólera, Teseu pede aos deuses que matem o filho. Sem conseguir viver com o remorso, Fedra suicida-se. É com a republicação desta tragédia francesa do século XVII, escrita por Jean Racine, que a Quetzal Editores continua a recuperar e publicar as traduções do teatro clássico francês feitas por Vasco Graça Moura, agora em edição bilingue.

Revoltas Escravas João Pedro Marques Os escravos africanos terão sido os primeiros antiescravistas do mundo colonial moderno? A sua resistência terá sido a causa principal do fim da escravidão? As leis abolicionistas que os vários países ocidentais aprovaram a partir de finais do século XVIII terão sido apenas o capítulo final da épica luta antiescravista mantida pelas po pulações escravas ao longo de séculos? O historiador João Pedro Marques, especialista em história de África e história e abolição da escravatura, responde a estas e outras perguntas neste livro. Publicada, pela primeira vez, em 2006, a obra mostrou que a maioria das grandes revoltas ocorridas até finais do século XVIII não foram antiescravistas, no sentido em que não tinham como objectivo a erradicação da escravidão, esclarecendo que, em quase todos os casos de revolta, muitos escravos preferiram permanecer leais aos seus senhores e muitas revoltas foram mesmo abortadas ou esmagadas no berço porque esses escravos – geralmente as mulheres – as denunciaram.

O Longo Braço do Passado Rui de Azevedo Teixeira O romance segue a figura de Paulo da Trava Lobo, ex-oficial dos comandos na guerra de África que volta já como professor a uma violenta Angola pós -colonial, pós-Maio de 1977. Trata-se da invulgar e chocante história de um português que vai a Angola e mata. Mata duas vezes e nas duas vezes em acções arquitectadas com o apoio de Kama, o seu Mano Preto, no que ele afirma serem «crimes justos». O que Paulo da Trava Lobo não adivinha é que, por causa dessas mortes, não se liber tará facilmente dos insidiosos agentes das polícias políticas comunistas dos países do Leste. Conseguirá sobreviver e livrar-se da abjecta chantagem a que o sujeitam? Do Lubango a Luanda, de Lisboa à Alemanha, da Bulgária a Bissau, este é um romance de som e fúria: às vezes de uma crueldade brutal, é o romance pós-colonial que faltava à literatura portuguesa. Amorosamente agreste, sem preconceitos ideológicos, um romance de amor, de medo, aventura e literatura. E talvez autobiográfico… Uma História Diferente do Mundo Fernando Trías de Bes Temo-nos habituado a ver a História da Humanidade sob a lupa do sucesso, das guerras, das descobertas, mas, segundo Fernando Trías de Bes, somos o resultado de muito mais do que isso. Para o economista e escritor espanhol, «a evolução é estimulada pelas emo ções: por trás de cada evento histórico encontramos compaixão, violência, justiça, perdão, solidariedade, medo, segurança, prazer, sofrimento, percep ção do risco, expectativa e um longo etecetera de instintos profundamente humanos.» Mas será que é possível analisar os principais marcos da Histó ria da Humanidade à luz das motivações e das respostas emocionais dos nossos antepassados? Para o autor bestseller, distinguido com o Prémio Temas de Hoy, o Prémio Espasa e o Prémio de Melhor Livro do Ano no Japão, não só é possível, como «é o nosso devir enquanto espécie […] entender o comportamento humano. É a natureza humana que amassa os princípios e as normas sociais.» E assim nasceu a economia.

• 29Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 Guerra & Paz Editores À venda em www.guerraepaz.pt sugestõesdeleitura

Persuasão Jane Austen Poucos meses depois da morte de Jane Austen, em Julho de 1817, o mundo viria a conhecer “Persuasão”, o último romance da brilhante escritora britâ nica, numa edição póstuma. Escrita na ressaca das Guerras Napoleónicas, a obra fala-nos do embate entre dois mundos: o da aristocracia, saudosista dos tempos passados, detentora até então de todos os privilégios, e o de uma nova classe que ascende, assente nas patentes militares e nas recompen sas que recebe pela sua participação no esforço de guerra. Considerado «o romance perfeito» pelo crítico literário norte-americano Harold Bloom, o livro viria a tornar-se numa das obras mais célebres da autora e terá sido idealizado e escrito, segundo a biógrafa Claire Tomalin, como «um presente para si mesma». Um clássico da literatura mundial, transcendente a qual quer corrente literária, Persuasão mantém, 200 anos depois, toda a sua intemporalidade, universalidade e inesquecíveis personagens. Bartleby, O Escrivão Herman Melville Nesta obra, somos guiados por um advogado-narrador que, precisando de mais um par de mãos no seu es critório, procura, com a contratação de um novo colaborador, influenciar positivamente os dois escrivães pro blemáticos que para ele trabalham: Ni ppers e Turkey. Encontrado o candidato considerado ideal, é-nos apresentado Bartleby, a personagem que dá título ao conto: um jovem pálido, com um ar de respeitável tristeza que, de imediato, realiza uma quantidade extraordinária de trabalho, como se quisesse devorar a documentação que lhe é confiada. A aposta no reservado escrivão parecia vencedora, até ao dia em que Bartleby recusa um pedido do patrão dizendo, num tom de voz singularmente suave, mas firme: «Preferia não o fazer.» Essa seria a primeira de muitas recusas que o advogado iria ouvir. As cada vez mais insólitas atitudes do trabalhador, primeiro de persistente relutância e depois de completa insanidade, dão corpo a uma narrativa em que a ironia, a surpresa e a sombra da tragédia se cruzam. As Caves do Vaticano André Gide E se o Papa fosse secretamente se questrado? Neste livro, André Gide, um dos principais escritores do século XX, leva-nos a acompanhar o plano ardiloso de um grupo de vigaristas: espalhar o rumor de que o verdadeiro pontífice estará preso em câmaras subterrâneas, para assim extorquir dinheiro a troco da promessa de libertação. Marcada pela crítica social e por uma estrutura narrativa original, a obra, que o autor classificou como uma sotia, uma farsa satírica, cruza intrigas e personagens, levantando questões perturbadoras sobre as escolhas sociais e morais – de que se destacam o acto gratuito perpetrado por Lafcadio, que empurra um homem de um comboio em movimento. Uma notável incursão pelo existencialismo e pelos sentimentos humanos, que se tornou num alvo a abater pela Igreja Católica, mas também num alvo de adoração para os amantes de literatura. Tão provocador, divertido e actual como em 1914, tem agora esta nova edição em Portugal, traduzida por Maria Ana Matta. Sonata de Estio Ramón del Valle-Inclán O Marquês de Bradomín viaja para esquecer amores desafortunados. Chegado ao México, palco central da obra, o protagonista apaixona-se pela crioula Niña Chole, que decide seguir pelo país. Descobre então que a bela crioula tenta escapar ao próprio pai, o temido general Bermúdez, com quem mantém uma relação incestuosa e que seria capaz de matar ambos se os encontrasse juntos. Uma prosa lírica vibrante, que se lê num fósforo, esta é uma das quatro Sonatas em que Valle-Inclán nos apresenta as jornadas incríveis do Marquês. Cada uma das Sonatas assume o título de uma estação do ano (Outono, Estio, Primavera e Inverno) e corresponde a um livro, uma etapa da vida e a um cenário diferente. Há muito afastada da rede livreira nacional, “Sonata de Estio”, de tradução desafiante, pelo elevado nível de originalidade, tem agora uma nova edição, com uma nota introdutória do tradutor, Pedro Ventura, e um ensaio de José Ortega y Gasset sobre a obra, em que o filósofo espanhol sublinha o «consolo e recreio» que a leitura do romance propicia. O Vidente de Étampes Abel Quentin Corrosivo, provocador e extremamente actual, este romance do escritor francês Abel Quentin, pseudónimo literário de Albéric de Gayardon, conta-nos a histó ria de Jean Roscoff, um professor univer sitário alcoólatra e recém-aposentado, que decide escrever um ensaio sobre um poeta americano. À partida, não havia motivos para polémicas, mas Jean Ros coff, que se considerava um intelectual de esquerda, anti-racista, humanista e consciente dos desafios do seu tempo, estava longe de imaginar que a sua obra o levaria a cair na armadilha de uma nova vaga de activistas. Passando pelos movimentos anti-racistas da década de 1980 e pelas tensões que agitaram a esquerda francesa do pós-guerra, o autor mergulha no ódio a que assistimos nas redes sociais, o extremismo do movimento woke, a implacável cultura de cancelamento e as imposturas que juram combater a apropriação cultural, para traçar, com um humor deliciosamente ácido, o retrato de uma geração.

Eunice Muñoz: Fotobiografia Fátima Morais Será para sempre do palco. Para sempre das luzes, das provas, dos ensaios, da angústia da estreia, dos aplausos. Será para sempre do público, com quem assumiu o compro misso de dar sempre tudo, numa entrega visceral que a dilacerava e entusiasmava na mesma medida. Eunice Muñoz, actriz maior do nosso meio artístico, que nos deixou no passado dia 15 de Abril, é agora homenageada numa foto biografia inédita que passa em revista 93 anos de uma vida brilhante e 80 de uma carreira de grandes papéis no teatro, no cinema e na televisão, que nos fizeram sonhar. “Eunice Muñoz: Fotobiografia” é o livro que há muito merecia. Um livro que ainda acompanhou no início da sua construção e que revisita os momentos mais marcantes, mais simbólicos, mais dramáticos da sua vida: da infância aos últimos anos, da estreia em palco, no Teatro Nacional D. Maria II, aos 13 anos, até “A Margem do Tempo”, peça que interpretou, no ano passado, no mesmo teatro e no mesmo dia em que se estreara em palco 80 anos antes, desta vez lado a lado com a neta Lídia Muñoz, e que marcou o final da sua carreira. No meio estão 80 anos de uma carreira brilhante e multifacetada, em que se confrontou com os mais criativos encenadores, autores, realizadores e contracenou com uma legião de grandes actores portugueses. Estão também 93 anos de vida pessoal plena, que nos mostram a construção de uma enorme família. Mais do que um álbum e um belíssimo livro-objecto, este é um trabalho de memória que conta com a organização e textos de Fátima Morais e o precioso contributo da família da biografada. Além do vasto arquivo pessoal, inclui imagens cedidas pelo Teatro Nacional D. Maria II, pela Cine mateca Portuguesa – Museu do Cinema, pelo Museu Nacional do Teatro e da Dança, pelo Teatro Experimental de Cascais, pela EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, pela produtora Capítulo Reversível, pela revista Caras, pela Activa, pela TVI e pela família e amigos de Eunice Muñoz, que colaboraram na pesquisa e recolha fotográfica. Um registo único e irrepetível, para guardar para a posteridade, “Eunice Muñoz: Fotobiografia” é uma edição Guerra e Paz, com o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio do Teatro Nacional D. Maria II, da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema e do Museu Nacional do Teatro e da Dança.

A Vida de Jesus Raul Correia / Ilust.: Carlos Alberto Santos Crentes e descrentes, seguidores e após tatas, ninguém fica indiferente, passa dos mais de dois milénios, à poderosa, misteriosa e revolucionária figura de Jesus de Nazaré, ou Jesus Cristo. Neste livro, somos convidados a acompanhar o seu percurso, numa linguagem clara e simples, acessível a toda a família, a história do homem que, com o escân dalo do seu exemplo, mudou a história da humanidade. Vamos ver Jesus Cristo transformar a água em vinho, vamos vê-lo multiplicar cinco pequenos pães e dois peixes para alimentar uma multidão sedenta e faminta, vamos vê-lo caminhar sobre as águas. Para uns, estes são episódios reais, verdadeiros milagres, que atestam a divindade de Jesus. Para outros, simbolizam a vontade de mudança, a sede e fome de justiça, a crença na superação de nós próprios, que subjaz à humanidade que somos. Será para todos uma leitura empolgante, repleta de mensagens que merecem a nossa meditação, e ilustrada magnificamente pelo pintor Carlos Alberto Santos. À Espera de Bojangles Olivier Bourdeaut Esta é uma história contada por uma criança, o filho de um casal excêntrico que vive um amor louco e que se recusa teimosamente a contentar-se com a realidade, preferindo inventar fantasias, à beira-mar espanhola, ao som de Mr. Bojangles, de Nina Simone. Uma fantasia em que o quotidiano é uma festa mais doce do que a vida real. Nunca a expressão «amor louco» foi usada com tanta propriedade como neste livro, numa escrita fotográfica em que cada palavra parece ter sido cuidadosamente seleccionada pelo autor para rimar com a frase seguinte. Traduzido em mais de 30 línguas, “À Espera de Bojangles” vendeu quase um milhão de exemplares em todo o mundo e tem vindo a ser aplaudido não só pelos leitores, mas também pela crítica. A obra venceu vários prémios e foi adaptada para banda desenhada, para teatro e para cinema, num filme recentemente realizado por Régis Roisard. É tempo de divertir, comover e fazer sonhar os leitores portugueses com a novíssima edição desta obra no nosso país.

Seu marido, filhos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

Sua filha Jéssica Rito, irmãos, sobrinhos e restante família, não podendo fazê-lo pessoalmente a todos, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigados. Partiste cedo demais, mas o amor que espalhaste deixa memórias que o tempo não pode apagar. Descansa em paz!

AGRADECIMENTO Ana Cristina Carreira de Almeida Rito N. 05-09-1972 • 16-06-2022

Golpilheira De raposa tens o nome, O bicho das sete manhas. Entre a Colipo romana E as várzeas do teu Lena, Em tamanho, és pequena, Mas amiga e hospitaleira, Grande tu és, Golpilheira. Minha terra de adopção! Parideira de donzelas Lindas, formosas, belas, Que derretem o coração. Foi por amor e paixão Que vim de lá, da outra banda, Da razão que me comanda. Já cá tens sangue do meu, Misturado com o teu chão, Que reforça a ligação À vida que não se viveu. Não há, na terra ou no céu, Laço que seja mais forte Que o que nos une, na morte. Assim, um dia virá, Em que este homem da Azoia, Que um dia atravessou O rio para o lado de cá… Também ele repousará A eternidade inteira No teu solo, ó Golpilheira. Não há terras más nem boas, Quem conta são as pessoas! António José Santos - Julho 2022 Mosteiro de Santa Maria da Vitória …Nossa Glória Vaz Pessoa O batalhense Fernando Jorge Vaz Machado, sob o pseudóni mo de Vaz Pessoa, deu à estampa mais um livro de poesia, com chancela da editora “Poesia Impossível”. Trata-se do fecho da trilogia temática sobre o concelho da Batalha, iniciado com “Coruchéu poético” e “Capelas imperfeitas… almas (des)feitas”. Mais uma vez, o autor reúne vários dos seus poemas dedicados às quatro freguesias do concelho, sobre as suas pessoas e património natural, cultural e, mesmo, religioso. A sua escrita cruza-se muito com a sua própria vida e com um modo peculiar de observar o que o rodeia. É, por isso, também, frequentemente autobiográfico. Ou, pelo menos, centrado na sua mundividência.

Nas páginas do nosso Jornal há vários anos abri a voz; o tempo, esse, foi veloz e em consideração nada igual. O acolhimento a um desconhecido me deu alma e força de viver, ganhei a vitória pelo tempo perdido, valor que jamais irei esquecer. Sempre a receber pedaços de amizade que eu retribuo com muita gratidão, ao continuar a escrever com lealdade, com a força sincera do meu coração. Querida semeareiGolpilheira,letrascom humildade, tu que és do Distrito herdeira, este amigo te deseja felicidade. Para que todos em união sintam paz, saúde e amor, que Deus lhes dê a bênção e alivie em cada casa a dor.

30 • Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 . Poesia . Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias. OBITUÁRIO /diversospoesia/ SANTOS & MATIAS R. Principal, 141 - Brancas • Est. Fátima, 10B - Batalha SERVIÇO FUNERÁRIO PERMANENTE CONSIGO DESDE 1980 244765764 - 244768685 967027733 - 966708993 Siga-nos FACEBOOKno AGORA TAMBÉM EM PORTO DE MÓS - Lj. D. Fuas - Lg. Rossio, 35C PUB PUB elitaesenhoDdaM . obituário . AGRADECIMENTO Manuel Vieira Monteiro N. 17-04-1929 • F. 24-05-2022 Sua esposa, filhos, genros, nora, ne tos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas oitenta e duas a folhas oitenta e três, do Livro Duzentos e Oitenta e Quatro - B, deste Cartório. José Vieira Pragosa da Silva, NIF 146 757 394, e mulher Maria Borges Grosso da Silva, NIF 184 125 456, casados sob o regime da comunhão geral, ele natural da freguesia de Porto de Mós (São Pedro), concelho de Porto de Mós, ela natural da freguesia e concelho da Batalha, residentes na Rua da Carvalheira, n.º 43, no lugar de Ribeira de Baixo, Porto de Mós, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto de pinhal, com área de mil duzentos e cinquenta metros quadrados, sito em Pouchana, freguesia e concelho de Batalha, a confrontar de norte com Joaquim Luís Cordeiro, de sul e nascente com Inácio de Sousa e de poente com Joaquim Paulo Guerra, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 6056, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €154,30. Que os justificantes adquiriram o referido prédio, no ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal a Manuel Bernardino de Carvalho e mulher Maria da Conceição Cristino, residentes que foram em Casais de Além, Calvaria de Cima, Porto de Mós, não dispondo, assim, os ora justificantes de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, três de agosto de dois mil e vinte e dois. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Golpilheira, edição n.º 274, 8 de Agosto de 2022

AGRADECIMENTO Maria Albertina da Silva Monteiro Costa N. 30-09-1961 • F. 18-06-2022

Querida Golpilheira És uma filha da Batalha, de gente com nobre coração, orgulhosos de quem trabalha colaborando em gestos de união.

José António Carreira Santos - 2013

O teu saiote São Mamede Raramente te vejo Passo ao teu lado No sentido amargurado Então prevejo Que nunca foste do agrado Sentido de nunca pertencer Longe do nosso viver No entanto, em bom grado Ourém te quer Batalha é tua Fátima, ao pé da rua Catraia, cachopa, mulher Mil beijos te cobrem Adornam a tua boca Como desejo de louca Mil promessas te fazem Sentes-te só Sentes-te sei lá Sentimentos de lá de cá Menina sem dó Como te entendo Como somente sei No teu semblante fiquei Na tua dor contendo Vaz Pessoa

Este foi o IV Festival de Folclore da Golpilheira e o 8.º aniversário do rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do CRG, no dia 12 de Julho de 1997. Alguns ainda por lá andam hoje... LMF R. Leiria, 73 - Cividade 2440-231lenacopia@sapo.ptTel/FaxGOLPILHEIRA244767839Tlm.919640326 WWW.LENACOPIA.PT

Carlos

|

Assistência técnica, venda e aluguer de equipamentos de impressão e consumíveis de Joaquim Vieira PUB Curovid ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! Meneses | LMF Rancho reforçado... ah! ah! ah! ah! ah! ah!

• 31Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022. Tintol & Traçadinho . a fechar Número europeu de emergência 112 Bombeiros Voluntários da Batalha 244 768 500 G.N.R. Batalha 244 769 120 Junta de Freguesia Golpilheira 244 767 018 Câmara Municipal Batalha 244 769 110 Centro de Saúde da Batalha 244 769 920 Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas 244 769 430 Escola Primária da Golpilheira 244 766 744 Jardim-de-Infância da Golpilheira 244 767 178 Agrupamento Escolas Batalha 244 769 290 Mosteiro de Santa Maria da Vitória 244 765 497 Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) 244 764 080 Centro Recreativo da Golpilheira 244 768 568 Linha de Saúde Pública 808 211 311 Linha de emergência Gás 808 200 157 EDP - Avarias (24 horas) 800 506 506 SUMA - Levantamento de “monos” 244 766 007 Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about Director . Composição . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Equipa JG . Adelino Rito, Ana Margarida Rito, Ângela Susano, Cristina Agostinho, Diogo Alves, Isabel Costa, Joaquim Ferraz, Miguel Santos. Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Eusébio, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Márcio Lopes, Saul António Gomes. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10). NIF . 501101829. Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333. Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 800 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira E-mail: geral@jornaldagolpilheira.pt . ficha técnica . telefones úteis . Nome ________________________________________ Rua AssinaturaTel.CPLocalidade_________________________________________________________________________Nº___________________________________________________-_____________________________________________Email:____________________________________________________________ Enviar: Est. Baçairo, 856 • 2440-234 GOLPILHEIRA Assinatura anual: 10 € (Europa 15 € • Resto do mundo 20 €) RGPD - Estes dados são os essencias para o envio do jornal e o contacto com o assinante. São usados apenas para esses fins, não sendo nunca cedidos a terceiros. Serão alterados ou apagados quando tal for solicitado por correio ou email. A assinatura confirma a aceitação destas condições. . ficha de assinatura . .fotodestaque. LMF . recordaréviver. LMF Actuação do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do Centro Recreativo da Golpilheira, na festa do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, no passado dia 31 de Julho. Tarde de calor, pelo que o público não era muito. Ainda assim, quando chegou a altura de chamar voluntários para experimentarem uma dança, foram bastantes os que se chegaram à frente, reforçando no dobro o número de dançarinos. O convite ficou feito: os ensaios são à sexta-feira, na colectividade...

Jornal da Golpilheira • Julho / Agosto de 2022 • pub

Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.